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Introdução ................................................................................................... 2
Conclusão ................................................................................................. 22
Bibliografia: ............................................................................................... 23
Anexos ...................................................................................................... 24
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Introdução
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I. Conceito de deficiência
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pessoa com deficiência não tem apenas problemas patológicos e físicos, mas
também uma grande dificuldade em se integrar e ser aceite na sociedade por
algumas pessoas.
Em Portugal, segundo a Lei n.º 38/2004 de 18 de Agosto da Assembleia
da Republica, “considera-se pessoa com deficiência aquela que, por motivo de
perda ou anomalia, congénita ou adquirida, de funções ou de estruturas do
corpo, incluindo as funções psicológicas, apresente dificuldades específicas
susceptíveis de, em conjugação com os factores do meio, lhe limitar ou
dificultar a actividade e a participação em condições de igualdade com as
demais pessoas”.
O deficiente é uma pessoa com direitos e deveres. Apesar das
limitações a vários níveis, discrepâncias no desenvolvimento, pode
desempenhar funções que não dependem directamente do seu handicap. O
acesso à prática desportiva é, então, um direito que todos os cidadãos podem
usufruir, independentemente da sua condição. Inicialmente, o desporto para
deficientes foi concebido como uma experiência clínica, porém hoje em dia é
visto de uma forma diferente, isto é, o seu alcance vai muito para lá da terapia
(Silva, 1992:11).
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Síndrome de Down, uma pessoa com esta patologia apresenta traços
faciais e físicos característicos, alguns surgem na nascença outros ao
longo do seu desenvolvimento, e um atraso mental;
Síndrome do X-Frágil, alguém com esta síndrome apresenta uma
capacidade intelectual que se verifica desde a dificuldade na
aprendizagem ate á necessidade de apoios diversificados ao longo da
sua vida;
Autismo, manifesta-se de diversas formas, dependendo do sistema
nervoso. Alguém com autismo apresenta sintomas ao nível do
comportamento e das funções intelectuais (fraca imaginação e
resistência à mudança), na comunicação verbal e não verbal (ausência
de linguagem e fraca possibilidade de conversação) e no
desenvolvimento de interacção social recíproca (isolamento);
Síndrome do Miar do Gato, este síndrome provoca na pessoa uma
incapacidade intelectual, dificuldade na linguagem e estreitamento da
laringe, provocando o miar do gato.
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certa dificuldade em estabelecer relações sociais, levando ao isolamento das
mesmas (APPC, 2006:63-66).
Em actividades desportivas não podemos recorrer a sinalizações
visuais, sendo necessária a utilização de métodos verbais ou em que haja
algum tipos de contacto. Por exemplo, numa prova de atletismo a pessoa com
deficiência visual corre com a sua mão atada a outro atlético de forma a guia-lo
no seu percurso. É, também, necessária a presença de alguém quando há uma
mudança de espaço, para dar uma maior confiança á pessoa com deficiência
(APPC, 2006:68).
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Miopatias (manifesta-se primeiro membros inferiores e progressivamente
nos superiores).
Por fim, temos as pessoas que sofrem de paralisia cerebral, esta traduz-
se num conjunto de perturbações no desenvolvimento da postura e do
movimento, devido a um distúrbio não progressivo ocasionado num cérebro
imaturo (Bax e al in APPC, 2006:76). A dificuldade na capacidade motora e de
coordenação característica nas pessoas com paralisia cerebral variam muito
consoante a extensão da lesão e da área do cérebro afectados. As pessoas
portadoras desta deficiência apresentam perturbações, não só na capacidade
motora e comportamental como também a nível sensorial (visual, auditivo,
sensibilidade), intelectual, na linguagem, na percepção espacial e emocional.
Devemos falar devagar e com clareza, não utilizando uma linguagem infantil
para pessoas com paralisia cerebral, e apoia-lo em todas as suas iniciativas, de
forma a favorecer a sua criatividade e a sua auto-estima (APPC, 2006:76-82).
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proporciona condições para uma boa performance em geral. Assim, no
desporto para a pessoa com deficiência, de acordo com o tipo e grau de lesão,
este poderá obter e potencializar as suas competências. Desta forma, pode
perceber-se o papel importante do desporto na deficiência, pois proporciona
uma melhor qualidade de vida, contribuindo também para a sua
reabilitação/habilitação, ao permitir melhorar as suas competências motoras e
facilitando uma melhoria quer ao nível físico quer psicológico (Revista
Diversidades, 2004).
Por outro lado a prática desportiva da pessoa com deficiência pode
contribuir para a inclusão da mesma na sociedade, porque permite-lhe sair do
sedentarismo que é típico nas situações mais graves e, simultaneamente,
proporciona-lhes uma vida social mais intensa e faz com que eles se sintam
parceiros na sociedade (Revista Diversidades, 2004).
Se há muitos anos a prática regular do desporto da pessoa com
deficiência era vista como algo prejudicial, nos nossos dias, através dos
esforços efectuados por diferentes pessoas e organismos, o desporto para
deficientes ou o dito “desporto adaptado”, tomou proporções, ao nível da
recreação e até ao nível competitivo, muito grandes. Todos sabemos que as
alterações das capacidades funcionais dão origem a mudanças na
performance destes atletas, tal como nos atletas ditos normais existem muitos
benefícios, neles há os mesmos e são ainda mais visíveis. Em casos muito
específicos o desporto é uma forma de evitar os malefícios da imobilidade
como, a rigidez articular, deformidades ortopédicas, problemas tróficos, o
aumento do tónus, as dificuldades que existem no movimento e evitando
posturas e atitudes viciosas, etc, (Revista Diversidades, 2004). Ou seja, o
desporto pode ajudar a reestruturar a sua imagem corporal e como
consequência directa ajuda-os a aceitar a sua limitação de uma outra forma.
Em muitas situações há uma partilha de experiências, promovendo-se
intercâmbios, pode dizer-se que um dos principais objectivos é o
desenvolvimento máximo das potencialidades de cada atleta, o que facilita de
uma forma mais activa a sua “plena” integração. Quanto mais precocemente a
criança com deficiência iniciar a prática desportiva, mais hipótese ela tem de se
aceitar como é (Revista Diversidades, 2004).
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3.1. Desporto Adaptado
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contribui para a motivação dos indivíduos; para o nível de realização; o nível de
compreensão.
A questão da acessibilidade das pessoas com deficiência à prática de
Actividade Física é uma questão, por um lado de atitude e, por outro de
conhecimento técnico-científico, o que requer essencialmente adaptações às
condições do processo de ensino e aprendizagem (Revista Diversidades,
2004).
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O desporto pode ser auxílio para os deficientes através de três formas
distintas:
• Valor terapêutico: esta representa a forma mais natural de exercício
curativo e pode ser utilizado com êxito como complemento dos métodos
tradicionais da fisioterapia. Contribui em grande parte para o
restabelecimento das forças, da coordenação, da velocidade e da
resistência orgânica. O deficiente luta contra si mesmo, com objectivo de
alcançar melhores resultados, apreendendo a superar a fadiga, sintoma
este característico nas primeiras fases de qualquer reeducação. Isto
tanto se aplica aos amputados e aos cegos, como aos paraplégicos e
aos tetraplégicos.
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• Meio de reintegração na sociedade: o desporto constitui uma força
motora que permite ao deficiente restabelecer o contacto com o mundo
circundante, e lhe facilita e acelera a sua reintegração na colectividade
enquanto cidadão de pleno direito. Existem desportos e jogos que
oferecem aos indivíduos, sobretudo aos que estão presos a uma cadeira
de rodas, a possibilidade de participarem de igual papa igual com
pessoas validas. O caso do tiro ao arco, do bowling, do bilhar e do ténis
de mesa. Mas para indivíduos amputados, cegos e surdos, a natação
permite-lhes competir com pessoas validas.
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importantes para que o paralítico se mantenha direito, este desporto tem
constituído um auxiliar incalculável para os paraplégicos com lesões nas partes
média e superior da medula toráxica graças a um treino intensivo (Guttmann,
1977:15).
O tiro ao arco tem efeitos muito benéficos sobre as funções respiratórias
e cardiovasculares dos paraplégicos com fortes lesões. O atractivo deste
desporto é um tanto maior quanto é certo que o atirador, ao contrario do
atirador por exemplo de pistola, deverá basear-se exclusivamente na sua força
e na sua habilidade, uma vez que nada é mecanizado.
O essencial deste desporto é que permite ao paraplégico ou ao
amputado concorrer de igual para igual como um homem valido (Guttmann,
1977:17).
A natação é uma das principais actividades físicas praticadas pelos
amputados, cujo estilo é adaptado consoante a amputação.
Para os deficientes com paralisia cerebral, a modalidade pode variar
conforme o tipo de lesão que o atleta tem. Se for do tipo espástico, a natação é
a mais aconselhada, porque permite uma redução da espasticidade através do
relaxamento muscular, facilitando a função respiratória. Se for atetósito, é mais
aconselhável actividades como o bowling ou os lançamentos. Já no caso da
ataxia, é mais difícil definir a actividade, pois estes indivíduos têm bastantes
dificuldades ao nível do equilíbrio e da coordenação (Silva, 1992:30).
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expansão, introduzindo jogos e actividades desportivas com regras adaptadas
às necessidades dos seus praticantes. Numa atitude generalizada, às
primeiras preocupações em organizar e desenvolver o desporto para
deficientes.
Criou-se na Bélgica (1922) a Fédération Sportif ês sourds. Em 1924,
foi criado em Paris, o Comité International ês Sportd ês Sourds – CISS, o
qual conta actualmente com 44 nações filiadas, entre eles está Portugal.
Desde a criação desta organização que são realizadas, os Jogos Mundiais de
Verão, de quatro em quatro anos, para deficientes auditivos. Em Glasgow, no
ano de 1932, nasceu a British Society of One-Armed Golfers. Desde aí, este
clube tem vindo a organizar campeonatos anuais, os quais têm lugar em
diferentes locais do país. Esta medida descentraliza os jogos e
simultaneamente a sensibilização de toda a população escocesa. Em 1945,
surgiu a American Athletic Association of the Deaf, a mais antiga organização
desportiva para deficientes dos Estados Unidos da América. Hoje em dia
organiza torneios regionais e nacionais em basquetebol e softball e coordena
toda a participação americana nos Jogos Mundiais e Pan-Americanos para
deficientes auditivos.
Posteriormente em 1951, o Comité Olímpico Internacional reconheceu
oficialmente o CISS como sendo o responsável, a nível mundial, do desporto
para deficientes auditivos.
As associações desportivas para deficientes auditivos foram as que
surgiram em primeiro lugar e isto porque a actividade desportiva praticada por
estes indivíduos é aquela que coloca menos problemas em termos específicos
(Silva, 1992:14).
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social. Em 1944 foi inaugurado no Stoke Mandeville Hospital, em Inglaterra, o
primeiro centro de tratamento de lesões na coluna vertebral (Silva, 1992:14-
15). Segundo Guttmann (1977), para o tratamento destes doentes era
necessário uma orientação em todos os aspectos e não uma fragmentação
dos serviços médicos, ou seja o desporto como forma de recreação e lazer
passou a fazer parte da actividade diária dos pacientes, pois era reconhecido
todo o seu valor psicológico, físico e social. Além do desporto estes indivíduos
deveriam ter uma vida tão normal, quanto os restantes membros da sociedade.
Em 1952, criou-se a International Stoke Mandeville Games Federation
(ISMGF) que se ocupava do desporto para paraplégicos. Nos anos que se
seguiram, o tiro ao arco e o basquetebol em cadeira de rodas deixaram de ser
modalidades únicas para passarem a estar ao lado de outras que entretanto se
foram desenvolvendo, como o ténis de mesa e o lançamento do dardo. Já na
década de 60 apareceu a esgrima, o snooker, a natação e a halterofilia. Desde
a realização dos primeiros jogos de Stoke Mandeville, que estes se realizam
anualmente, com excepção do ano dos Jogos Olímpicos. Estas competições
foram designadas por Olimpíadas em Cadeira de Rodas, Para-Olimpíadas,
Jogos Mundiais para Deficientes e finalmente por Jogos Olímpicos para
Deficientes.
Em 1960, realizaram-se em Roma, as primeiras Para-Olimpíadas, estas
contaram com a participação de 400 atletas que representavam 23 países. Em
1964 foram realizadas as segundas Para-Olimpíadas, e em Tóquio o governo
japonês ficou de tal forma sensibilizado que mandou construir uma fábrica
onde pudessem trabalhar paraplégicos e outra para deficientes graves. Este é
um caso flagrante de como o desporto praticado pelo indivíduo com deficiência
pode mudar a atitude da sociedade (Silva, 1992:19).
No ano de 1974, o Comité Olímpico Internacional autoriza que as Para-
Olimpíadas se passem a designar por Jogos Olímpicos para Deficientes. Desta
feita Toronto recebeu neste ano 1700 atletas representando desta feita 50
países convidando pela primeira vez atletas deficientes visuais e amputados a
participarem. Nestes jogos foram estabelecidos diversos records (Silva,
1992:20). Já em 1980, os Jogos Olímpicos para Deficientes foram realizados
na Holanda, e participaram 2500 atletas, de 45 nações. Participaram
deficientes amputados, visuais e portadores de paralisia cerebral.
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As organizações que promoveram o desporto para os deficientes, assim
como dos Jogos Olímpicos para Deficientes, tiveram um valor terapêutico,
psico-fisiológico e social que comportam. Pois estes são uns meios de manter
ou até mesmo de desenvolver as funções lesadas e não como um fim em si
mesmo e isto na medida em que as capacidades físicas constituem para os
deficientes a base das actividades de auto-suficiência e segurança pessoal
para o individuo deficiente (Drowatzky, 1973, in, Silva, 1992:25).
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3.5 Práticas desportivas para pessoas com deficiência 1
Tiro com arco - Disparar flechas contra Deficiência física e lesões medulares;
um alvo marcado com dez Paralisia cerebral;
anéis concêntricos; Amputações.
- Alvo colocado a 70
metros e com diâmetro de
122 centímetros.
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Em anexo encontram-se algumas imagens, de forma a ser possível visualizar a prática de cada desporto.
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Ciclismo - É um desporto adaptado Deficiência visual;
ao tipo de deficiência em Deficiência motora (sem deficiência ou
questão; um grau menor de deficiência nos
- Há corridas em estradas membros inferiores;
ou em pistas, dependendo Paralisia cerebral (Com grau mínimo de
do tipo de deficiência. deficiência).
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Goalball - A equipa é composta por Deficiência visual.
3 jogadores e 3 suplentes;
- A bola é jogada com as
mãos, tendo um guizo;
- O objectivo é rolar a bola
na direcção adversária,
enquanto estes estão a
tentar impedi-la de entrar
na baliza com qualquer
parte do seu corpo.
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Natação - O atleta com deficiência Deficiência motora;
visual conta com um Deficiência visual;
assistente que lhe mostra Deficiência mental.
as bordas da piscina;
- O atleta com deficiência
motora pode começar
dentro de agua;
Ténis de Mesa - Apenas foram feitas Podem participar todos os deficientes que
algumas alterações para tenham alguma força muscular, equilíbrio
os atletas de cadeira de na cadeira de rodas e capacidade para
rodas. usar a raquete.
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Râbegui em - As cadeiras têm de ser Lesões medulares;
cadeira de leves e de fácil condução; Paralisia cerebral;
rodas - A cadeira está equipada Esclerose múltipla;
com pára-choques à …
frente e nos lados;
- Em movimento, os
jogadores podem levar a
bola ao colo, passa-la a
colega ou driblar a bola;
- Não é permitido o
contacto físico entre
jogadores.
Fonte: APPC
Existem, ainda, outros desportos que podem ser praticados por pessoas
com deficiência, alguns apenas praticados em algumas regiões, outros que
ainda estão a ser adaptados, mas nada que impeça qualquer pessoa de
praticar qualquer desporto. Temos por exemplo (APPC, 2006):
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Conclusão
Mesmo uma pessoa com deficiência tem, muitas vezes, uma maior força
de vontade para continuar em frente do que muitas pessoas que se dizem
“normais”.
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Bibliografia:
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Anexos
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Tiro com arco
Atletismo
25
Boccia
Ciclismo
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Futebol de 5
Goalball
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Vela
Natação
Ténis de Mesa
28
Voleibol
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Esgrima em cadeira de rodas
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