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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO


E SÓCIO-ECONÔMICAS – ESAG

PLANO DE ENSINO

I. IDENTIFICAÇÃO
Curso: Mestrado Profissional em Administração
Disciplina: Sociologia Econômica e Organizações
Carga horária: 45h Trimestre: 2010/2 Créditos: 3
Professores: Maurício C. Serafim
Contatos: serafim.esag@gmail.com [blog]: mauricioserafim.com.br

II. EMENTA

A abordagem sociológica dos fenômenos econômicos. Um panorama do campo científico da


sociologia econômica. A gênese dos pressupostos da economia neoclássica e suas bases. Uma
releitura dos fenômenos econômicos a partir dos clássicos da sociologia: Durkheim, Weber,
Schumpeter e Veblen. O período de transição na disciplina e o diálogo com a antropologia:
contribuições da teoria da dádiva e de Karl Polanyi. A nova sociologia econômica e suas
contribuições para os estudos organizacionais. Inovações sociais no mercado: mercado justo,
empreendedorismo social, consumo consciente, microcrédito, investimento social privado, economia
de comunhão, responsabilidade social corporativa, desenvolvimento territorial e sustentabilidade,
redes sociais.

III. OBJETIVOS

• Permitir ao aluno uma incursão no campo teórico da sociologia econômica e um diálogo com
os seus principais autores representativos;
• Analisar as diferentes etapas da disciplina, desde os clássicos, passando pelo período de
transição nos anos 1950 e chegando à Nova Sociologia Econômica.
• Relacionar o campo teórico e o campo da prática, por meio do exame de experiências
práticas de inovações sociais no mercado na atualidade.

IV. CONTEÚDO PROGRAMÁTIVO

Introdução ao campo da sociologia econômica, principais correntes e autores representativos

Aula 1 (20/07)

SWEDBERG, Richard. Sociologia econômica: Hoje e amanhã. Tempo Social, v. 16, n. 2, pp. 7-34,
2004.

MARTES, Ana Cristina B. et al. Apresentação do Fórum de Sociologia Econômica. Revista de


Administração de Empresas, v. 47, n. 2, pp. 10-14, 2007.

LEVÉSQUE, Benoit. Contribuição da nova sociologia econômica para repensar a economia no


sentido do desenvolvimento sustentável. Revista de Administração de Empresas, v. 47, n. 2, pp.
49-60, 2007.

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Av. Madre Benvenuta, 2037 – Itacorubi – 88.035-001
Florianópolis SC Fone (48) 3221 8200 – www.esag.udesc.br
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A gênese e os pressupostos da Economia Neoclássica

Aula 2 (27/07)

HIRSCHMAN, Albert. As paixões e os interesses. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. pp. 17-68.
(Primeira Parte – De como os interesses foram convocados para contrabalançar as paixões)

DUMONT, Louis. Homo Aequalis: gênese e plenitude da ideologia econômica. Bauru, SP:
EDUSC, 2000, pp. 13-55 (Cap. 1 e 2).

Texto sugerido pela Profa. Dra. Patrícia Bonini (convidada): MANKIW, N. Gregory. Introdução à
Economia. Tradução da 3a edição americana. São Paulo: Ed. Cengage Learning, 2005 (Cap. 1).

Uma releitura dos mecanismos que compõem a esfera econômica a partir dos clássicos: o ator
econômico, os mecanismos de regulação, o contexto social e as instituições

Aula 3 (03/08)

DURKHEIM, Emile. Da divisão do trabalho social. São Paulo: Martins Fontes, 1995. pp. 185-220.
(Livro I, cap. VII: Solidariedade orgânica e solidariedade contratual).

DURKHEIM, Emile. Lições de sociologia: a moral, o direito e o Estado. São Paulo: Ed. da USP,
1983. pp. 156-201 (Lições 15 a 18).

RAUD-MATTEDI, Cécile. A construção social do mercado em Durkheim e Weber: análise do papel


das instituições na sociologia econômica clássica. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v.20,
n.57, pp.127-142, 2005.

Aula 4 (10/08)

WEBER. Max. Economia e sociedade. Brasília: UnB, 1999. Vol. 1, Parte I, Cap. 2: As categorias
sociológicas fundamentais da gestão econômica (& 1 a 10, pp. 37-56).

SWEDBERG, Richard. Max Weber e a idéia de sociologia econômica. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ,
2005. pp. 45-105. (Cap. 2)

- Professora convidada: Margaret Stout. Tema: The Importance of Ontology in Global Contexts.

Aula 5 (17/08)

VEBLEN, Thorstein. A teoria da classe ociosa. São Paulo: Pioneira, 1965. pp.19-73 (Cap. I ao III).

HEILBRONER, R. A história do pensamento econômico. São Paulo: Nova Cultural, 1996. pp. 199-
229.

SCHUMPETER, Joseph. O fenômeno fundamental do desenvolvimento econômico: In: ____. A


teoria do desenvolvimento econômico. São Paulo: Nova Cultural, 1988. pp. 43-66. (Cap. 2).

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Organizações: racionalidade econômica e seus críticos

Aula 6 (24/08)

MARCH, James G.; SIMON, Herbert A. Limites cognitivos da racionalidade. In: _____. Teoria das
organizações. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getulio Vargas, 1975 (Cap. 6).

RAMOS, Alberto G. O conceito de ação administrativa. In: _____. Administração e estratégia do


desenvolvimento. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getulio Vargas, 1966 (Cap. 2).

Texto sugerido pelo Prof. Dr. Valdir Fernandes (convidado): FERNANDES, Valdir. A racionalização da
vida como processo histórico: crítica à racionalidade econômica e ao industrialismo. Cadernos
EBAPE.BR, v. 6, n. 3, pp.1-20, 2008.

O período de transição e o diálogo com a antropologia: de Marcel Mauss a Karl Polanyi

Aula 7 (31/08)

MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva: Forma e razão da troca nas sociedades arcaicas. In:____.
Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2003. pp.185-193 e 294-314 (Introdução e
Conclusão).

GOUDBOUT, Jacques. O espírito da dádiva. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 1999. pp. 9-29
(Introdução – A dádiva existe ainda?).

POLANYI, Karl. The Economy as Instituted Process. In: POLANYI, Karl; ARENSBERG, H.;
PEARSON, H, W. Trade and Markets in the early empires. Economies in history and theory.
New York: Free Press, 1957. pp. 243-270.

POLANYI, Karl. A grande transformação: as origens da nossa época. Rio de Janeiro: Campus,
2000, pp. 62-88 e pp. 89-98 (Cap. 4 e 6 – veja também as referências selecionadas)

Da racionalidade à ‘relacionalidade’: A Nova Sociologia Econômica e a imersão social, cultural


e política dos fenômenos econômicos

Aula 8 (sugestão data: 06/09 período noturno): Abordagem estrutural e cultural

GRANOVETTER, Mark. Ação econômica e estrutura social: O problema da imersão. In: MARTES,
Ana Cristina B. (org.). Redes e sociologia econômica. São Carlos: EdUFSCar, 2009. pp. 31-68.

DIMAGGIO, Paul. Aspectos culturais da acção e da organização econômica. In MARQUES, Rafael;


PEIXOTO, João (org.). A Nova Sociologia Econômica. Oeiras: Celta, 2003, pp. 167-194.

RAUD, Cécile. Análise crítica da sociologia econômica de Mark Granovetter: Os limites de uma leitura
do mercado em termos de redes e imbricação. Política e Sociedade, v. 6, 2005, pp. 59-82.

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Aula 9 (14/09): Redes e capital social

STEINER, Philippe. Redes sociais e funcionamento dos mercados. In:____. A Sociologia


Econômica. São Paulo: Atlas, 2006. pp. 76-107 (Cap. 4).

MIZRUCHI, Mark S. Análise de redes sociais: Avanços recentes e controvérsias atuais. In: MARTES,
Ana Cristina B. (org.). Redes e sociologia econômica. São Carlos: EdUFSCar, 2009. p. 131-159.

ADLER. Paul. S.; KWON, Seok-Woo. Social capital: Prospects for a new concept. Academy of
Management Review, v. 2, n. 1, p. 17-40, 2002.

Aula 10 (21/09): Abordagem política e o papel dos atores

FLINGSTEIN, Neil. Habilidade social e a teoria dos campos. In: MARTES, Ana Cristina B. (org.).
Redes e sociologia econômica. São Carlos: EdUFSCar, 2009. p. 69-106.

ETZIONI, Amitai. Encapsulated Competition. In: _____. The moral dimension. Toward a New
Economics. New York: Free Press, 1990. pp. 199-216 (Cap. 12).

Apresentações dos seminários

Aula 11 (sugestão data: 01/10 período verpertino)

V. METODOLOGIA DE ENSINO

Aulas dialogadas sobre a bibliografia de referência com utilização de instrumentos de apoio


audiovisuais, além de outros materiais didáticos e técnicas de ensino-aprendizagem. Os alunos
deverão realizar seminários analisando experiência concretas de inovações sociais no mercado, com
base nas teorias vistas na disciplina. Cada aluno escolherá um tema para apresentar dentre os
seguintes: mercado justo, empreendedorismo social, consumo consciente, microcrédito, investimento
social privado, economia de comunhão, responsabilidade social corporativa, desenvolvimento e
sustentabilidade, redes sociais.

VI. SISTEMA DE AVALIAÇÃO

1. Leitura e elaboração de comentários e questões sobre os textos (40%)


2. Seminários individuais (40%)
3. Construção do site de sociologia econômica (20%)

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