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INOVACGES E PERNANENCIAS NA ARQUETETURA CONTEMPORANEA ANDRES MARTIN PASSARD / LATS BRONSTEIN PASSARO RESUMO Q presente estudo visa relacionar a importncia da processo projetual com as teorias @ criticas da arquitetura contemporanea > dentro dos enfoques de inovac¥o e permantncia. Para isto seré necessdrio situar estas teorias abardadas dentro de seus contextos histéricos trazendo-as até os dias hoje, para servirem de instrumento de desenvolvimento de conscigneia critica dentro da formac%s do arquiteto. Ein 1966 Aldo Rossi escreve na Itélia " L’Architettura della Citta" e neste mesao ano, Robert Venturi langa nos Estados Unidos "Complexity and Contradiction in Architecture". Estas teorias marcaram uma nova etapa do "fazer arquitetinico” duas geraram polemicas que culminaram na diversidade de tendéncias verificadas no quadro da arquitetura atual. Tanto as teorias de Rossi como as da Venturi surgem coo contraponto ao aodo moderna de se pensar a arquitetura. revalorizacto da histéria e de sua sinbologia vao de encontro que vinha sendo aplicado até entao. Com outro tipo de abordagen tedrica surge Peter Eisenman nos EUA propondo uma volta as inovas®es das vanguardas, dentro do ue novo “abstracianisac formal." Estes trés arquitetos, com suas teorias, indican principais caminhos tracados pela arquitetura contemporanea. estudo entendimento de panorama da arquitetura atual. Tema: 3 - ARQUITETURA DE CIDADE CONTENPORSNEA: VISGES cOMUNTCASSO no Brasil destas discussOes, serviré para o melhor INOVACSES E PERMANENCTAS NA ARQUITETURA CONTENPORSNES ANDRES HARTAN PASSARO / LATS BRONSTEIN PASSARO PROBLEMATICA "A ordenasde urbana do presente surge, (.+.) do conflito permanente entre a idéia de uma cidade nova @ a substancia de una antiga" (1) Dentro das vis®es da arquitetura contemporanea, podemos verificar diversas tend@ncias ou correntes de pensamento para a abordagem arquitetdnica. Estas correntes de pensamento se d¥o em torne de conflito a que se refere Lampugnani, entre o novo eo antigo. Giulio Carlo Argan (2) também identificava estas duas correntes de pensamento no fazer arquitetdnico. A primeira cle vai chamar de arquitetura de DETERMINACS0, @ a segunda, de arquitetura de REPRESENTACSO. Ha arquitetura de determinag#o 0 arquiteto ngo utiliza uma Linguagen de sistenas pré-estabelecidos, @ vai "determinar® novas maneiras de abordages do prajeto, que nada mais ¢ que a arguitetura de INOVACAO, a qual rejeita o que lhe ¢ dado. Ha arquitetura de representasto 0 arquiteto utiliza os sistemas pré-estabelecidos, e vai "representar " a natureza e 0 munda classico, ou se n&¥o os representa, os utiliza para siv 0 que se denomina de arquitetura de PERMANENCIAS. Estas duas correntes identificadas por Argan se mostram muito amplas quando tentames diferenciar as varias posturas coexistentes tanto nas vistes de inovacdo, quanto nas de permantncias. Os distintos posicionamentos dos arquitetos frente a0 que jUlgan ser "nove", @, no caso das permandncias, as varias maneiras de reterenciar a historia 2 seus simbolos. carecem de una classificast mais individualizada quando tentamos entender o quadro da arguitetura atual. Em uma outra andlise mais recente, o arquiteto 2 critico Josep M. tontaner identifica seis “posturas arquitetOnicas” predominantes neste final de século, no mais se referinda a "tend@ncias" ou "correntes", que sx (1) LARPUGHAEE, Wittorie Ragnago. *Zarcelona 1900-1992" editorial Gustave Gili. Barcelona 1995, (2) ARGAK, Giukio Carbo, *EL concepto del espacio arguitectinice desde el Barroco s nuestros fins? Stileriel Hugrs Fision tnenos Aires 1941, INOVACSES € PERMANEHCLAS NA ARULTETURA CONTEMPORANES ANDRES MARTIN PASSARO / LATS BRONSTEIN PASSARO « "REVIVAL" ; onde a arquitetura procura um navo revivalismo da arquitetura cldssica. = "CONTEXTUALISHO" ; onde se busca una arquitetura regional, contextual, considerando o “logus". ~ "ECLETISNO" ; onde a mistura de elementos e simbolos conhecidos ¢ a postura predominante. = “ARQUITETURA COMO OBRA DE ARTE" 3 onde cada obra é tratada cono unica e irrepetivel, além de inovadora. « "NOVA ABSTRACSO FORMAL” ; onde a arquitetura € vista como um jogo de formas abstratas = "ALTA TECNOLOSIA" ; onde a estética High Tech ¢ 0 nico objetivo. Nesta classificag#o de Montaner, podemos agrupar as trés primeiras posturas dentro da idéia de permanéncia enunciada por Argan, © as tres Gltimas com as idéias de inovacdo. Dentro desta dtica de inovagto e permantncia, o trabalho pretende definir e desenvolver tadas as posturas arquiteténicas que est¥o por tras destas vistes. Fara esta comunicas%o, nos Limitarenos ao estudo de tras destas posturas, que 5% Contextualisso, Ecletisme 9 Novo Abstracionisao Formal. Considerando uma vise contemporanea, o trabalho parte da decada de 60, quando comecam a surgir novos questionamentos © propostas do fazer arquiteténico, em contraposic#o, ou como critica, A arquitetura moderna. Destacancs os dois autores que elaboraram teorias dentro desta problemitica. De ua lado Robert Venturi nos Estados Unidos com o seu Livro "Complexity and Contradiction in Architecture" e de outro Aldo Rossi na Itdlia com "L‘érchitettura della Citta", ambos lancados om 1966. Neles, os autores vio criticar o fazer da arquitetura moderna, @ proper uma outra maneira de abordagen do proieto, retomando a tradig#0 Classica, os simbolos, significados mendria coletiva do lugar. Estes conceitos vio se optr aos ideais moderncs, @ ser&o o8 primeiros passes do que mais tarde se denominou de arquitetura das permanéncias. For outro lade, e quase dez anos mais tarde, Peter Eisenman Janga nos Estados Unidos o texto “0 fim do classico", onde propte uma retonada dos principios da "modernidade", se contrapondo aos escritos de Rossi e de Venturi. As teorias destes trés arquitetos, uma vez situadas em sous contextos histéricos e trazendo suas visGes até os dias de hoje, podem servir como instrumento para o desenvolvinento de usa consci€ncia critica na formag¥o do arquiteto, © para um melhor entendinento do quadra da arquitetura atual. INOVACRES & PERNANENCIAS NA ARGUITETURA CONTEMPORANEA ANDRGS MARTIN PASSARO / LATS BRONSTEIN PASSARO oO ECLETISHO Robert. Venturi, nos Estadas Unidos, vai protagonizar a rediscuss%e do caréter de permantncia na arquitetura, proponda uma mistura que retoma a valor hist6rico das construgtes, © da simbologia dos elementos de gosto popular. Em 1966 Venturi escreve "Coplexity and Contradiction in Architecture" onde marca 0 processo de contra~ataque & linguagem da arquitetura moderna ortadoxa. Nele o autor deciara seu gosto pela complexidade, contradic#o © ambiguidade na arquitetura © sua predileg’o pelos periados Maneirista , Barraco e Rococd. fA tomada de conscigncia do passado ¢ considerada, para Venturi, racionalmente como precedente. Ressalta que ao redescabrir alguns aspectos em obras antigas, nxo se deseja copiar suas formas , © sim enriquecer amplamente novas sensibilidades. Venturi ent®o se encanta pelas fachadas das cidados italianas, onde julga encontrar tenses entre o interior e © exterior, gerando com isto inumeraveis ® admiriveis solucoes. “Estas fachadas, com seus ajustes interminaveis aos requerimentos contraditerios do interior e do exterior, e com sua adaptas¥o a todos cs aspectos da vida cotidiana, n%o so essencialnente esculturas em anplas paisagens, sendo contedores espaciais que definem por sua vez, ruas e pragas.” (3) Venturi @ contra a simplificasyo ( n¥o confundir simplicidade ) em fung¥o da pureza formal. @ supressa¥a dos problemas inerentes a cada programa, diz ele, empobrece a argquitetura © retira dela a sua chance de refleti-los pelos aais fascinantes ados. Contra a maxima de Mies “Less is more", Venturi bombardeia "Less is a bore", oo sem antes discorrer, ponto a ponte, sua posicxo diametralmente oposta a da "Linguagen puritano-noral da arquitetura moderna." (4) (3) FEATURE, Robert, "Conplejidad y Contradicctdn en La Arquitectera’ ef Gustavo Gili Earcelena 1974, fe e¢ 1Mbb, (4) tonnes INOVACES E PERMANENCTAS NA AROUTTETURA CONTEMPORANES ANDRES MARTIN PASSARO / LATS BRONSTEIN PASSARO Porén nea sé de Ithlia se inspira Venturi. A paisagem urbana americana também participa de seu repertério através de sua admirag#o pela cultura e aanifestactes populares. Contemporaneo dos artistas Fop, Venturi oxalta a validade destas manifestagdes. Em seu artigo de 1965 intitulado " 4 justification for a Pop Architecture", Venturi diz que " a arquitetura pop pode ser 8 verdadeira expresc%o, de um modo indireto, da invers¥o da escala de valores da propria sociedade. Se a nossa experi@ncia ¢ complexa e contraditéria, © 0 programa em arquitetura & complexo @ contraditério, nossa arquitetura deve refletir isto." (5) fA cidade, para Venturi, também deve ser o local aglutinador das tradisfes de uma populagao. En co-autoria com Denise Scott Bown © Steven Izencur, Robert Ventur eve, om 1977, "Learning from Las Vegas", onde, através da andlise do simbolismo da forma arguitetinica da paisagem urbana desta cidade, buscam uma maneira mais conpreensiva e menos autoritaria para os projetos a serem feitos, tante para a renovag#e dos centros urbanos, quanto para as novas urbanizagtas." (6) Ds valores sociais @ econdmicos de Las Vegas, frisam, nfo ronstituem ponto de discuesto deste livro. 9 simbolismo da forma arquitetinica sim. € dizen: " Aprender da paisagem existente 6 a maneira de ser um arquiteto revoluciondrio." (7) Em seu artiga de 1971 intitwlado “Learning from Pop*s Denise Scott Brown reforsa a necessidade dos arquitetos olharem para a paisagem popular cnao fonte de infornaches © diz que existe uma “irania no fato de a cultura "popular" e a paisagem “popular” nao serem populares para aque%es que decidem sobre a renovasao da cidade @ sobre o alojamento da classe pob: 8) A cidade de Las Vegas que, mesmo tendo sido construfda no meio do desarto, j4 na década de 70 era conhecida como uma cidade vibrante, cheia de luzes, ast e intensa vida comercial (como o é até hoje}. Os subterfugios visuais utilizados pelos proprietérios dos intmeros estabelecimentos comerciais ¢ que materializaram aste “odsis eletrénico". & atrasio principal despertada nos autores de Learning from Las Vegas reside principalmente neste conjunto de apelos visuais @ simbdlicas ai encontrados, que tazem a5 pessoas esqueceren, por alguns momentos, que est&o no meio do nada. (5) VENTURE, ert, *H justification for a op architecture” io Arts and Arhitectere. apr 65, p22 6) NEAT, Reberd, SCOTS ROBE, Denise. IEBO, Seven. “igretienfe de Las Uguct ad 65, Barcelone 178 fa ed 1977 a) sees (8) SCOTT See, Fe 2, "Learning frat Pept in casabolla a, 389/900 asifjes INGUACKES E PERMANENCIAS NA ARUITETURA CONTEMPORANES ANDRES MARTIN PASSARO / LAIS BRONSTEIN PASSARO fA busca pelo verdadeire simbolismo americano, para os autores, vai se dar n¥o sé através da compreens& da linguagem contida’ nos "strips" comerciais. A abservacto atenta dos sublirbios residenciais também se mostra imprenscidivel, visto que estes s¥o ‘atratives mais de um ponto de vista simbdlico que formalista, e que representam as aspiracdes de quase todos norteanericanos, incluidos os moradores das habitactes de baixa renda a maior parte da maioria branca silenciosa. Nesta ética nossa Roma ser Los Angeles @ nossa Florensa, Las Vegas." (9) A anpla utilizacxo de informactes simbélicas agregadas As formas arquiteténicas, leva os autores a caracterizar dois tipos de nanifestactes da imagem construida : o PATO e@ o GALFa0 DECORABO. 0 PATO 6 a classe de edificio que se converte em escultura onde “os sistemas arquiteténicos de espago, estrutura e programa fican afogados © distorcidos por wma forma simbélica global*.(10) (0 terme PATO deriva de ua drive-in existente em Long Island que possui a forma de un pato). 0 GALP2O DECORADO @ 0 edificio onde "o sistema de espaco © estrutura estao diretamente & servico do programa, © 0 ornamento @ aplicado independentenente dastes. 0 PATO @ este edificio especial que € um sfmbolo; o GALFYO DECORADO € 0 refagio convencional que APLICA simbolos.” (11) A grande critica reservada aos arquitetos modernos neste Livro é que, ao fugirem do simbolismo na arquitetura © evocaren suas formas através da estrutura e fung&o, estes arquitetos nsforaaran seus edificios num grande simbola. “Ao substituir a decoracopela “articulagao", se converteram (os edificios) aun grande PATO. (12) (9) VERTORL, SCOTT, 12EHHR, op, cit (1) Ise (4) BEF 2) Tang TNOVACBES E PERMANONCIAS NA ARQUITETURA CONTENPORANEA ANDRES MARTIN PASSARO / LAIS BRONSTEIN PASSARO Qs autores déefendem o simbolismo adotado na solusto do GALPXO DECORADO por pensarem "n¥o ser este mais o tempo, nem o contexto, para uma “comunicas%o heréica" através de uma arquitetura pura. Cada meio tom sua @poca-(.-.) @ iconogratia os aeios mistos da arquitetura comercial das autopistas mostrarxo © caminho, se @ que quereaos vé~la." (13) Robert Venturi, com estes dois livros, legitimiza o uso de referencias historicas, e restitui o respeito ao gosto popular. & histéria e a simbologia popular urbana sto novanente admiradas, © suas citacdes 4 se tornam peraitidas. No momento do surginente dos Estados Unidos como nacto, a arquitetura neoclassica praticada na Europa, principalmente o sistema Beaux-Arts franc®s, se configurou como a genuina arquitetura americana. A permiss& para novamente utilizar plementos @ referencias histéricas em suas obras, feita por Venturi, vem de encontro aos desejos nacionalistas da sociedade americana de ver representada a sua verdadeira arquitetura, t¥0 esquecida pelos arquitetos modernos. Como coloca Denise Scott Broun, " pela princira vez em um longo perdodo é permitido ao passado arquitetbnico americana inspirar o presente.(...) Venturi $ um dos poucos arquitetos que buscam bases genuinas para ul arquitetura civil baseada nas necessidades de nossos tempos." (14) (13) WEATURL, SCOTT, TZEROUR, op. cit, (14) SCOTT $8084, Derise, *Tese 19, Porspects 10, and the present state of architectural theory" ia The Journal of the toerican Eastitate of Planers’, jan $7, p42-50 TNOVACUES E PERNANGNCIAS NA AROUITETURA CONTEMPORANEA ANDRES HARTAN PASSARO / LATS BRONSTEIN PASSARO CONTEXTUALISHO Se torna usa tarefa dificil separar as origens do contextualismo © do revivalisma. Pode-se dizer que ambas surgiran a partir dos escrites de Aldo Rossi no seu livro "“L“Architettura della citta" de 1966, Mas, se por um lado o contextualismo utilizou estas propostas, o revivalismo radicalizou-as. Rossi parte da critica do que dancmina de "funcionalisno ingénuo" , onde considera que a proposta modernista do fazer arquitetonico, a partir das quatro fungdes basicas (trabalhar, cominicar, habitar @ lazer) é um ponto de partida falho. fle considera que n&o sé de funcdes vive o homem, que a arquitetura exige algo mais. Para ele # impossivel “reduzir a estrutura dos fatos urbanos a um problema de organizag#o de algunas funcdes mais cu menos importantes" (15) Para destruir a tese do funcionalismo, onde as necessidades s%0 determinantes do prograna, originando assim a forma do edificio, ele coloca cono exemplo prédios que foran construidos para uma determinada fung&o e que com o passar do tempo, alojaran outras fung8es muito diferentes das originais, como por exemplo, escolas transformadas em hospitais, @ outros. Qutra postura critica em relag¥o ao movimento moderna estd na abordagem do proieto a partir do "genius loci* ou do lugar. Onde 9 movimento moderna fazia tabula rasa como conceito de lugar, Rossi propfe extrair as caracteristicas essenciais deste, para obter um resultado "tipico”. A principal preocupasao de Rossi ¢ como tempo. Ele tenta ler a cidade cone a resultado do processso histérico feito “camada por camada", na sua gfnese evolutiva. Se preacupa também com a idéia de permanéncia, no sentidc de permanecer no tempo, “deixar cair algo mou sobre a toalha usada da altima ceia" (16). A historia como eternidade, é que vai fazer Rossi criticar as propostas de inovagdes das vanguardas, ele considera a arguitetura como uma ganeira de sobrevivéncia dos homens. US) ROGGE Ago. "La arqitectura de Ta iadad.t on ct, 18) RESSE, Aldo *Eatobicgrafie cientifica™ of Gustavo Sili 1901 HIT Press, Candridye, Loc FAUES?. TNOVACBES E PERMANBHCIAS HA ARQUITETURA COHTEMPORANEA ANDRES MARTIN PASSARO / LATS BRONSTEIN PASSARO Dentro destas perspectivas do lugar e@ da histéria, Rossi vai propor o fazer arquitetonico baseado nas tipologias edificatorias" onde as referencias ao passado, ao existente, @ a "imagen" da cidade sXo pontos a serem senpre considerados. 0 tipo como imagem identificavel através dos tempos vai ser o método de trabalho adotado por dele. Rossi fala en cidade angloga, e diz que o tipo & uaa esséncia dessa cidade a qual ele quer continuar representando. Cita como exenplo um quadre do Canaletto de uma paisagen de Veneza, onde numa artimanha ele desenha parte da cidade com trés edificios reprasentativos desta, @ com seus canais. 0 quadro ¢ a esstncia de Veneza, nas cabe uma sutilezas os trés edificios, neste quadro est#o préxiaos uns dos outros formando parte da mesma paisagen, @as na realidade, cada edificio retratado esta situada en un extreno diferente da cidade. E esta imagen da cidade, e ¢ esta a esstncia que ele tenta resgatar para fazer a sua sintese de "cidade andloga". A cara de Veneza esté at representada, Assia sendo, esta serd a images, ou este serd o tipo a ser considerado na elaboracao do seu projeto. Rossi quando fala em tipo fala em essénciay n¥o como um determinante formal, mas como um guia @ ser seguido, una consideracto a ser refletida. Para ele o tipo no ten uma forma rigida pré-estabelecida. Para fazer as leituras da cidade através das tipologias, Rossi vai se valer de um esquema de trabalho envolvendo varias teorias j4 elaboradas. Valendo-se da teoria de Francesco Milizia "Principi di architettura civile” 1852, Rossi vai distinguir os tipos de edificios puiblicos e privados. A preocupagto com as perman@ncias através da forma da cidade com suas épocas e civilizactes vai surgir da teoria de fiarcel PoBte “Introduction a l‘urbanisme, l’evolution des villes, la legon de l’antiquete" Faris, 195@. E por Ultimo ele se utiliza da teoria de Tricart, J. "Cours de géographie humaine" Faris, 1943 para relacionar os fatos sociais com os fatos urbanos. Estas idéias de Rossi,classificadas hoje como contextuais, porque consideran o meio, o lugar, a histéria e as esstncias do lugar, s%o as priaeiras, juntamente con as de Venturi, a questionarem a validade das idéias do movimento moderna. INOVACRES E PERNANENCIAS NA ARGUITETURA CONTEMPORANER ANDRES HARTAN PASSARD / LAIS BRONSTEIN PASSARC NoVA ABSTRACAO FORMAL A postura da HOVA ABSTRACHO tem Peter Eisenman coma o seu maior tedrico. fle parte da critica aos pracedimentos convencionais do projetos representasdo, razko e historia. (17) Representasxo enquanto significado, que para ele vai ser imposto pelo honem. Raz¥o enquanto verdade, que também vai ser definida pelo home. E por vltiso a Histéria cono antiguidade, a qual vai ter un juizo de valor de acordo com os ideais humanos. 4 critica est4 fundamentada na “condig#o efémera do homem", onde senda este apenas um passageiro neste mundo, Eisenman no ve sentido em considera-1o, precurando, desta maneira dar um valor autonono aos objetos. & teoria de Eisenman {de acords com Otilia Arantes e Josep Montaner (18)} estA centrada no cinisma, niilismo, onipresensa da norte edo fim do pensanenta estruturalista e pos-estruturalista (Foucault, Lévi-Strauss 2 Derrida). "0 mundo conecou sen o honem @ acabaré sem ele” (19). Este pensasento relega o homem-usuario para um segundo plano, onde o importante s%o as estruturas © a sua leitura auténoma. Eisenman com sua proposta niilista, vai determinar uma negacto e€ uma ruptura cam os cééigos e significados. Ele vai pOr uma nova era “anti-cléssica", onde os cédigos precisam ser revistos. @ atemporalidade @ indiscutivel no pensamento de Eisenaan. Ele nXo vai querer representar um tempo porque no tem a preocupacxo que este peraaneca. A condigdo da efemeridade no ve a necessidade da representac¥o da eternidade. Para qué uaa preocupac%o com as permanéncias e com a eternidade, seo homem no o 8? Vazio de passado de presente e de futuro, s% o5 fundanentos da sua arquitetura. Dentro desta concepe¥o do mundo, €isenaan vai apoiar~se na “arte conceitual” onde o que interesa é uma leitura do processo de criag¥o (do conceite), o@ que o leva a valorizar n¥o 0 objeto final, mas sin este processo @ as leis que o originarac. (17) EISEHEEN, Peter “fine del classice, fine della fine," in L'ARCHITETTURA 81-386 1987. Loc FAUUSP, 12) ARAMTES, OLElia, "0 lugar da. arqeitetura depois dos aedernos', edasp 1993. Loc FAISP. TOIAMER, Josep Faria, "Después del aovinietto oodecoo, arqeitectars de La segunda sited del siglo XX", ed Gustavo Gili 1953. Lac prop (19) LEvT-STRAUSS, Cha Tropicost ef Universidade de Buenos hives 1970. in Seataner op. cit. TNOVACSES E PERNANGNCIAS NA ARQUITETURA CONTENPORSNEA ANDRES MARTIN PASSARO / LAIS ERONSTEIN PassARD Eisenman parte inicialmente da decomposi¢zo formal de corpos, geralmente prism&ticos, decompondo~os a partir de dobraduras @ de intersectes com planos, retas ¢ outros corpos, continuando assim em uma transformas#o sucessiva quase que infinita, onde o resultado final na 6 um produto desta transformasio © sim uma parada qum ponta arbitrario desta Gucess%o infinita. A idéia do processa @ sempre o mais importante. Por isso as obras de Eisenman sempre est¥o acompanhadas de esquemas formais de deconposi¢&a. Esta sucess¥o de esquenas @ considerada t20 importante que auitas vezes vai ser enfatizada em detrimento do usuério, projetando quartos onde n¥o Gabon 05 méveis, escadas invertidas que ocupam um lugar preciosa ate. A idéia de obra / projeto asté também com papéis invertido: 0 projeto como leitura convencional se torna incompreensivel sen 9 acompanhamento da maquete ou obra. A leitura do projeto, desta pangira, se d& através da obra. A nova era anti-cldssica proposta por Eisenman vai determinar uma nova ordes. Os cédigos, simbolos © significados. ten que ser reinventados, © dentro da proposta de nova ordem, 0 objetivo @ inovar, surpreender @ experiaentar. Neste ponto @ que 0s ideais de Eisenman tem alguma coisa de vanguarda, neste sentido das inovacdes e das rupturas radicais, igualmente cono sucedeu com as vanguardas do comego deste século. As prapostas de Eisenman (20) surgem como contrapartida aos escritos de Rossi e de Yenturi, onde se propunha uma volta aos valores cldssicos. Desta saneira ele vai se colocar em posicXo posta a estes pensamentos, dentro do terreno das inovastes se alinhando con as opinites de Jurgen Habermas no seu escrito "A modernidade: um proieto inacabado” de 1980, onde o autor propoe uma retomada dos ideais das vanguardas. (26) FISERNAK, Peter. "Hotes an conceptual architectare® in Besign Quarterly 7#-7F 1970, Loc FAUUSP, + TPost-Furctionaisat in Opporitions 6 1974. Loe FHIUEP. "Hine del classito, fine della tine? op. cit, IHOVAGRES E PERMANENCIAS NA ARQUITETURA CONTEMPORANEA ANDRES MARTIN PASSARO / LAIS BRONSTEIN PASSARO CONCLUSBES © Levantamento destas trés correntes de opinives dentro da arquitetura 0 inicio de uma reflexdo critica a respeita do que vem sendo feito no panorama atual arquitettnica. Nao resta divida que o recorte proposte por este trabalho deixa varias lacunas, porém estas sero objeto de estudo em um monento proxino. Esta comunicaste também se liaitou ao estudo dos tres arquitetos que forfularan as teorias, dos “mostres", no procurando com isto enumerar os arquitetos seguidores de cada uma desta posturas. Esta classificas%o poderia acarretar um erro uma ver gue, 4 medida que nos aproxinamos da arquitetura feita nestes G1timos dias, carecemos de um espaco de tempo maior para uma refloke critica. : Meso assim, este trabalho ¢ uma primeira tentativa de abordagen do fazer arquiteténico contempordnes. © que se pide verificar ao elaborar este estudo € que no final deste século, igualmente ao século passado, existem auitas indefinictes quanto ao @stabeleciaento desta ou — daquela tendéncia. 0 fato constante ainda reside no conflito INOVACAES X PERWANENCIAS, poréa sen férmulas definidas, nem solucdes definitivas.

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