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O espao como personagem

O espao como personagem da narrativa. Mesmo quando o espao no


quase um protagonista (Grande Serto: Veredas ou Cidade de Deus, por
exemplo), ele deve ser escolhidos com critrio e preciso pelo autor, sendo
verossmil ao restante da histria, do narrador ao enredo. Sua escolha to
importante quanto a escolha do enredo ou das personagens que iro
conviver com o protagonista.

No texto no-ficcional, caso o espao seja importante ele deve ser tratado
como uma personagem, referido no texto naquilo que houver de mais
singular e importante. O maior exemplo a grande reportagem Os Sertes,
de Euclides da Cunha, em que o espao tornou-se uma das trs partes do
texto.

H diversas classificaes para o espao, a que mais utilizo a do espao


aberto X o espao fechado. Textos mais intimistas costumam privilegiar o
espao fechado (em especial a casa do indivduo), assim como os romances
romnticos e realistas. Textos mais antigos (clssicos gregos, Dom Quixote)
privilegiam o espao aberto.

Algumas obras, especialmente no cinema, trabalham de forma consciente a


distino entre espao aberto e fechado. Em Labirinto do Fauno, triste
histria de uma criana espanhola contada de forma mgica, o espao
fechado o espao da casa do malvado padrasto, o espao do medo,
mesmo quando em contato com o mgico.

J o lado de fora da casa o espao de fuga, onde esto os


revolucionrios e onde est o labirinto. Apenas na ltima cena que
espao aberto e fechado se misturam, no mesmo momento em que se
misturam tambm o mundo realista e o mundo mgico.

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