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0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. https://wwwtecconcursos.com.br] MENU Administracao Publica (https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205) Organizacao da Sociedade, do Estado, do Governo e da Administragao Publica Sociedade, Estado, Governo e Administra¢ao Publica: conceitos, caracteristicas e evolugéo 1 Sociedade O termo sociedade, nas diversas concepcées levantadas, origina o que hoje comumente utilizamos como sinénimo da expresséo: “sociedade civil”. Logo, sociedade é um termo mais amplo e que inclui “sociedade civil”. Para uma conceituagao mais precisa, necessitamos considerar a perspectiva do Estado, ou seja, definindo o que é sociedade incluindo ou nao a presenga do Estado. € por isso que Norberto Bobbio|1| apresenta-nos um conceito cial negativo de sociedade em sua obra, ou seja, nao incluindo o Estado, Vejamos: “Negativamente, por ‘sociedade civil’ entende-se a esfera das rela¢ées sociais ndo reguladas pelo Estado, entendido restritivamente e quase sempre também polemicamente como 0 conjunto dos aparatos que num sistema social organizado exercem 0 poder coativo” (grifou-se). Agora, vejamos 0 que o autor propée para a definigao positiva de sociedade: “Mais dificil dar uma definigao positiva de ‘sociedade civil’ (. ). Numa primeira aproxima¢ao pode-se dizer que a sociedade civil éo lugar onde surgem e se desenvolvem os conflitos econémicos, sociais, ideoldgicos, religiosos, que as instituigées estatais tém 0 dever de resolver ou através da mediagdo ou através da repressio” (grifou-se). Resumindo, 0 significado de sociedade é usado, atualmente, em diversos dos discursos sociais e politicos, conforme diferenciagao de outros “tipos” de sociedade (doméstica, natural, religiosa, etc). Assim, 0 conceito tem sido reformulado por filésofos significativos, destacando-se Hobbes, Locke, Rousseau, Ferguson, Smith, Kant, Hegel, Tocqueville, Marx, Gramsci e, contemporaneamente, Arato e Cohen. Visto de uma perspectiva histérica, 0 conceito de sociedade civil, que para Hobbes, Locke, Rousseau e Ferguson, por exemplo, era sindnimo de Estado - em oposigao ao “estado de natureza” -, passa a ser visto, @® — 4 (10273) (10272) Buorrrerercicionn) & Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 vee ovea017 TEC Cnersos- Quests para concur sos, rova, eli, simado com a nogao neoliberal contemporanea, em oposicao ao Estado - ou seja, o reino da eficiéncia frente & ineficiéncia que é inerente a intervenco estatal. éa parte da sociedade que esté fora do aparelho do Estado, ou seja, é a organizaco social. Nas palavras de Luiz Carlos Bresser Pereira, nas democracias, "um Estado forte, com capacidade de controle social, exige uma sociedade civil forte, com igual capacidade de controle social”. 0 Estado, em estrito senso, é entendido como Sociedade Politica (os Trés Poderes - Legislativo, Executivo e Judiciério, 0 Direito, os érgdos de seguranca; um pacto de dominagéo). Num sentido amplo, ele é composto da Sociedade Politica e da Sociedade Civil (esta abrangendo o espaco de direc0 intelectual e moral da sociedade, lugar de conflito e consenso entre as classes soci: conjunto de instdncias privadas). Devemos entender que uma sociedade civil forte nao é uma sociedade alheia ao Estado; deve ¢ estar integrada no Estado e atuante no proceso de orientar a forma pela qual esse Estado ¢ governado e reformado, Inicialmente, apresentamos um conceito de sociedade civil aliado ao de Estado. Portanto, como ja afirmado, -a enraizada nos ser 0. como si esse conceito po 10 de Estado, como uma comunidade pol principios da cidadania. Logo, analisando os tedricos dessa época, qual seja, até o século XVIII, a preocupacdo comum era a de examinar as condigdes sob as quais os seres humanos poderiam escapar do Estado de natureza e entrar em uma forma contratual de governo baseada na regra da lei, isto é, em uma sociedade civil. Nesse cenério, temos que o termo sociedade civil denotaria um novo estigio na evolucao do governo e da civilidade humana. Considerando que a origem da palavra sociedade vem do latim societas, uma “associagao amistosa com duos, outros’, descrevemnos sociedade da seguinte forma: em sentido amplo, é uma reuniao de indi povos, nagées etc; em sentido estrito, é um grupo de pessoas que tem a mesma cultura e tradigées, estando localizados no mesmo espaco e tempo. Estado 2.1. Conceito, Teorias da Origem e Elementos Constitutivos = = Bioazrrexercicio-i) # @D 4 (10273) (20272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 284 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. E consenso que a palavra “Estado” se difundiu pela obra “O Principe"[2) de Nicolau Maquiavel. Assim inicia- seo seu texto (grifou-se): “Todas os estados, todos os dominios que imperaram e imperam sobre os homens, foram eso ou republicas ou principado: No entanto, conforme palavras de Bobbio (1987)[3, “/sto ndo quer dizer que a palavra tenha sido introduzida por Maquiavel. Minuciosas e amplas pesquisas sobre o uso de ‘Estado’ na linguagem do Quatrocentos e do Quinhentos mostram que a passagem do significado corrente do termo status de ‘situa¢ao’ para ‘Estado’ no sentido moderno da palavra, jé ocorrera, através do isolamento do primeiro termo da expressao cléssica status rei publicas. 0 préprio Maquiavel nao poderia ter escrito aquela frase exatamente no inicio da obra se a palavra em questao jé néo fosse de uso corrente’. (grifou-se) Apalavra “Estado” vem do latim status que significa posiggo e ordem. 0 Estado é uma figura politica criada pela vontade de uniao e desenvolvimento do homer, a fim de regulamentar e preservar o interesse piblico, Essa vontade de preservacao do bem comum delegou o poder a um tinico centro, o Estado. 0 Estado se distingue de outras instituicées sociais porque, ao ofertar servigos, realiza direitos. So Tomas de Aquino dizia que o Estado fora criado por Deus, ou seja, 0 Estado nao se originava do homem, da sociedade e da ordem social, e sim de uma figura maior que organizou o homem, transformando-o de homem-natural a homem-social. Em sentido contrario, Hobbes dizia que a humanidade vivia sem poder e sem organizagio, num estagio de “estado de natureza’, ou seja, o homem vivia em “estado de guerra”. Para que isso fosse evitado, propés a necessidade de “criagao do Estado” para controlar e reprimir o homem em seu “estado de natureza’. Quatro principais visdes sobre as teorias do Estado se destacam: 0 "Pluralismo", o "Marxismo', 0 “Anarquismo" eo “Institucionalismo’. O pluralismo, embora reconhecendo a existéncia de desigualdade, afirma que todos os grupos tém uma oportunidade para pressionar o Estado. A abordagem pluralista sugere que o Estado o resultado de press6es aplicadas por uma variedade de interesses organizados. O marxismo, em sintese, afirma que o papel do Estado é determinado ou relacionado ao seu papel nas sociedades capitalistas. Eles concordam com Weber sobre o papel crucial na defini¢ao de coergao do Estado; no entanto, rejeitam as ideias liberais que consideram que o Estado é uma instituicao estabelecida no interesse coletivo da sociedade. 0 Estado pende fortemente para apoiar 0 capitalismo. A principal tarefa do Estado é a de proteger os direitos de propriedade sobre o meios de produgao. O anarquismo converge em muitos pontos com as ideias marxistas, porém é justamente na questo do Estado e da “ditadurdo proletariado" que ha as maiores contrayérsias Para os anarquistas, o Estado nao é = Gor irexcrcicioed) ee ee ass P o373) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 anes osa017 ‘TEC Concurses - Questées para concirsos, proves, estas, simulades necessério para a liberta¢o das classes subalternas (ou "classes trabalhadoras’, na denominaco marxista), constituindo inclusive mais um obstéculo entre o trabalhador e sua libertacao. Na visdo anarquista, o Estado deve ser eliminado juntamente com o poder do Capital, para que possa se viver um socialismo livre de qualquer coer¢o superior. Para os anarquistas, ndo é necessério que as classes trabalhadoras votem em seus representantes ou que se organizem para tomar o poder, mas é crucial que se organizem para destruir o poder de qualquer instituic3o centralizada, de qualquer autoridade ou de qualquer coersao. Por fim, o institucionalismo afirma que o Estado nao é um "instrumento" ou um "espago” e nao "funcao" ni interesse de uma Unica classe. Uma vez que o Estado controla os meios de coergao e, dada a dependéncia de muitos grupos da sociedade civil do Estado para a realizago de objetivos que podem cair, em certa medida 0 Estado pode impor suas préprias preferéncias e influéncias sobre a sociedade civil Abre-se um paréntese para a apresentacao das teorias de origem do Estado. = Teoria da origem familiar do Estado: as mais antigas teorias sobre a origem do Estado remontam do desenvolvimento e ampliacao da familia. € a teoria de fundo biblico, pois se apoia na histéria da humanidade sobre um casal originario. Divide-se em duas correntes: — Corrente Patriarcal: Estado deriva de um niicleo familiar. A autoridade suprema pertencia ao varéo, mais velho, o patriarca, + Corrente Matriarcal: a primeira organiza¢ao familiar teria sido baseada na autoridade da mae. Assim, teria sido a mae a dirigente e autoridade suprema das primitivas familias. Entretanto, é a corrente patriarcal a que exerce crescente influéncia em todas as fases da evolugao histérica dos povos. = Teoria da origem contratual do Estado: o Estado se originou de uma convengao entre os membros da sociedade humana. Assim, o Estado foi constituido a partir de um contrato firmado entre as pessoas. Contrato, nesse caso, representa um acordo ou consenso, ndo um documento registrado. Nesse pacto social ou contrato nao hé completa auséncia de arbitrariedades. Hobbes, por exemplo, usou a tese do contrato para fazer a defesa do absolutismo, mas nao 0 identificou ao poder da realeza. Ele nega aos homens 0 direito de resisténcia a tirania do soberano, mas se uma revolucio triunfar, é porque o soberano nao soube cumprir os deveres que o pacto politico Ihe impunha. Essa teoria defende que o Estado se originou de um consenso das pessoas em torno de alguns elementos essenciais para garantir a existéncia social. Trés pensadores se destacam na reflexao dessa teoria: Hobbes, Locke ¢ Rousseau. = Blaoarrererciciorr) S wl @ 4 (10273) Dd (20272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 ane 0032017 ‘TEC Coneurscs - Qussdes para corcisos, provas, estas, simula. + Hobbes (1588-1679) acreditava que o contrato era produto do lobo do proprio homem. Hé no homem um desejo de destruicéo e de manter o dominio sobre o seu semelhante (competico constante, estado de guerra). Por isso, torna-se necessério existir um poder que esteja acima das pessoas individualmente para que o “estado de guerra” seja controlado. Em suma, o Estado surge para controlar os “instintos de lobo” do ser humano, Para que isso ocorra, é necessdrio que o soberano tenha amplos poderes sobre os stiditos; portanto, os cidadaos devem transferir o seu poder ao governante, que iré agir como soberano absoluto a fim de manter a ordem. Hobbes afirma que um Estado foi instituido quando uma multidao de homens concordam e pactuam, cada um com cada um dos outros, que a qualquer homem ou assembleia de homens a quem seja atribuido pela maioria o direito de representar a pessoa de todos eles (ou seja, de ser seu representante), todos sem excego, tanto os que votaram a favor dele como os que votaram contra ele, deverdo autorizar todos os atos e de 35es desse homem ou assembléia de homens, tal como se fossem seus préprios atos e decisdes, a fim de viverem em paz uns com os outros e serem protegidos dos restantes homens. — Locke (1632-1704), contrariando o principio de que o homem é o lobo do homem, afirmava que o Estado existia em fungdo da necessidade de uma instancia acima do julgamento parcial de cada cidadao, de acordo com os seus interesses. Assim, os cidados escolhem livremente o seu governante, delegando-the poder para conduzir o Estado. 0 Estado deve preservar o direito a liberdade e 8 propriedade privada. As leis devem ser expressdo da vontade da assembleia, ¢ nao fruto da vontade de um soberano. Cabe destacar que Locke era um opositor do absolutismo e da monarquia, indo contra qualquer tese desenvolvida em cima da premissa de um poder inato dos governantes. Para esse autor, a propriedade e os frutos do trabalho so conceitos centrais, para quem a finalidade do estado civil é a preservaco da propriedade. Dentro deste conceito nao se coloca apenas os bens ou posses do individuo, mas também sua vida e sua liberdade. E assim criado o Estado, para interpretar a lei natural, manter a ordem e a harmonia entre os homens e garantir o direito de propriedade. Estes, porém, ndo cedem, nao alienam seus direitos em favor do Estado, que neles deve respeitar os direitos naturais 8 vida, 8 liberdade e a propriedade. — Rousseau (1712-1778) considerava que o ser humano era essencialmente bor; no entanto, essa bondade era corrompida pela sociedade. Para esse tedrico, todo 0 poder tem sua origem do povo eem seu nome deve ser exercido. O governante é tio somente o representante do povo, recebendo desse a delegacao para exercer o poder. Rousseau defende que o Estado se origina de um pacto formado entre 08 cidadaos livres que renunciam as suas vontades individuais para garantir a realizago da vontade geral. Um tera muito interessante no pensamento politico de Rousseau é a questdo da democracia direta e da democracia representativa. A democracia direta supée a participacao de todo 0 povo na hora de tomar uma decisdo. A democracia representativa supée a escolha de pessoas para agirem em nome de toda a populacao no processo de gerenciamento das atividades comuns do Estado. SE Boorrrerercicionty) 4 @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 sri84 osa017 ‘TEC Concurses - Questées para concirsos, proves, estas, simulades = Teoria da origem violenta do Estado: essa teoria admitia que o Estado ou nascia da convengao, ou da “violéncia dos mais fortes”. Aqui o que dé origem ao Estado é a violéncia dos mais fortes. O objetivo maior de toda organizacao social é manter a dominacao dos vencedores sobre os vencidos e, simultaneamente, proteger o conjunto de ameagas externas. Também aduz que a guerra - ¢ os seus horrores - é, quase sempre, © agente formador dos povos. CY Numa correlagéo com o acima exposto, Luiz Carlos Bresser Pereira, o grande icone da Reforma Gerencial no Brasil, indica trés teorias basicas disputam a compreensao do Estado: a histérica, a contratualista e a normativa. "A primeira, que tem origem em Aristételes, e passa por Vico, Hegel, e Marx, vé 0 Estado como um fenémeno histérico decorrente da luta pela apropriagao do excedente. Um grupo mais poderoso percebe que pode se apropriar desse excedente ndo apenas pelo exercicio da for¢a para impor a ordem e cobrar impostos, mas também através de um sistema administrativo e de comunicacdes que organize minimamente a producéo e a distribuicao sobre um determinado territ6rio, aproveitando assim os ganhos de eficiéncia decorrentes do comércio e da divisao do trabalho que essa ordem possibilita. Sua maior ou menor abrangéncia e estabilidade dependeré do estdgio de desenvolvimento do sistema administrativo e das comunicagées. Explica-se, assim, o surgimento dos primeiros Estados nas civilizagdes hidrograficas da Antiguidade. Sua geografia oferecia condigées particularmente favoréveis seja 4 produgéo de um excedente, seja 4 sua administracdo, e ds necessdrias comunicagées que a coordenagéo de qualquer sistema exige. JA as teorias contratualistas do Estado tém sua origem em Hobbes, que vai explicar 0 Estado a partir de um contrato voluntario, no qual os individuos cedem sua liberdade ao monarca absoluto e, portanto, 20 Estado, em troca da seguranca que este thes oferecers. Esta teoria, que teve seguidores ilustres como Locke, Rousseau e Kant, serd a origem da democracia moderna, na medida em que recusava uma quarta ‘teoria’ do Estado ~ aquela que atribuia 0 poder do monarca ao designio divino. Finalmente, as teorias normativas de Estado, ao invés de se preocuparem em explicé-lo, esto antes preocupadas em definir como o governo do Estado é e deve ser exercido, e estéo relacionadas principalmente com a tradi¢ao republicana que vem de Cicero e passa por Maquiavel, Montesquieu e ‘Madison’ In: INSTITUIGOES, BOM ESTADO, E REFORMA DA GESTAO PUBLICA. Ciro Biderman e Paulo Arvate (orgs.) Economia do Setor Publico no Brasil. $0 Paulo: Campus Elsevier, 2004. = Blaoarexerciciont) # @® — 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 anes 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. (CESPE/Analista de Infraestrutura-MPOG/2012) 0 Estado, de acordo com a teoria histérica do Estado, um fendmeno decorrente da luta pela apropriagao do excedente. Comentarios Segundo o autor mencionado, a teoria histérica do Estado vé o Estado como um fenémeno historico decorrente da luta pela apropriacao do excedente. Um grupo mais poderoso percebe que pode se apropriar desse excedente no apenas pelo exercicio da forca para impor a ordem e cobrar impostos, mas também através de um sistema administrativo e de comunicacdes que organize minimamente a producao e a distribui¢do sobre um determinado territério, Gabarito: Certo Citagao Doutrinaria Quanto 4 formagao histérica do Estado, a classificagao mais considerada é pelos modos: 1) originérias - a formagéo é inteiramente nova, nasce diretamente da popula¢ao e do pais, sem derivar de outro jé preexistente. Ou seja, se daria quando, sobre um territério que ndo pertencesse a nenhum Estado, uma populagéo se organizasse politicamente. No mundo atual, em que toda a superficie sélida do globo esté dividida em Estados, é impossivel esse processo de formacao; 1) secundérios - quando varios Estados se unem para formar um novo Estado, ou quando um se fraciona para formar outros. Hd que se explicar, entretanto que o fracionamento deve ser por impulso interno; IN) derivados - quando a formagéo se produz por influéncia exterior, de outros Estados. Dentre esses ‘mods, a colonizagao é 0 mais geral e importante. AZAMBUJA, D... Introdu¢o a ciéncia politica. 7. ed. Rio de Janeiro: Globo, 1989. Antes de prosseguirmos, vale destacar alguns conceitos referentes ao termo "Estado" Monopélio da violéncia: expressao utilizada por Max Weber para a definigao de Estado. Uma iinica entidade, que € 0 Estado, pode exercer a autoridade, com o uso da violéncia, sobre determinado territério, Esse é um principio de todos os Estados modernos. 0 monopélio da violéncia legitima significa que emprego da Fh @ 4 (10273) Dd (20272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 784 S Boozrrererci ovea017 TEC Cnersos- Quests para concur sos, rova, eli, simado coersao é fungao de exclusiva competéncia de certos agentes do Estado - de uma organizacao ou de uma "maquina" institucional -e ndo de outros agentes da sociedade. Estado de Direito: conceito que parte do pressuposto de que nenhum individuo esta acima da lei. Os governos democriticos exercem a autoridade por meio da lei e esto eles proprios sujeitos as limitagdes impostas pela lei. Cabe ao Estado de direito uma preocupacao permanente (pelo menos do ponto de vista tedrico) com a promogao e preservacao da cidadania plena, a qual seria constituida pelos direitos civis, politicos e sociais. 0 Estado possui trés elementos constitutivos, sendo que a falta de qualquer um desses elementos descaracteriza a formagao do Estado|4|: povo, territério e soberania, Povo ¢ a populagao do Estado, considerada sob o aspecto puramente juridico, é 0 grupo humano encarado na sua integrago numa ordem estatal determinada, ¢ 0 conjunto de individuos sujeitos as mesmas leis, s80 05 siiditos, os cidad’os de um mesmo Estado (AZAMBUJA, 1997)|5] Faz-se necessario diferenciar povo de nago. Nacao é um grupo de individuos que se sentem unidos pela origem comum, pelos interesses comuns e, principal mente, por ideais e aspiragbes comuns. Povo é uma do entidade juridica; naco é uma entidade moral no sentido rigoroso da palavra. Na¢do é muita coisa m que povo, é uma comunidade de consciéncias, unidas por um sentimento complexo, indefinivel e poderosissimo: o patriotismo (AZAMBUJA, 1997)(6]. Oterritério é a base fisica, a porgao do globo por ele ocupada, que serve de limite a sua jurisdicao e the fornece recursos materiais. 0 territério é o pais propriamente dito, e, portanto, pais ndo se confunde com povo ou nagio, e nao é sindnimo de Estado, do qual constitui apenas um elemento (AZAMBUJA, 1997)[71. Ainda, complementa Kelsen (2000)|8 que “A unidade do territério de Estado e, portanto, a unidade territorial do Estado, é uma unidade juridica, ndo geografica ou natural. Porque o territério do Estado, na verdade, nada mais é que a esfera territorial de validade da ordem juridica chamada Estado”. Asoberania encontra-se vinculada ao territério, transportando a compreensao de ordem interna, com poder de impor determinagées e condigées, isto 6, regulamentar a ordem social interna, Aafirmacao de que a soberania é uma qualidade essencial do Estado significa que o Estado é uma autoridade suprema. A “autoridade” costuma ser definida como 0 direito ou poder de emitir comandos obrigatérios. 0 poder efetivo de forcar os outros a certa conduta nao basta para constituir uma autoridade|9). 2:2. Eseado LBA 7 2exercicio=l) @® — 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 ara 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Na Franca, as regalias e privilégios para poucos formulou uma situaco insustentavel, fazendo eclodir, em 1789, a Revolugao Francesa. No entanto, essa revolta no ocorreu apenas por meio da insatisfag3o dos camponeses, que exigiam liberdade e terra; na realidade, a burguesia (classe média) também sofria restricdes do Estado, principalmente quanto a busca pela expansao de riquezas. Assim atesta Souza (2008)|10|: “A Revolu¢do de 1789 instaura o liberalismo individualista no nivel institucional do Estado, limitando a atuagao absolutista que dominou a Idade Média, O fundamento politico aparente da Revolugdo era o alcance da certeza juridica, de poder garantir com firmeza os direitos do homem ¢ para tanto, era necessdria a instauracao da liberdade civit’ E correto dizer que a burguesia foi a que mais lucrou com a Revolugao Francesa, Apesar de nao possuir terras, tinha capital e desejava participar do poder politico. Pete Te SEELEY O exame do Cédigo Napoleénico deixa isso bem claro. Destinava-se evidentemente a proteger a propriedade no a feudal, mas a burguesa. 0 Cédigo tem cerca de 2.000 artigos, dos quais apenas 7 tratam do trabalho e cerca de 800 da propriedade privada. Os sindicatos e as greves séo proibidos, mas 4s associagGes de empregadores permitidas. Numa disputa judicial sobre salérios, o Cédigo determina que 0 depoimento de patréo, e ndo do empregado, é que deve ser levado em conta. O Cédigo foi feito pela burguesia e para a burguesia: foi feito pelos donos da propriedade para a protecao da propriedade. HUBERMAN, L. Histéria da riqueza do homem. 20 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1985. Portanto, a énfase nas relagées privadas estendeu-se por toda a Europa e foi muito bem acolhida pelos ansiosos das mesmas liberdades de contratar. Considera-se aqui o nascimento do capitalismo. Esse surge no como uma ideologia, mas como um sistema econémico, baseado no print livre investimento de capi Todo esse ciclo ocasionou uma acumulagao de capital, gerando grandes lucros para corporagées privadas, empreendedores individuais e o Estado, No entanto, como é de se perceber, 0 capital acumulado por si sé no seria capaz de promover a grande producao industrial capitalista; necessério se fez também a disponibilidade de mao-de-obra. Os camponeses perdem seus direitos 8 terra, sendo obrigados a partirem para as grandes cidades em busca da sobrevivéncia. = Baoazrexerci @® — 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 anes osa017 ‘TEC Concurses - Questées para concirsos, proves, estas, simulades ‘Apesar do incremento da tecnologia na producéo, crescia, cada vez mais, a disparidade das condigées de vida entre aqueles detentores de capital e os miseraveis trabalhadores, possuidores apenas da sua forca de trabalho, expostos a interminaveis jornadas de trabalho sob condicdes de extrema disciplina e insalubridade. 0 Estado Liberal inaugurado, de caracteristicas nao intervencionistas nas relagées juridicas privadas, fomentava uma igualdade apenas no plano formal e uma presungao de paridade entre as partes das referidas relagdes, retirando destes, ou melhor, da parte mais fragil, a esséncia da liberdade para realizar seus interesses. Logo, 0 conceito de liberdade trazido pelo Estado Liberal referia-se apenas a liberdade contratual, justificando o Estado minimo ou nao-intervencionista como forma de “protecao” da liberdade de cada individuo, Assim, insiste-se pelo entendimento de que, apesar dos fundamentos revolucionarios franceses estarem baseados nos direitos de liberdade e igualdade e no princi do nao intervencionismo estatal, © que se atesta é que nao havia isonomia na aplicagao destas diretrizes. Segundo Marmelstein (2008)[11], 0 discurso liberal era de mao dnica, ou seja, ndo valia para todos os, grupos sociais. Por exemplo, quando os trabalhadores reivindicavam melhores condi¢des de trabalho, 0 Estado esquecia a doutrina do /aissez-fairee extrapolava a proclamada condicao de espectador, colocando- se ao lado dos empresarios na repressiio aos movimentos sociais. Era comum o apoio das forcas policiais, para proteger as fabricas, perseguir e prender liderangas operarias, aprender jornais e destruir gréficas, demonstrando que até mesmo a tao enaltecida liberdade era somente de fachada. Quando essa liberdade (no caso, a liberdade de reuniao, de associacao e de expressdo dos trabalhadores) representava uma ameaa A estabilidade, o Estado passava a agir, intensamente, para impedir a mudanga social. Por isso, apesar de o Estado Liberal avancar no reconhecimento de direitos fundamentais do homem e da limitagao do poder do Estado, outros direitos precisavam garantir, também, a inclusao social de todos para a harmonia e desenvolvimento da prépria convivéncia social. 0 Estado de Bem-Estar resulta da reforma do modelo de Estado Liberal, na tentativa de superar as crises de legitimidade. E a jungo da tradicional garantia das liberdades indi juais com o reconhecimento, como direitos coletivos, de certos servicos sociais que o Estado providencia, intervindo na vida dos cidadaos e nos mecanismos de mercado, a fim de proporcionar oportunidades iguais a todos. Mesmo ja tendo langado Ancora na sociedade européia desde Bismarck (Alemanha), apenas na Inglaterra dos anos 1940 é que o termo Estado de Bem-Estar Social (Welfare State) ird concretizar o seu principio fundamentaBBise pHadiia Sexerdcigad indeséndeniffmentCda sud dna] todos Re AuOABbnas alguns) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 soe 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. 05 cidadaos teriam ito de ser protegidos contra situacées de dependéncia de longa duraco (velhice, invalidez) ou de curta (doenca, desemprego}. Assim, de acordo com os postulados centrais do Estado de Bem-Estar Social, qualquer pessoa teria direito a cobertura da saiide e da educacao piiblica (servicos piiblicos), bem como auxilio em caso de desemprego e outros beneficios (pagamentos em dinheiro}. O Estado de Bem-Estar ndo mantém a concepsao liberal de que a liberdade e o desenvolvimento das atividades privadas s6 podem ser garantidos através da limitacao das fungdes do Estado, Diante dessa realidade, o Estado passou a chamar para sia solucao dos problemas sociais emergentes, principalmente através de sua principal caracteristica, a intervencao direta nos dominios econémico, social e cultural. Por Estado de Bem-Estar, pode-se entender uma determinada concepgdo de conformacao estatal, baseada na intervencdo social e econdmica, Blas Guerrero e Verdi (1997)[12] lecionam que o Estado de Bem-Estar est assim caracterizado: § Peter e TELE 1. Aintervengéo do Estado na economia com 0 objetivo de manter 0 pleno emprego. Por sua vez, essa intervengdo & produzida através da criacéo de um setor publico econémico; 2.Aprestagéo ptiblica de um conjunto de servicos de carter universal (preferencialmente em setores como a educagéo, a satide, previdéncia e habitagao), que pretendem garantir um nivel minimo de servigos 4 populaco. A isso se pode acrescentar que a responsabilidade estatal na manutenco desse nivel minimo deve ser entendida como um direito endo como uma caridade publica para uma minoria. Precisamente, a seguridade social é uma das institui¢ées mais representativas do Estado de Bem-Estar. Portanto, com o Estado de Bem-Estar passou-se a prestacdo de servicos diretamente & populagdo (ou nas ja mencionadas areas da satide, educagao, habitacao e, principalmente, a seguridade, ou na previdéncia social, como aposentadorias, auxilio, saldrio-desemprego, afastamentos remunerados para tratamento de saiide, pensées, etc). Costuma-se dizer que o Estado de Bem-Estar caracteriza-se por ser fortemente ativo com as classes passivas, e passivo com as classes ativas, ou seja, fazendo alusao a pobres e ricos, nesta ordem. = & Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 ‘wie @ 4 (10273) (20272) 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Touchard (1970)[13] ressalta a evolucao do Estado de Bem-Estar atrelada a evolugdo geral da economia, da politica e mesmo da sociedade. Segundo ele, esta evolucdo teve trés fases: > a fase inicial, que vai de 1850 a 1925 quando comecam as articulagdes entre a responsabilidade social e a Democracia; > a fase de consolidagao, que se inicia a partir da crise de 1929 e promove a consolidacao da politica keynesiana, assim como numa confianga social mais ampla na intervengao do Estado e na legitimagao das garantias sociais em forma de direitos dos cidadaos; > a fase de repercussao, que se situa a partir do final da Segunda Guerra Mundial e que teve seu apogeu nas décadas de 1950 a 1970. Neste periodo, a principal caracteristica é a relacao que se estabelece entre investimento no ambito social e expanso econdmica. O tema do Estado de Bem-Estar Social (Welfare State) no Brasil é bastante polémico e controverso. Alguns autores consideram que esse modelo ndo se instalou no Brasil Para a corrente que enfatiza sua existéncia, esse sistema de protecao social brasileiro comeca a se estruturar a partir de 1930, sob o governo de Getulio Vargas e perdurando até 1970. Em um primeiro momento, objetivava a mediacao das relagdes entre os capitalistas e os trabalhadores, principalmente no campo previdencidrio, de modo a antecipar as reivindicagées trabalhistas. Citagao Doutrinaria ".. pode-se dizer que na historia brasileira, mesmo considerando suas especificidades, néo se constituiu um sistema de seguridade social préximo do modelo que ficou conhecido como welfare state. Talvez seja mais coerente considerar que, durante todo o proceso histérico de formacao e estruturacao das formas do Estado moderno no Brasil, ndo se tenha implementado mais do que apenas algumas politicas de bem-estar social". GOMES, Fébio Guedes Gomes. Conflito social e welfare state: Estado e desenvolvimento social no Brasil. Rev. Adm. Publica, vol.40, n° 2, Rio de Janeiro, Mar./Abr. 2006. No entanto, vejamos outro entendimento do autor Marcelo Medeiros, no texto "A Trajet6ria do Welfare State no Brasil: Papel Redistributivo das Politicas Sociais dos Anos 1930 aos Anos 1990", de 2001 e publicado pelo Ministério de Planejamento, Orgamento e Gestao, Citagao Doutrinari @ 4 (10273) (20272) = Baoarrexerci Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 roe osa017 ‘TEC Concurses - Questées para concirsos, proves, estas, simulades As circunstancias do surgimento e do desenvolvimento do Welfare State no Brasil séo diferentes das observadas nos paises aos quais as teorias mencionadas se referem. Além de ocorrer sob uma posi¢éo diferente na economia mundial, 0 processo de modernizaco brasileiro é marcadamente segmentado, com setores industriais modernos convivendo com setores tradicionais e com a economia agrario- exportadora. O controle do mercado para produtos industriais por meio de politicas de massificaco do consumo foi um aspecto secundario para um Estado preocupado com estratégias protecionistas, disponibilidade de insumos e investimentos em bens de capital e infra-estrutura. No periodo de industrializagao do Brasil, a possibilidade de se utilizar o Welfare State como instrumento de controle da demanda agregada era reduzida. Problemas de superproducao estavam muito mais relacionados ao comportamento do setor externo do que a flutua¢des nos niveis nacionais da demanda e onuimero restrito de trabalhadores beneficiados limitava a efetividade das politicas como mecanismo de expansao do consumo. No Brasil, o Welfare State surge a partir de decis6es autdrquicas e com carster predominantemente politico: regular aspectos relativos 4 organiza¢o dos trabalhadores assalariados dos setores modernos da economia e da burocracia. \Vejamos uma questo que cobra o segundo entendimento apresentado, (CESPE/AFC-TCU/2013) No Brasil, o estado de bem-estar social (welfare state) surgiu a partir de decisées autérquicas, com carater predominantemente politico. Comentérios Segundo o autor, no Brasil, o Welfare State surge a partir de decisées autérquicas e com cardter Ppredominantemente politico: regular aspectos relativos 4 organiza¢o dos trabalhadores assalariados dos setores modernos da economia e da burocracia. Gabarito: Certo 2.4, Estado Regulador (Estado-Interventor! = & Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 rae @ 4 (10273) (20272) osa017 ‘TEC Concurses - Questées para concirsos, proves, estas, simulades O inicio das discuss6es sobre um reforma do Estado debateu-se em torno do esgotamento do Estado de Bem Estar Social (Welfare State keynesiano), uma vez que a crise econémica colocou em xeque os mecanismos até entao utilizados para o controle e direcionamento dos desenvolvimentos econémico e social. 0 Estado Regulador é aquele em que se vislumbra uma atuagao indireta na economia e na sociedade, ‘sempre com 0 intuito de atender ao interesse coletivo. Pode-se dizer que se situa entre o Estado que se abstém (liberal) e o Estado que produz (social). Portanto, 0 Estado regulador é um modelo equilibrado, que procura reduzir a maquina estatal, mas ao mesmo tempo garantir os direitos fundamentais as pessoas, ainda que os servicos prestados o sejam por particulares atuando mediante delegagao estatal. Essa delegacao é vista como necessétia, jf que a complexidade da vida moderna eo aumento da demanda Por servicos é irreversivel, seja pelo crescimento populacional seja pelo aumento da quantidade de produtos ou servigos disponiveis no mercado. Dai, cabe ao Estado atuar em diversas frentes ou setores visando ao interesse publico; os servicos so delegados - pois 0 Estado nao mais os presta de forma direta. O Estado passa a regular nao sé aquelas atividades anteriormente por ele exercidas (atualmente exercida por particulares mediante delegacao estatal), mas também aquelas ja originariamente privadas (exercidas por particulares sem necessidade de delegacao estatal). 0 poder, entao, passa a ser exercido sobre um numero maior de atividades desenvolvidas por particulares - por isso Estado Regulador. No entanto, ¢ importante que se saiba que essa intervengao por parte do Estado regulador é feita com base em regras e princi jos que induzem o mercado a, além de perseguir seus lucros, satisfazer os interesses sociais em geral (a regulacdo busca efetivar varios valores socialmente relevantes). Isso ocorre por premiagdes, incentivos, indugées, restrigées, fiscalizagdes e punicdes. Observamos que 0 art. 174 da CF/88 prevé que o Estado, como agente normativo e regulador da atividade econémica, exerca as fungdes de fiscalizacao, incentivo e planejamento, fazendo com que este seja determinant para o setor piiblico e indicativo (ou motivador) para o setor privado. A parte grifada é para enfatizar o Estado deve retirar dos particulares, transferindo para a responsabilidade da comunidade, as atribuigdes que aqueles estejam em condicdes de cumprir por si mesmos. Ainda, destaca-se que a transi¢ao do Estado de Bem-Estar para o Estado Regulador provocou, por natural, a privatizacao de empresas estatais. A ideia original é louvavel. Porém, as criticas a tal processo de privatizacao dao-se por razées em que varios casos isso aconteceu por meio de financiamento puiblico. = Bao2rrexerciciont) # @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 wine 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Em sintese, as atividades que nao se enquadrem como exclusivamente estatais acabam sendo prestadas diretamente pelos particulares, inclusive por meio de parcerias com o chamado Terceiro Setor. Dé-se, dessa forma, um caréter publico as atividades que podem ser exercidas por particulares, inclusive sem delegacao estatal, mas que séo socialmente relevantes para a sociedade. £ o chamado proceso de publ 3. Governo 0 Governo pode ter sua defini¢ao dada como a condugao politica dada ao gerenciamento do Estado. No entanto, algumas reflexdes merecem uma analise mais pormenorizada. Canotilho (1999)[17] diz que o termo governo é plurissignificativo: Pelee DUE TET 60 complexo organizatério do Estado (conjunto de orgaos) ao qual é reconhecida competéncia de dirego politica (ex.: forma de governo); — conjunto de todos os érgaos que desempenham tarefas e fungées ndo enquadrdveis no “poder legislativo” eno “poder jurisdicional” (ex.: “poder executivo”); — 6rgéo constitucional de soberania com competéncia para a condugao da politica geral do pais superintendente na administracao publica. Por sua vez, precisamos verificar a construgdo entre Governo e Estado, e até que ponto ambos institutos se relacionam. Afungao do Governo é a “execucao”, como um elemento essencial da ordem democratica. Ela indica o todo da eficiéncia do Estado, a condugao politica do Estado, como direcao responsavel do todo da politica interna e externa. Quando as instituigdes estdo em crise, 0 Governo tem carater carismatico e sua eficacia depende do prestigio, do ascendente e das qualidades pessoais do chefe do Governo (LEVI, 2002)(18). Nesse caso, pode inclusive ocorrer menosprezo total a propria ordem constitucional formal. Mas mesmo aqui surge a necessidade de se criar nova ordem formal para tracar a conducao do Governo (LASSALLE, 2001)(19). Essa identidade entre Governo e Estado ganha espago com o Constitucionalismo moderno do século XVIIL Nesse tempo, 0 Liberalismo e o lluminismo tentar apregoar, por meio da realidade constitucional, a condugao da gestdo do Estado através da norma juridica, em contraponto a0 Estado Absolutista instalado. Com sso, nd se FEMA PHACRIREHUT anizalso do lado Peicos SABA bguiaX, 02™Bnbem Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 984 ovea017 TEC Cnersos- Quests para concur sos, rova, eli, simado Direitos e Garantias Fundamentais que protegem a pessoa humana contra a opressao estatal e que viram diretivas 8 questao governamental. Mesmo Estados que no seguem ou possuem aversao ao modelo Liberalista (como os socialistas, por exemplo) passam a adotar normas juridicas (constituigées) que prevejam a conducao do Governo que se instala, O certo é que, um mau governo pode ser corrigido pelas regras bem construidas de uma Constituigao e de seu sistema juridico; auséncia de governo pode significar algo muito grave, como a completa paralisia do Estado e pode levar a um colapso da propria sociedade. |sso tudo resume que o Governo é um dos principais, responsaveis pela boa conducdo do Estado e, por consequéncia, da propria sociedade. Outra distingao necessaria se dé com relagdo aos termos Governo e Admit istracao. Governo é 0 conjunto de érgios e de Poderes que se organizam para fins politicos e discricionérios para a concretizago dos objetivos do Estado. JéaAdmi tragao é o conjunto de drgéos técnicos instituidos para consecucao dos objetivos de Governo e constituidos para a efetivacao das politicas puiblicas. Eminentemente técnica porque nao pratica atos de governo, mas atos de execugao (atos administrativos).. Admi tra No Brasil, nossa Federa¢ao inclui as entidades com autonomia politica, administrativa e financeira, que so: a Unido, os Estados-membros, os Municipios e 0 Distrito Federal. As demais pessoas juridicas instituidas ou autorizadas por lei sao as autarquias, fundacdes, empresas publicas e as sociedades de economia mista, além das entidades paraestatais. Todo esse conjunto de entidades constitui a Administracao Publica em sentido instrumental amplo, ou seja, a Administragdo centralizada e a descentralizada, denominada direta e Portanto, apés a organizacao do Estado, segue-se com a organizagao da Administracdo, ou seja, a estruturacao legal das entidades e érgdos que irdo desempenhar as funcées, através de agentes publicos (pessoas fisicas) Aexpressao Administracao Publica pode assumir sentidos diversos, conforme o contexto em que esteja inserida. Vejamos: SE Boorresercicionty) 4 @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 rare 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, ects, simulates. Administraao Pablica Seni AMPLO RESTRITO Subjetivo, Organico ou | Orgaos governamentais| __ Apenas drgos Formal eadministrativos administrativos Objetivo, Material ou Fung6es politicas e Apenas funges Funcional administrativas administrativas O termo “Administracao Publica” envolve, em sentido amplo, além dos érgaos ¢ fungdes administrativas, os 6rgaos e fungdes politicas. Vamos, desde logo, entendermos as fungdes administrativas e as fungdes politicas (de Governo) As fungdes administrativas so complementares as leis. Sdo realizadas basicamente de forma vinculada, tivo da visando ao atendimentoconereto e direto do interesse da coletividade. O “concreto” é ponto di fungo legislativa, tipicamente abstrata. 0 “direto” tem como contraponto a fungo judicante, em que 0 exercicio da-se por provocacao do particular (principio da inércia ou demanda) J4 as fungées politicas (de Governo) so aquelas realizadas pela alta clipula da Administraco. Sdo de extrago constitucional, como o ato de declaragao de Guerra pelo chefe do Executivo Federal. Possuem como tragos marcantes a coordenacao, a diregao e o planejamento, Sao os nticleos do Estado, marcados pela maior discricionariedade, definidores das politicas publicas Acrescente-se que as fungdes politicas ou de Governo concentram-se, primariamente, nos Poderes Executivo € Legislativo. Isso mesmo, “primariamente”. Afinal, no Brasil, segundo 0 STF, o Judiciério, ainda que indiretamente, pode contribuir para a implementacao de politicas publicas. Sobre o tema, fiquem atentos a0 voto do Ministro Celso de Mello na ADPF 45/DF (reserva do possivel), do qual se extrai que o Poder Judiciario também tem missao politica, embora indireta. Breve trecho do voto, a seguir: ) PN Jurisprudéncia (...) ndo se mostrard licito, no entanto, ao Poder Puiblico, mediante indevida manipulacao de sua atividade financeira e/ou politico-administrativa, criar obstdculo artificial que revele o ilegitimo, arbitrdrio e censurdvel propésito de fraudar, de frustrar e de inviabilizar 0 estabelecimento ea preservagéo, em favor da pessoa e dos cidadaos, de condigées minimas de existéncia (..) a cléusula da reserva do possivel, ressalvada a ocorréncia de justo motivo, ndo poderd ser invocada, pelo Estado, com finalide e ir On ic 1d 2 alia eva. camera costes arent coreg negeagyig quando, Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 ri84 osnazo17 TEC Cnersos- Quests para concur sos, rova, eli, simado dessa conduta governamental negativa, puder resultar nulificagao ou, até mesmo, aniquilagao de direitos constitucionais impregnados de um sentido de essencial fundamentalidade. Citagao Doutrinaria Dirley da Cunha Junior: Aatividade administrativa é concreta, para diferencié-la da atividade abstrata do Estado, exercida pelo Poder Legislativo, que é elaborar leis. E, ademais, direta, para distingui-la da atividade indireta do Estado, desempenhada pelo Poder Judiciério, que, como um terceiro desinteressado e substituindo-se 4s partes, compée, nos casos concretos, os conflitos de interesse. No exercicio da fungéo administrativa no existe 0 cardter de substitutividade, pois havendo controvérsia em seu dmbito, é a propria Administragdo que torna a deciséo para dirimi-la. Finalmente, é imediata para separé-la da atividade social do Estado, que é mediata (por Hely Lopes Meirelles). ‘As fungées de governo séo aquelas que se relacionam com a superior gestéo da vida politica do Estado e indispensdvets & sua propria existéncia. Sao fungdes que implicam uma atividade de ordem superior referida 4 direcao suprema e geral do Estado em seu conjunto e em sua unidade, dirigida a determinar os fins da agao do Estado, a assinalar as diretrizes para as outras fung6es, buscando a unidade da soberania estatal. Séo exemplos: a iniciativa de leis pelo chefe do Executivo, a sango, o veto, a decretacdo de intervengao federal, bem assim as decis6es politicas que fixam diretrizes ou planos governamentais, que sdo executadas pela Administracdo Publica no desempenho da fun¢ao administrativa. As fungoes administrativas sao aquelas predispostas a gestao dos interesses da coletividade, através de comandos infralegais ou infraconstitucionais. WOES Rcd Analista/CVM - ESAF - 2010- Partindo-se do pressuposto de que a fungao politica ou de governo difere da fungdo administrativa, é correto afirmar que estado relacionadas(os) fun¢ao politica, exceto. a) comando b) coordenagao ) execugao d) diregao ©) PRB 027 2exerc Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 rae4 1 ¢ ® — 4 (10273) (10272) 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. A Administracao Publica, em sentido amplo objetivo, engloba o exercicio das fungées politicas e administrativas. As politicas, também chamadas de governo, sdo as encontradas, muitas das vezes, diretamente no texto constitucional, e dirigidas ao ciclo do planejamento, diregao, comando e coordenagao. As administrativas, por sua vez, so as atribuidas aos agentes administrativos em geral, aos quais, compete, muitas das vezes, asimples execucéo das politicas publicas tragadas pelos agentes politicos. As fungées administrativas do desempenhadas (executadas) pelos extratos mais técnicos da Administragéo. Gabarito: letra "C" Em relacao ao sentido subjetivo, organico ou formal, a expresso diz respeito aos sujeitos, aos entes que exercem a atividade administrativa (pessoas juridicas, érgaos e agentes publicos). Para identificar 0 aspecto organico, suficiente a seguinte pergunta:quem exerce a atividade? Jd o sentido obj nal designa a natureza da atividade, as fungées exercidas pelos, entes, caracterizando, portanto, a prépi fungdo administrativa, exercida predominantemente pelo Poder Executivo. Pergunta chave para identificacao do sentido: qual a atividade (fungdo) exercida? Apesar de ser dbvio, vale reforcar que no é apenas o Poder Executivo que edita atos administrativos. Todos os Poderes editam atos administrativos quando, por exemplo, abrem sindicancia, efetuam aquisigéo de bens, nomeiam um funcionario ouconcedem férias. A diferenca basica é que compete tipicamente ao Poder Executivo administrar, 20 passo que 0s outros Poderes, 20, exercerem atividades administrativas, encontram-se no desempenho de atribuigées atipicas. 0 Direito Administrativo, portanto, rege toda e qualquer atividade de administraco, provenha esta do Executivo, do Legislativo ou do Judiciario. Assim, no sentido subjetivo (ou formal ou orgénico, que séo vocdbulos sinénimos), a expresso Administragdo Publica abrange orgios, entidades ou agentes, que tenham por papel desempenhar tarefas administrativas do Estado. & Buorrrerercicionn) & @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 roe 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. ealizada) Poder de policia Servigo publico Eomento Intervencao Formal= OrGANICO = SuBsetivo (FOS) Funcionat= Materiat = Obsetivo (FuMOb) MET ret td AUFC - CESPE - 2011 - 0 direito administrativo tem como objeto atividades de administracao publica em sentido formal e material, englobando, inclusive, atividades exercidas por particulares, no integrantes da administracao piblica, no exercicio de delegacao de servigos piiblicos, Comentaric AAdministragao Publica, em sentido formal, refere-se 4 estrutura do Estado, ndo comportando, portanto, os organismos privados, como Organizagées Sociais e concessionarias de servicos puiblicos. Porém, as concessionérias, embora particulares (pessoas de Direito Privado), prestam servicos publicos, fazendo, assim, as vezes do Estado. E, materialmente, servico publico é de competéncia do Estado (6, a0 lado do fomento e poder de policia, um das fungées finalisticas do Estado-administrador). Logo, a Administra¢do Publica, em sentido material, contempla as atividades exercidas por particulares no exercicio da delegacao de servicos publicos. Gabarito: CERTO & Baozrrererci 1) Fe D4 (10273) Dd (20272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 res TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. fa, administracao publica consiste nas a lades levadas a efeito pelos érgaose agentes incumbidos de atender as necessidades da coletividade. Nesse contexto, a expresséo deve ser grafada com iniciais minéisculas, por se tratar efetivamente da atividade administrativa, a qual, ao lado da legislativa e da judi ia, forma uma das funcées tripartite do Estado. Sob o ponto de vista material, a administracao publica abarca as seguintes atividades finalisticas: fomento, policia administrativa, servico publico e intervengao. A seguir, breves explicagdes: fomento: refere-se & atividade administrativa de incentivo a iniciativa privada de utilidade ou interesse piblico, tais como o financiamento em condigées especiais, as desapropriagées que beneficiem entidades privadas desprovidas do intuito do lucro e que executem atividades Utes & coletividade. ja administrati istrativas restritivas ao exercicio de N- pol a: abrange as atividades adi direitos individuais, tendo em vista o interesse de toda coletividade ou do Estado. Nao se trata, aqui, das policias civil, federal e militar, que so orgdos da Administracao Publica, e, por consequéncia, compéem a Administragdo Publica, mas no sentido subjetivo(ainda que exercam atividades de policia administrativa). MI servigo publico: diz respeito as atividades executadas direta ou indiretamente pela Administragao Pablica e em regime predominantemente de direito publico, em atendimento as necessidades coletivas. IV--intervengao: é entendida como sendo a regulamentacao e fiscalizacao da atividade econédmica de natureza privada (art. 174 da CF/1988), bem assim a atuacao do Estado diretamente na ordem econémica (art. 173 da CF/1988). Como regra, essa atuagdo dé-se por intermédio de empresas ptiblicas e de sociedades de economia mista, instituidas e mantidas pelo Estado. Quanto a intervengo, pode ser indireta ou direta. ‘A forma indireta de intervengao é a realizada, por exemplo, pelo Banco Central (pessoa juridica de Direito Piiblico), em atividade tipicamente regulatéria, marcada predominantemente por normas de Direito Publico. Eo que prevé o art. 174 da CF, de 1988 (atividades de regulamentagao ¢ fiscalizagao do setor econdmico, como tendente ao combate da formagao de cartéis e trustes) A direta, por sua vez, efetua-se por entidades empresariais do Estado, em concorréncia com outras empresas da.setor, ragidas, portanto, predomingptemente porgormasle Direito Privado. Para Maria Sylvia er FSS tReet al Pee oe tice) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 284 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Di Pietro, por exemplo, a atividade que o Estado exerce a titulo de intervengao direta na ordem econémica no é assumida pelo Estado como atividade publica, e, bem por isso, nao deveria ser considerada fun¢do ad istrativa, a WOES Rcd ‘TRE-RJ - CESPE - 2012 - 0 estudo da administracao piiblica, do ponto de vista subjetivo, abrange a maneira como o Estado participa das atividades econémicas privadas. Sob 0 aspecto subjetiva, a Administragdo Publica designa as pessoas, os érgos e os agentes. A intervengéo é atividade, logo enquadrada na concep¢ao material de Administracao. Outro erro é que atividade econémica ndo é objeto do Direito Administrativo, por ser regulada, primordialmente, por normas de Direito Privado. Gabarito: ERRADO As atividades finalisticas séo vistas de dentro para fora - Administragao Extroversa. No entanto, temos também as atividades que ocorrem no interior do Estado, como as atividades-meio - Administragio Introversa ou Instrumental). Exemplos de fungdo instrumental, meio, interna a Administracao, so as financas piblicas e a nomeagao de um servidor piiblico, aprovado em virtude de concurso piblico. Para Diogo de Figueiredo, enquanto a Administragao Pil ica Extroversa ¢ finalistica, dado que ela é atribuida especificamente a cada ente politico, obedecendo a uma partilha constitucional de competéncias, a Admit istragao Publica Introversa é instrumental, visto que ¢ atribuida genericamente a todos os entes, para que possam atingir aqueles objetivos. S Baozrrererci 1) Fe @ 4 (10273) Dd (20272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 zay84 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Interesse piiblico propriamente Interesse Secundério do Estado dito (primario) (interno) Administragao Extroversa Administracao Introversa (De dentro do Estado para Fora) (Para Dentro do Estado) Financas publicas; Nomeacao de servidor Ee publico; Intervencéo Seguro de prédio MET et td PFN ~ ESAF - 2003 - Assinale, entre os atos abaixo, aquele que nao pode ser considerado como de ifestaco da atividade finalistica da Administracao Publica, em seu sentido material. a) Concesséo para exploracao de servico publico de transporte coletivo urbano. b) Desapropriagdo para a construcdo de uma unidade escolar. ©) Interdigo de um estabelecimento comercial em razio de violacao a normas de posturas municipais. d) Nomeagao de um servidor piiblico, aprovado em virtude de concurso piiblico, €) Concessao de beneficio fiscal para a implantacao de uma nova indiistria em determinado Estado-federado. Somentirios: Nao é uma questéo trivial. Oenunciado do quesito foi claro ao solicitar a marcagao de atividade néo finalistica da Administragao. Sé0 atividades finalisticas: poder de policia, servicos puiblicos, fomento e intervenco. = Blao2rrexerciciont) # @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 zie 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Com isso, afastamos as alternativas “A” (servi¢os publicos), “B” (interven¢do), “C" (poder de policia) e “E” (fomento). E certo que a nomeagéo de servidor publico atende o interesse puiblico do Estado, porém de forma interna, e ndo externa (finalistica) 4 Administracao. Gabarito: letra "D" PGEN - ESAF - 2007 - A expresso Administracao Piblica, em sentido formal, designa a natureza da atividade exercida pelos referidos entes, sendo a propria funco administrativa; e, no sentido material, designa os entes que exercem a atividade administrativa, compreendendo pessoas juridicas, érgaos e agentes piblicos incumbidos de exercer uma das fungdes em que se triparte a atividade estatal: a funcao administrativa, Comentarios: Sentido formal é sinénimo para orgénico ou subjetivo, logo se refere a quem realiza as funcées. Portanto, perceba que a banca sé fez inverter os conceitos, chamando de subjetivo, 0 que, na realidade, é sentido OBJETIVO da Administragao Publica. Gabarito: ERRADO Por fim, ao lado dos critérios subjetivo (conjunto de érgéos) e material (conjunto de fungées) de ‘Administragao Publica, Hely Lopes destaca o sentido operacional. Para o autor, em sentido operacional, a Administragio Publica é 0 desempenho perene e sistematico, legal e técnico, dos servicos préprios do Estado ou por ele assumidos em beneficio da coletividade. Veja como foi cobrado! MPE-PI - CESPE - 2012 - Sob 0 aspecto material, define-se administracao publica como o desempenho perene e sistematico, legal e técnico, dos servicos préprios do Estado ou por ele assumidos em beneficio da coletividade, 1 @ ® 4 (10273) (20272) Comentérigs: FE (102712exeri Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 2a 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. A banca inverteu os conceitos. Trata-se de sentido operacional. Gabarito: ERRADO Vejamos o conceito de Direito Administrativo apresentado por Maria Sylvia Zanella Di Pietro: "Ramo do direito piblico que tem por objeto os drgaos, agentes e pessoas juridicas administrativas que integram a Administracéo Publica, a atividade juridica ndo contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecuco de seus fins, de natureza publica". WOES RTL CAM DEP - CESPE - 2012 - De acordo com o critério da administracao publica, 0 direito administrative é © ramo do direito piiblico que regula a atividade juridica contenciosa e ndo contenciosa do Estado, bem como a constituigao de seus orgaos e meios de atuagao. Comentario: Perceba, pelo conceito da autora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, que a atividade administrativa é ndo contenciosa. Gabarito: ERRADO Antes de apresentarmos um conceito para a funcao administrativa, é oportuno esclarecer que o critério da Administracao Pablica, em sentido objetivo, divide-se em objetivo material e objetivo formal. Como visto, o aspecto subjetivo ou organico refere-se aos sujeitos que exercem a fungao administrativa. Se levado ao “pé da letra”, o aspecto subjetivo nos conduziria ao critério do Poder Executivo (ou Italiano), no sentido de que, formalmente, é 0 Executivo que administra. Acontece que mesmo agentes nao pertencentes aos quadros da Administracao Publica podem desempenhar atividades administrativas, tais como os delegatarios de servico puiblico (concessionrios e permissionérios). Nesse instante, ganha relevo o critério objetivo ou funcional, para enquadré-los na disciplina administrativa, devido ao contetido do ato. = & Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 2sie4 @ 4 (10273) (20272) 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. O critério objetivo leva em consideracao 0 contetido do ato praticado e divide-se, como dito, em objetivo material e objetivo formal. De acordo com o objetivo material, sao levados em consideracao os elementos intrinsecos das fungdes dos Poderes, nessa ordem: * Legislativo: responsavel pela edigéo de leis, essas dotadas de generalidade e de abstragao (elementos intrinsecos); © Judiciério: defini¢ao de litigios, pacificando-os (elemento intrinseco - resolucao dos litigios); * Executivo: cabe-the a satisfacao dos interesses coletivos. Agora, segundo o objetivo formal, as funcdes do Estado sdo determinadas pelas caracteristicas essenciais, tipicas, pelo tratamento normativo que Ihe corresponda, nessa ordem: * Legislative: as leis so originérias, contam com o atributo da novidade; + Judiciério: a resolugéo dos litigios é dotada de definitividade; + Executivo: a atividade administrativa caracterizar-se-ia por se desenvolver em razéo de comands infralegais, e, em alguns excepcionais, infraconstitucionais. Critério Objetivo Material (Contetido em Poderes da Repiiblica ) Formal (regime juridico) si Producdode atoscom | — Producao de atos efeitos concretos | complementares as leis cen Produgao de atos gerais | Poder Legislative Atributo da NOVIDADE e abstratos Atributo da DEFINITIVIDADE Resolugao de Dessa maneira, pode-se afirmar que um conceito valido para a fungao administrativa é 0 que a define como a fun¢éo que o Estado, ou aquele que the faca ds vezes, exerce na intimidade de uma estrutura e regimes hierdrquicos e que, no sistema constitucional brasileiro, se caracteriza pelo fato de ser desempenhada mediante comportamentos infralegais ou, excepcionalmente, infraconstitucionais vinculades, submissos ao controle de legalidade pelo Poder Judiciario. Esse conceito - de Celso Anténio Bandeira de Mello - descreve bem a fungao administrativa do Estado, com alguns destaques: 1) A fungao administrativa € levada a efeito pelo Estado ou por aquele que the faca as vezes. Nem todas as atividades de administracao publica serdo, necessariamente, realizadas pelo Estado, Exemplo disso € a prestacao de servigos piblicos, muitas vezes desempenhados Particplares (concessionérios, pegmission rion autorigatérios, por exgmpla}, que fazem ds et Teer sencrcce ge ee eos OF ones Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 rae 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. vezes do Estado, uma ver que, a0 fim, seria incumbéncia do Poder PUblico a prestacao de tais, servigos, em razéo do disposto no art. 175 da CF/88; ll) Hé toda uma hierarquia posta no desempenho da atividade administrativa. De fato, hd chefes e subordinados responsaveis pelo desempenho da atividade administrativa. A presenga da hierarquia é traco inerente 4 Administragao. Sem hierarquia, nao teriamos administracio, mas desorganizagao. Antecipe-seque nao ha hierarquia (no sentido de subordinagao) no exercicio de atividades tipicamente legislativas (produzir as leis) ou judiciais (julgar). Na visdo da doutrina majoritaria, s6 ha hierarquia, em sentido estrito, no desempenho de atividades tipicamente administrativas; infraconstitucional (excepcionalmente, No tiltimo caso). Tem razdo o autor, quando diz que, EM REGRA, a atividade de administragso publica ¢ infralegal, ou seja, abaixo e conforme a lei. Com efeito, a Administracdo Publica deve dar cumprimento a inten¢o contida na lel (rmens legis), a qual 60 instrumento estabelecedor do interesse puiblico. Se tivéssemos que posicionar a atividade administrativa dentro da classica “Piramide de Kelsen’, seria no terceiro patamar, ou seja, dos atos secundarios, tao somente complementares ei, no sentido de que nao criam direitos e obrigagdes, mas apenas destrincham, esmitigam, detalham, 0 comando das normas primérias. Por exce¢ao, a Administracao Publica dé cumprimento direto a Constituicdo. £ que, em nossa ordem normativa, temos as LEIS, que “materializam” a vontade contida na Constitui¢ao. Todavia, por vezes, a propria Constituicao estabelece, de forma expressa, a conduta a ser adotada pela Administracao. Embora seja fato raro, pode ocorrer, como é 0 caso dos chamados decretos auténomos, editados com base no inc. VI do art. 84 da Constituigéo Federal, Esse assunto, a conduta a ser observada pela Administragao, merece um cuidado maior. Por conta disso, em varias passagens deste livro falaremos das caracteristicas principais inerentes a tais condutas, que podem ser resumidas a duas palavras: vinculacdo ou discricionariedade, que indicardo maior ou menor grau de liberdade no que serd feito pela Administragao. Para parte da doutrina, a jr emyastrita conformidade com a Lei. JA discri Berm Macecen a at \culagao significa completa auséncia de liberdade da Administracao, a qual deve iqpariedgde importarigyetativa tberdade, (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 zre4 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. dada a Administracdo. Mas, como dito, o assunto sera melhor abordado noutros capitulos (Principios e Atos Administrativos), jal. Isso é decorréncia do IV) Os atos da Administrago Publica esto sujeitos a controle jud principio da inafastabilidade de jurisdi¢o ou da jurisdi¢ao unica, contido no inc. XXXV do art. 5° da CF/1988: a lei ndo excluird da apreciacao do Poder Judiciario lesdo ou ameaca a direito. Notem que nem mesmo sequer a lei exclui da apreciacao judicial atos que importem lesio, efetiva ou potencial, de direitos. Nao é por que um ato provém da Administragao que seré excluido da apreciagao do Judiciario. € claro que, para o Judicidrio pronunciar-se, haverd de ser cumprido o rito necessario, Explique-se: em regra, para um tribunal ou juiz apreciar e pronunciar-se sobre alguma ial devera ser questéo, haverd de ocorrer a necessaria provocagao, ou seja, o érgao judi demandado. Isso é 0 que se conhece no proceso civil por “inércia processual” (principio da inércia ou da demand: ara que o Judiciario se “movimente”, é necessario que alguém provoque sua atuagio. Todavia, a propria Administragao pode fazer controle de seus atos, em razo do principio da autotutela. Nesse iltimo caso, é desnecesséria a provocagao, dado que a atuacao pode ocorrer de officio, 05 principios so os vetores fundamentais que alicergam o edificio juridico das regras. Ha quem diga, como Celso Anténio Bandeira de Mello, que a no observancia aos principios é mais grave que ignorar o comando legal. Afinal os principios tém eficdcia normogenética, ou seja, na genética (DNA) das leis encontramos os principios, os quais dao fundamentos final ico-valorativos para a edicao de novos preceitos e neles reproduzir esse contetido. A ofensa aos principios implicaria, em consequéncia, agressao a todo sistema valorativo das normas. Além da eficacia normogenética, Diogo de Figueiredo Moreira Neto enumera outras formas de eficdcia mediata dos principios. Vejamos: * Axiolégica: consiste em definir com clareza, na ordem juridica, os valores que a informam; * Otimizadora: consiste em orientar a interpretacao dos preceitos e dos atos concretos que conformam uma ordem juridica, conferindo-lhes a mais ampla, profunda e completa aplicagao possivel a seu contetido de valor; & Buorrrerercicionn) & @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 avis osa017 ‘TEC Concurses - Questées para concirsos, proves, estas, simulades * Sistémica: consiste em interconectar todos os preceitos e atos concretos informados pelo ‘mesmo principio, como que conformando uma superestrutura abstrata, que thes infunde unidade e coeréncia; © Integrativa: consiste em preencher eventuais lacunas da ordem juridica. Addoutrina [José Cretella Jinior] classifica os prineipios em: a) onivalentes ou universais, comuns a todos os ramos do saber, como 0 da identidade eo da razéo suficiente. Por exemplo: A ndo é B, logo 8 nao 6A (isso é universal); ») plurivalentes ou regionais, comuns a um grupo de ciéncias, informando-as nos aspectos em que se interpenetram. Exemplos: o principio da causalidade, aplicével as ciéncias naturais e 0 proprio principio do alterum non laedere (ndo prejudicar a outrem), aplicdvel as ciéncias naturais e juridicas; ©) monovalentes, que se referem a um s6 campo do conhecimento; hd tantos principios monovalentes quantas sejam as ciéncias cogitadas pelo espirito humano. E 0 caso dos rincipios gerais de direito, como o de que ninguém se escusa alegando ignorar a lei d) setoriais, que informam os diversos setores em que se divide determinada ciéncia. Por exemplo, na ciéncia juridica, existem principios que informam o Direito Civil, o Direito do Trabalho, 0 Direito Penal etc. Com base nesta classificagao, pode-se dizer [Maria Sylvia Zanella Di Pietro] que o Direito Administrativo esta informado por determinados principios, alguns deles proprios também de outros ramos do Direito Publico e outros dele especificos e enquadrados como setoriais. Se 0s principios s80 normas que antecedem as regras, é de se perceber que os sao dotados de carga material entre normativa mais perene do que as leis, principalmente porque nao ha hierarqi principios. Por exemplo: o principio da eficiéncia é o mais recente dos principios expressos, todavia ndo afasta a aplicagdo da legalidade. Tais postulados convivem de forma harménica. Vamos analisar um exemplo, para facilitar a compreensao da auséncia de hierarquizagao material entre principios = Blao2rrexerciciont) # @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 raries 0032017 TEC Concursos - Quesiées para concursos,provas, ects, simulates. : Imagine a construgéo de um prédio. Comecamos por onde? Pela sua base, claro, seus alicerces, que devem estar nivelados, para que o prédio ndo corra risco de desmoronar. Se tivéssemos uma parte do alicerce mais elevada que as demais, nosso prédio certamente tombaria. Pois bem. Nosso “prédio”, daqui por diante, é a Administraao Publica. E seus pilares, seus principios, dio jade da Adi suporte a toda a inistrago, e as janelas sao as regras (leis). Ah! Quebrar a janela ¢ menos grave que derrubar um dos alicerces, concordam? Alguns desses “pilares” so explicitos na Constituigdo, e constam, por exemplo, do caput do art. 37 da CF/1988, Outros sdo encontrados impl ‘amente no texto constitucional,, ou seja, so depreendidos do sistema juridico-administrativo constitucional. Mas a CF no € 0 tinico repositério dos principios. Ha outros expressos em textos legais (no campo infraconstitucional), como os da Lei 9.784/1999 (Lei de Processo Administrativo Federal), ¢, ainda, a d “construcdo” pela doutrina pat \ameros pr jos, a partir da interpretaco da ordem juridica. Abre-se um paréntese para esclarecer que ha, na doutrina, quem defenda a existéncia de hierarquia entre principios. Por isso, citou-se, acima, auséncia de hierarquia material entre os principios. Para Diogo de Figueiredo Moreira Neto, mais uma vez, 0s principios podem se hierarquizar formalmente, enciclopedicamente ou axiologicamente. Na ordem juridica brasileira, hierarquizam-se, formatmente, os principios constitucionais e infraconstitucionais, Enciclopedicamente, os principios distinguem-se em fundamentais, gerais ¢ setoriais. Por fim, a logicamente, segundo a importancia filoséfica, politica, econémica ou social que apresentam (preeminéncia da dignidade humana sobre o da publicidade, por exemplo). Como dito, por serem orientativos, os principios constitucionais néo possuem, entre si, hierarquizagéo conceitual: nao hd principio mais ou menos importante, TODOS sao de igual importancia, Pergunta-se: ndo havendo hierarquia material, como resolver eventuais conflitos? 0 quadro a seguir sintetiza as formas de resolugao de conflitos das leis e dos principios. Perceba que so critérios distintos. CONFLITO El uozrrrexerarco=y 4° —@ — 40737 (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 aes 0032017 TEC Concursos - Questées para concursos,provas, ets, simulates. LEIS PRINCIPIOS JeHierarquia Principio da predomindncia 2°Cronolégico dos valores 3° Especialidade Para o conflito entre as leis, vale, em primeiro lugar, 0 entendimento de que a norma superior prevalece sobre a inferior (critério da hierarquia - “lex superior derogat inferior’), como o exemplo da prevaléncia da CF sobre as normas infraconstitucionais. Se equivalentes em termos de hierarquia, aplica-se a lei mais nova sobre a antiga (critério cronolégico ou da anterioridade - “lex posterior derogat priori”) Por fim, 0 critério da especialidade, em que lei especial derroga lei geral. Agora, tratando-se de principios, o que acontece, em um caso concreto, é que um ou mais principios podem prevalecer quando comparado a outro. Aplica-se o princi da preponderancia de interesses ou valores. ‘Assim, devemos afastar a “velha” ideia de que o principio da legalidade esta além, acima dos demais, em razio do estrito dever de a Administracao obedecer a lei por intermédio de seus agentes. 0 entendimento é equivocado. 0 principio da legalidade precede (vem antes) aos demais em termos interpretativos; afinal, a Administragao s6 pode fazer o que lhe determina a Lei, mas a legalidade nao é, por isso, maior do que os demais principios. Como jé mencionado anteriormente, os pri 5 ndo possuem, entre si, hierarquizagao material: nao ha principio mais ou menos importante, todos se equiparam. Explicando de uma forma mais “construtiva" Foi realizada uma comunica¢o anénima ao TCU ou ao MPF a respeito de fatos graves praticados no 4mbito da Administra¢ao Publica. Ora, 0 texto constitucional veda o anonimato (inc. IV do art. 5°), logo, deve o TCU ou o MP determinar 0 arquivamento do processo? Nao é bem assim. Se, por um lado, a liberdade de expressdo nao é absoluta, impedindo o abuso quanto 4 opinido, garantindo-se a identificacao do eventual denunciante, por outro, nao ha impedimento para que 0 TCU e 0 MP adotem medidas de oficio (por iniciativa sua) para averiguagao de fatos informados mediante documentos apécrifos. AAdministracao Publica no pode se furtar de atender ao interesse publico. Assim, imagine-se que os fatos comunicados ao Estado sejam extremamente graves e que possuam claros indicios de serem verdadeiros. Poderia o Estado simplemente ndo apurar por conta da sobredita vedacao ao anonimato? Claro que ndo! Deveria apurar, mas ndo em um processo uoarirerercicio-) # @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 ane 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. autuado como dentincia, mas noutro, como, por exemplo, numa representacao da Unidade Técnica, essa forma, a dentincia ndo seria conhecida, mas a situa¢do seria apurada, se fundamentada estivesse. Pergunta-se: qual seria o principio a amparar essa apuracao de oficio? Além da legalidade, impessoalidade e moralidade, o principio da verdade real (ou material) determinaria a apuraséo. Outro exemplo de ponderagao entre principios é colhido na jurisprudéncia do STJ (RMS 24339/TO). Na ocorréncia de ilegalidade, é dever da Administragao (de oficio ou por provoca¢ao) e do Judiciério (por provoca¢ao) anular o ato administrativo, No entanto, é possivel a legalidade ceder espaco para o principio da seguranca juridica, em que a manutencao do ato ilegal causaré menos prejuizos que a sua retirada (fendmeno da estabilizagao dos efeitos do ato administrativo). 4.1.1. Principios Expressos Em termos constituci nais, o Capitulo Vi, do Titulo Ill (Da organizagéo do Estado), da Constituigao de 1988, consagra as normas bésicas regentes da Administracao Pablica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unido, dos estados, do Di Federal e dos muni 6, proclamando os principios constitucionais essenciais para a probidade e transpar€ncia na gestao da coisa publica. So principios constitucionais expressos no caput do art. 37 da CF (LIMPE): Legalidade; Impessoalidade; Moralidade; Publicidadee Eficiéncia. = Blao2rrexerciciont) # @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 aoe 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Tais principios valem para todos os Poderes, de todos os entes integrantes da Federagao Brasileira (Unido; estados; Distrito Federal, e municipios) e respectivas Administragées Direta e Indireta. Fagamos a leitura do teor do referido dispositive constitucional: Art. 37 -A administracdo publica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Uniao, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios obedecerd aos principios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiéncia e, também, ao seguinte: No momento adequado, veremos que a Admi tragao Indireta, também chamada de Descentralizada, 6 formada por entidades administrativas de Direito Publico (Autarquias, por exemplo) e de Direito Privado (Sociedades de Economia Mista, por exemplo} Perceba que o comando constitucional também se dirige a toda a Administra¢ao Indireta, jindependentemente da natureza juridica da entidade. Assim, mesmo entidades da Administracao Publica que explorem atividades econémicas, como 0 Banco do Brasil e a Petrobras, submetem-se aos principios constitucionais da Administracao Publica. ir ME Tee et Cd E Boarrexerci 1) Ol D4 (10273) D (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 sae 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. ‘TRE-ES - CESPE - 2011 - Os principios elencados na Constituicdo Federal, tais como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiéncia, aplicam-se 4 administracao publica direta, autérquica e fundacional, mas ndo as empresas pitblicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econémica. Gabarito: Errado Na verdade, além da Administrago Publica, a carga normativa dos principios é cogente, coativa, obrigatéria, inclusive para os particulares. Entendamos melhor essa ultima assertiva. Os particulares nao so obrigados a manter qualquer vinculo especial com a Administracao Publica. Porém, nao ha impedimento de se submeterem, facultativamente e conforme o interesse, as regras de Direito Piblico, Por exemplo:tais particulares podem ser qualificados, discricionariamente, como Organizagoes Sociais (OSs), e podem, doravante, passar a receber dinheiro piblico para operacionalizar eventual contrato de gestao celebrado com Ministério supervisor. Nos termos da Lei 9.637/1998 (Lei das OSs), as OSs acham-se obrigadas, em suas aquisicdes, ao cumprimento dos principios da Administragao Pablica jinda, direitos do cidadao. Vendo 0 assunto sob outra dtica, pode-se afirmar que os principios constituem, Com efeito, caso a Administrago atue em conformidade com os principios, suas ages serdo legais, impessoais e morais, por exemplo. Por isso, a afirmativa “a observancia dos principios por parte da Administragdo constituem verdadeiro direito do cidadao”. ME TE eet Cd PREVIC ~ CESPE - 2011 - 0 cumprimento dos principios administrativos — especialmente o da finalidade, o da moralidade, o do interesse puiblico e o da legalidade — constitui um dever do administrador e apresenta-se como um direito subjetivo de cada cidadao. Gabarito: Certo Deixando de lado, por enquanto, os principios especificos contidos nas leis 9.784/1999, 8.666/1993, e 8.987/1995, que sero analisados noutros capitulos, sero comentados os principios constitucionais e legais expresaas, bererame.ime! licitos oy reconye idogg dirgep Posigva,jgvalments infgumadores do Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 awe osa017 ‘TEC Concurses - Questées para concirsos, proves, estas, simulades Direito Administrativo. Evidentemente, as analises a seguir procedidas ndo esgotardo todos os principios, ja que o namero destes dependerd do doutrinador utilizado como referéncia. Assim, serio abordados aqueles considerados mais relevantes para o nosso objetivo: “GABARITAR” o assunto em prova, Sabe-se que, no 4mbito das relagées privadas, vige a ideia de que tudo que nao esté proibido em lei estd permitido. Nas relacdes publicas, contudo, o principio da legalidade envolve a ideia de que a Administragao Publica sé pode atuar quando autorizada ou permitida pela lei. Anorma deve autorizar o agir e 0 no agir dos Sujeitos da Administra¢ao Publica, pois ele é integralmente subserviente 4 lei. (por Dirley da Cunha Junior) Sabemos que os principios da Administragao possibilitam a responsabilizagdo dos agentes estatais, bem como visam garantir a honestidade do emprego do dinheiro publico. Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, sendo o Direito Administrativo de elaboracao pretoriana (jurisprudencial) e nao codificado, os principios terdo papel relevante, permitindo a Administragao e ao Judiciario estabelecer 0 necessério equilibrio entre os direitos dos administrados e as prerrogativas da Administragao. Destaque-se que, a partir dos principios da legalidade e da supremacia do interesse publico sobre 0 particular se constroem os dem Com efeito, tais principios precedem os demais em termos interpretativos. Atengao: nao confundir “preceder” com “prevalecer”. Prevalecer remete-nos a ideia de hierarquia, e, como sabemos, inexiste hierarquia material entre os principios. A precedéncia, portanto, 6 mais interpretativa: como os interesses piblicos so superiores quando comparados aos particulares e como a Administrago 56 pode agir em conformidade com a Lei, os principios da legalidade e da supremacia dos interesses publicos servem a interpretacao de tudo que va ser feito pela Administragao. O principio da legalidade é da esséncia do Estado de Direito e, por isso, fundamental para o Direito Admit strativo, ja que este nasce com aquele. £ fruto da necesséria submissao do Estado a Lei. Consagra a ideia de que por meio da norma geral, abstrata e, portanto, impessoal, editada pelo Poder Legislativo, = Blao2rrexerciciont) # @ 4 (10273) (20272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 35/184 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. a atuagao da Ad CF/1988). rao objetiva a concretizacao da vontade geral (art. 1°, pardgrafo tinico, da De acordo com a acepgio doutrinaria cléssica do principio da legalidade, a Administragao Publica s6 pode fazer aquilo que a norma determina, permite, autoriza, de modo expresso ou implicito. Quando a norma traca todos os pormenores, sem deixar espaco de atuagao por parte dos administradores, ter-se-4 atuacao vinculada. Por exemplo: na esfera federal, a aquisigdo de bens e de servigos comuns, enquadrados como padronizados, devem ser adquiridos pela modalidade Prego, pois 0 art. 4° do Decreto 5.450/2005 assim 0 determina. Na esfera federal, 0 uso dessa modalidade é obrigatério, de uso vinculado. J4 quando a norma deixa certa liberdade de escotha 20s administradores verificar-se- 4 discricionariedade. Por exemplo: em ambito federal, a Lei 8.112/1990 deixa ao critério da Administrag3o a concesséo da licenca-capacitacao (art. 87); diser jondrio a esta, portanto. Mas vejam: mesmo que conte com certa liberdade (discricionariedade), a Administragao s6 faz o que lei estabelece. Por isso, pode-se afirmar que o principio da legalidade “precede” todos os demas, isto é, vem antes de todos os outros, para efeitos interpretativos. Obviamente, essa “precedéncia” nao tem sentido hierarquico. Nao que o principio da legalidade seja mais importante que os demais, mas sim que todos estes outros principios devem ser interpretados 8 luz das lets. Reitere-se que o principio da legalidade nao é restrito a Administracao. Diferente disso, também vale para © particular, mas com outro enfoque (legalidade constitucional): se uma norma nao proibir, o particular, dispondo de forma livre de sua vontade, pode agir da maneira que melhor entender. Pode-se, previamente, concluir que a Admit jeterminar ou autorizar, istracao Publica sé pode agir da maneira que a enquanto o particular age do modo que julgue mais conveniente, desde que a lei (ndo apenas a Constituigao) nao o pr Portanto, o agente puiblico, responsavel por tornar concreta a misséo da Administragdo Publica, no pode fazer tudo 0 que no seja proibido em lei, mas sim $6 0 que a norma autoriza ou determina. Para o particular, o principio da legalidade terd carater mais restritivo que impositivo: nao sendo proibido em norma, é possivel ao particular fazer, Parafraseando o autor Hely Lopes, o principio da legalidade para oadi a “deve fazer assim”, enquanto para os particulares, “pode fazer assim”, = Blao2rrexerciciont) # @ 4 (10273) (20272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 sae 0032017 TEC Concurses - Quesites para concursos,provas, ets, simulates. ‘Aos particulares — Pode fazer TUDO Constitucional que a lei permitee Art. 52, II, CF/B8 TUDO que a ‘0 proiba PODE fazer assim Aos administradores ‘$6 fazer ou nao fazer oquea lei permitir (indisponibilidade) DEVE fazer assim Legalidade Administrativa ‘Art. 37, Caput, CF/88 Citacao Doutrinaria {Gustavo Scatolino} O principio da legalidade pode ser entendido em dois sentidos: legalidade em sentido amplocem sentido estrito. A legalidade em sentido estrito significa atuar de acordo com a lei, ou seja, obedecer & lei feita pelo Parlamento. A legalidade em sentido amplo ou legitimidade significa obedecer nao s6 a lei, mas também obedecer aos principios da moralidade e do interesse publico. Dessa forma, a palavra legitimidade apresenta um conceito mais abrangente do que o conceito de legalidade, pois legalidade seria obedecer & leie a legitimidade obedecer & lei e a0s demais principios administrativos. Em sintese: o princi da legalidade é bem mais amplo do que a mera sujeigao do adi lei formal, pois se refere ao ordenamento juridico, as normas e aos principios constitucionais, incluindo também as normas regulamentares por ele editadas. Obviamente, algumas disciplinas sao separadas pelas constituigdes & disciplina de lei formal (reserva de lei), ou seja, necessariamente resultante da tramitagio de norma no Poder Legislativo. No entanto, os limites do principio da legalidade devem ser bem compreendidos. A doutrina registra que, em casos de prestagdes pessoais ou patrimoniais, 0 principio tem forga absoluta (est ‘a legalidade), decorrente da norma que estabelece que “ninguém 6 obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa sendo em virtude de lei” Sobre o tema, vejamos trecho da ADI 2075/RJ: = Baoarerercici @® 4 (10273) (10272) Iitpevlawwutecconeursos.com rheoriamodules/205(apitulos/10271 ares osa017 ‘TEC Concurses - Questées para concirsos, proves, estas, simulades O tema concernente & disciplina juridica da remuneracao funcional submete-se 20 postulado constitucional da reserva absoluta de lei, vedando-se, em consequéncia, a intervengao de outros atos estatais revestidos de menor positividade juridica, emanados de fontes normativas que se revelem estranhas, quanto 4 sua origem institucional, ao ambito de atuagao do Poder Legislativo, notadamente quando se tratar de imposig6es restritivas ou de fixacao de limitagées quantitativas a0 estipéndio devido aos agentes puiblicos em geral. O principio constitucional da reserva de lei formal traduz limitacao ao exercicio das atividades administrativas e jurisdicionais do Estado. A reserva de lei analisada sob tal perspectiva - constitui postulado revestido de fungao excludente, de caréter negativo, pois veda, nas matérias a ela sujeitas, quaisquer intervencdes normativas, a titulo primério, de drgéos estatais nao legislativos. Essa cléusula constitucional, por sua vez, projeta-se em uma dimensao positiva, eis que a sua incidéncia reforga o principio, que, fundado na autoridade da Constitui¢éo, impée, 4 administragao e 4 jurisdi¢do, a necesséria submissdo aos comands estatais emanados, exclusivamente, do legislador. No cabe, ao Poder Executivo, em tema regido pelo postulado da reserva de lei, atuar na anémala (e inconstitucional) condicao de legislador, para, em assim agindo, proceder a imposi¢ao de seus préprios critérios, afastando, desse modo, os fatores que, no ambito de nosso sistema constitucional, sé podem ser legitimamente definides pelo Parlamento. E que, se tal fosse possivel, o Poder Executivo passaria a desempenhar atribui¢do que the é institucionalmente estranha (a de legislador), usurpando, desse modo, no contexto de um sistema de poderes essencialmente limitados, competéncia que nao Ihe pertence, com evidente transgresséo ao principio constitucional da separago de poderes. Jé no que diz respeito ao processo administrativo, o entendimento doutrinario é 0 de que a Administracao nao pode eximir-se de decidir os pedidos em razio de inexistirem normas de competéncia expressa, pois a0 processo administrativo foram dadas as mesmas garantias constitucionais do processo judicial (art. 5°, LV, da CF/1988). Assim, ao administrador nao é permitido lancar o ad istrado a via mais dificultosa: a judicial. Deve-se considerar que o ordenamento juridico supre suas préprias lacunas, mediante a aplicagao/criagdo de normas. Por fim, a doutrina aponta situagdes em que o principio da legalidade sofrera constricées (restrigées) temporarias: medidas provisérias (espécies normativas efémeras), estado de defesa e de sitio (0 Presidente da Reptblica é quem decreta, nao ha lei formal). Para Celso Anténio Bandeira de Mello, as medidas BrB vis lad HRT seuHRini@eH com. leis. fore lei 927M est 486A2onfundem. Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 sarte4 osaaz017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Sao espécies normativas efémeras. Ja 0 Estado de Defesa e 0 de Sitio sao situaces excepcionalissimas regidas por Decreto do presidente da Republica. a WOES Rcd BNDES - CESGRANRIO - 2006 - A doutrina aponta como restrigdes excepcionais ao principio da legalidade 1- as normas contidas nas medidas provisérias; 11-0 estado de defesa; I-0 estado de sitio. Esta(0) correta(s): a), apenas. b) ll, apenas. lel, apenas. d) lel, apenas. ei, eM. Gabarito: Letra "E" BS Boozrrererci O principio republicano e o dever, que nele se contém, de ser dar trato publico 3 coisa publica, que nesta forma de governo se encarece, fundamentam a impessoalidade administrativa. E que nela a qualificagao pessoal ndo conta, como nao conta a situa¢ao pessoal daquele que detém o cargo publico e que se deve manter neutro e objetivo em sua conduta, seja qual for a situa¢ao social, econémica ou politico-partidéria do cidado sobre 0 qual incidirdo os efeitos do ato da Administracao. (por Cérmen Luicia Antunes Rocha). 1 ¢ ® — 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 sarte4 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Como esclarece Lucas Rocha Furtado, o principio da impessoalidade admite seu exame sob os seguintes aspectos: * Dever de isonomia por parte da Administraco Publica; * Dever de conformidade ao interesse puiblico; * Imputacao dos atos praticados pelos agentes publicos diretamente as pessoas juridicas em que atuam. Nesse contexto, pode-se dizer que o principio da impessoalidade, expresso na CF, de 1988, e implicito na Lei Federal 9.784, de 1999, tem uma “tripla formulagao”, “trés faces”, Numa primeira visdo, para parte da doutrina, a impessoalidade como principio significa que istrador piiblico sé deve praticar atos voltados a consecugdo do interesse publico. Por tal principio, o tratamento conferido aos administrados em geral deve levar em consideragdo nao 0 “prestigio” social por estes desfrutado, mas sim suas condicdes objetivas em face das normas que cuidam da situacdo, tendo em conta o interesse piblico, que deve prevalecer. Para esses doutrinadores, a atuagao impessoal determina uma atuacao finalistica da Administragao, ou seja, voltada ao melhor atendimento dos interesses publicos. Desse modo, o principio da impessoalidade é sinénimo de finalidade publica. Sobre o tema, vejamos Ementa do RE 191668/RS, apreciado pelo STF: 1. O caput eo pardgrato 1° do artigo 37 da Constituicao Federal impedem que haja qualquer tipo de identificacao entre a publicidade e os titulares dos cargos, alcangando os partidos politicos a que pertencam. O rigor do dispositivo constitucional que assegura o principio da impessoalidade vincula a publicidade a0 caréter educativo, informativo ou de orienta¢ao social é incompativel com a mengao de nomes, simbolos ou imagens, ai incluidos slogans, que caracterizem promogao pessoal ou de servidores publicos. A possibilidade de vinculagéo do contetido da divulga¢ao com o partido politico a que pertenca 0 titular do cargo puiblico mancha o principio da impessoalidade e desnatura 0 caréter educativo, informativo ou de orientacao que constam do comando posto pelo constituinte dos oitenta. Em outra interessante acep¢do do principio da impessoalidade, os atos e provimentos ratinns SAqNRYSAY SES NAR AE LYNclomMrio spas PeBIca, MES ag SrEsO CUP NAA Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 aovnes adi 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. adi rativa em nome do qual age o funcionério. Por essa linha, pelos atos dos agentes responde a Administracdo Publica, em razdo da impessoalidade de atuacéo daqueles. A tese é consagrada em diversos momentos da nossa atual Constitui¢ao Federal, como no §6° do art. 37 do texto constitucion: As pessoas juridicas de direito puiblico e as de direito privado prestadoras de servicos piiblicos responderao pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra 0 responsavel nos casos de dolo ou culpa. Vé-se que a pessoa juridica a qual é vinculado o agente responde pelo dano causado por este, nitidamente devido a impessoalidade da atuagdo funcional. Portanto, o agente tem sua atuacao imputada a0 érgao/entidade a que se vincula (teoria do érgao ou da imputacdo volitiva). Veja como foi cobrado! ECT - CESPE - 2011 - Entre as acepcdes do principio da impessoalidade, inclui-se aquela que proibe a vinculaco de atividade da administracdo a pessoa do gestor puiblico, evitando-se, dessa forma, a realizacao de propaganda oficial para a promocdo pessoal. Gabarito: Certo Uma terceira face da impessoalidade pode ser encontrada no art. 37, inc. ll, da CF, por exemplo. Ao se exigir concurso pubblico para o acesso aos cargos puiblicos, o legislador prezou pelo mérito, sem criar discriminagées benéficas ou detrimentosas, em observancia ao principio da isonomia ou igualdade. Obviamente, nao significa dizer que as leis ndo possam criar critérios para a selegao dos candidatos. Sobre o tema, 0 STF, no RE 148095/MS, reconheceu que, em se tratando de concurso piiblico para agente de policia, mostra-se razoavel a exigéncia, por l de que o candidate tenha altura minima de 1,60m. A exigéncia de altura, por sua vez, ndo é razoavel para o cargo de escrivao de policia, dado as atribuigdes do cargo, para as quais 0 fato altura é inrelevante (STF -Al 518863/DF). = [Jaozrerercicioni) @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 ante 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Assim, a atividade administrativa deve se dar segundo critérios de bom andamento do servico publico, afastando-se favoritismo ou mesmo desfavoritismos. Sobre o tema, o STF, na ADI 1072/RJ, declarou a inconstitucionalidade de lei estadual que dispensava os candidatos integrantes do Quadro Permanente da Policia Civil da prova de capacitacao fisica e de investigacao social (“Nao hd razdo para se tratar desigualmente os candidatos ao concurso puiblico, dispensando-se, da prova de capacitagéo fisica e de jinvestigacao social, os que jé integram 0 Quadro Permanente da Policia Civil do Estado, pois a discrimina¢ao implica ofensa ao principio da isonomia”). Lucia Valle Figueiredo explica que a impessoalidade pode levar a igualdade, mas com ela ndo se confunde. € possivel haver tratamento igual a determinado grupo (que estaria satisfazendo o principio da igualdade), porém, se ditado por conveniéncias pessoais do grupo ou do administrador, estard infringindo a impessoalidade. E verdade que os principios esto préximos, mas certamente nao se confundem Para efeito de concursos puiblicos, é costumeiro as organizadoras exigirem as aplicacées praticas dos principios. Assim, vejamos abaixo algumas das mais importantes aplicagdes: © §1°do art. 37 da CF/1988: A publicidade dos atos, programas, obras, servicos e campanhas dos érgaos publicos deveré ter carter educativo, informativo ou de orientacéo social, dela ndo podendo constar nomes, simbolos ou imagens que caracterizem promogao pessoal de autoridades ou servidores puiblicos. * Art. 18 da Lei 9.784/1999 (Lei de Processo Administrativo Federal): regras de impedimento e de suspeigao. Responda rdpido: se alguém fosse responsdvel pelo julgamento de proceso administrativo em que 0 acusado é pessoa com quem teve graves problemas de convivéncia, 0 resultado ndo tenderia a ser desfavordvel? Por conta disso, para evitar a parcialidade no Julgamento, é conveniente que o agente piiblico se reconhega impossibilitado de julgar (em suspeicao ou impedido, conforme 0 caso), evitando-se, inclusive, eventual responsabilizagéo administrativa. * Atos praticados por agente de fato (putative ou necessario): é, por exemplo, o particular que ingressou na Administragao Publica de forma irregular (agente putativo). De acordo com a teoria da aparéncia, seus atos praticados serdo considerados valides perante terceiros de boa-fé. 0 agente necessario, por sua vez, é aquele que atua em casos de emergéncia, fazendo as vezes do agente publico, como no caso do cidadao que orienta o transito, haja vista o mau Bercorepenedgsenagsn oF Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 aries @® 4 (10273) (10272) osa017 ‘TEC Concurses - Questées para concirsos, proves, estas, simulades * Art. 100 da CF/1988: 0 regime célere e eficaz de pagamento de dividas do Estado- precatérios. A inscricdo em precatérios observa, de regra, uma ordem cronolégica de apresentagao, sendo proibida a designacao de casos ou de pessoas nas dotacdes orcamentarias. WOES Red ABIN - CESPE - 2010 - 0 principio da impessoalidade decorre, em tltima analise, do principio da isonomia e da supremacia do interesse piiblico, nao podendo, por exemplo, a administracao publica conceder privilégios injustificados em concursos piblicos ¢ licitagées nem utilizar publicidade oficial para veicular promocdo pessoal. Gabarito: Certo 11.1.3, Moralidade Ailegalidade mais grave é a que se oculta sob a aparéncia de legitimidade. A violagéo maliciosa encobre os abusos de direito com a capa de virtual pureza (por Caio Tacito). O principio da moralidade é “velho” conhecido da doutrina. No entanto, passou a ser explicit, em termos constitucionais, a partir de 1988, Na doutrina francesa, Maurice Hauriou, depois de diferenciar a moral comum da moral juri ica, define a moralidade juridica como o conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administragéo. Portanto, a conduta da Administrago deve ser mais exigente do que simples cumprimento da frieza das leis. Deve-se divisar o justo do injusto, olicito do ilicito, o honoravel do desonoravel, o conveniente do inconveniente. A moralidade passa a ser pressuposto de validade dos atos do Estado. Em toda a atuagdo 1) E Baoarrrexerci @ 4 (10273) (20272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 aaines 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. estatal deverdo estar presentes principios da lealdade, da boa-fé, da fidelidade funcional, dentre outros, atinentes a moralidade, Lealdade, boa-fé, honestidade so preceitos éticos desejados pela sociedade que nos remunera direta ou indiretamente. Por isso, o principio da moralidade pode ser considerado, a um s6 tempo, dever do administrador ¢ direito piblico subjetivo. O legistador constitucional, sensibilizado com a moralidade, traz algumas aplicades praticas do principio. Vejamos: * Art. 5°, LXXIII (agao popular): a protegao da moralidade administrativa, nesse caso, depende de iniciativa exclusiva de qualquer cidadao (ndo é qualquer particular, cuidado); * Art. 37, § 4°, e 85, V, (atos de improbidade administrativa): em conformidade com parte da doutrina, a probidade é um aspecto da moralidade. De acordo com o Diciondrio Aurélio (eletrénico), probidade diz respeito a integridade de caréter, honradez, ou seja, conceito estreitamente correlacionado com o de moralidade administrativa * Art. 70 (principios da legitimidade e economicidade, das quais irradia a moralidade): a Constituicao Federal vigente consagra os controles interno e externo, sendo este, em termos parlamentares, a cargo das Casas Legislativas com o auxilio técnico dos Tribunais de Contas. O controle parlamentar est previsto, ainda, no art. 50 e seus pardgrafos, além do § 3° do art. 58 da CF/1988, que dé poderes de investiga¢ao préprios das autoridades judiciais as Comissdes Parlamentares de Inquérito - CPIs. A esses 6rgaos incumbe controlar os atos da Administraco, inclusive sob 0 aspecto da moralidade. Bom registrar que o conceito de moralidade é um conceito juridico indeterminade, tais como “bem comum" e “interesse pubblico”, De fato, o Direito contém um sem-nimero de conceitos indeterminados, eldsticos e plurissignificativos. Realmente, a moralidade é um conceito indeterminado, como muitos outros. Mas qual seria a razio deo legistador utilizar essa “técnica” de conceitos vagos? Aresposta é relativamente simples: para que a norma tenha maior “longevidade”, ou seja, viva por mais ‘tempo. Um exemplo torna mais claro. O art. 1° da Lei 10.520/2002 diz que o Pregdo, uma das modalidades de licitagao, serve a aquisicao de bens e servigos “comuns”. Vem a indagacao: mas o que so ‘bens e servicos comuns’? De fato, 0 conceito é bastante “aberto’, ou, abstrato. Porém, isso é positivo, faz com que a norma “viva” mais tempo. Por exemplo, o Prego, hd trinta anos, nao serviria a aquisicao de bens e servicos de informatica, pois nao eram comunsLio sepsido de padronizados). Hoje,no entgnto, oregso gervird, sim, paza boa parte destas eRe erccioct) IGP Teal ree ES PW Haas) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 a0 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. igdes, uma vez que muitos bens e servicos de informatica so padronizados no mercado. € isso que se quer dizer com “a norma vive mais tempo”, ao se utilizar conceitos indeterminados. ‘Apesar de tratar-se de um conceito vago, a moralidade administrativa nao esta imune ao controle ju Basta ver o que diz o inc. XXXV do art. 5° da CF/1988 para chegar a essa conclusio. Relembremos 0 dispositivo: a lei nao excluiré da apreciagao do Poder Judiciario lesdo ou ameaga a direito. Notem: nem mesmo a lei excluira da apreciagao judicial um ato que, ao menos potencialmente, possa causar prejuizos. A simples utilizagao de um conceito indeterminado, como a moralidade, nao impede a atuagao do Poder Judiciario de exercer o legitimo controle do ato. Mesmo que tal conceito de moral seja empregado em sua “acep¢o pura”, ou seja, em seu sentido filoséfico, entendido, portanto, como um conjunto de regras de conduta consideradas como validas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada (conceito extraido do Dicionério Aurélio Eletrénico), nem assim estard a salvo do controle judicial. E de interesse a distingdo entre a legalidade e a moralidade, enquanto principios, os quais, por razdes 6bvias, néo podem ser entendidos como sinénimos perfeitos. Pelo principio da legalidade, a Administracao Publica s6 pode atuar de acordo com o que a lei estabelece ou autoriza. J a moralidade é um dos conceitos que conta com um dos maiores graus de abstragao no mundo juridico, como visto. Atos Morais ‘Atos Legais j elegais |° SF aan wee (Remogio “de servidor viande outros fins cue fl eee piblico. € legal, mas nio é moral Ainda que o conceito de moral seja passivel de inimeras interpretacées, é claro que sua definicao perpassa por uma nogao muito subjetiva, influenciada, ainda, pelo momento histérico vivido. Exemplo disso 0 nepotismo, a ser tratado mais & frente EE\(1o271?exercicio=1) 4 @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 sine 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Hé dez, vinte anos, seria impensavel alguma autoridade judicial dizer que a pratica do nepotismo nao se alinhava ao principio da moralidade. Hoje, felizmente, nosso direito evoluiu, e a nomeaco de parentes para cargos de chefia passou a ser refutada pela sociedade, bem como por tribunais judiciais. O principio da moralidade tem profunda relagdo com o “padro de comportamento” desejavel dos agentes publicos, estreitando-se com o que poderia nominar, sinteticamente, por ética. Por dizer respeito a “comportamento”, nota-se extrema dificuldade em tentar se “isolar® uma moral essencialmente administrativa, ou seja, do Estado. De fato, para se chegar ao conceito de padrao, o intérprete da lei serd certamente influenciado pela noco de moral “comum’, que prevalece no seio da sociedade em determinado momento histérico. Em sintese: a “moralidade” admi fae a comum sio indissociaveis, ndo havendo como se falar de uma sem se abordar a outra Cabe ao Jud jo 0 controle do ato admi ivo, tanto sob o aspecto da legalidade quanto sob oaspecto da mor: idade. Exemplo disso é a pratica do nepotismo, a qual é vista como imoral por diversos tribunais judiciais, como o proprio STF. Por tudo que se viu até agora nessa passagem, ha conclusdo répida e rasteira - legal e moral so qualificativos préximos, mas nao idénticos. Amibos tém origem em um mesmo conceito: a conduta, mas possuem circulos de abrangéncia diferenciados. Vejamos um exemplo concreto, : Imagine que um servidor do Fisco passe a namorar a filha do Ministro ou Secretdrio da Fazenda, que é muito ciumento. Téo logo descobre o relacionamento, 0 Ministro/Secretario remove o servidor, transferindo-o para um distante rincdo de nosso pais, no intuito de separar o casal. Pergunta-se: a conduta da autoridade seria legal? A principio, sim. Todavia, no aspecto do comportamento esperado da autoridade, 0 ato néo se alinharia 4 moral, dai porque deveria ser anulado, uma vez que conteria um desvio de finalidade, ov seja, praticado visando fins outros, que néo o interesse piiblico, = Blaoarrexerciciont) # @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 4608 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Ainda sobre o tema, vejamos jurisprudéncia do STJ (REsp 724559/RS), que demarca, com clareza, a autonomia do principio da moralidade em face do principio da legalidade: rN Jurisprudéncia A constitui¢ao de nova sociedade, com 0 mesmo objeto social, com os mesmos sécios e com 0 mesmo enderego, em substituigdo a outra declarada inidénea para licitar com a Administragao Publica Estadual, com o objetivo de burlar a aplicacao da sangao administrativa, constitu’ abuso de forma e fraude a Leide Licitagées, Lei n.° 8,666/93, de modo a possibilitar a aplicacao da teoria da desconsideragéo da personalidade juridica para estenderem-se os efeitos da sancao administrativa 3 nova sociedade constituida, A Administracao Publica pode, em observancia ao principio da moralidade administrativa e da indisponibilidade dos interesses puiblicos tutelados, desconsiderar a personalidade juridica de sociedade constituida com abuso de forma e fraude lei, desde que facultado a0 administrado o contraditério ea ampla defesa em proceso administrativo regular. Ainda que se trate de conceitos concéntricos (ou secantes) (origem em idéntico conceito: a conduta), moralidade e legalidade distinguem-se: cumprir aparentemente a lei no implica necess: jamente a observancia da moral. S Baozrererci 1) Fe D4 (10273) Dd (20272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 aries 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. sy EXIMPLO Nos termos da Lei 8.666, de 1993, 0 chefe da divisdo de Licitagdes nao pode participar da licitacao, mas, a rig impedimento de o filho participar da licitacao, certo? Acontece que o filho tem 16 anos, porém, na condi¢ao de empresario, pode ser emancipado. Abre a empresa coincidéncia do destino, vence a licitacao no drgdo em que o pai é chefe do setor de licitagées. Durante um trabalho de fiscalizagao pela CGU ou pelo TCU detecta-se o fato acima. Entdo, ha ilegalidade? Cl imoralidade? Dificl, ndo é verdade? Acontece que todas as notas fiscais de servigos da empresa foram emitidas, durante 6 anos, exclusivamente j rgao. E agora? Induvidosamente houve imoralidade. Vamos trabalhar, agora, as regras sobre o nepotismo, tema de maior incidéncia nos ultimos concursos no que diga respeito a abordagem da moralidade, logo, merecendo toda a atengao. Nepotismo funciona como uma espécie de favoritismo, preferéncia, por alguns. No Direito Administrativo Brasileiro, o nepotismo tem sido identificado pela nomeagao de parentes para cargos de chefia O interessante é que ndo ha uma LE! que vede, expressamente, o nepotismo no ambito de todas as esferas federativas. Nao obstante pratica indesejavel, o nepotismo nao seria, entio, uma ilegalidade explicita, por falta de lei que assim estabeleca. Todavia, além do principio da legalidade, cabe observar e aplicar outros principios constitucionais na produgao de atos administrativos. O nepotismo precisa ser combatido, integrando todos os principios constitucionais, o que, por sorte da moralidade e da eficiéncia, jé foi feito pelo STF. Ao apreciar a Agao Declaratéria de Constitucionalidade 12/2006 - ADC 12/DF, em que se discutia Resolucso do CNJ, a qual vedava a nomeacao de parentes dentro do Poder Judicidrio, a Corte Constitucional entendeu que o nepotismo é uma afronta a principios de Administracao Publica constantes do art. 37 da CF/1988, principalmente aos principios da impessoalidade, moralidade, eficién igualdade. Os amigos concursandos mais atualizados se questionam: é verdade que s6 o Poder Judicidrio esta sujeito & vedagao do nepotismo? Nao é verdade! Vejamos. uoarirerercicio-) # @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 aai188 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Com base no principio da eficiéncia, da moralidade, e em outros fundamentos constitucion: STF, por meio da Sémula Vinculante 13, entendeu que viola a Const iso a nomeagao de conjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juridica investido em cargo de direcdo, chefia ou assessoramento, para o exercicio de cargo em comissao ou de confianga ou, ainda, de funcao gratificada na administracdo publica direta e indireta.[14] A presente Simula sé faz reafirmar o entendimento do STF: a vedagao a0 nepotismo nio exige edigéo de lei formal, visto que a proibig 6 extraida diretamente dos principios constitucionais que norteiam a atuagao administrativa. ME Te et Cd ‘TRE-ES - CESPE - 2021 - Contraria o principio da moralidade o servidor puiblico que nomeie o seu sobrinho para um cargo em comissao subordinado. Gabarito: Certo Com a edigo dessa Sumula (a de numero 13), a regra do nepotismo, antes s6 existente no Poder Judicidrio (Resolugao do CN4J), foi estendida para qualquer dos poderes da Unido, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios, compreendido o ajuste mediante designagées reciprocas (o que a doutrina chama de nepotismo cruzado). No entanto, duas excegdes 4 Stimula merecem destaque. A primeira diz respeito aos servidores ja admit Jos via concurso puiblico, os quais, na visio do STF, ndo podem ser prejudicados em razéo do grau de parentesco, inclusive porque tais servidores passaram por rigorosos concursos piblicos, tendo, portanto, o mérito de assumir um cargo de chefia, de direcdo. Se entendéssemos diferente disso, alguns servidores seriam punidos eternamente, apesar de competentes para galgarem postos mais elevados. No entanto, esclareca-se que permanece em vigor a diretriz contida na Lei Federal 8.112, de 1990, em que se proibe ao servidor puiblico manter sob sua chefia imedi cnjuge ou parentes até 0 2° grau civil ‘Asegunda excegao consta da Reclamagao 6650/PR, na qualo STF reafirmou seu posicionamento no sentido de que a Suriwia 13 ab ApREREGeMMbacdel para Mllgos RW natuhsd Pica (RolAMFIaEstadual de Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 anes 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Transporte, no caso da decisio). Relativamente aos membros dos Tribunais de Contas, o STF afirmou, categoricamente, que os tais agentes so simples auxiliares do Legislativo (os legitimos politicos), ndo podendo, portanto, serem enquadrados como politicos (so cargos administrativos, de natureza técnica) (Recl 6702/PR). Vejamos: Considerou-se que a natureza do cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas n5o se enquadraria no conceito de agente politico, uma vez que exerce a funcao de auxiliar do Legislativo no controle da Administracao Publica, e que o processo de nomeaco do irmao do Governador, ao menos numa andlise perfunctéria dos autos, sugeriria a ocorréncia de vicios que maculariam a sua escolha por parte da Assembleia Legislativa do Estado.|15) E, na mesma reclamacdo, o STF considerou desnecessaria a edigo de Lei para que se tenha de observar 0 dever de conduta moral, como ja dito anteriormente. Observemos, mais uma vez: (...) A vedagao do nepotismo nao exige a edi¢ao de lei formal para coibir a pritica, uma vez que decorre diretamente dos principios contidos no art. 37, caput, da CF. O cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Parané reveste- se, é primeira vista, de natureza administrativa, uma vez que exerce a funcao de auxiliar do Legislative no controle da administra¢ao publica. Aparente ocorréncia de vicios que maculam o processo de escolha por parte da Assembleia Legislativa paranaense.” Por conta desse entendimento, itens como estes estardo ERRADOS: ME Te et Cd AUFC/TCU - CESPE - 2009 - Os principios constitucionais, assim como as regras, sdo dotados de for¢a normativalbm bEs} j1e2s82atendiinerito douttinarit™ SupfBno TrifiaavRateral (BTE}aeRzpntendido Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 sores osi2017 ‘TEC Coneurscs - Qussdes para corcisos, provas, estas, simula. que o principio da moralidade, por exemplo, carece de lei formal que regule sua aplicacao, ndo podendo a administracdo disciplinar, por meio de atos infralegais, os casos em que reste violado esse principio, sob pena de desrespeito ao principio da legalidade. Comentarios Relembre-se que a pratica do nepotismo afronta, dentre outros aspectos, o principio da moralidade. Nao carece a Administra¢ao Publica de lei especifica para ter de cumpri-lo. Gabarito: Errado Além dessas duas exce¢des, os concursandos da area de tribunais judiciais devem ficar atentos para as Resolugdes do CNJ, o qual excluiu, ainda, da vedagao a pratica do nepotismo: (1) os servidores admitidos, ‘sem concurso pablico, antes da CF de 1988; (2) os parentes de juizes aposentados ou falecidos; ¢ (3) servidores casados com magistrado depois da nomeagao para os cargos em comissao. Nao faltam instrumentos de combate a condutas e atos ofensivos ao principio da moralidade administrativa Cabe aos érgios competentes e aos cidadaos em geral diligenciar para que todos estejam realmente mais envolvidos com os valores morais que devem inspirar uma sociedade mais justa e igualitaria. Ultimamente, tem-se desenvolvido a aco administrativa denominada “chamada publica’: por meio da qual a Administragao publica edital com o objetivo de divulgar a adogao de certas providéncias especificas e convocar interessados para participar da iniciativa, indicando, quando for o caso, os critérios objetivos necessarios 4 sele¢o. (por José dos Santos Carvalho Filho). 0 quarto principio constitucional de previséo expressa é 0 da publicidade. Por este, a Administragao Pablica deve tornar piblicos seus atos, na forma prevista na norma A publicidade é um principio democratico, republicano, por assim dizer, que faz com que se possibilite o controle da SaiminigEpggoporcaxdenauyp 540 g8tadagale ob dade: dem ge;dar trarpppyéneig aos atos da Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 siie4 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Administragao, invidvel pensar-se no controle desta. A transparéncia ¢ exigéncia, por exemplo, do devido proceso legal (art. 5°, inciso LV, da Constituicéo Federal), afinal os pri ios da ampla defesa e do contraditério s6 podem ser efetivados se existente a publicidade. A publicidade, apesar de nao ser elemento de formagao dos atos, constitui-se requisito de sua moralidade e eficacia, entendida esta Ultima como aptidao do ato para produgao dos seus efeitos. Sobre © tema, facamos a leitura do pardgrafo dinico do art. 61 da Lei 8.666/1993: Pardgrafo unico. A publicacao resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que & condi¢éo indispensdvel para sua eficécia, serd providenciada pela Administracdo até o quinto dia util do més seguinte a0 de Sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja seu valor, ainda que sem énus, ressalvado 0 disposto no art. 26 desta Lei. jade nao é elemento de formacao do ato administrativo? 0 que isso significa? Vejamos. Os atos administrativos contam com cinco elementos de formagao, que sao eles: Competéncia (sujeito, agente); Finalidade; Forma; Motivo; e Objeto (contetido). Perceba que nao ha o elemento publicidade, sinal de que nao é elemento formative do ato em si. £, como dito, requisito de eficacia e nao de validade do ato administrative. Vamos entender isso por outro caminho. Responda répido: um edital de licitago foi “encomendado” por determinada empresa, a qual, por questdes logicas, sagrou-se vencedora do certame. Com a publicacdo (publicidade) do extrato do contrato, a licitagao de ilicita passa a licita? Obviamente nao! Para Hely Lopes Meirelles, os atos irregulares ndo se convalidam com a publicagao, nem os regulares a dispensam para sua exequibilidade, quando a lei ou 0 regulamento a exige. Além da transparéncia, para Didgenes Gasparini, os seguintes objetivos podem ser cumpridos por meio da publicidade: }) permitir o controle dos atos da Administra¢ao Pablica, dando, inclusive, oportunidade ao controle social, assim entendido aquele realizado pela prépria coletividade. Este fim possui estreita correla¢o com a transparéncia e com o principio democrético: compreendendo-se democracia como governo do povo, é preciso que 0 povo saiba o que é feito com os recursos Barres ues Ad rypsurseR etplica, por mejaios eeputos @eRAA —W (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 save 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. 1) desencadear o decurso dos prazos de interposi¢ao de recursos, que sao contados a partir do momento em que o ato se torna puiblico. Lembramos que se 0 ato alcanca estranhos aos quadros da Administracdo deveré, salvo excecées, ser publicado; 1i)) marcar o inicio dos prazos de decadéncia e prescricao administrativas. No entanto, hd excegdes ao dever de a Ad stragdo tornar piiblicos seus atos, desde que assim necessario. Nesse sentido, a CF/1988 estabelece no inc. XXXII do art. 5°: todos tém direito a receber dos érgéos publicos informagées de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que sero prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindivel 4 seguranga da sociedade e do Estado. Veja como foi cobrado! ‘TCU/AUFC - CESPE - 2007 - A declaracdo de sigilo dos atos administrativos, sob a invocacao do argumento da seguranca nacional, é privilégio indevido para a pratica de um ato administrativo, pois 0 principio da publicidade administrativa exige a transparéncia absoluta dos atos, para possibilitar 0 seu controle de legalidade. Gabarito: Errado Os critérios para definicdo das informacées essenciais 4 seguranca da sociedade encontram-se regulamentados pela Lei de Acesso a Informagao (Lei 12.527/2012). José dos Santos Carvalho Filho registra que o principio da publicidade deve ser harmonizado com os principios da proporcionalidade e razoabilidade. Sobre o tema, o STF declarou inconstitucional dispositivo de lei que previa a obrigatoriedade de publicacao dos custos dos atos do Executivo efetuados em jornais ou veiculos similares (ADI 2472/RS) = Blao2rrexerciciont) # @ 4 (10273) (20272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 suet 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Outro dispositivo do texto constitucional que permite certa res io. necessidade de a Administragso dar publicidade a seus atos é 0 inc. LX do art. 5°, com a seguinte redaco: a lei sé poderd restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem. Em sintese: ainda que a publicidade seja um principio para os atos da Administracao Publica, néo se reveste de caréter absolut, encontrando excegées no préprio texto da CF/1988. ‘Nao confundir publicidade com publicagao. A ultima é um dos meios de se dar cumprimento & primeira, Antes de prosseguir, fagamos uma distingo entre a publicidade geral e a restrita Como o nome denuncia, a publicidade geral é a que requer a publicagdo dos atos em drgaos oficiais; a restrita, por sua vez, 6a que ocorre no interior da Administracao, em seus boletins internos, ou por meio de intimacées, citagées e notificagées aos destinatdrios. Pelo que se viu, é possivel atender o principio da publicidade mesmo sem publicagao do ato administrativo, entendida esta como divulgagao do ato em meios da imprensa escrita, como didrios oficiais ou jornais contratados com essa finalidade. Vejamos, por exemplo, a modalidade de licitagao convite, tratada no §3° do art. 22 da Lei n° 8.666/1993: Convite é a modalidade de licitagdo entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou néo, escolhidos e convidados em ntimero minimo de 3 (trés) pela unidade administrativa, a qual afixaré, em local apropriado, cépia do instrumento convocatério e o estenderé aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedéncia de até 24 (vinte e quatro) horas da apresenta¢do das propostas (0 grifo néo ¢ do original). Conforme o dispositivo, o Estado tem por obrigagao enviar a carta-convite[16] para, no minimo, trés interessados do ramo, bem como afixd-lo em local publico. A lei ndo exigiy, portanto, a publicagao do convite. = El rozzizexercici @ 4 (10273) (20272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 suie4 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Conclui-se que podem existir outras formas de se cumprir com a publicidade, mesmo que nao haja publicagao do ato. Sao exemplos: no icacdo direta do interessado, afixacao de avisos, e divulgagao na internet. Lembre-se, ainda, de que nos municipios em que nao exista imprensa oficial, admite-se a publicacao dos atos por meio de afixagao destes na sede da prefeitura ou da cdmara de vereadores. Esse trecho revela que, além dos Diérios Oficiais e jomnais contratados, outros meios servem para a producao dos efeitos juridicos desejados pela Administracao. Para saber quais os atos necessitam ser publicados, deve-se vasculhar o instrumento basico orientador da atuacao do Estado: a lei. Na falta de disposicao legal especifica, a regra é que atos externos ou internos (com efeitos externos), por alcancarem particulares estranhos ao servigo publico, devam ser divulgados por meio de publicaao em érgéo oficial (didrios oficiais). Atos interna corporis dos orgaos/entidades administrativos também necessitam ser divulgados, mas néo demandam publicagao em diarios oficiais. Por isso, muitos orgdos acabam criando boletins internos, cuja fungo principal é exatamente dar publicidade aos atos internos da instituicao. Sobre o tema, o STF, no MS 25022/DF, registrou que, tratando-se de instrugao interna, visando aos trabalhos administrativos, descabe a exigéncia de publicidade via Didrio Oficial Para Didgenes Gasparini, érgao oficial é o jornal, publico ou privado, destinado a publicagao dos atos estatais. Atualmente, tem sido corrente 0 Didrio Oficial na forma eletrénica pela Internet. No RE 71652/SP, por exemplo, 0 STF registrou que a publicidade nao é atendida com a mera noticia, veiculada pela imprensa falada, escrita ou televisiva do ato praticado pela Administracao Publico, mesmo que seja divulgada pela Voz do Brasil. § elite CELE (Edmir Neto Aratijo): A publicidade geral, produtora de efeitos, é a publicagao, no 6rgéo oficial (..). Em principio todo ato administrativo deve ser publicado, sé se admitindo a decretagao de sigilo nos casos especiais de seguranga nacional, investigacdes policiais ou interesse superior da Administra¢éo (...). Jé a publicidade restrita, que pode constituir-se do conhecimento pessoal dos interessados diretos, por notificago, = Baoarexrercici @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 55/184 ovea017 TEC Cnersos- Quests para concur sos, rova, eli, simado citagdo ou intimagao, ou ainda por afixagao em local préprio da reparticao, ou mesmo por franquear-se a presenca do publico ou interessados no local onde 0 ato e ou serd praticado (..). WES RCL od ABIN - CESPE - 2008 - Com base no principio da publicidade, os atos internos da administragao publica devem ser publicados no diario oficial. Comentarios Como visto, nem sempre é necessério divulga¢o dos atos da Administra¢o no Diério Oficial. Gabarito: Errado A seguir, uma questdo de ESAF, que sera objeto de cobranga por todas as ilustres bancas organizadoras. MDIC - ESAF - 2032 - Determinado municipio da federacao brasileira, visando dar cumprimento a sua estratégia organizacional, implantou 0 programa denominado Administragao Transparente. Uma das agdes do referido programa consistiu na divulgacao da remuneracao bruta mensal, com o respectivo nome de cada servidor da municipalidade em sitio eletrénico da internet. Apartir da leitura do caso concreto acima narrado, assinale a op¢ao que melhor exprima a posicao do Supremo Tribunal Federal - STF acerca do tema a) Aatuagéo do municipio encontra-se em consonéncia com o principio da publicidade administrativa, b) A atuagao do municipio viola a seguranca dos servidores. ©) A atuacao do municipio fere a intimidade dos servidores. d) A remuneragao bruta mensal ndo é um dado diretamente ligado 4 funcao publica. e) Em nome da transparéncia, 0 municipio est autorizado a proceder a divulgacao da remuneracao bruta do servidor e do respectivo CPF. Comentarios = & Sl @D 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 sare 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. O principio da publicidade impée a divulgacao dos atos da Administracao Pablica em diarios oficiais, em Jornais contratados, e, mais recentemente, na internet, conforme o caso. Segundo esse principio, hd, ainda, o dever de a Administra¢o franquear aos particulares 0 acesso as informagées publicas que no foram objeto de publicacao. No entanto, a aplicagao do principio, em estudo, nao é irrestrita. A Constituigao Federal de 1988 (CF, de 1988), por exemplo, restringe o contetido da informagao quanto a assuntos atinentes 4 Seguranca ‘Nacional, d intimidade, & honra e d imagem. Vejamos (incisos X e XXXII do art. 5° da CF/1988): X--sd0 invioléveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizacao pelo dano material ou moral decorrente de sua viola¢ao; XXxill-todos tém direito a receber dos érgaos publics informagées de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que sero prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindivel 4 seguranca da sociedade e do Estado; Vencidas essas consideragées preliminares, serd que a divulga¢ao da remuneraco bruta mensal dos servidores, em sitio eletrénico da internet, é uma das veda¢6es a0 principio da publicidade? Até onde a divulgagao pode ser considerada eventual ofensa a intimidade ou a vida privada do servidor? Sobre o tema, 0 Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a constitucionalidade da divulgagao na internet da remuneragao paga a cada um dos ministros (ativos e aposentados) bem como de seus servidores, ativos e inativos, além de pensionistas. Para a Corte, a decisao atende ao comando da nova Lei de Acesso a Informacao (Lei 12.527/2011). Como bem registrou o ministro Ayres Britto, a folha de pagamento serd divulgada integralmente, com os nomes dos servidores, os cargos que ocupam e a remuneracao bruta mensal que recebem, afinal o contribuinte é 0 empregador dos servidores, tendo, por conseguinte, 0 direito de saber quanto paga. No entanto, a questao, ora analisada, teve por fundamento a decisao do STF, no julgamento de Agravo Regimental na Suspensao de Seguranga (SS) 3902, interposto por um sindicato e uma associa¢ao de servidores do Municipio de Sdo Paulo (SP) contra decisao do presidente do STF, tendo por objeto a Lei ‘municipal 14.720/2008. Na ocasido, o argumento do sindicato foi a preservagao da intimidade financeira dos servidores. Para 0 STF: Sua remunerago bruta, cargos e fungdes por eles titularizados, érgdos de sua formal lotagéo, tudo é constitutivae infpemacao de interesse coletivgou gergl. Expgndo-se,portanto, 4 diyulgacéo oficial. See TS terest) Pe Ee OR repens? RSE DS Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 sre 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Na oportunidade, 0 STF afastou, ainda, a questéo da exposi¢o ao risco pessoal e familiar, isso porque proibida a revelacao do endereco residencial, do CPF e do RG de cada servidor. Dai, inclusive, a incorre¢éo da alternativa E. Por todo 0 exposto, conclui-se pela correcao da letra A (a divulgacao estd de acordo com o principio da publicidade). Onticleo do principio é a procura de produtividade e economicidade e, o que é mais importante, a exigéncia de reduzir os desperdicios de dinheiro puiblico, 0 que impée a execugdo dos servicos publicos com presteza, perfeicdo e rendimento funcional (por Fernanda Marinela). Chegamos ao principio constitucional expresso mais recente, o da eficiéncia, também chamado de principi da qualidade dos servicos piblicos. Esse postulado foi inserido no texto da CF/1988 por meio da Emenda Constitucional 19/1998, a denominada emenda da “Reforma Administrativa”. De pronto, esclarega-se que a eficiéncia “ndo é eficdcia ou efetividade”. Sim, mas 0 que sao eficaciae efetividade? E em que medida tais conceitos distinguem-se da eficiéncia? Vejamos. Agdo administra fa eficaz é aquela que alcangou a meta prevista. Por sua vez, na efetividade, da-se relevo aos resultados sociais planejados. €, por fim, na eficiéneia, atém-se a relagao custo versus beneficio, isto é, menor volume de recursos pibblicos para o alcance dos resultados previstos. = Blao2rrexerciciont) # @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 sate4 0032017 TEC Concursos - Quesiées para concursos,provas, ects, simulates. ‘& EXEMPLO. O governo do Estado “x” propée a inclusao na Lei Orgamentaria Anual de R$ 10 milhdes de reais para a construgao de 30 escolas puiblicas. O Legislativo aprova o crédito orgamentario. As receitas previstas para amparar as despesas fixadas so realizadas. O governo executa a construcao de 30 escolas, dentro da vigéncia do crédito orcamentario, utilizando-se de R$ 9 milhées de reais. As escolas, no entanto, ficam abandonadas, porque no se planejou a contratagao de novos professores e pessoal administrativo. No caso, a ago foi eficaz (alcangou a meta prevista), foi eficiente (os recursos foram suficientes para 0 resultado pretendido), porém nao foi efetiva (0 resultado social talvez ndo tenha sido alcangado). 6 Pete Te CELT Wosé dos Santos Carvatho Fith: A eficiéncia nao se confunde com a eficacia nem com a efetividade. A eficiéncia transmite sentido relacionado ao modo pelo qual se processa o desempenho da atividade administrativa; a ideia diz respeito, portanto, & conduta do agente. Por outro lado, a eficdcia tem rela¢ao com os meios ¢ instrumentos empregados pelos agentes no exercicio de seus misteres na administracao; 0 sentido aqui ¢ tipicamente instrumental. Finalmente, a efetividade é voltada para os resultados obtidos com as ages administrativas, sobreleva nesse aspecto a positividade dos objetivos. O principio da eficiéncia pode ser analisado em confronto com o art. 70 da Constituigao Federal, no qual est disciplinado o controle da Administragao Publica Federal, realizado pelo Congresso Nacional, como do TCU (art. 70 da CF/1988). auxi No Ambito da Corte de Contas Federal, é firme o entendimento de que o controle da Administragdo Publica deve considerar nao sé aspectos restritos de legalidade. De outra forma, devem ser levados em consideracao aspectos relacionados racionalidade do gasto puiblico, ou seja, a eficiéncia na utilizagao de tais valores. Eo que se conclui a partir do citado art. 70 da CF/1988, ao estabelecer 0 controle da Administracao também quanto 8 legitimidade e economicidade, enfim, se houve eficiéncia ou nao no dispéndio dos recursos piiblicos. __ Blaoarrererciciorr) S wl © 4 (10273) Dd (20272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 sa1e4 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Em outra ética, o dever de eficiéncia corresponde ao “dever de boa administragao”, jd consagrado entre nos desde a Reforma Administrativa Federal em 1967 (Decreto Lei 200). Essa “antiga” norma submete toda atividade do Executivo Federal ao controle de resultado, fortalece o sistema de mérito, sujeita a Administragao indireta 4 supervisao ministerial quanto & eficiéncia administrativa e recomenda a demisséo ou dispensa do servidor comprovadamente ineficiente ou desidioso. O principio ou dever de eficiéncia impée-se a toda Administracao Publica (art. 37, caput, da CF/1988). Parte da doutrina entende que, caso atue eficientemente, o agente publico exercerd suas atribuigoes com perfeicao, rendimento funcional e rapidez; em sintese, deve ser eficiente. Sobre o tema, vejamos esta manifestacdo do STU (REsp 1044158/MS}: 1 Ao processo administrativo devem ser aplicados os principios constitucionais insculpidos no artigo 37 da Carta Magna 2. dever da Administraco Publica pautar seus atos dentro dos principios constitucionais, notadamente pelo principio da eficiéncia, que se concretiza também pelo cumprimento dos prazos legalmente determinados. 3. Nao demonstrados dbices que justifiquem a demora na concessao da aposentadoria requerida pela servidora, restam malferidos os principios constitucionais elencados no artigo 37 da Carta Magna. 4. Legitimo o pagamento de indenizagao, em razéo da injustificada demora na concesséo da aposentadoria 5. No caso, como a lei fixa prazo para a Administracéo Publica examinar o requerimento de aposentadoria, o descumprimento desse prazo impée a0 administrador competente o dever de Justificar 0 retardamento, 0 que gera uma inversdo do énus probatério a favor do administrado. Assim, cabe ao Estado-Administragao justificar 0 retardo na concesséo do beneficio. Se noo faz, hd presuncio de culpa, que justifica a indeniza¢o proporcional ao prejuizo experimentado pelo administrado. De ato, o que temos é uma conjugagao de fatores, sendo o principio da eficiéncia bifrontal -nao adianta o servidor ser répido, se nao alcanca a perfeicao (fazer duas vezes nao é ser eficiente, ¢ gerar retrabalho e dispéndios desnecessérios); ndo adianta ter étimo rendimento funcional, se demora trés anos para concluir o trabalho; e ndo adianta ser perfeito, se do trabalho efetuado ndo decorre qualquer utilidade. = Blao2rrexerciciont) # @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 eos osa017 ‘TEC Concurses - Questées para concirsos, proves, estas, simulades Sobre o tema, 0 Tribunal de Contas da Unido, no Acérdao 277, de 2003, considerou legal a realizagdo de licitagao na modalidade pregio para aquisicao de veiculos, dando como parte do pagamento bens inserviveis da Administracdo. Perceba que, nesse caso, a Administragdo agiu com eficiéncia, evitando-se a realizaco de duplo procedimento de licitago (pregao para a aquisicao de novos veiculos, e leilo para a alienaco dos antigos). Vamos retomar e esclarecer, mais claramente, o conceito de principio bifrontal. Na realidade, o principio da eficiéncia deve ser compreendido, a um sé tempo, em relagao a forma de estruturacao, de organizacao, da Administracao, bem como relativamente a seus servidores. Por exemplo: : + oconcursando “X’; formado em engenharia eletrénica no ITA, com mestrado em Harvard, toma posse em 6rgéo municipal. Ao entrar em exercicio, “cheio de g4s" para o trabalho, depara-se com a situagéo de inexisténcia de computadores. Em sintese: do que adianta um servidor eficiente, se a Administra¢o nao se aparelhou para tanto?; ‘+ agora, o mesmo concursando passa em concurso federal, deparando-se com excelente estrutura, 6timos computadores etc. Logo no primeiro dia, 0 servidor aventura-se na missao de descobrir as. bombas no jogo “campo minado”: Vencida essa primeira etapa, com 0 suor do arduo trabalho, aventura-se no jogo “paciéncia’. Em sintese: do que adianta a Administra¢ao encontrar-se estruturada, se o servidor nao esta nem ai... Entdo, agora entenderam o motivo de o principio da eficiéncia deve ser considerado em dupla acepgao? Alguns doutrinadores entendem a eficiéncia como 0 mais “moderno” principio de Administragao Pablica, que jé ndo se contenta em dar cumprimento estrito a norma, mas que também exige de si resultados positivos para os servicos que presta, atendendo de forma satisfatoria os cidaddos destinatarios das aces piiblicas, que deixam de ser vistos como meros contribuintes e passam a ser reconhecidos como clientes. Essa nocdo de “cidadao-cliente” é um dos principais valores da Nova Administracao Publica (ou Administragao Gerencial), e pode ser entendida como um movimento teérico que preceitua a mudanga de orientacao nos valores centrais da Administrago Publica: fo formalismo impessoal da Administragao Burocratica para a eficiéncia da Administracao Gerencial. Blaoarrererciciorr) S wl © 4 (10273) Dd (20272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 aie 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Acrescente-se que, para 0 alcance da propalada efi incia, a Administragao Publica, por razdes Obvias, deve buscar alteragées em sua propria estrutura. Com efeito, podem ser citados alguns exemplos constitucionais: * Inciso LXXVIII do art. 5°: inserido pela Emenda 45/2004 (Reforma do Poder Judiciario), estabelece que a todos, no dmbito judicial e administrativo, sdo assegurados a razodvel duragao do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitacéo. © §3° do art. 37: dispée que a lei disciplinard as formas de participagao do usuario na administragao publica direta e indireta, regulando especialmente as reclamagées relativas prestacao dos servicos publicos em geral, asseguradas a manutengao de servigos de atendimento ao usuario e a avaliagao periédica, externa e interna, da qualidade dos servicos (principio da participagao popular. Esse dispositivo deixa patente ser possivel o controle jurisdicional (art. 5°, XXXV, da Constituicao Federal) em relacdo aos atos administrativos também sob o aspecto do principio da eficiéncia. * §8°do art. 37: garante a celebracao de contratos de gestdo entre érgdos/entidades puiblicos para incremento da autonomia gerencial, orgamentéria e financeira, com a fixaco de metas de desempenho. * §2°doart. 39: estabelece a obrigatoriedade de a Unio, Estados e Distrito Federal manterem escolas de governo para a formagao e o aperfeicoamento dos servidores piiblicos, constituindo-se a participa¢ao nos cursos um dos requisitos para a promogao na carreira, facultada, para isso, a celebragao de convénios ou contratos entre os entes federados. A obrigatoriedade nao foi estendida aos Municipios. © Nepotismo (Stimula Vinculante 13): a stimula do STF proibe a contrata¢ao de parentes até 0 3° rau para cargos comissionados. F uma aplicagéo direta dos principios da moralidade e da impessoalidade. Porém, 0 STF reconheceu, ainda, a ofensa ao principio da eficiéncia, pois a nomeagéo recai, maior parte das vezes, em pessoas despreparadas e descompromissadas com 0 interesse publico, as quais n3o contribuem para o bom rendimento da Administra¢ao Publica A celebracao destes convénios deve alcancar principalmente municipios, afinal, tais entes sequer foram obrigados a constituirem escolas de governo. E mais: ndo hd ébice de grandes municipios facultativamente aderirem a ideia de aumentar a eficiéncia da Administragdo Publica, criando suas préprias escolas de governo. * 0§7¢doart. 39 dispée que Lei da Unido, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios disciplinard a aplicagao de recursos orcamentérios provenientes da economia com despesas correntes em cada 6rgao, autarquia e fundagao, para aplicagéo no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernizagéo, reaparethamento e sacionalizacie do servico piiblico, inclusive sob a forma de adicional ou prémio de produtividade. © 0§4°do art. 41 previu como condigao obrigatéria para a aquisi¢ao da estabilidade, além do decursqdo prazo de trés anos, a avafiagao especial de desempenho por comisséo instituida = [E} (10271 ?exercicio=1) pe “ral ‘e Eber) Pro Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 eae 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. para essa finalidade. Enfim, o principio da eficiéncia poderia ser resumido como o do “cobertor curto”: é cabeca ou pé! Nao ha recursos itados. £ preciso aperfeicoar as escolhas da Administracdo, é dizer, ampliar a quantidade e a qualidade das atividades prestadas pela Administracao, em contrapartida a redugdo de custos. WES RCL od AUFC/TCU - CESPE - 2004 - 0 principio da eficiéncia relaciona-se com 0 modo de atuacao do agente e com 0 modo de organizacao e estruturacao da administracao piblica, aspectos cujo contetido identifica- se com a obten¢éo de melhores resultados na relacio custo versus beneficios e com o satisfatério atendimento das necessidades do administrado, Gabarito: Certo ‘TRE-SP - FCC - 2012 - Para atender ao principio constitucional basico da eficiéncia o agente piblico deve a) reduzir ao maximo os custos dos servicos publicos, independentemente da qualidade. b) sempre utilizar a tecnologia mais avangada, independentemente do seu custo. ¢)alcangar o melhor resultado possivel no menor tempo e ao menor custo. d) atender a todos de forma idéntica, independente das demandas individuais dos cidadaos. €) prestar conta das atividades realizadas com clareza e presteza aos érgaos de controle. Gabarito: Letra "C" 4. Formas de Estado, Formas de Governo, Sistemas de Governo e Regimes de Governo Forma de Estado: 0 conceito de forma de Estado relaciona-se com o modo de exercicio do poder Politico em funcao do territorio do Estado. As varias formas que um Estado pode assumir podem ser: 1, Soberanos e semissoberanos - um Estado é soberano quando ¢ reconhecida a plena autonomia politica, administrativa, juridica e econémica no plano da atividade interna e externa, isto é, nas suas relacdes internacionais. Por sua vez, um Estado semissoberano quando goza de relativa autonomia S Boorresercicionty) 4 @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 eas 0032017 2. Unitarios e feder: TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. politica e administrativa. Foram exemplos de Estados semissoberanos a Tunisia e 0 Marrocos, quando, 4 época, foram protegidos pela Franca. -um Estado é unitario quando esta subordinado apenas a uma esfera de Dir Piblico, que é o governo nacional. Podemos citar como exemplo a Bélgica, a Franca, a Itélia e Portugal. O Estado federal 6 aquele dotado de duas esferas de Direito Publico, a nacional e a provincial, e caracteriza-se pela alianca politica de Estados, que constitui, no Direito internacional, uma unidade estatal superior aos Estados membros e detentora exclusiva da soberania externa. Como exemplo, temos 0 Brasil. 3. Simples e compostos - como Estado simples temos o Estado unitdrio. O Estado composto assume a forma de trés tipos: a confederagao, a uniao pessoal e a uniao real, 4. Confederagao: caracteriza-se pelo contrato segundo o qual dois ou mais Estados independentes se unem para fins de defesa externa e interna, sendo, pois, um elo com base no servico militar para melhor atender a sua defesa. £ a unido de Estados que, conservando governo préprio, se submetem a um poder central, no qual quase todas as decisdes so tomadas por consentimento dos Estados confederados. 5. Unido pessoal: é a unido precaria em funcdo de um governo comum, ou seja, quando dois ou mais Estados soberanos passam a ser governados por um s6 chefe de Estado. Esta forma era comum nas monarquias hereditarias, quando um rei podia ser herdeiro de duas coroas, tal como ocorreu na Unio Ibérica, entre Espanha e Portugal (1580 a 1640). 6. Unido real: ocorre quando os Estados distintos na sua organizagao interna apresentam-se sob uma mesma unidade nas relagdes internacionais, como, por exemplo, a Gra-Bretanha, formada pela Inglaterra, Escécia e Irlanda Forma de Governo: relaciona-se com a maneira como se dé a instituigo do poder na sociedade e apresenta a relagao entre governantes e governados. Modernamente, temos duas formas de governo: 1. Monarquia -o sistema politico em que o cargo de chefe do Poder Executivo ¢ vitalicio, hereditério e sem responsabilidade. A monarquia éo sistema de governo em que o poder politico esté concentrado nas mos de uma sé pessoa, 0 qual é exercido por ela ou por delegacao dela. Divide-se em monarquia absoluta ou constitucional. Na monarquia absoluta, o poder politico é exercido pelo monarcaea sua vontade deve ser juridicamente a mais alta, no dependendo de nenhuma outra- 0 Estado é 0 rei. Na monarquia cons! jucional,, o monarca nao tem poder absoluto, os seus poderes emanam da Constituigdo. A monarquia constitucional pode ser parlamentar, quando é adotado o regime parlamentar, em que o governo é desempenhado por um gabinete fiscalizado pelo Parlamento, ou, representativa, quando junto ao monarca funciona uma assembleia constituida pelo povo. 2. Repiiblica - consiste no sistema politico em que os cargos de chefe do Poder Executivo e dos membros do Poder Legislativo sao eletivos, temporarios e responsaveis. A repiiblica pode ser parlamentar e presidencialista, Na repiblica parlamentar, o Poder Executivo ¢ exercido pelo gabinete e nao pelo Blaoarrererciciorr) S wl © 4 (10273) Dd (20272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 eure osa017 ‘TEC Concurses - Questées para concirsos, proves, estas, simulades Presidente da Repiblica. Na repdblica presidencialista, o Poder Executivo é exercido pelo Presidente da Repiblica. Destacamos que alguns doutrinadores consideram o parlamentarismo o presidencialismo como variantes de formas de governo. A incidéncia dessa corrente em concursos 6 minima, ndo adotada pelas bancas tradicionais. Logo, deve-se marcar essa alternativa apenas se as outras nao estiverem de acordo com a corrente majoritéria. A partir das formas de governo "Monarquia" e "Republica" surgem alguns desdobramentos. Anarquismo: objetiva abolir o capitalismo para que o Estado seja ausente. Defende a liberdade de todos ea auséncia de leis. Ha, também, outras correntes que podem se misturar as formas de governo, tornando-as impuras. Sao elas: Oligarquia: forma politica utilizada por alguns grupos que dominam a cultura, a politica ou a economia do pais, e, normalmente, buscam seus préprios interesses. Demagogia: forma politica que consiste em levar o povo a confiar em falsas promessas ou em situagdes que, na realidade, ndo podem ser postas em pratica, Tirania: forma politica em que o chefe maior ndo tem limites de poder. Normalmente utiliza-se de ameagas € violéncia para reprimir a sociedade e fazer com que suas imposicdes sejam aceitas. Sistema de Governo: vincula-se ao modo de relacionamento entre os Poderes legislativo e Executive no lista. Em exercicio das funcées de governo. 0 sistema de governo pode ser parlamentarista ou presidenci: ‘suma, se temos uma maior colaboracao entre esses Poderes, temos o parlamentarismo. Se uma maior independéncia, presidencialismo. O sistema parlamentarista de governo é o regime democratico fundado na separacao e colaboracao dos poderes, no qual o governo, exercido por um gabinete sobre a chefia de um Primeiro-Ministro, € coletivamente responsavel perante o Parlamento. Portanto, podemos caracterizar o sistema parlamentarista da seguinte forma: * distingado entre chefe de Estado e chefe de Governo; * chefia de governo com responsabilidade politic + possibfiiade Be AAZLRREsParYImeneh Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 5/184 @® 4 (10273) (10272) osi2017 ‘TEC Coneurscs - Qussdes para corcisos, provas, estas, simula. O sistema presidencialista é 0 regime politico em que a chefia do governo cabe ao Presidente da Republica, mantendo-se a independéncia e a harmonia entre os trés poderes do Estado: Executivo, Legislativo e Judiciario. S40 caracteristicas do sistema presidencialista: + 0 Presidente da Republica é escolhido pelo povo e por um prazo determinado; ‘+ Achefia do Executivo ¢ exercida de forma unipessoal; + 0 Presidente da Republica assume a chefia do Estado e do Governo; e ‘+ 0 Presidente da Republica tem poder para interferir nas atividades legislativas (poder de veto). Sobre os sistemas eleitorais, dois tipos so destacados: o sistema majoritari € 0 sistema proporcional. 0 Brasil adota os dois sistemas para as eleicoes de diferentes cargos. Para a eleigo dos chefes do Poder Executivo de cada entidade da federacao e para a eleico dos Senadores, osistema adotado é o maj JA para eleigdo dos outros representantes do Poder Legislativo, adota-se o sistema proporcional O sistema majoritario caracteriza-se Unica e exclusivamente pela quantidade de votos. No sistema proporcional, por sua vez, os representantes sao eleitos proporcionalmente ao numero de eleitores de cada unidade da federagao ou de municipio. No Brasil, a eleigao para Presidente da Republica pelo sistema majoritario possibilita que ele tenha uma verdadeira legitimidade popular, ja que a sua escolha foi realizada pela maioria da populacao. Eo chamado Presidencialismo Plebiscitério, em que o povo tem uma ligagao muito forte com a pessoa do seu representante. Essa legitimidade popular confere ao Presidente uma grande influéncia no Congresso, pri ano de mandato. ipalmente no prit Em que pese ter o governo tal influéncia, ela ndo é suficiente para garantir a sua governabilidade, sobretudo por causa da diversidade do Parlamento, originada pelo sistema proporcional. Para minimizar este problema, o Governo se vé obrigado a ceder pastas de seus ministérios a representagdes estratégicas, ou seja, sua base aliada. £ o chamado Presidencialismo de Coalizao. Regime de Governo: s regimes de governo sao distinguidos pelo fato de existir ou nao, participagao do povo na escolha dos governantes; na elaboracio, execucao e controle das politicas publicas; ena elaboracao das normas que o Estado e a sociedade devera se submeter. Assim, pode-se dizer que os regimes de governo podem ser, comumente, ou democraticos ou autocraticos. Kelsen (2000)/20| deduz do conceito de liberdade sua concep¢do de Democracia e Autocracia. Liberdade, para ele, sigidiia a ERISLARTACRSESIRiFisAlcionaflo a uillll ord Pjuridih (PA) mesMo ERO autor Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 eas osa017 ‘TEC Concurses - Questées para concirsos, proves, estas, simulades distingue a liberdade da anarquia ea liberdade da democracia, conceituando como livre aquele jurisdicionado que esta sujeito a uma ordem juridica para cuja criacdo ele contribuiu, direta ou indiretamente. Com fundamento nessa distinco, conceitua-se Democracia e Autocracia: 1. Democraci: regime politico no qual a vontade do Estado, traduzida na ordem juridica, coincide com avontade do povo (ou eleitorado, significando todos aqueles que participam das decisées politicas, ou jurisdicionados; todos os que esto sujeitos ao poder de decidir do Estado). 2. Autocracia: 0 regime politico no qual a ordem juridica é imposta aos jurisdicionados, que ndo participam de sua criagao. {11 In: 808810, N. (1903). Estado, governo, sociedade; por uma teoria gerald politica. Traduo Marco Auréio Nogueira. Rio de Janeko: Paze Tea, 1967, |RIMAQUIAVEL, (1513). I Principe. Turi: Ed. Einaudl 237, {£31808810, Op. cit, 1987, {AIMALUF,S. Teoria Geraldo Estado. So Paulo Saraiva, 1998, |SIAZAMBLUA,D. Teoria gral do estado, 36 ed. Sio Paul: Globo, 1997 sib. ‘rb. {BIKELSEN, 1. Teoria gora do dete e do estado, Traduedo: Luis Carlos Borges. ed. So Paulo: Martin Fontes, 2000, lib. {101 SOUZA, RI. Fungo social do contrato de emprego. So Paulo: Ir, 2008 11] MARMELSTENN, 6. Curso de direitos fndamentas. So Paulo: Aas, 2008, 22] BLAS GUERRERO, A; VERDU, J P. Fundamentos de ciéneiapoltica. Madi Universidad Nacional de Educacin a Distincia, 1997. 113] TOUCHARD, 1. Historia das Ideas Poiticas, Lisboa: Publicagées Europa- América, 1970. tase que, no Cédigo Clio parentesco por afinidade = ) S Baozrrerercici np: tacconcirsosom breraimocios Pst 10274 sonnet 4 (10273) (10272) 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. 115] Acrescenta-se que essa deciséo nio representa, necessariamente, uma verdade absolut até porque no édefntva (écautelan).Acrelta-se que, futuramente, 2 orientacio do STF ncline-se pela natureza politica dos membros das Corte de Canta, conforme ensinamentos da doutrina majoritiria, 18] Nome recebido pelo instrumento convocatério na modalidade cnuit. ISICANOTILHO, J... Dreto Constituconale Teoria de Constitvigia. 34ed. Coimbra: Almedina, 1999. {ASILEU, L. Governo, in: BOBBIO, N; MATTEUCC!, Ml; PASQUINO, G. Diionsrio de Politca,Yolume I. 12°Eal. Brasilia: Eolitora UnB, 2002. {IGLASSALLE, FA Esséncia da Constitui30. 6 Ed, Rode Janeiro: Lumen Jui, 2001, |20] KELSEN, H. Teoria geral do dreito do estado, Tradugso: Luis Carlos Borges. 3d. So Paulo: Martins Fontes, 2000 Resumo do capitulo: Sociedade, Estado, Governo e Administragao Publica: conceitos, caracteristicas e evolugéo Quadro Sinéptico Topicos Organizagao Administrativa Em sentido amplo, é uma reuniao de individuos, povos, nagoes etc; Sociedade | Em sentido estrito, é um grupo de pessoas que tém a mesma cultura e tradicées, estando localizados no mesmo espaco e tempo. uma figura politica criada pela vontade de unio e desenvolvimento do homem, a fim de Estado | regulamentar e preservaro interesse publico. Essa vontade de preservagao do bem comum delegou 0 poder a um tnico centro, o Estado. Teorias de | Teoria da origem familiar | Corrente Patriarcal: estado deriva de um niicleo familiar. A origem do | do Estado: as mais antigas | autoridade suprema pertencia ao vardo mais velho, 0 Estado | teoriassobreaorigem do | patriarca. Estado remontam do desenvolvimento e ampliagao da familia, Ea teoria de fundo biblico, pois @® 4 (10273) (10272) = EE) (10271?exercicio=1)| 4 htpsvlawwu.taccoreursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 sarte4 0032017 TEC Concurses - Questées para concursos,provas, eas, simulates. se apoia na historia da . - Corrente Matriarcal: a primeira organizagao familiar teria sido humanidade sobre um casal 5 , baseada na autoridade da mae. Assim, teria sido a mae a origindrio. ‘ Bt dirigente e autoridade suprema das primitivas familias. Divide-se em duas Entretanto, 6a corrente patriarcal a que exerce crescente correntes: influéncia em todas as fases da evolugao histérica dos povos. Teoria da origem contratual do Estado: o Estado se originou de uma convengao entre os membros da sociedade humana. Assim, o Estado foi constituido a partir de um contrato firmado entre as pessoas. Hobbes (1588-1678) acreditava que 0 contrato era produto do lobo do préprio homem. Ha no homem um desejo de destrui¢éo e de manter 0 dominio sobre o seu semelhante (competicso constante, estado de guerra). Locke (1632-1704), contrariando o principio de que o homem é 0 lobo do homem, afirmava que o Estado existia em fungao da necessidade de uma insténcia acima do julgamento parcial de cada cidadéo, de acordo com os seus interesses. Rousseau (1712-1778) considerava que o ser humano era essencialmente bom; no entanto, essa bondade era corrompida pela sociedade. Para esse teérico, todo 0 poder tem sua origem do povo e em seu nome deve ser exercido. O governante é tdo somente o representante do povo, recebendo desse a delegacao para exercer 0 poder. Teoria da origem violenta do Estado: essa teoria admitia que o Estado ou nascia da convengéo, ou da “violéncia dos mais fortes” Aqui o que dé origem ao Estado é a violéncia dos mais fortes. Elementos do Estado Povo: éa populagao do Estado, considerada sob o aspecto puramente juridico. Territério: é a base fisica, a por¢ao do globo por ele ocupada, que serve de limite sua Jurisdicao e the fornece recursos materiais. Soberania: encontra-se vinculada ao territ6rio, transportando a compreensdo de ordem interna, com poder de impor determinagées e condicées, isto 6, regulamentar a ordem social interna. tpsviwwuteccorcu = Blao2rrexerciciont) # @® 4 (10273) (10272) 308,com brteorialmodtlos!205apitlo/ 10274 eas 0032017 TEC Concursos - Quesiées para concursos,provas, ects, simulates. Considera-se aqui o nascimente do capitalismo. Esse surge ndo como uma ideologia, mas como um sistema econémico, baseado no principio da livre iniciativa e do livre ipsa teccorcu Estado | investimento de capitais. Liberal | 9 conceito de liberdade trazido pelo Estado Liberal referia-se apenas 4 liberdade contratual, justificando o Estado minimo ou nao-intervencionista como forma de “prote¢ao” da liberdade de cada individuo. Estado do | 0 Estado de Bem-Estar resulta da reforma do modelo de Estado Liberal, na tentativa de Bem-Estar| superar as crises de legitimidade. £ a jun¢ao da tradicional garantia das liberdades individuais com 0 reconhecimento, como direitos coletivos, de certos servicos sociais que o Estado providencia, intervindo na vida dos cidadaos, a fim de proporcionar oportunidades iguais a todos. * Aintervenco do Estado na economia com o objetivo de ‘mantero pleno emprego. Por sua vez, essa intervencso é produzida através da cria¢do de um setor puiblico econémico; * Aprestaco publica de um conjunto de servicos de caréter universal (preferencialmente em setores como a Caracteristicas do Estado educacao, a satide, previdéncia e habitacao), que de Bem-Estar pretendem garantir um nivel minimo de servicos 4 populagao. A isso se pode acrescentar que a responsabilidade estatal na manutengao desse nivel minimo deve ser entendida como um direito e ndo como uma caridade publica para uma minoria, Precisamente, a -seguridade social é uma das instituigdes mais representativas do Estado de Bem-Estar. = EE (no271?exercicio=1)# @ 4 (10273) (20272) -308,com brteorialmodtlos/205Tapitlo/ 10274 7or1e4 0032017 TEC Concursos - Quesiées para concursos,provas, ects, simulates. * a fase inicial, que vai de 1850 a 1925 quando comecam as articulagées entre a responsabilidade social e a Democracia; * a fase de consolidagao, que se inicia a partir da crise de 1929 e promove a consolidacao da politica keynesiana, . assim como numa confianga social mais ampla na Evolugao do Estado de intervengao do Estado e na legitimagao das garantias Bem-Estar sociais em forma de direitos dos cidadios; * a fase de repercussao, que se situa a partir do final da Segunda Guerra Mundial e que teve seu apogeu nas décadas de 1950 a 1970. Neste periodo, a principal caracteristica é a relago que se estabelece entre investimento no ambito social e expansao econémica. Estado Regulador * Se vislumbra uma atuacao indireta na economia e na sociedade, sempre com o intuito de atender ao interesse coletivo, Pode-se dizer que se situa entre o Estado que se abstém (liberal) e 0 Estado que produz (social). © Cabe ao Estado atuar em diversas frentes ou setores visando ao interesse publico; os servigos so delegados - pois o Estado nao mais os presta de forma direta, * A transi¢do do Estado de Bem-Estar para o Estado regulador provocou, por natural, a privatizagao de empresas estatais. * Asatividades que no se enquadrem como exclusivamente estatais acabam sendo prestadas diretamente pelos particulares, inclusive por meio de parcerias como chamado Terceiro Setor. * Caréter publico as atividades que podem ser exercidas por particulares, inclusive sem delegacao estatal, mas que séo socialmente relevantes para a sociedade. £ 0 chamado processo de publicizagao. Governo ipsa teccorcu O Governo pode ter sua definicdo dada como a condusao politica dada ao gerenciamento do Estado. = EE (1o271?exercicio=1) 4 @ 4 (10273) (20272) -308,com brteorialmodtlos/205Tapitlo/ 10274 784 0032017 TEC Concursos - Quesiées para concursos,provas, ects, simulates. O termo governo é plurissignificativo (Canotilho): * 60 complexo organizatério do Estado (conjunto de érgaos) ao qual é reconhecida competéncia de dirego politica (ex.: forma de governo); * conjunto de todos os érgaos que desempenham tarefas e funcdes ndo enquadraveis no “poder legislativo” e no “poder jurisdicional” (ex.: “poder executivo"); * 6rgao constitucional de soberania com competéncia para a condu¢éo da politica geral do pais e superintendente na administraco publica. Relacionam-se com o modo Formasde| de exercicio do poder Podem ser: * Soberanos e semissoberanos; * Unitdrios e federais; Estado | politico em funcaodo + Simples e compostos: como Estado simples temos 0 territério do Estado. Estado unitério. O Estado composto assume a forma de trés tipos: a confedera¢éo, a unio pessoal e a uniéo real. Podem ser: + Monarquia - 0 sistema politico em que o cargo de chefe Relacionam-se com a . - do Poder Executivo é vitalicio, hereditdrio e sem maneira como se dé ; a responsabilidade. Divide-se em monarquia Formas de| a instituigéo do poder na absoluta ou constitucional. Governo | _sociedadee apresentam aretagéo entre * Repiiblica - consiste no sistema politico em que os _governantes e governados. cargos de chefe do Poder Executivo e dos membros do Poder Legislativo so eletivos, temporarios ¢ responséveis. Pode ser parlamentar e presidencialista — Biozr1revercicio=1) ¢ @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 ray84 0032017 TEC Concursos - Quesiées para concursos,provas, ects, simulates. Podem ser: * Parlamentarista: é 0 regime democratico fundado na Separagao e colaboracao dos poderes, no qual o governo, Vinculam-se ao modo de exercido por um gabinete sobre a chefia de um Primeiro- Sistemas | relacionamento entre os Ministro, é coletivamente responsédvel perante 0 de Poderes legistativoe Parlamento; Governo | Executivo no exercicio das fungoes de governo, * Presidencialista: é regime politico em que a chefia do governo cabe ao Presidente da Republica, mantendo-se a independéncia e a harmonia os trés poderes do Estado: Executivo, Legislativo e Judiciério. Podem ser: ‘Sao distinguidos pelo fato de existir ou + Democracia: o regime politico no qual a vontade do nao, participago do Estado, traduzida na ordem juridica, coincide com a - povo na escolha dos vontade do povo (ov eleitorade, significando todos Regimes . ses polit governantes; na elaborago, aqueles que participam das decis6es politicas, de execusio e controle das ou jurisdicionados; todos os que estio sujeitos a0 poder Governo politicas piblicas; ena de decidir do Estado). elaboracéo das normas que , me pol worl 8 v * Autocracia: é 0 regime politico no qual a ordem juridica o Estado ea sociedade si ‘risdicie 5 é imposta aos jurisdicionados, que ndo participam de deverd se submeter. 5 sua criagao. Federalismo 1.0 Estado Federal O federalismo, ou seja, a forma de organizacao politica do Estado pode ser: Estado U onde o governo se arranja de maneira que apenas um nivel é soberano - 0 nacional; no outro nivel, as administracdes locais ndo possuem autonomia politica, juridica, administrativa. Estado Federal: forma de organizacao propria dos Estados modernos e contemporaneos, que iniciou pelos americanos na constituigéo dos EVA. Assim, podemos afirmar que o federalismo é uma forma de organizacao do Estado baseado na distribuigao territorial, cBmbtitudishaQeatexssniias Vasseefirada’t tal (Sra quod gavainos niBcishava) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 ras 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. subnacionais sao independentes em sua esfera propria de aco. Almeida (2005)|1] afirma que o elemento que caracteriza o Estado Federal é a nao centralizagao, ou seja, a dispersdo do poder entre muitos centros, sendo que esse poder nao resulta da delegaco de um poder central, mas de uma legitimidade prépria, conferida por sufragio popular. Federalismo Brasileiro 0 Brasil era, por forca de CF/1824 (Constituico do Império), originariamente um Estado unitario. No entanto, com a proclamacao da Repiiblica, a partir da CF de 1891 surge o federalismo no Brasil. Por isso, a atual forma do Estado Brasileiro ¢ um Federalismo Centrifugo, ou Federalismo de Segregagao, caracterizando um movimento do centro para a periferi AConstituigao Federal de 1988 classifica a forma de Estado federativa, estabelecendo-a como uma clausula pétrea, composta por uma ordem juridica central soberana e diversas subdivisdes internas dotadas de autonomia. Em consequéncia dessa forma de Estado (a federativa), a organizaco politico-administrativa (atribuigées, tarefas e poderes) do Brasil compreende a Unio, que é soberana, os Estados, o Distrito Federal e 0s Municipios, esses Ultimos dotados de autonomia, mas nao soberania. A federagao brasileira decorre de um movimento de segregago em que o poder central abdica de parte de seu controle e de suas competéncias, descentralizando-os politica e administrativamente as entidades federativas que 0 compéem Citagao Doutrinaria O conceito de consociativo se aplica a sistemas politicos com diversidade de centros de poder. Neles, 0 poder néo é indiviso, Nao se pode conquisté-lo por inteiro. Ao contrério, nos arranjos consociativos, as minorias detém poder de veto. O federalismo é um importante arranjo politico consociativo, pois, num sistema federal, o governo central tem competéncias, mas as unidades federadas conservam as suas, e 6 preciso estabelecer regras de convivio e coopera¢ao entre ambas as esferas. Os sistemas eleitorais proporcionais, que permitem a representacao das varias opcdes e preferéncias do eleitorado e facilitam 0 multipartidarismo, so consociativas, em contraste com os sistemas majoritérios, que dao vitoria a maioria e deixam de fora a minoria. In: Sistema Politico Brasileiro: uma introdugdo. AVELAR, L.; CINTRA, A. 0.. (orgs.) So Paulo: Editora Unesp, 2007. = Baoarrexerciciont) # @ 4 (10273) (20272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 7484 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. O federalismo brasileiro ¢ um caso tipico de sistema consociativo, uma vez que a Constituicdo limita os poderes do governo central, estabelecendo um equilibrio entre os entes federados. No Brasil, a federacao é composta de trés niveis de governo -o governo central, também conhecido como Unido; 0 intermediario, constituido pelos 27 Estados eo Distrito Federal; e 0 local, que contempla mais de cinco mil Municipios com “status” constitucional de unidade da federacao. AUniao é entidade federal, dotada de autonomia e de personalidade juridica de direito publico interno. Os Estados sao sistemas politicos completos, compostos pelos trés Poderes, Executivo, Legislativo e Judicidrio. Sao entidades federativas de direito puiblico interno, tendo sido assegurada sua autonomia pela CF/1988, consubstanciada na capacidade de auto-organizagio, autogoverno e auto-administragao. Os Municipios sao também “entes federativos”, o que caracteriza 0 federalismo brasileiro como “trino” Enquanto terceira instancia governamental, os municipios sao dotados de autonomia politica, administrativa efinancs , mas nao s4o sistemas politicos completos, pois ndo possuem Poder Judiciario. Também possuem personalidade juri ica de direito publico interno. Por fim, 0 Distrito Federal que, como os demais entes federados auténomos, detém capacidade de auto- organizacao, autogoverno e autoadministracdo. De maneira geral, o DF equipara-se a um estado-membro, porém, quanto 8 organizacao interna, so a ele atribuidas as competéncias legislativa e tributaria dos Estados e dos Municipios, uma vez que [he é vedado subdividir-se nesses Ultimos (Municipios). Por fim, cabe destacar que a observancia aos principios da forma republicana de governo, do sistema representativo e do regime democratico ¢ obrigatéria a todos os entes federativos. Segundo Rua e Romanini (2013)|2), a organizagao federativa necessariamente implica a observancia de dois grandes principios: a autonomia e a participagao. O principio da autonomia estabelece que cada um dos estados-membros pode mover-se livremente, dentro da esfera da competéncia que Ihe é atribuida pela norma constitucional comum, expressa como Constituigao Federal. Para isso, tanto a Unido como cada um dos estados-membros possuem sua prépria Constituigao, suas propria | ordinarias, e seus proprios Poderes Executivos, Legislativos e Judicidrios, ou seja: constituem sistemas politicos completos. = Blao2rrexerciciont) # @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 r84 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. ‘A autonomia se expressa por uma triplice capacidade: i, Auto-organizagao: através do exercicio de seu poder constituinte derivado, consubstanciando-se na elaboracdo de suas Constituicdes Estaduais, respeitando a Constituicao Federal; ji, Autogoverno: tendo em vista que é o préprio povo do Estado (regional) quem escolhe e de forma direta (eleigdes) os seus representantes para o Poder Legislativo (deputados estaduais) e para o Poder Executivo (governadores), sem qualquer vinculo (de subordina¢o) com a Unido; ili, Autoadministragdo: surge quando do exercicio de suas competéncias administrativas, legislativas tributarias constitucionalmente definidas (determina sua competéncia). O principio da participagao estabelece que a relago politica entre os estados-membros e a Unido se da mediante representacao parlamentar. Os estados-membros tomam parte ativa no processo de elaboracao da norma politica que rege toda a organizaco federal, intervém diretamente nas deliberades em conjunto, ¢ so partes tanto na criagdo como no exercicio da substéncia mesma da soberania. A Constituigao Federal, que fixa a competéncia da Unido e dos estados, é elaborada ou aprovada expressamente pelos estados e, portanto, qualquer limitagao que se estabeleca a competéncia deles é uma autolimitagao. E, da mesma maneira que os estados-membros participam da esfera federal, existe a presenca constante da Unido no seio dos estados-membros. No Brasil, o Senado Federal constitui a camara representativa dos estados, na qualidade de elementos constitutivos da Unido. Os estados-membros atuam politicamente ao nivel da Unido através do Senado Federal. A presenca da Unido nos estados nao ocorre estritamente por via legislativa, pois a Constitui¢éo confere também & Unido competéncia para o exercicio de atribuigdes administrativas por via executiva direta. ‘Além disso, a Unido dispée de tribunais superiores cuja jurisdigo se estende aos estados-membros; ede uma corte de Justica Federal (STF) destinada, entre outras coisas, a arbitrar os li igios entre a Unio e os estados-membros e destes entre si, de maneira a operar o equilibrio da ordem federativa. As autoras também destacam que existem muitas variagées entre os Estados federais, configurando diferentes tipos de federalismo. Quanto 4 autonomia na relagao entre o governo da Unido e os dos entes subnacionais, tem-se: © Federalismo dual, que corresponde ao modelo originério, simultaneamente descritivo e prescritivo, no qual “os poderes do governo geral e do Estado, ainda que existam e sejam exercidos nos mesmos limites territoriais, constituem soberanias distintas e separadas, que atuam de forma separa-da e independente, nas esferas que thes S40 préprias” (ACIR, 1981)(3]. O sistema federativo se estrutura a partir de duas esferas de poder independentes e auténomas, dotadas de uma reparticio de competéncias e proviséo de tributos proprios. & Buorrrerercicionn) & @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 ras osa017 ‘TEC Concurses - Questées para concirsos, proves, estas, simulades © Federalismo centralizado, que operou a transformacao dos governos estaduais e locais em agentes administrativos do governo federal, o qual possui forte envolvimento nos assuntos das unidades subnacionais, bem como primazia deciséria e de recursos. © Federalismo cooperativo, no qual as esferas de poder obedecem a principios de harmonia, solidariedade e cooperagdo, na promogao de politicas publicas voltadas para o desenvolvimento global, Admite graus diversos de intervencao do poder federal e se caracteriza por formas de aco conjunta entre instancias de governo, nas quais as unidades subnacionais guardam significativa autonomia decisria e capacidade propria de financiamento. Quanto a hierarquizagao das competéncias entre os entes federativos, tem-se: © Federalismo simétrico, no qual os entes federados de mesmo nivel (municipios entre sie estados membros entre si) tém as mesmas competéncias administrativas, legislativas, constitucionais e judiciais e o mesmo nimero de representantes no Senado. Exemplo: Brasil, EUA, etc. © Federalismo assimétrico, que ocorre quando os entes federados de mesmo nivel ndo tém as mesmas competncias e/ou nao tém 0 mesmo ntimero de representantes no Senado. Exemplo: Canadé e Bélgica. Aesfera de autonomia e responsabilidade da Unido e de todos os entes federativos é fixada na CF/1988, por meio da distribuiggo de competéncias. Devido a forma federativa do Estado brasileiro, suas atribuicées, tarefas e poderes encontram-se distribuidos em niveis de organizacao politica (federal, estadual e municipal), conforme definido nos artigos 18 a 36 da Constituicao Federal. O Art. 22 da CF/1988 estabelece as matérias compreendidas na competéncia legislativa privativa da Unido, que devem ser tratadas por meio de leis aprovadas em nivel nacional. O Art. 24 define as matérias objeto da chamada competéncia legislativa concorrente: Sobre essas a Unio deve limitar-se em editar normais gerais, ficando a cargo dos Estados a legislacdo suplementar que for necessaria, 0 federalismo brasileiro se caracteriza por um grande detalhamento constitucional das competéncias, no qual a Unido fica com 0 maior e mais importante leque de competéncias exclusivas. A competéncia comum, concorrente, cumulativa ou paralela ¢ tipica da repartico de competéncias do moderno federalismo cooperativo: nela distribuem-se competéncias administrativas a todos os entes federativos para que as exergam sem preponderancia de um ente sobre 0 outro, ou seja, sem hierarquia. Deste modo, a atuacao de um ente federativo ndo depende da atua¢ao de outro, e, da mesma forma, a atuagao de um ente federativo nao afasta a possibilidade de atuago de outro (CF/1988, art. 23). ‘Sao competéncias concorrentes (também chamadas de compartilhadas ou comuns), estabelecidas no Art. 23 da CF/1988: Saude e a éncia pul a; Assisténcia aos portadores de deficiéncias; Preservacao do patriménio histéricopaytistico, cultural, paisagens,naturajs notéysis e sitjos arqueol6gigos; Protecao do meio = El iiozrtfexercictet) Bere SS Pass Seip (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 T84 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. ambiente e dos recursos naturais; Cultura, educacao e ciéncia; Preservacao de florestas, flora e fauna; ‘Agropecudria e abastecimento alimentar; Habitacao e saneamento; Combate a pobreza e marginalizacao social; Exploragdo de recursos hidricos e minerais; Seguranca de transito; Politicas para pequenas empresas; Turismo e lazer. No Brasil, foram outorgadas 8 Unido e aos municipios competéncias expressas, enquanto os Estados ficaram com a competéncia residual, ou seja, foram outorgadas todas as competéncias que nao thes tenham sido expressamente vedadas na Constituicao. Por oportuno, vamos aqui destacar o chamado feders lismo fiscal, Os processos de descentralizacao fiscal na América Latina tém sido acompanhados da adocdo, ou readogao, de eleigdes diretas para prefeitos e/ou governadores. Neste sentido, mesmo sob uma ordem constitucional Unitaria, estabeleceram-se tendéncias federalistas no sentido da cria¢o, ou recriagao, de autonomias compartithadas em vez de mera delegagao de poder. Certamente a descentralizacao fiscal e as eleicdes para os niveis de governo se reforgam mutuamente. Contudo, na maior parte dos processos de descentralizagdo na América Latina inexiste uma tendéncia & federalizagdo, entendida como reforco a autonomia dos governos subnacionais. Trata-se, nestes casos, do fortalecimento da atuaco do Estado unitério na tentativa de tornd-lo “mais eficiente” em sua atuacdo. & nesse sentido que o Brasil pode ser considerado um pais com consideravel descentralizaco fiscal, bem maior que os outros paises da América Latina)| 4]. AConstituigao de 1988 foi um marco na nova sistematica da descentralizacao das receitas piiblicas. O regime militar instaurado em 1964 fez os Estados e Municipios agonizarem durante um longo periodo e elevarem uma bandeira para uma maior autonomia desses entes da federagao. A propria campanha eleitoral do candidato vitorioso nas eleicdes indiretas teve no tema da federagao fiscal a sua bandeira. Assim, temos que apés a promulgagdo da Constituigao Federal de 1988, foi deflagrado um processo de municipalizagao da gestdo publica e, consequentemente, de concessdo de maiores poderes aos municipios. Arretche (2005)[5). escreve que, se alguma caracteristica foi mais preponderante nos sistemas tributario e fiscal brasileiros, é a da (i) descentralizacao de receitas seja da autoridade para arrecadar, seja pela garantia de transferéncias constitucionais -, com (ii) centralizago da arrecadacao no governo federal - devido a seu papel de principal arrecadador -, acompanhadas de (iii) centralizagdo da autoridade sobre as decisdes de arrecadacao e de gasto, isto é, limitagaio da autonomia dos governos subnacionais para a regulamentagao da cobranga de impostos e do destino do gasto. = Blao2rrexerciciont) # @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 ras 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Um dos efeitos positivos da descentralizacao de atribuigées consistiu na reorientacao das agdes do governo central, menos voltadas para a administracao de convénios e prestacao de servicos, e mais orientadas para atividades de formulacao de politicas, planejamento e controle. Contudo, cabe-nos informar que essa autonomia financeira foi confundida com a liberdade de gastar sem a correspondente responsabilidade de tributar. Acrescenta-se, ainda, 0 fato de as enormes disparidades regionais contribuirem para as dificuldades encontradas pelos Prefeitos em relagao a esse encargo dos Municipios da federagao. Ou seja, a doutrina entende que os Municipios nao estavam em condicdes de se igualarem aos Estados no que diz respeito aos direitos e deveres ditados pelo novo regime federativo. LALMEIDA, MH. Td Recentalzando a Federaeo. Revista de Sociologia e Politica, n. 24, p 2-40, jun. 2005. [2] RUA M, 6; ROMANINY,R. Para Aprender Plitcas Publica. Brasilia IGEPP, 2013, |S1AQIR. The Condition of Contemporary Federalism: conlicting theories and collapsing constraints. Washington: dvisory Commission on Intergovernmenta Relations, 1981 SLAFFONSO, Rui de Britto Alvares. Descentralizgao ereforma do Estado: a Federa¢so brasileira na encruilhads, Economia e Sociedade, Campinas, (44: 127-182, jun 2000 [SJARRETCHE, Marta. QUEM TAKA E QUEM GASTA:A BARGANHA FEDERATIVA NA FEDERACAO BRASILEIRA, Rev. Sociol Pol, Curitiba, 24 p. 927, jun 2006. Resumo do capitulo: Federalismo Quadro Sinéptico Topico Organizagao Administrativa A forma de organiza¢éo politica do Estado pode ser: 70; onde o governo se arranja de maneira que apenas um nivel 6 Estado soberano - o nacional; no outro nivel, as administragées locais ndo possuem Federal autonomia politica, juridica, administrativa * Estado Federal: forma de organizacao prépria dos Estados modernos e = Bontemperdnaesaye inicidu peledlamer@anos nd constityicao Pos fis42) Iipevtwww.t2oconeursos.com reoriamodules/205(apitulos/10271 7a184 0032017 TEC Concursos - Quesiées para concursos,provas, ects, simulates. * AConstituicao Federal de 1988 classifica a forma de Estado federativa, estabelecendo-a como uma eldusula pétrea, composta por uma ordem juridica central soberana e diversas subdivis6es internas dotadas de autonomia. * A federaco brasileira decorre de um movimento de segrega¢ao em que o poder Federalismo ; . central abdica de parte de seu controle e de suas competéncias, descentralizando-os Brasileiro ; ; ; - politica e administrativamente as entidades federativas que o compéem. * Aorganizagao federativa necessariamente implica a observancia de dois grandes principios: a Autonomia (capacidade de Auto-organizagao, Autogoverno e Autoadministragao) e a Participagéo. ‘As Formas de Agir do Estado 1. Centralizaco, Desconcentracao e Descentralizacéo 1.1. Centralizacio No tocante a via administrativa, pode-se dizer que o Estado age, basicamente, de duas maneiras: centralizada (concentrada e desconcentrada) e descentralizada (concentrada e desconcentrada). Os conceitos de centralizagao e descentralizagao sdo constantemente aplicados na vida real. Sabemos que a centralizagao envolve a realizagao de tarefas sem qualquer distribuigao de parcela da atribuicdo a outras pessoas, a0 passo que a descentralizacao pressupse a existéncia de, pelo menos, duas pessoas distintas. Depois dese paralelo com o senso comum, temos que, na centralizagao administrativa, é 0 préprio ente federativo quem age (a Unido, por exemplo). No caso, a Unido poderia agir por meio de um Unico érgio (centralizagao concentrada) ou de dois ou mais érgaos (centralizagao desconcentrada). No entanto, no campo administrativo, a atuacao centralizada por meio de um tnico érgao (concentrada) é de aplicacéo tedrica, haja vista as diversas atribuicdes constitucionais dos entes politicos. Por sua vez, na descentralizago administrativa, o ente federativo nao atua sozinho, repassando 0 de parte de suas atribuicdes a outras pessoas (fisicas ou juridicas, conforme o caso). = Blao2rrexerciciont) # @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 ees 0032017 TEC Concursos - Quesiées para concursos,provas, ects, simulates. : A Unido compete constitucionalmente a emisséo de moeda. Porém, no lugar de realizar a atribui¢éo por meio de seus préprios érgéos (centralizaco), outorgou a competéncia 4 Casa da Moeda do Brasil (empresa piiblica, nova pessoa juridica) (descentralizagéo). 1.2. Desconcentracio Na atividade centralizada hd érgaos puiblicos, os quais, ao fim, darao conta das tarefas de incumbéncia do Estado. A esta técnica administrativa tem se denominado de desconcentrago, a qual para Maria Sylvia Zanella Di Pietro deve ser entendida como “uma distribui¢do interna de competéncias, ou seja, uma distribuicdo de competéncias dentro da mesma pessoa juridica’. Adesconcentragao, portanto, é uma técnica utilizada interna corporis, ou seja, ocorrida no interior de uma pessoa juridica. Com a desconcentragao, surgem novas areas, reparti¢des, todas desprovidas de personalidade juridica. As tarefas ou atividades sdo distribuidas de um centro para setores periféricos ou de escalées superiores para escalées inferiores, dentro da pessoa juridica (repartico publica). Desde logo cabe destacar que os érgios nao sao pessoas, mas sim partes de uma, tal como os érgéos do corpo humano. = Blaoarrexerciciont) # @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 eves 0032017 TEC Concursos - Quesiées para concursos,provas, ects, simulates. : - 0 Poder Executivo Federal pode ser desconcentrado em Ministérios (entre outros érgaos), como da Satide, da Previdéncia, da Cultura, dos Transportes, logo, em diversas dreas tematicas (desconcentraco por matéria); - Os Tribunais Federais tém orgaos espalhados em Brasilia, em Minas Gerais, no Piaui, no Acre etc. Ea mesma pessoa, Unido, 56 que as competéncias sao realizadas por drgdos em bases geogréficas distintas (desconcentra¢o territorial ou geografica); e A Secretaria de Saiide de Cricitima (Santa Catarina) é érgdo subordinado hierarquicamente Prefeitura, ambos, por sua vez, sd0 drgdos da mesma pessoa (leia-se: Municipio). Eo que a doutrina denomina desconcentragao por hierarquia. 13. Descentralizacdo Vimos que na desconcentrago, hd reparticao de fungées dentro da propria pessoa juridica. Ao contrario da desconcentragao, NAO HA na descentralizacao relacao de hierarquia ou de subordinacao, o que existe & um lago de vinculagao, de controle de finalidade (finalistico) ou de supervisdo ministerial (na maior parte das vezes!). : A autarquia federal Banco Central encontra-se vinculada ao Ministério da Fazenda; a fundacao publica federal FUNASA, vinculada ao Ministério da Satide; a sociedade de economia mista federal Companhia Docas do Estado de Sao Paulo é vinculada 4 Secretaria Especial de Portos. Hé uma caracteristica comum em todos 0s tipos de descentralizacao de atividades administrativas; no caso, 0 Estado atribui a outra pessoa, fisica ou juridica, a possibilidade de realizar algo. Com outras palavras, na descentralizago haverd pelos menos duas pessoas envolvidas: o descentralizador e o descentralizado. Note que, na desconcentraco, nao havera a ampliacéo de titulares de atribuigées, diversamente da descentralizacao, em que novas pessoas se envolverdo com as tarefas. = Blao2rrexerciciont) # @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 ayes 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Neel (CESPE/Analista-SERPRO/2013) A desconcentracao administrativa é 0 fenémeno da distribuigao interna de plexos de competéncias, agrupadas em unidades individualizadas Comentarios A desconcentragao é uma técnica administrativa utilizada interna corporis, ou seja, no interior da reparti¢o publica. Com a desconcentra¢éo, surgem novas dreas, reparticées, todas desprovidas de personalidade juridica, enfim, os érgdos sdo novos centros individualizados de competéncias. A expressao "plexos de competéncias” significa "cadeias de competéncias’: Gabarito: Certo As diferengas fundamentais entre a desconcentragao e a descentralizacao podem assim ser sintetizadas: DESCONCENTRAGAO DESCENTRALIZAGAO - Técnica administrativa - Distribuigo de competéncia - Ocorre no interior de UMA s6 Pessoa Juridica | - Existe MAIS de UMA pessoa juridica OU FISICA Comentou-se sobre a possibilidade de descentralizagao para pessoas fisicas. Vamos detalhar isso um pouco melhor. Adescentralizacao administrativa nem sempre é do Estado para 0 Estado (por exemplo: da Unido para autarquia, de Estado para empresa piiblica ou de Municipio para fundacao). € possivel, ainda, que as atribuigdes estatais sejam entregues a particulares; é 0 que a doutrina reconhece como descentralizagao por colaboracao. Nesse caso, o Estado delegard servicos pubblicos a particulares: concessionarias, permissionérias e autorizatarias, conforme o caso. E, no caso de permissdes e autorizacées, estas podem ser formalizadas com pessoas fisicas. Quando se Cria Orgao no interior de uma pessoa juridica, esté-se diante da desCOncentragao. Agora, ade, temos a desCEntralizacag, Bicone =) Fl @D 4 (20273) D (10272) caso se Griegntic Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 ayes 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. E plenamente possivel que ocorra a desconcentracao em uma entidade descentralizada. Acriacdo de uma autarquia é exemplo de descentralizagdo administrativa, pois nasce uma nova entidade da Administragao Indireta. Ao se criar, no interior dessa autarquia, uma superintendéncia, uma geréncia ou uma diretoria, todas essas unidades serao érgdos criados na entidade, a qual, portanto, desconcentra a atividade. Logo, é factivel a desconcentrago dentro do processo de descentralizacao. \ fee nro DENOVO! = 0 Estado pode realizar suas tarefas de forma centralizada, desconcentrada e descentralizada; - Adesconcentragao ocorre internamente a pessoa juridica, representando a criacdo de érgios dentro da mesma entidade; - Adesconcentracao admite as seguintes classificacdes: territorial ou geografica; por maté por hierarquia; -Adesconcentracdo, por ser interna, gera subordinagao hierdrquica entre os 6rgéos e os agentes; -Adescentralizagao é um movimento para fora; pressupée, portanto, a existéncia de nova pessoa (juridica ou fisica); - Na descentralizacao nao ha subordinagao; existe apenas um vinculo. Por oportuno, néo devemos confundir a descentralizagao com a terceirizacao. A partir da vigéncia do Decreto-Lei n° 200, de 25 de fevereiro de 1967, a contratacao de servicos terceirizados pela Administracao Publica Federal passou a ser regulamentada por norma legal. O art. 10 do citado decreto estabelece que a execucao das atividades da Administracao Federal deverd ser amplamente descentralizada. Observe: = Blao2rrexerciciont) # @® 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 ees 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, ects, simulates. Art. 10, § 7° Para melhor desincumbir-se das tarefas de planejamento, coordenacao, superviséo e controle e com o objetivo de impedir o crescimento desmesurado da maquina administrativa, a Administragao procuraré desobrigar-se da realizagao material de tarefas executivas, recorrendo, sempre que possivel, 4 execu¢o indireta, mediante contrato, desde que exista, na érea, iniciativa privada suficientemente desenvolvida e capacitada a desempenhar os encargos de execugao. 0 Decreto n° 2.271, de 07 de julho de 1997, passou a admitir expressamente a execugéo indireta de atividades materiais acessérias, instrumentais ou complementares, indicando, em seu pardgrafo primeiro, as atividades a serem preferencialmente executadas mediante contratacdo (Art. 1°, caput): atividades de conservacio, limpeza, seguranga, vigilancia, transportes, informatica, copeiragem, recep¢ao, reprografia, telecomunicagdes e manutengao de prédios, equipamentos e instalagoes. Aterceirizagao de servigos consiste na execugao indireta (isto é, contratacdo com terceiros) das atividades materiais, assess6rias, instrumentais ou complementares aos assuntos que constituem area de competéncia legal do orgio ou entidade. Compreende basicamente a contratagdo de empresas especializadas para desenvolver atividades ligadas a area meio, sem vinculo de subordina¢ao dos trabalhadores com a Administragao. 2D lizacdo Administrativa X Politic 0 Brasil adota, enquanto forma de governo, a Republica; e, enquanto forma de estado, o Federalism. 0 Estado Federal é marcado pela multiplicidade de ordens internas; ha uma dist uigdo interna de poder por diferentes centros politicos, os entes federativos (Unido, Estados, DF e Municipios). Sobre o tema, fagamos a leitura do art. 18 da CF/1988: A organiza¢ao politico-administrativa da RepUblica Federativa do Brasil compreende a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municipios, todos auténomos, nos termos desta Constituicao. Ocorre que essa descentralizagao é politica (chamada de vertical). A criacdo de um novo ente integrante da federacao nao sera descentralizagao administrativa (conhecida como horizontal), mas sim POLITICA, ja que anova unidade é dotada de autonomia politica. Acaracteristica fundamental da descentralizacao politica ¢ que o ente descentralizado exerce suas atribuigBes parmeladg seu corpo legislativo. A capacidade legistativa, portanto, é a principal = El(o2712exercicio-1) 4 dl © (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 5/184 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. caracteristica de diferenciagao da descentralizacao politica quando comparada com a administrativa. i. Modalidades de Descentralizacao Administrativa Com base na doutrina, sao identificados quatro 10s de descentralizagao administrativa: por colaboracao, por servicos, territorial e social Descentralizacio Por a Taritorial Servicos ADescentralizacao por Colaboragao se verifica quando a execucdo de um servico publico é transferida a pessoa juridica de direito privado, ou mesmo a pessoa fisica, por meio de contrato ou ato administrativo, conservando 0 Poder Piblico a titularidade do servico. Eo que ocorre, por exemplo, na concessao ou permissao de servigos piblicos (formas de delegacao de servicos puiblicos), cujo regramento é encontrado na Lei 8.987/95 (Lei Geral das concessdes e permissées de servigos pilblicos). A Descentraliza¢ao por Servicos, também denominada de descentralizacao funcional ou técnica, é aquela em que o Poder Pablico cria uma pessoa juridica de pablico ou privado, atribuindo-lhe, além da execucdo, a titularidade de determinado servico publico. 7 CONSTRUGAO PRATICA AFUNASA (Funda¢ao Nacional de Satide), pessoa juridica de direito publico (fundagéo publica), servico piiblico de satide; a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), pessoa juridica de direito privado (empresa publica), servico publico de correios. No Brasil, a descentralizagao por servigos da-se exclusivamente por lei. Por vezes, a lei, diretamente, cria a entidade, correspondendo a figura das autarquias e das fundagdes piblicas de direito publico. Por outras, a lei autoriza a instituicdo, correspondendo as fundacées publicas de direito privado; sociedades de economia mista; eempRihas pkBaARTIZexercicio=t) Wl @D 4 (10273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 ears 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Fundacées Pablicas de Direito Publico Lei Especifica AUTORIZA SEM ~ Sociedade de Economia Micta EP - Empresa Pablica Direito Privado Com relaco 8s empresas estatais (sociedades de economia mista e empresas piblicas), adianta-se que costumam ter dois campos de atuacdo: ora exploram atividades econdmicas, em razdo do que dispée o art. 173 da CF/1988, sobretudo no seu §1°; ora sao prestadoras de servicos publicos, nos termos do art. 175 da cF/1988. Essa antecipagao é para revelar que, no caso de atividades econdmicas exploradas pelo Estado, ndo hd que se falar de descentralizagao funcional, uma vez que nao ha prestacao de servicos publicos (a ECT é um exemplo de descentralizagao funcional ou por servigos, apesar de ser empresa piblica, pois é prestadora de servicos piblicos). Abaixo, um quadro resumo sobre a distingao entre a descentralizagao por servicos e por colaboracao: POR SERVICOS (outorga) POR COLABORACAO (delegacao) oo O Estado, em regra, ndo criard a entidade que O Estado cria a entidade. executard a atividade. Ocorre a transferéncia de TITULARIDADE e EXECUCAO | Ocorre a transferéncia da EXECUCAO da atividade, da atividade objeto da descentralizacao. mas nao da TITULARIDADE da atividade. Descentralizagao ocorre mediante CONTRATOS ou Descentralizacao ocorre mediante LEI. ATOS ADMINISTRATIVOS. Doutrinariamente, os conceitos de outorga e de delegacao sao inconfundiveis, Aatribuicdo conjunta de titularidade e execugao é chamada de QUTORGA. Quando o Estado transfere apenas a execugio, esté-se diante da DELEGAGAO. Outro traco distintivo entre outorga e delegacao é que nesta a entrega da execucao ocorre por meio de ato ou contrato adrassistraliah( witudntendoutd}ga oMtado' MAbilizS® repade(pertar (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 aries 0032017 TEC Concurses - Quesiées para concursos,provas, eas, simulados. Na Descentralizagao Territorial, uma entidade local, geograficamente delimitada, é dotada de personalidade juridica prépria, de direito piblico, com capacidade administrativa ampla. Este tipo de descentralizagao ad istrativa é vista, com frequéncia nos Estados Unitarios impuros (exemplos da Franca, Portugal e Espanha). No Brasil, os territérios federais sdo incluidos nessa modalidade de descentralizagao. Sao integrantes da Unido, com a personalidade de direito piiblico e capacidade administrativa genérica (ndo gozam de capacidade politica). Na atual Constitui¢ao Federal, os territérios s40 mencionados, por exemplo, no §2° do art. 18: Os Territérios Federais integram a Unido, e sua criagao, transformacao em Estado ou reintegra¢ao ao Estado de origem seréo reguladas em lei complementar. Uma forma menos comum em concursos piiblicos: a Descentralizagao Social. O Estado contemporaneo - de natureza gerencial - é caracterizado, essencialmente, pela existéncia de novos mecanismos de associagao (parceria) entre o Poder Publico ea iniciativa privada. Rompe-se com a ideia de que 0 Estado deve, com os préprios érgaos e entidades, arcar com todas as atribuigdes publicas constitucionais e legais. Afasta-se, enfim, o pressuposto de que o Poder Puiblico deva ser o executor direto dos servicos publicos. Nesse contexto, em razo, sobretudo, da escassez dos recursos publicos, o Poder Publico busca na iniciativa privada, ora com fins lucrativos, ora sem fins lucrativos, firmar parcerias. Para os servicos pblicos industriais ou econdmicos, o Estado capta, na iniciativa privada, particulares, os quais assumirao 0 papel de concessionérias, permissionérias e autorizatarias (Descentralizacao por Colaboragao}. Agora, tratando-se de atividades piblicas que so, paralelamente, desempenhadas pela iniciativa privada, sem fins lucrativos, como é 0 caso da satide, educacao e preservagao ambiental, o Estado vem firmando parcerias com o Terceiro Setor. Nesse caso, as atividades piblicas, antes desempenhadas por estruturas estatais, sdo repassadas para corpos nao estatais (séo paraestatais).. Destacam-se os exemplos das Organizacées Sociais (OS's) e Organizagées da Sociedade Civil do Interesse Pablico (Oscip’s), em que o Estado, nessa ordem, formaliza contratos de gestao e termos de parceria. Com outras palavras, hd a distribuigao de competéncias entre pessoas juridicas diversas (ha descentralizago) com o objetivo nao lucrativo (de cunho, portanto, social). Esté-se, assim, diante da Descentralizagéo Social Buorrrerercicionny) 4 el @ — 4 (20273) (10272) Iitpevlwwu.tecconeursos.com rheoriamodules/205apitulos/10271 arte4

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