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SAPATEIRO SILVA UIM JOSE DA SILVA: A DESORDEM DA SAPATARIA por Jilla Studart iden de Sousa, acai eproftsoy,esudloso de quests reatnas deem seu lo Una men de Ug que “Ena uma aaa se ua das expt ais concundents da impeiio nundo. Os spats em desorem 0 ceniio precio sublime resi velocidad do capil e das mexadoriss, oS chide ra nos iam uma ou ql de vr” Ele ins nea imager pars nos iar que a pequenos eps dss apts to, sem dvd pags de _porgu all godemoercuperar~ no mato deans pedaor de eos ede ana dsprso de vila ~ sia consaondem ao prota de or do mundo atv do capt. Asim, podem lb 9 quanto compo gee exe meio 3 ois shandonads sno fis, cravat do quan cols xragam «do quant x hes opoutscasramene de exe ede abundano, Diz de que quad pen- os nos confront com agile que et em fl, que 30 cat nm ‘como uma saptar,por explo, podemos despera pra oar ea ue pode ug dal, da precede dos bjs logo a siénia nos vd prncpalmente de nova ners coaceins ‘Quando fama dane da poesia de Jonquim José da Sia, 0 Sepa de corta maneics, Samos dante amb do quanto uma desde tum abandono si importantes pun qu psttos rer «recoapor uma igi itera, mai ainda, uma hatin da era, Sibe se, por mpl, que tre tena nacido em 1755, 00 Rio defn, onde vive. E qs aa. No oa ol de Flor Sischnd Rachel Tera Vi- eng, puliado em 1983, aulado O Sep Si nco volume n= “ncn dead pon do Spat, pate de das imagens: apnea, a supra de una decor qu evolve um pemoaagem marge da lei rei e que valence Bas do culo XVI iilo século XIX segunda, a da ha de tho, porque segundo ela uma ae so hiadr &4 de romper com or means de esqudimento 161 Lee ‘que transform aguas pesonagens em bisa e atrs em ico, Diem [gu pein evra Tio para que apenas estos aque que no ‘mos ou do gue, um srg asp, procarmos no vt ‘Asm, impose fr quer os sobre o pertonage Sapa Si va ese asa pons produto de poss, sm volar ese vino fandamentl de Fora Rachsl Hi nl ra carograa do problema: es mos no Rn de Jani, na segunda meade do seul XVII, ance elo- so de ec cde ent ne, mas qu sede prascamente no esta de Minas Gets als propiamente em Vila R.A pespetvaa de pens {inh sens da lade ass Ura como de ua apt fem desodcm. el qual ingen sugrida por Eon Sous ever em moa ss inka ome parece Figs e poesia de Joaquin Jos da Sia Shem gue o aridimo brio ot deement gad 3 Fundagio cv, a sontto ecole mtrépole a partir de uid via curl 4 una tena de aprosimago eae dele naturledirsio| Alvin, Daf cru dominant que posts pla eonsinigo dna au tsconsincs ei de uma idl de stm Kerelo como prope Anto- no Cand em vo Fundamental odo gue tentamos een © proceso de nos cukurs itera Firma de Ltrs Bruen aoe “obra etn ds comporiso defnitv de uma corel com puta no capo ‘em deimento dla de ia que omop tomas val; de expecta fem toro da ecuperg invntva de um lr aman no como evasio Ica mas amb como uma vgios consis down tempo histo para o comum e 0 anoe rete pinciplmens,o dies lerso que ada povaassumia sobs benoe da Acids tomar pas sto nomede um por Termindo, Ales, Leno, Dru ene os Mas ato que remperrs dor poemas do Sapte € ou, hum evo de ingagsn cm rao pos dor poets eae, cds bicha- ‘Gs com frmagio sa metasplee muito peseupados com seus bens eam os embaragoseconfiscs da conjurgto miner: Toms Anvonlo Gonza. CCliudio Mancel ds Cont, Siva Alarnga, Abang Deno, Bastio da ‘Gar ct Par nes posta, por eempo,€xmaarza qu poe recupear uma cen aparentemente mia cancel, at canna Selado com 0 mundo narualé uma entatva que desespead do reat dos ecient nis priitvs que, pura fram compos pla ides de ciao, 162 Ae prog, pela mercaorn qu comes impor « pls owas cemas urbana. Bagul ato podem eguscer de indir um cate fundamental nesta ansformagio: as penpecsivas cere do cian, da vids domi, to diva, darting, do hab. A vida na cidade pa «suger orn Ppeeepeio, ou forma de comportmento, eure lugar de a0 & eee mesos sentiment primis €4 um exado ameno econtemplatvo d relao do homer com sma Por, rel podtic dees homens imple: os poeta dads queria um del de id om, peno ou se, ile ebuclic, loage agai cada qu 4 vid na rds dade, porque acide asin se mpe. ‘A desoem provocida pla post do Saptiro parece acompanhi ventura de um eotdano mais cadino gue como 4 se doer © ‘steer no Bras, Sua poesia parte dor worms vik di, no na ecupcraga de uma ea mai ede como ade Grepiio de Mato, mar ambém da dsposgio em propor um tom compeanene inp 2 ingaagem pod da pos. Sivo Romero, aidan, cham steno rao quano os poias do Sparzoconjgam o aria dfs, o alka ea rosa: mas pede devia 0 guint et mesma lnguagem ream sia como pla para inefrir no qu se peri chamar de oso sistema Ive. A simples pens dese personage, deen ouea fguragio do poets wamenc contin so prcwupone dad, i om que todo 0 pnorama do arcadimo brio mira uma mara, Ee 0 rimeioimpasesugerdo por Flora Sica e Rachel Vieng. Ek asta reparar que o Sept segundo dy, 6 um ‘poet uv casa a ear 1 préptia Wena com um difc tei, Ado de murs as somes odes eae um eonteido psc eu linger olguial bem ais ‘aha ds convene pasos" Sa dopa entade ema mum jogo om 1 vida, mals pero ds vida comesinh dau, st por de ads conciros 0 died 20 memo tempo sapatio «pota, pot spain, (Os demas em tomo dee personage se acumlam,porgue toda 2 2 preduio uma deabediaca ans modo « madelo lsicivee da poc em que ives. Meso qe fas d fo d net on de alg da ilo cise como asumto de seus poems, procarso tempo intra reconstue seus uss spats de uma salina de termes mais prosakos, Ieirandoo chao, ede um humor abslutamente popu Flora Siskind © 163 ‘Rachel Valea chamam atenso pura iceressante propésivo de descr desu los, una rena de dese at earls, 2 ets 05 valores soci etc dominates sei ua outa gc, Uo ac, 8a fndem De fat, assets de ears que enconctaros nos poems do ‘Sipuso so muito mais una Impossbldad de caiessSo 2 pads o period por cut da consis de una desorem na nguager, que ‘ema ver, ar, como seus wos de puerizaio da nga conta inane lise ewaliional “Tam tempo jogo ata de ao de hss de ows Ieratur xs: tamente por caus de su nadequgio,anoado agi e al nos eodapés © as marges de sos manus mal competes, como as de Jost Visi de Afinio Caudaho, por emp, oa cade no For da Litman Brain de Frances Adolfo Varnhagen quse comme um wag apagdo da sia ~"A respi dete veradorconfesamos ter cscs compl cde ota biogas. Een sapstsire no Ria, 0 sora do Sapte pre- Cismenteadevondem de wa produ Ou se, 0 perio desu sapatia pot é que nor fir oma 0 coup da hime epsicions-a cr lagi i dimensio desu dpa exrava. A poesia do Sapateio nos fir eve 0 ‘qe ex om fc eta gor a forulo de alguns uagos pros de oni eri MOTE ‘Amor, busca a ua vida, ‘Que me resolve a deixat-ts Se a agora te sof, [Nao posso mais aturar-te GLOSA «eu orgulho, ew rapaz malfejo, A quem ade no deseo De seguir aru barlho, Longe de ta engulho De taser me de cond Esse alguma amante ida Aca face me inentas ‘Aantes que ete chegue i vents Amor baa a vida 0 Das euas seas pontudas Meu peo fo participa, Pris que desse aco de pipe Sedespedem jérombueas. “Tendo remos as mais agudas Que teu pa costuma dates Bareas as por desea, Tira vend, dé um ai Vai queiar-te tua Mie, Que eu me esolio'a debate. 165 um Ind que vis as Cicopes Pei remperados fro, Tabi de agar quatre pos, Que fais aoe alopes. Inda que o cendal ensopes Com pranto de fenesi, Zombarei sempre de, Pais no poss sem sealho taocerte alee ey Sevef ogo ll v se espirto guerrero Ocalea por desafogo, Que nio deves cer tal fogo, Sendo flho de fereiro ‘Outra ver aleovieiro Vai a ser do fero Maree; Queen posto agora de parte Percendo dar det cabo: [Nio és amor, és diabo, [Nido posso mais arurarte. MOTE [Ami ingata mais bela, Que o mundo todo em si tem; Eu mori sempre por ela, Fla nunca me quis bem. GLOSA 1 Quando eu era mais rapa, Que jogava 0 meu pito, “Andava o Centutiio Dando a todos sotas eds, [esse tempo aos Sabiis ‘Armava a mina esparrela; ‘Comia caldo em panela Por rer os pratos quebrados: até por mal de pecados, Ame a ingraca mais bela n Depois de mais alguns meses Hi por baixo da sobcapa, elas ealcadas da Lapa Pernoitava muitas vees ‘io bascaram os arneses, (Que herdei de Marusaléms ‘5 sei que querendo bem ‘Me achei como Antio no emo, Eo mais galante esafermo, Queo mundo todo em stem. m ‘Com oF anos, com aidade, Na festa seu oitavirio, ‘6 em paso imaginiro, “Andava pela Cidade. Se é mentia, ou se verdade, Diga-o a minba mazela, Que néo sendo bagatela Bem mosta de cabo 2 abo, ‘Que por artes do diabo Eu moti sempre por ela, v Depois de velho caduco, ‘Hcheio de barbas brancas, By bispe-a dando as cancas [Nos sertées de Pernambuco. Ali trabalho etrabuco ?Por the abrandar o desdém; Mas © mau modo, que tem, Procedido da vil pole, Faz crerque nem a pio mole lg nunca me quis bem. 18 MOTE Alminhas do purgatério, Que etais na beita do rio, Virai-vos da outra banda Que vos dio so nas costs GLOSA ‘Ais da Porta Otomana Seconserva um bacamarte Com que Pedro Maasite Defende a eiia romana [Nas margens do Guadiana Di Case o repeesrio: Um el fade ft Grego Nas ventas do seu naa “Tem um letra que die Alminhas do purgatrio. No pasar do Helesponto, sea nossa atmosfera (O seu ambiente altera, Por nio achar barco pronto; Em falsete ou contraponto © tempo passa de exile (© mestre inverno com fio Manda atcender 0 fro, ois vé de ré-mi-fi-sol Que esas na beta do rio. 169 Depois do geral dilivo, Inda nos fcaram migoas, Porque no tempo das iguas Inunda mais o Dandbio, Qualquerdtomo ou eflivio Sempre fede que cesanda; Renasce o mal de Luanda ‘Na cidade de Guinés Se quercis tomar cae, virai-vos da outea bands. Raia agora a lua cheia, ‘A nova fizeu eclipse: E galante parvoice Deiearsea gente sem cea, Junto da Palma Iduméia Estio as cousas dspostas Para evtar as propostas Em que estio sobre a vindima: onde a barriga pra cima Que was do sol nas cosas. 70 Senor Mestre Alfiat, este clio std como os sapatos, que eu Ihe fi? De que serve 0 dedal,tesourae giz, Se nio sabe pagar-the com a mio? Voce nio éalfiate, ¢ remendio, Fu bem podia erero que se diz: PPorém como por asno nunca quis, Justo ésinta © mal sem remsissio. ‘outro que ai mora junto 3 Sé Bem conhecido, Anténio Marroquim, ‘Me deitou a perder um guarda-pé. Seeu daquia der anos, pars mim, Nit fizet um cago de sufulié, ‘Nao me chamem jamais Mestre Joaquim. m Um batuque se fez em Sio Gongalo Das mogoilas do Rio de Janeiro, Onde foi Feei Tobias pasteleiro, EE excamador, Pai Paulo, de um robalo, Eis o grande Camées em seu cavalo, ‘Todo torto, mui feo, e mui fecciro, ‘Condusia a Fangéo de um candiciro, ‘Tes cainhas, seis pargos, ¢ um galo. or nio perder da Festa a grande manja “Também se chou um certo salaftirio, (Com cara mais inchada que turanja PPorém com nio era batucisio, Apenas brindaram com laranja Serenada no ilhés do seu Vigiti. m io se enfade, menina, dessa sorte, Por Sio Paulo me espere mais uns dias, Que os sapats ieio nas notes fis, is nao quer Séo Crispim que agora os core. raza a Deus que eu de todo venga a morte, Que veri como em tas Ave-Marias Lhe fago pra estragar as francesias Sapatos de cetim com sola fore. Mas se os quer com mais prontarardade, Requeita a Soliméo na Maurieinia ‘Que servda hi de ser com mais vontade. ois cle pela ver na nova Albina, Lhe trari pra que traje& divindade, ‘As hotas do Grio-Dugue de Aquieinia 7% Eu queria, mas eu tenho vergonba De dar & conhecer minha tolice; Deixamos de fazer a parvoice, Que havia de feder mais do que a pegonha ‘Mas que importa que outro se me oponha Por querer ser patra, ou sr feice, Se comigo assentei por finfrrice Set hoje o grande Duque de Borgonha? Ja contente no mea gaudéioexado “Tenho fds, pais, edinheiro: Kno pogo a ninguém nada emprestad. Poxém leve 0 diabo 0 meu roteeo, ‘Que apesar das faréfias do Duca, “Todos me lem mas costs - pater.

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