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@rrei(lror| Sumario # Interagao Nutri¢do-Energia Introducio a Transferéncia de Energia ™ Energia: A Capacidade de Realizar Trabalho ® Oxidagio e Redugio Energia das Ligacdes Fosfato ® Trifosfato de Adenosina: A Moeda Corrente da Energia * Fosfocreatina: O Reservatério de Energia ® Oxidacdo Celular * Papel do Oxigénio no Metabolismo Energético Liberagao de Energia pelos Macronutrientes racao de Energia pelos Carboidratea ® Liberagdo de Energia pela Gordura © As Gorduras Queimam em uma Chama de Carboidratos # Lipogenese Liberacdo de Energia pelas Proteinas © Moinho Metabilico Regulacdo do Metabolismo Energético Capitulo 4 Papel dos Nutrientes na Bioenerpética 125 Teste Seu Conhecimento Responda a estas dez sentencas acerca da bioenergética dos nutrientes. Utilize a escala de escores no final do capitulo para conferir seus resultados. Repita este teste apés ter lido o capitulo © compare seus resultados. 1. CE_ Os carboidratos sao usados para a obtencao de energia e sio armazenados na forma de licogénio no figado e nos mésculos. Sao transformados também prontamente em gordura para serem armazenados no tecido adiposo, O5 lipidios s80 usados para a obtencdo de energia e sdo armazenados na forma de gordura. Os dcidos graxos também sao transformados prontamente em carboidratos. Uma enzima é um composto inorgénico nao proteico que catalisa as reacdes quimicas no corpo. A ingestao excessiva de proteina no contribui para o actimulo de gordura no corpo, por causa’ dda auséncia de enzimas que facilitam essa conversao. O.ATP ¢ formado somente a partir do fracionamento do glicerol e dos componentes de Scidos graxos da molécula de triacilgliterol. ‘A primeira lei da termodinamica refere-se especificamente ao processo da fotossintes=. (Oxidaao e reducdo se referem a transformacao do oxigénio em energia ttl. Energia é definida como a capacidade de realizar trabalho. O principal papel do oxigénio no corpo consiste em combinar-se com o ADP na sintese do ATE BCE CE CE ce cE CE ce ce CE molécula de glicose & de 40 ATP. compreensio do papel de cada macronutriente no ‘metabolismo energético se torna crucial para apri- morar a interagio entre a ingestdo e o armazena- ‘mento de alimentos eo desempenho nos exerccios. Nao existem “balas mégicas” nutricionais propria- © sceo mente ditas. Porém a qualidade ea mistura dos ma- ‘ronutrientes na dieta dria afetam profundamente a capacidade Ae realizar exercicios, a resposta a0 treinamento ¢ a saiide global. Uma analogia itil mostra como um carro ¢0 corpo humano ‘obtém ambos energia que os fazem “andar”. No motor de um automével, a combustao da mistura apropriada do combustivel ‘gasolina com oxigénio proporciona a energia necesséria para Acionar os pistdes. Engrenagens e sistemas articulados aprove am a energia para girar as rodas; um aumento ou uma redusio na liberagdo de energia acelera ou desacelera o motor. De ma- ‘neira semelhante, 0 corpo humano extrai continuamenteaener- gia de seus combustiveis/nutrientes ea utiliza para executar suas iiltiplas e complexas fungoes biologicas. Alm de despender Juma quantidade considerdvel de energia para a aco muscular durante @ atividade fisica, 0 corpo gasta também energia para utras formas “mais tranquilas” de trabalho biol6gico, in- eluindo: Digestio, absorcao e assimilacio dos nutrientes alimentares Fungio glandular que secreta hormonios em repouso ¢ du- rante 0 exercicio Manutengio dos gradientes eletroquimicos ao longo das mem- branas celulares para a fungdo neuromuscular apropriada, 0 rendimento total da energia efetiva proveniente do fracionamento completo de uma: + Sintese dos novos compostos quimicos, tals come asestrataras Proteicas espessas e finas no tecido muscular periferico, que aumentam de volume com o treinamento de resistémcia. INTERACAO NUTRICAO-ENERGIA. Bioenergética refere-se ao fluxo de energia em wm sistema vivo. ‘A capacidade do corpo em extrair energia dos mutrientes alimen- tarese transferi-la para os elementos contrite momsculo esque letico determina a capacidade de nada corres, pedalar € esquiar através de longas distincias com uma alta intensidade. A transfe- réncia de energia ocorre gracas a milhares de complexas reagbes NAD* + H,0 +3 Al Observar na reagdo acima que sio formados trés ATP para cada conjunto NADH mais H” oxidado. Os bioquimicos ajustac ram recentemente seus principios tebricos para as transposigoes relacionadas com a conservagao de energia na ressintese de uma ‘molécula de ATP nas vias aerbicas. Apesar de ser verdade que a cnergia proporcionada pela oxidacio de NADH e FADH, ira res sintetizar (transformar) ADP para ATP, seré necesséria também ‘uma quantidade adicional de energia (H") para transportar a ‘molécula de ATP recém-formada através das membranas mito= condriais até o interior do citoplasma da célula em uma permuta 0 hh ce Capitulo 4 Papel dos Nutrientes na Bioenergética 135 Na industria gia potencial mais baixa Energia potencial mais alta Energia potencial mais baixa HO ps #11 ' Exemplos de producdo de energia potencial. Exquerda, Na inglistra, a energia da queda agus Saproveitada Sirar a roda d'égua, que por sua vez executa o trabalho mecénico. Direita, No corpo, a cadeia de transferénds de elé. Bremove 05 elétrons dos hidrogénios para o fornecimento final 2o oxigénio. Na oxidacSo-redugS, grande parte da ener. Saulmica armazenada dentro do étomo de hidrogénio nao se dssipa para energia cinétca, mas pelo eontrario, € con- yada dentro do ATP, ‘ADP ¢ P que, a seguir, penetrardo nas mitocondrias. Essa adicional do transporte reduz 0 rendimento efetivo de para o metabolismo da glicose, Em verdade, em média sao idas apenas 2,5 moléculas de ATP a partir da oxidagio de ma molécula de NADH. Esse valor decimal para o ATP nao in- a formagio de meia molécula de ATP, mas e pelo contririo ica 0 mimero médio de moléculas de ATP produzidas pela ifdo de NADH com a energia para o transporte mitocon- subtraida. Quando FADH, doa hidrogénio ser formada a it apenas uma média de 1,5 molécula de ATP para cada par roginio oxidado. Eficiéncia do Transporte de Elétrons e da Fosforilagao Oxidativa ‘A formacao de cada mol de ATP a partir do ADP conserva apro- Ximadamente 7 kCal de energia. Sabendo-se que2,5 moles de ATP. ‘esultam da oxidacio de 1 mol de NADH, cerca de 18 kCall (7kCal [Por mol X 2,5) sdo conservadas como energia quimica. Uma siéncia relativa de 34% ¢ observada para a obtengio de energia ‘quimica gragas ao transporte de elétrons—fosforilacao oxidativa, Pois a oxidacao de | mol de NADH libera um total de 52 kCal (8 KCal + 52 kCal x 100). Os 66% restantes da energia sao dissipa- ddos na forma de calor. Levando-se em conta que uma maquina a Yapor transforma seu combustivel em energia titil com uma ef ciéncia de apenas cerca de 30%, 0 valor de 34% para o corpo hu- ano representa uma taxa de eficines extremamente alta, PAPEL DO OXIGENIO NO METABOLISMO ENERGETICO Existem trés pré-requistos para a resintese continua de ATP du- ante afosforilagao oxidativa acoplada dos macronutrientes. Se fo- rem atendidas as trés condigOes enumeradasa seguir, 0 hidrogénio £05 clétrons serio langados ininterruptamente ao longo da cadeia respiratéria para o oxigénio durante @ metabolismo energético: 1. Disponibilidade do agente redutor NADH (ou FAD) nos tecidos 2. Presenga do agente oxidante (oxigénio) nos tecidos 3. Concentracao suficiente de enzimas e de mitocindrias nos tecidos para garantir queas reagSes de transferencia de ener. gia irdo prosseguir com sua velocidade apropriada No exercicio extenuante, um fornecimento inadequado de oxigénio (condico 2) ou seu ritmo de utilizagao insuliciente (condigao 3) criam um desequilibrio relativo entre a liberacao dehidrogénio e sua aceitagao final pelo oxigénio. Na presenca de qualquer uma dessas condigoes 0 fluxo de elétrons através da cadeia respiratéria ¢ “represado” e os hidrogénios se acumulam 136 Capitulo 4 Papel dos Nutrientes na Bioenergética ligados a NAD* e FAD. Uma seco subsequente (ver adiante) Proporciona os detalhes acerca da formagio do lactato quando. © composto piruvato se une temporariamente a esses hidroge- nios em excesso (elétrons);a formagao de lactato permite a con- tinuagdo do transporte de elétrons-fosforlacio oxidativa, ‘Metabolismo aerdbicorefere-se as reagdes catabélicas geradoras de energia. Nessas condigbes,o oxigénio funciona como o receptor Satide Pessoal e Nutricdo para 0 Exercicio 4-1 Les6es por Uso Excessivo e Dor Subsequente Bill, um antigo jogador de futebol americano universitario, em geral se manteve sedentario no transcorrer dos dltimos 10 anos. Em um fim de semana a cada més ele participa em esportes competitivos vigorosos, como ténis, futebol ameri- ‘cano de toque e esqui em dias consecutivos. A seguir queix: se de dores em joetho, costas, ombros, és e tornozelos. Ele ‘ealiza periodicamente alongamentos todos os dias para aju- dar a “soltar” suas costas. O alongamento nao alivia os inco- modos nem as dores de seus problemas esqueléticos. Historia Médica Pregressa Bill ndo fuma, nao relata qualquer hist6ria de doenca signi- ficativa e mantém um peso corporal desejavel (apesar de pe- sar 4,5 kg mais que quando frequentava a universidade) & ‘tem pressdo arterial normal. Todos os exames de sangue re- alizados anualmente em um hospital local se enquadram na varlagao normal, Ele é sadio, porém mais sedentério do que desejaria ser. Diagnéstico Guerreiro de fim de semana com sinais e sintomas de lesées Por uso excessvo, Questées Relacionadas ao Caso 1. Rastrear a progressao de uma lesdo por uso excessivo. 2. Fornecer 0s procedimentos imediatos de primeiros so- corros para tratar uma leséo por uso excessivo. 3. Descrever como prevenir as leses por uso excessivo, Respostas 1. As lesdes por uso excessivo (overuse) resultam do uso re- Petitivo de musculos, tenddes e articulacdes nas mesmas atividades sem um repouso suficiente. Essas ages muscu- lares repetidas ocorrem com frequéncia em esportes vi ‘gorosos, mas sdo executadas também durante quaisquer movimentos repetidos, como cortar madeira, cavar um ‘buraco no chao, ou remover folhas com um ancinho. (aceitador, aceptor) final de elétrons na cadeiarespiratéria e com. bina-se ao hidrogénio para formar dgua, Num certo sentido, 0 termo aerdbico € enganoso, pois o oxigénio nao participa direta= mente na sintese do ATP. Por outro lado, a presenca do oxigénio) no “final da linha” determina em grande parte a capacidade do} individuo em produzir ATP e, consequentemente, a capacidade! de suportar um exercicio de endurance de alta intensidade, ‘A dor que piora com a atividade costuma progredir da seguinte maneira: * Inicialmente ocorre dor imprecisa, desconforto e fa- diga geral. ‘+ Ador torna-se maisintensa e localizada em uma érea definida (quadril,joetho ou cotovelo). * - Odor torna-se mais prolongada, acompanhada fre~ ‘quentemente por alguma inflamacéo do tecido tu- mefeito. * Aor e/ou a tumefacao tornam-se suficientemente intensos a ponto de interferirem com a realizacao de qualquer atividade adicional. + Aor e/ou a tumefacao interferem com a posicao ereta normal, 2 deambulacao e 0 sono. 2, Oacrénimo com cinco letras P-RA-C-E (Protecso, Repouso, Gelo (Ice), Compressao, Elevacéo) descreve a sequéncia Preferida do tratamento imediato para as lesdes por uso excessivo dos tecidos moles. ‘+ Protecdo: Proteger a area lesionada a fim de isolé-la de qualquer dano adicional. * Repouso: Restringir qualquer atividade adicional e uso da area lesionada. * Gelo: Circundar imediatamente a area lesionada com tuma bolsa de gelo mantida no local por um enfaixa- mento eléstico e continuar a aplicagdo por 24 a 72 horas, dependendo da gravidade da leséo. A vaso- ‘onstrigéo induzida pelo gelo ajuda a reduzir o san- gramento, a tumefacao e a dor. 0 intervalo padroni- zado de aplicagao do gelo ¢ de 15 a 20 minutos. Voltar a aplicar 0 geloa cada hora ou quando a dor persist, Nao aplicar gelo nem compressao na hora de dormir, a ndo ser quando a dor interfere com o sono. * Compressao: Comprimir a drea lesionada com fire meza, porém sem exercer pressdo excessiva. Iniciar Cenfaixamento distalmente a lesdo e prosseguir na direcao e por sobre a drea lesionada. + Elevacdo: Quando exequivel, elevar a érea lesionada até acima do nivel do coracdo para minimizar o efeito hhidrostatico da gravidade sobre a estagnacio venosa € 0 efluxo de liquido para dentro dos tecidos lesiona- dos. Manter a elevacéo do membro por um periodo longo porém que seja pratico. Durante o sono, elevar ‘o1membro lesionado com cobertores ou travesseiros ‘Aslesbes por uso excessivo costumam levar mais tempo para cicatfizar que as outras lesdes. Assim sendo, a pre- ‘vengéo torna-se uma consideracdo importante, Bll pode siminuir as les6es por uso excessivo adotando a seguinte ‘conduta: {(@) Proporcionar um periodo de 48 horas entre as atvi- dades. (@) Reduzir 0 exercicio (tentar controlar-se durante os jogos). {G) Diminuir a curacao da atividade (abster-se de realizar ‘uma quantidade excessiva de atividade uma tinica vez). A-energia dentro da estrutura quimica das moléculas de car- oidrato, gordura e proteina no ¢ liberada subitamente no ‘corpo em alguma temperatura de combustao. Pelo contririo, a liberagao de energia ocorre lentamente em pequenas quan- fidades durante as complexas reagdes controladas enzimati- camente, tornando assim possivel uma maior eficiéncia na Aransferéncia e na conservacio de energia. Cerca de 34% da energia potencial dos nutrientes alimentares ‘fo transferidos para o composto de alta energiatrifosfato de adenosina (ATP) A clivagem (clivisio) da ligagao dos fosfatos terminais de ATP. libera energia livre que ird acionar todas as formas de traba- Iho biol6gico. ATP funciona comoa moeda corrente de energia do corpo, apesar de sua quantidade representar somente cerca de 85 ‘gramas. Capitulo 4 Papel dos Nutrientes na Bioenergética 137 (4) Aumentar gradualmente o nivel de treinamento. Bill deveria passar a frequentar um gindsio a fim de ele- var 0 nivel de sua aptidae. (6) Certifcar-se de que © equipamento para exercicio seja atualizado e que esteja em bom estado de fun- cionamento. (6) Levar na devida conta 2 idade do participante. Bill precisara reconhecer suas alteragBes corporais ocor- ridas com o passar do tempo e realizar ajustes apro- priados nas sessOes de trabalho. i . A fosfocreatina (PCr) interage com © difestato de adenosina (ADP) para formar ATP. Esse reservatéese delta energia nao aerébico reabastece rapidamente © AT . Fosforilagio refere-se a transferéncia de emersia pels ligacoes, fosfato, na quais ADP ecreatina So recsladascontinuamente para ATP e PCr. . A oxidacao celular ocorre no revestionent interno das mem- branas mitocondriais; envolve a transferéneta de elétrons de NADH e FADH, para o oxigénio. Esse processo resulta na li- beragio e na transferéncia acoplada de enersia quimica para formar ATP a partir de ADP mais um ion fosfato. }. Durante a ressintese aerdbica de ATP, 6 exigénio funciona como 0 aceitador (aceptor) final de eletrons na cadeia respi- Tat6riae se combina ao hidrogénio para formar agua. Liberacao de Energia pelos Macronutrientes ‘A energia liberada no fracionamento dos macronutrientes de- Sempenha um tinico propésito crucial — a fosforilagio do ADP para voltar a formar o composto rico em energia ATP (Fic. 412). 'O catabolismo dos macronutrientes favorece a geragio de ener- igi contida nas ligagdes fosfato, porém as vias especificas de de- igradacao diferem na dependéncia dos nutrientes metabolizados. 1Nas segs seguintes, mostramos como a ressintese do ATP ocorre ‘partir da extracao da energia potencial existente nos macronu- trientes alimentares. Arnie, 4.13 exsboga as fontes bisicas de combustivel dos ma- ronutrientes que fornecem o substrato para a oxidagao e sub- sequenteformagao de ATP. Essa fontes consistem pri em: 1. Glicose derivada do glicogénio hepatico 2, Moléculas de tracilglcerol e glicogénio armazenadas nas cé- Iulas musculares 3. Acidos graxos livres derivados do triacilglicerol (no figado ‘nos adipécitos) que penetram na éorrente sanguinea para se rem levados a0 misculo ativo 4, Esqueletos de carbono dos aminodcidos intramusculares ¢ derivados do figado Capitulo 4 Papel dos Nutrientes na Bioenengética ‘Uma pequena quantidade de ATP ¢ formada também a partie (1) das reagdes anaerdbicas no citosol(citoplasma) na fase inis cial do fracionamento da glicose ou do glicogénio e (2) da foss forilacao de ADP pela PCr sob 0 controle enzimético da creatia nofosfoquinase, eet LIBERACAO DE ENERGIA PELOS CARBOIDRATOS A fungao primaria dos carboidratos cansste em fornecer energia para o trabalho celular. O fracionamento completo de um mal de glicose (180 g) para dibxido de carbono e agua produz um Co or maximo de 686 kCal de energia quimica livre que se torna diss Ponivel para a producdo de trabalho, No corpo, ofracionamento ‘completo da glicose conserva apenas parte dessa energia na forma de ATP, CHO, + 60; 6CO, + 6H, + 686 kCal por mol A sintese de um mol de ATP a partir de ADP e um fon fosfato requer 7,3 kCal de energia. Portanto, a acoplagem de toda. ener= gia na oxidagao da glicose para fosforilago poderia formar teo= ricamente 94 moles de ATP por mol de glicose (686 kCal + 73 KCal/mol). No mdsculo, porém, as ligagdes fosfato conservam apenas 34%, ou 233 kCal, da energia, com o restante sendo dis= sipado na forma de calor. Consequentemente,o fracionamento ™ Aenergia potencial nos macronutrientes aciona da glicose gera 32 moles de ATP (233 kCal + 7,3 kCal/mol), com a ressintese do ATP, ADP, difosfato de adenosina; P, fosfato. um ganho concomitante de energia livre de 233 kCal. eer ™ Fontes basicas de combustivels dos macronutrientes que fornecem substratos para a geracio do ATP. 0 figado roporciona uma rica fonte de aminodcidos e de glicose, enquanto os adipocitos geram grandes quantidades de moléculas de Acidos graxos ricos em energia. Uma vez liberados, a corrente sanguinea leva esses compostos até a célula muscular. A maior parte da transferéncia de energia pela célula se processa dentro das mitocéndrias. As proteinas mitocondriais desempenhama fosforilacdo oxidativa nas paredes membranosas internas deste complexo arquitetonicamente elegante. As fontes de energia intramuscular consistem nos fosfatos de alta energia ATP e PCr assim como em triacilglicercis, licogénio e aminoécidos, erdbico versus Aerébico degradacdo da glicose se processa em dois estigios. No pri- iro estégio,aglicoseéfracionada com relativa rapidez em duas léculas de piruvato. A transferéncia de energia ocorre sem igénio (€ anaerSbica). No segundo estigio do catabolismo da 05e, 0 piruvato sofre uma degradacao adicional para diéxido ‘earbono e égua, As transferéncias de energia a partir dessas ges dependem do transporte de elétrons e da concomitante forilacao oxidativa (sio aerdbicas). licélise: Energia Anaerébica veniente do Catabolismo da licose primeiro estigio de degradacao da glicose dentro das células, ve uma série de reagdes quimicas denominadas coletiva- ente de glic6lise (denominada também via de Embden- hof em homenagem a0s seus dois bioquimicos descobri- Glicose ‘es a Frutose Sostato a | ate ‘ADP Frutose 1,5clitosfato 4 5 el Fostato de di-hidroxiacetona 20-ostecsradelde) s | ke NAD NADH+H NaD* NADH+H 2(1, 9fostoglicerato) oP 7 ee 2(8-dcido fostoglicérico) A 2(2-écido fostogliérico) wo] 2 thee ‘2lfostoenolpiruvato) oA] | fece ‘Acido lactico $2 piruvatos > Acido léctico ‘=e = lo 4 Papel dos Nutrientes na Bioenergética 139 ores), Essa série de reagOes, resumidas na FIG. 4.14, ocorre no meio aquoso da célula fora da mitocdndria. Num certo sentido, as eagOes representam uma forma mais primitiva de transferén- cia de energia muito bem desenwalvida em anfibios, réptcs, pei xes eanimais marinhos. Nos SeresInumanos a capacidade de gli- célise das células torna-se crucial durante as atividades fisicas que exigem um esforso mésxime.eomn wma duracSo de até 90 se- sgundos. Na primeira reacao da Fig: 44,0 ATP atua como doador de fosfato na fosforilacio da glicose para gicose@-fosfato, Na maio- tia dos tecdos do corpo, fosforsiaeso"apeisionat a molécula de slicose na célula. (As células hepstiess & ems MEROF gra, as cé- Tulas renais contém a enzima glicose 6-fesfatase, que separa (cliva) o fosfato da glicose 6-fosfates Eberamdi assim a glicose para ser transportada através da membrama Gellar para ser dis- tribuida para todo o corpo.) Na presencs de glicogtnio sintase, a glicose se une (acaba sendo polimerizadia) = outras moleculas de glicose para formar glicogénio. No metabolism energetico, pporém, glicose 6-fosfato se transforma em iratose 6fosfato, Nesse estégio, nao ocorre nenhuma extragS0 Ge Esersi porém a encr- FIG. 4.14 ® Glicolise, uma série de 10 reacbes quimicas controladas enzimati- camente,criaduas moléculas de piruvato 2 partir do fracionamento anaerdbico da glicose, Forma-se acido léctico (lactato) ‘quando @ oidagao de NADH nao acom- ppanhao ritmo de sua formacao na glicé- lise, ATR, trifosfato de adenosina; ADP, difosfato de adenosina; NAD, nicotina- rmida adenina dinucleotidio. 140, Capitulo 4 Papel dos Nutrientes na Bioenergética gia é incorporada dentro da molécula de glicose original a pensas de uma molécula de ATP. Num certo sentido, a fosforila- (Gio “prepara a bomba” para que o metabolismo energético possa prosseguir. A molécula de frutose 6-fosfato ganha um fosfato adicional do ATP e se transforma em frutose 1,6-difosfato sob o controle de fosfofrutocinase (PFK). O nivel deatividade de PPK coloca provavelmente um limite para o ritmo de glicdlise durante tum exercicio com esforgo maximo. A seguir, a frutose 1,6-difos- fato € dividida (clivada) em duas moléculas fosforiladas, ca uma delas com trés cadeias de earbono; estas sofrem uma de- ‘composiio adicional para piravato em cinco reagbes sucessivas. As fibras musculares de contragao répida contém quantidades relativamente grandes de PFK, 0 queas torna perfeitamente apro- priadas para a geracdo réipida de energia anaerdbica a partir da slicélise, Importancia dos Carboidratos no Wel eam aca ic) ‘9s Unicos macronutrientes cuja |gera ATP anaerobicamente. Isso teno exercicio maximo que requer de energia acima dos niveis supridos olicas aerébicas. Nesse caso, @ energia para a ressintese do ATP pro- intramuscular armazenado. aerdbico leve e moderado, 0s abt tenden cerca de um terco das neces- sidades energéticas do corpo. 3. 0 processamento das gorduras através do moinho ‘metabélico para a obtencdo de energia requer algum catabolismo dos carboidratos. 4, O fracionamento aerdbico do carboidrato para a ob- tencdo de energia ocorre mais rapidamente que a geracdo de energia pelo fracionamento dos acidos ‘graxos. Assim sendo, a deplecao das reservas de gli- cogenio reduz acentuadamente a producao (debito) de poténcia do exercicio. No exercicio aerdbico pro- longado de alta intensidade, como a corrida de ma- ratona, osatletas costumam experimentar fadiga re- lacionada ao exercicio — um estado associado a de- plecdo de glicogénio muscular e hepatico. 5, Osistema nervoso central necessita de uma corrente ininterrupta de carboidrato para funcionar adequa- [ les normais, 0 cérebro utiliza se adapta apos cerca de 8d quantidades relativamente grandes (como cetonas) para obter um combustivel alterna- tivo. Catabolismo do Glicogénio Glicogenélise descreve a clivagem (separacao) da glicose a partit do glicogénio armazenado (glicogénio — glicose). enzima gli- cogénio fosforilase no musculo esquelético regula e limita ofra- cionamento do glicogénio para obtengao de energia.A epinefrina (adrenalina), um horménio do sistema nervoso simpatico, in- fluencia a atividade dessa enzima e cliva um tinico componente da glicose de cada vex da molécula de glicogénio.” A seguir, 0 residuo da glicose reage com um on fosfato para produzicgli= cose 6-fosfato, contornando (bypass) a primeira etapa da via gli colitica. Assim sendo, quando 0 glicogénio proporciona u ‘molécula de glicose para a gliélise, ocorre um ganho efetivo 3 ATP em vez de apenas 2 ATP, como ocorre durante a primeit fase do fracionamento da glicose (ver proxima seca). Fosforilacdo ao Nivel do Substrato na Glicdlise ‘A maior parte da energia gerada nas reagoes citoplasmiticas da glicolise nao resulta em ressintese de ATP, mas e pelo contrario se dissipa na forma de calor. Nas reagdes 710, porém, a energia liberada pelos intermediarios da glicose estimula a transferéncia direta de grupos fosfato para o ADP, ao mesmo tempo em que so geradas 4 moléculas de ATP. Levando-se emt conta que duas moléculas de ATP foram perdidas na fosferilagao inicial da molé= «ala de glicélise, a glcélise acarreta um ganho efetivo de duas mide leculas de ATP. Esas transferéncias especticas de energia do subs- ‘rato para ADP por fosforilagao nao necessitarn de oxigénio. Pelo contrario,a energia€transferida diretamente por intermédio das ligagoesfosfato nas reagbes anaerdbicas denominadas fosforilax ‘gio ao nivel do substrato. A conservagao de energia durante @ slicdlise opera com uma eficiéncia de aproximadamente 30%. Aglicolise gra apenas cerca de 4% do ATP total formado du- rante 0 fracionamento completo das moléculas de glicose. Entretanto, a alta concentragao de enzimas glcoliticas ea velo= cidade dessas reag6es proporcionam uma quantidade significa- tiva de energia para a contragdo muscular intensa, Os eventos apreséntados a seguir representam exemplos das atividades que dependem macicamente do ATP gerado por glicdlise: os piques no final da corrida de uma milha, desempenho com intensidade ‘maxima do inicio ao final nas provas de natagao de 50 100 me- {os rotinas no aparelho de gindstia e piques nas provas de cor rida de até 200 metros. Peru ‘ransferéncia de energia anaerdbica dos macronu- {trientes ocorre apenas a partir do fracionamento dos carboidratos durante as reacbes glicoliticas. Liberagao de Hidrogénio na Glicélise Durante a gliclise, dois pares de étomos de hidrogénio sao re- ‘movidos do substrato (glicose) e seus létrons sio transferidos para NAD" a fim de formar NADH (1G. 4.14). Por serem forma ddas duas moléculas de NADH na glicilise cinco moléculas de ATP (25 para NADH) sio geradas aerobicamente pelo transporte de elétrons-fosforilagto oxidativa subsequente, Formacao de Lactato Existe oxigfnio suficiente banhando as células durante os niveis deleveamoderado de metabolismo energético, Consequentemente, ‘0s hidrogénios (elétrons) removidos do substrato e carreados pela NADH sio oxidados dentro das mitocondrias para formar ‘gua quando se unem ao oxigénio. Em um sentido bioquimico, existe um “estado estivel”, ou mais precisamente um “ritmo es= tivel’, pois o hidrogénio ¢ oxidado aproximadamente com a ‘mesma velocidade com que se tomna disponivel. Os bioquimicos se referem com frequéncia a essa condigao dinamica relativa- ‘mente estavel como glicélise aerdbica, com o piruvato passando aser o produto final. ‘No exerccio vigoroso, quando as demandas de energiaultra- passam tanto o suprimento de oxigénio quanto sta velocidade Capitulo 4 Papel dos Nutrientes na Bioenergeética 141 lizagdo, a cadeia respiratéria nao consegue processar todo genio fixado na NADH. A liberacao continua de energia ica na glicdlise depende da disponibilidade de NAD* 5.fosfogliceraldefdo (ver reagdo 6 na Fig. 4.14); caso ‘oritmo rapido da glicdlise “se desgasta até parar.” Na Meare, RAD, € frnadanowamertea necks (on pares de hidrogenios nao oxidados “em excesso” se combi- | Beg, Temporariamente 20 piruvato para formar lactato em uma adicional, catalisada por desidrogenase lactica, na reacio ersivel mostrada na F1G. 4.15. lactato nao deve ser ‘armazenamento temporério do hidrogénio com piruvato _gaste” metabglico. Pelo esenta um aspecto impar do metabolismo energético, pois _ de energia quimica que sea porciona um “reservat6rio” pronto para armazenar tempo- _fisico intenso. Quando se toma mente os produtosfinas da glicliseanaerdbica, Além disso, tdadesuficiente de oxigenio que 0 Acido lictico é formado no misculo, difunde-se _ ritmo do exercicio se tora m™ ‘osangue a fim de er tamponado para lactato desédioere- _hidrogeniosligados a0 lactats do de local do metabolismoenergetico, Desa forma, agli- nosso oxidados para sitet ‘continua fornecendo energia anaerdbica adicional para a _quantidade muito maior de intese do ATP. Essa via para a obtengdo de energia extra con- uma fonte de energia enquanto Sendo temporaria; os niveis sanguineo e muscular de lac- _piruvat, Além disso,as clas Daummentam, ea regenera do ATP ndo consegue acompa-_tencialexitente nas moléuls de ‘seu ritmo de utilizagdo. A fadiga se instala logo a seguir ¢ 0 durante o exercicio, i medida empenho nos exercicios diminui. A maior acidez devida a0 moléculas sao sintetizados (trat lo de lactato (e talver ao efeito do proprio anion lactato) de Cori (Fic. 4.16). 0 ciclo de Go sia a fadiga por inativar as varias enzimas envolvidas na trans- ver olactato, mas utili ‘também ncia de energia e por inibir algum aspecto do maquinismo _ tetizar a glicose sanguinea eo gic tritil do miisculo.™™* nese no figado) depletados durante hidrogénio da NADH se combina temporariamente com piru- FIG. 4.15 = (1) Forma-se cido lactico quando um excesso de (desidrogenasse ato. (2) Isso libera NAD" para aceitar outros hidrogénios gerados na glicélise. LDH, lactato desidrogenasse lacticay; NAD, glicotinamida adenina dinucleotidio. Capitulo 4 Papel dos Nutrientes na Bioenergética pact nan) tt i en cry rere meee Lactate No cicl6 de Cori, 0 acido léctico do masculo pe- netra no sistema venoso e transforma-se emlactato, A seguir, © lactato penetra no figado para ser transformado em piru- Vato e participar na sintese da glicose para subsequente for ecimento ao masculo. Esse proceso gliconeogenico ajuda a manter as reservas de carboidratos. Ciclo do Acido Citrico: Energi Aerdbica do Catabolismo da Glicose A glicélise anaerdbica libera apenas cerca de 10% da energia exis- tente dentro da molécula original de glicose. Assim sendo,a extra so da energiarestante torna necesséria uma via metabdlica adi cional.Is0 ocorre quando o piruvato étransformado irreversive- ‘mente para acetil-Co, uma forma de écido acético, A acetil-CoA penetra no segundo estigio do fracionamento dos carboidratos, denominado ciclo do écido citrico, também conhecido como ci- clo de Krebs em honra do quimico Hans Krebs (1900-1981), que compartilhou o Prémio Nobel de 1953 em Fisiologia ou Medicina pela descoberta do ciclo do dcido citric. Como mostrado esquematicamente na 7,0 ciclo do ‘Acido citrico degrada o substrato de acetil-Cod para didxido de carbono e étomos de hidrogénio dentro das mitocindrias. A se- {guir os Stomos de hidrogénio sto oxidados durante o transporte deelétrons-fosforilacio oxidativa com subsequente regeneracio de ATP.A ‘mostra o piruvato preparando-se para pene- trar no ciclo do dcido citrico ao unit-se coma coenzima A deri- vada da vitamina B (cido pantoténico) (0 A da coenzima A cor- responde ao Acido acético) para formar o composto de dois car- bbonos acetil-CoA. Esse processolibera dois hidrogénios e trans fere seus elétrons para NAD*, formando uma molécula de dis. xido de carbono da seguinte maneira: Piruvato + NAD* + CoA Acetil-CoA + CO, + NADH + H Aporsioacetil de acetil-CoA une-se a0 oxaloacetato para fore mar citrato (4cido citrico), © mesmo composto de 6 carbonos encontrado nas frutas citricas, que a seguir prossegue através do ciclo do acido citrico. Esse ciclo prossegue com suas operagoes, pois conserva 0 oxaloacetato original para unir-se a um novo. fragmento acetl que, a seguir, penetra no ciclo. Cada molécula de acetil-CoA que penetra no ciclo do acido citrico libera duas moléculas de diéxido de carbono e 4 pares de ‘étomos de hidrogénio. Uma molécula de ATP ¢ regenerada tam= ‘bém diretamente pela fosforilacao a0 nivel do substrato a partir das reagoes do ciclo do dcido citrico (ver reagio 7 na Fig. 4.18). Como resuumido na parte inferior da Fig. 4.18, sao liberados 4 hidrogénios quando a acetil-CoA € formada a partir das duas ‘moléculas de piruvato criadas na glicdise,e 16 hidrogénios si0 liberados no ciclo do écido citrico. A fungao mais importante do ciclo do Acido citrico gera elétrons (H*) que serio transferidos na cadeia respirat6ria para NAD? e FAD. O oxigénio nao participa diretamente nas reagdes do ciclo do {cido cittico. A maior parte da energia quimica no piruvato € transferida para ADP através do processo aerdbico de transporte de elétrons-fosforilagdo oxidativa dentro do pregueamento, ou das cristas, da membrana mitocondrial interna. Com uma quan tidade suficiente de oxigénio, incluindo enzimas e substrato, ‘ocorre a regeneracio de NAD" e FAD e o metabolismo do ciclo do dcido cittico prossegue livremente. ee ke eeu Due erty ‘acticar no sangue costuma manter-se regulado den- tro de limites estreitos em virtude de duas razdes: (1) a glicose funciona como um combustivel primario ara 0 metabolismo do tecido neural e (2) a glicose re- presenta a Unica fonte energética para as hemcias, que hao contém mitocdndrias. Em repouso e durante 0 exer- cicio, a glicogendlise hepatica mantém os niveis sangui- nneos normais de glicose, habitualmente em 100 mg/dl. {5,5 mM). No exercico intenso e prolongado como uma corrida de maratona, eventualmente a concentracéo sanguinea de glicose cai abaixo dos niveis normais, pois ocorre deplecéo do glicogénio hepatico e 0 misculo ativo continua catabolisando a glicose sanguinea dispo- nivel. Os sintomas de uma reducdo significativa da gli- cose sanguinea (hipoglicemia: <45 mg de glicose por decilitro (dl) de sangue) incluem fraqueza, fome e ver- tigem. isso acaba comprometendo o desempenho no ‘exercicio e pode contribuir para a fadiga com origem no sistema nervoso central associada a0 exercicio pro- longado. A hipoglicemia persistente e profunda induz tum estado de inconsciéncia e produz dano cerebral ir reversivel Transferéncia Efetiva de Energia a Partir do Catabolismo da Glicose A resume as vias para a transferéncia de energia durante o fracionamento da glicose no mitisculo esquelético que culmina na producto de 32 moles de ATP. Duas moléculas de ATP (ganho efetivo) sio formadas a partir da fosforilacio a0 nivel do subs- trato na glidlise. As demais moléculas de ATP podem ser assim explicadas: Fase 1 Piruvato: da glicélise 1 +— Coenzima A Acetil-CoA citrico J co, co, + Ht “T= ~ ee He wee Hl ee / Ciclo pe gtcros : AS coen: do acido ns iacsisoiliew caaatofssy transferem o hidrogénio HY paraa cadeia de,» Capitulo 4 Pape! dos Nutrientes na Bioenergética 143, H* transporte de elétrons ee ee + He 4 eras ee ve Meena eta rs LG 2H* +07 condri ‘Quatro hidrogénios extramitocondriais (2 NADH) gerados na Blicdlise produzem 5 ATP durante a fosforilacio oxidativa. Quatro hidrogénios (2 NADH) liberados na mitocondria quando o piruvato é degradado para acetil-CoA produzem 5 ATP. Dois tifosfatos de guanosina (GTP; uma molécula semelhante {40 ATP) sio produzidos no ciclo do acido citrico pela fosfo~ Filagio ao nivel do substrato. Doze dos 16 hidrogénios (6 NADH) liberados no ciclo do Acido citrico produzem 15 ATP (6 NADH X 2,5 ATP por NADH = 15 ATP). Quatro hidrogénios unidos & FAD (2 FADH,) no ciclo do Acido citrico produzem 3 ATP. Trinta e quatro ATP representam a produgio total apartir do cionamento completo da glicose. Jé que 2 ATP realizar ini- fente a fosforilacto da glicose, 32 moléculas de ATP sao iguais rendimento efetivo de ATP a partir do fracionamento completo iglicose no muisculo esquelético. Quatro moléculas de ATP sao das diretamente pela fosforilacao ao nivel do substrato (gli- ise e ciclo do dcido citric), enquanto 28 moléculas de ATP sao radas durante a fosforilacao oxidativa. O Capitulo 5 expli elementos especificos do papel dos carboidratos na liberagd0 energia em condigdes de exercicio anaerobico e aerobico. 4.17 ® Formacao de hidrogénio e subsequente oxidacao durante o metabolismo energetice 0 ciclo do dcido citrico gera atomos de hidrogénio durante o fracionamento de acetil-Co lificativas de ATP sao geradas quando esses hidrogénios sao oxidados através do process. s-fosforilacao oxidativa (cadeia de transporte de elétrons). ADP, difosfato de adenosina; & * eo ae LIBERACAO DE — \ GORDURA i A gordura armazenada representa a forte corporal mais abundante de energia potencial, Em comparagaos aidratos e as pro- teinas, a gordura armazenada) quase ilimitada de energia, As reservas de: dem um adulto jo- vem tipico perfazem entre 60.000 la partir dos tria- cilglicerdis existentes nas células gonduresas (adipécitos) e apro- ximadamente 3,000 kCal a partir dos tiailicer6isintramuscu- lares (12 mmol/kg de miésculo). Em comtrapartida,a reserva ener- gética dos carboidratos em geral perfaz menos de 2.000 kCal. As ‘és fontes de energia para o gorduras ineluem: 1. Triacilglicerol armazenado diretamente na fibra muscular em fntima proximidade das mit ‘maior quanti- dade nas fibras de contragao lenta que maquelas de contracio ripida) 2. Triacilglicerol citculante nos complexos lipoproteicos que sio hidrolisados na superficie do endotélio capilar do tecido ca- talisado pela lipoprotein lipase 3. Acidos graxos livres circulantes mobilizados a partir do tria- ) CRT suai Eeeeeaed 4c0, 6H Capitulo 4 Papel dos Nutrientes na Bioenergética 145 6 NAD* 2FAD ATP. FIG. 4.19 * Producao global de 32 moléculas de ATP pela transferéncia de energia durante a oxidacdo completa de uma Unica molécula de glicose através da glicolise, do ciclo do dcido citrico e do transporte de elétrons. vvado pelos virios horménios responsaveis pela mobilizagio das gorduras — epinefrina, norepinefrina, glucagon e horménio do rescimento — que sozinhos nao conseguem penetra na célula.” Lactatos,cetonas ¢ insulina inibem a ativagao do AMP ciclico’ Adipécitos: Local de Armazenamento e Mobilizacao da Gordura AIG. 4.20 esboca a dinamica do armazenamento e da mobili- zagao da gordura, Todas as células armazenam alguma gordura no entanto, 0 tecido adiposo funciona como o principal forne- cedor ativo de moléculas de dcidos graxos. Os adipécitos se es- 146 Capitulo 4 Papel dos Nutrientes na Bioenergética Gta tat cilrico. transporte Eros P FIG. 4.20 = Dindmica da mobilizagao e do armazenamento das gorduras. A lipase sensivel aos horménios estimula o frax cionamento do triacilglcerol nos componentes glicerol e dcido graxo. Apés sua liberaco pelos adipécitos, o sangue trans. Porta os acidos graxos livres (AGL) ligados @ alumina plasmética. As gorduras armazenadas dentro da fibra muscular tam- bem sao degradadas para glicerol e acidos graxos a fim de proporcionar energia. ATP, trifosfato de adenosina. pecializam na sintese ¢ no armazenamento do triacilglicerol. As goticulas de gordura dos triacilglicerdis ocupam até 95% do vo- lume celular dos adipécitos. Depois que a lipase sensivel aos hor- :mOnios estimula adifusdo dos dcidos graxos dos adipdcitos para a circulagao, quase todos 0s écidos graxos se fixam & albumina plasmatica para serem transportados como dcidos graxos livres (AGL) até os tecidos ativos.' Consequentemente, 0s AGL nao sto entidades verdadeiramente “livres”. No musculo, os AGL se separam do complexo albumina-AGL para serem transportados através da membrana plasmatica (por difusio e/ou através de tum sistema carreador mediado por proteina). Uma vez dentro daccélula muscular, os AGL podem voltara ser esterificados para formar triacilglicerdis intracelulares ou se unir a proteins intra~ musculares e penetrar nas mitocéndrias para 0 metabolismo energético (pela ado de carnitina-acetil-CoA transferase). Os Acidos graxos de cadeias médias ecurtas nao dependem do trans- I te através da carnitina-acetil-CoA transferase ea maioria de- se difunde livremente e penetra na mitocéndria. A molécula de glicerol hidrossohtvel formada durante a lip6- ise df unde prontamente do adip6cito para. circulagio.Como do, os niveis plasmaticos de glicerol refletem com frequén- © nivel de fracionamento dos triacilglicerdis corporais.* ndo ¢ levado até o figado, o glicerol funciona como um pre- Bor gliconeogénico paraa sintese da glicose. Esse processo re- nente lento explica por que a suplementacao com glicerol tribui pouco como um substrato energético durante o exer- inefrina, norepinefrina, glucagon e horménio do crescimento eleram a ativagio da lipase e subsequente lipdise assim como Hobilizacdo dos AGL a parti do tecido adiposo. As concentra- es plasmiticas desses horménios lipogénicos aumentam du- ae 0 exercicio a fim de abastecer continuamente os miisculos Os com um substrato rico em energia. Um mediador intra- ar, 0 AMP ciclico, ativa a lipase sensivel aos horménios e, forma, regula o fracionamento das gorduras. Os virios hor- os responsiveis pela mobilizacao dos lipidios, que sozinhos conseguem penetrar na célula, ativam o AMP ciclico.®” O etato circulante, as cetonas e, particularmente, a insulina ini- em a ativacio do AMP ciclico.* Os aumentos induzidos pelo Jamento com exercicios no nivel de atividade do miisculo quelético e nas lipases do tecido adiposo, incluindo adaptagdes quimicas e vasculares nos préprios miisculos,ampliam a uti- aio da gordura para a obtencao de energia durante o exerci- moderado.*'*”""* Paradoxalmente, a gordura corporal ex- ssiva reduz a disponibilidade de dcidos graxos e a oxidagao inte o exercicio.® ‘Ofracionamento ou a sintese de gorduras depende da ispo- idade de moléculas de dcidos graxos. Apés uma refeico, indo o metabolismo energético é relativamente baixo,os pro- #ss0s digestivos fornecem as células uma maior quantidade de aLe de triaclglicerdis; por sua vez, iso estimula a sintese de iglicerol. Em contrapartida, o exercicio moderado faz au- entara utilizacao de écidos graxos para a obtencao de energia, que reduz sua concentragao celular. diminuigio dos AGL in- racelulares estimula o fracionamento dos triaclglicerdis e sua nsformagao em glicerol e componentes de acidos graxos. imultaneamente,aliberagio hormonal desencadeada pelo exer- Eio estimula a lipdlise do tecido adiposo a fim de aumentar ida mais o fornecimento de AGL ao muscu ativo. FIG, 4.21 resume as vias para o fracionamento do glicerol e dos gmentos de écidos graxos da molécula de triacilglicerol. ol TeagOes anacrdbicas da glicdlise aceitam o glicerol como 3- fogliceraldefdo, que a seguir ¢ degradado para piruvato a fim formar ATP pela fsforilagao a0 nivel do substrato. Os étomos hidrogénio passam para NAD’ eo ciclo dodcido ctrico oxida iPiruvato, O glicerol proporciona também esqueletos de car- para a sintese da glicose. Esse papel gliconeogénico do gli- ol torna-se maisimportante quando ocorre uma deplegao das de glicogénio em virtude de uma restrigdo dietética de Capitulo 4 Papel dos Nutrientes na Bioenergética 147 Glicose Triacilglicerol +3 H.0 — Glicerol + | 3AG Hostyceaioso aa eins 4 A oo He fcetlcoh > Con Sa FIG, 4.21 = Esquema geral pare 0 freconamento dos frag- mentos de glicerol e de acidos graxos ds triclghicerol. Oali- cerol penetra nas vias energéticas durante giicblise. Os frag- mentos de dcidos graxos se preparam para penetrar no ciclo do acido citrico através da B-oxidacso. A cadieis Ge transporte de elétrons aceita 0s hidrogénios liberados durante 2 alicé- lise, a B-oxidacéo e o metabolismo do cele 6 Sido citrico. ATP, trifosfato de adenosina; AG, Scidos arenas carboidratos ou durante 0 exercicio alongs peaze ou um ‘mento intenso, Acidos Graxos {Quase todos os dcidos graxos contém um mimeno par detomos de carbono, variando de 2a 26. A primeira etapa na transferén- cia da energia potencial existente no Seido graxo para o ATP (processo esse denominado axidago desde graxos) clivafrag- ™mentos de acetil com dois carbonos arrancados da cadeia longa do fcido graxo.O processo que consisteems transformarum AGL. para miiltiplas moléculas de acetil-GoA édenominado beta (B)- oxidagao, pois o segundo carbono em tm deido graxo é deno- ‘minado 0 ‘carbono beta’ O ATP € responsive pela fsforilacao das reagoes, a dgua é actescentada, os hidrogénios passam para NAD* e FAD, ¢0 fragmento acetilune-secoma coenzima A para, formar acetil-CoA. A f-axidagio proporeiona uma unidade acetil de dois carbonos que ¢ idéntica ao acetl gerado pelo fracionamento da glicose. A -oxidagio continua até que toda a molécula de ‘cido graxo tenha sido degradada para acetil-CoA.,afim de per- mitir a penetracdo direta no ciclo do acido citrico. Os hidrogé- nios liberados durante o catabolismo dos dcidos graxos sio oxi- dados através da cadeia respirator. Observar que ofracionamento dos dcidos graxos se relaciona diretamente coma captagao de axi- sénio. A B-oxidacio prossegue somente quando 0 oxigénio se ‘une ao hidrogénio. Em condigdes anaerdbicas,o hidrogénio per- ‘manece com NAD’ e FAD ¢ acarreta uma interrupgao no meta- bolismo das gorduras.

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