Trata-se de ao direta de inconstitucionalidade, que tem por objeto a
declarao de inconstitucionalidade dos artigos 1, 2, 4,20, incisos V e IX, 23, I e X, 170 e 177 caput, I e IV e mais os 1 e 2 da lei 9478/97, que dispe sobre a poltica energtica nacional e as atividades relativas ao monoplio do petrleo. O autor da ADI, o Partido dos Trabalhadores, tambm requereu a concesso da medida cautelar. O Presidente da Repblica entendeu que a liminar no atendeu os requisitos de periculum in mora e de relevncia da fundamentao. O ministro Brito submeteu apreciao do egrgio plenrio, o pedido da cautelar.
Embora o art. 20, IX, da Constituio Federal estabelea que os
recursos minerais, inclusive os do subsolo, so bens da Unio, o art. 176 garante ao delegatrio da lavra a propriedade do produto de sua explorao. Tanto as atividades previstas no art. 176 quanto as contrataes de empresas estatais ou privadas, nos termos do disposto no 1, do art. 177, da Constituio, seriam materialmente impossveis se os concessionrios e contratados, respectivamente, no pudessem apropriar-se, direta ou indiretamente, do produto da explorao das jazidas. Nesse aspecto, a EC 9/95 permitiu que, observadas as normas legais, a Unio transferisse ao seu contratado os riscos e resultados da atividade e a propriedade do produto da explorao de jazidas de petrleo e de gs natural.
O relator Carlos Ayres Brito julgou inconstitucionalidade da parte da
lei que prev a aprovao de planos e projetos de desenvolvimento e produo da concessionria de forma automtica, caso a ANP no se manifeste sobre eles num prazo de 180 dias (pargrafo 3 do artigo 26). Ayres entendeu, em seu voto, que a Unio continua a ter o monoplio do petrleo no Brasil e, por isso, a propriedade da lavra no poderia ser transferida a empresas concessionrias, como dispe a Lei do Petrleo. Discordou, no entanto, quanto constitucionalidade do caput do artigo 60 da norma, que prev a competncia da ANP para autorizar a importao e a explorao de petrleo. O relator, Carlos Ayres Britto, considerou o dispositivo inconstitucional, pois a competncia seria exclusiva da Unio.
No entanto, o plenrio do Supremo Tribunal Federal (STF) considerou
constitucional a Lei 9.478/97. Os ministros Carlos Velloso, Cezar Peluso, Gilmar Mendes, Ellen Gracie, Seplveda Pertence e Nelson Jobim acompanharam o voto divergente do ministro Eros Grau e consideraram a ADI improcedente. J o ministro Joaquim Barbosa votou pela procedncia, em parte, da ao.