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(nova etapa J _ Manual do Formando™ Produgio Apoiada pelo: 5 S Vas ‘GOVERN PROGRANA OPERACIONAL DO EHPREGO, DOAREPUBUCA PORTUGUESA FORMAGAO E DESENVOWMENTO SOCAL MINSTERIO DA SEGURANCA SOCAL. EDO UNtKo EUROFEA Falar em Publico - Manual do Formando FICHA TECNICA Titulo Falar em Publico - Manual do Formando Autoria, Coordenacao Geral e Pedagégica e Concepsao Grafica Nova Etapa — Consultores em Gestio e Recursos Humanos, Lda Ano de Edicdo 2003 Nova Etapa Rua da Tébis Portuguesa, n° 8 ~ 1° Andar, Escritério 5 - 1750-292 Lisboa Telefone: 21 754 11 80 = Fax:21 754 11 89 Rua Agostinho Neto, n° 21 A - 1750-002 Lisboa Telefone: 21 752 09 80 ~ Fax: 21 752 09 89 Site: www.nova-etapa.pt * E-mail: Info@nova-etapa.pt ova etapa Falar em Publico - Manual do Formando 1. OBJECTIVOS PEDAGOGICOS GERAIS... . 2. CONTEUDOS PROGRAMATICOS GLOBAIS. 3.INTRODUGAO . 4, DESENVOLVIMENTO DE CONTEUDOS . CAPITULO | - GERIR O MEDO. 1. DESMISTIFICAR © MEDO DE FALAR EM POBLICO. 2.05 BENEFic0s D0 MEDO ...... 3. DESENVOLVER & AUTOCONFANCA.. 4, TECNICAS PARA CONTROLAR 0 MEDO . CAPITULO II - PREPARAR A Ee aCeS 1 ETAPAS 00 PLANEAMENTO . Serre oO 2. Oncantzacho DA nFoRMACHO. 3. Tos DE ESTRUTURA .... A. ESTRATEGIAS PARA MOTIVAR E ARGUMENTAR...- 5. GUIKO DA COMUNICACKO E AUXIUARES DE MEMORIA . ‘CAPITULO Ill - A COMUNICAGAO NAO VERBAL . f 67 1. Componenre vocaL. 2. COMPONENTE CORPORAL CAPITULO IV - SELECCIONAR E PREPARAR OS AUXILIARES 81 ec 1. FUNCAO 0S AUXILARES NAS APRESENTAGOES EM PUBLICO a I ee 3. REGRAS DE UTIUZACAO DOS AUXILARES VISUAIS, AUDIOVISUAIS & MULTIMEDIA. CAPITULO V - GERIR OS IMPREVISTOS. 1. COMO AGR PERANTE 0S IMPREVISTOS. .. 2. COMO RESPONDER A PERGUNTAS E OBJECCOES. oe 3. COMO LIDAR COM INTERLOCUTORES DIFICEIS 5. SINTESE CONCLUSIVA.... 6.ANEXOS . 5 7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA/RECOMENDADA. 125 8. CONTACTOS UTEIS.... weer > Lavewe 127 107 Wt 13 ova etapa ° Falar em Publico - Manual do Formando + Desmistificar 0 medo de falar em publico; + Identificar os principais beneficios do medo; + Reconhecer os pilares da atitude autoconfiante; + Utilizar técnicas de autocontrolo e autodominio; + Aplicar técnicas de respiragao e relaxamento; + Identificar as caracteristicas dos diferentes tipos de apresentagées publicas; = Analisar © perfil da situacao e caracterizar 0 publico-alvo; * Definir os objectivos da apresentacio; + Identiicar os principais cuidados a ter com a seleccio e o tratamento da informacao; + Avaliar 0 impacto da introdugio e do encerramento numa comunicacio; + Identificar diferentes formas de introducio e encerramento; + Estruturar a comunicagao de acordo com os padres mais utilizados; + Aplicar estratégias de motivagio e argumentacao; + Avaliar 0 impacto da comunicagio nao verbal; + Identificar 0s cuidados a ter com a colocagio da voz e com a entoacéo das palavras; = Conceber um guido de acco e auxiliares de meméria; + Identificar os principais tipos de auxiliares; + Conceber auxiliares de apresentacéo de acordo com as regras e cuidados de utilizagéo especiticos. flova etapa Falar em Piblico - Manual do Formando + © medo de falar em pablico: —As componentes fisiolégica, cognitiva e comportamental do medo; — Pilares da autoconfianga; — Etapas para o desenvolvimento da autoconfianca; Técnicas de controlo dos sinais fisiolégicos, cognitivos e comportamentais do medo; Técnicas de respiracio, relaxamento, visualizagdo e auto-exposicao. + Etapas da Preparacéo: — Diagnéstico da situagao; —Anilise do piiblico-alvo; —Definigio de objectivos; ~ Selecgao e tratamento da informagio. + Organizacéio da Informagéo: ae —Tipos de introducéo; —Tipos de encerramento; —Tipos de estruturas de desenvolvimento; — Estratégias de motivagio e argumentagio; —Auxiliares de meméria. + A comunicagao sem palavras: Técnicas de colocagio de voz; ~ Regras para uma correcta articulagio, entoacao e projeccio da voz; — Componente nao verbal; — Cuidados com os gestos, 0 olhar, a postura corporal. Tova etapa + Selecedo e concepsio de auxiliares: — Fungio dos auxiliares; —Tipos de auxiliares; — Regras e cuidados a ter com a concepgao e utilizacao dos auxiliares visuais, audiovisuais multimédia. + Estratégias para gerir situacées e pessoas dificeis: — Sugestdes para gerir situacdes imprevistas; — Regras e cuidados a ter na resposta a perguntas e objeccdes; | | Falar em Piiblico - Manual do Formando | ~ Sugestdes para lidar com interlocutores dificeis. ova etapa Falar em Publico - Manual do Formando Imagine que 0 contactavam para participar num programa de televisio, num “Frente a Frente” para abordar um assunto em que é especialista. Como é que se ia sentir? Ma- ravilhado por finalmente poder demonstrar os seus méritos perante milhares de portu- _gueses? Aterrorizado com a ideia de enfrentar as cimaras e os outros convidados? Tal- vez as duas? Entio veja 0 que aconteceu ao Joao e ao Miguel. © Joao ficou bastante entusiasmado com a idei: “Uma ocasido como esta nao se recusa, mas fiquei aterrorizado! Ainda por cima sé dois dias para me preparar! O melhor & comecar jé a pensar em tudo, preparar o mate- rial para levar, ensaiar tudo muito bem, decorar as partes principais.Vai tudo correr bem, mas e se alguma coisa falha... se me esqueso do que tenho para dizer...e se comeso a gaguejar e faco figura de parvo... e se“meto os pés pelas macs...” € s © Miguel ficou euférico com o convite. Nao percebeu de todo as diividas e ansiedades do Joc." Nao, no tenho medo nenhum! Nao ha motivo para isso.Tu é que és muito ner- voso! Aquilo é um programa que, no horério a que passa, quase ninguém vé! Para qué tanta preocupacao’ “— Mas tu no estis com medo?" “— Medo, eu? As vezes fico um bocado nervoso, mas no dia anterior tomo um ansio- litico e isso passa. Depois é deixar que 0 improviso fun ne. Desde que se domine © assunto, di-se a volta a tudo. Comigo esta tudo sob controlo, nao te preocup. “\ Olha que nao sei. Ainda no outro di ‘em qualquer lado uma frase que me ficou nna cabeca: Nao importa 0 que sabemos, mas o que fazemos com o que sabemos:” Tova etapa Falar em Publico - Manual do Formando “— Quem foi o parvalhao que disse isso? Estou mesmo a ver que era alguém que nao pescava nada de nada...” Sera que alguma destas atitudes the diz alguma coisa? Encontra algumas semelhangas nas emocGes sentidas pelo Joi e as suas préprias numa situagdo idéntica? Talvez nao ajude muito, mas saiba que numa pesquisa recente realizada pela Catho Consultores junto a 643 executives com varios cargos em empresas de diversos portes, o medo de falar em publi- co aparece em quinto lugar (com 4,9%) entre os maiores temores dos executives. A necessidade de dirigir-se a uma plateia é uma coisa perturbadora para muita gente. Para muitas pessoas, fazer uma apresentacio & um tormento.Alguns dos executivos entrevistados confessaram que tém mais medo de enfrentar ‘uma plateia do que da morte. Nao é exagero. Falar em piblico é quase Eq Fre agen nc cage Ende scr panhe algumas dicas. Podem ser-Ihe iiteis para 0 futuro. Mais de 50% das pessoas que fazem comunicacdes em piiblico, tém medo de o fazer e sofrem mesmo de alteragées fisiolégicas decorrentes desse medo. € claro que também existe uma percentagem de felizardos que passam por estas situagdes de forma impavi da e serena, como é 0 caso do Miguel.Acredita nisso? Eu no. Acabe com 0 medo de folar em publico em 10 minutos nao é, definitivamente, o nosso lema. Ultrapassar 0 medo de falar em piiblico sé se consegue com uma atitude consertada, em dois dominios: por um lado desmistificar do medo, aprendendo a geri-lo e a manté-lo dentro de niveis aceitéveis e, por outro, um forte investimento na preparagio culdadosa e pormenoriza- da da comunicacao. Esse é 0 objectivo deste manual. E ja agora o que acha que aconteceu no dia da gravacio ao Jodo e ao Miguel? nova etapa o Falar em Publico - Manual do Formando Falar em Publico Tova etapa aime Falar em Piblico - Manual do Formando Capitulo Gerir o£) o Medo No final deste capitulo, deverd ser capaz de: = Desmistificar o medo de falar em piiblico; ‘* Reconhecer os beneficios do medo; * Identificar as componentes do medo; + Aplicar técnicas de autocontrolo ¢ autodominio. | + Componentes fisiologica, cognitiva e comportamental do medo; * Beneficios do medo; * Etapas para o desenvolvimento da autoconfianca; + Pilares da autoconfianga; + Técnicas para desenvolver autoconfianca e gerir o medo. Tova etapa Falar em Pablico ~ Manual do Formando @ 1. DESMISTIFICAR O MEDO DE FALAR EM PUBLICO Hoje em dia, grande parte das profissGes incluem funcdes que exigem falar em piiblico. Reu- ides com clientes, apresentacdes para responsiveis da mesma ou de outras organizagées, ‘0u mesmo comunicacdes na assembleia de condéminos, sio situagdes que se repetem com ‘cada vex maior frequéncia na nossa vida profissional ou pessoal. E onde reside afinal de contas ‘© problema de falar em piiblico? Porque sera que muitas pessoas, arriscarfamos mesmo ‘em dizer, a maioria das pessoas, receia enfrentar um piiblico? Por curiosidade, saiba que BS dos diferentes tipos de medos mais comuns,ndo sé nos executivos, o de falar em publi- co é um dos mais frequentes. Para algumas pessoas, é superior ao medo das alturas, dos insectos, de andar de avido, de um divércio, do desemprego, etc. Na verdade, de que temos receio? O que realmente nos atemoriza? Se pensarmos um pouco sobre © assunto, podemos facilmente perceber que o medo ou receio que sentimos nao ¢ real:a nossa integridade fisica no esta em causa;aconteca o que acontecer, ninguém nos vai agredir ou devorar: Mas 0 problema é que o sentimos como se fosse real e, assim sendo, de- sencadeamios uma série de mecanismos de defesa que, 20 invés de nos ajudarem, sé complica a nossa situacdo. O medo de falar em piblico pode ser transformado na nossa maior forsa, desde que 0 encaremos de uma forma positiva. Por isso mesmo, ha que transformar toda a nossa energia interna proveniente do medo em energia positiva, canalizando-a em direc¢o a0 sucesso. Aceitar a situagdo como uma aventura, transformar o rect em forca, ° nosso maior desafio para vencer 0 medo. ova etapa oO Falar em Publico - Manual do Formando o£) | @ 2. OS BENEFICIOS DO MEDO Embora possa parecer estranho, a fungio principal do medo é assegurar a nossa pro- tecciio. © medo aguga os sentidos, dado que nos permite ficar mais alerta. E o medo que nos ajuda a dar uma guinada no volante para evitar um acidente, ou mesmo colar mo-nos ao cho para evitar o rebentar de uma bomba. Em certas ocasi6es, o medo pode mesmo multiplicar as nossas capacidades. Muitos actores dizem ter necessidade do medo para actuar com intensidade. Os atletas dio o melhor de si nas competi¢ées, no momento em que o stress atinge 0 seu maximo. Acredite: a funcao original do medo ¢ assegurar a nossa protecsio e levar-nos a ficar ‘mais vigilantes. Ja ouviu a expresso “o medo tem olhos grandes”? Esta é uma alusio ao facto de, em situagdes de perigo, apresentarmos essa manifestacao fisiologica: abrimos mais os olhos, como que para ver melhor onde se encontra o perigo e podermos agir rapidamente. E tudo isto acontece de forma quase instantdnea. De repente, todo 0 nosso organismo est a postos para... fugir...ou entrar em acco. E evidente que 0 medo, se descontrolado ou excessivo, pode pregar-nos grandes par- tidas: paralisar-nos no momento de iniciarmos a comunicacio, fazer-nos suar “em bica”, dar-nos “volta a0 est6mago”, entre outros sintomas pouco agradvels de recordar. No entanto, se devidamente controlado e nas devidas proporgées, o medo pode ser cana- lizado para actuar em nosso favor. Ainda se lembra do nosso personagem “temerério” que nao temia falar em publico? Se calhar, depois daquele episddio, passou a temer. flova etapa Falar em Publico — Manual do Formando Tova etapa Falar em Publico - Manual do Formando @ 3. DESENVOLVER A AUTOCONFIANCA A primeira coisa a fazer € proceder ao levantamento das dificuldades e reconhecer a corigem do problema. Sem saber para onde vamos, como vamos saber se ld chegimos? Sugerimos-lhe que responda ao questiondrio que constitui o Anexo n® | deste Manual. © Identificou alguma razo concreta para que nao seja capaz de falar em puiblico? Tem pro- blemas fortes de gaguez, voz inaudivel ou outro tipo de problema vocal, impossivel de ser torneado? E20 nivel da linguagem, no domina bem o portugués, tem dificuldades graves ‘com a construcdo de frases ou com a conjugacéo dos verbos? Em resumo, existe algum ‘obstaculo dificil de ultrapassar que o impeca fisicamente de falar em piiblico? Nao? Bom, ento quer dizer que o seu medo de falar em puiblico nao é um medo real, mas um medo Ez presumivel, provavelmente nao passara de um problema relacionado com a sua auto- confianga. Entdo, eliminada esta questo, passemos para a solucio do problema: desen- volver a autoconfianca e a coragem o que passa, necessariamente, por muito treino e Primeira ide a tomar para desenvolver a autoconfianca: 1° Analisar 0 comportamento de outros comunicadores, observando 0 que se aprecia nos bons oradores. Pense um pouco sobre os comunicadores que aprecia. Podem ser politicos, jor- nalistas, conferencistas, colegas de trabalho, enfim, pense nas caracteristicas que com interesse e entusiasmo, Registe as suas ideias sobre o assunto. esas pessoas tém que Ihe prendem a atencio e o fazem ser capaz de os ouvir | Tova etapa L__ Falar em Publico — Manual do Formando Sio estes oradores que co s la dindmica que imprimem as palavras, como pelo ova etapa Falar em Publico ~ Manual do Formando Mas, como isso no se consegue por artes magicas, é preciso insistir na preparagio € no treino, que constituem o principal caminho para a autoconfianca. A partir do momento em que decidir levar esta tarefa por diante, aproveite todas as ‘ocasiGes que tiver para falar em piblico. Treine no café: projecte a sua voz ¢ peca com conviceao “Uma bica, se faz favor!”; treine no elevador da empresa, cumprimentando os © seus colegas com entusiasmo: “Muito bons dias meus senhores. Como esto deste ‘ontem?!" treine na reunido da administracao de condominio:"Boa noite. Sou o morador do 10°-A ¢ habitualmente nao costumo falar nas reunides, mas hoje nao posso deixar (ou até mesmo l4 em casa com os mitido: “Meus filhos! Chamei-vos aqui para vos dizer que..”. Enfim, treine em todas as ocasides em que tenha a possibilidade de falar ee alto, em pablico. 3° — Pensar positivo. Predispor-se, mentalmente, para o sucesso. Querer ser capaz de falar, é a principal condicao para o sucesso. Junte ao treino e a pritica, m vontade e persisténcia. Conhece a historia que se conta sobre a forma como Julio César tera conquistado as ilhas britanicas? Diz-se entao que Jilio César a0 desembarcar nas ilhas britanicas com as suas legies, se deparou com um niimero inesperado de resistentes, situacio que tera alarmado e amedrontado as tropas romanas. De imediato, Jilio César pensou numa estratégia para levar os seus soldados a enfrentar, sem medo, os seus adversarios. Mandou todos os seus soldados para o alto de um penhasco, donde podiam ver o mar. ova etapa Falar em Publico — Manual do Formando 1 que se expressa, 0 tom de voz que tem, a postura, a os pensar que se trata de um bom politico ou de um bom ‘nao confiarfamos a minima respon- capazes de falar em piiblico, sejam ‘tomar uma decisio e incluir esse 6 poder! © facto de nos sentirmos ou, pelo menos, capazes de enfrentar publi- 0 caminho andado para o sucesso. Essa é uma visio que temos de manter, como o principal objectivo a alcancar. Move etapa 0 Falar em Publico - Manual do Formando Depois, mandou incendiar todos os navios que thes tinham servido de transporte e que ram 0 tinico meio de sairem da ilha. Solucio, avancar, conquistar e vencer ou morrer. Interessante, no minimo, no Ihe parece? Faca como Jilio César e as suas tropas, faga da sua fragilidade a sua maior forca. Enfrente a situacdo como um desafio, que depois de ultrapassado o fara senti-se como um vencedor, cheio de novas forcas para enfrentar ‘outras batalhas, outros desafios. 4° — Aproveitar todas as oportunidades para praticar. Tal como diziamos atrés, sem treino e pratica nio ha forma de ultrapassar o medo de falar em piiblico. Ninguém aprende a falar em piiblico, sem falar em publico. Ler este e outros manuais sobre o assunto pode ser muito importante, mas se nao se levar a pritica a teo- ria, nao serve para nada. E como aprender a andar de bicicleta por correspondéncia. O mais importante é praticar. E como dizia alguém “Vergonha nao é cair. Vergonha é nao. ser capaz de se levantar.” 5°— Fazer uma preparacdo cuidada e atempada. Saber 0 que vamos dizer, por que sequéncia o fazer, contando aquela histéria a propési- to, projectando simultaneamente a imagem ‘“x", é meio caminho andado para nos sen- tirmos mais seguros.Além do mais, se uma comunicagao bem estruturada pode nao ser garantia absoluta de sucesso, a falta de preparagao é, certamente, garantia de insucesso. Por isso mesmo, prepare-se previamente. fiova etapa Falar em Publico — Manual do Formando r a situa¢ao nos seus varios contornos, ‘0 impacto que queremos criar, ete., proceso de as passar para o papel. sentido e um acesso de coragem vird, possivelmente, substituir 0 acesso de medo”” "Dale Carnegie, Como Falar em Pablico, Ed Europa América, Lisboa, 1999 (15° Ed) nova etapa Falar em Pblico - Manual do Formando ™@ 4. TECNICAS PARA CONTROLAR O MEDO Como vimos atras, 0 medo de falar em piiblico & uma das emogdes mais frequente- mente referidas pelos profissionais da nossa sociedade.A verdade & que, quando temos de falar em piiblico, sentimo-nos pressionados para demonstrar um bom desempenho, sentimo-nos a ser avaliados pelos nossos pares, sejam eles colegas, superiores hierérquicos, clientes, ou pura e simplesmente uma audiéncia anénima, e queremos ser bem sucedidos.Vimos alguns dos passos para desenvolver a nossa autoconfianga, ¢ esta- mos certos de que serdo o bastante para nos sentirmos com mais coragem e determi- ago para levar a bom porto este desafio. Contudo, nio podemos negar que mesmo com uma boa preparacio e treino de toda a situacdo, os momentos que antecedem a nossa apresentacao sao de grande tensio e sio vulgares e comuns os acessos de medo. Nao vale a pena negar. © medo vai lé estar na hora "H".O melhor é prepararmo-nos er] antecipadamente para o receber, de forma a causar 0 menor dano possivel na nossa autoconfianga. Tal como fizemos para reconhecer as origens do medo, propomos-lhe um conjunto de truques para lidar com cada uma das componentes do medo (fisiolégica, cognitiva e comportamental). ova etap da comunicacéo, que s6 terminam quando (0 primeiros sintomas na noite anterior ou ao Nova etapa Falar em Publico - Manual do Formando suspiro, empurrando 0 ar dos pulmées. 2. Repita 0 ponto I: Inspire profundamente, sustenha o ar e expire com um suspiro. 3. Inspire devagar; desta vez expire naturalmente. O efeito relaxante é imediato. 4. Continue a inspirar profundamente para o abdémen durante algum tempo. “Técnicas de respiracao e relaxamento retiradas de 101 Truques para Relaxar, de Cathy Hopkins, Ed. Europa América, M.Martins, 1999 (adaptadas} nova etapa Falar em Publico — Manual do Formando movimentacio das costelas a subi- processo umas cinco ou seis vezes. 4. Desta vez, repouse as maos na parte de baixo das costelas. Inspire de novo profundamente e, quando estiver pronto, expire até que essa parte dos pul- _mées esteja completamente vazia.Aperceba-se da subida e descida e como isso se faz sentir na parte de baixo das costelas & medida que os pulmées se expan- dem com a inspiracao e se contraem com a expulsio do ar. Repita todas as eta- pas de cinco a dez vezes. Tova etapa Falar em Publico - Manual do Formando ova etapa Falar em Publico — Manual do Formando preparacio e insistente treino, nao f cer, No entanto, a nossa cabeca insiste em p 08 a tentar averiguar a origem deste nosso pessimis- Pees solugio pratica. Isto 6 precisamos de reestruturar 0 cognitivas. Ou seja, reconheca a emplo:Vou esquecer-me de tudo); e pensamentos (exemplo: é um receio bom desempenho); 3°— Encontre uma resposta para cada um dos medos (Néo me vou esquecer porque tenho toda a comunicagéo bem preparada e treinada e, em caso de esquecimento, posso consultar os meios auxiliares de meméria); a rie imagens positivas (técnica de PNL referida no ponto seguinte): 5° — Faca repeticao de discurso interno positivo (exemplo: Noutras situagdes sai-me bem; estou bem preparado: sou um bom comunicador; tenho confianga ‘em mim e no trabalho que faco; etc.). Tova etapa Falar em Pablico - Manual do Formando de Auto-Exposicao 08 sinaisfisiolégicos de aproximacio do medo (acelera- a suar boca seca, etc) *Aceite que os episédios de ansiedade se possam repetir, com menor ou maior intensidade. Tiova etapa Falar em Publico — Manual do Formando ova etapa Falar em Pablico - Manual do Formando toda a situacio, a sala (se sentadas, as janelas, os aS NOs vasos, pense na cor da sala, 1a a ficar © mais nitida pos- 4 Dc « emote Tal como a imagem que criou, imagine agora a moldura. € dourada, preta ou branca? De madeira ou de plistico? Demore alguns instantes até ficar com a imagem completamente nitida. » Retirado de Programagao Neurolinguistica-Desenvolvimento Pessoal, de Gustavo BVallés, Lisboa, Ed. Estampa, 1997 ova etapa L Falar em Publico — Manual do Formando bem por ali estar do abra os olhos. Da proxi- .relembre a imagem emoldu- Primeiro © pensamento e depois a accio. O que pode ser imaginado, pode acontecer: Se alimentar 0 seu pensamento com imagens positivas, quando en- frentar a situagao real 0 seu pensamento fara com que a sua imagem mental se torne a sua realidade. Esta técnica ajuda-lo-d a acalmar os nervos antes da si- tuagio de tensio que o espera. Poderd ser utilizada nos momentos que antece- dem a sua apresentagio. * Vallés, Gustavo, Op.Cit. Tova etapa Falar em Pablico - Manual do Formando © © actor que ensaia a cena de uma ca de modo a dominar o seu de- sempenho. Tal como diz a frase “Somos 0 que repetimos constantemente. A ‘exceléncia no € um acto, mas uma repeticio”. 9. Pode rever mentalmente todos os momentos de stress potencial e ver-se calmo e bem sucedido tantas vezes que, no fim, o comportamento descontrai- do em situagdes tensas se torna, para um si, um habito. Falar em Publico — Manual do Formando em ouvir as criticas e as sugestdes ceriticas e objeccdes da assisténcia? de si, do seu corpo e do seu espiri- Me SRE ea Golo orn psibico & perfeicamence natural +A autoconfianga adquire-se através de uma preparagio cuidada, muito treino e determinacao; + Utilize técnicas de respiracdo, relaxamento e visualizagio para se sen- tir mais confiante. ova etapa Falar em Pablico ~ Manual do Formando da situacio; + Caracteristicas da assisténcia; * Niveis de objectivos; + Objectivos operacionais e afectivos; + Etapas da preparacao da comunica *Tipos de introdugio e conclusio: © Estruturas comunicacionais; sgias de argumentacao e motivagio; + Auxiliares de meméria. _____ Treva etapa L_ = J Falar em Piblico - Manual do Formando isso dependeré de varios factores, como sejam, o tempo que ainda temos até apresen- tagio, a duragdo da comunicagao, o grau de conhecimento que temos sobre 0 assunto, a ‘quantidade de informacao que ja temos disponivel e, evidentemente, o grau de experiéncia, que se tem em fazer apresentagdes publicas. oe Tova etapa L____ Falar em Publico - Manual do Formando e PN L Se eT nova etapa [semaine ae Falar em Pablico - Manual do Formando >mos muito sapientes? 1S que nao soubemos pla- 0 € por isso resultou num ‘Vejamos entéo por onde comecar a preparacio da nossa comunicacéo. O que the parece? Qual a primeira etapa? Sugerimos a anilise da situacio. Vamos falar num grande auditério para centenas de pessoas, ou numa reunio de trabalho para directores de departamento da empresa? es Trova etapa L Falar em Pablico — Manual do Formando + Haveré debate final? * Qual o vestudrio adequado? + Como estaré disposta a audiéncia? + Que equipamentos audiovisuais existem? ___Inova etapa Falar em Pablico - Manual do Formando a uma pessoa, que decorre im clima de conversa, em- 2 Trova etapa Ss Falar em Publico — Manual do Formando nova etapa Falar em Pablico - Manual do Formando Trova etapa L_ d. Hierarquias existentes €. Tipo de relacionamento Trova etapa cesso de qualquer apresenta- go € agradar e satisfazer a audiéncia. E ela, e ndo nés, que deve ser 0 centro do aconteci- mento, Falar em Publico - Manual do Formando Para cada um destes objectivos, hi uma acco que se espera venha a acontecer depois da nossa comunicacao. Sova etapa Falar em Publico — Manual do Formando Tove etapa L Falar em Publico ~ Manual do Formando estariamos apenas centrados no nosso préprio interesse. Uma forma de seleccionar é responder as seguintes questOes: * De que forma esta informagao é relevante para os objectivos que tracei? + Como é que ist se relaciona com a minha argumentacao? * Incluir este material ira ajudar a formular logicamente a minha conclusio? ————EEEE ET nova etapa Eessien see e ea Falar em Publico - Manual do Formando EM RESUMO: | + Recolha informagio que Ihe pareca adequada ao seu objectivo e no apenas | a mais interessante. + Proceda a recolha de informagéo com tempo suficiente para fazer a necessi- ria triagem, em termos de qualidade e quantidade. *Toda a informacio deve ser confirm , pelo menos, duas fontes fidedignas. Sa Se eS] nove etapa __Falar em Piiblico — Manual do Formando RN Pe TY “Al Um bom comego é vital para qualquer apresentacio. E neste momento que temos de captar a atencio da nossa audiéncia. De Ihes dizer: “ATENGAO! OIGA! ISTO INTERESSA-LHE!” Para o conseguir,a melhor estratégia nao é gritar, mas dizer algu- ma coisa que atraia a atencao, que permita de imediato estabelecer uma relacio com aquele piiblico. Aquele tipo de introducao, “Bom dia. Eu sou 0 fulano de tal e venho aqui falar-vos sobre..”, é obviamente um convite para passar uns momentos pelas brasas. Nao ‘© convencia, pois nao? —____Imova Falar em Publico - Manual do Formando to importante que © publico perceba a tal, o discurso deve ser simples de uma forma de ajudar 0 auditério a compreender a mensagem da comunicagao. Mais a frente, iremos abordar os varios tipos de estrutura mais utilizados, bem como as varias situagdes em que se aplicam. x nova etapa L__ z Falar em Publico - Manual do Formando ova etapa Falar em Publico - Manual do Formando anizagao/empresa/partido; iy +A descrigdo de uma viagem de negocios/férias. Eee __Jhova etapa 1 J Falar em Publico — Manual do Formando 1° Item: No Continente 2° Item: Nas Ilhas ° Este tipo de estrutura desenvolve uma relago que mostra como a ocorréncia de uma situagao é resultado de uma outra situacao. Exemplo: Comunicagao sobre a Higiene Oral. 1. Existéncia de cérie dentéria; I. Auséncia de higiene oral, pela ingestao de agiicares e também por factores hereditarios. nova etapa L_____ Falar em Publico - Manual do Formando Tova etapa L aes Falar em Publico ~ Manual do Formando as directamente nos dizem gens que di ea ; to, ue vio a0 encontro dos nossos inte- "simples facto de uma cadeira ranger, estar | demasiado calor na sala ou até uma pessoa que tosse, pode ser © sufciente para nos que nao temos interesse no assunto? Di- _—_distrair. Isto se no estivermos verda- | ferentes estudos mostram que o nosso deiramente motivados para a escuta. Se ensamento processa-seaumavelocidade __existir motivago,ruidos ou interferéncias quatro veres superior a velocidade das pa- externas nao surtem grande efeito, lavras transmitidas oralmente. porque estamos profundamente atentos & Por isso, se aquilo que esta a ser dito nfo | comunicagio e concentrados na men- nos prende verdadeiramente a atengio, | sagem. BE ae es ore Trova etepa | es Falar em Publico — Manual do Formando 1u durante varios anos contra a doenca “y” e que fol er também em atencao nao se cair no dramatismo exces- muito bem aceites pela audiéncia : Por exemplo, um automével em vez de ae uma cor pode ser de um brilho intenso, ‘estava escura, podia estar pintada de negro como a noite. As palavi oe ambientes, transmitir cores, sensacdes, ‘emogoes, podefi fazer Sohfiar ol #02 eHorah por Isso devemos aproveitar essa capac dade. Por outro lado, 20 redigir 0 discurso, devemos ter cuidado de niio escrever fra- ses demasiado longas, de forma que quando acabam, ja ndo nos conseguimos lembrar de como comecaram. Nao obriguemos os ouvintes a um grande esforco de compreen- so e concentragéo para acompanhar a mensagem, pois poderdo perder "o fio 4 meada” e quando retomarem a audigio, ja perderam uma parte do discurso. Procuremos, por isso, utilizar frases e palavras curtas. eae Snova etapa ee ee Falar em Publico - Manual do Formando ‘0 tema. Uma comunicagao deve ser ‘95 termos técnicos necessirios e sufi- * Organizagao. Estruturar a nossa mensagem seguindo uma ordem légica perceptivel de ficil apreensio é, sem diivida, uma das formas de manter a assisténcia atenta. Além disso, é sempre bom iniciar a comunicacao fazendo referéncia ao objecti- vo da comunicasio, mencionando uma espécie de sumério daquilo que se vai dizer. Desta forma, estamos a preparar a assisténcia para o que vai ouvir e para a estrutura que vai ser seguida. De igual forma, no final, poder-se-a também resumir os principais aspectos da comunicacio. | Trova etapa l z Falar em Publico — Manual do Formando jo do piiblico visado. Imagine que a sua - blico a adquirir o novo modelo de veicu- rido. Procure colocar-se no papel de quem ouve. Quais seriam as objec¢Ses a colocar? Antecipe as possiveis debilidades da sua argumentacio ¢ transforme-as em novos argu- mentos. + Estruture a sua argumentacao de modo a terminar em forca. Quer dizer, de acordo com os argumentos que ird ul , deixe sempre © mais forte para o fim, de modo a que seja aquele que fica mais tempo na meméria. l SS eee ——Imova etapa L___ = ss Falar em Publico ~ Manual do Formando Tova etapa J Fnova etapa L guiré, depois porque poderd ter tendé porque poderd funcionar como uma as para a sua concepgio e utiliza¢io + Utilize fichas de papel grosso, nunca folhas de papel A4.As fichas so mais dis- cretas € as folhas de papel poderao denunciar algum nervosismo caso as suas mios tremam durante 0 inicio da comunicacio. Para além disso, as fichas com tamanho AS ou ainda menores, séo mais faceis de manusear. * Escreva sempre em maitisculas com um corpo de letra de 18, NO MINIMO. Trova etapa Falar em Publico — Manual do Formando especificas, etc. + Depois de terminar a concep¢io das fichas, faca uma cépia de seguranca. Poder vir a fazer-lhe falta. No se deixe tentar por escre- 7 n um enorme monte de fichas + Finalmente, utilize as fichas para treinar, procurando antecipar a situagio em todas as suas dimensGes. Se puder, faga-o na presenca de amigos e familiares € peca a sua opinido. Em Ultima instancia, recorra ao espelho. nova etapa Falar em Publico - Manual do Formando A Comunicac¢a Ndo Verbal No final deste capitulo, deverd ser capaz de: © + Avaliar 0 impacto da comunicagao nao verbal nas apresentagées orais; + Identificar os principais cuidados a ter com a colocacao e projeccdo da voz; + Reconhecer as regras para uma correcta articulacdo e entoagao das palavras; + Reconhecer o impacto dos gestos, postura, olhar, na comunicagio. + Impacto da comunicagio nio verbal, nos varios dominios: Vocal @ = Gestual + Regras de colocagio e projeccdo da voz; + Técnica para correcta articulagdo e entoagao das palavras; + Cuidados com a postura, gestos e expressio facial. Tova etapa Falar em Publico - Manual do Formando Todos temos consciéncia de que a componente nio verbal influencia 0 processo de comunicacio. Por vezes basta um pequeno alterar do nosso tom de voz, ou um gesto mais brusco associado 4 mensagem, e as palavras que proferimos passam a ter um si gnificado completamente diferente. @ 1. COMPONENTE VOCAL Uma das componentes nao verbais 6 a componente vocal, que é determinante no sucesso de uma apresentacio. E a voz que vai levar a mensagem aos ouvintes, des- pertar o seu interesse e motivacio, esti mular a curiosidade, chamar a atengio ou, pelo contrario, empurré-los para a sono- lencia, Tirar partido de todas as potencialidades da nossa voz, é uma das regras de ouro para ser bem sucedido. Em primeiro lugar, uma postura correcta (ombros cabeca levantados, olhando em frente), desde logo contribuira para uma melhor colocagio da vor, pelo facto das cordas vocais localizadas na laringe se encontrarem livres de qualquer pressio, permitindo que o som saia sem esforco adicional. E também importante saber que a pa- lavra est intimamente ligada com a res- piracdo: € durante 0 movimento da expi- ragio que, passando pela laringe, o sopro pulmonar € sonorizado, dando origem a voz. E depois, ao nivel da faringe e dos 6rgios da boca (palatino, lingua e lébios), que a voz é articulada e se torna palavra. Tova etapa Falar em Publico — Manual do Formando Qual a importincia de tudo isto na vocalizacao? 1.1 - A RESPIRACAO A forma como se respira é determinante na componente vocal. Naturalmente, que 0 nervosismo por vezes torna-se um incémodo, porque passamos apenas a respirar com a parte superior dos pulmées, dai a importéncia de fazermos alguns exercicios de respi- ragao abdominal (ver capitulo |, técnicas de respiracdo). Quando ha respiragao descon- traida, 0 ar enche os pulmées na altura da inspiracZo, e isso constit uma reserva para as palavras que proferimos. Uma respiracdo ampla permite armazenar muito ar, o que é um trunfo importante para a projecsio da voz. A correcta postura contribui também em larga medida para se respirar adequadamente (ver ponto 2.1). | >| 1.2 - AARTICULAGAO ‘Também frequentemente designada por diccio, a articulacdo diz respeito 4 forma de dizer as palavras, isto é, a0 acto de pronunciar os sons, as silabas, as palavras, destacando-os. Imagine que esta a preparar uma comunicacio, ou a preparar-se para a preparar,talvez 1ndo esteja minimamente interessado em conhecer pormenores excessivos do campo da fonética (ramo da linguistica que ‘ocupa da articulagio), por isso referiremos apenas alguns dos aspectos mais importantes para conseguir uma boa técnica vocal. hova etapa Falar em Puiblico - Manual do Formando *As consoantes so 0s pontos de apoio em que se baseia uma boa articu- lacao; * Projecte a sua voz, imaginando que alguém se encontra no fim da sala, ao aumentando © volume da voz, mas abrindo ligeiramente mais os maxi- fares; *Aproveite as sequéncias de inspiracio vs expiragio para dar mais énfase a determinadas palavras da mensagem; + Nao deixe “cair” os finais de frases, dé-Ihes énfase em especial; + Para corrigir tendéncias prejudiciais, treine-se a ler em vor alta, procu- rando pronunciar todas as silabas, abrindo bem os maxilares; + Com este treino, verificaré a necessidade de falar pausadamente. 1.3 — A INTENSIDADE A intensidade da voz é a forca, a poténcia com que se fala; pode-se ter tendéncia para falar alto ou baixo mas, seja como for, devemos adaptar a intensidade da nossa voz a0 volume do espago em que nos encontramos. No caso de ser necessério, pode utilizar um microfone, de preferéncia de lapela, pois sio os que tém maior definigio e avariam com menos frequéncia. Se puder antecipada- mente visitar a sala onde vai fazer a comunicagio e treinar este aspecto, ficara a saber melhor a intensidade com que tem de projectar a voz para se fazer ouvir por todos de forma perceptivel. nova etapa Falar em Publico ~ Manual do Formando. 1.4 - AENTOACAO A entoacao é 0 movimento melédico da voz caracterizado pelas variacées de altura da mesma. Numa frase interrogativa, a entoagao sobe: “Estdo a ouvir-me?” as Ao contrério, numa frase afirmativa, a voz tem tendéncia para baixar no fim: “Vamos terminar por aqui” Para cativar e entusiasmar a assisténcia, é fundamental jogar com virios tipos de entoa- des. Por exemplo, se se quiser chamar a atenco para um aspecto ou ideia principal, deve-se subir de tom, caso se queira criar um clima de cumplicidade ou mistério, baixa-se © tom, como que falando em segredo com cada uma das pessoas que est no publico. Nova etapa e Falar em Pablico ~ Manual do Formando 1.5-0 RITMO O ritmo é a velocidade com que nos exprimimos. Certas pessoas falam depressa, outras. lentamente. E preciso encontrar o ritmo certo para cada um de nés. Se se falar depressa demais, ha- vera maior dificuldade em se ser compreendido e poderd até dar a ideia de que estamos com pressa, com vontade de “fugir" dali, ou pouco interessados na audiéncia. Pelo contrario, se se falar lentamente em demasia, poder parecer falta de entusiasmo € conviccio. Pode até ter 0 efeito de “adormecer” o piiblico. Em resumo, eis algumas regras basicas relativamente a colocacio da voz: + Respiragio ampla e profunda + Boa articulagao + Intensidade adequada ao espaco + Entoages variadas e significativas * Ritmo controlado ova etapa Falar em Pablico - Manual do Formando @ 2. COMPONENTE CORPORAL Conhece aquela frase que diz,"Nao podemos nao comunicar nio verbalmente”, isto é, quer queiramos ou nao, mesmo quando estamos em siléncio, estamos a comunicar. A nossa postura, a nossa forma de vestir, os nossos gestos e até a distincia a que nos encontramos dos outros, séo formas de comunicar sem palavras. Sabia que foram feitos alguns estudos pela Kodak, de forma a perceber a importancia atribuida a cada uma das componentes da comunicagio? E 0 resultados sio surpreendentes: quando alguém é colocado numa situacdo de face a face pela primeira vez com uma pessoa, para a formagio da imagem dessa pessoa, a isico em geral, é | determinante, cerca de 55%, seguindo-se 38% para a componente vocal e, finalmente, componente fisica, ou seja, a postura, a forma de vestir, o aspecto apenas 7% para as palavras proferidas. Ter que se Ihe diga, nao é verdade? Lembre-se destes ntimeros quando estiver a preparar a sua comunicagio e dé, por isso, uma particular atengdo a sua aparéncia fisica, aos gestos e a voz. forma de transmitir uma mensagem é tio importante como a prépria mensagem. 2.1 - A POSTURA Qual a posicéo mais conveniente durante o discurso? Sentado ou de pé? Isso depende de cada pessoa e da forma como ela se sentir mais a vontade, mas se per- manecer de pé envolve mais a audiéncia. Ha quem goste de mover-se perante o pil o, para cativa-lo ou para conseguir um determinado efeito. jova etapa Falar em Publico — Manual do Formando Deve dar particular atencio a postura, ndo se pode esquecer que apenas um tronco bem firme, com os ombros levantados e © pescoco erguido, permite uma boa saida para © ar e por isso uma boa projeccio da voz. Na verdade, ndo existem regras rigidas no que refere a estes aspectos. Correndo 0 risco de se repetir um “chavo”, o importante é que se sinta a vontade no seu corpo enquanto dura a sua intervengio. Para além deste aspecto, no podemos esquecer que a postura ideal é aquela que respeita as leis da gravidade, concentrando © peso da cabeca, tronco € bracos no plano ésseo sacro-iliaco. O alinhamento corporal deve ser estavel, mas ndo estitico, dinamico, mas nao fixo. | Se sentir necessidade de se movimentar, faca-o, evitando contudo as seguintes situagées: + Balancar 0 corpo para os lados ou para a frente e para tras + Fazer gestos repetitivos sem qualquer significado + Meter as maos nos bolsos Tova etapa 2.2 -O OLHAR Além disso, estar de pé permite o con- tacto visual com o piblico. Para muitas pessoas, esta é uma das grandes dificul- dades de falar em piblico: o olhar nos colhos dos participantes e, como forma de 0 evitar, procuram um ponto no infini- to (no fim do anfiteatro ou na porta da saida), outros refugiam-se no papel 4 sua frente. Quais os resultados deste tipo de estratégia de fuga? Nio ha piblico que aguente e 0 fracasso é quase sempre ga- rantido. Quando nos encontramos num grande auditério, é mais facil conseguir ultrapas- sar esta situagio, dado que até podemos fixar pontos entre as pessoas, olhar para © cimo das cabegas, evitando assim 0 con- tacto ocular fixo. Numa sala de pequena dimensio, quando se fala para um grupo mais restrito, esta pode ser uma dificulda- de acrescida. Devemos resistir também & tentagio de olhar apenas para uma ou duas pessoas conhecidas, ou para aquela senhora que esté sempre a dizer que sim com a cabega, dado que podemos irritar a restante assisténcia, O contacto visual com 0 puiblico tem uma importincia crucial no estabelecimento da relagéo com a audiéncia, por isso é fundamental manter o olhar dirigido para ela, distribuido por todo o publico. Jé agora, aproveite estes momentos para “ler” os rostos dos espectadores e faca também uma avaliagio do feed-back, através de movimentos colectivos tipicos —acenos de cabesa, cruzar de pernas, tomar notas,cogar a cabeca, mexer nos papéis, po- dem ser sinais de motivagio ou de desin- teresse. Procure perceber o que eles esto a sentir e, se for caso disso, faga apelo a sua capacidade de motivacio e animagao. Nao pode é permitir que 0 seu piiblico se de- sinteresse do que Ihe est a comunicar. O sucesso da sua apresentacio mede-se em fungi do interesse revelado pelo piblico. Tova etapa Falar em Publico - Manual do Formando. 2.3 — OS GESTOS No que se refere aos gestos e movimentos com as mios, existem varios autores que slo apologistas de que os gestos podem funcionar como um factor distractivo e, por isso mesmo, as mos devem ser mantidas junto a0 corpo ou em cima do pillpito. Sera humanamente possivel eliminar os nossos gestos naturais? Na nossa perspectiva, os gestos das maos podem facilitar a compreensao da mensagem, as maos devem ter fa. Nao as impeca de viver. Naturalmente, poder apoié-las, caso exista um pilpito, ou, porque nao, manejar uma esferogrifica. © importante & que se trate de um gesto na- 2.4 — A EXPRESSAO FACIAL A expresso gestual pode, e deve, acompanhar a expressio oral, sublinhando e refor- cando as nossas afirmacGes. A expressio facial deve ajustar-se ao assunto de que se esté falar. Por exemplo, se se pretende fazer rir 0 publico,a expressio deve conter o sentido irénico do que estamos a referir. Nova etapa Falar em Publico - Manual do Formando Em resumo, no que se refere & comunicagao nao verbal: * Utilize os olhos para estabelecer contacto visual com a audiéncia, para estabelecer interaccio, mostrando permanentemente o interesse que tem fem captar a sua atencio; * Procure manter-se de pé, porque favorece o contacto visual, dé uma imagem de seguranga e convicio e permite uma melhor vocalizacio; * Utilize as maos, fazendo gestos e movimentos que estejam de acordo ‘com a mensagem e facilitem a sua compreensio; + Mantenha uma expressio facial simpatica adequada aos sentimentos que pretende transmitir; + Nao esqueca que a forma de transmitir a mensagem é téo importante como a mensagem em si prépria. Falar em Publico - Manual do Formando Ves Seleccionar LO e Preparar coe os Auxiliares Once Feat No final deste capitulo, deverd ser capaz de: + Reconhecer a funcao dos auxiliares na comunicacao; * Identificar os tipos de auxiliares mais utilizados; + Reconhecer as principais vantagens e inconvenientes; + Identificar as regras de utilizacao de cada um dos auxiliares visuais, baal audiovi e multimedia; * Seleccionar os auxiliares de acordo com o perfil da comunicacao. * Fungo dos auxiliares nas apresentagSes orais; *Tipos de aw iares mais utilizados nas comunicagées; * Caracteristicas dos recursos visuals, audiovisuais e multimédia; * Principais vantagens e inconvenientes dos diferentes tipos de auxiliares; + Regras de utilizacao dos principais auniliares visuais, audiovisuais e multimédia. Tova etapa Falar em Publico ~ Manual do Formando ™@ 1.FUNCAO DOS AUXILIARES NAS APRESENTAGOES EM PUBLICO Ja vimos a importancia que tm uma poderosa introdugio, as técnicas de motivacao, a projecsio de voz, os gestos adequades, para uma comunicacio bem sucedida, Falta-nos ainda abordar um aspecto essencial numa apresen- tacé ‘os auxiliares. Neles se incluem as ajudas visuais e audiovisuais, bem ‘como os materiais de apoio. A utilizacao de ajudas visuais ou audiovisuais tem como principal objectivo facilitar a apreensio da mensagem, reforcando-a.""Uma imagem diz mais que mil palavras”, & uma frase que expressa bem © que queremos dizer. Esque- mas, diagramas, imagens, gréficos, filmes, servern para aumentar o interesse, manter a atengio, consolidar ideias e faclitar a retencio e memorizacio dos aspectos chave. Ainda se lembra das percentagens que referimos a propési- to da nossa capacidade de retencao? O melhor é nao se pensar muito nisso, para ja nao falar da desilusio de sabermos que © nosso pubblico s6 iré recor- dar 20% daquilo que dissermos. Nao desanime. Provavelmente, ndo bem assim. Nao esqueca a importincia que tem a motivacio em todo o proces- so de memorizagao e retengao de informacao. Dai entio a importancia de utilizar todos os meios possiveis para cativar e reter a atencao dos ouvintes. Nova etapa Falar em Publico - Manual do Formando. Quanto as vantagens dos a iiares, destacamos as seguintes: Vantagens dos Auxiliares +Aumentam a atencio e capacidade de retencio; + Reduzem a duracio do tempo expositivo; + Acentuam os aspectos-chave da mensagem; + Ajudam a clarficar alguns aspectos do que foi dito; + Proporcionam seguranga e credibilidade ao orador; + Tornam a comunicagio mais criativa; + Ajudam ao acompanhamento da sequéncia da mensagem. Contudo, atengao para nao transformarmos a nossa apresenta¢ao num feira de tecno- logia, em que © centro das atencdes passou para os equipamentos em detrimento da mensagem do comunicador. nova etapa Falar em Publico - Manual do Formando @ 2. TIPOS DE AUXILIARES Existem diferentes interpretagdes do que pode ser considerado como auxiliar. Na nossa perspectiva, podem ser considerados como auxiliares todos os recursos que nos per- mitam aumentar 0 pacto da nossa comunicasio. Assim, dividimos os auxiliares em dois grandes grupos: visuais e audiovisuais, donde se destacam as transparéncias, os slides, quadros de folhas também designados por flip-chart, videogramas, imagens e sons através de multimédia e materiais de apoio, onde se incluem os textos de apoio, os gré- ficos, os esquemas, os diagramas, as estatisticas, etc. Um dos principais auxiliares utilizados hoje em dia é o projector multimédia que tem vindo a substituir os meios mais tradicionais. aS _Inova etapa Falar em Publico - Manual do Formando Hi 3. REGRAS DE UTILIZACAO DOS AUXILIARES VISUAIS, AUDIOVISUAIS E MULTIMEDIA Vejamos entio algumas das principais regras de utilizacao dos auxiliares visuais, audiovi- suais € multimédia: 3.1 — RETROPROJECTOR/TRANSPARENCIAS © retroprojector foi, provavelmente, um dos auxiliares mais utilizados na tltima década. Permite a projeccio de imagens e de texto com uma certa qualidade, sendo facil o manejamento e a concepcio do material a utilizar. Neste momento, apesar de estar a ser ultrapassado pelo computador e projector multimédia, ainda constituiu um exce- lente meio que permite uma grande funcionalidade. ba Tova etapa Falar em Publico - Manual do Form: ova etapa 3.2 — PROJECTOR DE SLIDES Falar em Publico - Manual do Formando Hé alguns anos atrés,o projector de slides era um auxiliar muito popular entre os comu- nicadores. Hoje também ele tem vindo a ser ultrapassado pelo computador e pelo projector, contudo, ainda pode funcionar como uma boa opcao, caso se pretenda projectar imagens de grande qualidade e rigor. Esta é, de facto, a principal vantagem dos slides em relagdo aos ‘outros auxiliares visuais: a nitidez e definicao da imagem. Contudo, néo podemos esquecer que a sua utilizacao obriga ao escurecimento da sala, o que pode funcionar como um obs- taculo momentineo a interaccéo com os participantes. Caso nao haja necessidade de grande definicio da imagem, sempre poderemos optar por projectar sem apagar a luz. para que fiquem por ordem; ‘ada slide no canto superior “aires ‘para garantir que 0s coloca *Verifique se estao na ordem correcta, ‘bem posicionados e se a focagem é boa; * Insira slides brancos entre cada pro- jecelo ou sempre que haja uma pausa. Verifique sempre: + Explique 0 contetido do slide; + Olhe para a assisténcia, excepto quando tiver de indicar algo na projeceao; + Use um ponteiro luminoso ‘ou de laser, Quando terminar a I° projeccéo: + Acenda as luzes; + Nio debi aie aaa ova etapa Falar em Publico - Manual do Formando 3.3 - QUADRO DE PAPEL OU FLIP-CHART Os quadros de papel, também designados por flip-chart sio um excelente auxiliar das apresentacdes para pequenos grupos ou para sessdes de briefings. Podem ser preparados previamente e adicionada informacdo durante o decorrer da apre- sentagao. Sao particularmente iitels se pretendemos solicitar a opiniio do piblico e re- gistar as suas ideias. Desta forma, poderemos criar um maior envolvimento de interaccio ‘com a assisténcia. Eis alguns dos aspectos que convém ter em linha de conta quando o for utilizar: Tova etapa Falar em Pablico - Manual do Formando Tova etapa Falar em Pablico — Manual do Formando 3.4 - VIDEOGRAMA Embora no seja muito frequente, podemos utilizar um pequeno filme para ilustrar algum aspecto da nossa comunicagio.Terd de ser necessariamente curto, apenas breves minutos, sob pena de cansar a assisténcia, a nio ser que seja um filme de excelente qualidade que agarre mesmo © piblico. Contudo, mais uma vez insistimos que os auxiliares devem ser isso mesmo, apenas auxiliares e nao substitutos da presenca do comunicador. Alguns dos aspectos que consideramos que deve ter em conta sio: + Nao fale nunca por cima Br do narrador; Quando * Pare o video; Nova etapa Falar em Publico ~ Manual do Formando 3.5 - COMPUTADOR E PROJECTOR MULTIMEDIA © computador é, sem divida nenhuma, © auxiliar mais utilizado presentemente, dado que é aquele que oferece mais possibilidades, integrando diversos tipos de ferramentas de preparacio e exposicio. O seu uso é especialmente vantajoso na concepcao de material de apoio e na respectiva projecc4o conjuntamente com o projector multimé- dia, também frequentemente chamado data-show. As principais vantagens residem na facilidade de actualizar, emendar, copiar, inserir novos dados na nossa apresentacio apenas em breves momentos, bem como conciliar diver- sos tipos de auxiliares, desde imagens, texto, diapositivos, gréficos, sons, videogramas, etc,, tudo apenas com o toque de um dedo. ae Esta abundancia de oportunidades pode, no entanto, ser completamente arruinada, se 0 comunicador nfo dominar 0 manuseamento do equipamento ou se ocorrer uma falha de corrente, para a qual ndo ha técnico de informatica que acuda. Existe também um outro risco que se pode correr. © desiumbramento pela tecnologia, tornando a nossa apresentagio numa verdadeira “feira de vaidades”, convertendo 0 “auxiliar” no centro das atencées. mova etapa Falar em Publico — Manual do Formando P piace ova etapa Falar em Puiblico - Manual do Formando EM RESUMO: + Os apoios visuais podem ser uma excelente ajuda para a nossa apresentacio, mas nao devem substituir 0 papel do comunicador. + Os auxiliares devem ser seleccionados de acordo com 0 tema e o objective da comunicasao, + Devemos utilizar apenas a tecnologia que dominamos. ova etapa _ Falar em Ptiblico ~ Manual do Formando Gerir os Imprevistos No final deste capitulo, deverd ser capaz de: * Lidar com situacdes imprevistas e pessoas dificeis: e *Tipos de situagSes imprevistas nder a qu nova etapa ™ 1. COMO AGIR PERANTE OS IMPREVISTOS Por mais que a nossa comunicacio esteja bem preparada, sabemos de antemio que © podem surgir imprevistos com os quais ndo contavamos. Por forma a evitar sermos sur- preendidos com uma série de situagdes possiveis de acontecerem, o melhor é antecipa- -las e prever como reagir para cada uma delas.Vamos entio analisar alguns desses casos que nos podem surpreender e deixar em posicao desconfortével. + Procure também imaginar como actuaria em cada uma das situacGes referi- das, antes mesmo de ler a nossa sugestio. Toca um telemével. Essa @ uma situago que ocorre com muita frequéncia. Deixe que toque ape- nas uma vez. Caso contrério, entiio havera necessidade de intervir. O impor- tante é nio demonstrar grande contrariedade com a situacdo e caso sinta necessidade de intervir, faca-o, por exemplo, utilizando o humor. Diga “Se for para mim, diga por favor que nao posso atender.” Ou “Esse é daqueles que tem camara incorporada? Nao? Isso é que & pena!” Sem humilhar ninguém, e de- monstrando subtileza e bom humor, lé vai passando a mensagem para que a si- tuacio nao se repita e os outros desliguem os aparelhos Nova etapa Falar em Publico - Manual do Formando Falar em Publico - Manual do Formando Durante uma reunido ou encontro alguém pede-Ihe para falar de improviso. E se, de repente, alguém da mesa o decide chamar para fazer uma intervencio? Por mais remota que possa ser a possibilidade de sermos chamados para falar durante uma apresentagio publica, devemos sempre estar preparados para essa eventualidade. Se mesmo assim o apanharem desprevenido, a saida para ° falar sobre um tema de improviso é comecar a abordar assuntos que domina com profundidade, como os que esto relacionados com sua actividade profis- sional, com 0 seu hobby, com aquela noticia que est na ordem do dia, com uma situagio que presenciou. Assim, enquanto fala sobre assuntos que domina, conseguir fazer um breve planeamento mental da sequéncia da exposigio. Como a assisténcia recebe a mensagem como sendo uma so desde o principio até ao fim, ficara com a ideia de que domina claramente 0 assunto, quando na verdade podera ter muitas informagdes do que falou no inicio e talvez poucas do tema para o qual foi con- e vidado a falar. nova etapa Falar em Pablico ~ Manual do Formando ‘Quve-se um barutho inesperado na sala CCostuma dizer-se que é nas situacdes dificeis que percebemos a verdadeira capaci- dade de gerir imprevistos. Por isso, se algo de inesperado acontecer, reaja_ com “Yali-play” Por curiosidade, veja 0 epis6dio relatado na revista "SelecgGes do Riders Digest” passado com 0 ex-Presidente dos Estados Unidos, Ronald Regan. Durante uma palestra acerca do desarmamento, com a sala repleta de altas indi- vidualidades e jornalistas, a mulher de Ronald Regan, que procurava entrar sem dar’ nas vistas, a0 sentar-se na cadeira fé-lo de tal forma que a cadeira se virou e ela ficou estatelada no cho, com as pernas para o ar. 4 imaginou o especticulo? a Reagan pareceu nao ficar minimamente afectado e, depois de ter percebido que nada de grave tinha acontecido e a mulher estava restabelecida, aproveitou a situa- ao e transformou-a num momento de bom humor. Disse mais ou menos isto: | “— Combinei com a minha mulher que se percebesse que estavam a ficar aborre- cidos, ela usaria este recurso para motivar a plateia, mas nao pensei que fosse acon- curso! tecer logo no inicio do A assisténcia explodiu em gargalhadas e a situacio foi muito bem contornada. Se algo de semelhante acontecer, ndo entre em panico, brinque com a plateia, ironize consigo mesmo e conquistard a simpatia e a solidariedade dos ouvintes. Nova etapa Falar em Publico - Manual do Formando Tem uma “branca” Quando tudo esta a correr bem, as i jas parecem fluir € 0 puiblico esta motivado, eis que de repente se pensa:“O que é que vou dizer a seguir?” Ninguém esta livre desse imprevisto. Até os actores mais experientes passam por situacSes como esta. O que fazer entio? Em primeiro lugar, preciso tentar manter a serenidade. Depois,insista apenas uma vez mais para tentar descobrir qual era a palavra ou frase que ia dizer a seguir. Se mesmo no se recordar, nao insista, pois se persistir,ficara ainda mais ner- voso e comecara a demonstri-lo.A tictica é repetir a iltima frase, de preferéncia com palavras diferentes, falando com mais energia, como se quisesse dar énfase quela mensagem. Utilize uma frase do género “Na verdade, o que eu quero dizer & que... € insista reformulando © que acabou de dizer. Provavelmente, isso dar-Ihe- “a tempo para se recordar: Se mesmo assim nao conseguir lembrar-se do que de- veria dizer, continue calmo e diga aos ouvintes que mais a frente voltard a referir ‘aquele assunto. E quase certo que sem a pressio do momento e mais tranquilo ird recordar-se do que queria dizer. Certamente que ninguém da assisténcia ird insis- tir sobre o assunto. Mas, como & evidente, nada disto sucederd se tiver preparado auxiliares de meméria, sob a forma de cartées, devidamente numerados e onde constem pre- cisamnente aqueles aspectos que sio mais passiveis de serem esquecidos, tais como nomes de pessoas, niimeros, citages, historias, anedotas, etc. Registe tudo, caso ‘ocorra uma “branca’” poder dar sempre uma vista de olhos para recordar. nova etapa Falar em Publico ~ Manual do Formando Perguntas inesperadas. Abordaremos esta situacao no ponto seguinte, Como responder a perguntas objeccdes. © Engana-se na informacéo. Se eventualmente cometer um engano, devo corrigir 0 erro ou continuar a falar como se nada fosse? Claro que isso depende do tipo de erro cometido. Se transmitir uma informagio ci incorrecta, que ponha em causa a compreensio da mensagem, ento necessaria- mente deverd corrigir 0 erro. © caso necesita imperiosamente de reparacio se se enganar no nome de alguém. Se, por exemplo, se tratar de uma falha ao pro- e@ rhunciar uma palavra, tipo “pontapé na gramitica” como se costuma dizer, pode nao ‘comprometer a compreensdo da mensagem, mas pode fragilizar a sua imagem de | orador. Nao hd nada pior do que ouvir alguém dizer:"Prontos! "A gente comegi- mos a investigacio..”, “Por exemplos,..”, etc. Qualquer destes erros poderé com- prometer seriamente a nossa credibilidade enquanto oradores e fazer esquecer tudo o resto que foi dito. Se der por isso, o melhor é procurar aplicar © mesmo termo numa outra frase, agora correctamente. nova etapa pa Quando preparar a sua comunicacio, faca-o com 0 au Falar em Publico ~ Manual do Formando © equipamento avariou-se. Como € evidente, tal como referimos no capitulo dedicado 4 Seleccio e Prepa- ragio de Auniliares, todos 0s equipamentos e materiais a utilizar durante a comu- nicagéo deverdo ser testados previamente. No entanto, isso ndo impede que uma lampada se possa queimar, ou que o microfone deixe de funcionar. Primeiro conselho — nao fique zangado com o pessoal de apoio (pelo menos, "20 Vivo”). Se o fizer, transmitira de imediato uma imagem de antipatia e falta de tacto, © que, além de néo resolver o problema, ainda Ihe aumentara o nervosismo. io de recursos, mas tam- bém sem eles. Se, por exemplo, esti a pensar projectar uma série de diapositivos utilizando 0 projector multimédia, nao custa nada levi-los também em transparén- cias, e assim funcionarem como reserva para uma eventualidade. Sempre podera contar com um aparelho de retroprojeccio para contornar o transtorno de uma falha no equipamento multimédia. Jé agora, prepare também a comunicago sem recurso a nenhum auxiliar visual. S6 ‘com muito azar tal poder acontecer, mas nunca fiando, Caso o microfone deixe de funcionar, ou esteja a funcionar deficientemente, e no ‘caso da assisténcia ndo ser superior a umas poucas dezenas de pessoas, 0 melhor € optar por falar sem ajudas, projectando a sua vor, tal como referimes no capitu- lo dedicado as técnicas de colocacio de voz. Rlova etapa Falar em Piblico ~ Manual do Formando E acometido por um epis6dio de medo. E melhor contar desde jé com essa possibilidade. E natural que aconteca.E este um dos momentos mais temidos: o de enfrentar o exame do puiblico. Os primeiros 30 60 segundos so sempre os mais dificeis de suportar.Saiba, porém, que vai melho- rar a medida que comecar a falar. Uma solucdo pode passar por tentar movimen- tar-se um pouco, respirar com calma,ajeitar as suas notas,acerte a altura do micro- fone. Esses instantes so preciosos para conquistar um pouco de tranquilidade. ‘Comece falando um pouco mais baixo e devagar, para que a instabilidade provoca- da pelo nervosismo néo seja percebida pela assisténcia. Cumprimente as pessoas Eat devagar, pausadamente, para regular a respiracdo e habituar-se ao som da sua vo Esses cuidados, aliados a um bom conhecimento do assunto e 4 correcta orde- rnagao das informacées, ajudarao a combater 0 nervosismo inicial Nova etapa ™@ 2. COMO RESPONDER A PERGUNTAS E OBJECCOES Quando estamos a fazer uma comunica- Glo e alguém no meio da plateia levanta © braco, demonstrando 0 desejo de fazer uma pergunta, no ha como evitar sentir um certo desafio, por mais que conhega- mos 0 assunto, por mais que nos tenha- mos preparado para a apresentacio e por mais que tenhamos previsto a possi- bilidade de que as pessoas nos pudessem questionar. Este é um dos momentos mais temidos por muitos comunicadores porque, in- conscientemente, sentimos que aquele gesto pode transportar em si uma série de intengSes - positivas ou negativas. ‘A melhor forma de gerir esta fase da co- municagio, é a sua preparacdo por ante- cipagao. Isto é, pensar previamente quais as perguntas © objeccdes possiveis de surgir. Como ja dissemos atrés, poder pedir ao seu amigo ou colega que 0 aju- dou a ensai ; que o teste fazendo algu- mas perguntas. De preferéncia, aquelas que considerarem as mais dificeis de responder. Desta forma, podera treinar a sua capacidade de argumentacio e de manter a calma numa situagao habitual- mente bastante complicada emocional- mente. Pode mesmo preparar, para além dos cartées auxiliares de meméria com as hi- péteses de perguntas e as respostas res- pectivas, uns diapositivos ou transparén- cias especialmente para o efeito. Podera transformar este momento em mais uma forma de surpreender o seu piblico e demonstrar a sua competéncia no as- sunto. nova etapa Falar em Piblico - Manual do Formando ra Falar em Publico ~ Manual do Formando Vejamos entéo algumas das regras para OUVIR as questdes que Ihe sio colocadas. ‘Ouvir com atengo nem sempre é tarefa facil, especialmente quando estamos emo- cionalmente alterados ou sob uma grande pressio, como é a situacao. » Nao interrompa o interlocutor antes de ter compreendido 0 que ele tem para dizer; » Foque bem e concentre-se na mensagem; » Demonstre que escuta também através da linguagem corporal; ~ Mantenha o contacto ocular com 0 interlocutor; * Incline-se ligeiramente para a frente; ~ Faca um gesto de confirmacéo de que compreendeu. Nova etapa Falar em Publico - Manual do Formando E, entio, decida que tipo de pergunta é que Ihe foi colocada. » Simplex: D@ uma resposta curta e concisa; » Complicade: Relacione-a com os temas abordados, esclareca com um exem- plo, resuma a sua resposta; * Pergunta para @ qual ndo tem resposta: Diga que vai obter mais informa- ‘Bes sobre o assunto e que logo entraré em contacto, Pode também dar infor- magao sobre o local ou fonte onde o interlocutor podera ser esclarecido; * Preconceituosa ou com armadilha: Nao responda, mas convide o seu inter- locutor para voltarem a falar no assunto mais tarde ou depois de terminada a sesso, D@ a palavra a outra pessoa; « Pergunte divagacdo: Clarifique o que se pretende ver esclarecido, responda Ea directamente, ou entio, convide-o a falar consigo no final da sessio; ~ Pergunte reperide: Refira que esse assunto ja foi abordado e resuma o que disse antes; * Invelevante: Reconhega que pode ser interessante, mas nao faz parte da sessio daquele dia; Comentario © nde pergunta: Se estiver de acordo consigo, agradeca e con- tinue. Se estiver a discordar, faa o mesmo, agradeca e continue; * Multipla: Diga que no tem tempo para responder a todas, responda aquela que Ihe parecer mais interessante. ova etapa Falar em Publico ~ Manual do Formando Finalmente, lembre-se de que quando Ihe fazem perguntas € um sinal de que o publico permaneceu interessado na sua comunicacio. Dé respostas curtas e concisas, de prefe- rréncia estabelecendo uma ligagio com aquilo que disse inicialmente, acrescentando ‘exemplos ou historias. E importante que mantenha sempre o tom confiante durante toda a sessio de perguntas e respostas, dado que é essa imagem que a assisténcia ird guardar de si, EM RESUMO: © Giga com atencao para ter a cer deca. Diga “Ob: do’ nero'“ainda bem que me colocou essa questo”, a nc * Decida que tipo de pergunta é * Responda | Nova etapa Falar em Publico - Manual do Formando ™® 3. COMO LIDAR COM INTERLOCUTORES DIFICEIS Para lidar com interlocutores dificeis & necesséria uma habilidade especial. Existem algu- mas sugestdes que Ihe queremos deixar, sendo que devemos sempre contar com uma boa dose de bom-senso e assertividade, como principios basicos. * Mantenha a postura calma e tranquila; « Nao se deixe influenciar pelo tom de voz ou gestos intimidatérios do interlocutor; Centre-se na mensagem, nao na pessoa; * Se puder, tente fazé-lo passar para o seu lado; ~ Depois de ouvir até ao fim, reformule a questio, confirme que é efectivamente essa a duvida; * Use 0 seu conhecimento e preparacio sobre 0 assunto para formular a resposta; » Evite personalizar a situacao, entrando em ironias ou sarcasmos; + Leve a sério a pergunta e quem a faz; * Ao responder distribua os olhares por toda a audiéncia, com especial incidéncia no dito interlocutor dificil ~Tente encontrar areas de entendimento e estabelecer uma base comum; Se for pertinente, aceite a critica e registe- Diga que esta disposto a trocar impresses particularmente; Esteja preparado para admitir alguma falha ou erro, se efectivamente ocorreram; Reaja sempre com delicadeza, mas evite lisonjear o interlocutor; Mantenha ou volte aos assuntos principais logo que possivel, se necessério com a ajuda do piiblico. Nova etapa Falar em Publico ~ Manual do Formando EM RESUMO: * Centre-se na mensagem ¢ no no individuc: + Aja com calma e serenidade: ¢a ura pausa antes de d. * Nao se esqueca de ouvir a pergunta até ao + Nunca faga afirmagée nova etapa Falar em Publico - Manual do Formando ‘Com este Manual procurémos dar resposta as principais dividas e dificuldades sentidas por aqueles que, no decurso da sua vida profissional, necessitam de falar em piblico. Cada um sabe © que sente dentro de si quando se encontra perante uma assisténcia. Nervosismo, inquietagio, ansiedade, ou mesmo medo, sio emogées perfeitamente nor- mais que, desde que devidamente geridas, podem ser utilizadas em nosso favor. Falar em publico é,antes de mais, um acto emocional. Esperamos ter dado algumas orientacdes no sentido da apresentacio de ideias claras objectivas, utiizando um vocabulirio adequado, harmonizando a forma e o conteiido da mensagem conforme o interesse e a expectativa do publico. Desenvolver uma comuni- cagéo num estilo simples, mas cativante, recorrendo aos dotes vocais e gestuais, como oe uma arma de persuasio e argumentacio. Para finalizar, recordamos algumas dos principais cuidados a ter para uma comunicacéo bem sucedi Seja vocé mesmo. Nenhuma técnica é mais importante que a sua naturalidade. Treine cuidadosamente a forma como pronuncia as palavras. Fale com boa intensidade e projecte a sua voz para 0 funda da sala. ‘Adeque a velocidade € ritmo ao seu tipo de mensagem. + Jogue com velocidade e entoacio para manter aceso o interesse e a expectativa. Mantenha uma postura firme mas descontraida. ‘Transforme as suas fragilidades em forca e transfira-a para as suas palavras. Envolva-se profundamente com o assunto de que esté a falar: Tova etapa o Falar em Publico - Manual do Formando Tova etapa Falar em Puiblico - Manual do Formando _ ANEXO 1 QUESTIONARIO DE AUTODIAGNOSTICO® InstrugGes: Classifique as frases que se seguem de acordo com a seguinte tabela: 1 - Discordo completamente 2—Discordo 3 —Indiferente 4—Concordo 5 —Concordo plenamente 2Adaptado de M.Templeton e S Fitzgerald, Como Falar em Publico, Mc.Graw.Hill Lisboa, 2001 Tiova etapa Falar em Publico - Manual do Formando APURAMENTO DE RESULTADOS A medida que revé a forma como se classificou, tente determinar a ansiedade que tem relativamente a falar em piblico. Veja 0 modo como classificou as questées (| ~ Discordo completamente; 2 ~ Discordo; 3 ~ Indiferente, 4 — Con- cordo; 5 - Concordo Plenamente) para definir a forma como se sente em relacdo a cada pergunta. + Questées 1,2 e 4:© seu medo esté relacionado com situagdes especificas, como discursos improvisados, ou em relaco a um tipo concreto de apresen- tages? * Questdes 3 e 10:A dimensio da sala ou o nimero de pessoas afecta o seu desempenho? + Questdes 6,9 14:A natureza persuasiva de uma entrevista ou debate ame- drontam-no? * Questdes 5 e 7: Revela a sua ansiedade aos outros? * Questo 8: Possui um medo residual originado por uma situagao passada? + Questées I © 12: Sente-se mais a vontade se assumir a personalidade de ‘outro individuo? + Questio 15:A sua motivacéo principal & a simples sobrevivéncia? Hova etapa Falar em Publico - Manual do Formando - ANEXO 2 ESQUEMA DE GUIAO * © Adaptado de Apresentacoes Perfeitas, de J. Collins, Livros e Livros, Lisboa, 2001 Tova etapa falar em Publico - Manual do Formando ESQUEMA DE GUIAO 2 Nova etapa Falar em Publico - Manual do Formando _ ANEXO 3 EXEMPLO DE FICHAS COM NOTAS 2° Topico - formas de venda Vantagens ¢ Mais rapida Estatistica (a azul) Diapositivo | * Mais econdémica Grafico | (a azul) Diapositivo 2 Métodos ¢ Venda directa e Representantes externos ¢ Por telefone Esquema (a azul) Diapositivo 3 Historia a propdésito (a vermelho) Tova etapa Falar em Publico - Manual do Formando ANeO4 QUESTIONARIO DE FEED-BACK ’ Foi bom ter contado consigo nesta sessio. Se puder dispensar-me um pouco do seu tempo, agradecia que fizesse alguns comentirios ao contetido e forma da minha comu- nicagao. Classifique, por favor, considerando uma escala de | a 10: (10 ~ detestavel, | — excelente) ‘Tem alguma sugestéo ou comentario a fazer? Muito obrigado! Adaptado de Apresentacdes Perfeitas, op. cit. ova etapa Falar em Publico - Manual do Formando - ANEXO5 EXERCICIO DE AUTOAVALIACAO * Preparacao Sim O objective era claro parasi? t Ficou claro para os ouvintes? Fez uma pesquisa sobre 0 publico-alvo? Sabia quai n as Suas expectativas? Sabia realmente do que estava a falar? Faz pesquisa suficiente? Organizou a mensagem com uma sequéncia fécil de apreender? Uniu os temas de forma légica? Verificou o local e os equipamentos? (Os seus auxiliares foram os adequados? Ensaiou persistentemente? Pediu opinides e sugestdes? Autoconfianca ‘Sim Nemeoe Nao ju-se nervoso antes da comunicagio? Sentiu-se nervoso durante a comunicacio? Tinks uneipeseiia conttante? St ‘Conseguiu projectar bem a voz? - Falou em vez de ler? 3 i Mensagem sim | Nempor | nego Usou bem o ritmo? Falou com a velocidade adequada? Utilizou diversos tipos de entoacdes? Usou bem as pausas? Manteve um bom contacto visual? Usou 05 gestos eficazmente? Manteve 0 entusiasmo do principio ao fim? A sua introdugio funcionou? A sessio de perguntas ¢ respostas correu bem? ~ Acabou de forma entusiasta? Usou as notas eficazmente? Desenvolveu uma boa interaccéo com a assisténcia? ‘As pessoas reagiram e envolveram-se? Gostou giobalmente do seu desempenho? " Adaptado de Apresentacoes Perfeitas, op.cit. Tova etapa Falar em Publico - Manual do Formando APURAMENTO DOS RESULTADOS Veja cuidadosamente a sua pontuagdo. Pondere individualmente cada um dos aspectos que ainda necessitam de ser melhorados. Para cada um deles, complete com “Correu mal porque...” Veja se confere com algum dos aspectos: + Nao sabe como fazer ~ precisa de mais treino; + Nao consegue fazer (pensa) — precisa de mais treino; + Nao planeou o suficiente ~ precisa de mais tempo ou de fazer a organizacio de forma mais eficaz; ‘As suas notas no eram suficientemente boas ~ precisa de ser mais organizado; + Nao ensaiou o suficiente ~ precisa de gerir melhor o seu tempo e/ou de se organizar melhor. Tova etapa L Falar em Publico - Manual do Formando + Carvell, Fred, As Relacdes Humanas nos Negécios, Relogio d’Agua, Lisboa, 1986 + Collins, John, Apresentacées Perfeitas, Livros e Livros, Lisboa, 200| + Filliozat, Isabelle, A Inteligéncia do Cora¢éo, Ed. Pergaminho, Lisboa, 1997 + Fitzgerald, Suzanne e Templeton, Melody, Como Falar em Piblico, MacGrawHillLisboa, 2001 * Grobeck, Bruce, e outros, Principles of Speech communication, Ed. Harper Collins, Nova Yorque, 1995 * Guide d'Expression Oral, Larousse, 1986 + Hopkins, Cathy, 101 Truques para Relaxar, Europa-América, Mem Martins, 1999 + Polito, Reinaldo, Assim & que se fala, Ed. Saraiva, S.Paulo, 1999, 13* Edicio * Sa, Manuela de, Segredos da Vor, Sebenta Editora, Lisboa, 1997 + Simonet, Renée, Como Falar em Pablico, Ed. Cetop, Mem Martins, 1996 + Timm, Paul e Stead, James, Communication skills for business and professions, Prentice Hall, Nova Jersey, 1996 = Tubbs, Stewart e Moss, Sylvia, Human Communication, Randon House, N.Y., 1987 = Vallés, Gustavo B., Programacao Neurolinguistica, Ed. Estampa, Lisboa, 1997 Tova etapa Falar em Publico - Manual do Formando + Nova Etapa - Consultores em Gesto e Recursos Humanos Rua da Tébis Portuguesa n° 8,1° Andar, Escritério 5 — 1750-292 Lisboa Rua Agostinho Neto, n° 21-A - 1750-002 Lisboa Telef: 21 754 11 80/21 752 09 80 Site: www.nova-etapa.pt e-mail: info@nova-etapa. pt + Site sobre retérica e recursos linguisticos: www.radamesm.uol.com.br * Site especializado em comunicagées orais: Social science communications retorics: cree ees a Ea * Site sobre técnica de escrita argumentativa: www.esiplanet.com Tova etapa o Ktinerario Pedagogico do Formando Falar em Publico ~ Itinerdrio Pedagégico do Formando FICHA TECNICA Titulo Como Falar em Piblico - Itinerario Pedagégico do Formando Autoria, Coordenacéo Geral e Pedagégica e Concepcao Grafica Nova Etapa — Consultores em Gestéo e Recursos Humanos, Lda Ano de Edicao 2003 Nova Etapa Rua da Tébis Portuguesa, n° 8 — 1° Andar, Escritério 5 - 1750-292 Lisboa Telefone: 21 754 11 80 — Fax:21 754 11 89 Rua Agostinho Neto, n° 21 A - 1750-002 Lisboa Telefone: 21 752 09 80 ~ Fax: 21 752 09 89 Site: www.nova-etapa.pt * E-mail: Info@nova-etapa.pt ova etapa Falar em Piblico ~ Itinerério Pedagégico do Formando iNDICE hI co seed elke eee cc neeee 5 2. ENUNCIADOS DOS EXERCICIOS ............seseeeeeeeeeeees 7 LEXERCICIO | — IDENTICAR AS CARACTERISTICAS DE UMA COMUNICAGAO BEM SUCEDIDA EXERCICIO 2 — PRELIMINARES DA PREPARACAO Exencicio 3 — Exercicio DE ESTRUTURAGAO DA MENSAGEM Exercicio 4 — Tiros DE INTRODUGAO & ENCERRAMENTO Exercicio 5 — FORMAS DE MoTIvacho & ARGUMENTACAO EXERCICIO 6 — ELABORACAO DO PLANO E AUXILARES DE MEMORIA Exercicio 7 —TECNIcAS DE CoLocacio Vocal ‘Anexo - Vincocrama “COMUNICAR E PERSUADIR” Falar em Publico — Itinerério Pedas Dado que este curso de formacio se re: sob a modalidade de formacao presencial a distancia, incluimos um guia do formando, onde poder encontrar algumas sugest6es de como realizar exercicios priticos de aplicagio dos conhecimentos adquiridos. Desta forma, poderd avaliar 0 seu grau de progressio e avancar de forma mais rapida ou mais lenta, conforme sentir necessidade. Poder também realizar apenas algumas das activida- des propostas, caso se sinta perfeitamente a vontade nesse dominio, ou ainda inventar ‘outras que Ihe parecam mais a propésito. Em qualquer dos casos, registe sempre, de for- ma escrita, 0s resultados dos trabalhos produzides, para poder discuti-los e analisé-los com 0 formador durante as sessGes presenciais. Sempre que tiver alguma diivida podera contactar o seu tutor, através das formas explicitadas na primeira sesso presencial. Nio se esqueca de levar consigo para as sessdes presenciais todo o material produzi- do, bem como © registo das suas opinides, dividas, pedidos de esclarecimentos, etc. Tome também nota de exercicios que gostasse de ver levados @ pritica durante as sessdes. Em anexo, junta-se 0 videograma “Comunicar e Persuadir” para ser visionado durante © periodo de autoformagio. Tova etapa Falar em Publico - Itinerdrio Pedagégico do Formando Tova etapa Falar em Publico ~ Itinerdrio Pedagégico do Formando EXERCICIO 1 IDENTIFICAR AS CARACTERISTICAS DE UMA COMUNICAGAO BEM SUCEDIDA Nota: Este exercicio jé foi realizado, em termos similares, na I* sessio pre- sencial; por isso, a sua resolugo no periodo de autoformacao pretende ser uma forma de testar os conhecimentos adquiridos. Nao obstante, se entender que tal nao Ihe traz qualquer mais valia, podera optar por no proceder 4 sua resolugao. ‘Apés a leitura do primeiro capitulo do Manual do Formando e visionamento da I* parte do filme*Comunicar e Persuadir”, e relembrando o que foi dito a propésito na |* sessio presencial, responda as seguintes questdes: a) Quais as competéncias associadas a um bom comunicador? ee b) Quais os erros cometidos pelo Dr. Astacia e pelo Dr. Vilas Boas? ©) Que sugestées daria aos dois para melhorarem o seu desempenho? Registe as suas ideias ¢ leve consigo as suas notas para a sesso presencia, para que pos- sam ser discutidas com 0 formador e com o grupo. nova etapa Falar em Publico - Itinerério Pedagégico do Formando EXERCICIO 2 PRELIMINARES DA PREPARAGAO Nota: Este é um exercicio que serd levado a cabo na 2* sesso presencial e cuja preparacdo devera ser efectuada no periodo de autoformacao. Apés a leitura dos primeiros dois pontos do Capitulo II do Manual do Formando, re- ferentes a Preparacio da Comunicacao, pretende-se que leve a pratica os passos que se seguem. Muna-se de folhas de papel e de uma caneta e pense num assunto que gostasse © de abordar. Portanto, devera preparar a simulagio de uma apresentacao a realizar na 2* sesso presencial e que deverd ter uma duracio maxima de 3 minutos. Prepare a apre- sentagio para dois tipos de publico distintos, devendo um deles ser constituido pelos seus colegas de curso. 1° = Obtenha dados relativos ao seu piiblico, respondendo as seguintes questdes: baal 0) Qual a idade média? b) Quais as habilitagées literérias? ¢) Que grupos profissionais estao representados? d) Que diferencas culturais existem? €) Qual o grupo sécio-econémico dominante? f) © grupo é constituide por quantas pessoas? g) Existem diferentes niveis hierérquicos dentro do grupo? h) Estéio presentes pessoas da mesma equipa de trabalho? i) O clima seré amistoso ou poderdo existir conflitos abertos ou latentes? ~ Com base nas informagées recolhidas, responda agora as seguintes questdes? 4) Qual o interesse da audiéncia relativamente ao tema que vou apresentar? Tiova etapa Falar em Publico ~ Itinerdrio Pedagégico do Formando b) A atitude relativamente 4 mensagem transmitida seré positiva, negativa ou neutra? ¢) Qual o nivel de conhecimentos do grupo em relagdo ao tema que vou abordar? 4) Quais serdo as expectativas em relagao 4 minha comunicagéo? €) Qual seré a atitude do grupo relativamente & minha pessoa? 3° = Depois de ter feito a interpretagao dos dados do primeiro ponto, estaré ‘agora em condicées para adaptar a sua exposi¢do as necessidades e expectati- vas do seu pablico-alvo. Para cada pergunta, construa a sua resposta, 4) Que tipo de introdugdo captaré a aten¢do do grupo? b) Que tipo de exemplos seré mais eloquente para estas pessoas? €) Que ordem darei aos meus argumentos, tendo em conta a assisténcia? Ey 4d) Que tipo de linguagem, ritmo, entoacéo, deverei utilizar para transmi- tir a mensagem com conviccao? ) Como me deverei vestir para a comunicacao? Jé esté? Muito bem, Pode agora iniciar a estruturacao da sua comunica¢ao. No final, po- der escolher novo tema e novo piblico-alvo e comecar tudo de novo. Tova etapa Falar em Pablico ~ Itinerério Pedagégico do Formando EXERCICIO 3 EXERCICIO DE ESTRUTURAGAO DA MENSAGEM Depois de ter lido o Capitulo II, no ponto relativo aos tipos de estruturas, faca 0 exercicio que se segue. Se necessitar, va consultando os exemplos dados no manual. Dos varios temas que the indicamos de seguida, refira, na sua opinido, que tipo de estrutura mais se adequa. Ainda se recorda dos tipos de estruturas que mencionamos? Sao eles: Padrao Cronolégico, Padrao Espacial, Padréo por Tépicos, Padrao Causal, Padrao Diagnéstico do Problema-Solucao. ‘Adaptado de “Como Falar em Piblico”, de Melody Templeton, MacGrawHiil, Lisboa, 2001 ‘Compare as suas respostas com as solucdes propostas. Note que se trata meramente de uma sugestio e no de uma solugdo Unica. Tiova etapa Falar em Piblico ~ Itinerdrio Pedagégico do Formando SOLUGAO 1, Uma descrig&o das suas férias nas Caraibas. Padrao cronolégico, caso opte por descrever sequencialmente a sua viagem, desde a partida até a chegada. Poderia também ter optado pelo padrao espacial, caso tivesse visitado diversas localidades, ou ainda o padrao por tdpicos, dividindo o tema em locais historicos, vida nocturna, praias, com- ras, gastronomia, etc. 2. Razées da necessidade de implementar programas de reciclagem na sua zona habitacional. © mais adequado parece ser o padrao diagnéstico do problema e respectiva solugio. 3. Como ir do Aeroporto de Lisboa a Feira Internacional de Lisboa. Padrio espacial, dada a necessidade de dar varias referéncias sobre direcgdes a tomar. 4. Problemas de saide relacionados com o consumo de tabaco. O padrio cares pot rete us oentcen que relacionam o tabaco com as doengas, o tipo de doencas causadas, ou vice-versa. 5. Formas de motivar para frequentar um curso de formagio. Sugere-se padrao por tépicos, onde seriam referidos os varios aspectos do interesse de frequen- tar uma acgio de formacio. 6. Razées para comprar pneus especiais para piso molhado. Um padrao do tipo diz \éstico do problema — soluao, poderia ser a forma de convencer alguém a comprar 0s pneus. 7. Como fazer bolinhos de coco. Padrio sequencial ou cronolégico. 8. Inauguragao de um gindsio de “body-atack”. Padrio por tépicos ou sequen- cial poderiam funcionar neste tipo de comunicacio. Tova etapa EXERCICIO 4 Falar em Publico ~ Itinerério Pedagégico do Formando TIPOS DE INTRODUCGAO E ENCERRAMENTO Propomos-lhe que seleccione um dos temas do exercicio anterior, ou outro que Ihe aprouver, e redija a introducao e conclusio da sua comunicacio. Poderé primeiro treinar-se, dando uma nova roupagem as introdugées e conclusées que se seguem: Tova etapa Falar em Publico - Htinerdrio Pedagégico do Formando EXERCICIO 5 FORMAS DE MOTIVAGAO E ARGUMENTACGAO Na sequéncia dos exercicios n°s 3 ¢ 4, dedicados aos tipos de estrutura a aplicar € as formas de introducdo e encerramento da sua comunica¢ao, sugerimos-lhe agora que defina a sua estratégia em termos de motivagao e argumentagio, pensando num puibli- co especifico. 2. Faca uma pesquisa nas suas notas e retire todas as historias, exemplos, cons- trua vozes contendo figuras de estilo que suscitem a visualizagéo da sua mensagem. 3. Prepare os seus argumentos, comecando do mais fraco para o mais forte, de acordo com 0 seu pliblico, as suas necessidades e expectativas. 4. Nao se esquesa de levar consigo todo o material produzido em casa para aplicar nas sess6es presenciai ova etapa Falar em Piblico — Itinerério Pedagégico do Formando EXERCICIO 6 - ELABORAGAO DO PLANO E AUXILIARES DE MEMORIA I. Depois de ter definido 0 objectivo da sua apresentagio, o tipo de estrutura e a forma de iniciar e encerrar, propomos-Ihe que elabore agora o respective plano e ainda os auxiliares de meméria. 2. Poder optar por um dos modelos anexos ao manual, ou elaborar outro que esteja mais de acordo com as suas necessidades. 3. Quanto aos auxiliares de meméria, nio esqueca as regras e cuidados a ter na ‘sua concepgio, conforme consta no Capitulo Il do Manual do Formando. Tova etapa Falar em Piblico ~ Itinerério Pedagégico do Formando EXERCICIO 7 TECNICAS DE COLOCAGAO VOCAL Nota: Este exercicio sera realizado na 2* sessio presencial, pelo que podera coptar por realizé-lo desde jé, como forma de preparar a sua abordagem ao tema, ou apés a sessio presencial referida, como forma de testar os conheci- mentos adquiridos. ‘Apés a leitura do Capitulo Ill, ponto 1, dedicado as técnicas de colocagio da vor, sugeri- mos-Ihe que faca alguns exercicios de articulacao e projeccio vocal, treinando a leitura de um texto. Poderd fazé-lo com qualquer texto, dado que o tom de voz, 0 ritmo e a entoagio so necessariamente diferentes em funcdo da mensagem transmitida, bem como do piiblico a que se destina. Poder mesmo fazer a gravagio de alguns telejornais analisar a forma como se Ié um texto noticioso; escutar gravacées audio de decla- madores famosos, para perceber a entoacio certa a dar a poesia, etc = Deixamos-Ihe como sugestio a leitura do poema “Quase”, de Mario de Sa Carneiro, para que o possa interpretar. £ uma sugestdo como outra qualquer, mas como podera verificar trata-se de um texto que carece de uma leitura apaixonada, sob pena de perder completamente o impacto. Nao esqueca a insisténcia nas consoantes, 0 nio deixar cair ‘0s fins de frases, o abrir ligeiramente mais a boca, a postura correcta por forma a deixar sair livremente o ar, enfim, as regras que referimos no Capitulo relativo a Técnica Vocal. Deverd praticar de pé, de preferéncia com um pequeno piilpito improvisado e, porque néo, em frente ao espelho. Se tiver possibilidade e nao for avesso as novas tecnologias, poderé mesmo filmar com uma cimara de video. Caso faca apenas a gravacio Audio, ao fazer a audigéo da gravacio, nfo se deixe impressionar pelo tom de voz ouvido. Em geral, sen- timos um grande descontentamento ao ouvir a nossa voz, mas tal situagio acontece Tova etapa Falar em Piblico ~ Itinerério Pedagégico do Formando quando a captagao do som nao ¢ feita através de um microfone unidireccional (ou seja, que capta apenas a sua voz, directamente saida do aparelho vocal), mas com o micro- fone incluido no gravador que, além da sua voz, grava todos os sons sua volta, sem qualquer rigor aciistico. Preocupe-se apenas em analisar se efectivamente conseguiu articular correctamente as palavras, se as pronunciou com énfase e convicco e Ihes deu um carisma préprio, isto é, a sua interpretago do poema. Tova etapa Falar em Piiblico ~ Itinerério Pedagégico do Formando “Quase” de Mario de Sa Carneiro “Um pouco mais de sol — eu era brasa. Um pouco mais de azul — eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe de asa... Se ao menos eu permanecesse aquém. ‘Assombro ou paz? Em vio... Tudo esvaido Num baixo mar enganador d'espuma; E 0 grande sonho despertado em bruma, (© grande sonho ~ 6 dor! — quase vivido. ‘Quase o amor, quase © triunfo e a chama, Quase o principio e o fim quase a expansio.... Mas na minh’alma tudo se derrama. Entanto nada foi sé ilusio! De tudo houve um comego... e tudo errou... —Aia dor de ser-quase, dor sem fim... Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim, ‘Asa que se enlagou mas no vou... Momentos de alma que desbaratei... ‘Templos onde nunca pus um altar... Rios que perdi sem os levar ao mar... Ansias que foram mas que nio fixel... Se me vagueio encontro sé indicios... Ogivas para 0 sol - vejo-as cerradas; E maos de heréi, sem fé, acobardadas, Puseram grades sobre os precipicios... Num impeto difuso de quebranto, Tudo encetei e nada possui. Hoje, de mim, sé resta o desencanto Das coisas que beijei mas nao viv... Um pouco mais de sol ~ e fora brasa, Um pouco mais de azul ~ e fora além. Para atingir, faltou-me um golpe de asa. Se ao menos eu permanecesse aquém...’ Mova etapa

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