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indice 1.) CONCEITOS DE ELETROMAGNETISMO ...........005 1.1) Campo magnético criado por um ima permanente. 1.2) Campo magnético criado por uma corrente elétric: 1.3) Direcdo e sentido do campo magnético 1.4) Forca sobre uma carga elétric: 1.5) Forca em um condutor percorrido por uma corrente. 1.6) Forca entre dois condutores paralelos percorridos por correntes 1.7) Fluxo magnético 1.8) Permeabilidade magnética 1.9) Material diamagnético 1.10) Material paramagnético 1.11) Material ferromagnético . 1.12) Exercicios propostos...... 2.) ANALISE DE CIRCUITOS MAGNETICOS COM MATERIAIS FERROMAGNETICOS 2.1) Consideragées iniciais .... 32 2.2) Tabelas de analogias entre os circuitos elétrico e magnético 37 2.3) Excitagdo com corrente continua 37 2.3.1) Primeiro tipo de exercicio 37 2.3.2) Niicleos ferromagnéticos com cententierce 2.3.3) Segundo tipo de exercicio. 2.4) Excitag’io com corrente alternada 2.4.1) Lei de Faraday ..... 2.4.2) Relagio pratica da lei de Faraday 2.5) Energia armazenada no campo magnético 1) Indutancia propria de uma bobina 2.5.2) Energia armazenada na bobina 2.6) Perdas no ferro......... ses 2.6.1) Perdas por histerese .... .6.2) Perdas Foucault... 7 | 2.6.3) Separagdo das perdas no ferro —histerese ¢ Foucault....ccccnccees., 62 2.7) Anilise da corrente de excitagao . 2.8) Estudo de nucleo com excitagao tinica. 2.8.1) Circuito elétrico equivalente.... 2.8.2) Equacionamento do circuito elétrico equivalent 2.9) Exercicios propostos................ 3) ENTENDENDO A CONVERSAO ELETROMECANCIA DE ENERGIA . 3.1) Balango de conversao eletromecanica de energia .....cseenen 83 3.2) Modelo de sistema elétrico 3.2.a) Energia dissipada (caso do resistor ideal) 3.2.b) Energia armazenada no campo elétrico (caso do capacitor ideal) 3.2.c) Energia armazenada no campo magnitico ( (caso do indutor ideal). £85 3.3) Modelo de sistema mecanico. 3.3.a) Energia armazenada nos elementos mecanicos elasticos.... 3.3.b) Energia armazenada nos elementos mecanicos de inércia 1 86 3.3.c) Energia dissipada nos elementos mecanicos.. 3.4) Tabela de dualidades... 3.5) Perdas e rendimento no a balance eletrome nico de energia 3.6) Equagao da conversao eletromecanica de energi 3.7) Conversor eletromecanico no campo elétrico 3.7.1) Equagao da forga desenvolvida (campo elétrico) 3.7.2) Energia e co-energia no campo elétric 3.8) Conversor eletromecanico no campo magnético.......... 3.8.1) Analise do processo de decréscimo de energia armazenada 3.8.2) Analise do processo de acréscimo de energia armazenada 3.8.3) Estudo da forga mecanica num sistema nao-linear.. 4) FORCA E CONJUGADO EM FUNG ‘AO DAS INDUTANCIAS DO CONVERSOR ELETROMECANICO... 5) ESTUDO DE DISPOSITIVOS ELETROMECANICOS COM EXCITAGAO SIMPLE 5.1) Principio do alinhamento.. 5.2) Eletroin 5.3) Exercicios. : 5.4) Motor sincrono de relutanci 5.5) Exercicios .. 5.6) Dispositivos com excitagao tnica altemnada 6) ESTUDO DE DISPOSITIVOS ELETROMECANICOS COM DUPLA EXCITAGAO....129 6.1) Dispositivos eletromecanicos cujo conjugado depende exclusivamente da mutua indutancia. 6.2) Dispositivos eletromecdnicos cujo conjugado depende da mutua indutancia e de pelo menos uma indutancia propria 6.3) Exercicios . 7) MAQUINAS ELETRICAS ROTATIVAS 7.1) Maquinas assincronas (de industo) 7.1.1) Partes construtivas .. 7.1.2) Definigao de campo girante .. 7.1.3) Principio de funcionamento da maquina assincrona ... 7.1.4) Circuito elétrico equivalente do motor assincrono ... 7.1.5) Diagrama de fluxo de poténcia 7.1.6) Ensaio em vazio (motor de indugao) 7.1.7) Ensaio em curto-circuito (motor de indugao) .. 7.1.8) Curvas caracteristicas do motor de indugao (assincrono) 7.1.9) Exercicios .. 7.2) Maquinas de corrente continua 7.2.1) Partes construtivas .. 7.2.2) Principio elementar de funcionamento .. 7.2.3) Linha neutra..... 7.2.4) Reagio de armadura 7.2.5) Tensio induzida...... 7.2.6) Torque e velocidade.... 7.2.7) Alguns tipos de ligagdes das maquinas de c. 7.2.8) Exercicios 7.3) Maquinas sincronas .... 7.3.1) Partes construtivas 7.3.2) Principio de funcionamento.. 7.3.3) Partida de um motor sincrono 7.3.4) Estudo do circuito elétrico equivalent: 7.3.5) Analise da regulagao da maquina sincrona. 7.3.6) Barramento infinito 7.3.7) Paralelismo de geradores 7.4) Motores monofisicos 7.4.1) Dados construtivo: 7.4.2) Tipos de motores monofasicos. 7.5) Motores de passos .. 7.5.1) Principio de funcionamento 7.5.2) Definigao de meio-passo 7.5.3) Identificago de um motor de passo. 7.5.4) Motor de passos de ima permanente. 7.5.5) Motor de passos de relutancia....... APENDICE.. 1) INDUTANCIAS... La) Definigao .... - . Lb) Conceitos de indutancia propria e indutancia mitua Lc) Calculo do valor da indutancia. 1d) Coeficiente de acoplamento . Le) Exercicios cen 201 Il) TRANSFORMADORES... IL.a) Transformador ideal... ILb) Transformador em vazio .. Il.c) Transformador em carga .. IL.d) Testes em transformadore: ILe) Exercicios.. IIT) SENSORES Illa) Sensores de temperatura . IIIb) Sensores de luminosidad IlL.c) Sensores de velocidade. IILd) Sensores de posigaio Ill.) Sensores de pressio . IILf) Sensores de som. IlL.g) Sensores de fore: IV) INVERSORES DE FREQUENCIA.. IV.a) Principio de funcionamento IVb) Diagrama de blocos — basico. IV.c) Tipos de inversores ..236 V) MULTIPLOS E SUBMULTIPLOS.... VI) SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES (SI). Vil) TABELA DE CONVERSAO DE UNIDADES...... VIII) REFERENCIAS 1. CONCEITOS DE ELETROMAGNETISMO O estudo e 0 conhecimento das principais leis das interagdes ocorridas no Eletromagnetismo ¢ a base para o entendimento do conceito de campo. Recorrendo a definigdo da Fisica, a definicfo de campo pode ser introduzida como: as propriedades intrinsecas de um corpo que sdo capazes de criar no espaco ao seu redor uma perturbacdo, que pode interagir com outra perturbagdo criada por outro corpo, originando forcas nestes corpos. Segundo a lei da gravitagao universal de Newton, duas particulas, com massas my € mp, separadas por uma distancia d, criam ao seu redor perturbagdes devido as massas que ocupam lugares no espago, originando forgas que agem nestes dois corpos. F=(G. mg, mg)/d? w onde G: constante universal = 6,670 x 10'! Nx m?x kg® © conceito de forga, ou interagdo, esta intimamente associado ao conceito de campo. O campo elétrico, bem como 0 campo magnético, sio exemplos de campos vetoriais, semelhantes ao campo gravitacional, facilitando nosso entendimento. O campo eletromagnético é composto por dois campos distintos: 0 campo elétrico e 0 campo magnttico. As maneiras pelas quais se pode criar um campo magnético sfo através de um ima permanente ou de uma corrente elétrica (continua ou alternada). 1.1 Campo magnético criado por um ima permanente: Utilizando ima permanente temos, entre outras, as seguintes configuragées: s Figura 1 Figura 2 12 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA. O campo magnético é representado pelas linhas de campo magnético, que saem do Polo Norte e chegam no polo Sul. Essas linhas de campo, que aparecem nas figuras 1) ¢ 2), denominam-se fluxo magnético (6), que sera definido mais adiante. 1.2 Campo magnético criado por uma corrente elétri Uma corrente elétrica, circulando por um condutor, cria um campo magnético ao seu redor: > - > 2 dB=pol/4n (idsa p/P o Distribuigao de corrente Figura 3 Para calcular a densidade de campo magnético (B) num ponto P, devido a um elemento ds do condutor, percorrido pela corrente i, usa-se a Lei de Biot-Savart', deserita na equagao 2, onde: > dB = vetor densidade de fluxo magnético criado pela corrente elétrica i > ds = comprimento elementar do condutor. r= vetor unitario (sentido de ds para o ponto P). A equagao 2 mostra que, para um aumento de corrente i, corresponde um acréscimo da densidade magnética ou de fluxo. ' Jean Baptiste Biot e Félix Savart - cientistas franceses que, em 1820, formularam a Lei Biot- Savart, que relaciona a corrente elétrica com 0 campo magnético. 14 1.3 Direcao e sentido do campo magnético: As linhas de campo magnético, produzidas por uma corrente em um condutor reto, formam circulos concéntricos ao redor do fio. Figura 4 —corrente saindo do plano da folha. Linhas de campo no sentido anti-horario O sentido da diregaio de B, que pode ser observado na figura 5, é dado pela regra da mio direita: polegar no sentido da corrente no condutor, e os demais dedos curvaraio ao redor do fio, definindo a diregio das linhas de campo. bh Figura 5— Regra da mio direita ou saca-rolhas para determinar sentido do campo magnético Usando a equagao 2, demonstre que 0 campo magnético B, produzido por um fio retilineo percorrido por uma corrente I, em um ponto P, distante r do fio, é expresso pela equaciio 3: B =pol/2ar B 15 Usando a equacao 2, demonstre que © campo magnético B, produzido por um fio curvo, percorrido por uma corrente I, em um ponto P, distante r = raio da curvatura, é dado pela equacao 4: B=pol/2r @ Agora que sabemos como se pode criar um campo magnético, passaremos a analisar a interagdo entre os campos elétrico e magnético, que resultaré numa forga, obtida pela superposigao destes dois efeitos. 1.4 FORCA SOBRE UMA CARGA ELETRICA ‘A forga exercida por um campo elétrico sobre uma particula carregada, em movimento ou repouso, tem a mesma diregdo que o vetor campo elétrico (E). Caso a particula tenha carga positiva, o sentido é 0 mesmo do campo elétrico. Independente da diregdo da carga Q, o campo elétrico sempre exerce uma forga sobre essa carga F=QxE 6) Caso essa carga esteja em movimento, imersa em um campo magnético, porém s6 em movimento, a mesma fica sujeita & ago de uma forga, com direcao perpendicular ao deslocamento da carga ¢ ao vetor densidade de fluxo deste campo magnético. Essa forca conhecida como forca de Lorentz”, B ey B —> —> F=Q(vxB) 6) F Hendrik Antoon Lorentz_(1853-1928), fisico holandés, teve participagao importante na teoria da relatividade. Ganhou prémio Nobel de Fisica em 190: 1.5 FORCA EM UM CONDUTOR PERCORRIDO POR UMA CORRENTE: Considere um condutor percorrido por uma corrente i, situado num meio cujo campo magnético seja estacionario. Deduzindo a Equaedo da forga de Lorentz, obtém-se que: = I A forga exercida sobre 0 condutor € dada por: _ ae F=fidixB | 7 oS dl F Para um condutor retilineo e um campo magnético uniforme: F=ldxB (8) Figura 6 ou para o calculo da intensidade da forca: F = Bil send 7 onde 0 = ngulo entre as diregdes da corrente no condutor ¢ da indugio magnética B. Para determinagao da diregdo e sentido da forga aplica-se a regra da mao esq conforme figura 7: Regra da mao esquerda: Dedo polegar: no sentido da indugo magnética B Dedo indicador: no sentido da corrente elétrica I Dedo médio: sentido da forga magnética F Figura 7 — Regra da mao esquerda CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENI Exemplo: Um ima permanente com formato de ferradura possui um campo magnético cuja indug&o magnética B ¢ igual 0,8 Wb/m’ entre os pélos norte e sul, possuindo direcao horizontal e sentido da esquerda para a direita, Colocando-se entre os pélos, um fio com comprimento efetivo de 30 em, que conduz uma corrente 1,5 (A) sentido de baixo para cima, na vertical, determine: a) o sentido ¢ 0 médulo da forga magnética que aparece no condutor. b) Girando 0 ima permanente de 30° no sentido anti-horario, qual 0 sentido e o médulo na forga magnética que atua no condutor? c) Invertendo o sentido da corrente, 0 que ocorrerd com a forga no item b)? d) Relativo ao item b), invertendo o sentido da corrente e girando em 180° o ima permanente, 0 que acontecera com a forga magnética? t I=1.5 (A) Fio condutor de 30 cm —— B a) Aplicando a regra da mao esquerda: sentido da forga penetrando no papel. Modulo: F = BIL = 0,8 . 1,5 . 30.107 0,36 (N) b) T2135 al O sentido sera afetado apenas pela . componente de Bx, perpendicular ao condutor. Assim, o sentido da forga € oe penetrado no papel. B sf Médulo: F = BIL sem a = 0,36 sen 60° Fio condutor de 30 em F =0,31(N) c)Invertendo 0 sentido da corrente, a fora magnética tera o sentido de “saindo do papel”. d) O sentido da forga serd penetrando no papel 1.6 FORCA ENTRE DOIS CONDUTORES PARALELOS PERCORRIDOS. POR CORRENTES Na figura 8, temos dois condutores longos e paralelos, separados pela distancia d, sendo 0 condutor | percorrido pela corrente I; e um condutor 2 percorrido pela corrente I>. 1 d A corrente I; no condutor 1, produz ~ um campo magnético Bl, penetrando no I papel junto ao condutor 2, e este campo tem F 2 uma intensidade junto ao fio 2 de: a | 1 a Z Br=yo.H=po.l,/2ad (10) ® wi Figura 8: forca de atracdo em dois condutores paralelos A regra da mao direita define a direcao e 0 sentido de B, penetrando no papel Como no condutor 2 existe uma corrente Ip, aparecera uma forga de atracdo em relagao ao condutor 1, cujo valor é determinado por: Fb .1.B, a Substituindo na equagao 10 de B; tem-se: F=po.h-b.l/2nd a onde: I, I> : correntes nos respectivos condutores 1: comprimento do condutor d: distancia entre condutores F: For¢a que aparece no condutor 2 devido campo magnético do condutor 1 1.7 FLUXO MAGNETICO (9): Define-se B como sendo a densidade de fluxo magnético, ou seja, a quantidade de linhas de campo por unidade de seco. De forma genérica: os=h Bxnds (13) Figura 9; Fluxo magnético através de uma superficie (S) Com a equagio acima, calcula-se o fluxo magnético total através de uma superficie (S). Calcula-se 0 fluxo magnético total , através de uma superficie S, como sendo a integral de superficie do vetor n pelo vetor campo magnético B. Quando B € constante na superficie analisada ea superficie é plana (0=0°), temos: b=B.S. cosa — $=B.S ag unidades: | (Fluxo magnético) B (densidade magnética ou indugao magnética) MKS Wb (weber) Wb / m CGS Mx (maxwell) ou linhas Mx / cm* ; linhas/cm*; gauss Lembrando que: | (Wbim?) > 10° gauss 1 Wb > 105 Mx Exemplo: Observe na figura abaixo a area ABC, situada no plano XY. Sabendo que existe um campo magnético uniforme B de 0,5 (T), determine o fluxo magnético 6 através da area ABC nas seguintes situagdes: a) B tem diregao de 30° a partir do eixo z, com sentido +Z. b) B tem sentido de +z. c) B tem sentido de +x. Area da figura ABC = b.h/2=4cm?=4.10*m? cs . : =! BxndS =B.S.cosa=0,5.4.10~ ‘cos a (n é perpendicular a area ABC) 4.10 ‘cos 30°= 1,73. 104 [Wb] -4.10 cos 0°=2. 10 [Wb] 5.4.10 * cos 90° = 0 [Wb] 1.8 PERMEABILIDADE MAGNETICA (): Define-se permeabilidade magnética de um material como sendo a relagao entre a indugao magnética (B) e a intensidade do campo magnético (H). Observando a curva normal de magnetizagao na figura 10, a permeabilidade de um mesmo material pode assumir varios valores na mesma curva, visto que: Permeabilidade = pmateriai= tga =AB/AH=B /H (sy 21 03 tgat# tga2# tga3> wit pot ps F\02 al = = Figura 10: Curva normal de magnetizacao Analisando 0 ciclo de histerese (ver item d — tépico 1.11.) e fazendo uma andlise detalhada do mesmo ciclo constata-se que a permeabilidade assume valor infinito no ponto de “indugao residual (Br)” e valor zero no ponto do “campo coercitivo (He)” Especifica-se, como valor de referéncia, a permeabilidade magnética do vacuo: Mo =4 x 10° [H/m]; no sistema Internacional de medidas. E comum que as permeabilidades dos outros materiais sejam relacionadas & permeabilidade magnética do vacuo (119), originando, assim, 0 termo permeabilidade magnética relativa (up): HR = Lmaterial / Ho adimensional (1 Ilustrando a definigao acima, existem tabelas que relacionam os diversos materiais com a permeabilidade magnética relativa, sempre definidas sob condigdes pré- determinadas, uma vez que a permeabilidade de um material nao é constante, variando com a indug&o magnética (B) a que o material esta submetido, MATERIAL p RELATIVA CLASSIFICAGAO vacuo (ar) 1,0 padrao madeira _|0,99999950 diamagnético aluminio 1,00000065 paramagnético ferro fundido 60 ferromagnético ago silicio 3000 ferromagnético | superliga 100000 ferromagnético Recorrendo ao conhecimento do dtomo, a estrutura magnética de um elétron é idéntica a um pequeno ima, devido a seu momento magnético (dipolo) que estd associado ao seu spin. Define-se magnetizag4o como sendo 0 momento magnético total por unidade de volume. Baseado no comportamento desse momento magnético total, quando submetido a um campo magnético externo, os materiais seguem a seguinte classificagao. 1.9 MATERIAL DIAMAGNETICO: Material que, na presenga de um campo magnético externo intenso, mantém uma magnetizacao de intensidade muito pequena e em sentido contrario ao campo aplicado. Sua permeabilidade relativa ¢ ligeiramente inferior 4 unidade ¢ nao apresenta muito interesse para a industria. Se 0 campo externo for proveniente de um ima, o material sera repelido pelo ima. Sao exemplos destes materiais: silicio, germanio, enxofre, hidrogénio, hélio, fésforo, etc. 1,10 MATERIAL PARAMAGNETICO: O material nao apresenta efeitos magnéticos na auséncia de um campo magnético externo. Quando na presenga de um campo magnético extemo, ha um alinhamento dos momentos magnéticos, aumentando o valor de B no interior do material. Magnetiza-se com intensidade reduzida, no mesmo sentido do campo aplicado. Apresenta permeabilidade relativa ligeiramente superior a unidade. Se 0 campo externo for proveniente de um ima, o material seré atraido pelo ima Sao exemplos desses materiais: oxigénio, aluminio, tungsténio, etc. 1.11 MATERIAL FERROMAGNETICO: Sao os materiais de maior interesse industrial, devido a suas propriedades magnéticas, "ONVERSAO El pTROMECANICA DE ENERGIA Caracterizam-se por elevados valores de permeabilidade relativa e pela existéncia de indugdo residual, ou seja, quando na presenga de um campo magnético externo, a magnetizagio ocorre de forma intensa no mesmo sentido do campo magnético aplicado. Os dispositivos eletromecdnicos sio constituidos por materiais ferromagnéticos, com permeabilidade bem superior a do ar, cerca de 1000 a 10000 vezes maior. Os nucleos desses dispositivos utilizam materiais ferromagnéticos nas mais diferentes dimensdes e formatos. Comercialmente, utilizam-se chapas de ago-silicio, cujas espessuras variam de 0,30mm a 0,60mm. Siio exemplos de materiais ferromagnéticos: ferro, niquel ¢ cobalto, que s4o usados na forma de ligas. Podem ser clasificados em: Gros _ndo_orientados ~ GNO (entende-se por grao ou cristal como o empilhamento ordenado dos atomos no espago) quando os gros que compdem o material apresentam uma distribuig&o aleatéria de seus dominios. Grios orientados ~ G numa determinada diregio. quando os graos do material tém diregdes cristalinas Sendo os conversores eletromecanicos de energia o foco do assunto deste livro, € os mesmos sio constituidos de materiais ferromagnéticos, a seguir descrevem-se as principais caracteristicas dos materiais ferromagnéticos: a) Magnetizacao; ocorre na mesma diregao ¢ sentido do campo magnético aplicado. ———_> | —————> | > 8 Se Figura 11 - distribuigao das linhas de campo lade (1) destes materiais no é constante como a do ar. curva (ferromagnético) reta (ar) H_— [Aesp/m] 24 Figura 12 - Comportamento de materiais magnético e naio-magnético A permeabilidade do ar € um pouco superior a j10, entretanto, nos célculos usuais considera-se que sto iguais: war = 10 = 4.x. 10” [H/m] c) Curva normal de magnetizacao: A curva normal de magnetizagio de um material, que pode ser observada na figura 13, relaciona a indugao magnética (B) com a intensidade magnética do campo aplicado (H), para uma variagao continua e crescente da corrente de excitacdo. Nos materiais ferromagnéticos no existe uma relag&o linear de proporcionalidade entre B (indug&io magnética) ¢ H (intensidade do campo magnético). Isso significa que, caso a corrente de magnetizacdo seja senoidal, 0 fluxo () ou a indugdo magnética (B) terfio uma forma de onda diferente da senoidal. Em fungdo disto, os fornecedores desses materiais fornecem as curvas de magnetizagdes, para que se possam fazer previsdes do comportamento do material sob influéncia do campo magnético — ° [Aesp/m] Figura 13- Comportamento da curva de magnetizagiio de material ferromagnético ‘A obtenciio da curva de magnetizagio ¢ feita ensaiando-se um determinado material de um micleo ferromagnético excitado com NI (ampére-espiras) 25 Eleva-se a corrente de excitagdo desde O[A], obtendo-se 0 valor correspondente do fluxo magnético (ou indug&o magnética). Observando 0 comportamento dos pontos de [B : H] ou [6 ; I], nota-se que, a partir de um determinado valor de corrente (ou de intensidade de campo H), 0 fluxo magnético (ou indugo magnética) nao softe variagao consideravel, mantendo-se praticamente constante. Essa regiao recebe 0 nome de “saturagd0”, sendo a principal causa da deformacdo entre as grandezas corrente e tensio, gerando nessas grandezas (corrente ¢ tensio) as harménicas superiores. Na regido 1, a variagao de B é maior que a variagao de H. Na regido 2, praticamente tem-se um comportamento retilineo, com variagao constante de B e de H. Na regio 3, a variagao da densidade magnética B é menor que a variagao de H. Na regifio 4, temos praticamente uma reta, com variac&o muito discreta de B para grandes variagdes de H. Nessa regio, chamada de saturagdo, praticamente todos os dominios magnéticos ja estao paralelos ao campo aplicado. d) Histerese e ciclo de histerese: Define-se histerese como sendo 0 atraso da variagdo da indugdo magnética B para uma variag%io da intensidade de campo magnético aplicado. E uma caracteristica dos materiais ferromagnéticos, conforme citado anteriormente. Na figura 14, 0 trecho O-I é chamado de curva normal de magnetizagio. A partir do_ponto de saturago I, diminuindo a intensidade do campo magnético H, através da diminuigao da corrente de excitagao I, observa-se a variagio da inducao magnética B. Observa-se, no trajeto de I para II, que a diminuigao do valor de B é mais lenta do que a variagao de H, e, no ponto II, apesar de 0 campo H atingir 0 valor “zero”, a indugaio magnética ainda mantém um pequeno valor, chamado de indugao residual (Br) Invertendo o sentido da corrente, aplica-se um campo magnético contrério no material e, no ponto III, anula-se a indugdo remanescente ou residual, Esse campo magnético que anula 0 B residual é chamado de campo coercitivo. Continuando a aumentar a corrente de excitacdo nesse sentido, atinge-se o ponto IV, representando a saturagdo magnética do material, Reduzindo a corrente e invertendo-a novamente, fecha-se o lago do ponto [TV ao ponto I, através do trajeto (IV-I), que pode ser observado na figura 14. 26 Ti H IV Figura 14 - Ciclo ou laco de histerese e) Remanescénci Apés ser submetido a uma magnetizagao ciclica, um material ferromagnético fica com um “magnetismo residual”, chamado de indugo residual (Br) ou densidade residual de fluxo magnético, mesmo quando a forga magnetomotriz.é nula. Sf) Coercividade: E a forea magnetomotriz necessaria para anular a indugdo residual (Br). E 0 campo magnético que deve ser aplicado no sentido contrario ao aplicado anteriormente. g)Saturacao: Regio da curva normal de magnetizagao ou do ciclo de histerese, caracterizada por uma variagao desprezivel da indugao magnética B para variacdes significativas de campo magnético (ou de corrente de excitagao). 27 h) Envelheciment O valor da indugao magnética no interior do material ferromagnético diminui com 0 tempo para uma mesma fim.m. aplicada, Diminui-se esse efeito usando ligas de ferro- silicio. i) Variacéo com a temperatura: Quando se aumenta a temperatura em um material ferromagnético, ocorre um aumento da intensidade das vibragdes dos Atoms, alterando o alinhamento dos momentos magnéticos dos mesmos. A magnetizacao decresce com o aumento da temperatura, chegando a zero na temperatura de “Curie”, Para o ferro puro o ponto de “Curie” é de 775 °C. Para cada aplicagao ou uso final, deve-se escolher o material ferromagnético com a caracteristica adequada. Por exemplo: para ima permanente, buscar material com indugao residual alta ¢ campo coercitivo muito alto, Para uso em eletroima, a escolha deve recair sobre material com indugao residual baixa e campo coercitivo baixo. Para maquina rotativa, © ponto de saturagao deve ser o mais alto possivel, com resistividade também elevada, Exemplo: O fluxo magnético através de uma area circular de raio igual a 3em é igual a 0,5. 10° [Wb], formando um Angulo de 60° com essa area. Calcular 0 médulo do campo magnético B. Area circular O angulo entre ne B é 30°. ¢=BScosa. > B =0,5 . 10° /n (3.10°)°.cos 30° =0,2(T) (1859-1906) — fisico francés -, juntamente com sua esposa Marie Curie, descobriu que as substdncias ferromagnéticas apresentam uma temperatura critica de transigao, acima da qual as substancias perdem o seu comportamento ferromagnético. 1.12 EXERCICIOS PROPOSTOS: Exereicio 1: condutor situado na diregdo noroeste-sudeste, de massa 5,0 gramas ¢ comprimento 20cm, é submetido a um campo magnético B = 0,5 [T] com sentido sudoeste- nordeste, quando se observa um deslocamento do mesmo para baixo, indicando no dinamémetro um deslocamento de 20 gramas. dinamdmeuo Responda: a) Existe corrente na barra? Qual o valor e sentido da corrente no condutor? Para a corrente determinada no item a), qual 0 valor de B e sua diree&o para que o dinamémetro somente registre a massa do condutor (5,0 gramas)? b sD ) Exercicio 2: Imerso num campo magnético uniforme de intensidade 0,25 [T], temos um condutor de 4,5 metros, por onde circula uma corrente de 5 [A]. Calcular a forga magnética F sobre 0 fio, quando o angulo 0 for: a) 0=60° b) 0=90°. Exercicio 3: Sabendo que sobre uma carga elétrica a forga elétrica é dada por Fe=q-Eea forga magnética Fnay = q (V . B), quais das forgas realizam trabalho? Justifique. Exercicio 4: Supondo que o campo magnético da Terra seja 10“ [T], com diregao vertical, imdique 0 modulo ¢ a directo da forca magnética por metro de condutor, que aparece num eondutor de uma linha de transmissio, onde circula 200[A], situado a 30° da linha do Equador. POLO NORTE GEOGRAFICO LINHA DO EQUADOR POLO SUL GEOGRAFICO 29 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA. Exereicio_5: Abaixo temos trés condutores, percorridos por correntes de mesma intensidade igual a 20 [A], com sentidos indicados na figura: to It }: A Fazendo a anélise da situacdo exposta, qual a afirmagao correta relativa a forga sobre 0 condutor B? a) tem sentido da esquerda para a direita. b) tem sentido de dentro para fora do papel. c) tem sentido da direita para a esquerda. d) tem sentido de fora para dentro do papel. e) tem sentido de baixo para cima. Exercicio 6: Existe uma forga de atragdo entre dois condutores longos e paralelos, percorridos pela mesma corrente I. Caso ajuste a corrente para o dobro do valor inicial em cada um dos condutores e dobre a distancia que os separa, qual sera a nova intensidade da fora magnética? a) 4F b)3F oF a) F2 e) F/4 Exercicio 7: Na figura abaixo, temos um condutor retilineo percorrido pela corrente 1)= SO[A] ¢ uma espira retangular percorrida por Ir = 20 [A]. Tanto 0 condutor como a espira encontram-se no mesmo plano. Determinar a forga magnética resultante Fr que atua sobre a espira devido ao campo magnético da corrente I). 1Ocm 10em ercicio 8: Defina permeabilidade magnética absoluta e relativa. 30 Exercicio 9: Qual o comportamento da permeabilidade magnética ferromagnético e no ar, quando existe um aumento de forca magnetomotriz? Exercicio 10: Explique o fendmeno da saturag%o magnética, Exercicio_11: A indugio magnética residual ¢ uma _ caracteristica ferromagnético. Qual o procedimento para desmagnetizar o nticleo? Exercicio 12: Defina cada um dos termos abaixo, em trés linhas, no maximo: a) Material paramagnético. b) Material diamagnético, c) Material ferromagnético Exercicio 13: Defina cada um dos termos abaixo, em trés linhas, no maximo: ¢) Indugdo residual. 4) Ciclo de Histerese. €) Campo coercitivo. f) Regitio de saturac&o do material magnético 31 no material do material CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA 2 ANALISE DE CIRCUITOS MAGNETICOS COM MATERIAIS FERROMAGNETICOS 2.1 CONSIDERACOES INICIAIS: Pode-se definir circuito magnético como o percurso fechado, com ponto de partida no Pélo Norte e chegada no Pélo Sul, por onde o fluxo magnético (6) ira pasar, constituido por um ou mais materiais diferentes (por exemplo: ar e ferro) e uma fonte, chamada de forga magnetomotriz. Circuitos magnéticos muito simples podem ser resolvidos diretamente através de formulas conhecidas do eletromagnetismo, porém quando 0 objetivo ¢ estudar dispositivos eletromecanicos, cujas geometrias geralmente sdo representadas por circuitos magnéticos mais complexos, merecem andlise mais detalhada e conhecimento de técnicas de simplificagdes de circuito. Assim, como em circuitos elétricos, usamos a nog&io de um circuito hidraulico para facilitar 0 entendimento do que ocorre quando se submete um resistor a uma diferenga de potencial. Agora, com circuitos magnéticos, iremos fazer uso da analogia com circuitos elétricos. As técnicas para resolugao de circuitos elétricos vao ser muito titeis para resolug’io de circuitos magnéticos; para isso o primeiro passo é observar as caracteristicas das analogias contidas na tabela 2.2 e transformar as varidveis do circuito magnético em variaveis do circuito elétrico. Dado o niicleo magnético abaixo (figura 15), observa-se que a aplicagao de corrente elétrica continua nas N espiras gera uma forga magnetomotriz (NI). Essa forga magnetomotriz (NI) gera um campo magnético, com pélos N-S, : a $ B conforme indicados na figura ao lado ¢ a sentido determinado pela regra da mao cL_PN direita. Tp © campo — magnético —_serd ip S representado por linhas de campo, a . denominadas por flux magnético (4), que no niicleo, preferencialmente, ira fazer 0 Figura 15 - nucleo ferromagnético percurso ABCD no sentido hordrio. A intensidade do fluxo magnético (>) material que compée a trajetéria ABCD. Define-se relutancia do circuito magnético (R) como a dificuldade que o material impde 4 passagem do fluxo magnético, muito parecido com a resisténcia elétrica num circuito elétrico, A relutancia magnética (R) & til, pois 32 envolve as dimensées de cada trecho do circuito magnético e a caracteristica do material do constituinte. Podemos combinar as relutancias de cada trecho de um circuito, simplificando e resolvendo através de associagées série e paralelo. # > Vo Z Circuito magnético andlogo a0 Nucleo magnético magi 0 a circuito elétrico ura 16 —niicleo ferromagnético e analogia com cireuito elétrico Observe as duas figuras abaixo, nas quais e 0 material da figura 17a) tem permeabilidade magnética superior um pouco superior do at, enquanto o material da figura 17b) refere-se aos materiais ferromagnéticos usados normalmente em conversores eletromecanicos. | = Fisura 17a) Fioural7b) A distribuigao de linhas de campo no niicleo da figura 17b, material com permeabilidade bem superior ao do ar, est4 confinada no interior do niicleo, ou seja, linhas de campo perdidas pelo ar sio muito reduzidas, além de apresentar uma distribuicdo uniforme no interior do material com alta permeabilidade magnética. Ja na figura 17a, que representa um material ferromagnético com baixa permeabilidade, uma parcela considerdvel das linhas de campo “fogem” para o ar, nao sendo aproveitadas no interior do niicleo ferromagnético. Nesse primeiro instante, iremos estudar circuitos magnéticos compostos por materiais ferromagnéticos com caracteristicas da figura 17b, em que todo o fluxo magnético esté confinado no interior do nucleo. 33 CONVERSAO FLETROMECANICA DE ENERGIA Imaginemos que na figura 17b seja imposta uma forca magnetomotriz = NI, ou seja, coloca-se uma bobina de N espiras, por onde circula uma corrente de excitagdo continua de valor I A forca magnetomotriz aplicada gera um campo magnético B, ora representado pelo fluxo magnético na figura 18, que retrata as linhas de campo que estdo confinadas no material. O sentido do fluxo é dado pela regra da mao direita ou do saca-rolhas Admite-se ainda que a seco do ferro Sp: é constante em todos os quatro trechos do micleo, A intensidade do campo magnético H em cada trecho relaciona-se com a indugao magnética B, através da permeabilidade magnética do material 1, que se considera uma grandeza escalar constante. Bp = py. Hr a onde: Br= $/ Spe as) Recorrendo a Lei Circuital de Ampére, que estabelece que a circulagao do vetor campo magnético H ao longo de um contorno fechado é igual a soma das correntes enlagadas por este contorno, podemos escrever: He . Iméaio = N . 1= FMM (19) Sendo 0 Indio © comprimento médio do percurso do fluxo magnético e FMM a forga magnetomotriz NI Substituindo as expressdes 18 ¢ 19 na expresso 17, temos By = pr. He = ptr. N-1/ Imedio > / Sre= ptr. NA Imedio > = N.1/ (medio / We. Ske) | (20) O termo (Imidio / Ltr. Sre) & chamado relutancia magnética R, grandeza que depende da geometria e das caracteristicas magnéticas de cada trecho que compée o circuito magnético total. O inverso da relutancia magnética R é chamado de Permeancia (P). Assim, a equagao (20) pode ser escrita como) FMM = NI= $.R. Quy Nesse curso de conversio eletromecanica de energia, vamos considerar: a) os circuitos magnéticos sao constituidos por pecas com formas geométricas espaciais em geral bem definidas. b) O fluxo magnético é constante em todos os trechos da mesma malha, para uma mesma forea magnetomotriz; independe do material ou da se¢do nos varios trechos da mesma malha, isto é, 0 fluxo é 0 mesmo em todos os trechos. ©) A indugao magnética B vai depender da segdo de cada trecho. A segao efetiva magnética € composta apenas pelo material ferromagnético. Quando o niicleo for empilhado, entre as laminas existe material isolante que deve ser deduzido da seco. Assim, o fator de empilhamento é utilizado para fazer a corregao: Sie = ke . Stota d) Supde-se que a indugao magnética B seja constante e uniforme em cada trecho. Com as consideragdes acima, a forma tridimensional do cireuito magnético pode ser trabalhada no plano, isso sem diivida, nos trara uma enorme facilidade na resolugao do circuito: espago plano i tio Figura 19 — Simplificagio do circuito magnético © fato de trabalharmos no plano cria uma identidade com o circuito elétrico, no caso, de uma malha, em que cada trecho por onde circulara o fluxo magnético é representado por uma relutancia, podendo-se fazer uso das Leis de Kirchoff para resolugao desse circuito. me FMM =N .1=He. Incsio (Lei da matha) RI LO=0 (Lei don6) : FMM = NI Lo - a) Fisura 20 — Circuito elétrico eauivalente R3 Sugere-se que toda resolucdo de um circuito magnético seja efetuada através de analogias com 0 estudo da Area elétrica, A seguir, é fornecido um conjunto de curvas de magnetizagdes de varios materiais que utilizaremos nos exercicios: 35 am 22 CURVAS NORMAIS DE MAGNETIZACOE CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA CURVAS NORMAIS DE MAGNETIZAGAO 24 20 19 HEE are 13 ae 12 ut 10 09 08 o7 06 05 of 03 02 ot 00 EEE 100 200 300 400 ‘300 600700, 300 ‘900 1000 1100 1200 1300 Ham) 2.2 TABELA DE ANALOGIAS ENTRE OS CIRCUITOS ELETRICO E Circuito magnético 6 R —— ee NI Forga eletromotriz: V [V] Corrente elétrica: | [A] Resisténcia elétrica: R [Q] Densidade de corrente: J [A/m?] Intensidade de campo elétrico: E [ V/m] Forga magnetomotriz: F = NI [Aesp] Fluxo magnético: 6 [Wb] Reluténcia magnética: R [Aesp/Wb] Densidade de fluxo: B [Wb /m’] Intensidade de campo magnético: H [Aesp/m] Condutancia: G [S] Permedneia: P [Wb/Acsp] LeisdeOhm: D V=R1 LeisdeOhm: ® F=NI=R.6 R=p1/S R=1/(u. S) Leis de Kirchoff:} no né: Y1=0 Leis de Kirchoff:> no nd: Yo =0 namalha: © V=0 | namalha: SNI=DR.6=SH1=0 2.3 EXCITACAO COM CORRENTE CONTINUA: A resolugio de circuito magnético basicamente divide-se em dois tipos a) onde 0 fluxo magnético € imposto.e deseja-se determinar a corrente de excitagao necessiria para criar 0 campo magnético dado. b) onde se deseja determinar o fluxo magnético para uma determinada situag3o do circuito. 2.3.1 Primeiro tipo de exercicio: conhece-se 0 fluxo ¢ a FMM é a incégnita. Iniciaremos pelo caso a, onde o fluxo magnético ¢ dado. O circuito magnético escolhido é bem simples, ¢ iremos aproveitar 0 mesmo circuito magnético, mudando o material e posteriormente suas as dimens6es, justamente para que 0 leitor perceba como é a CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA variagio da corrente elétrica (consumo de energia), quando algum detalhe do dispositivo eletromecanico ¢ alterado. Exercicio 2. O dispositivo abaixo é constituido pelo material “cast steel”, As dimensées estio em centimetros, e 0 numero de espiras da bobina é de 100 espiras. Determinar a corrente elétrica necessaria para que 0 fluxo magnético seja de: @ = 5. 10% [Wb] Vista frontal ie Vista lateral © circuito pode ser dividido em quatro trechos (posteriormente veremos que poderiamos trabalhar com menos trechos) AB, BC, CD e DA, em que cada trecho tem uma caracteri ‘a de comprimento e secao. a) circuito elétrico equivalente: b) Anilise dos trechos: comprimento ¢ sempre 0 comprimento médio de cada trecho, Consultar 0 grafico 4 i > Rox NI . ae 4 Rep da pagina 25: Trecho AB Trecho BC Trecho CD Trecho DA 1=22.107m 1=12. 107m 1=22. 107m 1=12. 107m S=4.10°m S=4.107 mr S=4.107 m S=4.10°m B=$/S= 5.10°/4. 10°| B=9/S= 5.10774. 107 |B=$/S= 5.10774. 107] B=4/S= 5.10°/4. 107 = 1,25 [Wb/m’] = 1,25 [Wb/m’] = 1,25 [Wb/m’] = 1,25 [Wb/m*] Entra no grafico do material “cast stell” ¢ obtém-se o valor de H: H= 1125 [Aesp/m] Entra no grafico do material “cast stell” ¢ obtém-se 0 valor de H: H= 1125 [Aesp/m] Entra no grafico do material “cast stell” e obtém-se 0 valor de H: H= 1125 [Aesp/m] Entra no grifico do material “cast stell” e obtém-se o valor de H: H= 1125 [Aesp/m] Como 0 circuito equivalente é um circuito série, 0 fluxo magnético é 0 mesmo em todos os trechos. Nesse exercicio, a segao transversal de cada trecho também € constante: sendo assim, tanto o valor de B como o valor de H sao constantes para o circuito magnético. c) Equacionando a malha através da 2" lei de Kirchoff, tem-se: NI= (H. Dap + (A. Dac +7. Deo +H. Doa 100.1 = 1125.22.10 Exercicio 2.2: Utilizaremos 0 mesmo niicleo do exercicio 2.1, constituido do mesmo material “cast Steel", quando se deseja obter 0 mesmo fluxo magnético no interior do material igual a ¢ = 5. 10% [Wb]. A nica alteragao efetuada ¢ que as colunas (trechos verticais) passaram de 2cm para 3 cm, ou seja, optamos por gastar mais material ferromagnético. Determinar qual o novo valor da corrente de excitagao necessaria op Zz 10 l, Vista frontal Vista lateral a) circuito elétrico equivalente: Continua sendo valido um circuito com quatro trechos em série, onde 0 fluxo magnético € 0 mesmo em todos os trechos. Raw saa at ° Roa ; 1. Rep CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGLA. b) Anilise dos trechos: A tnica alteragao que ocorreu é na segao dos trechos BC e DA, afetando a indugdo magnética e a intensidade de campo magnético nestes trechos. Observe que os comprimentos médios dos trechos AB e CD também foram alterados. Trecho AB Trecho BC Trecho CD TrechoDA _| 1=23. 107m 1=12. 107m =23.107m 12. 107m S=4.107%m S=6.107 mr 107 nr B=$/S= 5.107/4. 107] B=$/S= 5.10°/6. 10%] B=/S= 5.107/4. 107 /S= 5.10°/6.10% = 1,25 [Wb/m’] = 0,83 [Wb/m’] = 1,25 [Wb/m’] = 0,83 [Wb/m’] Entra no grifico do|Entra no grafico do|Enira no grafico do|Entra no grafico do material “cast stell” e| material “cast stell” e| material “cast stell” ¢| material “cast stell” e obtém-se 0 valor de|obtém-se o valor de|obtém-se o valor de| obtém-se o valor de H: H: H: \H: H-= 1125 [Aesp/m] |H=525[Aesp/m] _|H = 1125 [Aesp/m] | H=525 [Aesp/m] _| c) Equacionando a malha através da 2" lei de Kirchoff, tem-se: NI=(H. Dan + CH. Dao +(H. Dep +H. Dow 100.1 = 1125. 23 . 107 + 525.12. 107 + 1125. 23. 10? + 525.12. 107 1=6,43 [A] nota: quando se aumenta a secao dos trechos, ou seja, gasta-se mais material ferromagnético, houve uma redugao de 15,9% na corrente elétrica consumida em relagdo a0 exercicio 2.1). Exercicio 2.3: A mudanga agora se dara em relag&o ao material. Optaremos por substituir 0 trecho AB por outro material, US TRAFO 72-29, de maior permeabilidade magnética. Os demais dados continuario a ser os mesmos do exercicio 2.2. Determinar a corrente necessiria para se obter 0 mesmo fluxo magnético de @ = 5 . 10% [Wb] 2 US TRAFO 72-29 : Dimensées em cm 2 be a) circuito Vista frontal : Vista lateral 40 Continua valido um circuito com quatro trechos em série, onde o fluxo magnético é 0 mesmo em todos os trechos. Trés trechos sio de material “cast steel” € um trecho de material “US TRAFO 72-29”. _ Rap ae ‘]Rox 1 NI ~~ Rep b) Anilise dos trechos: Em relacao a tabela do exercicio 2.2, a tnica alteragao que ocorreu € no tipo de material do trecho AB. Isso faz com que tenhamos que consultar a curva do material “US TRAFO 72-29”, obtendo um valor diferenciado nesse trecho para a intensidade do campo magnético (H). Trecho AB Trecho BC Trecho CD Trecho DA 1=22.107m 1=12.107m 1=22.107m 1=12.107m S=4.107m S=6.107 mr S=4.107 mr S=6.107m' B=$/S= 5.107/4. 10°|B=4/S= 5.1076. 107] B=/S= 5.10774. 10°] B=o/S= 5.107%/6.10% = 1,25 [Wb/m’] = 0,83 [Wb/m’] = 1,25 [Wb/m’] = 0,83 [Wb/m’] Entra no grafico do|Entra no grafico do|Entra no grafico do|Entra no grafico do material US TRAFO | material cast stell e|material cast stell | material cast stell € ‘e obtém-se o valor de|obtém-se o valor de|obtém-se o valor de) obtém-se o valor de H: H: H: H: H=500[Aesp/im] _|H=525[Aesp/m] _|H= 1125 [Aesp/m] _|H = 525 [Aesp/m] c) Equacionando a malha através da 2" lei de Kirchoff, tem-se: NI = (H. an + (H. Dc +(H. Dep +(H. Noa 100.1 = 500 . 23. 107 + 525.12. 107 + 1125.23. 10° + 525.12. 10° 5,0 [A] nota: a mudanga de apenas um dos trechos para um material com permeabilidade magnética melhor possibilitou uma economia de corrente elétrica da ordem de 22.2% em relagao ao exercicio 2.2, ou seja, 0 gasto adicional com a utilizagao de um material ferromagnético com melhores caracteristicas magnéticas ¢ compensado pela economia na energia de entrada do dispositivo, Um formato de nucleo ferromagnético muito utilizado, principalmente em transformadores, é 0 de dupla janela, conforme ilustrado no exereicio 2.4. Nesse caso, 41 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA, quando desenhamos 0 circuito elétrico equivalente, fica evidente que a resolucao passa por uma associagao série — paralelo. Exerc O nticleo ferromagnético abaixo é constituido de material “Cast Stee!” , com niimero de espitas igual a 100, Determinar a corrente necesséria na bobina, para que o fluo no trecho CD seja igual a @ = 2,0. 10 [Wb] . Todas as dimensdes esto em centimetros. ee 1 L Ran eis ae te Ry : roe [J ro [] NI Ra Roe 4 a O circuito elétrico equivalente esta representado por duas malhas. Pode ser resolvido pelas seguintes equagdes: Malha 1: NI= Rea. 7 + Rag. 67 + Rep. or + FMMpe = Hea. Ira + Hap Ine + Her. ler + FMMpe Malha 2 : FMMge = 'ac- $2 + Reo. 2 + Roe te = Hac. lec + Heo. Leo + Hoe - loe 42 B) Analise dos trechos: Trecho BC Trecho CD Trecho DE = 12,5.107m 1=14.107m 1=12,5. 107m 107m S=8.10% m = 2.1074. 10%] B=o/S= 2.108. 10% = 0,25 [Wb/m’] = 0,50[Wb/m?] = 0,25 [Wb/m’] Entra no grafico do|Entra no grafico do|Entra no grafico do material “cast steel” ¢ | material “cast stell” e| material “cast stell” ¢ ‘obtém-se o valor de|obtém-se o valor de|obtém-se o valor de H: H: H: H=225 [Aesp/m] _|H=350[Aesp/m] _|H=225 _[Aesp/m] Aplicando a equagao da malha 2, tem-se: FMMpe = 225 . 12,5. 1074350. 14. 107+ 225. 12.5. 107 = 105,25 [Aesp] Como : FMMgg = 105.25 = Hee. Ise € lee = Ico = 14 107m Hyp = 751,8 [ Aesp/m] > entrando no grafico do “cast steel” com H = 751,8 obtém- se o valor de B para o trecho BE > Bye = 1.07 [T] Determinagao do fluxo magnético $1: 61= Bre. Spr = 1,07. 6. 10 = 6,42. 10 [Wb] Determinacao do fluxo magnético total br: or= $14 b2= 6,42. 10% +2,0. 107 = 8,42 . 10% [Wb] Trecho AB Trecho EF Trecho FA 1=14.0.107m 1= 14,0. 107m 1= 14,0. 107m $=8.107 m’ S= 8.107% m S=10. 10% m =g/S= 8,42.10/8. = 842.1078. 8.42.10°/10. 107 = 1,05 [Wb/m?]_| 10“ = 1,05[Wb/m’] .84 [Wb/m’] Entra no grafico do|Entra no grafico do|Entra no grafico do material “cast steel” e | material “cast stell” e| material “cast stell” e obtém-se 0 valor de|obtém-se o valor de|obtém-se o valor de H: H H: | H=730[Aesp/m] _|H=730[Aesp/m] _|H = 550 [Aesp/m] Utilizando a equagao da malha 1, determina-se a corrente necessaria: NI= Hea. lea + Hap. Ine + Her. ler + FMM 100.1 = 550. 14. 10° + 730. 14. 10? + 730. 14.107 + 105,25 1=3,86 [A] 43 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA, Jm niicleo toroidal feito de material ferromagnético (tur = 3000) possui uma bobina com 3000 espiras. O raio externo é igual a 8cm eo raio interno igual a 6cm, Sabendo que a segdo transversal é circular com raio igual a 1,0cm, e que se deseja obter um fluxo magnético igual a @ = 0,5 . 10° [Wb], determine: a) acorrente necessaria para o nucleo de material ferromagnético. b) repetir para um nticleo idéntico, porém nao magnético. a) nicleo magnético: : $ B.dl=po.N.1 + 1 a) paranticleo ferromagnético N-3000 espias B= $/$ = 0,5. 1 1.10" 259 [T] H = B/= 1,59/ (4.107.300) = 421,8 [Aesp/m] Rajo= lem H .lm= NID 1=421,8.(2x.7.107)/3000 = 61,8 m [A] b) para nicleo nao-magnético: B= 1,59 [T] > Ho = Bio = 1,59/47.107 = 1265281,8 [Aesp/m] Ho.Im = NI} I= 1265281,8 (2.7.10 (000 = 185,5 [A] © niicleo ferromagnético abaixo & constituido por dois materiais: USS 9, na parte hachurada e aco fundido na parte lisa. Sabendo que o fluxo magnético >= 4,8 . 10 [Wb], determine: a) forga magnetomotriz. NI na bobina. b) forga magnetomotriz no trecho 1-2. ©) adensidade de fluxo B no trecho 2-3 d) a intensidade do campo magnético H no trecho 3-4. : PLSEeesg] I. a t 1 ‘ ct 1 oe e , a i Dimensdes em em L t ‘ ' t = Anialise dos trechos: erro 1 id 4 3 + 4 bepoccenee b=] No trecho de USS trafo 72-29, temos duas segdes diferentes, o que define dois trechos desse material. Jé no material ago fundido, como a seco é a mesma em todo o comprimento do material, podemos trabalhar como um tinico trecho. USS Trafo 72-29 Aco fundido Trecho Horizontal _| _ Trechos verticais Trecho em “U” 1= 12,0.107m 1=2,0. 107m 2,0. 107m 10m 8.107 m’ B=$/S= 4,8.107/4. = 4,8.10%/8.|B=/S= 4,8.104/10. | 10° = 1,2 [Wb/m’] 0.6[Wb/m?]__| 10% = 0,6 [Wb/m’] Entra no grafico do|Entra no grafico do|Entra no grafico do material USS Trafo| material USS Trafo| material ago fundido 72-29 e obtém-se 0|72-29 e obtém-se oe obtém-se o valor de valor de H: valor de H: H: H=400[Aesp/m] _|H=80 [Aesp/m] _|H=400_[Aesp/m] $= 4.107 m’ S= Equacionando pela 2* lei de Kirchoff: Hyh + Hob + Hols 100. 12,0. 107 + 80. 2,0. 107 +400 . 32,0. 107 } FMM =NI = 177.6 Aesp. Os dispositivos eletromecanicos apresentam como caracteristica uma parte do niicleo que é mével. que, no caso dos conversores eletromecdnicos, se movimenta para realizar trabalho. Sempre teremos um trecho de ar entre a parte mével e o restante do niicleo. Esta parte de ar é 0 entreferro, que pode assumir formas diversas, dependendo do dispositivo, como, por exemplo, em maquinas elétricas rotativas, entreferro é radial, pois a parte mével tem a forma de um cilindro. © entreferro apresenta uma descontinuidade de ar no miicleo de material ferromagnético Nas construgées eletromecanicas, 0 entreferro é sempre 0 menor possivel, a fim de nao elevar a relutancia do circuito para valores incompativeis com 0 bom desempenho do dispositivo. O fendmeno que ocorre no entreferro traduz-se por uma tentativa de fuga das linhas de campo, aumentando a sec¢do por onde o fluxo magnético passa pelo entreferro. Veja a figura 21: 5 +t » IZ aii | HW Figura 21. -Entreferro com comprimento x - efeito do espraiamento. 45 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA Na figura 21 observa-se que as linhas de campo se deformam quando encontram 0 ar (entrefeerro). Este fendmeno é chamado de espraiamento de fluxo. Para se levar em consideragao 0 efeito do espraiamento, visto que existe uma redug&o da indugio magnética B no entreferro, uma vez que a secao efetiva por onde o fluxo passa aumenta, deve-se aumentar cada dimensto pelo comprimento do entreferro. No caso da figura na pagina anterior, onde temos uma segdo retangular, a area do niicleo ferromagnético sera Sip=a.b Jaa area efetiva do entreferro com comprimento igual a x terd o seguinte valor: So=(a+x).(b+x) 2) Caso a seco do niicleo ferromagnético seja circular, tem-se: Sre=a.r E a area efetiva do entreferro sera: So=n.(r+xy (23) Na resolugao de cireuitos magnéticos, quando estamos montando 0 circuito elétrico equivalente, entreferro aparece como um segundo material, sendo representado por uma relutancia do ar (Ro), em série com o restante do trecho considerado. Exercicio 2.7: O niicleo abaixo € constituido de material aco fundido, possuindo um entreferro de 0,1 cm. Todas as dimensdes esto em centimetros ¢ so apresentadas duas vistas: frontal ¢ lateral do niicleo. Determinar a forga magnetomotriz (NI) para se obter um fluxo magnético de = 5 . 10% [Wb]. = 5.10" (WH) 1 — 2 46 Como temos apenas um material ferromagnético, com segdes constantes em todo niicleo, pode-se considerar um trecho tinico de material ferromagnético e um trecho de ar. a) circuito elétrico equivalente: — NI : Ru b) analise dos trechos: Trecho: ferromagnético Trecho: ar (entreferro) So = (2+ 0,1). (2+ 0,1)107 41. 10° m B=6/S=5. 1074/4. 10%= 1,25 [T] /.So=5. 104 /4,41 . 104 133 [T] Consultar gréfico do material “cast Neste caso Ho sai da relagao: steel” e obter 0 valor de H: Ho = Bo/po = 1,133/47.107 H= 1130 [Aesp/m] Ho = 9.10° [Aesp/m] c) Equacionando: NI = Hye.lrg + Ho.lo = 1130.47,9. 10? + 9.10°. 0,1. 10 NI= 1441,27 [Aesp] Exercicio 2.8: Uma bobina de 800 espiras é responsavel pela FMM no nicleo ferromagnético abaixo. O nucleo é composto por dois materiais (material I= USS TRAFO 72-29 e material 2 = ago fundido) Considere 0 espraiamento e determine a corrente necessaria de forma a manter um fluxo magnético de 40 . 10% [Wb], através dos entreferros de 0,1em cada. Dados: Ago fuundido = Iya 2) USS TRAFO 7229 = te Rexterno = 15 em ~ ig Rinterno = 10cm ; : % : N a : Rent segdo retangular uniforme ' ao longo do nucleo. - toad a bx c 47 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA a) Determinagao dos comprimentos médios do niicleo: Ini =¢ +¢ + 22,.Rm/2 = 0,2 + 0,2 + 2.12,5.1 0,793 m Im = d — 2.(Rext-Rm) +b/2 + b/2 = 0,3 -2(0,15-0,125)+ 0,025 +0,025 = 0,3 m Imo = 2. 0,1.10° = 0,002m. b) Determinagao das segdes transversais do nucleo: S; = S2 = (Rext — Rint) . a =(5.10°). (8.107) = 40. 107 m? So = (0,05+0,001).(0,08+0,001) = 41,31. 104 m? ©) indugdes magnéticas e respectivas intensidades de campos magnéticos: By = / S; = 40. 104/40. 10%= 1 [Wb/m?] » [uss traro7229 /-» Hi=200 [Aesp/m] Ba = / S2 = 40. 104/40. 10%= 1 [Wb/m*] © [Ago rundiao Le H=t 75 [Aesp/m] By = / S. = 40.10°/41,31. 10%= 0,968 [T]}+] Entrefer |» H,=Bo/10=7703 10 [Aesp/m] d) Equago magnética do nicleo: NI= Hb. Imi + Ho. Im + Ho: Imo 800.1 = 200.0,793 + 675.0,3 + 770310.0,002 ==> I = 2.38 [A] 2.3.3 Segundo tipo de exercicio: conhece-se a FMM, ¢ 0 fluxo magnético é a incégnita. 2.3.3.) se 0 micleo nao possuir entreferro e for composto por um tinico material com segao constante, a solugao é obtida diretamente: Tem-se a FMM = NI Hye =NI/lie Uma vez. obtido o valor da intensidade de campo magnético, consulta-se 0 grifico do material, obtendo-se o valor de B. Com B determinado, obtém-se 0 fluxo magnético: 6 = B/S 2.3.3.b) se 0 nticleo possuit dois materiais com segdes diferentes ou com entreferro, a solugdo nao é obtida diretamente, visto que o meio nao é linear. 48 Observe o exercicio abaixo: Exercicio 2.9: Considere 0 niicleo feito com material ago fundido, e que a FMM = NI = 120 [Aesp]. Determine o fluxo magnético. 4 I i ae = 7 ' nN do Fa) is cH i ' Gemenmmpanege pl ! 4 a Fe Vista frontal Vista lateral Método das tentativas: Adota-se um fluxo e determina-se a FMM correspondente como nos exercicios anteriores. Quando o fluxo corresponder a FMM dada, esse fluxo sera a solugao. Como adotar 0 fluxo? Inicia-se por um fluxo menor do que o obtido, se toda a FMM estivesse aplicada sobre o material de maior relutancia. A partir dai, vamos decrescendo 0 valor do fluxo e calculando o B e o H de cada wecho, equacionando 0 circuito magnético até chegar no valor da FMM = NI dada. No caso, 0 circuito acima sera dividido em dois trechos: Trecho 1: S=8 cm* ; l= 20,0 cm Trecho 2: S= 4 cm*; 24,0 cm © trecho de maior reluténcia ¢ 0 trecho 2. Assim: Hal: = NI = 120 } H, = 500 [Aesp/m]. Consultando a curva de magnetizagAo do “Cast Steel” temos Bs= 0,76 [T]. O fluxo magnético nesta situagao sera: 04 x 10 [Wb]. Passamos agora para as tentativas, tomando como ponto de partida, por exemplo, o valor de fluxo de 2,8 . 10% [Wb], preenchemos a tabela a seguir: @x 10% [Wb] | Bi [Wo/m’] [B.[Wbim’] [Hi [Aesp/m] [Hi [Aesp/m] | NI [Aesp] 28 0,35 0,70 280 460 166.4 24 0,30 0,60 250 400 146 2,0 0,25 0,50 225 350 129 18 0,23 0,45 210 325 120 49 CONVERSAO ELETROMECANICA DE Coneluso: 0 fuxo no nticleo ferromagnético 1,8 x 10% [Wb], que corresponde a FMM = 120 [Aesp]. EXCITACAO COM CORRENTE ALTERNADA: Grande parte dos dispositivos eletromecanicos sio alimentados com tensio alternante do tipo senoidal, devido a certas facilidades na distribuigdo de energia. exemplos desses dispositivos os reatores, os transformadores, as méaquinas elétricas sineronas e assincronas. Quando se excita um niicleo com tensio periddica alternada, ocorrem alteragdes no campo magnético, ¢ 0 estudo do comportamento do niicleo ferromagnético em relacao a curva B=f(H) assume importincia, principalmente no que se refere as perdas de energia que ocorrem neste caso e a presenga de parcelas de corrente de excitagdo com freqiiéncias diferentes (harménicas). No caso de excitagdo continua, a indutancia s6 esta presente no intervalo do transitorio, diferentemente da excitagio alternada, em que a indutancia influi no comportamento do regime permanente, e esta indutancia nao se mantém constante, caso 0 nucleo nao for linear. O fluxo magnético é fungao da FMM = NI. Se a corrente for periddica, 0 fluxo também sera periddico. 2.4.1 Lei de Faraday: Faraday estabeleceu uma importante relagao entre a variagao de fluxo magnético ¢ a tensfio induzida, Segundo a lei de Faraday, se numa bobina de N espiras ocorrer uma variag’o de fluxo magnético em fungio do tempo, nos terminais da mesma bobina aparecera uma forga eletromotriz (f.e.m.) induzida. Considere o fluxo concatenado (?.) numa bobina com N espiras como: A Segundo a Lei de Faraday, a f.e.m. induzida nos terminais desta bobina sera: e(t) =~ di. /dt ; substituindo o fluxo concatenado, temos: eft) == d (N.@) /dt e(t)=-(N . do /dt +. dN/dt) ; como N= constante > | e(t)=-N. do /dt Pode-se considerar e(t) como uma reagao da bobina contra a variacao do fluxo no tempo dt. Assim. se 0 fluxo 6(t) for crescente no tempo dt, e(t) pode criar uma fmm cujo fluxo $;(t) age contra o (1), mas, se $(t) for decrescente no tempo dt, e(t) pode criar uma fmm cujo fluxo $)(t) age no sentido de (1). 50 Interpretagdes da Lei de Faraday: a) Observe a figura 22, onde temos um condutor com formato ABCD, em que esta apoiado um outro condutor XY, que pode deslizar sobre o condutor ABCD, com velocidade v constante, mantendo-se sempre paralelo durante 0 deslocamento, com contato elétrico eficaz entre os dois condutores. b) A existéncia de um campo magnético B, com sentido entrando no papel, completa a figura em questao. Conforme ocorre o deslocamento do condutor ee ee xy, da esquerda para a direita, a area bexy aumenta, 0 fluxo magnético concatenado também € crescente (@ = BS). Segundo a Lei de Faraday, aparece uma fem. induzida no circuito elétrico bexy, cuja corrente elétrica induzida I’, tera um sentido tal que o fluxo cortespondente a esta corrente induzida sera para fora do papel, tentando evitar o crescimento do fluxo $. Desta analise, conclui- se que a corrente I’ deve ter sentido de x para ¢) Supondo agora, na figura 23, um nticleo com duas bobinas N) ¢ No, em que N; é excitada com corrente continua, proveniente da bateria E. Quando, no circuito da figura 23, a chave k é ligada, aparece uma corrente I nas Ni espiras, criando um fluxo magnético > com sentido hordrio, que cresce de zero até um valor constante 6. Esse fluxo concatena- se com as N; ¢ N3 espiras, induz tensdes nas Ni € No espiras. As correntes I"; € I" estio indicadas na figura, e a andlise mostra que os fluxos produzidos por essas correntes serio Figura 23—_polaridade da f.em. tais que tentarao evitar 0 crescimento do fluxo original No caso particular, ilustrado na figura 23, houve uma tensdo induzida na propria bobina de excitactio N;, que se chama tensio auto-induzida. Esse caso é muito comum em eletromecanica, pois a bobina que cria o fluxo magnético no nucleo é na maioria das vezes ligada a uma fonte de tensio alternada. A tensio induzida estard sempre defasada da tensio de excitagdo. Veja a seguir: R vi. I N a GG 6 ~_— Figura 24 — tensao auto-induzida 51. CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA No circuito da figura 24, sendo R a resisténcia da bobina, pode-se escrever: V(t) = R.i(t) -e() = R.i(t) +N dat Supondo R = 0, temos: v(t) = N do/dt = ve(t) = tensdo induzida na bobina. vo \ Figura 25: oposigao de fase da tensio induzida 2.4.2 RELACAO PRATICA DA LEI DE FARADAY: E importante para a eletromecanica a equagao que relaciona 0 fluxo magnético com a tensio aplicada 4 bobina, Como vimos no paragrafo anterior: Segundo a equagdo (25) a tensto induzida va(t) € a derivada 1"; assim se o fluxo magnético for senoidal a tensio induzida sera co-senoidal. V(Q=Nadgldt=vy) | os) O fluxo esta atrasado T/4 atrasado de vg no. tempo ou 7/2 atrasado na fase. Desenvolvendo a equagao acima, temos: max 02 + Vgmax Nf do= Sug at gin 6 0 valor médio da tensdo vg é: 12 (172) [vy at Vomedio = Vomax substituindo na equagao as relagdes abaixo, temos: Frequéncia = f= 1 / T (Hertz) 26) Fator de forma da onda = f.f. = Vp/ Vémetio= Valor eficaz / valormédio | (27) 52 em que: max: fluxo magnético maximo [Wb] Vo: tensdo eficaz aplicada igual a tensao induzida [V] dmx = 6/4 EQN. | sy ff; fator de forma da onda 7 N : mimero de espiras da bobina considerada. f: freqiiéncia da tensfo aplicada [Hz] No caso particular de uma excitagao senoidal ou co-senoidal a expressao fica: Supondo (t) = max os (Wt,) Volt) =-N do/dt ® Vemax= Nd dnax cos (wt) /dt = N W. des sen (Wt) Vpericaz. V2 = N . 2rt.f dmax . Sen (wt) icaz Assim, tem-se Vgercar= 4.44. £.N.omax [V] | 2% Quando a tensdo é senoidal no tempo, vg(t) = Vomax Sen Wt 0 fluxo magnético sera : O(t)=dmax . COS Wt, Ou seja, existe uma defasagem de 90° entre a tensdo ¢ 0 fluxo. ‘A equacio (29) de Faraday relaciona a tensdo eficaz com o fluxo magnético maximo, mas quem cria o fluxo ¢ a corrente de magnetizacio, obedecendo a relacdo: N.i()=9() RO By A anilise se processa da seguinte maneira: se o meio é linear, a relutancia é constante, nao varia com o tempo. Assim, a corrente de magnetizacao i(t) e $(t) assumem a mesma forma de onda e fase no tempo. Ve oO Figura 26 — Formas de onda da corrente de excitagao ¢ do fluxo magnético 53 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA Quando 0 meio nao ¢ linear, a relutancia nao € constante, logo, a relagao entre 0 fluxo e a corrente nao € constante. As formas de onda ¢ as fases nao sio as mesmas, aparecendo o fendmeno de histerese que estudamos no capitulo | (ver figura 27) oo) Vo Figura 27 — Formas de onda da corrente de excitagaio ¢ do fluxo magnético Em excitagao alternada ¢ importante notar que todas as vezes que se quiser modificar a tensio aplicada em uma maquina para um valor maior ou menor do que @ tenso original, deve-se tomar 0 cuidado de manter 0 mesmo fluxo magnético, pois a alteragao deste pariimetro modifica a poténcia do dispositivo cletromecinico. Deve-se agit na tens&io e no nuimero de espiras. Tomar 0 cuidado de nunca ultrapassar o valor original sob pena de saturar 0 nticleo, podendo B atingir um valor fora da curva normal de magnetizacao do material. Exercicio 2.10: Determinar o fator de forma e 0 fluxo maximo num niicleo que possui 200 espiras, quando uma tenso senoidal v(t) = 200. V2 sen 377t [V]. Verétio= 2 Vina! 3 Veticaz= VmaiV2 D> ff= Vetcas/V metio= w/2V2 = 1,11 © fator de forma para a onda senoidal ou co-senoidal é: ff. = 1,11, assim, substituindo na equagao da lei de Faraday, obtém-se: unas = Ver! 4 (£0) N. £= 200 / 4,44. 200. 60= 3,75. 10° [Wb] Define-se fator de forma (f.f) como: f .f. = valor eficaz / valor médio Principais fatores de formas de onda: a) onda senoidal ff. =9/2V2= 1,11 b) onda triangular f££=2/V3= 1,15 (para uma determinada configuragdo) ) onda retangular ££.= 1,00 g Exercicio 2.11: A forma de onda da tensio de excitaciio de um determinado nucleo é dada na figura abaixo. Sabendo que a freqiiéncia da excitagao € de 50 ciclos/s, e que a bobina do micleo possui 200 espiras, determine 0 fluxo maximo que circula pelo. niicleo ferromagnético. vty ae eficaz = 2001] max 1/4 (FN. £=200/ 4, (1,15). 200.50 = 4,34m [Wb] Exereicio 2.12: Um sinal senoidal de Vmax = 200.V2 e f= 50 [Hz] foi aplicado a bobina da figura abaixo. Quando se aplica uma tensao eficaz de 200[V], triangular, com 0 dobro da freqiiéncia, 0 que acontecera com o fluxo magnético? Senoidal vo= 4. (EL)N. fas 200.V2 N2=4.1,11.50.N.dmacr (A) © w Triangular: Vo= 4. (EEYN. Fas 200 = 4. 1,15. 100.N. bmax2 B) Igualando as equagdes (A) e (B): 4.4,14.50.N. Omar =4. 1,15. 100..N. bmasz ==> | baa = 0,482 . does Exercicio 2.13: Sio dados dois micleos exatamente iguais, porém um possui entreferro. As bobinas N; e N de cada niicleo possuem 0 mesmo numero de espiras, igual a 500 espiras. Para a mesma tensao alternada senoidal aplicada, qual bobina tera maior corrente de excitagao? Nucleo | : sem entreferro Nicleo 2: com entreferro Ca vw vo 55 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA Como a excitacao é alternada, sendo a tensdo idéntica para os dois nucleos, os fluxos magnéticos também serao iguais. mast = Pmar2 NL = mast» Ri L/R, =b/R 2.5 ENERGIA ARMAZENADA NO CAMPO MAGNETICO: 2.5.1 Indutancia propria de uma bobina Trata-se de um pardmetro (L) que relaciona a intensidade de fluxo magnético (6) para uma determinada corrente numa bobina. L=N.d6/dI [H]ou [Wb.esp/A] | onde L: induténcia da bobina [henry] N: miimero de espiras da bobina 1 : corrente de excitagao na bobina [A] 6: fluxo criado pela corrente I [Wb] Num meio linear: L=N.6/1 [H] Substituindo pela lei de Faraday tem-se: | e(t)=N.d o/dt =L. di /dt [V] que mostra a tensdo induzida nos terminais da bobina, Avaficonde oencrgia wa baking, tomse: W=? tcl. W=| Lid > W=% .LP [Joules] (32) gue representa a energia armazenada no campo magnético do circuito, e que deve ser numericamente igual ao calculado quando se utiliza a densidade de energia magnética e a integracdo para todo 0 volume do circuito magnético. 56 2.5.2 Energia armazenada na bobina: © céleulo visto no item 2.5.1 da energia armazenada pode ser feito utilizando a densidade magnética. Considere 0 niicleo da figura, excitado com uma fonte elétrica € que no instante t =0, antes de fechar a chave, a densidade de fluxo magnético residual seja nula. Figura 33 — energia armazenada no circuito magnético Quando a chave é fechada, uma corrente i(t) cresce desde i =0 [A] até certo valor i = I, [A], © que provoca também o crescimento do fluxo desde = 0 até @ = 5, durante 0 mesmo tempo. O crescimento do fluxo em fung&o da fmm = NI, segue a curva da figura 33 Durante o crescimento do fluxo magnético, induz-se uma tens&o nos terminais da bobina igual a: va(t)= N . d @/dt (lei de Faraday). A energia que a fonte elétrica fornece ao campo magnético é: d W = v(t) . i(t) dt aW=N.d didt . i(t) dt=Nidp [joules] Analisando geométrica e magneticamente 0 micleo, tem-se: NI=H I db =SdB Vol = volume do nticleo= 1. $ que resulta na equagao da energia armazenada na bobina’ B W=Vol.J H.dB_ [joules] (33) o Essa energia € numericamente igual area hachurada no grafico @ = f (NI), que volta a fonte quando se abre a chave (i = 0), obedecendo ao principio de conservagio de energia. Pode-se aproveitar esta energia armazenada e transformé-la em outra modalidade de energia (por exemplo mecanica), utilizando arranjos nos nticleos através da utilizago de entreferros. CONVERSAO, TROMECANICA DE ENERGIA, No entanto, nem toda a energia, num sistema como o da figura, volta para a fonte elétrica integralmente. Uma parte da energia é perdida, e uma parcela que interessa A eletromecanica ¢ a perda no ferro, que acaba se transformando em calor, 2.6 PERDAS NO FERRO A perda no ferro (Per iia) € Composta por trés parcelas: Perda devido a histerese (Py). Perda Foucault (Pr) Perda anémala (P). eye Pre total = Pry + Pe + Pa G8 A perda total no ferro ¢ obtida pelo ensaio em vazio do niicleo ferromagnético em excitagdo altemada, onde se coloca um wattimetro na entrada do circuito ¢ este mede a poténcia ativa absorvida da fonte elétrica, Para determinar a perda total no ferro, basta deduzir da leitura do wattimetro a poténcia dissipada por efeito joule nos enrolamentos das bobinas do niicleo ferromagnético. Quando checamos 0 valor da perda total obtida pelo método do wattimetro, este nao & 0 mesmo da soma das perdas Foucault e histerese, obtidas de maneira individualizada, A esta diferenga algébrica define-se a perda anémala: Px = Pre sur — (Pu + Pr) Pode-se obter os valores das parcelas das perdas histerese e Foucault, por exemplo, por meio através do método de separacao de perdas (item 2.6.3), desprezando o valor das perdas anomalas, Os agos para fins elétricos, usados principalmente em laminas de motores ¢ transformadores, so especificados pela de sua perda magnética = perda no ferro, dada por [Wkg]. 2.6.1 Perdas por histeres. E a energia dissipada em calor devido a magnetizagio ciclica do material ferromagnético. Essa perda se deve ao fato de B nao assumir os mesmos valores, quando i(t) cresce de ~ Imax até Imax e quando decresce de Hméx até — Imax . Observe a analise dessas duas situagées : a) Quando i(t) cresce desde 0 até +Imax; B assume valores desde —Br até +Bmax. 4+Bmax Wi=Vol.J _,H.dB [joules] (sy) (parte hachurada — energia absorvida da fonte elétrica) 58 Figura 35 — energia absorvida da fonte elétrica b) Quando i(t) decresce desde +Imax até 0; B assume valores desde +Bmax até +Br: 7B vol.J H.dB- [joules] +Bmax (parte hachurada: volta a fonte) / simix : Figura 36 ~ cnergia retornada para a fonte elétrica 36) w.—— [I] fj + ' A subtracao de reas W (figura 35) — Wo (figura 36) é a parcela de energia que nao retorna a fonte e constitui na perda para ¥2 ciclo da variaco da corrente. Usando 0 mesmo raciocinio para o meio ciclo seguinte da corrente, conclui-se que a quantidade de energia perdida por histerese ¢ proporcional & area interna do ciclo de histerese, Wy = Vol . rea interna de | ciclo | (37) Para uma excitacao com f ciclos/s } | Py= Vol. area interna de | ciclo. f [watts] | (38) A perda devido a histerese pode ser avaliada pela expresso de Steinmetz: Py=n Vol. (Bmax)".f = k.(Bmax)".f BY em que: k=n Vol 11: coeficiente que depende do material e das unidades. 59 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA. Vol: volume do niicleo. Bmax: densidade maxima de fluxo. freqiiéncia da rede. n: expoente de Steinmetz que, para a maioria dos materiais existentes, esta entre 1,4 2,0. Atualmente, a formula de Steinmetz é muito utilizada para comparar grandezas de um mesmo circuito magnético, Hoje, a determinaciio da perda para fins de anilise e de projeto se faz por meio de graficos fornecidos pelo fabricante do material ferromagnético. Sao os grificos de densidade de perdas que serio vistos mais adiante Exercicio 2.14: Um determinado nucleo ferromagnético apresentou perdas por histerese de 42 [W] quando a tensdo induzida foi de v(t) = V2 . 400 sen (377t) [V]. Determinar as novas perdas por histerese nas seguintes situagdes a) a tensio fosse alterada para 440 [Verica:] b) na freqiiéncia de 50 [Hz] com os demais dados mantidos. Supor expoente de Steinmetz igual a 1,6 Como o niicleo manteve-se o mesmo, pode-se escrever: item a): P'y/ Pu=(K.V") AK.V") = 440 1° / 400 '6 = (1,1) '° =(1,1) '®. Py (nova perda devido histerese). item b): Nesse caso, a tensio manteve-se a mesma, porém Bmax varia, pois é inversamente proporcional a freqiiéncia: V=4,44.£.N. Bmax. S > V(4,44.N.S) = cte =f. Bmax ; Portanto, se f = f/1,2 > B’max = 1,2 Bmax P'iy/Py=(K. B'max" .£) AK, Bmax .f) = 1,2". 50 60 P= (1,2) '°. 0,833 Py (nova perda devido a histerese). 60 2.6.2 Perdas Foucault: F a energia dissipada por circulag’o de corrente elétrica na segao transversal do nticleo. A energia é do tipo P = R.P’, em que R seria a resisténcia elétrica oferecida pelo ferro a corrente elétrica. oo Como a excitagio é alternada, 0 fluxo | magnético produzido também tem mesma forma de onda. Segundo Faraday, um fluxo variando no ey” tempo induz uma tensdo no material condutor. Esta tensao induzida na segao transversal do nucleo encontra um caminho em forma de curto- circuito que faz aparecer as correntes induzidas (parasitas), cujo sentido é dado pela regra da mao direita. Figura 37 — seco transversal do niicleo A perda de energia pode ser reduzida se diminuirmos a tenso ou aumentarmos a resisténcia R. Usa-se, em substituico a0 micleo ferromagnético macigo, um niicleo laminado, constituido por chapas de 0,25mm a 1,00mm de espessuras, com elevado valor de resistividade, o que se consegue pela adigao de silicio ao ferro. As kiminas sao separadas por uma pelicula isolante de modo a n&o permitir a circulago de correntes entre as mesmas, Para andlises rapidas, a perda Foucault, ou por correntes parasitas, pode ser expressa por: Pr=K. Vol. (f.Bmax.e)? [watts] 40) onde: Pr : perda por correntes parasitas (Foucault). K : constante que depende das caracteristicas da chapa. Vol: volume ativo do nticleo. f: frequéncia da rede. Bmax: densidade mé * Jean Bernard Léon Foucault (1819 -1868) fisico ¢ astronomo francés. Deve-se a Foucault, a descoberta das correntes induzidas em um condutor quando em movimento na presenga de um campo magnético intenso. 61 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA, Certo nticleo apresentou perda Foucault de $5 [W] com certa tensao senoidal aplicada na bobina. Qual seria a nova perda Foucault se a tinica alteragao fosse na espessura da chapa alterada para o dobro da espessura anterior? Os demais dados, bem como o volume e a secao Util sao mantidos. P'}/Pp=K.(2e)?/K.e?=4 > Py =4.55 =220[W] Um nicleo de transformador tem um volume de 1800 cm’. A perda por neste nticleo é de 10 [W], quando funciona na freqiiéncia de 25 [Hz] e numa densidade maxima de fluxo de 1,1 [Wbim']. Pretende-se empregar este nucleo na freqiiéncia de 60 [Hz]. Considerando expoente de Steinmetz = 1,6, determine: a) a perda por histerese na nova freqiiéncia, se a densidade maxima for mantida. b) nova perda por histerese, se a densidade maxima for reduzida na mesma proporgio em que € aumentada a freqiiéncia. a) Py= k. (Bmax)" P'y= k. (Bmax) .P 10 =k. (1) '°. 25 Pu=k. (11D '.2.4.f= 24.Py k = 0,343 Pu= 24[W] 60 b) Pu= k.(Bmax)". f r 2.6.3 Separacdo das perdas no ferro - histerese e Foucault: Excita-se 0 niicleo ferromagnético em vazio, obtendo as medidas no amperimetro. voltimetro e wattimetro, conforme circuito abaixo: k. 60. (1,1/2.4)' = 0,343 . 60. (1,1/2,4)'° | P’a= 5.9 [W] Figura 38 - circuito para obtengaio das perdas no ferro O ensaio dar-se-4 com Bmax = constante. Isso se consegue fazendo V/f= constante. Como ca (Bmaix)" . f = Ky. £ (visto que Bmax = ete). =K. Vol. (f. Bmax .e) Kr. f (visto que Bmax = cte). Pre = Py + Pp= Ky. f + Kr. &, dividindo ambos os lados pela freqiiéncia, tem-se: 62 Pre/f =Ky + Ke. f ay Equagao 41 é de uma reta : y Varia-se a freqiiéneia da tensio de excitagdo, sempre deixando V/f = constante, € determina-se para cada valor de fregiiéncia f 0 correspondente valor de Prs/f. De posse desses pares de valores, constréi-se 0 grafico Prr/f = f (P) Pre/f Ky Figura 39 — grafico utilizado para separagao das perdas (Foucault e histerese) Onde o grafico cortar 0 eixo y tem-se o valor de Kh, Para uma freqiiéncia qualquer, basta tragar uma vertical e medir Kye Ka. Multiplicando esses valores pela freqiiéncia desejada, temos as respectivas perdas: Pu=Ky.f (42) Pr= Kg. ff (43) 2.7 ANALISE DA CORRENTE DE EXCITACAO: Quando um nicleo de material ferromagnético é excitado com tensio alternada senoidal, tal que a forga magnetomotriz (NI) gere uma densidade de fluxo no material com caracteristica ndo-linear, a forma de onda da corrente nao é senoidal, mas apresenta uma caracteristica na qual o valor da corrente i(t) = -i (t + T/2), onde T € 0 periodo da corrente conhecida como alternante. +Imax ii 12 -i(t+ 722) -Imax Figura 40 — distorgao da corrente de magnetiza 63 CONVERSAO ELETROME( NICA DE ENERGIA Pela condigdo de Dirchlet e quando se aplica a série de Fourier, esta apresenta somente parcelas de ordem n impar, ou seja n = 2K +1, onde K = 0,1,2,3 ....inteiro, com 0 seguinte formato: i(t)=Io + ¥ (lan cos n wt + Ib, sen n wt) Sendo assim: A(t) = Tp + Tatmax CosWt + Lajmix COSIWt+ Tasmax COSSWt + .......+ [imax Senwt + Ibsmax Sen3wt + Ibsmax SenSwt + .... I = 0 (valor médio para um periodo). © desempenho dos dispositivos eletromecdnicos sao influenciados _pelas harmGnicas, principalmente de 3*, 5* até 11* ordem. No entanto, existem meios de atenuar 0 efeito negativo dessas ordens, fazendo com que a de 1* ordem tenha maior intensidade e que as demais fiquem despreziveis. Em conversao eletromecanica apenas a 1" ordem vai ser considerada, pois as demais harménicas normalmente sao estudadas em separado, pois cada dispositivo, dependendo da sua aplicagao, pode ou nao apresentar esta ou aquela harménica de modo mais acentuado. Assim sendo, considera-se como sendo a corrente de excitagao a corrente da harménica de 1* ordem ou i(t) = Laimax Coswt + Ib} mix SEN Wt Supondo um niicleo ferromagnético (ndo-linear), excitado com tensdo senoidal nas N espiras de uma bobina pertencente a este niicleo: v(t) = Vmix Sen wt , 0 produto v(t).i(t) = p(t) sera a perda instantanea no ferro. Calculando o valor médio, resulta em parcelas como (senwt . coswt) e (senwt . senwt), cuja integral (valor médio) nao nula é a de sen’ wt Pre = 1/7] v(t). i(t) dt = 1/7 { Vinis « Ubtmnix Sen Wt dt = Vericar - [bteficaz [Watts] A parcela de valor Ibicrcas € conhecida como a parcela da corrente de excitagao responsavel pela perda no ferro. Tbicica = Ip = componente da perda no ferro. ‘As demais componentes, retirando Ibjmix senwt, devem contribuir para criar o fluxo magnético e constituem a componente de magnetizagao. Como foram consideradas apenas as componentes de primeira ordem, a componente de Jajmix coswt = Im = componente de magnetizagao. Sendo assim, a corrente total de excitacao fica sendo representada por: i() im(t) + ip(t) (44) Para meio linear (niicleo linear) , ip(t) =o, ou seja, nao ha perdas, nem Foucault, nem histerese. JA in(t) = Iaimix COSWt =~ Tajmix COSWt = La}qig SeN( rt - 1/2). > 64 Para meio nao-linear, ip(t) 40 , ip(t) = Ipmax senwt, pois existem as perdas no ferro. Sendo assim, temos: - onde: cos -@ € 0 fator de poténcia Exereicio 2.17: Certo niicleo, quando excitado com tenso v(t) = 150 sen 377t [V] resultou numa corrente elétrica I = 0,4 —}0,6 [Acticaz]. Determine Ip ; Im ; Prr considerando desprezivela resisténcia da bobina. Por comparagao: | = Ip —jlm; assim: Ip =0,4 [A] ¢ Im=0.6 [A] Prr = V. Ip =(150/ V2). 0,4 = 42,55 [W] 8 ESTUDO DE NUCLEO COM EXCITACAO UNICA: O dispositivo considerado neste topico pode conter um niicleo ferromagnético com uma tnica bobina, como € 0 caso do reator usado em lampadas fluorescentes, ou outros dispositivos eletromecanicos utilizados em situagdes especiais como: a) motor assincrono ou de indugio com 0 eixo livre (em vazio), sem conjugado resistente aplicado no eixo, quando a tensdo induzida no rotor (secundario) € praticamente nula, de modo que a bobina pode ser considerada inexistente. b) transformador com secundario em aberto tem funcionamento idéntico ao de um reator. Vamos supor um nticleo excitado com tensao alternada senoidal: Sendo v(t) = V2 . Vinix senwt a tensdo aplicada na bobina, Como 0 niicleo nao é i) linear, a corrente i(t) é composta por duas parcelas: i(t) = ip(t) + im(t), onde as componentes apresentam defasagens tais que sugerem 0 circuito elétrico equivalente, conforme esquema abaixo: v(t) Figura 41 — exemplo de micleo com excitagao tinica 65 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA 2.8.1 Circuito elétrico equivalente: i > + po + imo wit) vat) Rp Xm Figura 42 ~ circuito elétrico equivalente Todos os parametros do circuito elétrico equivalente podem ser expressos em fasores V : tenso aplicada V@: tensao induzida na propria bobina. Ip : parcela da corrente total responsavel pela perda no ferro, Esté em fase com Vo. Im : parcela da corrente total que da origem ao fluxo magnético. Atrasada 90° de Vo Rp : resisténcia equivalente simbélica das perdas no ferro. Xm : reatancia de magnetizagao, Atrasa Im de 90°, Rp e Xm sao conhecidos como parametros do circuito equivalente. Rea : resisténcia da bobina excitada com tensao alternada. Consideraremos, em freqiiéncia de 50 ou 60 [Hz], 10% maior do que o valor obtido quando medido com um ohmimetro. 2.8.2 Equacionamento do circuito elétrico equivalente: a) Considerando Rea desprezivel: Utilizaremos um wattimetro, um amperimetro e um voltimetro, colocados na bobina excitada. V=Vo sendo assim, a tensdo de entrada medida pelo voltimetro é exatamente a tensdo sobre os ramos paralelos de Rp e Xm. A resolugdo torna-se muito simples. A leitura do wattimetro sera a perda no ferro: | W= Pre =Rp . Ip"= Vo. Ip= Vo"/ Rp 66 Dessa maneira, com a leitura do wattimetro, voltimetro determina-se Rp e Ip. Jma vez determinado Ip e tendo a leitura do amperimetro que fornece a corrente total. determina-se a corrente de magnetizagao In. | F Aplicando o Teorema de Pitigoras: P=Ip?+ Im? heal Por fim, determina-se o valor de Xm: Xm=V6/Im 5) Considerando Rea ndo desprezivel: Observando 0 circuito elétrico equivalente: | V#VO pois existe queda de tensdo em Rea (Veca = Rea. I) E necessario o conhecimento da te da Lei dos cossenos: sto auto-induzida V6, ¢ esta pode ser obtida por meio Ip Vo Figura 43 — diagrama fasorial de um reator Com os valores obtidos pelos instrumentos de medidas: V = valor eficaz da tensio aplicada I =corrente total absorvida W = poténeia total absorvida. Como Rea nao € desprezivel, a leitura do wattimetro sera igual a perda no ferro e a poténcia dissipada na resistencia Rea da bobina W=P=V.I.coso ; Per= Vo . Ip=Rp.1 67 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA V6 € obtido pela lei dos co-senos no tridngulo da figura 43: Vo? = V? + (Rea. .V.Rea.1. cos @ A partir dai, determina-se Ip e, por Pitagoras, determina-se Im:. ye; Rp=Vollp : Xm= Vo/Im Exercicio 2.18: Num ensaio de um reator para determinagao dos parametros Rp e Xm, foram obtidos os seguintes dados no laboratério: Leitura do amperimetro: I = 2.0 [A] Leitura do voltimetro: V = 240 [V], em 60 [Hz] Leitura do wattimetro: W = 80 [W] Sabe-se que a resisténcia propria da bobina em c.a. vale 5,0 []. Determine as perdas no ferro e os parametros Rp e Xm. Nesse caso, a poténcia absorvida ¢ apontada pelo wattimetro é igual a: W=Rea. P+ Pre=V.1. cos p = 80[W] Isolando a Ppp temos: Pye = 80 — 5.4 = 60 [W] Usando a lei dos cossenos tem-se: Vg? = V? + (Rea.I)’—2.V. Rea.T. cos @ Vor = 2407 + (5.2)° . 240. 5.2. 0,166 Vo = 238,5 [V] (tensdo induzida na bobina) Ip=Pre/Vo=0,25 [A] e Rp= Vo/Ip=954 [2] Im= (I~ Ip’)'?= 1,98 [A] ¢ Xm= Vo/ Im = 120 [Q] Exereicio 2.19: A determinagao dos parimetros Rp e Xm bem como o valor das perdas no ferro podem ser determinadas a partir de graficos com as caracteristicas do material, fornecidas pelo fabricante. Para isto é necessario que as dimens6es, 0 material ¢ 0 mimero de espiras do nticleo sejam conhecidos. Por exemplo: 68 Devem ser conhecidos dois graficos: a) Caracteristica aparente de magnetizagio: B [Wbim] 1,25 H [Aesp/m] B [Wom] fo fim fas 60Hz 125 Poeeenfonnnn-- few enenc es Wikg 3.96 Ing = 80cm, Vo = V2. 200 sen377t m Ee] S00 entra | USS trafo q | d= 7,9 kg/dm? = > ie S= 15cm’ \ Ke=08 Com os dados fornecidos na figura pode-se determinar a indugdo magn maxima: Bmx = Vp /4 (ff) .f. N. Spe = 200 / [4.1,11,60.500.12.10"] = 1,25 [Whine] Com 0 valor obtido de Bmax determina-se nos graficos: H = 270 [Aesp/m] perdas = 5,96 [W/kg] A corrente de magnetizacio sera: Im=H.. Im/N=270. 0,8 / 500 = 0,43 [A] A perda no ferro pode ser calculada a partir da expressao: Prr= Vol . (peso especifico). (densidade de perdas no ferro) 69 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA Prep = 12x 80x 10° dm’ x 7,90 kg/d’ x 5,96 Wikg = 44.74 [W] Os parimetros Xm e Rp podem ser calculados: Xm = V6 / Im = 200 /0.43 = 465,12 [Q] Ip = Pre/ Vo = 44,64/200 = 0,22 [A] Rp = Vo / Ip = 200 0,22 = 909 [2] A corrente total absorvida é: I = Ip — j Im = 0,22 ~j 0,43 = 0,48 L.-62.9° [A] Exereicio 2.20; Determinar a perda no ferro e os parametros Rp ¢ Xm de um determinado reator, sabendo que foram obtidos as seguintes medidas no ensaio efetuado sob tensio alternada senoidal: Leitura do wattimetro = 80 [WW] Leitura do amperimetro = 2 [A] Leitura do voltimetro = 200 [V] Ree =3,5 [9] ye Xm O circuito elétrico equivalente ¢: A leitura do wattimetro ¢ igual & perda no ferro mais a poténeia dissipada na bobina. Assim: P = 80=V67/Rp + Rea. a) Para determinar Rp ¢ Pre necessita-se determinar Vo: Vo? = V? + (Real)? — 2. V. Rea. 1. cos @ = 200° + (3.85 . 2)” — 2. 200. 3,85. 2. 0,2 Vo = 198.6 [v] 3,85 [Q] ) = 0,2 onde: Rea= 1,1 Ree = 3,5 cos p = P/ VI = 80/ (200 voltando a equagdo (1): 80 = 198,6°/ Rp + 3.85.2? +. Rp=611,07 [Q] Pre = Vor/Rp = 198,6°/61 1,07 = 64,6 [W] Ip = V/ Rp = 198.6/611.07 = 0,326 [A] Im 32 Im= 1,97 [A] Xm = Vo/lm = 198,6 / 1,97 = 100,8 [Q] 70 Exercicio 2.21: Vamos agora estudar um miicleo idéntico aos anteriores, porém com entreferro. Quando temos dois materiais, no caso ferro ¢ ar, a corrente de magnetizacao Im seré a soma de cada corrente necessria para magnetizar cada material, Generalizando, quando um nticleo for composto de n materiais diferentes, pode-se, para efeito de andlise, decompor a corrente de magnetizagdo total como sendo a soma das n correntes de magnetizacao ou seja: Im = Im, + Im; + Im; +m, No caso de dois materiais, ferro e ar, tem-se: Im = Impr + Imax No nticleo abaixo com entreferro, temos uma bobina de 400 espiras excitada com tensio senoidal de v(t)= v2 . 200 sen377t [V]. A perda no ferro é igual a 200 [W], ca intensidade do campo magnético no material ferromagnético é igual a Hmyp = 400[Aesp/m]. Sabe-se que a relutancia do entreferro é: Ro = 1 x 10° [Aesp/Wb] Considerar desprezivel a resisténcia da bobina, Determinar: a) fluxo magnético maximo [max] b) corrente de magnetizacao do entreferro [Imo] ©) corrente de magnetizaciio do material ferromagnético [Imre] d) corrente fasorial total. Iie = 80 em m0 V2. 200 sen3771 [V] entreferro Ro= 1 x 10° [Aesp/Wb] 8) dmax= 200 / (4,44 . 60 . 400) = 1,89. 10° [Wb] b) N.lmo=.RoD Imo. 400 =(1,89. 10°/ ¥2). 10° > Imo = 3,34 [A] ©) Pre = Vo. Ip > Ip = 200/200 = I[A] Nulmpe = Hype. Ife > Imp = (400. 80. 107) 400 > Impe = 0,8 [A] d) I= Ip-jIm=1 ~j (3,34 +0,8)=1-j 4,1 [A] 71 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA Exercicio 2.22: Um determinado niicleo é composto de material ferromagnético com segao constante em todos os trechos igual & Sz = 10cm? e de entreferro com comprimento de 0,2 centimetros. ‘A bobina é composta de 400 espiras e € excitada com tenso de v(t)= V2 . 220 sen377t [V] . Sabe-se que a corrente total absorvida pela bobina é I = 0,4 —j 8,0 [A]. Pede-se o valor da corrente de magnetizagdo correspondente a parte de material ferromagnético (Imre). Desconsiderar 0 efeito do espraiamento. Sar=Sfe :Ro=1/ po So=0,2.107/ 4.2.10" . 10.10 = 1,6 . 10° [Aesp/Wb] N.Lmo = (@max/V2) . Ro > Imo = 5.8 [A] onde : max = 220/4,44.60.400 = 2,06 . 10° [Wb] Im = Img + Imo ~. Impe = 8,0- 5,8 = 2,2 [A] 2.9 EXERCICIOS PROPOSTOS: Exereicio 1: Dado 0 circuito magnético abaixo, determinar a corrente elétrica necessaria para que, no nucleo ferromagnético quadrado, de material Cast Iron, aparea um fluxo magnético de & = 2,0 x 10~ [Wb]. Numero de espiras = 500. Dimensdes em centimetros LA Exercicio 2: O nucleo ferromagnético abaixo € constituido por dois materiais : ferro e entreferro. Considere o espraiamento igual 0,1[em] e determine a corrente necesséria para que no niicleo € no entreferro apareca um fluxo = 2,0» 10% [Wb] Dados: ee = po =42. 107 [H/m] 2 bre = 2.10 [H/m] I — N = 500 espiras = Dimensdes em em. [eee Py “2 22 a 2 72 Exercicio 3: Um circuito magnético tem segao transversal constante igual a 2x4 cm’, ea drea do entreferro ¢ afetada por espraiamento de 0,1 cm. Considerando que 0 comprimento médio do material ferromagnético é de 40cm, e o entreferro tem comprimento igual a 0,1 om, calcular: (considerar : jipe = 5 x 10 [H/m] e N = 400 espiras). a) a corrente para que a indugdo magnética no material ferromagnético seja B= 1 Wb/m° . b) 0 fluxo magnético 6 no ferro e o fluxo concatenado nas bobinas (A = N .6). Exercicio 4: Dado 0 circuito magnético abaixo e sabendo que N = 1000 espiras, determin: a) a intensidade do campo produzido no interior da bobina e o fluxo magnético gerado quando a bobina é percorrida pela corrente de 10 [A]. Dados: po =4 1. 107 [H/m] N pre = 3. 10% (H/m] S= 100 cm? |«—> 20 b) quando enrolamos essa mesma bobina sobre um niicleo magnético de ferro, calcular 0 fluxo existente no micleo, supondo alimentagio de 10 [A]. Dado Sr: = 100 cm? I 10 N 20 10 th, + haa 10 20 10 10 c) qual a corrente necesséria para produzir 0 mesmo fluxo do item b), se acrescentarmos um entreferro de 2 cm? 73 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA, Exercicio 5: Um circuito magnético composto por chapas de aco-silicio “Cast Stee!” tem formato quadrado, conforme a figura abaixo: a) calcule a fmm necessdria para produzir um fluxo no nucleo de 25 x 10% [Wb] b) se a bobina tem 80 espiras, qual o valor da corrente que deve circular através da bobina? ¢) apés resolver os itens a) b), imagine um entreferro de 0,lem na perna direita. Se N= 100 espiras, calcule a corrente I para se ter um fluxo de 0,0025 [Wb]. iz > eB) D n 4 BODIE aed 40cm — -t 10cm Exereicio 6: No circuito magnético abaixo, determine a fmm da bobina necessaria para produzir um fluxo de 0,0014 [Wb] na perna direita. A espessura do circuito magnético ¢ de 0,06m © & uniforme ao longo de todo o seu comprimento, As dimensdes esto em centimetros, ¢ o material ¢ 0 ago silicio. 20 | @=00014 i a o ee i i 1 20 20 Exercicio 7: O niicleo magnético da figura a seguir tem uma area uniforme de segdo transversal uniforme de 5 cm’ e um comprimento médio de 60cm. A bobina A tem 200 espiras ¢ conduz 0,5 [A]; a bobina B tem 400 espiras e conduz 0,75 [A] e a bobina C conduz 1,0 [A] Quantas espiras deve ter a bobina C para que 0 fluxo no nucleo seja de 5.10% [Wb] ? As correntes da bobina tém os sentidos indicados na figura. O nucleo é de Permalloy 74 Exercicio 8; Um solendide é uma bobina com nucleo de material ferromagnético. Comente 08 cuidados e as caracteristicas quando ligado a corrente continua ¢ & corrente alternada. Exercicio 9: Um anel de material ferromagnético tem uma se¢’o transversal retangular. O didmetro interno é de 18cm, ¢ 0 externo de 22cm. A espessura é de 2em. Ha uma bobina de 300 espiras enrolada no anel. Quando a bobina conduz uma corrente de 2,5 [A], o fluxo produzido no anel ¢ de 1,2 x 10 [Wb]. Calcule : a) forga magnetomotriz. b) intensidade do campo magnético. c) densidade do fluxo d) relutancia e) permeabilidade f) permeabilidade relativa (dado : no = 4x. 107 [H/m]) Exereicio 10: O micleo abaixo é composto de chapas de aco-silicio “Cast Stee!” e possui bobina com 500 espiras enroladas na perda do nucleo. Determinar a corrente necessaria para que o fluxo magnético através do entreferro seja 0,8 m(Wb). Considerar 0 efeito do espraiamento. a braa7A jeer pees ed 1 oe nn a me. | 2 ZB Rinterno ~21 em bay ag Rexterno = 25 cm x b 75 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA, Exercicio 11: O circuito magnético abaixo possui 2 entreferros. As duas bobinas N; = 700 espiras ¢ N> = 200 espiras esto ligadas em série e percorridas por uma corrente de 0,5 [A] Considere que a permeabilidade do ferro ¢ infinita e que o miicleo tem secg’o constante (2,0 x 2,0) em” Considere ainda que o fator de empilhamento ¢ de 0,98 e que o espraiamento & desprezivel (comprimento do entreferro : lo = 0,1em). Determine: a) fluxo magnético () na perna central. b) densidade magnética de fluxo na perna central. c) intensidade de campo magnético no entreferro. lo c — Tw q Na Exercicio 12: O gerador abaixo possui 2 pélos ¢ 0 circuito magnético possui caracteristicas e dimensdes Polos Material : ago “Cast Stee!” Comprimento médio de cada pélo = 10 em Secgao = 400 cm? Entreferro: Comprimento total = Sec¢fio = 400 em? Rotor: Material : Armco Iron Comprimento médio = 20em Seegao = 400 cm? Estator: Material ; ago “Cast Steel” Comprimento médio = 160em Secg’io = 200 cm? 20m A forga magnetomotriz ¢ simétrica nos 2 polos, calcular: a) Obtenha o circuito elétrico equivalente. b) Qual o valor da f.m.m. a ser estabelecida em cada polo de modo a produzir uma indug&io magnética de 1 [T] no rotor. c) Calcular o fluxo magnético no estator, 76 O niicleo toroidal de material “Cast Steel” possui bobina com 400 espiras. Os raios externo ¢ interno sao respectivamente de 25 € 20cm. O tordide tem segao circular e entreferro = 0,1cm. Considerando 0 efeito de espraiamento e sabendo que a corrente que circula nas 400 espiras vale 2,0 [A], a intensidade do campo magnético no ar ¢ 650000 [Aesp/m], calcule: a) densidade de fluxo magnético no material ferromagnético b) intensidade de campo magnético no mat. ferromagnético. c) relutancia do material ferromagnético. entreferro Escreva a equagdo das perdas por histerese e faga uma definigao. Escreva a equagdo das perdas por Foucault e faga uma definigao. Um niicleo apresentou Py = 72 [W] quando a tensio co-senoidal de excitagio foi de v(t) = 110 . V2 cos(377t) [V]. Considere 0 coeficiente de Steimetz = 1,8. a) Calcule a nova perda de histerese quando alteramos a tensao para Vef = 440 [V] na mesma freqiiéncia. b) Alterando apenas a freqiiéncia para 30 [Hz] e mantendo-se os dados iniciais, qual a nova perda por histerese? O wattimetro indicou 92 [W] ; 0 amperimetro 2 [A] ¢ 0 voltimetro indicou 100 [V] para excitagao co-senoidal. Sabendo que a perda por Foucault foi de 62 [W Rca = 1[Q], considerando o coeficiente de Steimetz igual a 2, calcule: a) a perda por histerese nesta situagao. b) alterando para 200 [V], onda triangular, ¢ alterando-se a freqiiéncia para metade da inicial, quais os valores das perdas Foucault ¢ histerese e que 77 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA w G) t+ Um niicleo apresentou perda Foucault iguais a 48[W], quando excitado em v(t) = Vax cos (wt), Querendo reduzir a perda para 30 [W], na mesma tensdo, mesma freqiiéncia, porém com onda quadrada, qual deve ser a alteragiio na espessura? Exercicio 17: Um reator foi submetido 4 tensdo de V = 80 [Vet], senoidal, f = 60 [Hz] e apresentou Py = 32 [W] e Py = 58 [W]. Alterando a tensio para 240 [Vef], senoidal, em f = 40[Hz], quais as novas perdas Foucault ¢ histerese (considere coeficiente de Steinmetz =2)? Exercicio 18: Sabe-se que a densidade do ago ¢ de aproximadamente 7.85 kg/dm>, O nucleo abaixo é composto por chapas de ago, com caracteristicas de 10 [W/kg] e fator de empilhamento de 0.85. Para excitagdo em 60[Hz] a relagio Py/Pp = 1/3. Calcule as novas perdas (Foucault e histerese), se dobrarmos a tensao e a freqiiéncia. Dimenses em centimetros. Exercieio 19: Escreva a Lei de Faraday e desenvolva para chegar & equagao pritica de Faraday: 78 Exereicio 20: Num determinado nucleo ferromagnético, a tensio de entrada é v(t) = 140 cos (3771) [V], com I = 2 [Aercaz]; W = 45 [W] e Ree = 4 [Q]. Determinar: a) Rp b) Xm Exercicio 21: Um transformador em vazio (reator) foi submetido a v(t) = 300 cos(377t) [V] € apresentou uma corrente de i(t) = 1,5 cos(377t ~ 75°) [A] . A resisténcia do enrolamento primério, medida por um ohmimetro foi de 3.0 []. Sabendo que : Nj = 500 espiras Np = 1000 espiras Determiner: a) Tensio induzida na bobina Ny . b) I fasorial. c) Perdas no ferro (Foucault ¢ histeréticas) d) Rp e) Xm £) Fluxo magnético. g) Tensao induzida na bobina N Exere: 22: Desenhe 0 circuito elétrico equivalente de um reator. Exercicio 23: Na experiéncia para determinagio de de Rp e Xm, o wattimetro indicou 100 watts. O voltimetro indicou 110 volts, e o amperimetro 2,5 [A]. A resisténcia do fio em 60 Hz e na temperatura do ensaio foi de 0,6 [2]. Calcular: a) Poténcia aparente. b) Fator de poténcia. c) Rp d) Xm Exereicio 24: O micleo abaixo contém entreferro ¢ apresenta FMM no entreferro igual a 1000 (Aesp). A corrente apresentada no amperimetro foi de 5 [A]. Outros dados: max = 4,0 x 10% [Wb] Pre = 60 [W] N= 500 espiras f= 60 Hz Imédio = 100em > fe “| I N v(t) | 1 | I fe ocean ' wy) CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA Calcular: a) Relutancia do ar. b) Tensao induzida. c) Corrente de magnetizacao no ferro. d) Intensidade do campo magnético no ferro. e) RpeXm. Exercicio 25: O que diz a Lei de Lenz? Exercicio 26: O nticleo abaixo é composto de material Cast Steel ¢ de entreferro (ar). A relutancia o entreferro Ro = 3 x 10° [Aesp/Wb]. A excitagaio das N = 800 espiras € feita com v(t) = 120 cos (3771 +30°) {V], onde aparece uma corrente i(t) = 2.5 cos (377t— 30°) [A]. A resisténcia em corrente continua vale 2,5 [Q] Determinar: Ine = 10 a) Rp = b) Xm c) Pre it) — vo) N ? 7 e ; Cc Srr= 10 cm? Exercicio 27: Um nticleo com v (t) = 220 . V2 sen 377t , apresenta perda devido & histerese igual a 20 [W] e perda por correntes parasitas igual a 15 [W]. Alterando a freqiiéncia para 50 [Hz], calcule: a) nova perda por histerese. b) nova perda Foucault. ©) qual das duas perdas depende da energia armazenada no nucleo? Justificar. Exereicio 28 : A perda por histerese em um determinado trafo é de 200 [W]. Deseja-se duplicar a tensdo aplicada neste trafo, passando de 110 [V] para 220 [V], o que resultara praticamente em uma duplicagao da densidade magnética maxima do fluxo (Bmax). Se a freqiiéncia é mantida como antes, qual sera a nova perda por histerese? Considerar expoente de Steinmetz = 1,6 80 Exercicio 29: Um nticleo ferromagnético contendo 300 espiras apresenta perda por histerese de 50 [W], quando a tenso é de 220 [Vercar]. f=60 [Hz], senoidal. Considere 0 expoente de Steinmetz igual a 2.0. ny Determinar a perda por histerese, quando se aplica uma tenso triangular de valor eficaz 150 [Veticuc] e f= 120 [Hz] Exercicio 30; Ao mesmo niicleo do exercicio anterior, a perda Foucault (Pr) é de 25 [W] Qual a perda Foucault quando se aplica v(t) triangular de valor eficaz de 150 [V] ¢ freqiiéncia de 120 [Hz] Exercicio 31: Um nucleo de material ferromagnético foi ensaiado ¢ apresentou os seguintes dados Perdas no ferro (total) = 4000W ; quando a excitagao é de 100Hz, com indugao magnética de 1,2 T. Perdas no ferro (total) = 7600W ; quando a fre: magnética eleva-se em 30%. Considere 0 coeficiente de Steinmetz igual a 1,5 e calcule: a) as perdas Foucault ¢ histerese iniciais. b) as perdas Foucault ¢ histerese apés as alteragdes de freqliéncia e da indugdio magnética. ncia é alterada para 120Hz ¢ a indugio 81 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA ENDO A CONVERSAO ELETROMECANICA DE /NERGIA Os dispositivos de conversao eletromecdnica de energia baseiam-se no Principio da Conservagio de Energia e sao reversiveis, a menos de uma parcela chamada de perdas. MEIO DE ELETRICO iano MECANICO (ELETRICO OU MECANICO) ———_—_—> Funcionando como motor. sae seesuseaseasieiaes Funcionando como gerador. Figura 44 — Esquema de um conversor eletromecanico de energia Apos a crise de energia elétrica, ocorrida em 2001, em fungdo da falta de investimentos no setor elétrico, e 4 coincidéncia da diminui¢do de chuvas no periodo, timidos incentivos foram fornecidos para a diversificagao das fontes energéticas como: solar, edlica, biomassa e outras. Todas essas fontes de energias alternativas se transformario, em sua maioria, em energia elétrica para posterior conversa eletromecanica. Esse panorama nao devera mudar tao brevemente. O processo de conversio eletromecanica de energia nao é nada simples, pois como veremos a seguir, 0 modelo de um conversor eletromecinico de energia é constituido de elementos que dissipam energia e de outros que armazenam energia A transferéneia de energia que ocorre em um transformador é a troca de energia elétrica entre dois sistemas elétricos ¢ esti baseada no armazenamento de energia no campo eletromagnético, que faz 0 acoplamento entre os dois sistemas elétricos. Esse mesmo fenémeno ocorre quando temos um sistema elétrico acoplado com um sistema mecanico. Denomina-se transdutor qualquer dispositivo utilizado para converter energia. Neste ponto, nosso objetivo é estudar 0 conversor eletromecanico, desenvolvendo e apresentando modelos matemiaticos que justifiquem seu comportamento. 3.1 BALANCO DE CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA: Um conversor ideal pode ser representado pela figura abaixo: —= CONVERSOR — ENERGIA IDEAL ENERGIA DE DE ENTRADA SAIDA (mecdnica ou elétrica) (elétrica ou mecdinica) ENERGIA ARMAZENADA Exnrrapa = Earmazenana + Esaipa Figura 45 — Balango da energia num conversor eletromecinico Nossa andlise envolve dois tipos de sistemas fisicos: 0 elétrico e 9 mecanico, acoplados magneticamente, por meio do armazenamento de energia. Quando estudamos o sistema elétrico, os parametros a serem modelados sao tensao € corrente, ¢ fazemos uso das Leis de Ohm e Kirchoff. Jé na analise do sistema mecanico, Os parametros a serem modelados sdo forga e conjugado, e fazemos uso das_Leis de Newton. © acoplamento magnético responsivel pela conversdo eletromecanica de energia, tem como parametros os valores dos campos elétrico ¢ magnético, Nesta andlise fazemos uso das equagdes de Maxwell.° O modelamento de um sistema eletromecdnico é uma Tepresentagao matematica, utilizando as equagdes anteriormente citadas (Newton, Ohm, Kirchoff e Maxwell), que dard como resultado final 0 comportamento desse sistema, quando uma a¢4o do meio externo for imposta ao mesmo. 3.2) MODELO DE SISTEMA ELETRICO: A partir das Leis de Ohm e Kirchoff, definiremos as parcelas de energia em funcao dos bipolos: * Mawwell, James Clerk (1831 — 1879) nascido na Escécia, Maxwell é considerado um dos mais brilhantes e 0 mais notavel tedrico do século XIX. A sintese de Maxwell no eletromagnetismo, por meio de suas equagdes de campo, constituiu uma contribuigdo que pode ser igualada somente ao que realizaram Newton e Einstein na mecanica 83 CONVERSAO FLETROMECANICA DE ENERGIA 3.2.a) Energia dissipada (caso do resistor ideal): racteristica desse bipolo é que toda a energia absorvida por ele ¢ dissipada em So, a transformacaio de energia é irreversivel A calor, Nesse A energia absorvida pela resisténcia no intervalo de tempo de o a t segundos €: We=f pt). dt= [ Ri? dt “ 3.2.b) Energia armazenada no campo elétrico (caso do capacitor ideal): i()=C.dvidt | “9 A corrente no capacitor segue a relacao: A energia absorvida pelo capacitor no intervalo de tempo de o a t segundos €: We=! pft).dt=J va).itt.at=J C jdvidt.v(p.dt=f Cv av |“ onde: C = capacitancia do capacitor. v(t) = tensio elétrica nos terminais do capacitor. vith Considerando um niicleo linear, com a tensio variando de 0a V [V], aenergia armazenada no campo elétrico do capacitor se “OV Caso a variagdio da tensfo seja de V a O [V], a energia devolvida ao circuito sera : Figura 46 — Energia armazenada no campo elétrico Ww %C.V ‘A caracteristica da energia absorvida pelo capacitor ¢ que a mesma nao ¢ dissipada, como ocorte no resistor, mas sim armazenada no seu campo elétrico, nos intervalos em que a tensio cresce de 0a V[V]. No intervalo seguinte, quando a tensdo decrescer de V[V] para O[V], a energia armazenada é devolvida ao circuito. 84 3.2.c) Energia armazenada no campo magnético (caso do indutor ideal): (48) A tensio no indutor segue a relagao: v(t) =L.di/dt é A energia absorvida pelo indutor no intervalo de tempo de o a t segundos & Wi=fp@.dt=f v(y.i@.dt= [' L. difdt i(@.dt= KLidi. | onde: L = indutancia da bobina i(t) = corrente elétrica que percorre a bobina. aw Considerando um niicleo linear, com a corrente variando de 0 aI [A], a energia armazenada no campo magnético do indutor sera: Wi=% LP Caso a variagao da corrente seja de I a O [A], a energia devolvida ao circuito sera: Figura 47 — Energia armazenada no io campo magnético -’”*ALI Wi Analogamente ao capacitor, no indutor nao existe dissipagado de energia, apenas armazenamento dessa energia quando a corrente cresce de 0 aI [A]; e devolugao de energia ao resto do circuito quando a corrente decresce de 1 4 0 [A] Utilizando as expressdes de dissipagao e armazenamento de energia, aliadas a 2" Lei de Kirchofi®, que traduz 0 principio de conservacéo de energia, pode-se estudar o comportamento fisico do sistema real. v(t) v(t)=R.i(t) +L. di(t)/dt+1/C J in) at BY Figura 48: equacionamento da malha elétrica ° Kirchoff, Gustav Robert (1824 ~ 1887) nasceu na Alemanha, Era fisico, e seu trabalho, em 1845, detalhou as leis que levam seu nome e que permitem o céilcuto da corrente, tensdo e resistencia de um circuito elétrico, 85 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA 3.3 MODELO DE SISTEMA MECANICO: Um conversor eletromecanico de energia tera necessariamente partes mecanicas méveis, sujeitas a forcas ou conjugados, em que esto presentes os efeitos de aceleragdes de massa, deformagées elasticas ¢ atrito. Assim como estudamos o sistema elétrico por meio de resistor, capacitor e indutor, agora teremos trés elementos mecanicos para representar 0 modelo do sistema mecanico. Sao eles: massa, elasticidade e atrito. 3.3.4) Energia armazenada nos elementos mecdnicos elisticos: Imaginemos um elemento elistico, por exemplo, uma mola, com uma extremidade fixa, ea outra que sofrerd um deslocamento x. A fora restauradora desenvolvida por este elemento elastico sera dada pela equacao 51: F=k.x_— [N] 6) onde k: € a constante elastica que depende da resisténcia do elemento. x: deformagao elistica sofrida pelo elemento. O elemento elastico deformado desta maneira, armazena uma energia do movimento de translagao, sera dada pela equagio 52: que, no caso W=%k.x [J] Analogamente, se a deformagao ocorrer através de um deslocamento angular, a energia armazenada no elemento sera dada pela equagio w=%k.e [J onde k’: 6a constante eldstica que depende da resistencia do elemento. 6: deformagao elastica sofrida pelo elemento, 3.3.b) Energia armazenada nos elementos mecanicos de inércia: A aplicagdo da 2" Lei de Newton’ a uma massa m € expressa por: F=mdvy/dt=m.a_— [N] 6a A aplicacdo de uma forga F em um corpo de massa m produz uma aceleragao a, na mesma diregao ¢ sentido da forga. * Newton, Isaac ( 1643 — 1727) ~ fisico e matematico inglés, ficou notavel por seus feitos em varias dreas do conhecimento, entre elas: Bindmio de Newton; a lei da gravitagao universal ¢ as trés leis que regem os corpos em movimentos, 86 Essa massa _m em movimento linear, com uma velocidade v, armazena uma quantidade de energia cinética dada por Ww Ymv [J] (55) Analogamente, se um conjugado C é aplicado em um corpo com momento de inércia J, fazendo-o girar a uma velocidade angular @, a energia cinética armazenada sera dada por: W=%Ie [J] 3.3.c) Energia dissipada nos elementos mecénicos. ‘a energia perdida nos elementos mecanicos é devido a friegdes mecanicas, como © atrito, por exemplo, ¢ denomina-se amortecimento. Seu. estudo nao é nada simples e geralmente é considerado como proporeional a velocidade: Para movimento linear: W=B.v.t | 67 Para movimento rotativo: W=B8'.@.t 2 onde: W: energia dissipada em calor. Be B’: sto coeficientes de amortecimento. v: velocidade linear. : velocidade angular. T: tempo Como conclusio, verifiea-se que um sistema real apresenta caracteristicas de inércia, elasticidade e amortecimento e, assim, sera considerado como uma combinagao dos trés elementos ideais. Apenas como exemplo, a figura 49 ilusira um sistema mecanico, com movimento linear: Na condigdo de equilibrio: . m B [+2 ma + Bv +k. x ll Ap y (59) ie = k F=m. dv/dt+Bv+k fv. dt = Figura 49 — Exemplo de sistema mecanico 87 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA O comportamento do sistema elétrico esta representado na figura 48 por uma equagao diferencial, muito semelhante & equagao diferencial — equagdo 59 —, que representa © modelo do sistema mecanico (figura 49). Podemos afirmar que os jstemas sao analogos. © dominio da dualidade entre os comportamentos dos sistemas elétrico e mecanico, possibilita resolver sistemas mecanicos por intermédio das técnicas de resolugdes de circuitos elétricos, facilitando a obtengao do resultado final. Baseado nos modelos de sistemas mostrados anteriormente, monta-se a tabela de dualidades fornecida a seguir, a partir dos equacionamentos de cada elemento. 3.4 TABELA DE DUALIDADES: SISTEMA ELETRICO SISTEMA MECANICO (TRANSLAGAO) SISTEMA MECANICO (ROTACAO) R (resistencia ) B (coeficiente de amortecimento) B” (coeficiente de amortecimento) L (indutancia) m (massa) J (momento de inércia) C (capacitancia) 1/k (inverso da constante elstica) 1/k’ (inverso da constante elastica) V (tensao) F (forga) C (conjugado) I (corrente) v (velocidade linear) @ (velocidade angular) xvV=0 F=0 xCc=0 O grande ganho quando a tabela de dualidades é utilizada é que 0 modelo mecanico € feito por meio de anilise de circuitos elétricos (andlise de malhas). Vejamos um exemplo de sistema mecanico ¢ a possibilidade de resolucao 88 _ _Exempli Um sistema mecanico constituido de dois corpos com massas m) ¢ mp, ¢ submetido a.uma forca F externa, a qual provoca deslocamentos x; e x2 nas respectivas massas. kj e ki2 so coeficientes elasticos de forgas restauradoras, enquanto que B . Bi ¢€ Biz sao os coeficientes de amortecimento devido a atrito viscoso. x1 (deslocamento) X2 (deslocamento) k) (mola) ki2 (mola) c co F sty WWW m — ae —P- 1 a i 7 4 c | Bre B B A resolugdo mecdnica segue a técnica de isolar cada corpo, analisando o somatério das forcas que atuam em cada um deles. Bi. (d x:/dt) = Kiz (X2- X1) Ki. x1 - —> — - Bra [(dxoldt) - (dx;/dt)] B. (d xi/dt) Br2 [(dxa/dt) - (dx,/dt)] a F ki2 (X2- X1) : = « B. (d x2/dt) Para resolugtio por analogia elétrica deve-se proceder construgdo do circuito elétrico, observando os seguintes detalhes: © o numero de correntes elétricas ¢ igual ao mimero de velocidades que existem no sistema mecanico. © ontimero de correntes elétricas sera igual ao numero de malhas. * os elementos que esto entre as massas, serdo os elementos elétricos comuns as malhas, sendo afetados pelas duas correntes. 89 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA. Desenhando 0 circuito elétrico no dominio da freqiiéncia s: SVN sk; ve Cis Cus + 1 b a =< RB, = " < SR Analogamente, tem-se 0 circuito com fregiiéncia s: VV R elementos mecanicos no dominio da == kis \ sm sm2 — _ kreis vi v2 ae 7 ba B B O' N/\ / A resolugo do circuito pode ser efetuada pela andlise de malhas, montando matrizes. Observe que usaremos elementos mecanicos: (Br + B + Biz) + + (ki tkiz)/s+sm - [Birt (Ki2)/ 8] -[Bi2+(Ki2)/ 8] Mi (B + Biz) + (Ki2)/ 8 + +sm2 90 F(s) 3.5 Perdas e rendimento no balanco eletromecdanico de energia: Quando estudamos um dispositive conversor eletromecénico de energia real, aparecem dois conceitos importantes: perdas e rendimento. ENERGIA DE ENERGIA ARMAZENADA ENERGIA ENTRADA |» ___NOS CAMPOS ——+} DESAiDA (ELETRICA (ELETRICO, MAGNETICO E (MECANICA OU — MECANICO) — ou MECANICA) ELETRICA) . joule PERDAS oo . Mecanicas . adicionais Figura 50: Modelo esquematico da conversio eletromecanica de energia Perdas Joule: chamada de perdas no cobre, independente dos materiais com que sto confeccionados os enrolamentos. Aparecem devido & corrente elétrica que percorre os enrolamentos. Nas maquinas pequenas podem chegar a 10% da poténeia itil. Nas maquinas maiores variam de 1% a 5% da poténeia itil. Essas perdas aumentam com a carga, visto que a poténeia de saida, sendo mais requerida, aumenta a corrente que circula nos enrolamentos.> p(t) = R .i*(t) [W] Outro fator que aumenta a perda Joule é a temperatura, visto que as resisténcias dos enrolamentos variam de acordo com a temperatura, A resistencia elétrica (R ) aumenta com a temperatura (T), através da variagao da resistividade (p), conforme indicado abaixo: pr2 =pr1 [1 +a (T2-T1)] (60) onde : 0,0040 (°C) "! para 0 cobre. Valido para o intervalo entre 10°C e 100 °C. & = 0,0039 (°C) * para o aluminio. Perdas no ferro ; so conhecidas como perdas no niicleo ou perdas magnéticas, Dividem— se em trés parcelas; perdas por correntes parasitas ou Foucault; perdas por histerese ¢ perdas anémalas 91 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA Sao perdas dissipadas no interior do material ferromagnético que constitui o nucleo, devido a variagao de intensidade e/ou variagao de sentido da indug&o magnética As perdas no ferro aumentam com o aumento da indugdo magnética e da freqiiéncia de excitacdio. Dependem também da qualidade e das dimensdes do material ferromagnético utilizado. A separagdo da perda magnética total em parcelas, permite interpreté-las quanto aos fatores que afetam cada uma delas, permitindo atuar nos processos metalargicos para o desenvolvimento de melhores agos para fins elétricos. Na especificagZo dos agos para fins elétricos, é fator preponderante a perda magnética em watt/kg, a qual obtida por meio do ensaio do quadro de Epstein ou do SST (ensaio de chapa tnica), Perdas or ci —= por ciclo oe - ae : oe Perdas Foucault e anémalas Perdas por histerese frequéncia ura 51: Exemplo de separaco das perdas no ferro Perdas mecanicas: sio perdas que dependem da velocidade, principalmente do atrito. Perdas adicionais: so perdas que aparecem quando 0 dispositivo esté sob carga. Trata-se de perdas devido ao fluxo disperso e ao fluxo de reagao de armadura nas ranhuras e faces polares. Despreza-se para maquinas pequenas, Acima de 200HP considera-se igual a 1% da poténcia de saida, Rendimento: A poténcia de entrada sempre seré maior do que a poténcia de saida, pois deve suprir a parcela das perdas. Dessa maneira define-se rendimento: Rendimento = 1 = P saida /P entrada = (P entrada - 5 perdas) / P entrada ey 92 3.6 EQUA CAO DA CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA: Os sistemas eletromecanicos possuem elementos reativos e dissipativos, em que os primeiros podem armazenar energia. A equagiio da conversio eletromecdnica de energia pode ser estabelecida por meio de uma anilise da variagdio da energia armazenada nos campos elétrico, magnético e mecanicos vistos nos tépicos 3.2) e 3.3). O equacionamento detalhado dos varios tipos de energias envolvidas pode ser representado por: ENERGIA ENERGIA ENERGIA ENERGIA P ENERGIA DE ARMAZE- ARMAZE- ARMAZE- E DE ENTRADA NADA NADA NADA R SAIDA (elétrica | = NO be NO ff NOS | D |+ | Cmecanica ou CAMPO CAMPO ELEMENTOS A ou mecénica) MAGNETICO ELETRICO MECANICOS s elétrica) Figura 52 — Equacao que mostra o balango da energia no conversor eletromecanico 3.7 CONVERSOR ELETROMECANICO NO CAMPO ELETRICO: 3.7.1 Equacdo da forca desenvolvida (campo elétrico): A energia armazenada no campo elétrico ¢ muito inferior 4 armazenada no campo magnético; devido a isso conversores eletromecdnicos que operam no campo elétrico usados em aplicagdes de instrumentagdo ou como sensores, quando o importante & a obtengdo de um sinal de pequena poténcia Vamos supor o dispositivo abaixo constituido por um capacitor, constituido por duas placas planas, uma fixa e a outra mével ligada a uma mola. que, através de sua forga restauradora, ira deslocar a placa mével de x (cm). Tensio V Quando uma tensio V é aplicada nas placas do capacitor, aparece uma forca mecénica de origem elétrica, que se manifesta no sentido contrario ao crescimento de x, ou seja, aproximando as placas do capacitor, sempre tendendo a aumentar 0 valor da capacitancia do capacitor. Placa Fixa Figura 53 — Modelo didatico de um conversor que utiliza 0 campo elétrico 93 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA A equac&o 62 detalha o trabalho (energia) realizado pela forga desenvolvida Fes: dT = dWeaida = Foes . dx (62) Aplicando a equacao do balango de energia, temos: =0 Wentrada = Warmazenada + Perdas* W saida (63) % Substituindo a equagao 62 na equaciio 63 e desprezando as perdas Fues . dX = dWentrada ~ dW armazenada Paes = (dWentrada/dx ) — (dWoarmazenada/dx ) como a energia de entrada é 0 produto da poténcia média pelo tempo: dWentrada = Pm - dt = Vm . im. dt onde: Vm € im Sao ter ¢ corrente médias, respectivamente: im = AQ/ At Wentrada = Vm - AQ substituindo as equagdes anteriores na equago (62) ¢ aplicando o limite para At tendendo a zero, temos: Fees = v(t) . dq / dx — dWarmazenada / Ax (64) A equagao 64 vale para qualquer dispositive conversor eletromecanico de energia que armazene energia no campo elétrico. 3.7.2 Energia e co-energia no campo elétrico: ‘A capacidade de um elemento em armazenar energia no campo elétrico & dada pelo parimetro “CAPACITANCIA”, representado pelo simbolo (C), onde C varia com a distancia entre as placas do capacitor. Quanto maior a tensdo (V) aplicada nas placas do capacitor este absorve um numero maior de elétrons (Q), ou seja, armazena mais energia no campo elétrico. 94 c=Q/v unidade = farad [F] no sistema internacional de medidas ($.1.). As experiéncias mostram que a capacitincia (C ) de um capacitor é maior quanto maior for a area das placas (A); quanto menor a distancia (d) entre as placas e quanto maior o valor da permissividade relativa do meio (€,). C=(&.&A)/d [F] (65) sendo nucleo linear: sendo micleo nao linear: dy = onde d é a disténcia entre as placas do capacitor. Figuras 54 e 55 — comportamento da carga do capacitor em fungao da tensao Energia armazenada (Wa) no campo elétrico: Quando um capacitor descarregado é submetido a uma tensao V, a tensdo e a carga crescem, conforme o grafico abaixo: A carga cresce até um valor q. A. variagio dWa da energia armazenada caracteriza-se por essa variagdo de carga dq nas placas. q Wa= J j(v-da) (66) 95 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA 5) Co-energia [Wco] no campo elétrico: A co-energia é um ente matematico que auxilia na determinagao de energia armazenada. Corresponde a integra Jo da curva q qa = f (V), onde os extremos da integragio representa a variagao da tensdo nas placas do 4q capacitor. dWeo, Vv (67) Weo = J0 (q. dv) dv Vv Nos conversores eletromecanicos de energia tratados como dispositivos lineares, que armazenam energia no campo elétrico, a energia armazenada e a co-energia sto numericamente iguais. EXEMPL Um conversor eletromecanico que funcione com o principio da energia acumulada no campo elétrico (efeito capacitive) pode ser obtido por duas placas condutoras, uma fixa e outra mével, separadas por um dielétrico de espessura d. Quando uma forca externa age sobre a placa mével, conforme figura 53, a capacitancia varia e uma quantidade de energia é armazenada no campo elétrico. Determinar a) expresso da capacitancia (C) em fungao do deslocamento x. b) a expresso da energia armazenada no campo elétrico ¢) aenergia armazenada no campo elétrico quando x = 5 cm. ema. d) aexpressio ¢ 0 valor da forga desenvolvida pelo si Placa mével (oan _ F externa Placa fixa 96 Considere 0 dielétrico como sendo o ar (9 = 8,85 x 10" F/m); distancia entre as placas igual a 3 mm; profundidade das placas igual a y = 10cm e a diferenca de potencial a que as placas esto submetidas é de 1000 [V]. Resolugao: a) C (x) = [(Eo-(x. y)]/d b) Warmaz=%.q.V=%. C(x). V?; substituindo a expresso de C(x) temos: Warmaz = % . {I(Eo -(x . y)]/ d} . V? ¢) substituindo x = Scm: Warmaz= 4. {[(8,85 x 10" (5. 107 10. 107 )]/3. 107} , 1000? = 7,37 x10% [J] d) F(x) =%. V? dC(x)/dx 1 dC(x/dx = [e5. y)/d FX)=%.V? [&.y)/d F(S) ==. (1000) [8.85 x 10°". 10. 107] /3. 10> = 0,15 x 10° [N} 3.8 CONVERSOR ELETROMECANICO NO CAMPO MAGNETICO: Preferencialmente os dispositivos eletromecanicos que operam no campo magnético sio os escolhidos devido a sua maior capacidade de armazenamento de energia. A equagilo da conversio eletromecanica de energia pode ser estabelecida por meio de uma andlise da variagdo de energia armazenada no campo do citcuito magnético de um niicleo com entreferro varivel. Isto pode ser conseguido fazendo com que parte do niicleo seja mével, tal como ilustrado na figura 56 abaixo: x }—» Pega mével ceed Fovtema N A | | | Figura 56 ~ Modelo didatico de um UUU conversor que utiliza 0 campo magnético I ce Fonte elétrica 97 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA Admitindo que um agente mecanico externo aja sobre a parte mével fazendo com que a mesma se desloque, sem atrito, mas mantenha 0 acoplamento magnético entre a pega mével e 0 restante do nticleo, pode-se prosseguir com a andlise: Sendo assim, a forga mecanica (Feema) pode efetuar um deslocamento, alterando 0 entreferro de Xo para x; (X; > Xo) e, por conseguinte, aumentando a reluténcia total do circuito magnético. Portanto, para a mesma FMM = NI, o fluxo dependeria do entreferro (x). O grafico mostra a variagio do fluxo magnético em func&o da FMM para valores diferentes de entreferro. o Xo Xi > Xo NI Figura 57 —comportamento do fluxo magnético em funt 0 da espessura do entreferro ‘A energia armazenada numa unidade de volume de uma regio do espaco ocupada por um campo magnético 6 % B . H, supondo o niicleo linear. Considerando um entreferro, inicialmente desmagnetizado, no qual estabelecemos um campo magnético, um aumento do campo magnético Ha partir de zero acarreta um aumento da indugdo magnética B A energia armazenada por volume é: W=JH.dB (68) O grafico da figura 58, ao lado, representa 0 comportamento da indugio B em funedo da intensidade de campo magnético H para o entreferro, A rea hachurada do tridngulo é igual a energia armazenada no campo magnético. H ura 58 — Variagtio B = f(H) para o entreferro. 98 Aplicando 0 mesmo campo magnético de intensidade H, agora a um material ferromagnético com permeabilidade magnética }1 constante, teremos. um comportamento de B=f(H), muito parecido com ena o do entreferro, Entretanto, para a mesma inducdo magnética B final, é necessirio um campo magnético Hrs muito menor do que a do ar (entreferro) e muito menos energia sera armazenada. O grafico da figura 59 ilustra esse ei comentirio. > No grafico ao lado, figura 60, tem-se 0 comportamento de um material ferromagnético que teve a intensidade de campo magnético aumentada até chegar a saturagao, Em dispositivos com entreferros, freqiientemente pode-se assumir que toda energia concentra-se no entreferro. Figura 60 — Variagao B = {(H) para material ferromagnético com saturagao. Como a energia mecanica implica forga ¢ deslocamento, analisaremos 0s efeitos do campo magnético através dos quais forcas mecanicas podem ser desenvolvidas para uso numa maquina Quando 0 niicleo ¢ ativado com uma FMM (ND), 0 campo magnético resultante age, por meio de uma forga, no sentido de atrair a pega mével com a finalidade de estabelecer um circuito magnético com a menor relutancia possivel. O papel que desempenha a fonte mecdnica no caso é a de, com uma forga igual e de sentido oposto a forga do campo, permitir efetuar 0 deslocamento da peca mével para um valor determinado de x (entreferro). Em outras palavras, a fonte mecénica pode ceder ou receber energia mecanica, que, no caso, seria dada por: dW = F(x) . dx [joules ] (69) Suponha 0 niicleo da figura 56, em que 0 agente me entreferro de x; para xo, sendo x1 > xo. ico altera 0 comprimento do 99 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA Para a mesma FMM = NI as energias armazenadas no campo sio W, € W; : W, =J NI(0) do Wi= J NI(@) do As areas representadas por W, ¢ W, nao sao necessariamente iguais e a sua diferenga pode ser NI explicada a luz do principio de conservagao da energia, Wi Figura 61 — Energia armazenada para dois. comprimentos de entreferros (x; € X) Observa-se que, quando 0 agente mecdnico agiu sobre a pega mével, alterando 0 entreferro, também alterou a energia armazenada no campo magnético. Vamos analisar as duas possibilidades de deslocamento da pega mével: a) O deslocamento se processou de Xo para x; (W, para W)): houve um decréscimo na quantidade de energia armazenada no campo. A quantidade de energia inicial Wo tem um decréscimo porque a forga do campo F atua no sentido contrario ao deslocamento da pega mével. Sendo negativa, esta parcela se dirige para dentro do sistema, Quem realiza 0 trabalho positivo e cede esta parcela que serd subtraida da inicial, é a fonte mecanica, que desloca a parte mével de Xp para Xi ( X1> Xo). O decréscimo entre Wo ¢ W; final, é que se dirige a fonte elétrica Se W; > Wo, 0 campo recebeu energia que pode ter vindo do agente mecénico ou da fonte elétrica, b) O deslocamento se processou de x; para xo (W; para Wo): 0 aumento da energia armazenada no campo, pode ser considerado como sendo proveniente da fonte elétrica, que além de suprit 0 campo, cede uma parcela que se transfere & fonte mecnica que, esse caso, € quem realiza um trabalho negativo quando a pega mével se desloca de x; para xo (x1 > Xo). Se W; < Wo, 0 campo cedeu energia que pode ter se dirigido a fonte elétrica ou a fonte mecanica ( agente mecanico). © sistema que acabamos de analisar transfere energia da fonte elétrica para a mecanica e vice-versa, podendo ser considerado como um conversor eletromecanico de energia. A seguir, iremos analisar em detalhes as duas possibilidades de deslocamento da pega movel 100 3.8.1 Andlise do processo de decréscimo de energia armazenada: O decréscimo de energia se verifica afastando a pega mével desde xo até x;> xo, conforme figura 62. A forga magnetomotriz (NI) é mantida constante pela fonte elétrica ligada as N espiras da bobina. Pode-se considerar basicamente trés modos como que a pega mével pode se afastar desde Xp ale x1 (x) > Xo) 3.8.1.a) Deslocamento de x, para x; —rapidamente: Durante a alteragao do entreferro, a variagao do fluxo magnético no tempo é desprezivel, devendo decrescer aps o entreferro atingir x; em um curtissimo tempo. Durante esse tempo At quando 0 fluxo magnético vai de $s a $i > 9, a bobina reage com NI’ ¢ a finm total fica, durante um intervalo de tempo At, igual a N ( lo + 1'°). Note que I’” depende da velocidade de alteragao do entreferro, ou do fluxo magnético, pois: vp =Ndé/dt =N dé/dx.. dx/dt (70) A variagdo do fluxo magnético em fungdo da fmm segue o percurso: Ag, A’. Ar lL. Pega mével ¢ ve 0 F(x) o o | o Nlo N(lo +") NI Figura 62 — deslocamento da pega mével de xo até x) (x; >Xo) ~ deslocamento rapido 101 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA 3.8.1.5) Deslocamento de xo para x1 —lentamente: Nesse caso a tensdo induzida é menor devido a variagio do entreferro acontecer com velocidade menor. A reagao da bobina, durante © intervalo de tempo At (0 a t), se faz com uma fmm (NI’) menor que a fmm (NI”) do caso anterior, de modo que a variagdo do fluxo em fungdo de NI se faz segundo a curva Ao Ao’A\ . oO Nilo N(Io +1’) NI Figura 63 — deslocamento da pega mével de xo até x; (x1 >Xo) ~ deslocamento lento 3.8.1.c) Deslocamento de xo para x] — muito lentamente: A tensio induzida vé sera igual a zero, ¢ a F.M.M. permanecera praticamente constante no valor NIo. oO Nlo NI Figura 64 — deslocamento da pega mével de xo até x1 ( x1 >Xo) — deslocamento muito lento Admitindo a abertura lenta, e desprezando W perdas, resulta: Wecanca = WeverricaWarmazenaoa | Substituindo pelas areas correspondentes, fica: Weerrica=! vg.idt=/ (N do/dt).idt=J Ni.d®=~- Ao Ao’A\BC <0, pois vai de y para ; <éo ,e se dirige para a fonte elétrica, durante a variagdo do fluxo, de 0 para $) < oo. 102 VARIACAO DA ENERGIA ARMAZENADA: Wormaz final Warmaz ini AWarmaz= areas (OAiB - OA,C) = - drea (Ag A’o Ay BC) = Wyec + areas (OA)B - OA,C) Woec=~- area (Ao A’, A; BC) - areas (OA\B - OA,C) =- [0 Ag A’o A 0] <0 A rea hachurada € numericamente igual a energia que se dirige ao campo. Wwecanica = J F(x) dx om onde F(x) = forga desenvolvida pelo campo. 3.8.2 Andilise do processo de acréscimo de energia armazenada: © acréscimo de energia armazenada verifica-se deslocando a pega mével inicialmente em x = x1, até X = Xo, COM Xo < Xi , No sentido de menor entreferro. Do mesmo modo que na andlise anterior. 3.8.2.4) Deslocamento de x, para xo — rapidamente: A variacdo do fluxo magnético de $) para ¢.. representa um aumento de fluxo magnético em um tempo dt, resulta NI’ contra NI, quando a peca mével desloca-se de x; até Xo (COM Xo < Xi) Durante esse tempo dt, a pega mével desloca-se de x, até Xo em curtissimo tempo, & 0 fluxo magnético inicia a alteragdo para $s, aps o entreferro assumir a posigao Xo , ou seja, a alteracao do entreferro é feita 4 fluxo magnético praticamente constante. A variacao do fluxo magnético em fungao da fmm segue o percurso: Ai, Ay”, Ao — r Peca mével O Nilo-l) — Nlo NI Figura 65 — deslocamento da pega mével de x; até xo ( x; >Xo) ~ deslocamento rapido 103 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA 3.8.2.b) Deslocamento de x; para xo ~ lentamente: > A variagao do valor do flux 0 magnético de 6; para do se faz com pequena alteragZo da fmm (NI) e o caminho A; Ao Ao. on : NI 0 Nol) Nlo Figura 66 — deslocamento da pega movel de x; até xo ( x; >xo) — deslocamento lento 3.8.2.c) Deslocamento de x; para xo — muito lentamente: 6 0 A tensio induzida vo sera igual a zero, e a F.M.M_ permanecera 6b praticamente constante no valor Nlo. oO NI Nlo Figura 67 — deslocamento da pega mével de x1 até xo ( x; >xo) ~ deslocamento muito lento No caso de fechamento lento, podemos deduzir a energia mecanica como: 104 Werernica eevtrapa= J vg. idt= J (Nedg/dt). idt= J Ni.dg = rea Ay Ag’AgBC, pois vai de ; para go < o; € se dirige para a fonte mecanica durante a variagdo do fluxo de o; on Variagio da aenergia armazenada: AWarmaz rm ¢~ Wami= areas (OA,C - OA\B) Werereica = Waecanica + W arMAzeNaDA area (A) Ao’Ao BC ) = Waecanica t areas (OAoC - OA\B ) Wacanica = - area (Ao A’ Ai BC) - areas (OA\B - OAC) =[O A; A’y Ag O]> 0 Wwrcdnica = [0 Ai A’ AoO]>0=! F(X) dx, onde F(x) é a forga desenvolvida pelo campo. Esta Wiec > 0 e portanto sai do sistema. 3.8.3 Estudo da forca mecanica num sistema ndo linear: Com base nas conclusdes obtidas nas andlises de deslocamento da pega mével, vistas anteriormente, pode-se estabelecer uma expresso que relacione a forga que movimenta a armadura desde xq até xj, Imaginando que a armadura (pega mével) seja deslocada desde x, até x;, 4 custa de uma forca externa F(x), admite-se um deslocamento imaginario, ou virtual (x; - X) ) = Ax , com x; maior que Xo. Se o deslocamento for muito rapido, considera-se fluxo magnético constante (caminho Ao — A’1). Conforme visto anteriormente, isto é, 0 entreferro assume x; com). constante. 1 ts) No N(lo #1’) Me Figura 67 — deslocamento virtual da pega mével de x, até xo ( x; >xo) 105 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA. A Wrnecanica = area [O Ay A’) Ar O] = area [((OA’| CO) —(OA,CO)] A expresso acima é igual a variagtio de energia armazenada no sistema. Wrmecanica= AW a fluxo cte = F(x) . dx (73) ‘ou no caso limite: dWimec = F(x) dx = dWo ( ,x) onde: energia armazenada é fungao de ge x . No caso de a armadura se deslocar muito lentamente, x; ¢ assumido com N.lp = cte ea energia mecanica sera [O A, Ai O] =[O A; C’ O] - [0 A, C O] =- AWS. Essa andlise ¢ interpretada como a decorréncia de um decréscimo na Co-energia. Na presente andlise, como se imaginou Ax = dx, tanto faz deslocamento ripido ou lento, a F(x) seré considerada a mesma, Vamos exemplificar a conversao eletromecanica de energia, por meio de exemplos priticos em que participam méquinas elétricas rotativas: Dois dispositivos eletromecdnicos, mecanicamente acoplados através de uma luva elastica Brago da alavanca F (Newton) d=0,40m ( ‘Nr (rpm) * [ ; ee) Ve slg . CARGA FONTE ELETRICA RESISTIVA O motor elétrico recebe a energia na modalidade elétrica de uma fonte elétrica e a converte em mecanica, transferindo-a por meio de seu eixo. Acoplado a esse eixo, através de uma luva, esté o eixo de um gerador elétrico que converte a energia mecdnica recebida para a modalidade elétrica, que, por sua vez, ¢ dissipada em uma carga resist 106 O motor tem 0 estator mével de modo a permitir que um braco de alavanca, fixado a carcaga, meca o conjugado desenvolvido pelo motor : C = F x d (N.m). Para analisar o balango de energia desde a entrada no motor até a saida do gerador, vamos admitir: Rotacao do eixo = Nr = 1700 rpm Poténcia de entrada = Pe = Ve . le = 220 Vx 10 A= 2200 W Sabendo que a forga F, medida num dinamémetro = 3,1 kgf = 30,4 N Conjugado motor = Cm =F . d= 30,4 x 0,40 = 12,16 Nm Poténcia no eixo do motor (ou a parte convertida em mecénica do total de Ve.le) = Pm = Cow [Watt] Pm = (2 x Nr/60 x C= (2 7. 1700. 12,16) / 60 = 2165 W As perdas no motor, representadas por efeito Joule nos condutores, ¢ mecanicos por atrito nos mancais ¢ por ventilagao, além das magnéticas Foucault e histerese, ficam igual 4 diferenca entre a poténcia de entrada (elétrica) e a de saida (mecanica): Perdas = Pe ~ Pm = 2200 ~ 2165 = 35 W O rendimento do motor pode ser calculado por: 1) = Pasi! P sot = 2165 / 2200 = 0,98 B 1 = 98% Supondo que o gerador fornega 2100 W, pode-se calcular o rendimento do gerador: 11 = Pui / Pentraua = 2100 / 2165 = 0,96 D n = 96% Notas: a) os célculos acima se referem ao regime permanente, ou seja, depois de um intervalo de tempo apés a partida. b) Ao ligar o motor, inicialmente parado, este absorve uma alta corrente da fonte elétrica (de 7 a8 vezes a corrente nominal). Dessa energia excedente, parte se dirige ao nticleo € outra parte, j convertida em energia mecanica, serve para conduzir as partes méveis (eixo, rotor, volantes, ventiladores, etc) desde a velocidade zero, até a velocidade de servico ( nominal). As partes méveis ficam sempre dependentes dos momentos de inércia J, das partes girantes, armazenando energia do tipo % J w*. A partir dai a corrente volta ao seu nivel nominal, solicitando corrente da fonte apenas para suprir as perdas e movimentar a carga mecanica (Pix) com um conjugado e rotagdo condizente com os valores para os quais 0 motor foi dimensionado. 107 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA 4. FORCA E CONJUGADO EM FUNCAO DAS INDUTANCIAS DO CONVERSOR ELETROMECANICO Os sistemas eletromecanicos conversores de energia so constituidos de elementos dissipativos € reativos, dos quais estes iiltimos possuem a capacidade de armazenar energia ho campo magnético (no caso de indutores) ou no campo cléttico (no caso de capacitores). Além disto, pode haver o armazenamento de energia em elementos mecanicos, como: mola armazenando energia potencial clistica, ou corpos em movimento — armazenando energia cinética. A seguir vamos fazer o balango de energia para um dispositive duplamente excitado € deduzir a expresstio da energia mecanica de um conversor eletromecdnico em fungaio das indutineias. A dedugao também sera valida para excitagiio simples, atentando para o detalhe que nao existira o efeito da indutancia do segundo enrolamento e da miitua indutancia. valt) ; in(t) ins La com> —F ; x (transla¢dio) M Eze = : oa vit) si) Be In 2 C ; 4 (rotagao) ENERGIA MEIO DE ENERGIA ELETRICA ACOPLAMENTO MECANICA Figura 68 — Modelo esquematico de um conversor eletromecdnico de energia O dispositivo pode conter apenas um enrolamento (excitacao simples) e, portanto, ter apenas Ly), como no caso do eletroima simples e motor de relutancia, So raros os dispositivos com mais de dois enrolamentos e nao serdo estudados neste curso. O balango de energia em um conversor eletromecanico, visto no tépico 3.6 pode ser representado pela expresso 74: Entrada (etetrica) = Earm (eter) + Earm (mag) + Earmymec) + Emec | (74 108 Considerando nticleo linear e a energia armazenada no campo elétrico [Eun (eter) ] como desprezivel, e que nao nos interessam as perdas, pois representam a parcela de energia ndo convertida. temos a seguinte expressao: Eeniada (eletticd) = Excm Guay) + Emec onde: Eaminay) € @ energia armazenada no campo magnético dE entrada (cletrica) = Warm (mag) + dEmee Na saida do conversor: dE mec ( = Eentrada (eletrica) ~ TE arm (mag) Desenvolvendo cada termo da equagiio, tem-se: ida (eletrica) = V) « i). dl + v2. iz. dt (energia elétrica introduzida em um sistema de dupla excitagao). Considerando os fluxos gerados em cada bobina ¢ 0 fluxo concatenado, expressamos através de quedas de tensdes nos parametros de indutincias: Ry. iy + d(Liy. isd + d(M. ioyat ip + (Loo. in)/dt + d(M. inyidt As parcelas L di/dt ¢ M di/dt sao forgas eletromotrizes do tipo variacional que temos em qualquer circuito elgtrico indutivo. Nao vao fazer parte do processo de conversio eletromecanico de energia. As parcelas i. dL/dt = i .dL/dx . dx/dt ei. dM/dt = i . dM/dx . dx/dt ocorrem devido as variagdes nas indutancias no tempo e estao presentes somente nos dispositivos eletromecanicos, pois nestes uma peca mével, pertencente ao niicleo, deve se movimentar com velocidade dx/dt, e os parametros variam com o deslocamento. Desenvolvendo um pouco mais, temos: Eginrada (eienicay = [Rain +d(Li1 .ii)/dt + d(M. in.dt dE entrada (eletrica) ~ [Rain + Liz diy/dt + iy-dLyy/dt + M.dig/dt + ip,dM/dt].ij.dt + [Ro.i2 + Lop dig/dt> iz.dLy2/dt + M.diy/dt + iy. dM/dt].in.dt (dt].ij.dt+[Ro.iy + d(L2> . ig)/dt+d(M. iy)/dt). desprezando as parcelas: Ry.ir ; ; Li diy/dt ; M.din/dt ; Lop. dip/dt : M.dij/dt ; temos: AE entrada (elét)= i171 + in. ip AM + ig? dL 22+ in. ip AM (75) 109 CONVERSAO ELETROMECANICA DE ENERGIA Num dispositive duplamente excitado, a energia armazenada no campo magnético ocorre através da indutancia do estator (Lj)), indutancia do rotor (Lx) e da mitua indutancia (M) e pode ser expressa por: GE arm(mag)= (ir.dLi1)/2 + (ig?.dL22)/2 + is. ip dM a) Equacionando, determinamos a energia mecanica em fungao das indutncias: AE mec = AE nada (cletsica) ~ Erm (mag) AE mec [i171 + in. ig AM + iz? dLop + i isd MJ — [(in.dL 11/2 + (is? dL22)/2 + iy-indM] GE mec = (ir dLiry/2 + (ig?.dLz2)/2 + it. ip dM C A equacio dEmee pode representar o trabalho (energia) realizado nos movimentos: Translagio => — F.dx (F=forga) Rotagio = =~ C.d0_ (C= conjugado). F (x,t) = [ii7(t) /2 dLi Vax + [ir°(/ 2 dLax\/dx + iy(t). in(t) M/dx (78) CO) = fi" 2 dLiyd0 + [i°(0/ 2 dLy2\/d0 + in(t). io(t) dM/d0 eletromecanica, o interesse est no valor médio no tempo do conjugado e da forga desenvolvida pelo conversor, sendo assim: F(x) =%. 1)? dLy/dx + %. 1? dLy/dx + Ty. .dM/dx — [N (79) C@)=%.1) dLy/d0 + 4.1? dLy,/d0 + Lh. .dM/d0 [N. m] onde: I; € Ip so os valores médios em excitagao continua ou valores eficazes em excitagio alternada de ij(t) € iz(t) . No caso de is(t) ¢ in(t) estarem defasados de um Angulo 6, a ultima parcela da expresso 79 sera multiplicada por co-seno 6. Exemplos de dispositivos eletromecinicos: 110 Os dispositivos eletromecanicos conversores de energia, necessariamente devem possuir partes méveis. Consideremos, por exemplo, o dispositivo abaixo: Peca mével “ Imaginemos uma forga X externa _agindo sobre a pega mével. A medida que o entreferro N aumenta (x aumenta), a relutancia aumenta 0 fluxo magnético vai 7 ficando menor; isso para uma mesma forga magnetomotriz NI. il Figura 69 — Dispositivo eletromecénico de energia Vamos analisar duas posigdes x; € X2, sendo x2 < x11 > 6, As energias armazenadas em cada situago, so numericamente iguais as reas dos graficos: bo Para a mesma FMI = NI, as energias Emagi € Enag2 Sa0 diferentes: ( : Figura 70- Energia armazenada para Emagi = J NId@ ; Emg= J Nido duas posigdes de entreferros. ’ 0 Se Enmagi > Emsg2 ~D 0 campo cedeu energia as fontes elétrica ou mecanica. Se Emag! < Emag2 ‘3 © campo recebeu energia da fonte elétrica ou do agente mecnico externo. Nas duas situagdes, ocorreu a realizagao de trabalho : [ F . dx ] Alguns dispositives eletromecanicos, apesar de possuirem entreferro e pega mével, no sdo considerados conversores de energia, pois os valores médios da forga e do conjugado so nulos. Para saber se um dispositivo eletromecanico ¢ um conversor de energia, deve-se analisar a variagfo das induténcias em fungdo do deslocamento da pega mével Vejamos alguns exemplos de dispositivos il CONVERSAO ELETROMECA Exemplo I: 0 No exemplo 1, observe que conforme a peca mével se desloca com 0 angulo 6, a relutancia, vista pelo fluxo criado no circuito magnético, varia com a posig&o do angulo 6. Como L = N?/R,eR=R (6), conclui-se N Se _ que a indutancia também varia com a posigao da Pega peca mével ————' mével L# constante ® sendo assim aparecera a forga dada pela expresstio: F=% P dL/d0 [N] E UM CONVERSOR DE ENERGIA Observe, no exemplo 2, que, conforme a Exemplo 2 6 pega mével se desloca com o Angulo 0, a relutancia, vista pelo fluxo criado no circuito magnético, nao varia com a posicao do éngulo 0 Como L = N?/R, e R = constante, conclui- se que a indutancia nao varia com a posigao da . peca movel. N : mK L=constante > a forga dada pela —— | peca _eXPressao: FP dLid0 =0[N] mével SS ' : N4O E UM CONVERSOR DE ENERGIA peca No exemplo 3, conforme a pega mével é Exemplo 3 : Movel deslocada em fungao de x, a relutancia, vista pelo J fluxo criado no circuito magnético, varia com a me posigdo do Angulo 6. I —! Como L=N?/R,e R=R (0), conelui-se que a indutancia também varia com a posigao da d pega mével, N i—> L #constante > sendo assim, aparecera a aa Fext — forga dada pela expresstio: F=Y% [?dL/dx [N]. E.UM CONVERSOR DE ENERGIA Exercicio 1: Determinar a energia e 0 conjugado em fungdo do angulo @ , quando I; = 10 [A]e S[A], 8 Dados: Lu (0)=5.cos2 [H] / Lx (®)= 2 cos2@ [H] M(8)= 10 cos @[H] \ pega movel Emee (8) = (17. Ly /2 + (hy Lyy2+ l.bM Enec(®)= (107. 5. cos 2 0)/2 + (5°. 2. cos 26/2 + 10.5. 10 cos 6 Encc(8)= 250 . cos 26+ 25.cos20+500.cos 0 Enec (0)= 275 . cos 2.0 +500.cos 6 [J] € (0) = (1/2) dLi/d0 + (12°/ 2) dLay/d® + 1h. bd M/d0 C(®)= - 50.10. sen 20 - 12,5. 4. sen 20 - 50. 10. sen 0 C (8) =- 550. sen 20 - 500 . sen @ [ Nm] 2: Considere duas bobinas com niicleos de ar separadas por um distancia x. As indutancias valem: Ly (x)= (1 —x) [H] (indutancia propria da bobina 1) Lz: (x)= (2 +x) [H] (induténcia prépria da bobina 2) M (x)= 1x? [H] (mitua indutancia) Sabendo que as correntes elétricas nas bobinas | ¢ 2 so respectivamente Il) = 5 Ae ly =3 A, calcule a energia armazenada e a forga desenvolvida quando as bobinas estio separadas de 10 cm, Eam= (7. Liy2 + (L?. L222 + h.bM Eamm= 57.1 -x/2 + 37.(2+x) /2 + 5.3.(1— Eum= 38,05 [J] 5 (1-0,1)/2 + 9.(2+0,1)/2 + 15.1 0,17) F(x) = (11/2) dLiy/dx + (Iy°/ 2) dLao/dx + 1), Ip dM/dx F(x) = 12,5.- 1+4,5.1+15.-2x=-8-30x > F(0,1)= -11N

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