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his Pb Gago & Pada ‘Mesmo diante do desaparecimento des posts de trabalho, pessoa continua sendo instigada, dentro do esptto de retomatla ideirio liberal, a qualifcar-se profissionalmente através da escola e@ rocurarincansavelmente por um emprego, sob a promessa de que o ‘melhores vencerfo. Esta “saudivel competigio”, disc, leva a0) ‘continu apereigoamento das relagBes mercantis,conseqentemen te satisfagio das nevessidades dos homens-consumidores. ‘Contudo, éimprescindivel reconheeer que, mesino que desem Dregados desnecessirios, nem por isso deixamos de estar incluidos 1a Sociedade: ‘Tana vidas encuralada, manictdas,tortaradas, que se esfizem, tangents a uma Sociedade que se reta, Entre esses despossuidose seus contemporneos, ergue-se un espévie de vidraga eda vez menos transparent, E como slo cada vez menos visto, como alguns os quremt mais pagados,rscados, escamoteados dessa socedade, el slo chamados de excluidos, Mas, a0 contri, eles esto 46, aperiados, encarcerados,inchidos até a medula!Eles so absorvidos, devorados,relegados para sempre, depor- lads, repudiados, banidos,subsstose decades, mas tio incOmodos: uns chatos! Jamas completamente, nlo, jae ‘mais suficientemente expulss! Includos, demasiado ine ‘uidos,e em descrédito (FORESTER, 1997, p. 15). (Cada individuo & initado constantemente a da 0 melhor desi ualiticarse, superar a si proprio © a0s outros, sob 0 argumento de que aos methores estar asseguradas as grandes oportunidades de trabalho, Os demas ~ tds como “despreparados",“incompeentes” ~ esti condenados a “exclusio”, & neste jogo que © homem se en contr dito excluido da sociedade, & objeto de projetos de “inelusto soci que, na verdade,s6 fizem encobtir a realidade de que ¢ abso lutamente neeessrio que cle se sina sempre do lado de fora, mas ‘com toda a possibilidade de “entrar” e “fazer parte” da sociedads, desde que tenha competéncia para tanto, Jogo que tem por abjetive eels aaa sie ei — eae rent i Seer ee cea sae om! tierce oc ecm Se gras tn ins i nas ‘A permanéncia da légica excludente Permoliticas de inclusdo escolar weaan eae nem eto: secu le em cece ye nowse contesto de uma poliea educacionsl eine oe ns medida ice Pin om Ed 6 slag As polticas educacionais de incluso Nofinal da Primeira Replica no Brasil, onimero de betoschezava a 75% (PATTO, 1990, p. 76) Na dada de 1930, 8 criggio do Ministrio da Educagio e da Satie Piblica © Constitigao de 1934 ~ institvindo a gratuidade e reiterando, brigntredade do ensino primaio ~teve inicio uma lentae pra «xpansi do sistema educacional brasileiro, ind na década de I ‘omtimers de pessoas entre Se 24 anos que no freqdentavam aes ‘4 bastante alto, correspondendo a 70% dessa popula’ Coincdindo com a abertura politica, a déeada de 1980) ‘marcads pelo investimento na expansio da ree de ensino. O di 0 oficial de enti, consierando o clevado percentual de alunos abandonayam 0 1° grau sem o conclu, introduzia a proocupagéo. {rants eriangase ovens em idade escola, alm do acest 3 |, a pemangncia nel, Somando-se o nimero de riangas entre 7 ¢ 14 anos que ilo ‘inham acess escola aos alunos prococemente excluldos ¢ aos que Detmaneciam na escola sem que resultados significativosfossem ‘aados (caso dos muli-repetentes, alunos de filers tidas como “fracas” ou de classes especais)chega-se& conelusio que, no final 4 década de 1980, 23 dessa populago no estavam se beneficand ¢& escolarzagao (RIBEIRO, 1990, apud. PATTO, 2000, p. 191). Instiuigdes de pesquisa come a Fundasio Carlos Chas Por exempto, comecaram a problematizar o cariter democr «4 educasao escolar brasileira, ou detalhando a anise estatistcs to acess, da evasioe da repeténciaescolares, ou desvelando mes ‘sanistmos de exclusdo —alguns brutais, outros mais sbtis— presene {sna vids escolar. Nesse periodo, toma corpo a pesquisa edu ional voli a uma compreensio mais ampla do cotidiano eseon lar: este fendmeno passa a ser entendido no bojo da politica SANE tn de Maus de Asset 529 Ac lta no Bel Lyd So i Ca ec Aes Fee ie xcupe No mide dated 0, no Estado de ene ean Seeman eet Mun sapetar as eapas da afer” & 0 ino de om enero ear mela en ie gt a a te aan Se dai eee cana home ct oe ee en rerenen aren See een ae eee ere faerie cect one nae ame ri stl en ara unl 21.491, 8d dened de 198 io A cos el Pp ively ots (CRUZ, 9M, + Ave dan ern de tng ee Bs a tad So aa, ts Pm Blea Pi sovemants, Para ano, apost-seem programas de comegia ‘xo escola, que tém como principal objetivo baratearo finan 1a educagdo pelo Estado, fazendo com que a maior pate do ‘chegue ao final da escolarizacio bisica 0 mais ripido poss importando a qualidade do ensino ofeecio, ROMAN (1999), ao discutir a lag entre neoliberal presente politiea educacional atnta pa 2 para a compreensio re propria Pedagosia como conjunto de téenieas Elevando ao mixino os valores da meitoeracia, la 6 declarada como ¥ fn como o io pri do qual a bre pert “insumentalizar™ (marca da tecncttca) para serum alto hen steedido edo de trabalho, porto, nu sociedad do milo.) A escola, por sa vex . equi vat wctlogn de omar pan aa Tnhumena de umn mundo ques move nave Estotcante ds elton pereorsren 0s chis ‘mas novidades em administra so transplan © ambicnte escolar timiando assim prod Imenes pons parm ox detafos da modemidade das econceltindasmetodlogas de ensio sio pela escola pbs, consistent aseadas ‘eeentes pein psiolgieas © suprindo de Imente fala de comprenso que sinha dos sos intros da srendicagem. Eta asim ea problema da edseago, que seri de ordem fon. 180-181, Seaundo a Contgem Popuaconl de 196, em um uni 87 mithdes pests ene S€ 17 ance no Bos 474 freemavam a escola: ene 7e 7 as, 146 mio ded nuns teem sudo o sistema escolar (FERRARO, 199, 52)-Basead nos dads consis, portant, acto ao meres podem mosrar acres da exchisio escolar st eng utliza eda ctepori “Torte defoxage” ou ej, dois aos 0 yn de Sn i Cr ac Anus os) wr dd dofasagem série-idade", para demonstrar que 0 fendmeno di ex ‘dusto também est presente no interior das escola: se a forte defi~ “Sagem ent as criangas de 8 anos atingeo percentual de 3,25, partir ‘jos anos, esse percentual aumenta vertiginosament: 9 anos: 204%; 10 anon: 29,9%, chegando, para os jovens de 14 anos, 2 45:9% © smantendo-se a faixa de 36 244% até 0s 17 anos" Reorganizacio de escolas por faixaetria, Classes de Acelera~ qdoiCorregaa de Fhuxo, Recuperasio nas Férins, Progresso Conti- da’ so algumas das medidas deseavolvidas durante a décads de 1000 no Estado de Séo Paulo, tendo em vista reduzi abruplamente & defiyagem srie-idade en evasto escolar. Noentanto, nentium dsses projets implicou aé 0 momento, em mudangas substantia na q- Tidade do ensino nas escolas pblicas estaduas, a jlgar por depoi- mentos de usuirios e por resltados obtdos pelo pais em avaliagses intemacionais de rendimento escolar. Em resumo, {ol elante dos ato indices de reprovagio e evasio decor Tees de deseasos etnias da politica edueacional rast [eta Seeretarins de Educagoestadvas © musicpais vémt tentando, desde os anos oitenta,implantar procedimentos {que mantenham os exclsdos potenciais na Eseola, a pati tho principio de que “no basta tr acess escola, &preci- So pemunecer mela”. Mas esse dscurso foi além: docu Inentos inaugurais de reformas © projtos passaram a tnftizar conto meta no 58 a permanéneia, a & prome- (ho do “sucesso escolar. Resta saber 0 que de ato se tem ‘ntendido por isso (PATO, 2000, pp. 193-194). [FEERRARO (im nites progetto ERA velvrin ancl uo ost ae ai eth le ma ran om xe = ‘Sc dnc sim rd. soulndnemaesr hose upeitcsem- sun peabn ocean oe en cal eset ue von je Aer sides sro Conan we cape de VEDAS vs atc ibe Beg & Pash Se dirigimos nosso olhar ao movimento de “democrat ‘da escola tal como ver se materalizando, coneordamas que Jativo muito mais pr em andamento'a marcha pelos s ‘aus escolares, sem reprovagdes, do que ofeever uma boa intelectual” (. 195). Sobre os que ocupam os bancos escolares, resultado & a presenga nas escolas de um contingent de potenciis,vtimas de uma nova modalidade de exclusdoescol ‘mantém os exeluidos no interior da escola” (p. 190). Fram assimiladas polo governo as erticas académicas que mam a nesessdade de tansfommacio da gestio escolar, a pari rica dos efeitos negativos de priteas como a reprovagdo, a tagio de conteids e a avaligo do indivi (eno do proce ensino-prendizagem). Porém, ess assimilago ocomreu de me ‘eformads ~ sem que visio de homer, de sociedad e de du ‘que se baseiam fsseapreenida~ que redundou to somente em: as tGcnieas de conteng0 da massa de alunos no interior das pelo tempo necesiro conclusio da esclaridade fundamental. Tablas como descentralizago, pesto demoeritca € ‘ago para a eidadania sempre foram éefendidas dos que buscavam, na oposigla a0 govemo, uma e ‘eo que fosse copaz de impulsionar um projeto de ddangas estruuraise profundas para a sociedade 1 Fis gue agora estas ideas passam a fazer parte do {eto queo prio governoapresenia como dtetrize 1 educagio publica. Fstaiamos entio diate de um ‘vero revolucionirio? Decididamente ndo (RO} 1999, p. 172), Neste contexto, 6 possivelafirmar que a preocupario scoarzago das pessoas com necessidades expeciis deve ‘mesmo inlersses da ata poltica educacional de incluso, at ‘no que se refer & apropriaedo de documentos como a Deel Salamanca (1994) e erica realizad & educago especial por ‘comprometidos leytimamente com a oferta de educa para toda Lud Sos Vie Cia Banc Arg AConferéncia Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais A Conferéncia Mundial sobre Necessidades Educativas Espe ciais,realizada em Salamanca (Espana) entre 7 © 10 de junho dé 1904, foi organizada pela UNESCO em cooperaglo com 0 Ministé= rio da Educagio e Cineia da Expanha. Nessa ocasio,reafirmando © ‘compromisso com a Edueagio para Todos ".. reconbovendo a ne ‘essidade ea ungéncia de sr o ensino ministrado, no sistema comu ‘de educagio, a todas as eriangas, jovens © adults com necessidades ‘sducaivas especiais..", foi elaborada a Declarayo de Salamanca € Tinhas de Acto sobre Necessidades Educativas Especiis. As repet~ cesses da Conferéneiae de seus escrito so inimeras, marcando & ‘reméncia de discusses sobre o atendimento edneacional que vem enclooferecido a este segmento da populago. Verdadeiro divisor de faguan, a Declaragio resultou de constante jogo de Forgas etre repre ‘sentantes de mais de 92 governos, que marcavam — ist sm, indise¥- tivelmente— uma posigdo contra exclusto escolar. | ‘A jusiticativa apresentada para que se construs wma intenss campanka de “integragio” das erangas com necessidades educativas ‘specizis em escolas comuns ~ que devem ser projetadxs tendo e Vista atendimento a todos, e ter uma “pedagogi centralizada” na crianga ~ enfatiza 0 argumento de que a escola: {..] € © meio mais efieaz de combater atitudes |

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