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MERCADO FORMAL - BRASIL

CARACTERÍSTICAS DO SETOR DE
INFORMÁTICA

1
PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS
PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS
PERFIL DO TRABALHADOR DO SETOR DE PROCESSAMENTO
DE DADOS SEGUNDO A RAIS/2008

PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS

Subseção DIEESE/FENADADOS - DF

2010

PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


Apresentação

O presente documento traça um perfil dos trabalhadores do setor de


processamento de dados, empregados através de contratos de trabalho devidamente
formalizados, e se baseiam nas informações mais recentes sobre o assunto. Além de
subsidiar a Direção da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de
Processamento de Dados, Serviços em Informática e Similares - FENADADOS para a
condução das campanhas salariais da categoria, este estudo também tem como objetivo
facilitar a compreensão dos diversos aspectos e constantes desafios enfrentados pela a
categoria. Pretende-se que a análise das informações a serem apresentadas a seguir possa
contribuir para a ampliação do alcance da ação sindical.

A primeira parte deste estudo traz informações extraídas da Relação Anual de


Informações Sociais – RAIS sobre as características do trabalhador formal do setor de TI. Já
a segunda parte, apenas traz uma compilação de algumas características da categoria que
julgamos mais relevante.

A RAIS é um registro administrativo do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE


constituído de dados fornecidos anualmente pelos empregadores sobre cada um dos
vínculos contratuais de trabalho mantidos ao longo de cada ano. A principal função
operacional da RAIS é viabilizar o pagamento dos trabalhadores que tenha direito ao
benefício do abono salarial (art. 239 da Constituição Federal). No entanto, em razão de sua
amplitude, a base de dados da RAIS tornou-se a principal fonte de informação do mercado
de trabalho formal brasileiro.

Ou seja, a RAIS permite, entre outras coisas, o levantamento de informações


estatísticas sobre o comportamento do mercado de trabalho formal brasileiro. Pode ser
considerado como um sensor do mercado de trabalho formal brasileiro, incluindo os
empregos assalariados celetistas e estatutários. A base tem abrangência nacional e permite
que se obtenham dados com níveis de desagregação bastante detalhado, tanto por setor
quanto geograficamente. As informações podem ser relativas aos estabelecimentos
empregadores ou relativas aos próprios vínculos contratuais de trabalho. Neste caso são
disponibilizados dados sobre as condições dos contratos (salários, jornadas, ocupações
etc.) e sobre as características dos indivíduos contratados.

No recorte setorial, aqui chamado de “Setor de Informática”, foram consideradas


as seguintes classes de atividades econômicas, segundo a Classificação Nacional de
Atividades Econômicas - 62015 - desenvolvimento de programas de computador sob
encomenda; 62023 – desenvolvimento e licenciamento de programas de computador
customizáveis; 62031 – desenvolvimento e licenciamento de programas de computador
não-customizáveis; 62040 – consultoria em tecnologia da informação; 62091 – suporte
técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação. Do setor Atividades
de Prestação de Serviços de Informação agregou-se: 63119 – Tratamento de dados,
hospedagem na internet e outras atividades relacionadas; 63194 – Portais, provedores de
conteúdo e outros serviços de aplicação e serviços de hospedagem na internet; e 63992 -

PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


Outras atividades de prestação de serviços de informação não especificada anteriormente.
Do setor Reparação e manutenção de equipamentos de informática e comunicação e de
objetos pessoais e domésticos: 95118 - Reparação e manutenção de computadores e de
equipamentos periféricos e 95126 – Reparação de equipamentos de comunicação

Não obstante sua importância para o entendimento do mercado de trabalho


formal no país, a RAIS apresenta algumas limitações que devem ser consideradas. Sendo
um registro administrativo, há o risco de que a informação seja fornecida incorretamente.
Também pode acontecer que empresas ou órgãos públicos deixem de prestar a
informação, muito embora haja um trabalho de fiscalização realizado pelo MTE. Estes
problemas podem prejudicar a qualidade do dado especialmente quando a análise é feita
sobre variáveis desagregadas ao nível máximo. No entanto, considera-se que a RAIS é uma
fonte de dados de boa qualidade para análises setoriais e regionais.

Outros cuidados, agora relacionados especificamente com a dinâmica do setor,


devem ser observados. O setor de TI está inserido em todos os setores de atividade, o que
torna bastante complexo quantificar e qualificar a categoria dos trabalhadores em
informática e processamento de dados. Um número considerável de trabalhadores do
ramo de informática está inserido em outros setores. Além disso, os dados referem-se ao
local do estabelecimento contratante e não do local aonde o trabalho é executado. Por
isso, há que se atentar para o fato de que os empregos atribuídos a uma determinada
região ou estado possam ser de fato existentes em outros locais.

Levando em consideração essas ressalvas, consideramos que este material contém


informações relevantes para os dirigentes e militantes sindicais, que podem e devem ser
enriquecidas, criticadas e complementadas por aqueles e aquelas que vivenciam a
realidade do setor.

PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


Perfil do trabalhador no setor de informática

O Gráfico abaixo apresenta a distribuição dos empregados no setor de informática


em termos regionais. Nota-se claramente que, em 2008, num total de 355.519
trabalhadores, aproximadamente 68% possuíam vínculo empregatício com
estabelecimentos situados na região sudeste, seguidos pela região Sul, com 14%.

GRÁFICO 1 - Distribuição dos empregados no setor de informática


por região natural Brasil - 2008
300.000

250.000

200.000

150.000

100.000

50.000

0
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

2007 2008

Fonte: RAIS/MTE.
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

A maior parte dos empregos do segmento de tecnologia da informação concentra-


se em São Paulo – 44%. Rio de Janeiro e Minas Gerais vêm logo em seguida com 12% e 10%
respectivamente. Ao todo, na região Sudeste, registrou-se um incremento de 8,7% no
número de trabalhadores – 19.338 trabalhadores a mais do que 2007. É importante
destacar que no Espírito Santo, mesmo sendo o estado com o menor número de
trabalhadores na região (5.861), em 2008, o incremento foi de 10,4%. Em São Paulo, essa
variação foi um pouco maior - 11,6%, enquanto que, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais,
o incremento foi substancialmente menor - 4,9% e 1,5% respectivamente.

A região Sul – segunda região em termos de trabalhadores no setor de TI -


também registrou um variação de 8,7% no quantitativo total de trabalhadores. Não existe
muita disparidade no número de funcionários entre os estados da região. Santa Catarina
possui 18.862 funcionários, Rio Grande de Sul, 16.303 e o Paraná, 15.748 empregados.
Nacionalmente, o estado de Santa Catarina detém 5% de participação no emprego do
setor. Tanto o Paraná quanto o Rio Grande Sul, mesmo com quantitativo de trabalhadores
menor que em Santa Catarina, de um ano para outro, apresentaram variações maiores -
Paraná (10,2%) e Rio Grande do Sul (9,6%).

PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


Na região Centro-Oeste, 57% de participação no emprego do setor encontra-se no
Distrito Federal, seguido de Goiás com 27%. Nacionalmente, o Distrito Federal detém 5%
do total de trabalhadores. Na região Nordeste, a participação no emprego é maior na Bahia
– 34,6%, representando 2,85% dos empregos do setor. Já a região Norte representa 1,4%
dos empregos do setor. A maior parte dos empregos do setor na região concentra-se no
Pará - 47,4%, seguido do Amazonas com 23%.

GRÁFICO 4 - Distribuição dos empregados no setor de informática por


unidade da Federação Brasil - 2008

24%
44%

5%

5%

10%
12%

SP RJ MG SC DF Outros
Fonte: RAIS/MTE.
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

Pela ótica do gênero, observa-se um predomínio masculino nos empregos do setor


de informática. Em 2008, 60% dos postos de trabalho do setor eram ocupados por homens,
enquanto que as mulheres respondiam por aproximadamente 40% dos empregos. Essa
relação, quando comparada com 2007, não apresentou alteração (GRÁFICO 5).

PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


GRÁFICO 5 - Distribuição dos empregados no setor de
informática por sexo Brasil -2008

40%

60%

Masculino Feminino
Fonte: RAIS/MTE.
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

Observando os principais estados de cada região, percebe-se que a relação


encontrada nacionalmente era a mesma, não havendo, portanto, grandes diferenças. Essa
mesma conclusão pode ser tirada quando se observa a relação por região geográfica
(GRÁFICO 6).

GRÁFICO 6 - Distribuição dos empregados no setor de


informática por sexo – por região geográfica -2008

CENTRO OESTE 19.276 10.856

SUL 28.588 22.325

SUDESTE 144.168 96.227

NORDESTE 18.439 10.801

NORTE 2.985 1.854

0% 20% 40% 60% 80% 100%

MASCULINO FEMININO

Fonte: RAIS/MTE.
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


A tabela seguinte nos mostra que 77,4% dos trabalhadores do setor possuem
entre 18 e 39 anos de idade. Com um peso menor, porém significativo, aparecem aqueles
que se encontram na faixa etária de 40 a 49 anos de idade (TABELA 3). Esse predomínio
também é observado quando destacamos a informação por sexo.

TABELA 3 – Distribuição dos empregados no setor de informática por faixa etária


Brasil – 2008

GÊNERO
FAIXA ETÁRIA % ACUMULADO
MASCULINO FEMININO TOTAL
Ate 17 anos 1.474 1.067 2.541 0,7 0,7
18 a 24 anos 51.889 38.267 90.156 25,4 26,1
25 a 29 anos 54.874 33.478 88.352 24,9 50,9
30 a 39 anos 57.279 37.019 94.298 26,5 77,4
40 a 49 anos 30.548 21.585 52.133 14,7 92,1
50 a 64 anos 16.689 10.346 27.035 7,6 99,7
65 ou mais 703 301 1.004 0,3 100,0
Total 213.456 142.063 355.519 100,0
Fonte: RAIS/2008 Ministério do Trabalho e Emprego
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

Observam-se algumas variações nessa informação quando se analisam as regiões


geográficas do país separadamente. Enquanto nas regiões Norte e Nordeste o percentual
de trabalhadores com idade até 39 anos encontra-se abaixo do índice nacional - 71% e 73%
respectivamente -, nas regiões Sudeste, Sul e Centro-oeste a incidência de trabalhadores
com até 39 anos de idade é um pouco mais elevada – 77,5%, 79% e 80% respectivamente.

Na região Norte, Amazonas e Pará, os dois estados com maior número de


trabalhadores – mais de 70% dos trabalhadores da região –, aparecem como os principais
responsáveis por essa constatação. Já na região Nordeste, apenas a Bahia, com
praticamente 78% dos trabalhadores com até 39 anos, possuía uma frequência superior a
observada nacionalmente. Destacamos o estado do Rio Grande do Norte, cujo quantitativo
de trabalhadores com idade acima de 39 anos representa mais da metade do total de
trabalhadores da categoria - 58%.

Com relação ao grau de escolaridade dos trabalhadores formalizados em


informática, observa-se uma pequena variação que, de certa forma, acompanha a
crescente demanda por qualificação mais elevada característica do mercado de trabalho
brasileiro. Enquanto que em 2007, 40% dos postos de trabalho do setor eram ocupados
por trabalhadores com o ensino médio completo e outros 43% por empregados já haviam
concluído ou estavam cursando o ensino superior, em 2008, observou-se uma pequena
variação no numero de vagas ocupadas por trabalhadores que estavam ou já haviam
concluído o nível superior – 45,3%. Desses, 30% já haviam concluído o ensino superior. Em
geral, grande parte das funções exercidas pelos trabalhadores do setor exige qualificação
técnica (TABELA 4).

PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


TABELA 4 – Distribuição dos empregados no setor de informática por grau de
instrução Brasil – 2008

GÊNERO
GRAU DE INSTRUÇÃO % ACUMULADO
MASCULINO FEMININO TOTAL

Analfabeto 154 73 227 0,1 0,1


Ensino Fundamental Incompleto 9.561 5.660 15.221 4,3 4,3
Ensino Fundamental Completo 12.937 8.478 21.415 6,0 10,4
Ensino Médio Incompleto 10.539 5.907 16.446 4,6 15,0
Ensino Médio Completo 76.449 63.350 139.799 39,3 54,3
Ensino superior (completo e incompleto) 102.999 58.165 161.164 45,3 99,6
Pós Graduação Stricto Sensu 817 430 1.247 0,4 100,0
Total 213.456 142.063 355.519 100,0
Fonte: RAIS/MTE.
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

Essa mesma informação quando desagregada por região apresenta algumas


diferenças. Os empregos do setor localizados na região Norte são ocupados por
trabalhadores que, em sua maioria, cursaram até o ensino médio completo – 69,4%, sendo
que mais da metade já havia concluído o ensino médio – 52%.

A região Nordeste não difere muito do observado na região Norte, pois 51% dos
empregados cursaram o ensino médio completo. No entanto, o percentual de
trabalhadores que estava cursando ou já havia terminado o ensino superior mostrava-se
um pouco acima (37,1%) do observado na região Norte (30,4%). Na região Norte, nos
estados do Pará e do Amazonas, o percentual de empregos ocupados por quem já cursou
ou está cursando o ensino superior supera os 30% constatado na região. – Amazonas com
35,2% e Pará com 32,8%.

Já os estados da região Nordeste, com algumas exceções, o percentual de


trabalhadores que já cursaram ou estão cursando o ensino superior é um pouco maior. Os
estados da Bahia e Pernambuco, que juntos representam mais da metade dos empregos da
região (57%), esse percentual é de 37,7% e 44% respectivamente. No Ceará – terceiro
estado em número de trabalhadores – esse percentual ultrapassa 40%. Quando são
analisados separadamente os estados dessas duas regiões, observa-se uma maior
frequência de trabalhadores que concluíram o ensino médio.

Nas regiões Sudeste e Sul, os percentuais de trabalhadores que estavam cursando


ou já tinham cursado o ensino superior eram maiores do que a de trabalhadores que já
tinham concluído o ensino médio. Na região Sudeste, apenas em Minas Gerais o número
de trabalhadores com ensino médio era superior – 44,6% contra 33,4%. Quanto à região
Centro-oeste, nesse quesito, não apresentou diferença significativa. Apenas no Distrito
Federal, o percentual dos que estavam cursando ou já cursaram o ensino superior era
maior que a dos que já tinham concluído o ensino médio – 51,3% contra 37,3%. Entretanto,
convém frisar que, em grande medida, essa constatação é influenciada pelo peso que o
Distrito Federal possui na região - 57% do total de empregos do setor.

PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


Essa mesma informação, quando observada pela ótica do gênero (Tabela 5), revela
que, em 2008, participação de trabalhadoras com nível médio completo, em todas as
regiões, superava a dos homens, no entanto, entre os que estavam cursando ou já haviam
concluído o nível superior, a participação masculina era maior.

TABELA 5 - Distribuição dos empregados no setor de informática por grau de


instrução segundo o gênero Brasil – 2008

em %
NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE
GRAU DE INSTRUÇÃO
Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem.
Ensino Médio completo 50,6 55,0 49,6 52,7 33,3 44,0 35,5 42,5 39,6 44,2
Ensino superior (incompleto e completo) 30,5 30,4 35,8 39,3 50,8 42,0 49,8 37,7 41,3 41,4
Fonte: RAIS/2008 Ministério do Trabalho e Emprego
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

A Tabela 6 apresenta o quantitativo de empregados de acordo com a atividade


desempenhada. Essas atividades estão relacionadas com o setor de tecnologia da
informação e estão listadas de acordo com a Classificação Nacional de Atividades
Econômicas – CNAE 2.0. Nota-se que as atividades relacionadas com tratamento de dados,
com o suporte técnico e manutenção e com consultorias em tecnologia da Informação
concentravam mais da metade dos trabalhadores da categoria.

Merece destaque também o número de empregados em atividades relacionadas


com o desenvolvimento de programas de computador sob encomenda (12,9%) e com a
reparação e manutenção de computadores (10,3%) que, a depender do estado, pode ser
considerada mais relevante.

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PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


TABELA 6 - Distribuição dos empregados no setor de informática por Atividade Brasil
2008
ATIVIDADES EMPREGADOS %
Tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na internet 67.727 19,1
Suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação 65.775 18,5
Consultoria em tecnologia da informação 52.717 14,8
Outras atividades de prestação de serviços de informação não especificadas anteriormente 49.778 14,0
Desenvolvimento de programas de computador sob encomenda 45.729 12,9
Reparação e manutenção de computadores e de equipamentos periféricos 36.516 10,3
Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador não-customizáveis 22.584 6,4
Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis 9.168 2,6
Reparação e manutenção de equipamentos de comunicação 2.919 0,8
Portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet 1.385 0,4
Agências de notícias 1.221 0,3
Total 355.519 100,0
Fonte: RAIS/2008 Ministério do Trabalho e Emprego
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

Na região Norte, as atividades que, em 2008, concentravam a maior parte de


trabalhadores são praticamente as mesmas que as observadas nacionalmente. Porém, as
atividades relacionadas com reparação e manutenção de computadores, com 13,5% dos
empregos na Região, superavam as relacionadas com consultoria (12,6%).
Proporcionalmente, as atividades relacionadas com o tratamento de dados eram as mais
representativas - 26,2% do total de trabalhadores na região.

Em praticamente todos os estados da região havia o predomínio de atividades


relacionadas com o tratamento de dados. No estado do Amazonas, que detém 23% dos
empregados da região, as atividades relacionadas com o tratamento de dados absorviam
37% da mão-de-obra total do estado enquanto que, no Pará – com 47,4% dos
trabalhadores da região – 21,6% dos trabalhadores concentravam-se nas atividades de
consultoria e 18,5% nas atividades de tratamento de dados.

Nesse mesmo período, na região Nordeste, 21,4% da mão-de-obra se concentrava


nas atividades relacionadas com o tratamento de dados, 15,5% nas atividades relacionadas
com suporte técnico e 13,7% nas atividades relacionadas com consultoria em tecnologia da
informação. No estado da Bahia, com 34,7% dos trabalhadores do setor na região, 15,3%
dos postos de trabalhos concentravam-se nas atividades relacionadas com o suporte
técnico seguidas pelas atividades relacionadas com tratamento de dados (14,3%) e
consultoria (12,1%). No estado de Pernambuco e do Ceará o predomínio ficava por conta
das atividades relacionadas com consultoria em tecnologia da informação, 22,2% e 22,7%
respectivamente. Cabe lembrar que esses três estados concentravam a maior parte da
mão-de-obra da região (73,4%).

Com 67,6% de toda mão-de-obra do setor, o predomínio, na região sudeste, ficava


por conta das atividades relacionadas com o suporte técnico (20,4%). Em grande medida,
isso se deve ao estado de São Paulo, pois, com 65,1% dos empregos no setor na região,
22,8% da mão-de-obra do estado concentrava-se nessas atividades. No Rio de Janeiro e em
11

PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


Minas Gerais, a concentração de mão-de-obra era maior nas atividades de consultoria da
tecnologia da informação - 17,6% e 25,4% respectivamente.

Já na região Sul, dentre essas três atividades, 34,1% dos postos de trabalho no
setor encontravam-se nas atividades relacionadas com o tratamento de dados. Esse
predomínio era o mesmo quando se observa separadamente os estados da região.

Por fim, na região Centro-oeste, as atividades relacionadas com consultoria


apresentavam uma maior frequência (20%). Merece destaque o estado de Goiás que
concentrava quase 36% empregos nessas atividades. Ao contrário das demais regiões, no
Centro-oeste, as atividades relacionadas com o desenvolvimento de programas de
computador sob encomenda eram bastante representativas (17,4%). Tal fato se explica em
razão do espaço que o Distrito Federal ocupa na região. Com 57% dos empregos do setor
na região, no Distrito Federal predominava das atividades relacionadas com o
desenvolvimento de programas (27,3%), seguidas pelas atividades de suporte técnico
(18,9%) e consultoria (17,6%).

A Tabela 7 apresenta a variação entre os períodos de 2007 e 2008 do quantitativo


de empregados no setor de informática por ocupação. Em 2008, as ocupações mais
freqüentes no setor de tecnologia da informação eram as de Analistas de sistemas
computacionais (18.7%). Houve um crescimento e 16,2% quando comparado com 2007.
Logo em seguida vêm os escriturários, agentes, assistentes e auxiliares administrativos com
16,3%. Pode-se aferir, a partir dos dados apresentados na tabela abaixo que, embora
grande parte dos trabalhadores do setor já possuía ou estava prestes a concluir nível
superior (45,3%), muitos deles exerciam funções que não estão relacionadas ao
conhecimento universitário adquirido.

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PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


TABELA 7 - Distribuição dos empregados no setor de informática por setor de ocupação
Brasil 2007 e 2008

VARIAÇÃO
FAMÍLIA OCUPACIONAL 2007 2008
(%)
Analistas de sistemas computacionais 57.239 66.540 16,2
Escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administr... 55.268 57.850 4,7
Técnicos de desenvolvimento de sistemas e aplicações 14.855 16.637 12,0
Técnicos em operação e monitoração de computadores 14.708 16.173 10,0
Técnicos em eletrônica 12.678 15.184 19,8
Trab. nos serviços de manutenção e conservação de edifícios e logra... 11.766 8.002 -32,0
Operadores de equipamentos de entrada e transmissão de dados 9.859 6.074 -38,4
Gerentes de tecnologia da informação 3.789 4.210 11,1
Técnicos de vendas especializadas 3.413 3.798 11,3
Gerentes de comercialização, marketing e comunicação 2.907 3.362 15,7
Administradores de redes, sistemas e banco de dados 2.819 3.232 14,7
Outros trabalhadores dos serviços 2.159 2.013 -6,8
Diretores 1.218 1.383 13,5
Engenheiros em computação 917 1.176 28,2
Técnicos em mecatrônica 126 114 -9,5
Pesquisadores de engenharia e tecnologia 61 89 45,9
Outros 136.591 149.682 9,6
Total 330.373 355.519 7,6
Fonte: RAIS - 2007/2008 Ministério do Trabalho e Emprego
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

Na região Norte, predominavam as ocupações de Escriturário em geral (23%),


seguida pela ocupação de Analista com 8,3%. Apesar desse predomínio, convém frisar que
outras ocupações, a depender do estado, são bastante significativas. É o caso da ocupação
de técnicos em eletrônica que - com 7% dos empregos na região - em estados como o
Tocantins (12,4%), Roraima (16,5%) e o Amapá (15,9%) aparece com muita freqüência.

Assim como na região Norte, a ocupação de Escriturário também predominava na


região Nordeste (18,3%). Em seguida aparece a ocupação de Analista (9%). Já na região
Sudeste o quantitativo de trabalhadores na ocupação de Analista (21,1%) era maior que na
de Escriturários (15,5%). Dos estados da região, somente em Minas Gerais a ocupação de
Escriturário (16,4%) superava a de Analistas (11,8%).

Na região sul, a ocupação mais frequente era a de Escriturário (18,9%). Nos


estados observam-se também esse predomínio. Já na região centro-oeste, apesar de
existir, na maior parte dos estados, maior concentração de mão-de-obra na ocupação de
Escriturário, a ocupação de Analista aparece com maior freqüência que as demais. Esse
fato deve-se ao peso do Distrito Federal que figurava como o único da região onde
prevalecia a ocupação de Analista.

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PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


Com relação ao tamanho do estabelecimento, em 2008, verifica-se que 40% dos
empregados encontrava-se em estabelecimentos com até 49 vínculos ativos. Entretanto
não se deve deixar de considerar a relevância nos estabelecimentos maiores (a partir de
500 vínculos ativos), pois representam mais de 30% dos trabalhadores do setor.

TABELA 8 – Distribuição dos empregados no setor de informática por


tamanho do estabelecimento Brasil 2008

TAMANHO DO
2008 %
ESTABELECIMENTO
Até 49 vínculos 142.252 40,0
De 50 a 99 vínculos ativos 33.846 9,5
De 100 a 249 vínculos ativos 37.967 10,7
De 250 a 499 vículos ativos 32.104 9,0
De 500 a 999 vínculos ativos 42.519 12,0
1000 ou mais vínculos ativos 66.831 18,8
TOTAL 355.519 100,0
Fonte: RAIS/MTE.
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

Pela ótica da remuneração, observa-se que, em 2008, mais de 70% dos


trabalhadores do setor de informática recebiam, no máximo, até cinco salários mínimos.
Porém, boa parte, (40%), se encontrava no extrato dos que recebiam até dois salários
mínimos. Nota-se também que aqueles que ganhavam entre 2,01 e 10,00 salários mínimos
detinham uma participação expressiva - 47% (tabela 9).

TABELA 9 – Distribuição dos empregados no setor de informática por faixa


salarial Brasil –2008

FAIXA SALARIAL 2008 % ACUMULADO

Até 1,00 Salário Mínimo 10.552 3,0 3,0


De 1,01 a 2,00 Salários Mínimos 133.163 37,5 40,4
De 2,01 a 5,00 Salários Mínimos 114.449 32,2 72,6
De 5,01 a 10,00 Salários Mínimos 52.578 14,8 87,4
De 10,01 a 20,00 Saláros Mínimos 30.361 8,5 95,9
Mais de 20,00 Salários Mínimos 11.584 3,3 99,2
Ignorados 2.832 0,8 100,0
Total 355.519 100,0 -
Fonte: RAIS/2008 Ministério do Trabalho e Emprego
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

Separadamente, em cada região do país, o percentual de trabalhadores que


recebiam até cinco salários mínimos não era muito diferente do observado nacionalmente,
ou seja, mais de 70% do total encontravam-se nesse extrato. Com exceção da região
Sudeste, todas as demais regiões possuíam um percentual maior de trabalhadores nos
extrato dos que recebiam até dois salários mínimos. Nas regiões Norte e Nordeste o
percentual dos que recebiam até dois salários mínimos (41%), proporcionalmente, é maior
14

PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


do que o observado nas demais regiões o que, de certa forma, evidencia as diferenças
salariais entre as regiões do país.

A tabela seguinte ajuda-nos a entender melhor o comportamento da remuneração


média do trabalhador, levando-se em consideração diferentes atributos. Percebe-se
claramente uma diferença considerável entre as remunerações do trabalhador e da
trabalhadora. Na média, consta-se que a mulher, em 2008, ganhava 68% do rendimento
médio recebido pelos homens. Na verdade, de 2007 a 2008, essa relação praticamente não
se alterou.

Pela ótica da escolaridade, verifica-se uma relação direta entre o rendimento


médio do trabalhador e sua escolaridade. Quanto maior a formação escolar maior o
rendimento do trabalhador. No caso específico, um trabalhador com nível superior
completo – que ganhava, em média, R$ 3.124,00 – recebia 2,86 vezes a mais do que os
trabalhadores com nível médio completo. Observa-se novamente que de 2007 para 2008 a
relação pouco se alterou.

Além disso, nota-se que o rendimento médio daqueles que tinham pós graduação
era bem superior aos daqueles que estavam cursando ou que já tinha algum curso
superior. Nesse caso, é possível que as informações estejam prejudicadas em razões que
envolvem erros ou problemas de preenchimento da RAIS o que se torna mais significativo
dado a baixa frequência dessa classe de escolaridade. Em 2008, somente 0,4% dos
empregados da categoria possuíam pós-graduação.

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PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


TABELA 10 - Rendimento médio no setor de informática por atributos
selecionados Brasil – 2007 e 2008

(em reais)
Gênero 2007 2008
Masculino 2.092 2.272
Feminino 1.448 1.539
Grau de Instrução Rend. Médio Rend. Médio
Analfabeto 491 541
Ensino Fundamental Incompleto 644 683
Ensino Fundamental Completo 728 763
Ensino Médio Incompleto 765 800
Ensino Médio Completo 1.052 1.090
Ensino Superior (completo e incompleto) 2.965 3.124
Pós Graduação 7.344 6.256
Faixa Etária Rend. Médio Rend. Médio
Ate 17 anos 416 459
18 a 24 anos 875 950

25 a 29 anos 1.523 1670


30 a 39 anos 2.166 2385
40 a 49 anos 2.768 2980
50 a 64 anos 3.044 3198
65 ou mais 2.316 2571
Tamanho do Estabelecimento Rend. Médio Rend. Médio
Até 49 vínculos 1.203 1.316
De 50 a 99 vínculos ativos 1.834 2.069
De 100 a 249 vínculos ativos 2.248 2.473
De 250 a 499 vículos ativos 2.530 2.646
De 500 a 999 vínculos ativos 2.715 2.886
1000 ou mais vínculos ativos 2.118 2.166
Fonte: RAIS/MTE.
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

Levando em consideração a relação entre o rendimento médio e a faixa etária do


trabalhador, verifica-se que trabalhadores mais jovens – principalmente em função da falta
de experiência – tendem a receber rendimentos inferiores aos empregados que se
encontram na faixa etária de 40 a 49, em geral, com maior experiência. Para se ter uma
noção das diferenças entre tais grupos etários, tanto em 2007 quanto em 2008,
trabalhadores com idade entre 18 e 24 anos recebiam três vezes menos que os
empregados localizados na faixa etária de 40 a 49 anos.

Por fim, ainda sob a ótica das desigualdades salariais, quando observado o
comportamento do rendimento médio do empregado, tendo como parâmetro o tamanho
do estabelecimento, percebe-se, tanto em 2007 quanto em 2008, que os maiores
rendimentos são identificados nos estabelecimentos com 500 a 999 funcionários.

16

PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


Novamente, a baixa frequência observada nos estados em estabelecimentos desse porte
podem estar influenciando essa informação.

As informações a respeito do rendimento médio do trabalhador, por região, sob a


perspectiva dos atributos contidos na tabela 9, não destoam das conclusões gerais obtidas
com análise feita a nível nacional. A tabela 11, por exemplo, nos mostra o rendimento
médio do trabalhador, segundo o gênero, por região geográfica. Ela apenas ratifica as
diferenças regionais quanto ao rendimento médio do trabalhador e da trabalhadora
existentes no país.

TABELA 11 - Rendimento médio no setor de informática por


sexo 2008

(em reais)
RENDIMENTO MÉDIO
GÊNERO
NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE
MASCULINO 1.720 1.424 2.524 1.785 2.011
FEMININO 1.403 1.271 1.669 1.116 1.538
Fonte: RAIS/MTE.
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

Além da desvantagem salarial das mulheres frente aos homens no mercado de


trabalho brasileiro – fato também observado no setor de tecnologia -, é bastante nítida as
diferenças de remuneração entre as regiões, destacando-se o Sudeste e o Centro-oeste.

Com relação ao rendimento médio nas regiões segundo o grau de escolaridade,


não se constata nenhuma surpresa. Ou seja, quanto maior a escolaridade maior o
rendimento (TABELA 12). No entanto, não devemos deixar de considerar, principalmente
nas classes de escolaridades mais altas (superior e pós-graduação), a baixa frequência o
que pode levar a conclusões superestimadas quanto ao rendimento.

TABELA 12 – Rendimento médio regional por grau de instrução


2008

(em reais)
RENDIMENTO MÉDIO
GRAU INSTRUCÃO
NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE
Analfabeto 531 492 564 531 469
Ensino Fundamental Incompleto 735 599 689 700 665
Ensino Fundamental Completo 820 683 800 659 757
Ensino Médio Incompleto 779 677 840 751 731
Ensino Médio Completo 1.219 972 1.115 1.026 1.124
Ensino Superior (completo e incompleto) 2.675 2.135 3.424 2.178 3.012
Pós Graduação 7.223 3.449 6.557 5.039 4.198
Fonte: RAIS/MTE.
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

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PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


Sob a perspectiva da faixa etária, apesar de alguns estados apresentarem algumas
diferenças, nota-se que, em geral, o rendimento médio do trabalhador com pouca
experiência tende a ser menor que o rendimento médio daqueles com mais experiência.
(TABELA 13).

TABELA 13 – Rendimento médio estadual por faixa etária 2008

(em reais)

RENDIMENTO MÉDIO
FAIXA ETARIA
NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE
ATE 17 400 300 480 454 407
18 A 24 719 694 1.008 867 890
25 A 29 1.262 1.153 1.812 1.382 1.573
30 A 39 1.389 1.379 2.701 1.735 2.012
40 A 49 2.353 1.808 3.349 2.158 2.671
50 A 64 3.372 2.511 3.345 2.525 4.045
65 OU MAIS 4.139 2.346 2.662 1.637 3.265
Fonte: RAIS/MTE.
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

O rendimento médio real nos estados quando visto sob a perspectiva do tamanho
do estabelecimento traz algumas curiosidades. Como já observado anteriormente, o dado
nacional nos mostra que estabelecimentos com 500 a 999 empregados tendem a
apresentar rendimentos maiores. Essa informação, quando analisadas por estado, é
influenciada, principalmente pela região sudeste e, em menor medida, pela região sul, pois
nos demais estados, com exceção da região norte, o rendimento médio dos trabalhadores
em empresas com 250 a 499 empregados eram maiores (TABELA 14).

TABELA 14 - Rendimento médio estadual por tamanho do


estabelecimento 2008

(em reais)

TAMANHO DO RENDIMENTO MÉDIO


ESTABELECIMENTO NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE
Até 49 vínculos 1.020 918 1.478 1.118 1.166
De 50 a 99 vínculos ativos 2.119 1.455 2.281 1.802 1.578
De 100 a 249 vínculos ativos 745 1.718 2.753 1.866 2.185
De 250 a 499 vículos ativos 3.755 2.118 2.588 2.994 3.022
De 500 a 999 vínculos ativos 2.011 3.071 3.310 2.238
1000 ou mais vínculos ativos 2.046 2.303 937 2.413
Fonte: RAIS/MTE.
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

Apesar dessa constatação, deve-se levar em consideração que os


estabelecimentos com até 49 vínculos ativos concentram por volta de 40% dos postos de
trabalho em todo país e nas regiões Norte (64,6%), Nordeste (50,4%) e Sul (53,4%) a
concentração é maior, representando mais da metade dos postos de trabalho de cada
região. Nas regiões Sudeste (35,8%) e Centro – Oeste (37,3%), mesmo havendo grande
18

PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


concentração nos estabelecimentos com até 49 vínculos ativos, observa-se uma grande
frequência nos estabelecimentos de 500 ou mais vínculos ativos – 34% e 44%
respectivamente (TABELA 15).

TABELA 15 – Percentual de empregados por tamanho do


estabelecimento 2008

(%)

TAMANHO DO EMPREGADOS
ESTABELECIMENTO NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE
Até 49 vínculos 64,6 50,4 35,8 53,4 37,3
De 50 a 99 vínculos ativos 5,1 12,4 9,4 9,4 8,7
De 100 a 249 vínculos ativos 10,1 11,9 11,0 10,4 7,8
De 250 a 499 vículos ativos 20,1 8,3 10,0 7,6 2,4
De 500 a 999 vínculos ativos - 12,8 12,7 5,2 18,2
1000 ou mais vínculos ativos - 4,2 21,1 13,9 25,8
Fonte: RAIS/MTE.
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

Passando à análise do rendimento médio do trabalhador, levando em


consideração a ocupação, constata-se que cargos de diretoria eram os que possuíam
melhor remuneração. Um diretor de operação e serviços ganhava, em média, por volta de
R$ 18 mil como remuneração, enquanto que, em 2008, empregados em cargos com maior
frequência como o de analista (18,7%) e a de agente administrativo (16,3%) recebiam na
média R$ 3,39 mil e R$ 1,15 mil respectivamente. (TABELA 16).

No entanto, deve-se levar em consideração a baixa representatividade de cargos


de diretoria em relação aos demais cargos com maior frequência, como por exemplo, o de
analista - os postos destinados à diretoria não representam nem 1% dos postos de trabalho
da categoria -.

19

PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


TABELA 16 – Rendimento médio no setor de informática por ocupação
Brasil 2008
(em reais)
Rend.
Ocupações Índice
Médio
Diretores de comercialização e marketing 18.946 100
Diretores gerais 14.635 77
Diretores de suprimentos e afins 14.542 77
Diretores de operações de serviços em instituição de intermediação... 13.823 73
Diretores de serviços de informática 11.534 61
Diretores administrativos e financeiros 10.505 55
Gerentes de comercialização, marketing e comunicação 7.878 42
Gerentes de tecnologia da informação 6.717 35
Pesquisadores de engenharia e tecnologia 5.682 30
Engenheiros em computação 5.550 29
Diretores de manutenção 5.432 29
Administradores de redes, sistemas e banco de dados 3.767 20
Analistas de sistemas computacionais 3.390 18
Diretores e gerentes de operações em empresa de serviços pessoais, ... 2.938 16
Técnicos em mecatrônica 2.549 13
Técnicos de vendas especializadas 2.336 12
Técnicos de desenvolvimento de sistemas e aplicações 1.986 10
Técnicos em eletrônica 1.530 8
Técnicos em operação e monitoração de computadores 1.520 8
Agentes, assistentes e auxiliares administrativos 1.154 6
Operadores de equipamentos de entrada e transmissão de dados 787 4
Fonte: RAIS/MTE.
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

Por fim, outra informação importante tem a ver com a esfera de atuação dos
trabalhadores do setor. De acordo com a tabela abaixo, nota-se claramente que mais de
90% dos empregados possuíam, em 2008, vínculo empregatício em empresas do setor
privado, seguido a uma grande distância pelas empresas estatais (7,3%).

TABELA 17 - Distribuição de empregados por natureza jurídica do


estabelecimento Brasil – 2008

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PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


SETOR DE ATUAÇÃO 2008 %
Setor Público Federal 473 0,13
Setor Público Estadual 319 0,09
Setor Público Municipal 172 0,05
Entidades empresariais estatais 23.903 6,72
Entidades empresariais privadas 327.845 92,22
Entidades sem fins lucrativos 2.343 0,66
Pessoas físicas e outras formas de org. legal 464 0,13
Total 355.519 100,00
Fonte: RAIS/MTE.
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

A Tabela 18 apresenta essa mesma informação em nível regional. Percebe-se, nos


estados, o predomínio dos vínculos empregatício em empresas do setor privado. Nas
regiões Sudeste (94%), Sul (90%) e Centro – Oeste (91%) o percentual é maior do que a
média nacional.

TABELA 18 - Distribuição de empregados por natureza jurídica do


estabelecimento – 2008
NÚMERO DE TRABALHADORES
SETOR DE ATUAÇÃO
NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE
Setor Público Federal 4 35 431 1 2
Setor Público Estadual - 54 222 41 2
Setor Público Municipal - 102 65 - 5
Entidades empresariais estatais 1.260 4.672 11.312 4.177 2.482
Entidades empresariais privadas 3.475 23.850 227.082 45.874 27.564
Entidades sem fins lucrativos 75 495 981 746 46
Pessoas físicas e outras formas de org. legal 25 32 302 74 31
Total 4.839 29.240 240.395 50.913 30.132
Fonte: RAIS/MTE.
Elaboração: Subseção DIEESE/Fenadados

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PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


Considerações finais

A crescente demanda por profissionais de informática tem exigido um esforço


crescente por parte das entidades sindicais representativas e pelos próprios profissionais, a
fim de identificar as tendências relacionadas às condições de trabalho e emprego no setor.

Os dados coletados e apresentados neste trabalho referem-se ao ano de 2008,


última edição da RAIS divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. Somente
em setembro de 2010, serão divulgadas as informações do exercício de 2009. Além desta
defasagem temporal, tais informações referem-se ao emprego formal, o que não permite
contemplar na análise um amplo conjunto de trabalhadores que não estão protegidos pela
legislação trabalhistas, como: trabalhadores autônomos, de empresas individuais e
cooperativas.

Os dados disponíveis, apesar de suas limitações, permitem traçar um quadro com


as principais características dos trabalhadores do setor de tecnologia da informação.
Primeiramente, como já explicitado anteriormente, a atividade encontra-se presente em
todos os setores econômicos da sociedade. Em geral, a informática, nesses casos, é
utilizada para outro tipo de produção, caracterizando-se, em grande medida, como
atividade meio.

De fato, qualquer empresa ou órgão público requer serviços específicos de


informática – que podem ser exercidos por empresas terceiras ou não. Em qualquer caso,
estes serviços devem obrigatoriamente se adaptar à atividade fim desempenhada pela
empresa exigindo do profissional, além do conhecimento específico, uma atuação num
ambiente mais amplo. Hoje, a informática, de modo geral, se relaciona com todo o
processo produtivo, desde a concepção de produtos até o resultado final.

Isso, em parte, explica o porquê da concentração dos empregos no setor privado,


em especial, em regiões com economias mais diversificadas. A região sudeste, por
exemplo, concentrava aproximadamente 68% do total de postos de trabalho do setor, e,
somente São Paulo respondia por 44% do total dos postos de trabalho do setor. Dada a
importância e a dimensão que o estado tem para o país, com uma estrutura produtiva e
um mercado de trabalho bastante diversificado, não nos é difícil perceber a razão dessa
concentração.

Esse mesmo comportamento é verificado nas regiões, pois estados com economia
mais diversificada tendem a concentrar mais estabelecimentos e, consequentemente, mais
trabalhadores da categoria. Somente na região Sul a distribuição se mostrou mais
homogênea o que nos faz constatar que a própria dinâmica do mercado de trabalho e do
setor produtivo brasileiro, caracterizados por serem bastante heterogêneos, em certa
medida, explicam esse comportamento.

Grande parte dos postos de trabalho do setor é ocupada por trabalhadores mais
jovens - mais de 77% dos trabalhadores formais possuíam entre 18 e 39 anos de idade –.
Talvez isso ocorra em razão da própria dinâmica do setor que, por seu caráter de inovação,
22

PERFIL DA CATEGORIA – PROCESSAMENTO DE DADOS


principalmente na esfera privada, cada vez mais demanda por mão-de-obra profissional
com características mais diversificadas. E, muitas vezes, tais características estão mais
acessíveis para os mais jovens.

Independente da brevidade da propagação da informática e da sua acessibilidade


– não mais que duas décadas – o predomínio de jovens trabalhadores apontado pelo
estudo pode estar sinalizando um alto grau de rotatividade de mão-de-obra no setor. O
que, de certa forma, explica o baixo número de postos de trabalho ocupados por
trabalhadores com pós-graduação. Em geral, trabalhadores com mais experiência
costumam ter mais qualificação, principalmente em razão do tempo de que se necessita
para se obter maior formação universitária.

Por fim, a análise das informações apresentadas nos proporciona perceber que
tradicionais características do mercado de trabalho brasileiro, como as disparidades
salariais entre trabalhadores e trabalhadoras e a alta rotatividade do emprego, são
também perceptíveis no setor de processamento de dados, exigindo atenção especial
daqueles que se propõem a interferir no processo. Para tanto, faz-se necessárias análises
mais profundas, através de estudos mais específicos, que possibilitem maior clareza e,
assim, a melhores respostas aos crescentes desafios impostos pela dinâmica do mercado
de trabalho do setor.

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DIEESE

Direção Sindical Executiva

Josinaldo José de Barros – Presidente - STI. Metalúrgicas de Guarulhos


Alberto Soares da Silva – Vice-presidente - STI Energia Elétrica Campinas
João Vicente Silva Cayres – Secretário - Sind Metalúrgicos do ABC
Paulo de Tarso G. B. Brito – Diretor - STI Energia Hidro Termoelétrica BA
José Carlos Souza – Diretor - STI Energia Elétrica SP
José Maurício da Silva – Diretor - STI Metalúrgicas São Paulo Mogi e Região
Ana Tércia Sanches – Diretora - SEE Bancários de São Paulo, Osasco e Região
Mara Luzia Feltes – Diretora - SEE Assessoramentos, Perícias, Informações,
Pesquisas e de Fundações RS
Antônio de Souza – Diretor - STI Metalúrgicas Mecânicas e Material Elétrico Osasco
Região
Carlos Donizeti França de Oliveira – Diretor - FED Trab Asseio e Consevação SP
Zenaide Honório – Diretora - Sind Professores do Ensino Oficial SP
Maria das Graças de Oliveira – Diretora - SIND Serv Pub Federais PE
Pedro Celso Rosa – Diretor - STI. Metalúrgicas Curitiba

Direção Técnica

Clemente Ganz Lúcio - Diretor Técnico


Ademir Figueiredo - Coordenador de Desenvolvimento e Estudos
Francisco J. C. de Oliveira - Coordenador de Pesquisas
José Silvestre Prado de Oliveira – Coordenador de Relações Sindicais
Nelson de Chueiri Karam - Coordenador de Educação
Rosana de Freitas - Coordenadora Administrativa e Financeira

Escritório Regional do Distrito Federal

Direção Sindical Regional

Epaminondas Lino de Jesus – SINDAF-DF (Coordenador)


Antônio Eustáquio Ribeiro – SEEB-DF
Elizabeth de Jesus Maria – UNAFISCO Sindical
Milton Alves de Oliveira - STICMB
Luiz Carlos de Jesus Tavares - SINDÁGUA
José Maria de Oliveira - SINDESV

Equipe técnica que elaborou este estudo:

Sergio Lisboa Santos – Economista - responsável técnico pela subseção do DIEESE na


Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Processamento de Dados,
Serviços em Informática e Similares - FENADADOS
Revisão: Clóvis Scherer – Economista – Supervisor - Escritório Regional do DF

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