Você está na página 1de 8
2017-540 series RESOLUCAO DE EQUAGOES DIFERENCIAIS POR SERIES DE POTENCIAS & z g Para dar uma idéia do método das vamos comegar com um exemplo. de poténcias para resolver equagdes Exemplo 1: Consideremos a equagdo diferencial y'tey +y=0. Esta equagao parece muito simples, no entanto os métodos de resolugdo vistos na primeira drea nao se aplicam a ela, Vamos procurar entéio uma solugdo expressa em forma de soma de uma série de poténcias y= Do an2” = Substituindo na equagfo, temos Yan —1)aq2"-2 +5 naga" +o on” = = Eat a0 No primeiro somatério, chamando k =n — 2, temos > (n —1)an 2"? = y+?) (B+ Lapyaa* . = ko A seguir, em lugar da letra k, podemos usar qualquer outra, inclusive novamente n. Podemos também fazer o segundo somatério comegar de_n = 0 , pois fazer isto corresponde acrescentar uma parcela a mais no somat6rio, mas esta parcela é nula Obtemos, entdo, ipunwwra mat ues br!-briotzkolseries serios1 hil ve 2017-540 series oo oo ~ DY (n+ 2) (n+) ange" +O rane” + Yo anc’ n= =o n= Mudando a ordem dos termos e agrupando termos semelhantes, podemos escrever na forma de um nico somatério Slee +2) (0 +1) aga + (n+ Nan] 2” n=0 Desta igualdade decorre que todos os coeficientes se anulam, (nt iG +2) ang + aa} 0, ou seja, (n+2)anp2+@n=0, para n=0,1,2,3,... Chamamos esta tiltima igualdade de formula recorréncia. Ela nao nos diz nada sobre 4g € a1, mas a partir dai todos os ay, ficam determinados. Assim, ag € a1 podem ser escolhidos arbitrariamente, mas usando a formula de recorréncia repetidas vezes, vamos obtendo a=", =H 2°? B=? Encontramos assim a solugdo da equago expressa na forma y =)” an 2” & n=0 dependendo de duas constantes arbitrarias, ap € a1, 0 que ndo é de se estranhar, j4 que se trata de uma equagdo de ordem 2. Escolhendo ag = 1 ¢ a; = 0, obtemos 0 = a, = a3 = a5 = ipunwwra mat ues br!-briotzkolseries serios1 hil 2017-540 ey 2-4-6-...-(@n) nla” Encontramos, assim, uma solugiio da equagio diferencial, 0" 2 w=D Ge n=0 Observe que esta primeira solugdo poderia ser expressa em termos das fungdes elementares, De fato, usando a série da exponencial, obtemos nae Escolhendo ag = 0 € a; = 1, obtemos 0=a =m =a4= . =o" Gamtl = 375....-(Qn+1) (2n+i)l Os’mbolo !! acima é chamado de fatorial duplo e indica produto em que os fatores vio diminuindo de 2 em 2 unidades. Assim, uma segunda solugdo, linearmente independente da primeira, ¢ dada por -y ("amen 2 na? v= ows -Qnt+l)” " Gr Para verificar que de fato yp acima define uma solug&o da equagao diferencial & necessfrio, antes de mais nada, verificar que a série converge, isto é, que a série de poténcias que define yp tem raio de convergéncia maior do que 0. Nao faremos isto aqui. Observagies: (i) Se y= ap +a; 2 +4222 +--+, entdo y(0) =a9 ¢ y =a; + 2a)2++++. Logo y(0) = a; . Portanto nossa solugao y; corresponde as ipunwwra mat ues br!-briotzkolseries serios1 hil 2017-540 series condigdes iniciais y(0) = 1, y/(0) = 0, enquanto que yp corresponde as condigdes inicias y(0) =0, (0) =1. (ti) A solugo encontrada y, = e¥ & uma fungdo elementar. Usando nosso método de encontrar uma segunda solugao linearmente independente para a equacao linear homogénea: wan , (me +2yv')teno que nos dé 2 g ae 24 en oF yp" - Ize" Fv + 26 ou ainda, vw" au! Levando em conta que u()=1, v0) =0, yw2(0)=0, ¥0)= de wan ¢ w=vy toy, deduz-se que v(0)=0 , v(0)=1. ‘Vamos entao resolver o problema de valor inicial v"-av' v0) =0, v0 Pondo z = v', a equagio diferencial se reduz 4 equago de primeira ordem ipunwwra mat ues br!-briotzkolseries serios1 hil 2017-540 que é separivel, a 2 Gaede, me-F40, « 2 z Ce? . Da condigao inicial v‘(0) = 1 ou, equivalentemente, 2(0) =1, segue que Cy = 1 isto é, Logo Usando que v(0) = 0 , obtemos, finalmente, wa) = [oba, ou seja, w(c) oF [oka Temos, entdo, que 1) g241 ( ere w(z) = ea Geri =° pera. Conclusio: yp(z) nao se expressa em termos das fungGes elementares. Ou seja, ao resolvermos uma equagao diferencial linear de coeficientes varidveis, pode acontecer que uma solugdo nao possa ser expressa em termos das fungdes elementares. Por esta raziio estamos buscando uma forma alternativa para expressar as solugdes, como soma de série de poténcias. Em outras palavras, as fungdes clementares nao constituem um universo suficientemente grande para que com elas se possam expressar as solugdes das equagdes com coeficientes varidveis. ipunwwra mat ues br!-briotzkolseries serios1 hil 2017-540 series Exemplo 2: Consideremos o problema de valor inicial onan gee vij=1, ¥(l)=-2 Como as condigées iniciais so dadas no ponto rq = 1 , procuramos a solugdo expressa em forma de série de poténcias de x — 1, pois se u(z) = Yo an(z-1)", = entio ag = y(1) © a, = (1), de modo que as condigées iniciais do problema nos dizem que ag = 1 € a = —2. Substituindo na equagio temos [(@-1)+]] xy n(m— 1) an (2 —1)""* + [(@ — 1) + ry nan (x — 1)" = fet 23° an(2 1"! =0. n=0 Reescrevemos como YF n(n Van (e114 n(n Yan (@—2 S nan (2 = Ea] Eat 42 D0 nan (o— 1)" +) nan (a - 1)" -2 Yan (a - 1)" =0 tt aa no Fazendo mudanga de indices, obtemos. Sint 1) nang (2 — yr Slnt2) (n+ 1 anyo(a “ye So Vani (@ — 1)" a= = = ipunwwra mat ues br!-briotzkolseries serios1 hil 2017-540 series 42 Do nan (@ ~ 1)" + D> (m+ 1) dng (2 ~ 1)" ~2 D> an 2-1)" = 0. =I = = Notando que 0 1° ¢ 4° somatérios podem ser comegados em n= 0 ¢ 0 3° somatério pode ser comegado em n= 1 e agrupando os termos semelhantes, obtemos finalmente Zag +a1 +2024 Yo [(m +2) (n+ 1) ana + (+ 1)? ont a 2(n—lan+(n Yan] @ 1" =0 Para que a igualdade acima se cumpra é necessério que todos os coeficientes da série se anulem, Obtemos, entdo, a, + 2a, =0 ea formula de recorréncia (n +2) (n+ Langs + (n+ 1)? ang1 + 2(n— Nant [(m—Loni=0, n=1,2,3,... J4tinhamos que ag = 1 € a, = —2. Aplicando as formulas acima, vamos encontrando, . 4 1 ; x sucessivamente, a =2, aj =~, ag = 3, ele. Obtemos entdo a expressio 4 Qr+20-— ot 3 Observagio: No exemplo 1 foi possivel obter uma formula geral para os coeficientes das solugdes. Isto ndo aconteceu no exemplo 2, onde é poss’vel calcular tantos coeficientes quanto se queira, mas no obtivemos uma formula geral para eles. Cabe perguntar qual a causa desta diferenga. A resposta & que no exemplo 1, a formula de recorréncia (n +2) @n42 +a, = 0 € do tipo mais simples possivel, envolve apenas dois termos. Assim, por exemplo, an, pode se expressar em fungao de ag somente. Isto no ocorre no exemplo 2, onde a formula de recorréncia (n +2) (n +1) Qnye + (m+ 1)? angs + 2(n— 1) ay + (nm — 1)an_ =0 & mais complicada, envolvendo 4 termos. Em geral, s6 quando a férmula de recorréncia envolve ipunwwra mat ues br!-briotzkolseries serios1 hil 78 2017-5-10 series apenas 2 termos & que pode-se ter esperanga de encontrar uma expressdo geral para os coeficientes. ipunwwra mat ues br!-briotzkolseries serios1 hil

Você também pode gostar