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Capital

Depois do segundo metr os rostos so iluses de familiaridade que no se


cumprimenta: se espreita e se imagina. No ignora. Os mais vontade detm o
domnio da convivncia com o cinismo. Mas no se ignora. sofrido nos
ombros, nos joelhos, no pescoo, nos punhos, nos tornozelos, nas falanges.
Depois desce na estao da S. O mundo desce na estao da S. Sem
perceber j se est trincado no gosto, no tempo, na vontade. Trinca que
desenha um rio no concreto. Abala a resistncia cidade, e no sabemos o
que foi. O que aconteceu. Depois j tarde demais. J fomos inundados
quando percebemos num assombro como triste a agonia de um rio. Fugindo,
aquela era a nossa vida fendida abalada fornicada culpada prenhe. O barco
repintado de branco e vermelho jogado nas margens do Tiet acompanhado
dos descuidos. E de repente silncio e paralisia na marginal do Tiet. o
silncio de dentro daquele barco escuro, o silncio impossvel despregado da
camada de tinta to grossa que se pressente, a sua espessura. Todo mundo
olha e a membrana de casas amontoadas estica malevel sua promessa de
continuidade. Sua ameaa de continuidade. A membrana tensiona e no
samos nunca. No samos mais. A cidade feita das belezas obstrudas. A
cidade comove. A cidade di. A cidade feia das belezas obstrudas, a cidade.

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