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QUATRO HISTORINHAS DA ALEGRIA

"(...)Sim, ele era encrenca, das boas.


(...)Eu sabia o que estava fazendo, ele tambm: estvamos fazendo uma coisa
errada.
(...) Gostei da luz, dos olhos dele. Gostei que estava me encantando, gostei de
no poder me encantar e mesmo assim estar me encantando.
(...) Apesar de todo esforo, meu poder era uma iluso. Apesar do
desprendimento, eu me enganava o tempo todo.
(...)Nada de alegria, alegria. Ele fecha a porta e volta para sua vida real. Para
os dois, porque ele no era egosta: tristeza, tristeza.
(...) Alegria, alegria. Eu me implorava. E d para sentir isso o tempo todo? Eu
me cobrava tanto ser feliz que s vezes perdia a noo de que j era. Fugir da
felicidade ou fugir com ela?
(...) Num mpeto de teso, ou talvez aps um trabalho de conscincia confusa
que, por preguia, acabava se decidindo impulsivamente, respondi ao e-mail
dele: sim, senhor. Vamos para onde o senhor quiser, a hora que desejar e na
posio que preferir.
Nem todas as histrias precisam ter virgens plidas chorando s margens de
um mar de espumas. Nem tudo precisa ser romance tuberculoso. Alegria,
alegria.
(...)A felicidade, assim como a bebedeira, vai e vem. A felicidade, assim como o
sexo, entra e sai. A felicidade, assim como ele, era impossvel. Mas no pra
tentar ser feliz que a gente vive?"
Tati Bernardi

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