(...)Eu sabia o que estava fazendo, ele tambm: estvamos fazendo uma coisa errada. (...) Gostei da luz, dos olhos dele. Gostei que estava me encantando, gostei de no poder me encantar e mesmo assim estar me encantando. (...) Apesar de todo esforo, meu poder era uma iluso. Apesar do desprendimento, eu me enganava o tempo todo. (...)Nada de alegria, alegria. Ele fecha a porta e volta para sua vida real. Para os dois, porque ele no era egosta: tristeza, tristeza. (...) Alegria, alegria. Eu me implorava. E d para sentir isso o tempo todo? Eu me cobrava tanto ser feliz que s vezes perdia a noo de que j era. Fugir da felicidade ou fugir com ela? (...) Num mpeto de teso, ou talvez aps um trabalho de conscincia confusa que, por preguia, acabava se decidindo impulsivamente, respondi ao e-mail dele: sim, senhor. Vamos para onde o senhor quiser, a hora que desejar e na posio que preferir. Nem todas as histrias precisam ter virgens plidas chorando s margens de um mar de espumas. Nem tudo precisa ser romance tuberculoso. Alegria, alegria. (...)A felicidade, assim como a bebedeira, vai e vem. A felicidade, assim como o sexo, entra e sai. A felicidade, assim como ele, era impossvel. Mas no pra tentar ser feliz que a gente vive?" Tati Bernardi