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SUMARIO 8" LIGAO TEORICA RETIFICACAO DE CA | - Retificadores de corrente alternada = O diodo semicondutor como retificador 0s Tipos de filtros Il Retificadores de meia onda e de onda completa Retificador de meia ond - Retificador de onda completa 8 LIGAO PRATICA RETIFICACAO DE CA | - Retificadores de meia onda I - Retificador de onda completa IIL - Retiticador em ponte IV - Dobradores de tensaio V_ - Consideracées praticas sobre fontes VI - Deteitos na fonte 8° LIGAO ESPECIAL GRAFICOS (2° PARTE) E TRANSFORMADORES (1? PARTE) IIl- Construgao do grafico - Aplicagao dos graficos na representacao das carac teristicas de valvulas e transistores - Exemplos simples de emprego de graficos ‘TRANSFORMADORES 1 -Conceito I - Detalhes construtivos do transformador IIL - Exemplo de calculo de um transformador de forga INSTITUTO UNIVERSAL BRASILEIRO CURSO DE ELETRONICA BASICA RADIO-TV 8° LICAO TEORICA RETIFICACAO DE CA Introdugao A enorgia elétrica tem inémeras aplicagoes. Pode ser usada para produzir calor @ luz, movimentar motores, etc. AS fontes de energia s4o diversas, como s: bemos, sendo as mais comuns os ger dores de corrente continua (dinamos, pilhas e baterias), os geradores de ‘cortente alternada (alternadores). As pilhas, dinamos e baterias, fornecem corrente continua, e os alternadores fornecem corrente alternada, Este citimo tipo de gerador € que fornece energia para a maioria das cidades e para ‘© campo, onde chega a eletrificagao rural. Quando se trata de produzir uz, calor ou movimentar motores, ¢ indiferente que a tensdo seja continua ou alternada;. mas ‘quando devemos alimentar aparelhos eletrOnicos, que funcionam a base de transistores ou circuitos integrados, necessita-se de corrente continua. Se a rede de nossa casa @ de corrente alternada, podemos utilizar pilhas ou baterias para fazer funcionar os aparelhos eletrdnicos, mas isso nem sempre Possivel, ‘por algumas razoes, principalmente a economica, porque a energia de pilhas e de baterias € muito mais cara que a energia fornecida pela empresa de luz e forca, e ainda porque & mais dificil de se conseguirem altas voltagens pelo uso de pilhas e de baterias. Em circuitos._utilizando transistores, @ cémodo alimentar os aparelhos de pequena poténcia com pias, mas seria impossivel alimentarmos ‘um amplificador de som de 20 ou mais waits, por exemplo, com pilhas. Por esses ‘motivos, emprega-se a corrente alternada domiciliar, previamente convertids Corrente continua pelo uso de um circuito retificador. | - Retificadores de corrente alternada A retiicagao da corrente alternada, ou seja, a sua transformacao em corrente continua, € conseguida pelo emprego de elementos semicondutores como os retificadores de estado solido, principalmente os diodos de silico. 1 - 0 diodo semicondutor como retificador Uma das principais aplicacoes praticas do diodo ¢ a do processo de Fetificagdo, pelo qual uma tensao alternada com valor médio zero, como representado na figura 1, & convertida em uma tensdo com valor médio ou nivel DC (componente continua) maior que zero. Figura 1 Grafico tensdo aternada, circuito necessario ¢ mostrado na figura 2, com um diodo ideal (circuito aberto na regiéo de nao conducao. isto é, ‘a corrente no diodo é nula). Figura 2- Circuito retificador. Para a tensdo senoidal de entrada V definida no intervalo de 0 a x, como 2 domonstrado na figura 3, a polaridade da tensdo nos terminais do diode 6 tal que resulta uma representacao de curto- ircuito (vd = 0 V), conforme mostra a figura 4, pois 0 seu 4nodo encontra-se ‘em um potencial positivo, em relagao a0 ‘seu catodo, 0 que equivale a dizer que 0 ‘componente encontra-se corretamente polarizado, Figura 4 - Estado de condugio. Observacao: dizemos que VD = 0V, pois estamos considerando 0 diodo em questao como sendo um componente ideal e ignorando a barreira de potencial, existente no componente real. Para’a tensdo senoidal de entrada V definida no intervalo de x a 2x como mostrado na figura 5, resulta a Tepresentacao de circuito aberto cconforme mostra a figura 6, pois 0 diodo encontra-se inversamente polarizado, ja que 0 seu catodo encontra-se neste instante, em um potencial mais positive que seu anodo, Figura 5 Graico semicilo negativo Observe a polaridade da tensao de entrada V em cada cifcuito. Para a figura 4, a tensao de saida V, sera a mesma da tensao de entrada V, uma vez que 0 diodo esla diretamente polarizado. oe [ae Figura 6 - Estado de nao condugao. Na figura 6, devido as carac- teristicas de circuito aberto do diodo ideal a tensao de saida V, ¢ igual a zero, A forma de onda resultante na saida € mostrada na figura 7, para um ciclo da tensao senoidal de entrada V. Figura 7 Forma de onda obtida na carga, 2-Filtros Consideremos quo, pelo resistor R e carga, passe corrente pulsante com forma de onda semelhante a que ‘mostramos na figura 7. Coloquemas, em paralelo com o resistor, um capacitor de ‘capacitancia elevada. Teremos 0 circuito mostrado na figura 8. Entao, acontece 0 Figura 8 Fitvo RC. seguinte: quando a corrente, no resistor, flu' de A até o ponto O, que corresponde & amplitude maxima, 0 capacitor C carrega- se com sua maxima carga,conforme mostrados nas figuras 9 ¢ 10, onde representamos a forma de onda obtida a saida do retificador sem a presenga, no Circuito, do capacitor C (figura 9) com a Presenca do mesmo (figura 10), Quando a ccorrente decresce, 0 que corresponde a0 trecho OB, 0 capacitor comeca a descarregar-se, através do resistor A, € continua se descarregando durante 0 tempo em que 0 diodo nao conduz. Como a descarga ¢ lenta, 0 capacitor nao chega @ atingir carga zero, produzindo o trecho OX da figura 10. A corrente agora fica bem mais préxima da forma de corrente continua. O circuito RC ¢ chamado de filtro RC. Devemos esclarecer que a {itragem 6 tao mais eficiente quanto maior 6 0 produto RC, embora, na pratica, esse produto tenha limitagoes. filtro RC @ 0 mais elementar que existe, porém os fitros mais eficientes S20 Constituidos de indutores e capacitores Tipos de filtros De acordo com a disposictio dos elementos de filtragem, podemos classificar os fitros em tipos LT ex (pi) Na figura 11. mostramos um filtro RC do tipo Le, na figura 12, um filtro LC ‘om L. Esses filtros também sto chamados do L com capacitor na entrada, para diferenciar do L com capacitor na saida, {que se obteria mudando a posi¢ao de FR, L ou C, como mostramos nas figuras 13 © 14, Cabe aqui uma pequena observacao: nos circuitos eletronicos mais, elementares, a resisténcia R, integrante do filtro RC’ em L (com 0 capacitor na entrada) € composia pela propria impedancia apresentada pela carga, Na figura 15, mostramos um filtro do tipo T, contendo resistor e capacitor e na figura 16.0 filtro em T, contendo indutor e capacitor. Finalmente, apresentamos os fos em x, sendo na figura 17 0 RC © na figura 18 0 LC. Esse tipo de filtro é um dos mais difundidos, na pratica A ae Rearge gra Five Ro t See Aearga Soto Figura 18 Filro L- RC (capacitor na said), ‘Ao diodo od Figura 14 Fito LL (eapactor na saida), Figura 15 Ftro TAC. ‘Ao diodo: Figura 16 Fito TLC. Figura 17 - Fito nC. Figura 18 - Fitro wLC. Observacées: 1) A carga que vai ligada aos terminais da rede de filtro constitui a resisténcia que oferecem (associados) 08 ‘componentes que serao alimentados pelo relificador. Para ilustrar, na figura 19, mostramos como 6 ligado o retiicador, 0 filtro x-RC @ a carga, sendo esta citima representada por uma série de transistors, dos mais usados em receptores de radio. Em pontilhado, indicamos 0 retificador, que & composto pelo diodo 1N4002, 0 filtro em =x, formado polo resistor R e dois capacitores, © a carga que ¢ imposta pela resistencia do Conjunto de transistores. Figura 19 - Exempio de carga. 2) O filtro mais eficiente aquele formado por indutores € capacitores. De fato, analisemos o circuito x com Le C. Sabomos que 0 indutor se opoe a passagem de corrente variavel @ que 0 Capacitor 6 pouco resistente a ela. Entao, a corrente variével tende a descarregar-se para a terra, através do 1? capacitor, © a parcela que tenta passar pelo indutor fica bastante amortecida, sofrendo nova descarga para a terra, através do segundo capacitor, melhorando ainda mais a fitragem, . 3#) As redes de filtro podem ser agrupadas em série ou em cascata. 4°) A pequena tlutuacao da corrente retificada recebe 0 nome de “tipple nos meios técnicos. Il - Retificadores de meia onda e de onda completa 1 - Retificador de meia onda Dizemos que o retificador é de meia onda quando ele aproveita somente ‘a metade do ciclo da corrente a ser retificada, retiicador que estudamos no item 1 6, portanto, de meia onda. Para ‘completar a apresentacao do relificador de meia onda, vamos introduzir sucintamente um componente bastante importante, tanto em eletrotécnica como fem eletronica, que 6 o transtormador. a) Transformador © transformador é um dispositive que serve para modificar as caracte- risticas de uma corrente alternada ou pulsante, ‘Assim, teoricamente, usando transformador, podemos elevar ou abaixar a corrente @ a tensao de uma fonte alternada ou pulsante a qualquer valor. Entretanto, essas modificagdes devem obedecer a lei da conservacao da energia, pois 0 transformador nao oria energia, mas apenas a modifica. Por exemplo, se temos um gerador que fornece 100 Volts a um Ampare, ou seja, de paténcia de 100 watts (pois P = 100 V x1 A= 100 W), com 0 transformador Podemos aumentar a tensao para ‘qualquer valor, mas a corrente abaixa ara que a poténcia continue a mesma. ‘Assim, 50 quisermos transformar os 100 V do gerador do exemplo em 500 V, poderemos fazé-lo usando um. transformador, mas a corrente maxima que esse transtormador pode fornecer serd de 0,2 A (dois décimos de Ampere), porque a maxima poténcia que ele pode fornecer ¢ igual a aplicada, ou seja, 500 V x 0,2 A= 100 W. Evidentemente, 6 possivel abaixar a tensdo e elevar a Corrente, O importante 6 concluir que 0 produto "tensao vezes corrente”, na saida do trans formador, ¢, no maximo, igual ao produto “tensao vezes corrente”, na entrada. b) Descri¢ao do transfor- mador Um transformador consta de uma ‘ou mais bobinas enroladas sobre um mesmo ndcleo, que geralmente ¢ de ferro. A bobina onde é aplicada a energia a ser moditicada recebe 0 nome de primério, e aquela (ou aquelas) de onde se retira a energia modificada recebe o nome de secundario ou secundarios. Na figura 20, mostramos um transformador Contendo duas bobinas, isto é, primario & Figura 20 - Exompio de um transtormador, Figura 2t ‘Simbole de um transtormador. secundario, enquanto que um desenho lesquemiatico 6 mostrado na figura 21 Figura 22 - Posicionamento das laminas em ‘lagdo ao enrolamento niécleo & constituido de laminas de ferro silicioso, isoladas entre sie empilhadas. Pode ter varias formas, porém as mais comuns sao em L, E, le F Na figura 20, o transformador mostrado tem chapas do tipo L. Os tipos de nucleo mais usados em eletrénica sto os Ee | ‘em conjunto, sendo os enrolamentos alojados na perna do E. Na figura 22 mostramos um transformador dese tipo. Apresentamos o conjunto de laminas Ee | separadas, para que o aluno observe onde se alojam os enrolamentos, que sao sobrepostos, mas, na realidade, as chapas E e | sao entrelagadas, como se indica na figura 23. Figura 23 - Enrolagamonto das laminas. ) Como funciona 0 transfor- mador Quando se aplica corrente ao primério, essa bobina cria em volta de si um campo magnético também alternado. Por sua vez esse campo magnético varidvel induz na bobina do secundario uma corrente também alternada. Assim, ha uma transferéncia magnética da energia do primario ao secundatio. 5 Quando 0 numero de espiras do primario 6 igual ao numero de espiras do Secundario, a tensa0_ neste citimo @ exa: tamente igual a aplicada. Desprezando-se as perdas que acontecem no fio e nucleo, podemos afirmar que também a corrente ‘no secundario é igual a do primaiio. Tal tipo de transformador ¢ chamado de transtormador de isolagao, Se o numero de espiras do secundario for duas, trés, quatro, etc, vezes maior que 0 do primério, a tensao também sera duas, trés, quatro, etc, vvezes maior que a do primario. Diz-se que © transformador ¢ elevador de tensao. Caso contrario, isto 6, quando 0 numero de espiras do secundario é uma fragao do ‘numero de espiras do primario, a tensdo do secundario também sera uma fragao daquela do primario. Diz-se entao que 0 transformador 6 redutor de tensao. d) Transformador com to- mada central no secundario Vamos verificar agora o que acontece quando um enrolamento ssecundario tem uma derivacao no centro do enrolamento, derivacao essa que ‘chamada, nos meios técnicos, de tomada central ou, em inglés, “center-tap” que significa tomada central De acordo com as explicacoes dadas, entre cada uma das extremidades do enrolamento e a tomada central exist tensdo, que ¢ a mesma ¢ igual 4 Figura 24 Transtormador com center tap. metade da tensdo total do enrolamento. Seja, por exemplo, o transformador fesquematizado na figura 24. Se entre ae bb do secundaria tivermos tensao de 700 ¥, entre a @ ¢ teremos 360 V 6, entre ¢ 0 b, também 350 V. As duas partes do enrolamento de 700 V funcionam, entéo, como dois geradores em série. Assim, £6 fem dado momento o terminal b 6 posiivo, © terminal a sera negativo, e o.¢ mais positivo que a, porém negative em relagao ab. Indicamos esse fato com sinais + @-, fa figura. O aluno deve notar que os dois sinais em ¢ no querem dizer que esse terminal seja posiivo e negatvo, mas que ele € positivo em relagao a a e negatwo em relacao a b. Essa observacao sera Figura 25 - Retiicador de meta onda Figura 26 - Esquema do retiicadar de meia utiizada a seguir, quando tratarmos da relificagao de onda completa. Feito este parénteses para apresentacao do transformador, componente este que sera estudado detalhadamente em uma de nossas ligdes especiais, vamos voltar ao retificador de 1/2 onda. Assim, na figura 25, mostramos um circuito em que 0 diodo nao esta ligado diretamente a fonte de CA (corrente alternada), mas é utiizado um transtormador que fornece tensao mais, baixa que a da rede, para o diodo Observacao: Sempre que for oportuno apresentaremos, além do esquema, uma visao da montagem em aspecto real, para que o aluno habitue-se a efetuar leitura de esquemas e a localizar seus componentes, em relacdo ao circuito. retifica of, enquanto que o esquema mositado na figura 26. abe aqui um pequeno comen: A tonsao retificada @ chamada, na grande maioria das vezes, de +B. Essa enominaca9, que 0 aluno encontrard nos quematicos, tem a seguinte cacao. antigamente, todos os receptores de radio eram alimentados exclusivamente por baterias. Entao, 0 polo positivo da bateria era indicado no esquema pela notagao +Bat, que posteriormente foi simplificada para +B. Mais tarde passou-se a usar a tensdo retiticada da rede de distribuicao, mas, por tradigao, conservou-se a notacao +B, para indicar o pélo positive de tensao retiticada. 2 - Retificador de onda completa © retificadar de meia onda, que estudamos, tem algumas desvantagens. ‘Assim, ele aproveita somente 0 semicicio positive da corrente, 0 que significa baxo Fendimento; necesita de valores mais ‘elevados dos componentes do filtro, 0 que ‘eleva 0 custo, etc. Visando diminuir esses inconvenientes, criou-se 0 circuito retificador de onda completa. Como 0 Figura 27 -Retticador de onda completa proprio nome sugere, trata-se de um Circuito retificador que aproveita os dois, semiciclos da onda. Na figura 27, ‘mostramos um circuito retficador de onda completa, que aproveita a propriedade do transformador com derivacao central, Figura 28 - Esquema do relficadar de onda assinalado no item anterior. O esquema sie circuit retificador € mostrado na figura 28, para que 0 aluno faca a devida comparagao e acompanhamento. Ap ntamos esse circulto por ser mais facil mpreender o seu funcionamento, mas & possivel obter um retificador de onda completa, usando diretamente a tensao da rede. Como se observa, o circuito utiliza dois diodes com os catodos ligados em paralelo (unidos entre si), tendo os Anodes ligados aos extremos do secundario do transformador. A carga é ligada entre os catodos @ a tomada central, que geralmente vai ligada ao chassi (terra). O funcionamento do circuito 60 seguinte: Imaginemos que, no semiciclo positivo da tensao aplicada ao primario do transformador, 0 ponto b do secundario ‘ea positivo. Entao, 0 ponto ¢ & negativo em relacao ao b e ha circulagao de corrente de b para ¢ através do diode D, como indicamos pelas tlechas cheias. Ha entao, retificagao de moia onda. Como a é nnegativo em relagao a ¢, 0 diodo D, nao conduz corrente, porque seu anodo fica negative em relacao ao catodo, Suponhamos, agora, que a tensa0 no primario passou para 0 semiciclo negativo. Entao 0 ponto b, que ora posttiva, toma-se negativo em retacao a ¢, 0 diodo D, fica polarizado inversamente, de maneira' que seu anodo fica negativo ‘om relagao a0 catodo, e nao ha passagem de cortente. Por outro lado, 0 ponto a, que era negativo em relacao a ¢, muda de polaridade, ou seja, passa a positivo Entao, o diodo D> conduz, e passa Figura 29 - Formas de onda. corrente no sentido que indicamos pelas flochas tracejadas, na mesma figura, Observando a corrente na carga, vemos que ela circula em um s6 sentido, tanto no semiciclo positive como no negative da tensao aplicada ao primario do transformador. Ha, entao, retificagao de onda completa. Na figura 29, mostramos a forma de onda abtida no primario do transformador (parte superior da figura), enquanto que, abaixo desta, tramos a forma de onda obtida no de carga. O aluno nota que tanto s como os vales da senéide, sno primario, S40 aproveitados, Contrariamente ao que ocorre com 0 relficador de meia onda. So, antes da carga, passarmos a corrente por um dos firos estudados, ela sera, “aplainada’ com mais faciidade que no retilicador de meia onda e saira praticamente continua. CURSO DE ELETRONICA BASICA RADIO - TV 8° LICAO PRATICA RETIFICACAO DE CA Nesta licdo, vamos apresentar alguns esquemas de ratificadores de meia ‘onda, onda completa, dobradores etc., de Uso corrente na maior parte dos apareihos eletronicos comerciais, tais como radios, TVs, amplficadores etc., para que o aluno tome contato com esse tipo de fonte de alimentagao. Retificadores de meia onda Na figura 30, mostramos uma fonte de meia onda, usando 0 retificador de silicio BY100, enquanto que o seu Figura 31 onda Esquema do retiicador de mela esquema, para comparagao @ acom- panhamento, é mostrado na figura 31 Ha em série com o retificador BY100, que @ um diodo de silicio, um resistor de 100 - 5 W. A funcao desse resistor 6 evitar a queima do retiicador polo surto instantaneo de corrente. Realmente, sabemos que, no instante inicial da carga, 0 capacitor agira ‘como um curto-circuito, se estiver des: carregado. Assim, a corrente, nesse mo: mento, que chamada de corrente de surto,” pode atingir valor maior do que 0 retificador @ capaz de suportar, ¢ ole se queimara. A corrente de surto para o BY 100, indicada pelo manual, é de 25 A. resistor de protegao pode ser facil- mente determinado, ainda aplicando a lei de Ohm. De fato, se admitirmos que, no instante em que se liga 0 receptor, 0 ca acitor seja um curto-circuito, e que a resisténcia do retificador seja nula no sentido direto (S80 as condicoes mais destavoraveis), resulta que o resistor {ue limita a corrente a 25 A deve ser de 110 : 25 = 4,40. Escolheu-se o valor de 102, para limitar a corrente a valor bem ‘mais baixo que 25 A. A poténcia também pode ser calculada pela lei de Ohm. ‘A corrente pulsante ¢ retificada pelo filtro em x, composto pelos dois capacitores de 47 uF x 150 V e pelo resistor de 1 KG. -10W. Na figura 32, mostramos um Circuito tipico de retificador de meia onda, Figura 93 - Esquema de fonte retiicadora de meta onda que 6 utiizado em receptor de TV, cujo ‘esquema pode ser visto via figura 33. © aluno pode observar que ole 6 semelhante ao circuito da figura 31. O cir- cuito retificador € aquele que esta dentro do retangulo tracejado. As demais redes de fitro sa0 necessarias para as seccdes de televisor, que exigem alimentacao de o7 Figura 84- Fonte do Ampliicador SP-16-04 Corrente continua mais pura, Na figura 34, mostramos a fonte de alimentacao do amplificador estereofénico General Eletric’ SP - 16-04, transisto rizado, Como se observa, é uma fonte de ‘meia onda, convencional, onde a tensdo da rede 6 abaixada pelo uso de um trans formador. O primario do transtormador é de dois enrolamentos e, quando a chave esta na posigao indicada na figura, os fenrolamentos ficam em paralelo, corres- ondendo a tensao de 110 V. Se a chave passa a outra posigao ({racejada, na figu: fa), 05 enrolamentos ficam ligados em sé- Fie © que corresponde a tensao de 220 V. (0 secundario do transformador tem tum de seus terminals ligado ao chassi e o outro ao retificador BY114 (au equi- valente), através de um fusivel (que no caso 6 um pedacinho de fio 42). Como particularidade, o aluno deve notar que tanto o retiicador como os capacitores es: tao invertides, ou soja, o retificador tem ‘seu catodo ligado ao transformador, ¢ 0s capacitores tém 0 pélo positivo ligado 20 cchassi. Isso nao altera em nada as expli: cagdes que foram dadas na ligao teérica sobre 0 funcionamento dos diados como relificadores, De fato, consideremos o retificador ligado rede, como na figura 35, sendo Ra resistencia de carga. Admitamos que. em certo instante, € aplicado ao catodo do reliicador (ponto a) © semiciclo positive Figura 35 -Retiicagao de meia onda negaiva da corrente. Evidentemente o terminal do resistor, igado ao outro fio da rede (ponto b), seré negativo. Nessa situagao, o retificador esta polarizado no sentido inverso; portanto, ele nao deixa passar corrente pelo resistor. Quando a corrente da rede se inverte (semiciclo seguinte), 0 catodo do retificador fica negative ¢ 0 Anodo, positivo, Isso quer dizer que 0 retificador esta polarizado no sentido direto, e havera passagem de corrente através da resistencia de carga.Assim, s6 ha retificagso dos semiciclos em que 0 onto b € positivo em relagao a a, como era de se esperar. Como o sentido convencional de percurso da corrente é do positive para o negativo, concluimos que o terminal inferior (na nossa figura) da resistencia de carga ¢ positivo; consequentemente, 0 capacitor de fio deve ter © pélo positive ligado nese terminal E importante nao inverter a polarizacao do capacitor eletrolitico de filtro porque, como ensinamos na licao sobre capacitores, ele, se invertido oferecerd resisténcia muito baixa e poré fem curto-circuito 0 diodo retificador. Fica assim esclarecido porque tanto © retificador como os capacitores estao invertidas no circuito da figura 34. ll - Retificador de onda completa A retificagéo de onda completa tem a vantage de ser mais eficiente do que a de meia onda, porque, como se viu, ela aproveita os dois semiciclos da onda alternada, Alias, 0 rendimento maximo ‘que se pode conseguir de um retificador de meia onda é de 40% 2, com 0 relificador de onda completa, é'de 80% ou seja, duas vezes mais. Devemos esclarecer que se chama de rendimento da retificacao a relacao entre a poténcia de saida de corrente continua © a poténcia total de corrente alternada aplicada ao diodo retificador. ‘Outra vantagem do retificador de onda completa ¢ que a filragem ¢ feita ‘com mais facilidade. A retificacao de onda completa, empregando-se transformador de forca, & largamente usada em aparelhos de radio do tipo chamado de mesa, em eletrolas, televisores, ete. © citcuito de uso mais corrente ¢ 0 Figura 36 completa, Fonte retificadora de onda Figura 37 - Esquema de fonteretiicadora de onda completa, mostrado na figura 36, cujo esquema pode ser visto na figura 37, @ que é fempregado em indmeros tipos de Circuitos, @ seu funcionamento idéntico ‘a0 que descrevemos na lio te6rica, Retificador em ponte © retiticador em ponte também 6 ‘um tipo de circuito muito empregado na pratica. Na figura 38 mostramos uma ‘montagem que emprega este sistema de retificagao, enquanto que seu esquema ode ser visto na figura 39. Empregam: Figura 38 - Fonte refiicadora em ponte. ‘que nao estao ligados ao transformader, ‘contorme podemos ver na figura 40. Para compreender como funciona ¢ ircuito, suponhamos que, para o meio ci lo positive de tensao aplicada ao prima fio do transformador, seu secundario te ha 0 ponto A positivo e, evidentemente, © B negativo. Nestas condigées, o ponto 1 a ponte retiticadora também apresenta 0 mesmo potencial que © ponto A, que, no momento, 6 mais positive em relagao 20 ponto 2 da ponte, o que possibilta ao dio do D, conduzir. Por sua vez, 0 ponto 4 da ponte também é mais positivo que 0 pont 3, 0 qual apresenta 0 mesmo potencial ‘ue © ponto B do transformador, per mitindo que 0 diodo Ds também conduza, ‘Assim, 0s diodos D; e D3 ficam em série ‘com a carga e conduzem. Por outro lado, ‘8 diodos D, e D2 ficam polarizados no sentido inverso @ nao conduzem. A corrente, no semiciclo positivo, tem 0 sentido que mostramos com trago cheio, ra figura 40 (sentido real) Quando 0 semicicio se inverte no primario, 0 ponto A, que supomos positivo, fica negativo, enquanto que o ponto 8, que era negativo, torna-se positive. Nesta nova situagdo, os diodos 4 ret. BY 100 ou equivalente . o . Figura 39 - Esquema da fonts reticadora em ponte se 4 diodos retificadores (como indicado ‘no esquema) ou uma ponte retificadora (como empregado na foto), e um transtormador simples, que nao tenha derivacao central. Este tipo de retificador 6 também de onda completa. Cada diodo 6 chamado de brago da ponte, sendo a carga conectada aos terminais da ponte 8 D2 Dy conduzem, porém os diodos D, @ D3 no, pois encontram-se inversamente polarizados, ou seja, anodo negativo em Felagao ao catodo. O sentido real da corrente 6, entdo, 0 que indicamos com linhas tracejadas. Desta maneira, na carga, a corrente circula no mesmo Figura 40 - Funcionamento da retficagao em ponte sentido, durante ambos os semicicios, portanto, ha retificacao de onda completa Visando economia de espaco, pode-se empregar, ao inves de 4 diodos ‘em separado, uma ponte retificadora, ‘componente que possui internamente 4 diodos interligados na configuragao retificadora em ponte. ni Figura 41 retiicadoras, Tipos mais comuns de pontes Os tipos mais comuns de pontes reliicadoras podem ser vistos na figura 41, enquanto que suas simbologias e disposicao interna dos diodos sao ‘mostrados na figura 42. ‘A fonte mostrada nas figuras 38 @ 39, como dito anteriormente, consiste num exemplo de circuito retificador em Ponte; projetada para fornecer 9 Volts, pa- fa substituir a bateria de aparelhos tran- sistorizados que trabalham com essa ton- 880. 0 aluno identifica 0 transformador {que reduz a tensao de rede para 7.5 V, os quatro retficadores em ponte @ um capa- citor de filtro de valor elevado, ou seja, 2000 uF x 15 V. A carga, logicamente, sera 0 aparelho que se ligaré aos terminals + © - da fonte. so de +B, 0 uso das fontes sem transformador. Procurando resolver esse problema, chegou-se aos circuitos ‘multiplicadores de tensdo, dos quais os mais divulgados sao os circuitos dobradores de tensao, que, como 0 nome sugere, permite obter corrente relificada de tensdo igual a duas vezes a tensao da rede, ou seja, quando a tensa0 alternada 6 de'110 Volts, consequem-se cerca de 220 V de tensdo continua e, no ccaso da tensao ser de 220 V, conseguem se até 440 V de tensdo continua (Os dobradores de tensao também podem ser de meia onda ou de onda completa, a) Dobrador de meia onda © circuito basico do dobrador de meia onda esta indicado na figura 43, enquanto que, na figura 44, jlustramos tum exemplo de circulto real do mesmo. O aluno identifica. dois capacitores eletroliticos @ dois diodos. O funcio- namento do circuito 6 o seguinte. ‘Admitamos que a tensao alternada de entrada esteja variando no semiciclo Simbologias. Disposigao interna Figura 42 - Simbologi e dsposicio interna dos dodos interns a ponte retficadora, IV - Dobradores de ten- sao Como 0 aluno pode observar, analisando os circuitos de fontes relificadoras sem transformador (figuras 31 32), a tenséo retificada que se con- Segue é menor que o valor maximo da tensdo alternada da rede. Isto limitava, ‘exclusivamente a aparelhos de baixa ten- 9 nagativo. Entao o ponto a, ligado a armadura do capacitor C;, 6 negalivo, eo onto b & positivo. Nestas condigées, 0 diodo D, esta polarizado no sentido da condugao e carrega 0 capacitor C;. No semiciclo seguinte, o ponto a passa a ositivo e o b a negativo. Quando isso se 48, 0 diodo D, no conduz mais, porque fica polarizado inversamente, e 0 capa- Figura 43 - Dobrador de meia onda. Figura 44 - Circuito do dobrador de meia onda, itor C;, que esta carregado, fica em série ‘com a Tonto, de modo que sua tensio se soma a da jonte. Agora, o retiicador D fica polarizado corretamente e carrega 0 ‘capacitor Cz, No semiciclo seguinte, tudo se repete da mesma maneira, ‘A ratiicagao & de meia onda por- ‘que, no primeira meio ciclo (o negative), 0 capacitor C, se carrega e, somente no ‘outro meio ciclo, a corrente passard carga (tracejada, em nossa figura) Na figura 45, mostramos 0 esque. ma de um dobrador de meia onda, usado ‘em receptor de TV. Esse tipo de retifica- {0 foi muito usado pela maioria dos fabricantes de televisores. Tem vantagem sobre as fontes com transformador, pois economiza este titimo componente, que & ‘caro, também economiza espago, 0 que 6 bastante importante. (© capacitor de entrada (C;, na figura 43) carrega-se com a amplitude maxima da onda alternada, ou seja, 110 x 1,41 = 185.1 V; portanto, deve ser escolhido aquele que tenha voltagem de trabalho superior a esse valor. Existem no mercado capacitores com tensao de isolagao de 200 V, construidos especialmente para as fontes dobradoras. Os capacitores, como se viu carregam-se com a amplitude maxima de tenséo, ou seja, 155,1 V, de modo que, i wor ary aus 00m teoricamente, a tensao retiticada devera ser de 185,1 x2 = 310 V. Entretanto, isso nao acontece por duas razoes: 1%) 0 consumo de corrente da carga impede que os capacitores se carreguem completamente; 2") porque os diodos opdem certa resisténcia @ limitam a cortente. Portanto, a tensao retificada & praticamente igual ao dobro do valor eficaz da tensdo de entrada, e nao igual ‘20 dobro do valor maximo, b) Dobrador de onda com- pleta Com dois retificadores ligados con- voniontemente a rede de alimentacao, possivel montar-se uma fonte retificadora de onda completa sem transformador, como mostramos na figura 46, ¢ cujo esquema pode ser visto na figura 47. (0 funcionamento dessa fonte Figura 48 - Circuito dobrador de onda completa, também é simples e pode ser explicado da seguinte maneira: Consideremos o instante em que 0 ssemiciclo positive esta sendo aplicado a0 diodo D,, ou seja, 0 ponto a & positivo, Logicamente o panto b negativo, e o dio do D, fica polarizado no sentido da condu- ‘e80, Entao 0 capacitor C, carrega'se, teo- Ficamente, com o valor da maxima ampli- Figura 45 - Esquema comercial de dobrador de meia onda, 10 tude. O diodo Dz, nesse meio ciclo, est polarizado no sentido inverso ¢ nao conduz, No meio ciclo seguinte, © ponto a fica negative e o ponto b, positivo. Entao, 0 diodo D, passa a condugdo e carrega 0 capacitor C2. O diodo D,, agora, esta po- larizado no sentido inverso e nao conduz Como D, conduz no semiciclo positive da tensio da rede e Da conduz no ‘meio ciclo negativo, ha condugao em toda a onda, e 0 relificador 6 de onda completa. Por outro lado, os capacitores C; € Co estao ligados em série, de modo que as tensbes se somam. Como a carga esd ligada aos extremos da associacao fem série dos dois capacitores, ela recebe ‘a soma da tensao dos dois. Esse circuito tem a vantagem de sor mais eficiente que o da figura 43, por que ele & de onda completa; entretanto, tem o inconveniente de nao se poder ligar fa carga a terra ou um dos fios da rede diretamente no chassi Na figura 48, mostramos um exem- plo pratico do dobrador de tensao de onda completa, ‘© aluno nota, nesse esquema, que foi usado um transformador que fornece 6s 6 V, eletricamente isolado da rede. O indutor de filtro esta ligado no terminal negativo da fonts. c) Multiplicador de tensao Nos itens a e b, apresentamos os dobradores de tensao, que so 0s circu tos mais usados na pratica; entretanto, teoricamente, 6 possivel obter qualquer valor de tensao retificada, ligando-se convenientemente reiicador © capacito res, De fato, se 08 igarmos em cascala, a tensdo ira dobrando a cada fonte igual que se acrescente, Na figura 49, mos: ttamos uma fonte que daria tenso 4 ve- zes maior que a aplcada. Como 0 aluno Tota, trata-se de 3 dobradores de tonsa0 de meia onda, igados em cascata, isto 6, 05 terminals de saida de um aos de entra do outro, e assim sucessivamente. Esse sistema de multipicador de tensao foi empregado para obter a alla tensdo (35 000 Volts), para alimentar 0 tubo de imagem dos primeiros televisores de tela grande do tipo projecao, isto é, a imagem era obtida em um tubo pequeno de 3 polegadas e, depois, projetada na tela do aparelho, alraves de espelhos. ‘Atualmente, € muito empregado em televisores a cores, um tipo especitico {de multplicador de tensao, chamado de triplicador, e que, como préprio nome sugere, possui a caracteristica de muttpicar por 3 a tensao de entrada que the € aplicada, Na figura 50 mostramos alguns tpos de tripicadores ullizados na pratica Vv - Consideragoes praticas sobre fontes 18 A fonte deve ter caracteristicas de tensdo e de corrente adequadas ao Figura 48 Esquema de um dobrador de onda completa, Figura 49 Mulipieador de tons. Circuito que ira alimentar. Assim, se um dispositive requer 200 V e 0.5 A, nao se pode utilizar fonte que forneca os 200 V, Mas que nao comporte o consumo dos 500 miliampéres, porque 0 diodo se esgotara rapidamente. Se uma fonte tem, por exemplo, retificadores para corrente de 400 mA, de modo algum se deve substitui-los por outros de menor capacidade de corrente. Not> que Substitui-los por outros de maior Figura 50 Tipicadores de tenso, capacidade de corrente nao teria importancia, ou antes, permitiria uma reserva de corrente, ja que a carga, em funcionamento normal, ndo exige corrente maior que a especificada. 2! - A substituigao dos compo: rentes da fonte deve ser feita sempre por outros exatamente iguais, ou por outros de caracteristicas melhores. Por exemplo, se uma fonte tem o indutor de fitro de 6 H aberto (interrompido), devemos substitui lo por outro que tenha a mesma indu tancia e cujo fio permita a passagem da Corrente requerida pela carga. Admitamos ‘que ela seja de 200 mA. Entdo, vamos ao mercado especializado @ pedimos um indutor, também chamado de choque de filtro, que tenha indutancia de 6 Henrys € para corrente de 200 mA. Suponhamos ‘que nao seja possivel encontrar 0 choque com essas caracteristicas; entao, devemos optar por outro que tenha valores superiores, seja de indutancia jou corrente, Por exemplo, servria outro de 10 H- 200 mA, 6 H- 250 mA etc. " Quanto aos capacitores, valem as mesmas observagées. Assim, nunca devemos substituir capacitores de filtro por outros que tenham menor tensfio de trabalho. Quanto a capacitancia, deve ser igual ou maior que a original. Assim, se formos substituir um capacitor de 32 WF x 150 V @ s6 conseguirmos outro de 40 uF x 160 V, —poderemos —_utiliza-lo trangdilamente. 3 - A substituigao de fusiveis nao admite essa flexibilidade. Assim, os fusiveis deve ser trocados por outros igorosamente iguais aos originais. VI- Defeitos na fonte Os defeitos nas fontes de alimentagéo convencionais sao bastante simples. Os mais comuns sao: a) Queima do diodo retif cador ‘A queima do diodo retificador ‘goralmente acontece em consequéncia de curto-circuito, que pode ser nos capacitores eletroliticos ou na carga, ssendo que estamos chamando de carga 0 restante do circuito que é alimentado pela fonte, Nesse caso, desiiga-se 0 aparelho , com um ohmimetro, verifica-se qual 0 componente em curto. Uma vez encontrado, faz-se a sua substituicao @, ‘0m seguida, a do diodo retficador. Deve-se ter por norma nunca trocar diodo retificador, sem antes ter eliminado a causa da queima, b) Zumbido Os aparethos de radiorrecepcao & amplificadores de som podem apresentar um zumbido no som. Isto acontece quando os capacitores eletroliticos perdem sua capacitancia. Neste caso. pega-se um novo, encostande seus terminais nos dos capacitores da fonte, Em um deles 0 ronco desaparece. Este deve ser substituldo. Deve-se tomar cuidado, tanto na prova que sugerimos como na substituicao, para nao inverter a polaridade, pois isso danifica o eletroiitico @ possivelmente queimaria 0 diodo retificador. ©) Falta de tensdo retificada Nas fontes que __utilizam transformador, quando nao ha tensao retificada e os retficadores estao em bom estado, devem ser verificados os enrolamentos do transformador. Para isso, dosliga-se 0 apareiho e, usando-se 0 ohmimetro, verifica-se a continuidade do enrolamento, colocando as pontas de prova do insirumento nos terminais de ligagao do transformador. CURSO DE ELETRONICA BASICA RADIO - TV - 8" LICAO ESPECIAL GRAFICOS (2° PARTE) E TRANSFORMADORES (1" P Mm - grafico Construgéo do Para construir 0 gratico, podemos partir da formula matematica, atribuir valores a uma das varidvels @ calcular a outra. Entéo, para cada valor resulta um par de coordenadas. Levando-se uma série de coordenadas ao sistema de eixos, teremos uma colegao de pontos, os {uais, unidos determinardo a curva. Vejamos um exempio: Consideremos 0 citcuito da figura 11, onde temos um gerador, cuja tensao pode ser variada de 2 em 2 volts, igado a uma resisténcia desconhecida, em série ‘com um amperimetro, Figura 11 sraico. Ciroulto para levantamanto de Sabemos que, aplicando tensao & resisténcia, vai circular corrente, a qual sera indicada pelo amperimetro. Entao, tomaremos um papel e faremos duas colunas, sendo que, em uma, Figura 12, cratic. Tabela para levantamento de ‘marcaremos o valor da tenso que vamos aplicar e, na outra, anotaremos os valores que 0 amperimetro indicar. Como a tensao s6 pode variar de 2 em 2 volts, marcaremos 2, 4, 6, 8 e 10, na coluna das ‘tensées, como mostramos na figura 12. Agora, colocamos 0 gerador na posigao de 2 V. Admitamos que o amperimetro indicou 0,5 A. Marquemos fesse valor na coluna das correntes, em frente a 2 V, Passemos o gerador para 4 V; 0 amperimetro indica, nessa situacao, 1A. Marquemos esse valor, na coluna das correntes, em frente ao 4. Passando © gerador para 6, 8 e 10 V, admitamos que as correntes indicadas pelo amperimetro sejam, respectivamente, 1,5, 2 @ 2,5 A. Marquemos esses valores em frente’a tensao correspondente e temos 0 quadro da figura 13. Esse quadro @ o que Figura 13 - Tabela para levantamento de graico ja preenchids se chama de tabela de valores. ‘A partir dessa tabela, podemos construir 0 grafico. De fato bastara marcar ‘no grafico os pontos de coordenadas (2, 0,8), (4, 10), (6, 1,5), (8, 2) @ (10, 2) © ligé+los entre si. Fagamos isso. Inicialmente, tomemos uma folha de papel e tracemos nela dois eixos orto {gonais, isto 6, que fazem entre si um 4n- {ulo de 90°. Graduemos os dois elxos. Va mos escolher 0 eixo vertical para eixo das tens6es @ 0 horizontal para eixo das cor rentes. Como a tensao varia de 0 a 10 V, vamos escolher a escala de 1 V : om. Ja que a variagao da corrente @ menor - 0 a 2.5 - , vamos escolher uma escala maior por exemplo, de, 5 A : em (= 1 A: 2 cm). Agora, pelo ponto do eixo vertical 12 E) correspondente a ordenada de 2 V, ou soja, 2 cm no eixo, riscamos uma reta tracejada paralela ao eixo horizontal. Em ‘seguida, pelo ponto 0,5 A (1 cm) do eixo horizontal, riscamos uma reta tracojada, paaralela ao eixo vertical. Onde essas das telas tracejadas se cortam, temos 0 ponto P1 de coordenadas (0,5, 2) Do mesmo modo, pelo ponto correspondente a 4 V, no eixo vertical, riscamos nova reta tracejada, paralela ao eixo horizontal ‘e, pelo ponto correspondente a 1 A, no eixo horizontal, riscamos a reta tracejada paralela a0 eixo vertical Onde essas duas retas se cruzarem, teremos 0 ponto P2 de Ccoordenadas (1, 4). Pelo mesmo proceso, locaremos (08 pontos P3 de coordenadas (1,5, 6), Pa de coordenadas (2, 8) e PS de coordenadas (2.5, 10). Finalmente, unindo esses 5 pontos na sequéncia correta, isto 6, Pt a P2, P2 a P3, P3 a PA @ Pd a PS, teremos a curva de vatiagao da corrente com tensao, ou, simplesmente, a curva tensdo X ‘corrente da resistencia ensaiada. Tudo isso esta mostrado na figura 14, Figura 14 Construgao do grafic. Como se observa, construimos uma tabela e, a partir dela, o grafico, Entao, seria légico pensar que no ha interesse na construgao do grafico. NBo é assim’ 12) porque o grafico dé, imediatamente, uma vise de conjunto, ou seja, da forma como uma grandeza varia fem fungao da outra. Em nosso exemplo, vemos que a corrente varia com a tensAo, segundo uma reta. Diremos, entéo, que a variacao ¢ linear; 22) 0 grafico permite que se ‘obtenham, rapidamente, valores que nao constam da tabela. Por exemplo, se desejarmos saber qual a corrente que resultard, ao aplicarmos § V ao resistor, nao havera necessidade de eleluar nova medida. Bastard tracarmos, pelo ponto de ordenada 5 V, uma reta paralela ao eixo das correntes, até cortar a curva. Desse Ponto, baixarmos uma paralela ao eixo das tensoes, até encontrar 0 eixo das correntes. Nesse ponto, lemos a corrente na escala adequada. Essa pratica, que se chama interpolagao, tambem esta ingicada na figura 14. O aluno nota que, do ponto correspondente a 5 V, alcangamos a curva no ponto P. Dai, al- ‘cancamos 0 eixo das correntes no ponto | Como ele esta exatamente na metade do segmento 1- 1,5 A, o valor da corrente sera de 1,25 A. Por este exemplo, o aluno percebe, também, a vantagem do eixo ser ‘raduado, pois, se assim nao fosse, seria ecessério medir a distancia do ponto- origem até | e, conhecendo-se a ascala, fazer a conversao. De fato, suponhamos Que 0 eixo das correntes nao estivesse Qraduado. Entao, com a régua, mediria mos a distancia de 0 a |, Encontrariamos 2,5 om. Como a escala é de 0,5 A: cm, temos que multiplicar 0,5 A : cm por 2,5 ‘om, para obter a corrente. Dara: como era de se esperar. 1 - Aplicacao dos graficos na representacao das caracteristicas de valvulas e transistores Como frisamos, em eletrénica aplicada, usam-se constantemente os graticos, principalmente porque a maionia dos dispositivos, tals como vaivulas, transistores, etc., tem variacao que nao é linear e nao pode ser esctita sob forma matematica simples. Sabemos, por ‘exemplo, que a corrente de coletor de um transistor varia de acordo com a tensao ue se aplica entre o emissor e 0 coletor fe, também, de acordo com a corrente de base. Se a variagao de corrente fosse ‘Sempre proporcional a tenséo, isto 6, se, dobrada a tensao, dobrasse também a corrente, para qualquer valor, entao a variagao seria linear e poderia ser escrita sob a forma da lei de Ohm, e qualquer problema seria resolvido matematicamen- te, pela aplicagao da formula. Mas, isso no acontece, porque o tenémeno obedece a lei de Ohm até um determinado valor de tensdo e, dal para diante, passa a reger-se por lei’ ‘completamente distinta, quase sempre de iticil formulagao matematica. Entao, 6 muito mais cémodo 0 uso de gréticos. E or esse motivo que toda industria de componentes eletronicos levanta as principais curvas de seus produtos © as distribui aos técnicos projetistas. Na figura 15, apresentamos a Figura 19 - Curva caracterisioa de coletr. curva caracteristica de coletor, tipica de ‘um transistor. Observe 0 aluno como acontece tudo aquilo que temos afirmado. No trecho OA, a curva 6 linear e uma pequena variagdo na tensao de coletor produz grande variagao na corrente. No trecho AB, a curva deixa de ser linear, voltando a'sé-lo, a partir de B. O trecho ‘AB recebe 0 nome de joelho da curva. Essa curva fol levantada, fixando- se o valor da corrente de base em 100 A, variando-se a tensao coletor-emissor entre 0 @ 16 V, anotando-se as correntes de coletor. ‘Nas aplicagdes praticas, somente uma curva, como a mostrada na figura 11 nao basta, pois o aluno sabe que a corrente de base do transistor varia de acordo com o sinal aplicado. Entéo, deve ser tragada uma curva para cada corrente de base, escolhendo-se um intervalo de variagao conveniente. Em seguida, locam- sse todas as curvas em um mesmo grafico e tem-se 0 que se chama de familia de curvas caracteristicas de coletor ov, abreviadamente, caracteristicas de coletor. Na figura 16, mostramos uma familia de curvas caracteristicas de coletor, semelhante as que o aluno encontrara nos bons manuais ou nos {olhetos dos fabricantes. Quando se trata de valvulas, as curvas caracteristicas recebem 0 nome de caracteristica de placa (ou anodo), ‘Sao levantadas do mesmo modo como se indicou para o transistor, ou seja, fxa-se 2 tensao negativa de grade de controle 00) pout eons) jou 201 oo eae tbo] 4 8 12 TENSAO COLETOR-EMISSOR Figura 16 - Familia de curvas, 13 variase a tensdo de anode e lé-se a corrente de anodo. Faz-se isso para diferentes tensdes de grade. Todas as curvas sao levadas a um mesmo gratico,resultando a familia de curvas caracteristicas de placa, 2 - Exemplos simples de emprego de graficos Os exemplos que apresentamos, nas linhas seguintes, t8m por objetivo 22) Para resolver a segunda parte do problema, basta tracar por Q uma reta paralela ao eixo das tens6es, até encontrar 0 elxo das correntes. © valor 9.8 mA, ldo nesse eho, @ a resposta do problema, AA solucdo grética esta indicada na figura 17. 2 exomplo Consideremos o grafico da figura 18, que representa as caracteristicas de placa da valvula GAVE. Sabendo-se que, para tensao de placa de 200 V, a corrente CORRENTE DE COLETOR 2 4-6 =8 -10 de placa é 0 mA e que, para tensao de placa de 100 V, a corrente sobe para 2.2 mA, pede-se: 1%) Locar os dois pontos no grafico. 28) Tracar a reta, unindo esses dois pontos. 3) Determinar 0 ponto de repouso para tensao de grade de - 1 V. 4%) Indicar a excurstio do ponto de epouso, quando a tensao de placa varia de 100 2 200 V. Solucao: 18) © primeiro_ponto tem ‘coordenadas (200,0) e © segundo (100, 2.2); logo, basta marcar esses valores no gratico e teremos os pontos Qi © G2 desejados. 2%) Esse item nao apresenta nenhuma dificuldade, pois basta unir 0 ponto Qt, ao G2. Essa reta 6 a chamada reta de carga do amplificador © como veremos mais tarde, sua inclinagao & determinada pelo valor 6hmico da resisténcia de carga. 38) Para determinar 0 ponto de repouso, basta vorificar onde a reta de carga corta a curva correspondente a - 1V. Temos 0 ponto Q. Desse ponto baixando uma perpendicular ao eixo das tensoes, encontramos o valor da tensao de repouso, que € de 145 V. Agora balxando a perpendicular ao eixo das correntes, encontramos a corrente de repouso, que é de 1,1 mA. 42) Finalmente, como ponto Q sé pode variar sobre a reta de carga, vemos TENSAO COLETOR-EMISSOR fue para a tensto mais baiza (100 V) ele coincide com Q1, que corresponde & tensdo de grade de 0 V e, para a tensao maior (200 V) ele coincide com Q2, que etd sobre a curva de tenstio de grade de 3 V, aproximadamente. Logo, a excurs3o Figural? familarizar 0 aluno com 0 uso de graticos, visando a sua aplicagao futura, em problemas praticos reais, se 1% exemplo Na figura 17, apresentamos a caracteristica de coietor do transistor 2N175. Fixamos seu ponto de repouso fem um amplificador classe A em: tensao de coletor = 3 Ve corrente de base = 0A. Desejamos: 12) Locar 0 ponto na familia de 3V pa. y45v -5V Solugao: | wo go 300° 400 = 500 CORRENTE DE PLACA 2) Encontrar a corrente de coletor paara o ponta de repouso. 19) Pelo ponto correspondente a -3 V, no exo das tens6es, tiramos uma reta Paralela ao eixo das correntes, até encontrar a curva correspondente a 10uA. O ponto de encontro da reta tracada com a curva de 10 A, que ‘chamamos de Q, 6 o ponto de repouso. TENSAO PLACA-CATODO. Figura 18 - Caracteristicas de placa da valvula 6AVE, 14 Gita) Figura 19 - Curva de resposta de um amplicador. do ponto de trabalho € de 3.0 V, ou seja, de0a-3V. Tudo isto esté mostrado na figura 18. 8 exemplo Na figura 19, mostramos 0 grafico da curva de resposta de um amplificador de som. Opinar sobre a qualidade do amplificador, apenas pela analise da curva. Solucao: Observando a curva de resposta, conciuimos que o amplificador & péssimo, De fato, para que ele fosse bom, deveria apresentar uma curva plana, ou seja, ga ‘tho igual em todas as freqiéncias, desde 20 Hz até, aproximadamente, 20 KHz. Isso nao acontece. O aluno observa que, ‘em 20 Hz, 0 ganho 6 10. Depois, vai subindo até atingir 50, em 80 Hz. Em 90 Hz, ultrapassa 50. De 100 Hz a 500 Hz, 0 ganho mantém-se aproximada- mente constante em 50. De 500 a 1000 Hz, © ganho cai para 25, subindo, ‘apés, para alingir 50 em 4 000 Hz. Dal, mantém-se aproximadamente constante até 10 000 Hz, caindo a zero para cerca de 15 000 Hz. Conclusao. © amplificador & péssimo. Observai 18) - Apresentamos este exemplo para que © aluno sinta como um grafico nos permite tirar conclusbes rapidas precisas. 2!) O aluno deve ter notado que a graduacao do eixo das frequéncias comecou em 20 e, ndo, no zero. Essa mudanga de origem & muito comum; pode ser feita para qualquer dos eixos ou para 0 dois, simultaneamente. Por exemplo, suponhamos que 0 amplificador do exercicio devesse ser ensaiado somente centre 100 @ 1000 Hz. € claro que bastaria, lento, graduarmos 0 eixo das trequéncias 86 a partir de 100 Hz. Por outro lado, no ensalo, encontramos 0 ganho entre 25 ¢ '50. Entao, podemos comecar a graduacao do eixo dos ganhos (vertical), a partir do 20. 3%) Para que 0 ampliicador fosse considerado de alta-fidelidade, ou seja, excelente na resposta de trequéncias, a sua curva deveria ter 0 aspecto daquela que mostramos em tracejado, na figura 19 4) Na pratica, a curva de resposta dos amplificadores 6 tragada graduando- se 0 eixo dos ganhos em decibéis (abrevia-se db), que 6 uma relacao logaritmica entre fens6es ou poténcias, & toma-se como referéncia a freqléncia de 1000 Hz. Entao, fica mais facil observar as frequéncias em que ha reforco, ou seja, ampificacao maior do que a que se da em 1000 Hz, ou aquelas em que ha atenuacaa, isto , amplificacéo menor do que em 1000 Hz. No capitulo referente a alta-fidelidade, voltaremos ao assunto, com mais detalhes, 4 exemplo - Abacos Existem graficos, onde 6 necessario entrar com mais de dois valores, para se determinar a grandeza procurada. Esses graficos sao geraimente ‘chamados de dbacos. Quase sempre se constituem em 3 ou mais eixos, ‘convenientemente graduados, e dispostos de modo a faciltar a utlizacao, 15 Como exemplo ilustrativo, na figura 20 apresentamos um abaco’ que permite calcular a resisténcia equivalente {do dois ou mais resistores em paralelo (ou Capacitores em série). Em resumo, esse Abaco substitui a expresso matematica Exercicio: Utilizando 0 Abaco da figura 20 vamos calcular a resisténcia equivalente da associacao, em paralelo, de 3 resisto res, respectivamente de 10, 5 e 3 Ohms. Solucao: Sobre 0 semi-eixo horizontal OA marcamos um dos resistores, 0 de 10 0, por exemplo (podia ser qualquer um). Sobre 0 semi-eixo 0B marcamos outro resistor, por exemplo o de 5 @. Agora unimos os dois pontos (P1 ¢ P2 no ‘baco). O encontro com 0 semi-eixo OC dara 0 equivalente desses dois resistores ‘em paralelo (P3). Finalmente, marcamos © valor do resistor que esta faltando (30, no caso) sobre o eixo OD (ponto Pa) Ligamos P3 ¢ P4 e, onde a reta P3P4 corta OB, ponto P, lemos 0 resultado. No caso, deu 1,5 2. Notas: 18) Esse abaco dard muito boa precisao somente quando a relagao entre 0s resistores for, aproximadamente, 5 ou menos, 24) Se os rosistores forem rmiltiplos de 10, bastara acrescentar os zeros na leitura final. Assim, se no exemplo resolvido tivéssemos tomado re- sistores de 100, 50 e 30 2, resolveriamos do mesmo modo e teriamos, como resultado, 1,5 x 10, ou seja, 15.2. 38) O Abaco serve para qualquer numero de resistores. Basta considerar 0 ‘imo resultado © prosseguir, na pratica, de maneira sempre igual Por exemplo, se tivéssemos mais, tm resistor em paralelo, digamos de 2.5 , bastaria ligar 0 ponto P (1,5) a0 2.5 do semi-eixo OA e ler 0 resultado em OC. No caso, encontrariamos 1. No abaco, indicamos esta uitima pratica pela linha de pontos e tragos. Para encerrar estas linhas, queremos informar ao aluno que, na pratica, em qualquer ramo tecnologico, se encontrardo graficos e abacos, que facilitam a solugdo dos problemas mais complicados. Esta 6 uma forte razdo para ‘que 0 aluno dedique bastante atencéo as ‘explicagdes que acabamos de expor. Figura 20 - Exemplo do abaco. TRANSFORMADORES 1- Conceito a) Introdugao 0 transformador ¢ um dispositive eletromagnetico de grande aplicacao em eletrénica, que serve para transformar as caracteristicas de uma fonte de energia alternada ou pulsante, modificando o valor da corrente, da tensao, ou de ambas, simultaneamente, Gragas a essa propriedade, ele se presta para adaptar impedancias. (© emprego do transtormador muito vasto. Poderiamos citar inumeros exemplos de aplicacao rotineira. Em eletrotécnica, 6 usado inicialmente para elevar a tensdo do alternador a milhares de volts, para que a energia seja transportada pela linha de transmissao com um minimo de perdas. Posteriormente, 6 utilizado para reduzir 0 alto valor da tensao a valores mais baixos, compativeis com a tensao de funcionamento das méquinas elétricas e ‘com a seguranga dos usuarios. Dentre as aplicagdes em eletronica, podemos citar aquola em que o transformador 6 ullizado para modificar a tensao da linha, geralmente 110 ou 220 V, para valores diferentes, mais baixos, ou mais altos. Mesmo quando se trate de aparelhos transistorizados, de poténcia {que no seja adequada ao funcionamento ‘com bateria, emprega-se o transformador com a finalidade de modificar a tensao para o valor conveniente, que sera posteriormente retificada A ligagao de um alto-falante ao ‘oletor de um transistor nao pode ser feita diretamente, porque o transistor tem impedancia relativamente alta (alguns milhares de Ohms), e o alto-falante a tem sensivelmente baixa (de 3,2 a 162). Entéo, usa-se um transformador especial, conhecido como transformador de saida, que faz a adaptacao das impedancias e propicia, como sabemos, a maior transferéncia de energia do transistor para o alto-faiante, b) Principio de funciona. ‘mento do transformador transtormador, como afirmamos anteriormente, & um dispositive ele- tromagnético. Seu principio de funcio- namento baseia-se na transferéncia da ‘energia de uma bobina para outra, através do campo eletromagnético. Quando tratamos dos principios do eletro- magnetismo, em outra ligao de nosso curso, apresentamos 0 principio de funcionamento do transformador, mas vamos repeti-lo aqui ‘Admitamos, entdo, que em uma barra de material ferromagnético, sejam enrolados dois pedacos de fio, como ‘mostramos na figura 1. As extremidades do primeiro enrolamento, ligaremos uma fonte de tensdo variavel e, as extremidades do segundo enrolamento, ligaremos um indicador de tensao (oltimetro) Obsorvaremos que 0 voitimetro 16 Figura 1 - Principio de funcionamento do transtormador. indica a presenca de tensao nas ‘extremidades do segundo enrolamento 0 ue se explica facilmente, lembrando-se 0 principio fundamental do eletromagnetismo: "Variagao de tluxo induz forca eletromotriz nos condutores.” De fato, como a corrente elétrica, no primeiro enrolamento, 6 variavel (vamos. admitir, de agora em diante, que seja alternada), 0 campo magnético na bara de ferro também o sera. Esse campo ‘magnético corta as espiras do segundo enrolamento e induz nelas uma forca, eletromotriz, que @ acusada pelo volimetro, Nos transformadores, chama-se de nticleo o material que 6 envolvido pelo enrolamento. Em nosso exemplo, fol uma barra de ferro, mas poderia ser, inclusive, © ar. O nucleo de ar sé é usado em transtormadores de radiofrequéncia, como vveremos posteriormente. Costuma-se chamar de primario o enrolamento onde se aplica a fonte de energia alternada e, de secundarios, os enrolamentos de onde se extrai a energia transformada. No exemplo da figura 1, primério 6 o primeiro enrolamento; 6 transtormador de nosso exemplo possui um Gnico secundario, que corresponde a0 segundo enrolamento. O simbalo do transformador esta indicado na figura 2. Em resumo, o transformador 6 um dispositive eletromagnético formado por: ucleo, enrolamento primario © um ou mais enrolamentos secundarios. © aluno deve notar, que num transformador com varios enrolamentos, ‘qualquer um deles pode ser primario, © Primério if Secundario Nucleo Figura 2- Simbologia do transtormador. 08 restantes, obviamente, sera os secundéirios, ©) Relacao de transformagao Suponhamos que o primario do transtormador apresentado linhas atras seja um enrolamento de 100 espiras (vol- tas), e que o secundério seja construido também com 100 espiras. Nestas circuns- tancias, se aplicarmos uma tensao de 100 volts no primario, observaremos que 0 voltimetro indicara também 100 Volts no secundario, Se baiarmos para 50 V no primério, a tensto do secundario também baixaré para 50 V. Do mesmo modo, se aumentarmos a tensao do primario para 200 V, a do secundario também se moditicara para 200 V. Em uma segunda etapa, vamos substituir 0 secundario por um enrola- mento de 50 espiras, conservando 0 pri- mario com 100. Agora, aplicando 100 V 0 primario, notaremos que 0 voltimetro ‘acusard somente 60 V no secundario. Di- ‘minuindo a tensdo do primario para 50 V, a do secundario baixaré para 25 V. Au: mentando a tensao do primario para 200 \V, ado secundario aumentard para 100 V. Finalmente, numa terceira etapa, substituamos 0 enrolamento secundario. Por outro de 200 espiras. Agora, observamos que, ao aplicar 100 V no primétio, aparecem 200 V no secundatio; 0 aplicarmos 60 V, aparece 100 Ve, a0, aplicarmos 200 V, aparecem 400 V no secundario. Com estas praticas, podemos cchegar a duas conclusdes basicas: 18) Que 6 possivel moditicar a tensao recolhida no secundirio, bastando, para isso, modificar seu numero de ‘espiras. Diga-se de passagem que esta é a caracteristica fundamental do ispositivo e por causa dela é que se Ihe 64 0 nome de transformador. 23) A tensdo recolhida no ssecundirio do transformador depende da tensdo que se aplica ao primério e, também, do numero de espiras do secundaro. De fato, em nossa primeira experiéncia, 0 numero de espiras do primario 6 igual ao do secundério. Entao, para qualquer tensao aplicada ao primario, teremos sempre tensao igual no secundario. Além disso, odemos observar que a relacao (divisa0) ‘entre a tensao do secundario e a do primario 6 a mesma que a relacao entre o numero de espiras do secundario e do primario. Em outras palavras, dividindo a tensao do secundario pela tenséo do primario, obtemos o mesmo némero que obteriamos dividindo 0 nimero de espiras do secundario pelo do primario: no caso, 61 A relagao entre a tensao do secundério e a do primario, que, como mostramos atras, @ a mesma que a relacdo entre o numero de espiras do secundétio e do primério, 6 chamada de relacao de transformacao. Chamando, genericamente, de E, & 'N;, respectivamente, a tensao eo numero de espiras do primario, e de E, e Np a tensdo e 0 numero de espiras do secundario, seguo-se que a relagdo de transformacao, que chamaremos de r, sera: Em nossa segunda experiéncia, podemos notar que, ao aplicar 100 V no primério, obtivemos 50 V no secundario; logo a relacao entre tensdes 6 de: — =05 (meio) Evidentemente, a relacao entre 0 numero de espiras 6 a’ mesma, pois: Observe que, ao aplicarmos 50 V ¢ 7 200 V no primario, a tense do secundério Passou para 25'e 100 V, e a relacao Continuou a mesma, ou soja’ Para a terceira experiéncia, a relacao de transformacao &: Tendo em conta a relagao de transformacao, podemos classificar 0 transformador em: 1) de isolagao - quando 2 relagao de transtormagao for igual @ 1 (¢ = 1). Note o aluno que, neste caso, nao ha transtormacao de tensdes, mas 0 secundatio fica eletrcamento isolado do primar; dai 0 nome de transformador de isolacao. Usa-se tal transtormador quando se deseja isolar da linha aparelhos que tenham um dos terminals de entrada de forca ligado diretamente 20 chassi. Um dos fios de forca 6 ligado no chassi. Se esse fio coincigir com polo vivo" da tomada, a0 encostarmos a mao ‘em qualquer parte metaica do aparelno, tevaremos choaue, porque fecharemos 0 Circuito através de nosso corpo. Se usarmos um transformador de isolagao para ligar 0 aparelho, nao correremos esse risco. Na figura 3, ilustramos 0 porque dessa afirmacao. 2) Redutor - quando a relacao de transformagao é menor que a unidade Neste caso, a tensao do secundario é sempre menor que a do primar, 3) Elevador - quando a relagao de transformagao é maior que a unidade. Aqui, a tensdo do secundario € sempre maior que a do priméto Estas duas itimas classificagbes valem somente quando 0 transformador tem um Unico secundario, pois, tendo mais de um, nada impede que a'tensao seja maior que a do primario, em alguns eles (elevador), e menor, em outros {redutor A justificagao da propriedade de transformagao de'tenséo dos transforma- ores podera ser flta se lembrarmos que cada espa do primario forma um deter- minado nimero de linhas de forga (campo magnético). 0 campo magnéiico total sera, onto, a soma das linhas de forca de todas as espiras. Essas lihas cortam as espiras do secundario. Ora, se 0 secundario tiver 0 mesmo numéro de espiras que o primério, todas as linhas cortarao as espiras do secundario ¢ Figura 3- 0 porque da isolacao induzirao forca eletromotriz em cada espira. A soma dessas forcas eletromo- trizes sera igual a tensao aplicada ao primario. Se 0 numero de espiras do seoundatio é igual 4 metade do numero de espiras do primario, entao metade das linhas de forca do primario se perde, @ 0 ‘campo magnético corta um numero de espiras que é s6 a metade do primatio portanto, induz-se somente a metade da forga eletromotriz. No caso inverso, ou seja, quando 0 numero de espiras do secundario for 0 dobro do primario, as linhas de forca cortarao 0 dobro de espiras @ induzirao, também, o dobro da forca eletromotiz 4) Conservacao da energia Atirmamos que o transformador pode modificar a tensao, a corrente e, ainda, a tensdo @ a corrente, simultanea- mente. Isso 6 verdadeiro, mas, em qual: quer circunstancia, nao podemas esque: cer que deve prevalecer o principio da conservacao da energia, ou seja, a ener. gia que se recolhe no Secundario 6, no ‘maximo, igual & energia que se aplica ao primario, Na realidade, a energia recolhida no secundario é sempre um pouco menor que a aplicada, em virtude das perdas que ocorrem no transformador. No caso do transformador fal, isto é, sem perdas, a transformacao 6 completa, e podemos escrever a igualdade: onde W, representa a energia aplicada ao primario e W,, a retirada no secundaria. ‘Dada a equivaléncia entre energia 2. pod Jer tambon onde P, € a poténcia aplicada ao primario © Pa, a fetirada no secundario, ‘Sabemos que a poténcia elétrica é calculada muliplicando-se a tensao pela corrente, ou seja, P = E |; logo, para o transformador, podemos escrever: que é a igualdade basica que leva em conta a conservacao da energia Vamos raciocinar com nimeros, para que nao pairem duvidas sobre o assunto. Suponhamos que aplicamos ao primario uma tensao de 100 V, © que a poténcia seja de 100 W. Entao pela expressao conhecida, |= P + V, resulta que a corrente no primario ¢ de: No secundario, sabemos que se pode obter qualquer valor de tensa, pela escolha conveniente da relacao de transformagao, isto , do ndmero de espiras em relagao ao primario. Todavia, a0 impor a tensao, estamos fixando a corrente, porque a igualdade ‘tem que ser mantida. Assim, no exemplo ‘que estamos estudando, se desejamos obier tensdo de 1000 V, podemos consegui-la, mas a corrente maxima do secundaria tera de ser de 0,1 A, para que a poténcia seja de 100W. De lato 1000 V x 0,1 A =100 W 18 Ovvalor da corrente do secundairio facilmente calculado pela expressio (5) De fato, de Ié temos: Nos transtormadores reais, a poténcia que podemos utlizar é sempre menor que a aplicada, porque uma parcela desta é transtormada em calor, has resistencias 6hmicas do enrolamento, @ outra parcela ¢ perdida no nucleo, também sob a forma de calor. Se ‘chamarmos de P, a poténcia das perdas, poderemos es¢rever o principio da Conservagao da energia sob a forma: 2 +P, 6) {que esta mais de acordo com a realidade. ‘Quando 0 secundario formado por varios enrolamentos, a poténcia Py corresponde & soma das poténcias individuals de cada enrolamento, mais a poténcia das perdas. Por exemplo, se 0 transformador tem és secundarios, um de tensdo E, e corrente |, outro de tensao Eg e corrente I @ outro de tensa0 E, e corrente I., a expressao (6) da Conservacao da énergia fica’ E, Pi=Egla +, As poténcias individuais do secundario @ lambém a poténcia do primatio sao calculadas multiplicando-se a tensao pela corrente, mas as perdas sao estimadas em waits © dependem de uma série de fatores que citaremos mais adiante. ¢) Eficiéncia ou rendimento A eficiéncia ou rendimento de um transformador ¢ uma grandeza que exprime a relacdo entre a energia aproveitada e aquela aplicada a0 transtormador. Quando essa relacao é indicada em porcentagem, chamamo-la ge eficiéncia, quando indicada por uma ‘racao, chamamo-la de rendimento. Costuma-se indicar a eficiéncia pela letra n (eta) @ 0 rendimento pela letra (muy, No transformador ideal, onde toda a ‘energia aplicada ao primario 6 recolhida no secundaria, dizemos que a eficiéncia & de 100% (cem por cento) ou que o rendimento 6 1. Nos transformadores reais, a eficiéncia sempre ¢ menor que 100% ou o rendimento ¢ sempre menor do que 1, porque a energia retirada do transformador nunca pode ser superior & tenergia que a ele se aplica. ‘A parcela de eficiéncia que falta para atingir 0s 100%, ou a do rendimento que falta para completar 1, corresponde as perdas do transformador. Por exemplo, se a um transtormador em funcionamento ligarmos dois wattimetros, um no primatio @ outro no secundario, poderemos medir a poténcia de entrada e a de saida Fazendo a relacao entre as duas, ‘encontramos a eficiéncia ou o rendimento. Suponhamos que o wattimetro da entrada acuse 100 W e 0 da saida, 80 W. A oficiéncia de tal transtormador sera de: Isso significa que 20% da energia aplicada ao primario (20 W) € perdida no interior do transformador, através do aquecimento dos condutores, do aquecimento do nucleo, das linhas de {orca que se perdem etc. ‘Observe o aluno que a perda ¢ re- lativa, pois, se a poténcia no primario do transtormador fosse de 10 W @ nao 100 W, a do secundario seria de 8 We nao de 80 W, de modo que a perda, no caso, seria de 2 W, o que acarreta a mes ‘ma eficiéncia e 0 mesmo rendimento, ou seja: 8 n= «100% = 80% ou j 10 ) Regulacao Dizemos que um transformador esta em vazio, quando nao 6 ligada ne: rnhuma carga no secundario. Quando isso acontece, no primatio circula uma corten: te muito pequena, devida exclusivamente as perdas no nuicieo e no enrolamento do orimario. A tensa0 medida no secundario » chamada de tensao em vazio, ‘Ao ligarmos a carga ao secundario, a sua tensdo se modifica (abaixa), medimos, entao, a tensao de plena carga. No caso do transtormador ideal, tanio a tenso em vazio como a de plena carga sao iguais. No transtormador real, isso nao acontece, porque a tensao de plena carga é menor do que a tenso em vazio, em virtude da queda que a resisténcia dhmica do enrolamento provoca, devido a passagem de corrente, Certamente, o transformador sera tanto melhor, ou seja, mais se aproximara do ideal, quanto mais proximos forem os va- lores das tensbes de plena carga e em va- io. Para indicar essa qualidade do trans formador, define-se um indice chamado regulacao, dado pela variacao da tensao fem relagao a tens’io em vazio, em por- centagem, ou seja, a regulagao R é igual a diferenca entre a tensao em vazio e a tensao de carga, dividida pela tensao em vazio e muliplicada por 10%. Matema: ticamente, teremos: onde E, = tensao em vazio e E, =tensao de plena carga. Note que o transformador é tanto ‘melhor quanto menor 6 a regulagao. Por exemplo, suponhamos que um transformador tenha 200 V de tensdo em vvazio © que essa tensdo caia para 190 V, quando é ligada a carga; a regulagao desse transformador sera de: Naturaimente, se a reguiacao fosse de 1%, 0 transformador seria meihor. 9) Forca contra-eletromotriz do transformador Linhas atras, afirmamos que, no transtormador ideal, a corrente no primario é nula, quando nao ha carga no secundatio. Ora, o enrolamento primari dependendo da poténcia do transfor- mador, pode ter resisténcia ohmica de alguns milésimos de Ohm. Sendo ligado linha de 110 ou 220 V, pode parecer 20 aluno que a cortente através do enro: lamento deva ser muito grande. Na reali dade, isso no acontece. Vejamos por- que. Para clareza de raciocinio, vamos admitir que 0 primario de um trans formador ideal tenha 110 espiras e seja ligado & rede de 110 V alternados, Se assim 6, cada espira do enrolamento fica 19 submetida a diferenca de potencial de 1 Volt. Mas sabemos que © campo mag- nretico variavel induz, na propria espira, uma forga contra-eletromotriz de mesma tensao (1 Volt) @ de sinal oposto & tensao indutora. Entao, no enrolamento todo, teremos uma forca contra-eletromotriz de indugdo de 110V, de sinal contrario ao da tensdo indutiva. Isto quer dizer que a lorca contra-eletromotriz induzida cancela a tensao que provoca a inducao e, nao havendo diferenca de potencial, também nao existira circulagao de corrente. Tudo se passa como se a impedancia do primario tivesse valor infinito. No caso do secundario ser posto fem curto-circuito, a impedancia do prima- no se anula, e ele também fica em curto. E facil admitir essa consequéncia através da intuigao. De fato, pelo que expusemos ‘até aqui, o aluno compreendeu que toda poténcia retirada no secundario vem do primario, Entéo, ao aumento de corrente do secundario correspande aumento pro- porcional no primario, Sendo assim, colo- cando-se o secundatio em curto-crcuito & admitindo que se trate do transformador ideal, a corrente passa a ser elevadissima (leoricamente, infinita). O primario tera, também, corrente infnita e se queimara. E Claro que, a tensio do primario néo sendo rula, a corrente s6 poder ser infinta, se ‘a impedancia se anular, pois sabemos. quel=V+Z. Em resumo. = No transformador ideal sem car- ‘9a, a impedancia do primario é infinita @ a Corrente @ zero. No transiormador real, sempre existira uma pequena corrente, ‘em razao da carga Imposta ao primario pelas perdas. No transformador ideal com se- cundario em curto-circuito, a impedancia do primatio 6 nula e a corrente, infinita. No transformador real, curto-circuito absoluto (zero 2) no secundario nao é possivel, devido a resistencia ohmica do fio do enrolamento; todavia, ela se torna tao baixa que vai provocar o aumento exagerado da corrente do primario levando:o a destruigao (queima). ll - Detalhes construti- vos do transformador 1-Nucleo (©. niicleo dos transformadores de baixa frequéncia é feito com material fer- romagnético especial, constituido de aco ‘misturado com pequena quantidade (2% a 4%) de silicio. Esse material recebe 0 nome de ferrossilicio. A eficiéncia do transtormador depende muito da qualidade do nicleo, porque ole deve permit a passagem e a concentragao das linhas de forga do campo magnético, @ ndo provocar muita perda de potencia. As perdas que se verificam no nicleo sho designadas, ‘genericamente, por perdas no ferro. (Os nucléos dos transformadores ndo so pecas inteiricas; mas um empilhamento de chapas de pequena espessura, sendo as mais usadas as de ndmeros 24 e 29, que correspondem as espessuras de 0,63 mm e 0,35 mm, respectivamente. ‘As laminas ulilizadas em transtor- ‘madores de pequena poténcia, como sao 0s de aplicagao em radiotécnica, sao Figura 4 -Laminas utlizadas para formagao 60 rcleo, cortadas em varios formatos, recebendo as denominacdes que a forma sugere. Assim, teremos chapas em E, em |, em F, etc., como mostramos na figura 4. Em transformador para radiotéc nica, usam-se quase que exclusivamente as chapas E e |. De acordo com o ndcleo, os trans- formadores podem ser clasificados em: a) Tipo anel ou nuicleo Neste tipo, s4o usadas chapas U, mostradas na figura § e |, embora se possa utilizar somente a I. Os enrolamentos envolvem 0 nucleo. Na figura 6, indicamos como se empilham as chapas. O aluno observa que, com chapas U e |, deve'se alternar a posicao do |, ou seja, ele fecha o U de um lado, depois do outro, e assim por diante. Isso se faz para evitar a superposigao das juntas. Figura 5-Lamina tipo U. Na figura 7, vé-se a posicao dos Figura 6 Entrolagamonto das laminas Figura 7 Posigao des enrolamentos. enrolamentos sobre 0 nucleo. Como se nota, os enrolamentos envolvem o nucleo. b) Tipo blindado ou encouracado Aqui, 0 nucleo envolve o enrolamento. O nucleo & formado pelo empilhamento de chapas Ee I; também com 0 | se fechara o E em lados alternados, para evitar a superposigéo das juntas. O transformador do tipo blindado & © que mais se usa em radiotécnica. Na Figura 8 - Empihamentos das chapas E ¢ | 20 Figura 9 -Posicdo Gos enrolamentos no nucleo. figura 8, mostramos o empilhamento das chapas’ enquanto que, na figura 9, observa-se a posicao do enrolamento, Observacées 18) As chapas do tipo E e | tem dimensdes na proporgao que indicamos na figura 10. Figura 10 chapas E e Proporgao das dimensbes das 2!) Apés o empilhamento, 0 enrolamento deve ser alojado em volta do nucleo. O local onde se coloca o enrolamento € chamado de perna do nucleo. No nucleo do tipo blindado, 0 enrolamento é alojado na perna central. A area $ do nucleo, que sera considerada no célculo do transtormadar, corresponde a seccao reta (corte) da perna que aloja 0 enrolamento. No nucleo Janela oe al Figura 11 E Proporgao das dimensoes Ga chapa blindado, chamando de a a largura da perna central e de ha altura do empi Thamento (figura 11), resulta que a area do ndcleo 6 0 produto dea por h, ou. 3%) Para evitar que as chapas do ‘ndcleo entrem em contato elétrico entre si (curto-circuito), quando empilhadas, devem-se isolar suas faces. Isso antigamente se fazia, colocando-se em cada uma delas uma folha de papel isolante (papel do tipo manteiga) Atualmente, as chapas sofrem um processo de oxidacao, logo apés a laminagao, 0 que isola suas faces. 4°) © espaco livre do nucleo E I, que sera ocupado pelo enrolamento, é chamado de janela. No nucleo representado na figura 12, 6 facil observar que a janela tem profundidade 2a e abertura a2 Figura 12 -Proporgao das dimensoes das janelas 2- Perdas no nucleo ‘Afirmamos que, no transformador real, sempre existe uma parcela de poténcia nao aproveitavel, devido a dois fatores: a resisténcia’ dhmica dos condutores @ ao niicleo, ‘As perdas no nicleo so de duas espécies: a) Perda de Foulcaut ‘Admita 0 aluno que 0 nucleo seja uma pega inteirica, de ferro, envolvida pelo enrolamento, Quando o primario & ligado a fonte alternada, o fluxo magnético varivel gera corrente no nicleo, pois ele se comporta como uma espira em curto- Circuito. Essa corrente, que é denominada de corrente parasita ou de Foulcaut (Ié-se fulc6), circulando pelo ndcleo, provoca ‘seu aquecimento. Exatamente para diminuir a corrente parasitica 6 que faz 0 ndcleo de laminas isoladas entre si, porque isso aumenta sua resistencia 6hmica e, consequentemente, diminui a corrente parasita b) Perda por histerese Sabemos que, para imantar um ncleo, ha flecessidade de efetuar um trabalho eletrico. Esse trabalho nao é totalmente transtormado em indugao, mas uma parte dele perdida no proprio. nucleo. Essa perda é chamada de histeretica ou perda por histerese, porque ela esta ligada ao ciclo de histerese do material ferromagnético. Em linhas gerais, a histerese consiste no alraso, ou seja, na defasagem entre 0 ‘campo’ magnético @ a indugao, quando o campo é variavel. Ao aplicarmos a corrente alternada a0 primario, estaremos criando um campo magnético também variavel. Quando a corrente passar de seu valor zero ao valor maximo, © campo sofreré a mesma variagao, @ a indugdo magnética também. Quando a corrente passa do maximo ao zero, 0 campo acompantia ‘essa variagdo, mas a indugao nao. ou seja, quando 0 campo atinge o valor zef0, a indugao tem ainda um valor que ‘se chama residual ou remanescente. Para anular a indugao, & preciso © aumentar 0 campo em sentido contrario, Ha, portanto, 0 atraso da indugao. Isto significa, em palavras simples, que, para desimantar 0 ferro, temos que aplicar energia maior do que a que foi gasta na imantagao; portanto, o ferro provoca perdas. ‘A perda por histerose depende do tipo do material com que ¢ feito 0 nucleo, da indugao e da trequéncia. Ela aumenta, quando se aumenta a indugao e/ou a ‘trequencia. Observacoes: 1°) As perdas em um transformador podem ser calculadas com bastante preciso, através de férmulas adequadas ou de tabelas; todavia, para os . transformadores de pequena poténcia,” costuma-se estimé-las entre 20 a 5%, 0 valor mais baixo dependendo da qualidade do ferro, da espessura da chapa, da frequéncia © do capricho na ‘construgdo do transformador. 2!) A indugao do nucleo ¢ indicada fem gauss, ou soja, no nimero de linhas de forca por centimetro quadrado. O ferrossilicio comercial ¢ fabricado, em linhas gerais, para trés valores de indugdo: 8 000 jinhas x m2, 10 000 linhas x em? e 15 000 linhas por cm. Da-se proferéncia ao de 10 000 gauss, por ser lum meio-termo entre os outros dois. | 3-Fios s enrolamentos das bobinas dos transformadores s&o executados em camadas, isoladas entre si. Os condutores mais ullizados para 0 enrolamento $30 08 fios esmaltados e os isolados com uma ‘ou duas capas de seda ou algodao, sendo estes ultimos raramente utilizados. O di&metro do fio & escolhido de acordo com 24 a poténcia do errolamento a) Perda no cobre A perda de poténcia introduzida no transformador pela liberagao de calor, através da resisténcia éhmica do fio, € ‘chamada de perda no cobre. Essa perda soma-se perda no ferro e contribui ainda mais para aquecer 0 nucleo. Para miniaturizar a perda no cobre, seria necessério 0 emprego de condutor de baixa resisténcia, ou seja, de grande rea. Como isso nao é econémico e nem sempre 6 realizavel, praticamente, ja que todo enrolamento deve ser alojado na janela do nucleo, impoe-se uma taxa de trabalho, ou seja, uma densidade de corrente. Por densidade de corrente ‘entende-se a quantidade de corrente em ‘Amperes, que pode passar pela seccao do fio, em milimetros quadrados, 'A densidade de trabalho é escolhida centre 1 a2 Amm?. Emprega'se 1 Aimm? ‘em transformadores mau ventilados e de uso permanente e 2Aimm? em transformadores de uso descontinuo, isto 6, que nao ficam ligados as 24 horas do dia @ que tenham condigdes boas de ventilagao. De um modo geral, a densidade 1,5 Almm? constitui um meio- termo entre os dois extremos e pode ser adotada em todos os transformadores de equena poténcia, como sao os de uso geral em radiotécnica ‘Na tabela que segue com esta ligao especial 0 aluno encontrara os dados ‘mais interessantes dos fios, para uso em fenrolamento de transformadores. Nela, 0 aluno encontrar 0 didmetro do fio, 0 nlimero de espiras por centimetro linear, 0 ndmero de espiras por centimetro quadrado, 0 peso por km, a resisténcia por km e a corrente maxima. Note que a Corrente maxima nao é a que deve ser considerada no enrolamento do transtormador, mas um valor mais baixo, para evitar 0 aquecimento excessivo. O ‘exomplo que daremos nesta ligao especial esclareceré o assunto. 4-Isolacao Para o funcionamento perfeito © seguro dos transformadores, seu tenrolamento deve ser isolado do niicleo, € as camadas isoladas entre si A isolagdo entre o enrolamento ¢ 0 cleo, nos transformadores de pequena poténcia de que estamos tratando Cconsegue-se facilmente pelo uso de um carretel de material isolante de, no minimo, 1 mm de espessura. Esse carretel pode ser de papelao especial ou plastico. O papelao mais usado ¢ 0 “prespan’ devido ao seu custo reduzido & a sua boa capacidade de isolacdo (Quando a espessura do papel ‘prespan’ é insuficiente, déo-se tantas voltas de papel Figura 13 -Dois tipos de cartéteis - papel e plastic, quantas sejam necessarias para se conseauir a espessura desejada, ‘A isolagao entre camadas pode ser feita também com papel "prespan” embora se usem o papel ou pano envernizado, fibra, cartdo bristol, ete, Na figura 13, mostramos dois Figura 14 - Ervolamento de varias camadas e ‘secundarios em corte carretéis, um de cartdo e outro de plastico, prontos para receberem os. enrolamentos. Na figura 14, ilustramos 0 corte de um enrolamento de varias camadas e varios secundarios. O aluno deve observar que a isolagao entre enrolamentos & mais espessa que entre camadas, Os transtormadores de forca usados em aparelhos eletrénicos possuem varios secundarios, que sao enrolados uns sobre os outros e. posteriormente, encaixados na perna Central do nucleo E | A distribuigao dos varios enrolamentos faz-se na seguinte ordem: 1°. Enrola-se 0 primario no carretel, de modo que ele fique mais préximo do nucleo, isolando-se suas camadas com papel de 0,1 mm de espessura 2 - Isola-se a ditima camada do primario com pape! 0.2 ou 0.3 mm, dando se 2 0u 3 voltas do papel de 0.1 mm: col se 0 papel @, sobre ele, enrola-se 0 secundario de maior tensao, também isolando-se camada por camada 3° Terminando 0 enrolamento do secundétio, efetua-se a isolacdo final com 2 ou 3 voitas de papel de 0,1 mm, & ppassa-se ao enrolamento sequinte. 4° - Prossegue-se 0 enrolamento dos secundarios, obedecendo a ordem decrescente das tensdes, exatamente ‘como fizemos para os anteriores. 5° - Terminado o dltimo enrolamen: to, recomenda-se impregnar a bobina com um banho de verniz isolante ou parafina neutra, 5 - Cédigo de cores para 0s fios término do Apes 0. ultimo enrolamento, as extremidades dos condutores podem ser soldadas, depois limpas, aos de convenientemente Figura 15 ~ Soidagem dos fos do enrolamento 08 terminais do carte Figura 16 - Fixagao do “cabinho™ aos fios do ‘enrolamenta de um Wanstormador. ‘SECUNDARIO aura “TENSAO Figura 17 Esquema simbdica de um Wanslormador terminais do carretel, como mastramos na figura 15. Se, em vez de terminals, forem usados cabinhos para as ligacdes, eles deverao ser soldados aos fios do transformador, no comego e no fim do 22 enrolamento, de modo que o papel isolante 0 comprima ao mesmo tempo que 0 isole, isto para evitar que um esforgo mecdnico (puxao) quebre 0 fio do enrolamento. E conveniente, ainda, colar © cabinho no papel isolante, usando-se cola répida, como Duco ou equivalente. Na figura 16, mostramos um detalhe da “amartagao" do cabinho. No caso do uso de cabinho, geralmente observa-se 0 seguinte cédigo de cores para as ligacges externas dos ttanstormadores de forca: Primario - Se o primario tiver derivagbes, usar-se-a 0 preto, para 0 inicio do enfolamento, ¢ cores diferentes, para as demais ligacoes. Se ha uma so derivagao, as cores sao: preta, amarela e vermelna ‘Secundario de alta tensao - Usa se, normaimente, fio vermelho para as ‘extremidades @ amarelo para a derivacao, se houver. Na figura 17, mostramos o esquema simbdlico de um transformador de forca com um enrolamento secundario, indiando um possivel cédigo de cores. 6 - Dimensoes do enrolamento E claro que o enrolamento tem que ser alojado na janela do nucleo; logo, devemos subordinar suas dimensoes as da janela Para maior facilidade e, também, por ser 0 nucleo blindado o de maior uso, vamos doterminar 0 espaco util da janela desse nucleo, Feito o carretel para 0 enrolamento, com espessura de 1 mm e do comprimento da perna central (2a) devemos enrolar sobre ele todos os enrolamentos, Para que as camadas nao PRIMARIO toquem as chapas do nucleo, deixar, no minimo, 1 mm de cada lado do carretel ao enrolar as camadas. Como 0 carretel tem comprimento 2a, a camada 2a-2mm Como a largura da janela 6 de al2 0 carretel ocupa 1 mm, passaremos a ter 0 espaco ul de: ‘Temos, ontao, as dimens6es tteis da janela, ou seja, do espaco que alojara (08 enrolamentos, ‘Agora, calculamos a altura das camadas © comparamo-la com a dimensao a - 1. Se for menor ou igual, 2 cabera na janela; se for maior, nao ccabera e teremos de dar outra solugéo. A altura de cada enrolamento & igual a altura das camadas, mais a altura dos isolantes do inicio'e do fim da camada, @ mais ainda a altura dos isolantes entre camadas, Se chamarmos de h a altura do enrolamento em milimetros, de ¢ 0 numero de camadas, de do diémetro do fio em milimetros, de e a espessura do Papel isolante e de ta espessura do isolante entre camadas, resultara A validade dessa expresso 0 aluno pode comprovar, observando a figura 18, onde representamos 0 corte de tum enrolamento de 9 camadas, E facil observar que, entre as 9 Figura 18 - Vista em core de um enrolamento de nove camadas. camadas, temos 8 isolantes; portanto, a lespessura dos papéis sera e x 8 ue (c- 1) = 9-1) =e x8. Temos 9 diametros de condutores; logo, @ espessura do fio serd de 9 xd ou Cx d, onde ¢ = 9. Alm disso, devemos somar a espessura t do isolante da ima camada. Note que nao hha necessidade de somar a espessura do primeiro, porque ele ja fol considerado no ‘arretel ‘Apés efetuar todas as somas indicadas, € conveniente acrescentar + 10% do ‘total, para compensar as imperteigaes do enrolamento, No exemplo de calculo que daremos em seguida, o aluno entender melhor a questao, Ill - Exemplo de calcula de um transformador de forca © cailculo de — qualquer transformador de forca de pequena poténcia 6 relativamente facil e pode ser feito pelo técnico comum. O enrolamento do transformador € executado em bobinadeiras, manuais ou elétricas, podendo, em caso de extrema necessidade, adaptar-se uma furadeira manual para bobinadeira, como sugerimos na figura 19. Figura 19 - Uso de uma furadeva manual como bobinadera, Nas linhias que se seguem, faremos © projeto de um transformador de forga, 0 ‘exemplo 6 geral ¢ servira de modelo para © aluno executar 0 projeto de qualquer ut tipo de transformador. ‘© método geral para 0 célculo do transformador de alimentagao (forca) € 0 seguinte: 18) Calcula-se a poténcia total de todos os secundarios. Para isso, ‘multiplica-se a tensao de cada um por sua cortente, @ somam-se todas as poténcias obtidas. 2) Determina-se a poténcia do primatio, dividindo-se a poténcia do secundario pelo rendimento. O rendimento, para os transformadores construidos manualmente, pode ser 23 artirado em 0,8 3°) Calcula-se a soceao do nucleo pela formula S = 1. 2 YP, sendo P, a poténcia do primario, 4°) Determina-se 0 numero de cespiras do primario pela formula: onde V, é a tensao do primario, B é 0 fluxo em linhas por centimetro quadrado, S 6 a drea do nucleo e f ¢ a frequéncia Hertz; 0 valor de 8, que se adota normalmente, @ 10 000 linhas por Centimetro quadrado. Como a trequéncia padronizada no Brasil & de 60 Hz podemos simplificar a formula acima, substituindo os valores de B e 1. Teremos: Observacao: Caso a trequléncia ‘nao seja 60 Hz e 0 ferro usado tenha Indugao diferente de 10 000 gauss, 0 aluno deve utilizar a formula geral (1) 5%) Conhecendo-se 0 numero de espiras do primairio, e como: temos: relagao esta que se chama de relacao espira por Volt, ou também relacao volta volt. Calculando-se essa relacao, basta ‘multiplicé-la pelo valor da tensao de cada secundario, para se ter o numero de espiras, 6°) Escolhe-se 0 tio de cada enrolamento pela tabela |, admitindo-se uma densidade de corrente de 1 A/mm? a 2 Almm?, Como |é afirmamos atras, é Conveniente adotar-se a de 1,5 Amm= 72) Verifica-se se os enrolamentos cabem na janela do nicleo. Caso haja folga, pode-se aumentar a isolagao entre ‘camadas € completar a folga, na ultima Se 0 enrolamento nao couber na janela, escolhe-se um nucleo de chapas maiores ‘SECUNDARIO Figura 20 Esquema de um translarmador para base de calcul. . Observacao: O método de calculo que estamos apresentando ¢ simplificado; por isso, partimos de chapas comerciais cortadas em tamanhos padronizados e empilhamo-las, para que déem a seccao de que necessitamos, verificando se o enrolamento cabe na janela, posteriormente. Exemplo: ‘Vamos projetar um transformador de alimentagao com um secundario de 63V-25A © esquema 6 o da figura 20. Marcha do calculo 1 - Poténcia do secun- dario Como 0 enrolamento 6 de 6,3 V sob corrente de 2,6 A, temos a poténcia de: Que sera considerada como sendo fa poténcia total do secundario. 2- Poténcia do primario Admitindo-se rendimento de 0,8, a Poténcia do primatio sera 3 - Area da perna central do nucleo A area da petna central do nucleo Encontramos, no mercado, chapas fem E que tém 3 cm de perma central espessura de 0,35 mm. ‘Como $= ah é a= 3 om, resulta que h = S + a= 5,36 + 3=1,78 om. Como a chapa tem 0,35 mm, necessitaremos de: ‘empilhadas, para pertazer 1,78 cm. 4 - Numero de espiras do primario Considerando B = 10 000 gauss, f = 60 Hz e tensdo no primario de 110 V, teremos: 24 5 - Relagdo espiras por Volt Ea seguinte: Logo, 0 numero de espiras do secundario, para 6,3 V sera: Tomaremos 44 espiras, jé que 0 seu niimero deve ser inteir. No préximo fasciculo continuare: mos com 0 t6pico aqui abordado. VOCABULARIO Adequada: Apropriada; amoldada, Associado: Agregado; Unido; aliado. : Conferir; con: Distinta: Diterente; se. parada; que nao se confunde: Enaltecido: Elevado; exaltado, Encimar: Colocar em cima de; rematar Locar: Localizar. on parecer julgar; dar 0 seu ‘Segmentos: Partes de um todo; porcoes determinadas de uum objeto.

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