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São Paulo
2003
Horacio Motta Augusto
Orientador:
Professor Doutor José Carlos de Souza Santos
São Paulo
2003
I
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
ÍNDICE
1 Introdução ........................................................................................................................ 1
2 Política de Investimentos e o Processo de ALM .......................................................... 4
3 Natureza do Passivo........................................................................................................ 5
4 Alocação de Ativos.......................................................................................................... 7
5 Estratégias de Construção e Gestão em Carteiras de Renda Fixa .......................... 14
5.1 Gestão Ativa .................................................................................................................................. 14
5.1.1 Estratégias de Antecipação de Taxas de Juros (Duration Strategies) ............................ 14
5.1.2 Estratégias de Alocação Inter e Intra-Setores ..................................................................... 14
5.1.3 Seleção Individual de Papéis ................................................................................................. 15
5.1.4 Análise Estratégica de Fronteira............................................................................................ 15
5.2 Gestão de Fundos contra um Bond Market Index................................................................... 16
5.2.1 Pure Index Match ..................................................................................................................... 18
5.2.2 Matching Primary Index Risk Factors ................................................................................... 19
5.2.3 Minor Mismatches .................................................................................................................... 20
5.2.4 Larger Mismatches................................................................................................................... 20
5.2.5 Fullblown Active........................................................................................................................ 21
5.2.6 Estratégias Internacionais....................................................................................................... 21
5.3 Gestão de Fundos contra o Passivo.......................................................................................... 22
5.3.1 Portfólios Dedicados................................................................................................................ 22
5.3.2 Imunização Clássica ................................................................................................................ 25
5.3.3 Total Return .............................................................................................................................. 40
5.4 Estratégias Combinadas ............................................................................................................. 44
5.4.1 Multiple Asset Performance.................................................................................................... 44
5.4.2 Combinação Ativa-Passiva..................................................................................................... 45
5.4.3 Gestão Ativa de Portifólios Dedicados.................................................................................. 45
5.4.4 Combinação Ativa-Imunização .............................................................................................. 46
5.4.5 Combination Matching............................................................................................................. 46
5.4.6 Imunização Contingente.......................................................................................................... 47
5.4.7 Seguro de Portifólio (Dynamic Asset Allocation) ................................................................. 52
6 Margem de Solvência .................................................................................................... 54
6.1 Custo de Capital e a Fronteira Eficiente ................................................................................... 58
7 Liquidez .......................................................................................................................... 61
7.1 Modelo de Planejamento de Liquidez ....................................................................................... 63
8 Conclusão....................................................................................................................... 67
9 Bibliografia ..................................................................................................................... 69
VI
Gráfico 1 – Quarterly Return Performance Comparison of Actual With Shadow Asset Mix
Portfolios for a Representative Large Pension Fund, 1974-1983. SOURCE: Brinson, Hood,
and Beebower [1986]. .................................................................................................................. 8
Gráfico 2 – Expected Return and Risk for Various Asset Mixes and the Efficient Investment
Opportunities Border. ................................................................................................................. 10
Gráfico 3 – Combining Investor Return/Risk Preferences and Market Opportunities to Select an
Optimal Portfolio......................................................................................................................... 11
Gráfico 4 – Strategic Frontier Analysis. Three Scenario Interest Rate Forecast: Model Portfolio–
High Coupon U.S. Treasury (June 30, 1988 to June 30, 1989). SOURCE: Gifford Fong
Associates. ................................................................................................................................. 16
Gráfico 5 – Changes in Portfolio Value via Parallel Interest Rate Changes for an Immunized
Portfolio. ..................................................................................................................................... 31
Gráfico 6 – (a) Parallel Yield Curve Shift and (b) Nonparallel Yield Curve Shift. .............................. 34
Gráfico 7 – Yield Curves. ................................................................................................................... 35
Gráfico 8 – Two Patterns of Changes in Portfólio Value Caused By Nonparallel Interest Rate
Shifts for an Immunized Portfolio. .............................................................................................. 37
Gráfico 9 – Duration vs. Time to horizon With the Passage of Time. ................................................ 39
Gráfico 10 – Yield Curves. ................................................................................................................. 42
Gráfico 11 – Contingent Immunization ........................................................................................... 48
Gráfico 12 – Potential Return Over Time on a Successfully and an Unsuccessfully Actively
Managed 30-Year Bond Portfolio With Contingent Immunization. SOURCE: Salomon
Brothers, Inc. .............................................................................................................................. 51
Gráfico 13 – Potential Returns on a 30-year Bond Portfolio Under 12 Percent Classical
Immunization and 11 Percent Contingent Immunization of Various Yield Change
Assumptions. SOURCE: Salomon Brothers, Inc. ...................................................................... 52
Gráfico 14 – Bonds, Real Estate, and Stocks.................................................................................... 59
1 INTRODUÇÃO
Finalmente, vale dizer que foram supostos alguns conhecimentos prévios para o
acompanhamento das discussões apresentadas: noções relativas às características de
risco e retorno de diversos veículos financeiros (inclusive MBS, ABS), entendimento da
moderna teoria de portifólio (Modelo de Markowitz, CAPM), estrutura a termo das taxas de
juros e fundamentos da teoria de precificação de derivativos (especialmente opções). Os
conceitos de duração e convexidade, assim como suas principais variantes, também
foram assumidos como previamente adquiridos.
4
3 NATUREZA DO PASSIVO
Um passivo, no contexto de ALM, deve ser entendido como a saída de caixa que
deve ser efetuada para atender obrigação contratual. A Tabela 1 esquematiza a
classificação dos passivos para investidores institucionais com base no conhecimento
prévio ou na incerteza com respeito ao montante e ao momento do fluxo de caixa.
Exemplos de passivos do Tipo I são fixed rate CDs e GICs. Apólices de seguro de
vida com indenização fixa por morte constituem um caso de passivo do Tipo II. Por sua
vez, floating-rate CDs e floating-rate GICs representam passivos do Tipo III. Por fim, há os
passivos do Tipo IV: benefícios de aposentadoria para futuros aposentados e apólices de
seguro de ramos elementares (Property & Casualty).
Embora a ênfase aqui não seja em discutir os pormenores das obrigações, cabe
ressaltar novamente que o conhecimento das propriedades do passivo é imprescindível
para gerir eficientemente o ativo.
6
Retired-Lives Liabilities
Year Dollar Payout
1992a 1,250,000
1993 15,000,000
1994 14,916,015
1995 14,427,743
1996 13,445,985
1997 12,435,248
1998 11,754,199
1999 11,384,959
2000 11,028,026
2001 10,654,684
2002 10,408,523
2003 10,355,190
2004 10,236,214
2005 9,953,126
2006 9,670,039
2007 9,302,164
2008 8,748,308
2009 8,621,160
2010 8,209,594
2011 7,893,578
2012 7,435,436
2013 6,993,713
2014 6,579,349
2015 6,145,834
2016 5,732,824
2017 5,322,551
2018 4,983,398
2019 4,615,526
2020 4,257,221
2021 3,892,088
2022 3,537,881
2023 3,216,510
2024 2,934,788
2025 2,659,900
2026 2,385,026
2027 2,123,504
2028 1,337,297
Total $283,758,000
a
Partial year @ $15 million.
4 ALOCAÇÃO DE ATIVOS
Vale comentar um estudo conduzido por BRINSON et al., 1986, o qual procurou
medir a relevância da alocação de ativos para 91 fundos de pensão norte-americanos
entre 1974 e 1983. No início de cada trimestre, o mix de ativos de cada fundo foi
decomposto em quatro porções: moeda (e equivalentes), títulos, ações e “outros”. Então
um mix de ativos “sombra” foi criado, possuindo apenas moeda (e equivalentes), títulos e
ações, nas mesmas proporções presentes em cada fundo. O retorno para este mix
“sombra” para o trimestre seguinte foi então medido usando três índices (cash fund,
passive bond market fund e passive stock market fund) – cada um representando a classe
de ativos como um todo.
1
O estabelecimento das propriedades desejadas para cada classe de ativos pode ser obtido por
meio de modelos econométricos de regressão linear múltipla – asset class return factor models
(MAGGIN & TUTTLE, 1990:7-18).
8
Gráfico 1 – Quarterly Return Performance Comparison of Actual With Shadow Asset Mix
Portfolios for a Representative Large Pension Fund, 1974-1983. SOURCE: Brinson,
Hood, and Beebower [1986].
A parte de variância dos retornos não explicada pela alocação de ativos (mix
“sombra”) e que, em princípio, poderia ser atribuída à seleção ativa de papéis, na
realidade possivelmente seria ainda menor se tivessem sido consideradas outras classes
de ativos também expressivas.
9
A fronteira eficiente pode ser derivada das condições do mercado de capitais por
meio de programa linear que combine ativos em proporções tais que o risco (desvio
padrão do retorno) seja minimizado para dado nível de retorno esperado para a carteira.
Tal otimização pode ser ilustrada pela comparação dos pontos A e C do Gráfico 2.
Alternativamente, pode-se maximizar o retorno esperado para um certo grau de risco
(pontos A e B). Quaisquer restrições adicionais, como a inclusão de limites inferiores e
superiores aplicados em cada ativo, pode ser facilmente incorporada no processo de
otimização.
2
A função de utilidade pode ser escrita como o retorno esperado ajustado ao risco:
σM2
UMk = E ( R M ) − (i), onde U Mk indica a utilidade do mix de ativos M para o investidor k;
tk
E(R M ) e σ 2M são o retorno esperado e a variância do retorno, respectivamente, para o mix M; e
t k é medida da tolerância ao risco para o k-ésimo investidor. A um investidor menos tolerante ao
risco correspondem curvas de indiferença mais “íngrimes”, o que constitui propriedade desejável
da expressão (i).
10
Gráfico 2 – Expected Return and Risk for Various Asset Mixes and the Efficient Investment
Opportunities Border.
3
Para completar o Modelo de Markowitz, restaria ainda incluir a Linha de Alocação de Capital.
11
Resultados de uma revisão são usados na revisão seguinte (feedback loop). Por
exemplo, os retornos em M3 afetam o patrimônio líquido em I1 e o estado corrente do
mercado de capitais em C1.
De uma revisão para a outra, os inputs e outputs (C1, C3, I1, I3, M2 e M3)
normalmente se alteram. Todavia, as regras de decisão (C2, I2 e M1) tendem a
permanecer as mesmas.
13
L1
C1
Investor’s Assets,
Capital Market
Liabilities, and
Conditions
Net Worth
I2
C2
Investor’s Risk
Prediction
Tolerance
Procedure
Function
C3
I3
Expected Returns,
Investor’s Risk
Risks, and
Tolerance
Correlations
M1
Optimizer
M2
Investor’s Asset Mix
M3
Returns
Índices de renda fixa geralmente não são apropriados, por exemplo, para avaliar a
performance de um fundo pertencente a plano de previdência, pois eles não refletem a
estrutura dos passivos. Um índice especializado pode ser calculado com referência no
aumento de valor das obrigações do plano (descontadas usando taxas spot livres de
risco).
O gestor pode desejar alterar a duração do portifólio para lucrar com o movimento
antecipado de taxas. A duração do portifólio pode ser modificada por swaps de bonds ou,
mais eficientemente, por contratos futuros de taxas de juros. Deve-se aumentar (diminuir)
a duração se as taxas de juros supostamente vão cair (subir).
O gestor pode fazer a seleção dos ativos com base em sua percepção de que
estejam precificados incorretamente. A estratégia mais comum identifica papéis “baratos”
pela comparação de sua yield com emissões comparáveis ou pela análise de crédito
prevendo alterações de rating.
O Gráfico 4 ilustra mais uma abordagem para a gestão ativa de carteiras de renda
fixa. Os retornos totais para cada título são simulados para uma diversidade de cenários.
O retorno no melhor caso é plotado contra o retorno no pior caso. O ponto correspondente
ao portifólio total constitui a base de comparação, definindo os quadrantes.
Gráfico 4 – Strategic Frontier Analysis. Three Scenario Interest Rate Forecast: Model
Portfolio–High Coupon U.S. Treasury (June 30, 1988 to June 30, 1989). SOURCE:
Gifford Fong Associates.
Diversas outras estratégias podem ser aplicadas no caso de gestão ativa, mas
fogem ao escopo da discussão (MAGGIN & TUTTLE, 1990, cap. 8:26-51 e FABOZZI,
2001:520-545).
A duração do índice;
a distribuição no tempo dos fluxos de caixa;
percentuais para cada nível de qualidade (AAA, A, BB);
ponderação por células de setor, cupom e maturidade (por exemplo: agency, < 6,0%
e 5-10 anos – ou então, corporate, > 10,0% e < 2 anos);
exposição por emissor.
18
Index
Enhanced
Index
Active
Os preços usados para calcular o índice podem não ser exatamente os preços
correntes de mercado;
os índices utilizam dealer bid prices, enquanto que os gestores compram pelos dealer
ask prices;
muitos dos títulos subjacentes aos índices são ilíquidos ou indisponíveis;
Cabe ressaltar que o menor número de títulos aumenta o tracking error4 por conta
do casamento imperfeito dos fatores primários de risco. Por outro lado, devido aos custos
de transação reduzidos, observa-se uma redução no tracking error. Este trade-off permite
acompanhar o índice com razoável precisão mesmo dispondo de poucos títulos. Contudo,
é preciso que estes papéis sejam de alguma forma representativos. É o caso, por
4
O tracking error corresponde a 1 desvio padrão da diferença entre os retornos anualizados do
portifólio e do índice.
20
exemplo, da carteira composta por apenas 16 emissões para replicar o Shearson Lehman
Hutton Full Treasury Index (Tabela 4).
que contraria diretamente a hipótese de eficiência dos mercados, ao menos em sua forma
forte.
Neste caso, o gestor efetua apostas quanto às mudanças nas taxas de juros, isto é,
além dos consideráveis descasamentos nos demais fatores primários de risco, há ainda
apostas de duração. Pode-se também incluir na carteira setores que não compõem o
índice.
Resta dizer ainda que pode ser conveniente se basear em um índice dentro de
cada país para seleção dos papéis. Além disso, vale lembrar que abordagens passivas
em mercados internacionais normalmente não possuem hedge de câmbio.
22
Os ativos são carregados até a maturidade, de forma que não há risco de taxa de
juros, pois não se planeja liquidar os papéis.
L1 L2 L3 L4 L5
Liability
Time
0 1 2 3 4 5
23
Step 1:
Cash flow from Bond A selected to satisfy L5
Coupons = Ac: Principal = Ap and Ac + Ap = L5.
Unfunded liabillity
Time
0 1 2 3 4
Step 2:
Cash flow from Bond B selected to satisfy L4
Unfunded liability = L4 – Ac.
Coupons = Bc; Principal = Bp and Bc + Bp = L4 - Ac.
Unfunded liabilities remaining:
L1-Ac-Bc L2-Ac-Bc L3-Ac-Bc
Unfunded liabillity
Time
0 1 2 3
Step 3:
Cash flow from Bond C selected to satisfy L3
Unfunded liability = L3 – Ac - Bc.
Coupons = Cc; Principal = Cp and Cc + Cp = L3 - Ac - Bc.
Unfunded liabilities remaining:
L1-Ac-Bc- Cc L2-Ac-Bc-Cc
Unfunded liabillity
Time
0 1 2
Step 4:
Cash flow from Bond D selected to satisfy L2
Unfunded liability = L2 – Ac - Bc - Cc.
24
L1-Ac-Bc-Cc - Dc
Unfunded liabillity
Time
0 1
Step 5:
Select Bond E with a cash flow of L1 – Ac - Bc - Cc - Dc
Contudo, nem sempre os fluxos devem ser perfeitamente casados. Pode ser
vantajoso selecionar papéis que ofereçam yields mais elevadas, ainda que não
apresentem casamento tão firme com as obrigações da companhia, uma vez que
maturam pouco antes da data exigida. Neste caso, os fluxos de caixa requeridos pelo
passivo são pré-financiados por ativos de mais curto-prazo, os quais são então
carregados de acordo com uma taxa de reinvestimento até que sejam consumidos pela
obrigação seguinte mais próxima. Assim, o risco de reinvestimento é controlado por meio
do carregamento de pequenas posições de surplus entre uma data de pagamento e a
data seguinte. Estas posições de surplus devem-se apenas ao fato de que, conforme
apontado, pode ser conveniente ou mesmo necessário haver um casamento não tão
apertado entre os fluxos de caixa dos ativos e dos passivos.
O preço de venda deste título, somado aos cupons e rendimentos de reinvestimento, deve
fazer frente à obrigação.
Tabela 5 – Accumulated Value and Total Return After Five Years for a 5-Year 7.5% Bond
Selling to Yield 7.5%.
Investment horizon: 5 years Price: 100.00
Coupon rate: 7.50% Par value purchased: $9,642,899
Maturity: 5 years Purchase price: $9,642,899
Yield to maturity: 7.50% Target accumulated value: $13,934,413
Tabela 6 – Accumulated Value and Total Return After Five Years for a 12-Year 7.5% Bond
Selling to Yield 7.5%.
Investment horizon: 5 years Price: 100.00
Coupon rate: 7.50% Par value purchased: $9,642,899
Maturity: 12 years Purchase price: $9,642,899
Yield to maturity: 7.50% Target accumulated value: $13,934,413
Tabela 7 – Accumulated Value and Total Return After Five Years for a 6-Year 7.5% Bond
Selling to Yield 7.5%.
Tabela 8 – Accumulated Value and Total Return After Five Years for a 6-Year 6.75% Bond
Selling to Yield 7.5%.
Gráfico 5 – Changes in Portfolio Value via Parallel Interest Rate Changes for an Immunized
Portfolio.
a b
Portfolio Value
t t'
-3 -2 -1 0 +1 +2 %
Interest Rate Change
Tabela 9 – Duration for the Four Bonds Analyzed as Potential Candidates for Immunization.
Bond Duration Risk
5-year, 7.5% coupon at par 4.11 Reinvestment
12-year, 7.5% coupon at par 7.83 Price
6-year, 7.5% coupon at par 0.48 Reinvestment
6-year, 6.75% coupon at 96.42899 4.82 Immunization
5
Para tratamento formal do tema e apresentação rigorosa das condições necessárias e suficientes
para construção de carteira imunizada, ver PANJER, 2001.
33
Objective: Lock in a minimum target rate and target accumulated value regardless of how
interest rates change over the investment horizon.
Assumption: Parallel shift in the yield curve (i.e., all yields rise and fall uniformly)
Principle:
Scenario 1: Interest rates increase
Implications:
2. Value of portfolio of bonds with maturities greater than the investment horizon
declines in value
Implications:
2. Value of portfolio of bonds with maturities greater than the investment horizon
increases in value
Gráfico 6 – (a) Parallel Yield Curve Shift and (b) Nonparallel Yield Curve Shift.
2
Ending yield curve
1
Yield to Maturity
Maturity/Duration (a)
Yield to Maturity
1
Initial yield curve
Maturity/Duration (b)
10
8
Yield
5
3m 6m 1 yr 2 yr 3 yr 4 yr 5 yr 7 yr 10 yr 20 yr 30 yr
Maturity
Gráfico 8 – Two Patterns of Changes in Portfólio Value Caused By Nonparallel Interest Rate
Shifts for an Immunized Portfolio.
No caso ilustrado pelo Gráfico 9, por exemplo, de uma única obrigação a ser paga
em cinco anos, vê-se que a duração de Macaulay do passivo, correspondente ao tempo
até o horizonte especificado, se reduz mais rapidamente que a duração do portifólio
originalmente imunizado (pois a curva de juros supostamente não é plana). Deste modo, a
proteção contra futuros deslocamentos da yield curve já não mais existe e diminui com o
tempo.
39
6
Time to horizon or duration (years)
0
0 1 2 3 4 5 6 7
Passage of time (years)
Embora o foco devesse estar em fazer frente ao valor futuro do passivo, a carteira
imunizada acaba por enfatizar de forma exagerada o ajuste instantâneo às alterações de
preços de passivos e ativos. Despreza-se a possibilidade de compensar desajustes
passageiros por meio de subseqüentes deslocamentos da yield-curve, de modo que se
perde a visão de longo-prazo de valor.
A modelagem inicia-se pelos ativos: os retornos totais para cada um dos papéis
considerados devem ser obtidos, levando-se em conta as restrições fiscais, contábeis, e
regulatórias aplicáveis. Exige-se ainda a adoção de uma hipótese de reinvestimento para
os fluxos de caixa anteriores ao horizonte de tempo estabelecido. O modelo deve
incorporar também os riscos de crédito e de pré-pagamento e os impactos de opções
embutidas nos ativos (calls, puts, sinking funds). Em seguida, o gestor deve especificar
diversos cenários para a yield curve e para os spreads. Em cada cenário gerado, deve-se
definir a perda máxima permitida diante do passivo, o spread mínimo tolerado. Além disso,
é preciso estabelecer probabilidades subjetivas para cada cenário. Finalmente, basta
eleger um objetivo: maximizar o retorno total esperado do ativo, maximizar o ganho
esperado ou minimizar o risco para dado nível de retorno.
10
9
Yield
6
3m 6m 1 yr 2 yr 3 yr 4 yr 5 yr 7 yr 10 yr 20 yr 30 yr
Maturity
I II III IV V
Tal abordagem não deve ser confundida com uma estratégia de buy and hold, pois
o gestor pode se aproveitar de eventuais oportunidades de adicionar valor à carteira por
meio de swaps de ativos (estratégia de buy and incubate).
Tabela 14 – Annual Returns for Simulated Multiple Asset Protection Portfolio Compared With
Returns on Three Fixed-Income Indexes, 1978-1987.
MAP
Year SLGT USTB SLGC MAP
ATC
1978 -1.4% 6.85% 1.19% 4.06% 3.89%
1979 -0.53 10.0 2.30 7.31 7.18
1980 -2.94 11.75 3.06 5.32 4.98
1981 0.37 16.10 7.26 10.40 10.21
1982 41.76 12.70 31.09 34.87 34.64
1983 1.99 9.17 8.00 4.98 4.80
1984 14.79 10.99 15.02 10.29 10.03
1985 31.56 8.35 21.30 24.58 24.30
1986 24.10 6.69 15.62 16.69 16.50
1987 -2.67 6.41 2.29 1.93 1.77
Geometric mean 9.68 9.87 10.33 11.63 11.42
Standard deviation 15.55 2.93 9.38 9.95 9.93
Key: SLGT = Shearson Lehman Hutton Long Treasury Bond Index
USTB = Three-Month U.S. Treasury Bill Index
SLGC = Shearson Lehman Hutton government/Corporate Bond Index
MAP = Best return of SLGT or USTB net of predetermined strategy cost
MAP ATC = MAP’s returns after transaction costs
A gestão ativa também pode incluir swaps de títulos para atingir yields maiores ou
reduzir o risco de crédito. Certamente que os títulos trocados precisam ter seus fluxos de
caixa devidamente substituídos, de modo que os papéis considerados para a operação
estão restritos em termos de cupons e maturidades.
Por outro lado, os custos desta abordagem são ligeiramente superiores, uma vez
que se adicionam novas restrições ao portifólio ótimo. Demais, as possibilidades de
swaps acabam lamentavelmente por se reduzir, pois o casamento de fluxos precisa ser
preservado.
47
$3.000
$2.500
Accreted values ($million)
C
$2.000
$1.500
A
$1.000
B
$500
$0
0 1 2 3 4 5 6 7
Years
Tigger
Portfolio 1
Portfolio 2
$34357.
Present Actual Asset Value $26582. Achievable Terminal Asset Value
Present Required Asst Value Required Terminal Asset Value 30712.
23762.
Present Excess Asset Value Achievable Excess Terminal Asset Value $3645.
$2820.
Return Analysis
Return to Date 13.21%/Yr 6-30-85 to 6-30.88
Present Immunization Target Return 8.7%/Yr 6-30-88 to 6-30-91
Return Achievable with Immunization Strategy 10.96%/Yr 6-30-85 to 6-30-91
Required Return on Assets 9.00%/Yr 6-30-85 to 6-30-91
Achievable Excess Return (Cushion) 1.96%/Yr 6-30-85 to 6-30-91
rapidamente. Por outro lado, se definido valor muito baixo, perde-se o propósito de se
implementar a estratégia de imunização contingente.
18
17
16
15
Successful management
Potential return (%)
14
13
Classical immunization
12
Unsuccessful management
11
9
0 1 2 3 4 5 6
Time in years
21
20
19
Contingent
18 immunization
17
Potential return (%)
16
15
14
13
Classical immunization
12
Minimum return target
11
10
-7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7
Immediate Yield change from 12% (percentage points)
6 MARGEM DE SOLVÊNCIA
Tanto a NAIC como a A.M. Best definem o Risk-Based Capital pela seguinte
fórmula:
( C1 + C3 )
2
RBC = + C22 + C4 + C0 (iii)
Capital Total
RBC Ratio = (iv)
RBC Re querido
Em tese, quanto maior for esta proporção, mais forte é a posição financeira da
companhia. No entanto, vale lembrar que o RBC não é medida efetivamente
representativa para todas as companhias ou, mesmo internamente a uma seguradora,
para todas as linhas de negócios. Há diferenças não contempladas pela fórmula, tais
como padrões de subscrição distintos e canais de distribuição mais ou menos favoráveis
à anti-seleção (brokers versus agents).
C2
R= (v)
C1 + C3
∂RBC ∂RBC
= =1 (vi)
∂C0 ∂C4
56
∂RBC ∂RBC 1
= = WA = (ivii)
∂C1 ∂C3 1 + R2
∂RBC R
= WI = (viii)
∂C2 1 + R2
dWA
<0 (ix)
dR
dWI
>0 (x)
dR
Desta forma, pode-se notar que igual incremento no capital requerido por conta do
risco atuarial (C2), impacta distintamente os montantes de RBC para cada companhia. A
seguradora X, por já ser mais orientada para o passivo que Y (RX>RY), deve elevar o
capital em US$0,4472, enquanto Y necessita apenas da adição de US$0,1956. Enfim, a
fórmula, ainda que não capte adequadamente todos os fatores de risco relevante, ao
menos possui propriedades desejáveis, como em (ix) e (x). Conforme R aumenta, o peso
atribuído a incrementos em C1 e C3, WA, se reduz. Portanto, à medida que a companhia
se torna mais insurance-weighted, o impacto de aumentos em C1 e C3 (componentes
relativos aos riscos do ativo) no RBC é menor.
57
Caso as seguradoras operem com RBC ratios maiores que 100% e queiram
manter este nível relativo de capital total, devem então obedecer à seguinte expressão
aproximada para o acréscimo no RBC resultante de uma elevação em C2:
Deste modo, pode-se reduzir o RBC pela simples diversificação dos riscos. Trata-
se de outra propriedade conveniente da fórmula em (iii).
58
US$0,03354 a taxa cobrada dos segurados para cada US$1.000,00 de cobertura, o que
representa muitas vezes elevação superior a 5% nos prêmios com vistas a oferecer a taxa
de 12% requerida pelos acionistas.
Finalmente, basta dividir este último montante pelo ( Valor de Aquisição dos Títulos ) para
Uma das principais implicações do RBC pode ser mais bem compreendida se são
consideradas apenas três classes de ativos: títulos, imóveis e ações. Usando valores
históricos para estimar valores esperados, volatilidades e correlações para os retornos,
pode-se construir uma fronteira eficiente convencional. No entanto, se o custo de capital é
considerado e os basis points devidamente descontados, a fronteira se desloca para
baixo (refletindo a redução nos retornos) e aparece “rebatida” (Gráfico 14). O portifólio
com maior retorno esperado passa a ser composto exclusivamente por títulos (100%
Bonds), diferentemente da fronteira usual. A figura ainda revela que se o RBC Ratio for de
150%, se houver custo de capital ainda maior, os títulos passam a ser ainda mais
atrativos. Afinal, a carteira eficiente passa da composição 30/35/356 no caso habitual para
50/30/25 quando o RBC é levado em consideração e para 60/25/15 na hipótese de um
RBC Ratio superior a 100%.
Quanto mais elevado o RBC Ratio desejado, mais alto o percentual em títulos no
portifólio eficiente.
Effficient Frontier - Bonds 8,0%, Real State 9,0%, and Stocks 10,0%.
11,5
100% Stocks (10.0%)
10,5
30/35/35 (9,05%)
Expected Return %
5,5
7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Risk %
6
30% em títulos. 35% em imóveis e 35% em ações.
60
Embora o impacto do RBC na alocação de ativos seja o foco neste trabalho, vale
lembrar que diversas medidas são adotadas para elevar o RBC Ratio (tanto pelo aumento
do numerador como pela diminuição do denominador em (1)), tais como:
7 LIQUIDEZ
Long term government bonds, por exemplo, não são muito líquidos, embora sejam
marketables. Ainda que não haja um bid/ask spread expressivo, os valores destes títulos
se alteram consideravelmente conforme ocorrem flutuações nas taxas de juros. Já os
money market instruments e os short term government bonds representam ativos
extremamente líquidos.
Além das já mencionadas, resta citar outras fontes de caixa: fluxos positivos
oriundos dos passivos (receita de prêmios e contribuições), pagamentos de cupons e
principal, ações marketables.
Uma forma de melhor avaliar tais riscos consiste em empregar uma ferramenta de
modelagem baseada na criação de cenários e que permita mensurar, em cada caso, os
impactos sobre o fluxo de caixa da companhia.
Finalmente, caso os esforços acima indicados não sejam suficientes para evitar
uma crise de liquidez, algumas medidas emergenciais devem ser consideradas:
8 CONCLUSÃO
Outros aspectos poderiam ainda ser tratados, embora estivessem além do escopo
do trabalho, a saber: o uso da metodologia do VaR para analisar a posição de capital, o
impacto das considerações sobre os ativos no processo de desenvolvimento de produtos,
o desenvolvimento de sistemas de controle, considerações sobre as estruturas
organizacionais e a importância da comunicação eficaz para o ALM, interligações entre o
ALM e o Dynamic Financial Analysis (DFA), entre outros.
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