Você está na página 1de 19
COMERCIAL ENTRE SAO PAULO (BRAS) E AN NOS SUBTERRANEOS DAS SACOLEIRAS AFRI Paulo Gomes Vas! “A acumulaedoflesve fol acompanhada naponta do consi ‘mo, portano, por una atencao muto maior ds modasfiza- ese pela mobiizagdo de todos os arcts de induc de neeessdades ede wansformagdo cultural que isso implica. A ‘stétion relativamentestvel de modernismo fordsta cadew lugar todo jrment,tasiabiadade equates gids de uma esttica pbs- moderna que celebra a diference, & sfemeridade, 0 espetcula, a moda e a mercudificagdo de forma culturais” (HARVEY, 1992, p18) Resumo: Este estudo tem como objetivo principal observ soviolica « ane ‘noyoogicmente 9 deaneadeamem das novas manifeaghes de trabalho que sutistea de forma engenbosa ao desemgreso Formal. tomando como obet © ‘aso dis soci de Angola Guiné Bean uo sm para Sto Paulo compra fgos de consumo a seem fevendidos em sous pales. Localzamos al umn proce de feminizago do trabalho, em un ealexo de mobilldade espacial Hota Palavra chav: laformaidade, Muher Afiana, Commodi Chains, Mobil sage Itemactonal “This sty ims Took a he main sociological an sthropolgicl seteration of new expressions of work postoned in contast to fora ‘ompoyment takes as a objet the ease of "Scola of Angola and Goines Bissau who come to S20 Paulo o buy consumer goods to be resold in their counties, Loated here isu process of the fenization of work within the xtmal (je. tational and glob) urban spaces. Keywords: Informality; African Women; Commodity Chai Moby. Cran en Cts Scns pola Unive d 8 Pal en 2006 Mesteen Soidopipea Une 196 Vw, Paula Gomes. As muambeiras nos subterrineos das eaeias Esta contribuigZo trata da temitica da migraglo, da etnicidade ¢ da mobilidade relacionadas ao trabalho, a partir das consideragdes de certos, autores-chave, tais como Simmel (1983), Sayad (1998) ¢ Ocada (2003), Fmbora em niveis diferentes, o que hi cle comnm em cada um deles #0 fata de falarem de comunidades étnicas com as quais se identificam de mancira rio abstrata e experiencial. Simmel, filho de judeus, escreve a respeito dos seus ascendentes na Alemanha: Sayad, de origem argelina, aborda os seus conterrineos na Franca; por fim, Ocada, descendente de japoneses,traz & tona a temitica dos decasséeuis no Japao. Entre tantos outros, esses auto res ressaltam muito bem os aspectos dicotdmicos de pertencimento distanciamento da cultura original, além da questdo da sociabilidade, Dentro desse rol de reflexdes, localizamos situagdes especificas, como é 0 caso, por exemplo, da condigao dos expatriados: aqueles que decidem permane- cer no pats de destino devido ao ciclo de crises politicas e econdmicas em seus paises de origem, formando algumas vezes 0 chamado, exéreito indus- trial de reserva (MARX, 1968, p. 737). Nesse illimo caso, a condigio gené- rica do estrangeiro refletido naquelas abordagens ganha uma feigao que a conecta diretamente com a realidade do trabalho (ou da falta dele). Ha expatriados ricos, remediados e pobres. Aqui scré explorado o caso das trabalhadoras temporérias chama~ das de sacoleiras, aquelas que chegam hoje e partem amanha, que estio sempre em trénsito, comprando num lugar para vender em outro. Elas configuram uma particularidade sui generis de turistas afticanas, as quais na verdade alimentam as cadeias de mercadoria (commodity chains) de determinados bens que comercializam, Todo esse processo ovorre en= quanto aguardam a ocupagao formal, isto &, 0 emprego. A singularidade das sacoleiras esti em ser 0 grande elo entre a cadeia produtiva, 0 varejo € 0 consumidor final. (0 fendmeno social deserito neste estudo, protagonizado por revendedoras “sacoleiras” (retailers and dealers) angolanas ¢ guineenses, relaciona-se esperialmente com certa parte da populagao desses paises & esti contribuindo para o redesenho estratégico da divisio intemacional do trabalho, atuando nos poros da citculagdo de commodities em cadeias pro dlutivas globais.” ‘tes ees or ina yas Aue Jum pers de ane ependendo de pcs Se ‘Setoe de apts bs rio nest opi slo ees teen por ue ee ‘pies ptr Pee, oi son cont pr rags Obumem, ress ane exe Saif aie Te. cx GOUNET, Thomas. Fordismo « tovotiome ne civilizasdo do automével. S80 Pas Boitempo,1999, ARVEY, David 4 condi pismoderna. Sto Paulo: Loyola, 1992 KONIGAME, Jaana O loa! eo gloal a comaniadenipo-bricir: wm execs socioico sob oprsma dos jvens cidade de Pao. 201. (Disseraco de Mesa). Deparamento Paul, 200 LEVESTRAUSS, Claude 0 Totemismo hoje Lisbon: Egdes 70, 1986, (0 Penvamento Sclvagem. Teed. Maia Colne da Cont ¢ Sours « Alnie de Olivia ‘paar, Sto Paulos Companbia dtora Nacional, 1976, MARY, Kath Cup 17 Ins de “0 Capt rin dy pre de produ mi Sto Paulo Morais, 198, ‘OCADA, Fabio Kazuo, teelagem da vide com fos partidos as motivasBesinvsiveis da feng dekasegu an Japa em gus exagies ese de Doutorado. Aarau: Unes, 2006 SASSEN, Sushis, The Glo Ci. Princeton (NB: Princeton University Pres 1991 SAYAD, A. Imigrago ow oF Parador de Ateridade, So Paulo: Edosp, 199% ‘0 ram da costa cm Sto Palo 1995, Universidade de Sto Paulo, Progra de Ms- Grado fm Antropooy SIMMEL, Geor.Sociolona: 0 strani. In: MORAES FILHO, E. (Ors) inet Colesto (Grandes Cents Sov $20 Paulo: Ate, 1983, UNCTAD (201%). Quem se boneficla com a Uheratizngda do somivclo om Angola? Lima penpectva de gener, Publica ds Nags Unit, 2008. Dison em: or una oy CCaneryos CERU, série 2, v.24, n. 2, deveriora ce 2013 2s LUNECA 2012) Porspactnae Frodo om Aen, Paes Acar de CPLP2D12. Dispnive tom: © cwmmatrcaneconomicotlook or Vaz, Paulo G O rabal manual Aout nas Larios da Glbalzag: 0 eso dos Aicanos em Sio Puulo. 2011, (Diserugao de Mestad), Departamento de Sociologia, Unieanp, WEBER, Max. Beonomia ¢socedade:fundamentos da socoloia compreensiva. 4, ol asiiae Eitora UNB.2000 ‘YUNUS, Mutamimad 0 banque dos pobves, So Palo: Ate, 2006,

Você também pode gostar