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lic Copan A nag. 200 82409 Ces CEP OE OO Sie Palo SP Beal TaFa {1132174615 wmmnooey Bas Hong 59 fain Earp CEP 01485 00 apy © FXO cape og br 34 ad. boii, 2005 Lepage Ca Fb Eon. 2090 tit female om pis de Minis de Rigs Fede Fen (Clan hl oe apa Minin es fir Een Pre Afni de quale fila doe vega inirs {ope nade dno inoue pwns a ding Prag rahe Male Pra ie 1 ign 203, 22009 Nn aie A partilha do sensivel Nota da tradugao Prélogo ae 1, Da partiha do sensivel e das relagdes que estabelece entre politica e estética 2. Dos regimes da arte e do pouco interesse da nogio de modernidade 3, Das artes mecnicas ¢ da promogio estética c cientifica dos andnimos. 4, Se é precivo conclui que a histria ¢ ficgao, Dos modos da fiegio 5. Da arte e do trabalho. Em qué as priticas 1 da arte constituem e no constituem ‘uma exceso as outras priticas Sobre 0 autor. Nota da tradugao (© conesito de “parts dosensivl” [parsae di semble] apa rece uma primeira ver pata 0 plo brasileiro muito bem exp citado no Prficio de Jacques Rancire a0 seu Hiveo Palticas de ‘rit, public pela Ezra 34cm 1995, na Coexso Trans dit ida por Frc Allie, Nese lvro — que ais eonsiste numa colt nea de textos india na Fang, portanto, uma raridade brass 1a bibliog do autor — podemos er: “Pela terme de constiuigo estéica deve-se en- ener aqui a partihe do rensoel que di forma i come iad, Paria significa das coins: parcipaso em tum conjunto comune, inversamente, sepaagio, a istibuigo cm quinhies. Una part do sensivel& pore, o med como se determina no sensvel rela io entre um conjunco conn partihado ea dvisio de pres exlssivas.” Pola da rt, p 7, ilo m0) Mas na tradusio do livre O deentendinento: politica flo ‘fia (Evora 34, 1996), uma nova ops fo feta eo conecto rear ‘parece como “visio do sense", Uma ver que o texto de A part- Ua do sense eet expliciamene sandlives desenvolvidasnes- ‘kim lito, extimamos indispensielalerar para este fo a fim de no compronnetcr a referencia. Quanto & nasa escolha de ei- Firma a adugi nici, alm de spoiar-se na prefeéncia do autor, patecenosstsftoriamentejustiicad pola citag acima, A partilha do sensivel Estética e politica Prologo |As paginas a seguir respondem a uma dupla solic «ago, Em sua origem encontram-se as questées coloca- das por dois joven filésofos, Muriel Combes e Bernard Aspe, para a revista Alice, mais precisamente para segao “A fibrica do sensivel” — seco esta voltada para os atos «stéticos como configurasées da experiéncia, que ense jam novos modos do sentir ¢ induzem novas formas da subjetividade politica. Nesse contexto, questionaram-me sobre as conscquéncias das anilises dedicadas em meu li- v0 O desentendimento & “partiha do sensivel” enquan- to cerne da politica, e portanto a uma certa estética da politica, Suas questées, também suscitadas por uma nova reflexao sobre as grandes teorias ¢ experiéncias vanguar- distas de fusio da arte com a vida, comandam a esteutura do texto que se vai ler. Minhas respostas foram dese Vidas e suas pressuposigées, tanto quanto possive, x citadas, a pedido de Erie Hazan e Stéphanie Grégoite Todavia, essa solicitagio particular se insereve em ‘um contexto mais geral. A multiplicagio dos discursos denunciando a crise da arte ou sua captacao Fatal pelo scurso, a generalizacio do espeticulo ou a morte da imagem sio indicagées suficientes de que, hoje em dia, Eno terreno estético que prossegue uma batalha ontem centrada nas promessas da emancipagio e nas ilusBes ¢ desilusdes da histéria, Talver a trajeéria do discurso si- ‘uacionista — saido de um movimento artistico de van- gquarda do pés-guerra, vindo a ser nos anos 1960 critica radical da politica e, hoje, absorvido no comum do dis- curso desencantado que compoe 0 avesso “eritico” da ‘ordem existente — seja sintomatica das idas ¢ vindas contemporineas da estética ¢ da politica, ¢ das transfor~ magoes do pensamento vanguardista em pensamento nostilgico. Mas sio os textos de Jean-Frangois Lyotard aque methor assinalam a forma como a “estétiea” pade tornar-se, nos tiltimos vinte anos, o lugar privilegiado em que a tradicio do pensamento critic se metamorlo- seou em pensamento do luto. A reinterpretagio da ani~ lise kanciana do sublime transpunha para a arte © con- ccito que Kant havia situado além da arc, para com isso melhor fazer da arte um testemunho do encontro com oitrepresentivel que desconcerta todo pensamento — ¢, a partir da um cestemunho contra aarrogancia da gran- de tentativa estético-poitica do devir-mundo do pensa- ‘mento. Assim, o pensamento da arte tornava-se o lugar onde se protongava, apés proclamagio do fim das uto- pias poiticas, uma dramaturgia do abismo originatio do pensamento ¢ do desastre de seu nao reconhecimento. “Muitas das contribuigSes contemporineas 20 pensamen- to dos desastres da arte ou da imagem trocam em prosa ais mediocre essa reviravolea de principio, ssa conhecida paisagem do pensamento contem- poraneo define 6 contexto em que aqui se inscrevem es- tas questiese respostas, mas no o objetivo delas. Nao se trata de reivindicar, mais uma vez, contra o desencan- tamento pés-moderno, a vocagio vanguardista da arte ‘ou 0 eld de uma modernidade vinculando as conquistas da novidade artistca is da emancipagio. Estas péginas 1 foram motivadas pela preocupagio com uma inter- ‘venga polémica, Flas se inscrevem num trabalho de fon- {g0 prazo que visa restabelecer as condigdes de intligibi- Tidade de urn debate. Isto &, em primeito lugar, elaborar ‘o sentido mesmo do que é designado pelo termo estéi- ca: nfo a teoria da arte em geral ou uma teoria da arte aque remetetia a seus efeitos sobre a sensiblidade, mas uum regime especifco de identificagao ¢ pensumento das artes: um modo de atticulagdo entee manciras de fazer, formas de visibilidade dessas maneiras de fazer e modos de pensabilidade de suas relagbes, implicando uma deter- minada ideia da efetividade do pensamento. Definir as articulagses desse regime estético das artes, os possiveis aque elas determinam e seus modos de transformacio, este €0 objetivo atual da minha pesquisa e de um semi- ndrio mantido ha alguns anos na Universidade de Paris VIII e:n0 Colégio Internacional de Filosofia. Nao se en- contrard aqui o resultado dessa pesquisa, cuja elaboragao 13 segue seu ritmo préprio. Em compensasio, procure asi- nalar alguns marcos, histricos e conceituais, apropriados a reformulagio de certos problemas que sio irremedia- velmente confundidos por nogées que fizem passat por dlecerminagbeshistérieas o que sio a prior con por determinagies conceicuais, recortes temporais. Den- tre essas nogbes figura certamente, em primeiro lugar, «de modernidade, hoje denominador comum de todos 0s discursos disparatados que poem no mesmo saco Hil- derlin ou Cézanne, Mallarmé, Malevitch ou Duchamp, arrastando-os para 0 grande turbilhao em que se mes- clam a ciéncia cartesiana eo parricidio revolucionstio, era das massas ¢o irracionalismo romantica, a proibicto da representagio e as técnicas da reprodugio mecaniza- dda, o sublime kantiano e a cena primitiva freudiana, a Fuga dos deuses e 0 exterminio dos judeus da Europa. In- dlicar a pouca consisténcia dessas nogbes evidentemente no implica uma adesio aos discursos contemporincos de retorno a simples realidade das pritcas da arte e de seus critérios de apreciagio, A conexio dessas “simples priticas” com modos de discurso, formas de vida, idcias dlo pensamento e figuras da comunidade nio € feato de rnenhum desvio maléfico. Em compensacio, o esforco para pensé-la implica abandonar a pobre dramaturgia do fim e do retorno, que nio cessa de ocupar o terreno da arte, da politica e de todo objeto de pensamenco. Al Da partilha do sensivel € das relagdes que estabelece entre politica e estéti FO desentendimento,! « politica équestionada a partir do que. senhor cham “partlha do sensi”. Nesta expres estaria, no seu mado de ver, a chave da jungio ne- cessiria entre pritcas estétcase prdtcas politcas? ‘Denomino partilha do sensivel sistema de evidén- cias sensiveis que revela, a0 mesmo tempo, a existéncia de um comm e dos recortes que nele definem lugares ¢ pares respectivas. Uma partlha do sensivl fixa portan- to, 0 mesmo tempo, um comune partlhado e partes ex- clusivas. Essa epartico das partes e dos lugares se fun- dda numa partilha de espagos, tempos ¢ tipos de ativida- cde que determina propriamente a maneira como um co- ‘mum se presta& participacio e como uns ¢ outros tomam parte nessa partilha. O cidadio, diz Aristéceles, € quem "Jacques Rance. 0 deentndens: police lis, rasa de Angela Lite Laps, io Paulo, Elnora 34, 1996, Coles Tran, 16 toma parte no futo de governar e see governado, Mas uma ‘outta forma de partilha precede esse tomar parte: aque la que determina os que tomam parte. O animal falan- te, diz Arist6teles, € um animal politico, Mas 0 escravo, se compreende a linguagem, ni a “possui”. Os artesios, diz Platio, nao podem participar das coisas comuns por- aque eles nao tém tempo para se dedicar a outta coisa que rio seja 0 seu trabalho. Bles no podem estar em outro ugar porque 0 trabalho nao espera. A partlha do senst- vel fz ver quem pode tomar parte no comum em fun- «gio daquilo que faz, do tempo e do espago em que essa ativcacle se exerce. Assim, ter esta ou aquela “ocupagio” define competéncias ou incompeténcias para o comum, Define 0 fato de ser ou nio visivel num espago comum, dorado de uma palavra comum etc. Existe portanto, na base da politica, uma “estética” que nao tem nada a ver com a “estetizacio da politica” prépria 4 “era das mas- ss", de que fala Benjamin, Essa estética nao deve ser en- tendida no sentido de uma capeu perversa da politica por uma vontade de arte, pelo pensamento do povo co- mo obra de arte. Insistindo na analogia, pode-se enten- dé-la num sentido kantiano — evencualmente revisitado por Foucault — como o sistema das formas a priori de- terminando o que se dia sentir. E um recorte dos tem- pos e dos espagos, do visivel e do invisivel, da palavra e do ruido que define ao mesmo tempo o lugar e 0 que «std em jogo na politica como forma de experiéncia. A Aad politica ocupa-se do que se vé edo que se pode dizer so- bbre 0 que € visto, de quem tem competéncia para ver ¢ qualidade para dizer, das propriedades do espago e dos possiveis do tempo. Ea partir dessa estética primeira que se pode colo- cara questio das “priticas estticas”, no sentido em que entendemas, isto & como formas de visbilidade das pré- ticas da arte, do lugar que ocupam, do que “faze” no ‘que diz respeito a0 comum. As priicas artistic sio “ma~ neiras de fazer” que intervém na distribuigao geral das maneiras de fazer e nas suas relagbes com manciras de ser « formas de visibilidade, Antes de se fundar no com do imoral das fabulas, a proscrigio platénica dos poctas funda-se na impossibilidade de se fazer duas coisas 20 mesmo tempo. A questio da ficgo é, antes de tudo, uma ‘questi de distribuigdo dos lugares. Do ponto de vista platnico, a cena do teatro, que é simultaneamente ¢5- paso de tuma atividade publica e lugar de exibigio dos “fantasmas’, embaralha a partitha das idencidades ti dades ¢espagos. O mesmo ocorte com a escrita:circulan- do por toda parte, sem saber a quem deve ou nao falar, a esctta dest6icodo fundamen legitimo da circulagion dda palavra, da relago entre os efeitos da palavra eas po- sigbes dos corpos no espago comum. Platéo destaca dois grandes modelos, duas grandes formas de existéncia e de efetividade sensivel da palavra 0 teatro ea escrita — que vido a ser também formas de estruturagio para 0 regi at ‘me das artes em geral. Ora, tais formas revelam-se de saida comprometidas com um certo regime da politica, ‘um regime de indeterminagio das identidades, de des- legicimacao das posigdes de palavra, de desregulacio das ppartilhas do espago ¢ do tempo. Esse regime estético da politica € propriamente a democracia, o regime das as- sembleias de artesios, das leis escrtasintangives eda ins- ‘ituigao teatral. Ao teatro e & escrita, Platio ope uma tereeira forma, uma boa forma de arte, a fotma coreognd- ‘fea da comunidade que danga ¢ canta sua propria uni dade, Em stuma, Plato destaca eés manciras a partir das quais priticas da palavra e do corpo propéem figuras de ‘comunidad. Identifica a superficie dos signos mudos: superficie dos signos que sio, diz ele, como pinturas. E © espago do movimento dos coxpos, que se divide por sua vez em dois modelos antagnicos. De um lado, hi 0 ‘movimento dos simulactos da cena, oferecido as identi- ficagoes do piblico. De outto, 0 movimento auténtico, © movimento préprio dos corpos comunitérios. A superficie dos signos “pintados”,o desdobramen- to do teatro, o ritmo do coro dangante:exés formas de pacilha do sensivel estruturando a maneira pela qual as artes podem ser pereebidas e pensadas como artes ¢ co- smo formas de inscrigio do sentido da comunidade, Es- ss formas definem a manera como obras ou performan- es “fazem politica”, quaisquer que scjam a8 intengdies ue as regem, os tipos de insergéo social dos artistas ou 18 ‘o modo como as formas artisticas refletem estruturas ot movimentos sociais. Quando sio publicados, Madame Bovary ou A educagao sentimental sio imediatamente percebidos como "a democracia em literarura”, apesar da posturaaristocritica edo conformismo politico de Fla bert. Até mesmo sua recusa em confiar& literatura uma ‘mensagem & considerada como um cestemunho da igual- dade democritica. Fle é democrata, dizem seus adversé- rios, na sua opgio por pintar em vex de instru, Essa igualdade de indiferenca & consequéncia de uma opgao poética: a igualdade de todos os temas,” &a negagio de toda relasio de necessidade entre uma forma ¢ um con- terido determinados. Mas esta indiferenga, 0 que € cla anal sendo a igualdade de tudo que advém muma pi isponivel para qualquer olhar? Essa igualda- de desti6i todas as hierarquias da representasio ¢ insti- ‘ui comunidade dos leitores como comunidade sem le- sgitimidade, comunidade desenhada cdo somente pela cit- cculagio aleatéria da letra. 2 No orginal “galt de us gj xpreso que ences dh liad de emt inci, peo odo emo "sje (ut) em Frans cambér sgt, segundo coset, “ema” ou “obj” no ee tid dau de qu se wat. No que dz respi beer eéca ¢ plies ambiguidae parce ornare elvan, agus parsRancte"t poles €sounto de sujet, moor, de modordesbjetvsao" ee esse mediante a ceuao da glade de qualquer peson com qual ger peson” (cf. O dacendineni, pct p47 €70)- Ne dT) 9 ‘Uma politcidade sensivel 6 assim, de safda,atibui- dais grandes formas de parttha esética como o teatto, 4 pigina ou o coro, Essas “politicas” seguem sua logica répria ¢ repropoem seus servisos em épocas e contex- ‘os muito diferentes, Pensemos na mancira como esses paracligmas fancionaram no né artefpolitca no final do século XIX cintcio do século XX. Pensemos, por exem- plo, no papel assumido pelo paradigma da pigina sob suas diferentes formas, que excedem a materilidade da folha escrita temos a democracia omanesca, a democra «ia indiferente da escrita,simbolizada pelo romance eseu piiblico. Mas temos também a cultura tipogrfica eico- nnogrifica, esse entrelagamento dos poderes da letra e da ragem, que exerceu um papel to importante no Re- nascimento ¢ que vinhetas, fundos de limpada e inova- Ges diversas da tipografia romantica ressuscicaram. Esse ‘modelo embaralha as regras de correspondéncia& distan- «ia entre o dizvel eo visvel, préprias & légica represen taciva. Embaralha também a partlha entre as obras da ante pure as decoragdes da arte aplicada, E por iso que ‘eve um papel tdo importante — e geralmente subesti- ‘mado — na transformagao radical do paradigma repre- sentativo © nas suas implicagdes politicas, Penso prin- cipalmente em seu papel no movimento Arts and Crafs € todos seus derivados (Art Déeo, Bauhaus, construcivis- ‘mo) em que se definiu uma ideia do mobiligrio — no sentido amplo — da nova comunidade, que também 20 inspirou uma nova ideia da superficie pictural como su- perficie de eserita comum. O discurso modernista apresenta a tevolugio pictu- ral abstrata como a descoberta pela pincura de seu “me- dium” préprio: a superficie bidimensional. A revogagio da ilusio perspectivista da terccira dimensdo devolveria 4 pincara o dominio da sua superficie propria. Mas pre- cisamente essa superficie nao tem nada de "propria". Uma “superficie” nao € simplesmente uma composi ‘geomécrica de linhas. E uma forma de partilha do sensi- vel. Escrita pintura eram para Platio superficies equi- valentes de signos mudos, privados do sopro que anima ransporta a palavra viva, O plano,? nessa logica, no se opie 20 profundo, no sentido do tridimensional. Ele © opie ao “vivo”. E 20 ato de palavra “vivo”, conduzido pelo locutor ao seu destinatirio adequado, que se opie a superficie muda dos signos pintados. E a adosio da terceira dimensio pela pineura foi também uma respos- aa essa partilha, A reprodugio da profundidade dptica foi relacionada ao privilégio da histéria, Participou, no Renascimento, da valorizagao da pintura, da afitmaséo de sua capacidade de eaptar um ato de palavra vivo, o ‘momento decisivo de uma agio e de uma significagio, A podtica chssica da representagao quis, contra o rebaixa- ‘mento platonico da mimesis, dotar o “plano” da palavra No ofp “ep” (N. da 7) a ‘ou do “quadro” de uma vida, de uma profiundidade es- Pecifica, como manifestagéo de uma aco, expressio de uma interioridade ou transmissdo de um significado. Ela inseaurou entre palavra e pintura, entre dizvel e visivel tuma relagio de correspondéneia & distincia, dando “imitagio” seu espago especifico. E esta relagio que esté em questéo na pretensadis- ‘insto do bidimensional edo tridimensional como “pr prios” a esta ou aquela arte. E na superficie plana da ps gina, na mudanga de fangao das “imagens” da liceratura fou na mudanga do discurso sobre quadro, mas tam- ‘bem nos entrelaces da tipografia, do carta e das arcs de- corativas, que se prepara uma boa parte da “revolugio ancirrepresentativa” da pincura. Esta pintura, tio mal de- rnominada abstrata ¢ pretensamente reconduzida a seu medium proprio, é parte integrante de uma visio de con junto de um novo homem, habitante de novos edifcios, cereado de objetos diferentes. Sua planaridade! tem li ‘g160 com a da pagina, do cartaz ou da tapesaria — ‘uma interface, B sua “purera” anterepresentativainscre- ve-se num contexto de entrelagamento da arte pura eda ate aplicada, que Ihe confere de uma significasio 4 No origina “plein que cm anes ao desig apenas 2 psf idmensiona, mas remee também un ia de baralidade

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