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sim como tantos outros aspectos do nosso mundo So- AA Sires eoatetin sofrendo um enone transformagdo, A cada momenta, parece que ‘estamos diante de declaragGes anunciando a “morte das earrei- 1s”, notieias envolvendo Lusbes ¢reduges no tamanho de €or potugdes e ramores contraditérios a respeito do impacto da tec nologia da informagio sobre o local de trabalho, Poréin, ale de estudarem esses aspectos de domfaio bastante pablico dos padres contemporineos do trabalho, os soci6logos interes sam-se pelo snodo como as muklangas no taballo esto afetan- doa vida privada dos individuos e das familias. ‘Uma forma de compreendermas 0 aleance das mudangas na vida econémica atual €eonsiderando as trajetorias de traba- Iho radicalmente diferentes que surgiram no periodo de apenas uma geragao. Foi o que fe. socidlogo Richard Sennett, a0 ex- plorar recentemente 0s efeitos do trabalho contemporiineo S0- bre o catdter pessoal. Sennett (1998) faz. uma comparagio e um. contraste entte as vidas eas carreiras de pai e filo afim de sa- lientar a ansformagio na experiéncia do trabalho. Hi 25 anos, em um estado envolvendo operarios em Boston, Sennett redigin o perfil de Enrico, um imigrante italiano que ttabalhow a vida ineira como zelador em um prédio de escrit6 tos do centro da cidade, Embora Ensico nao gostasse das eon dices procirias de seu trabalho ¢ do ordenado escasso, seu femprego proporcionava uma sensagio de auto-respeito, além de representar uma forma “honesta” de i seus filhos, Passou 15 anos limpando banhei co todos os das antes de ter condigBes para adquiir uma ca ‘saem um subiirbio da cidade, Apesar de no ser umn emprego ‘lamouroso,efa tum trabalho seguro. protezido por wm sindica- do, e Enrico e sua esposa podiam planejar confiantes seu fut to © o de seus filhos, Bem antes de se aposentar, ele jd sabia ‘exatamente guiando isso aconteceria e quanto dinheiro teria & sua disposigio, Conforme observou Sennett, o trabalho de En- rico “tina uma finalidade nica e permanente; servi & sua fa- ‘mili. Mesmo se orgulhando desse trabalho duro e honesto, rio era esse @ futuro que Enrico queria para os filhos; era im- portante criar condigdes de ascensto social para eles. ‘Como Sennett eabou descobrindo 15 anos depois, quan do, por caso, encontrou Rico (filo de Enrico), 0s filos de fa to conseguiram naudar de vida. Rico concluiu seu primeiro cur- so superior em Engenharia antes de partir para uma business school em Nowa York, Nos I4/anos que se seguirain 8 34a gra Falmente realizadas por tabalhadores humans. Qs robbs eo> “miegaram a ser introduzidos ent grande quanlidade na indies trigem 1948, coma invenglo de um eqiipamento que resula- ‘a auomaticamente © maguindrio da indistria de engenbiaria (Qs ron6s-de maior Complesidade, entfetanto, datam somente da década de 1970, quando foram adaptados com micropro- ‘eessudores, Anlalionte, os robOs conseguem exccutar mume- fosas tarefas, como soldagem, a pintura com spray’ 0 Iga mente ¢ o traaspore de pegas. Alguns rob0s sie eapazes de dlistinguir pecas pelo taro ou toque, enquanto outtos podem ‘ifecencia determinada gama de objets visualment. A difusao da utomagdo gerou um debate ealoroso entre socidlogos © especialistas nas relagbes incustriaisa respeito {0 impacto da nove lecnologa sobre os trabalhalores, sobre Suis habilidades e seu nivel de compromesimento com 0 ta balho, Em sia obra inlluente Alienarion’ ond Freedom. (1964), Robert Blauner examinow a experiéncia dos traba= hades emi quatro industrias diferentes que ulilizam miveis ‘yariados ds lecnoloaia. A partir das idias de Durkheim & Marx, Blaener operacionalizauy o-eoncsito Ue wléenacao, avaliandov quanto-os rabalhadores de cada industhaviven> ccavami-na sob a forina de impoiéacia flla de sentido, is0= lameate e ato-esiranhamento, conclyindo que os ipdividuos Soomienn 314 “que itabalhavanh ein linhas le mionaen exam o8 mais aie- hiados; mus que os tivels de alietiagao eam um pouco meno- $s loais de rable ae utizavam aautenioeao, Em ‘aliman aie 4 introducio Ua anio= eS © onus palavzas. Bl | magao nas fsbacas fo desponsavel pola reverndo da tend: “a de ute forma c&uslants de alienacio crescents dos t= balhadores:A automnagao auxifiou na integragdo da mao~de> © obta.e den aos trabalhadres uta sensagao de controle sobre ‘6 trabalho, que faltava nas outras formas de techolosie Harey Braverman divulgon visa tese bem diferents:no ymos0 Labour and Monapoty Capital 0974). Avs alhios de Braverman, « stiomagio fazia parte da “dosesposializaga {otal da fotea le tabalb inenstralImpord sens one tizacionaistayionistas vei 4p. 309) €dissolvendo paces: soids trabalho em tarefas espesalizadas, ds gerentes corse: "gm gxorcer conivole soe ano de-obva. Tanto nos am~ ‘Bientes industritis quanto nos esericérios modemos, a intro- igo da tecnologia conntbuin para-essa“degradag0” geral io irabalho ao limitars necesidade do in eave hum no. Tid o que se exigiu, ao nsés disso, fo. “compo” ina cov iefleide, vipa de exeeularSncessantemente nia resina tarefs que no demandasse profissionalizacao, Tecnologia da informacao As perspectivas opostas de Blauner e Braverman sobre os cefeilos da automiagao hoje ecoam nas discussdes em toxno ‘Gultos nso estan coatenciios de que a scenilogia dain: formagie ict provocar uma teansformacao inteiramenle po- _ sjiva do trabalho, Como conclu Stashana Zabott (1988) “Gee sua pesquisa sobre aunilizagan da Ties empress, oge- rncia pode optar pelo uso iy Tp fpalidades bem die -tentes. Quando adotidn como uma forex crativa, descent fizadora, 0 tecnologia jnfortiagio pode ousiiar a dermw. bar ienarqaios igidas, a cnvolver inais empregados ma t0- madi de Seis eu fazercoin gue as taballadores patie poltetss periecon ti cid un ode IOUT EEO (utto lado, pode ser aprowetata comh 4 mesma faviblade pie rafortlever as hierargias® a prticas de vigilineide A ad Gio da TH no local de ranatho pode obreviar 4s interagdes cara a cara, bloguear os canals de responisabilidade ¢ trans- formar um escrtdrio-em uma rede We-modales fechados © ~ solaclos; Tal abordayens considera que osmnpacto da teene- do impacto dateenologia da infoamacao (TD no lecal de tra ballo. Cntament, ia poveas divides unt 0 fto de que -ainteret, o¢-mail, a teleconferéncia ¢ o comércio eletebni- 0 esto mudando.a modo de as empresas fectarem ness Siow, Porém, essex lebnentos tanibém afetem o reabalho dict dos empnegaios.Aqueles que essumem ima aborda- gem otis, como Bluse, argumentam que a tecnologia di informagdo int reyelcionaro mondo do trabalho por pet= tii surgisent de formas noves mais lexive de ta- balan oportonidates que nos permitri tlteapassar os antes dos apcciosrotineios alinantes do trio inis- trial € ingressabem uma ers informacional mais libertadora,, qm proporeione aos raalhadoves um comes maior sobre | p-process de traallio mas input para dereseeniat aesse | pcessa, (is defenses ens dos asgos Teens ‘cosas yezes ‘so chamados, de. deterministar tecnoldgieas, poi acreitam no poder ds teonologi para determina aa tureza @ a form: ao, ee nee dito. Jogia ca snformagao # influenciade pelss alicac “quais ela ¢ propostae pelo mele como os indi “lilizam eatendem o papel dessa techologie. ‘Naoreslum Jovida de que a expatsdo da teenologin da inlormagao gerard oportunidades instigates 2 mais inensis ‘aaljguns segments ea foiea de trabalho. Nos campos dame dia, da publicidadee do design, por exemipl0, aT an ‘ctstividade ao omni profssionalejntodiz a flexi {de nos estilos pessoas dé trabalho. E.para os emuegsclos «qulifieads, importantes, que oeuparn cargos de responsi- Iildade, gue visto dos “eletmabalhadores edo “feletraba- tho” estd mis prximia dese realizar Conta, ho 080 ex- fremo, encontram-se milhares de.jndividues nao-profissio- ‘nalizados mal-remunerailos, que trabalham em.centros de ‘chamadas telefdnicas ¢ em empresas de insergao de dadus. [Bfses cargos, os ais et prande parte so won produto da explosio das televomanicagdes dos Shimios anos, caracer- 7amse por gras de isolamento ¢ de alchacio que concor- ‘ent com os dos tabalhadores“desespevializados” de Bra- ‘yerman, Os empregados dos centros de ehaesadas teeta eas que lida com reservas de viagens ¢transagbesfinane- sas rabalbamn seguindo formats rigorosamentepadvoniza doy nos quash pouco-ou nao hd nent cxpaco para Ke “betdade de acdo do empregade eu pasa seu input cviativo. Os hipregatdos sap monitoratcs de perio; estas interegses com “psclientes sto gravadas em ftas paras "zarantiadaqualida- de". Aparentemente, 4 1=volicho da informacac” produzin ‘um wraude mimeso de eimpeesos iguaisa08 da economia “Gusiial: nao-profissonitizados que evolve atividades: ‘de toting 312_Armiony noms guisse produzir 20 alfinetes por dia, Porém, dividindo-se essa tarefa em diversas operagtes simples, se (O emprogads execu tassem fungaes especializadas em cooperagio minus, peoduai- riam coletivamente 48 mil alfinetes por dia, Ou seja, a média «de produgao por empregado aumentatia de 20 para 4.800 alfi- netes; cada operador especialista produziria 240 vezes mais do que se trabalhasse sozinho, Mais de um século depois, essas idéias aleangaram sua maior expressio nos escritos de Frederick Winslow Taylor. um ‘consular gerencial norte-americano. A abordagem de Taylor do que ele denominow gerenciamento cienaifca envolvia 0 es tudo detalhado dos processos industria a fim de dividi-los em ‘operagbes simples que pudessem ser cronometradas e orguni= zadas com preciso, De acordo com Taylor, cada tarefa pode ser examinada rigorosa e objetivaente a fim de determinar “a melhor maneira” de exeeuti-la Otaylorismo, como o gerenciamento cientitico veio a ser chamado, n3o foi apenas umm estudo académieo ~ seu impacto difundiu-se sobre a organizacio da produgio e da tecnologia industriis, Muitas fabricas passaram a empregar as téenicas tayloristas a fim de maximizar 0 ouput industrial ¢ aumentar 0 nivel de produtividade dos trabalhadores. Os empregads eram monitorados de perto pela geréncia para assegurar a conclusio ‘pia e precisa do trabalho, seguindo as especificagées exatas transmitidas pelos superiores, Como intuto de estimular @ oft ciéncia no trabalto, inreduziu-se um sistema de pagamento de incentivos por meio do qual os ordenados dos trabalhadotes correspondiam aos seus indices de produtividade ‘Taylor preocupava-se em melhorar a eficigneia industrial, ‘mas deu pouca importincia as conseqncias de tl efciéneia, A produeso em massa exige mercados em mass: foi 0 indus. trialista Henry Ford quem primeiro percebeu essa ligagio. O fordismo — uma extensio dos prinefpios do gerenciamento ientifico de Taylor ~& o termo utilizado para designar o siste ma de producio em massa atrelado ao desenvolvimento dos mereados em massa Ford projetou sua primeira fbrica de aucoméveis em Highland Park, no Michigan, em 1908, para fabricar apenas um produto ~ 0 Ford Modelo T ~. permitindo assira a intro ‘eo de ferramentas ¢ maquinrio especializados projetados pa a a velocidade, a precisio e a simplificaga: {de 0 taylorismo se concentrou em encontrar @ miedo thas efi- ciente de completartarefas distintas, o fordismo avangou mais ‘uma etapa, unindo essas tarefasisoladas dentro de um sistema de producto continua, corrente, Uma das inovagies mais sig ficativas de Ford foi a consirugio de uma linha de montagem ‘com esteira olante. Cada empregado da linha de montagem de Fond especializava-se em ma tarefa, como colocar a magane= ta da porta do lado esquerdo enquanto as carracerias dos exrros ddeslizassem a0 longo da linha. Até 1929, quando cessou a pro- ddugZo do Modelo T, mais de 15 millOes de carros haviam sido produzidos. inna de montagem final na fabsea Ford Motor Company de Highland Park em 1919: a earceria de eada caro era dese aad pela rampa de madeira e baixada sobre 0 chassis assim que este cruzasse a rampa, As limitagdes do taylorismo e do fordismo Houve um tempo em que se pensou que o fordismo representasse ‘futuro provivel de toda a produgo industrial ~ mas esta teoria ‘io se confirmou. Esse sistema pode ser aplicado apenas em in- Udstrias, como a da manufatura de vefculs, que fabricam produ- ‘os padronizados para grandes mercados, O estabelecimento de li- has de produgdo mecanizadas ¢ extremamente caro, ¢ wna vez ‘que se estabelece um sistema fordista, temese um sistema bastan- te rigido: para alterar um produto, por exemplo, € necessério um rwinvestimento considersvel. Havendo a disponibilidade de verba suficiente para instal a fabric, ¢ fil copiar a produc Fordis: 1a; porsm, as empresas situaelas em paises onde @mvio-de-obea & cara encoatram dificuldades para competi com aquelas localiza das em paises onde os ordenadbos so baixes. Esse foi um dos fa- ‘ores que originalmentelevaram ao avango da indtistia automobi listica japonesa (emibora,atualmente, os niveis salarais japoneses teninam deixado de ser baixos) e posteriormente da sul-coteana ‘Todavia, as dficuldades relacionadas ao fordismo e 20 taylo- sismo vio akém da necessidade de equipamentos caros. O fords. mo ¢ 0 taylorismo consistem no que alguns socidlogos industrials definem como sistemas de baixa confianga, Os empreyos sio deferminados pela geréncia e adaptados 2s msguinas. Aqueles {ue executam as fares do trabalho so supervisiondos de per- 1, sendo-Ihes permitida pouca autonomia de ago, Para manter a diseiplna eos altos padres de qualidade na produ _gados s%0 monitorados continuamente através de varios sistemas de vigilncia. No entanto, essa supervisio constante tende a pro- dluzie um resultado oposto ao esperado: muitas vezes, hd um des- zaste no compromisso ¢ no moral dos trabalhadores, ji que estes ém pouica voz ativa em seus empregos € no modo de executar suas carefas, Nos locais de tratalho onde existem muitos cargos de bsixa congianea, € alto o nfvel de insatisfacSo dos trabalhado- rese de absentismo*, sendo comum o conflita industria. Un sistema de alta confianga, ao coutririo, € aquele no (qual se permite que os empregadios controlem 0 ritmo e até ‘nxesmo 0 contetide de seu trabalho dentro de diretizes gersis. Esses sistemas normalmente concentram-se nos niveis superio- tes das organizagées industriais. Como veremes, os sistemas de alta confianga tornaram-se mais comuns em muitos locais de trabalho nas itimas dgeadas, ransformando © proprio m0 do de imaginarmos a organizagio e a execugio do trabalho, Jos empre= A transformagao do trabalho Do inicio da década de 1970 em diante, empresas da Europa ‘Ocidental, dos Estados Unidos ¢ do Japio fizeram expecigncias allernativas para os sistemas de baixa eonfianga. As prtias for- distas passaram 2 ser vistas como limitantes, por serem mais propriadas & manufatura de grandes quantidades de metcado- ras padronizadas. Além disso, importantes mudangas ocortiam TNrdeRT, Prin habal de abundnar cumpriment de deveres fa es de dotermizado posto ou cares. Ditonto Howass da ngs porte esa Rio de Jane Objet, 200, p30. Socoiasa 313 nos padres slobais de consumo: os mercados de massa, espon- svels pelo sucesso do fordismo, estevam Sendo suplantados por “mercados de aicho'” distntos para mercadarias inovadoras ede alta qualidade, As téenicas fordistas exam inflexiveis demais pas responder A répida variagio dessas demandas de mercado, ¢, com o tempo, muitas companhias tentaram modificar seus niai- dos padrGes de produgao ¢ operar com maior flexibilidade. [As inVeGHes dolUapd nb caiipa Geren Sao Eval das em “Mudenca organizeciona modelo] 226, : : Pés-fordismo Ao longo das tts dluimas déeadas, foram introduzidas prticas ‘eniveis em diversas esferas, incluindo 0 desenvolvimento de produtos, as tScnicas de produgao, o estilo gerencial, o ambiente de trabalho, o envolvimento dos empregados 0 marketing. A produgdo em grupo, as equipes formoxas para Solucionar proble- mas, # atribuigdo de “tarefas maltiplas” ¢ o "marketing de chos” sfo apenas algumas das estratéigias adotadas pelas compe nnhias que tentavam reestruturat-se em condigSes inconstantes, Alguns comentadores sugeriram que, tomad: esas mmadangas representa um afastamento radia! dos pine. ‘ios do forismo; a methor maneira de entender 0 period att al é através do termo pésefordismo, © pés-fordismo, uma ex- resi popularizada por Michael Pioee e Charles Sabel em The Second Industrial Divide (1984), define uma nova era da produ .¢lo econdmica eapitalista na quel a flenibiidade e a inovaca0 io maximizadas a fim de satisfazer is demandas que o mercado tem de produtos diversos, ue atendam ao gosto dos clientes. [No entanto, a idéia do pés-fordismo ¢ um tanto problemsti- cca, Emprega-se esse termo para denominar um conjunto de transformagbes sobrepostas que estgjam aeorrendo ndo apenas no dominio do trabalho e da vida econdmica, mas em toda. so- ciedade. Alguns autores afiemam que a tendéncia em direco 20 [pds-fordismo pode ser percebida ein esferas to diversas quan. toapo thas dos consumidores e de estilos de vida, Embora os observa- ddotes das recentes sociedaules moderaas muitas vezes apontem muitas dessas mesmas mudangas, no se chegou a neulum con sense quanto ao que exatamente significa o pés-fordismmo, nem ‘mesmo se, de fato, ele represeotaria 2 melhor maneira de com- preendermos o fendmeno que estaraos testemunhando, “Apesar da confusio em tomo do termo “pés-fordismo”, surgiram, nas iltimas décadas, vrias correntes distintas dentro _jé foram aprescntadas no sentido de esclarecer essa posigao. eelasivamentedsfavorecida ds mueres dentro do mera "doe msbalho, Muitossocislogos essa a esrgbes das _ forgas socials, come-a segregacio ocupacional, o mimero li- tad decrees e a vscsiminagio perisente em relagio 40 gener, para explicar por gue as mulheres asunem em- preans.de mio hurno ~e aporentam esarem satlsiitas com fies, Enimanto, outros seguem um eaminho vsivelnents ne, airmando gu a posigho das mulheres no mers dé trabalho é-um resultado das escolhas racionais ney nopras izeaun. A pancipal proponent dessa visao ¢ Garin Hakim (1995, 1996, £998). “Segurtd-Hakin,existem alualniente dois tpos essen- “cis de mulheres que taballam fora de casa as “compro Adivisao salarial Ae vse etegoriae | Preston ti Pa come vinden te #) Segundo aoe 23. a0 todo, olen ance atacand 3S Aronincin aoe tree catagoras queen rer Seaside unineas dns sorehants, certs [aaomasaeanrepsee | |Seensetancrtte Scone te Figura 13.7 _A"penda por ser mulher’, a elspaidade em ‘endimentas 20 longo da vida da mulher. Foes Guarlan, 210 evrekooo 2000 K. Ral (ed), Women's names ewer he Let, Stoney Oca, 2000 Ise 16anon sefvemes a vie mis envolxe a lta concentraga de muleres emiem= ail 8 de, Quliiagio bie a panic dos 0 Leeds examespblons em mati individussfitos nas exclasitinias por jovens sins foram seus pel GCSE (Cericdo Geral da Eduesio Seeundsi) Umjvem pole vos GCSE’, metidas” com 9 halo, cos Gcsee dieu go wire aquelas que “no tém um compromisso" cou o caballo; {que dio proridade as responsabilidades domesticas © que trabulham aperias meio tueno fois de casa. Hakim refota 0 argumento de quo acesso ap creches se} uma baereira pa sa as mulheres que Gevejam tabalhar em periodo integral, alg de nao geredilar que as mulheres Sejam exploradas nos empress de meio turno, Ela alega que esses © outros “Tai-- 10s" sfo promoviios poF feminists que estudm essa ques- to seguindo um agenda politica, Para Halim, mits nal “lites simplesmente possuem ouentagées pare otrabalho ‘gue diesen das miasculinas, Consequenteméite, el 2 ‘item racionalmente eleger lar como peioridade maximg ¢ liu asfeas con esd fee peoemprea> de meio aire = (os 2y-sieice ais Ven egpetgGp esmeahe ae mentes por parte de muitos scidlogos que seen i es as [iseaeane i ele wnana| Peep mano: | Sameera pom cepaem, || ‘seoretara). Casa-se 03 26 primeira tino aos 30.0.0 i SUR, (oie (eek (ane aie jes teemmsese,. flawaaren a | pom | fungo da materia oa “spariade err pale maee"nos Soca 323 ~dsia te gue ¢ ahOes 6 niecado de taba sejan in sesullado exelusivo das escolhas cas mutheres (Ginn eta, 1908). Aqueles que se — ames as lee diferentes das dos lurris, as mulheres podem estar conuprometidas com 0 “trabalho o coin a fami, & esSeh cotipromisses pod ~ apresehtar vatiagoes no devorrerda vida, Confornie seyelic ‘tam esturdos feifos com operérias nus @éeadas de (960 « 1970 (Goldthorpe etal, 1968-1969), as irabalhadorss po- Alem 6 Laminhos diversos eeieios de empecilios om rela= “Glo as suas atividades, aprovianido-as tanto em funcao-da satisfac o iniinseva quanto Uas revompensas extemnas, Pa +1225 altofas, o mesmo se veriiea no caso das rmblheres coutenipovineas qs tentam encontrar um equilfrio ene + as deinandas concottentes do trabalho e familia, em dite fai ontestos ult Pee Ge altamente profissionalizada ~ para acrescentar& sua “perda por x muller", As mulheres que pertencem as duas Gltimas cate- ‘gorias fm mais chances de retornarem ao trabalho rapidamen- te ede utilizarem os recursos de uma creche enquanto 0s fillwos ‘fo pequenos (Rake, 2000), Sera que as desigualdades de género em termos ‘ocupacionais estéo desaparecendo? ‘Mais oportunidades para as mulheres no topo. Apesarde a sear rridade salarial es- tarem inerustadas em nossa sociedude, hi sinais de que as de- sigualdiades extrema entre os gner0s esto se tomando menos criticas e de que as atitudes que as sustentam coutinuam mu- dando, Entre os jovens formadas que esto hoje ingressando no ‘mercado de trabalho, a segeegagiio ocupacional por género & ‘menos matcante. Um estudo de segmento da populagio do ES- RC envelvendo jovens nascidos no ano de 1970 constatou que 1s mulheres jovens esto beneficiando-se com os programas destinados } igualdade de oportunidades implementados du- rante a década de 1980 (ESRC, 1997). As mulheres de classe ‘média tém agora as mesmas chances que seus colegas homens de serem admitidas em boas universidades e de encontrarem ‘empregos bem remunerados us graduscio. 0 fato de as mulheres terem ou nie filles dependentes proxluz um grande impacto sobre sua participagao na forga de trabalho assalarinda, Em todos os grupos socinecondmicos, & iga0 ocupacional ea disp ‘Aproveitando uma amostistasnacinal Ge gntrewistas feiss com mulheres que trabalbam fox ma Risse na Ga Biotaiha, na Nomioga, nd Erauga e na Repiblies teheca, Grompion e Harris coneluetd Gules biogtaias das imdheres revel que as abtudes em relagan &Jatuia © ao teabalho ‘si complexas e vardvels, Por exemplo, uma miller que, © quando bem jovern souidunia cael com entosiasno po. “Ge opr por ausfensua iene paca filles e mals tarde “felotaar go tabalho com mosmo vigor Fsse comporta-_ ilo, em ver de demonstat9 se “eompremisso 00 i, “Yalta de compromisso” dignts do trabaloo, rovela ‘ulleies “constven suas biogatis individuals em rel G0 is possbilidades eas estrgoes que elas ententa en erent cstigios da Vda, : < Anitos dos erficos de Hakim concord que 2s mal es, de fato,fhzem escolhas no que diz wespeito a0 emprego, qu tas escola influeneiam a sua poxigio no mercado Ue © fahalho mais umplo. Noeitant, ees ret sia de que _asmulheres toma assoc decisées“racignalmiente™ deforma — Jsolada,uerediando, sin, gue tas deints sejam molds = pst enor aos es uae toa ‘probubilidade de as mulheres tabalharem em tempo integral € ‘maior se elas nfo tiverem filhos para cuidar em casa, Entretan- to, hoje em dia, # bem mis provavel que as mies retornem a0 ime integral, so mestno tipo de emprego e 40 dor, do que hi duas décadas, Atualmente, para vem intervalos menores em suas car reinas do que ocotria antigamente, o que se verifica particular- mente nas ocupagdes de maior remuncragtio ~ um fator que ibui para a forga financeira das familias “ricas em traba- thos”, nas quais matido e mulher possuera rendimentos. Profundas transformagses parceem estar ocorrendo nos digs de hoje: muitos socislogas concordam que houve um au mento de tamanho considerivel no niimero de mulheres com sélidas formagses educacionais e qualifiengies. A pesquisa su sere que hii mais :uulberes entrando em cargos profissionais & trabalho em re mesmo empr ter filhos, as mulheres f gerenciais do que nas decadas anteriores. Entre 08 anos de 1991 ¢ 1998, por exemplo, a proporgio de gerentes e adminis- tradores femininas subiu de 30% para 334% (HMSO, 1999) E preciso lembrar, contudo, que aqueles que esto inician cdo uma carrera terio uma longa trajet6ria até atingirem 0 auge da eealizagio e que resultados plenos podem ser comprovatlos somente apés alguns anos. Estudos demonstram que, para as mulheres, © acesso a0s grupos de poder revela-se bern mi ficil do que 0 encaminhamento para os cargos profissiona nivel méiio (veja as descobertas de Judy Wajeman, na p. Menos de 59% dos cargos de diretor nas companhias britinicas ‘io oeupados por mulheres: quatro em cada cinco empresas _ngo possum nenhuma ditetora. Infelizmente, uma hist6ria se- melhinte se repete em muitos dominios da economia 324 Aries GOES Mas as mutheres que estao na base da pirémide social continuam em desvantagem.. ordi, esses avangos em termos de oportunidades profissio ‘ais para as; mulheres niio so compartilados da mesma for- ‘ma pot todas elas, As tendéncias na "economia da informa- ‘gio parecem estar exacerbando © cisina existente entre as que esto no topo e as que est2o na base. F ‘brutal entre o conjunto dinamico de uovas ocupagées privile- sgiadas e 0 enorme mimero de cargos de baixa profissionaliza io necesssirios para manter @ funcionamento da {a informagio”. 34 notamos que a maior expansio do traba- Iho assalariado feminino ocorre nos empregos de meio turn do setor de servigos, o qual oferece baixos salrios: as mulhe- res representam wm importante recurso de mdo-de-obra na economia inconstante, No entanto, 0 fato de haver tantos em. ‘pregos pagando valores iguais ou apenas um pouco superio~ 1es ao salatio minimo transforma a pobreza em um problema bastante real para muitas snulheres, especialmente aquelas (que so maes soltiras. Onnanero de empregos ver creseendo a umn indice elevado ‘entre as mies que tém filhos pequenos, um grupo para quem o Cuidado das criangas € a principal preocupagdo. A demanda de servigos nessa area deve ser vista como um dos desafios mais significaivos a afetarem a capacidade de as mulheres ingress rem em empregos remunerados, Para trabalhar em turno inte ‘gal, as mulheres precisam garantir 0 euidado das filhos — for- tnal ou informal (a ajuda de amigos, parentes ou vizinhos). 0 telatorio Meeting the Childcare Challenge (DAE, 1998) reali zado pelo Departamento de Eidueacio ¢ Emprego indicou que, ‘cada cinco mas que ni trabalham, quatro tabalhaiam se ‘conseguissem um local satisft6rio pars deixar seus fithos. Uma ‘em cada sete mies eitau o cuidado dos filhos como a principal razao para no entrarem no mercado de trabalho. Apesar de 0 rnimero de servigos privados nessa drea estar aumentando, © prego é um fator geralmente proibitivo. As mulheres que pos- sem poucas qualificagses normalmente descobrem que, traba- Thando fora, mal conseguem cobrir os custos desses servigos. ‘um contraste A diviséo doméstica do trabalho O trabalho doméstico (trabalho doméstico, em sua forma atual, nasceu da separactio centre @ lar ¢@ local de trabalho (Oakley, 1974). Com a indus trializagio, a casa tomou-se um local de consumo, € nfo de produgio de mereadorias, O trabalho doméstico tornou-se “in visivel” assim que o "abalho de verdiade” passou a ser aquele {que garante um pagamento direto. Por tradigao, 0 trabalho do inéstico sempre foi visto como um tervitério feminino, enquan- to dominio do “trabalho de verdade”, fora de casa, era teser- vvado aos homens. Nesse modelo convencional, a divisa do: méstica do trabalho ~ 0 mode como as responsabilidades em casa silo divididas pelos membros que compdem um lar ~ era bastante simples, As mulheres assurniam a maioria das tarefas domésticas, se néo todas, ao passo que os homens “sustenta- ‘vam familia recebendo um salrio. (© perioclo do desenvolvimento do conceito de “lar” indepen- lente também assstiu a outras mmadangas, Antes de as invengies os recursos proporcionados pela industralizagao influenciarem ‘a esfera doméstica, o trabalho doméstico era duro edifiil. 0 ba- ‘nho semanal, por exemplo, era ums taefa pesadla que demanda- va bastante esforgo, A introduc%o da gua comrente quentee fin ‘dentro das casas climinou muitas das tarefas demotadas; antiga mente, a prépria dgua tinha de ser carregada para dentro de eas cli aquecida sempre que se precisasse de Sgua quente. As tubu- Ing5es de eletricidade e de gas fizeram os fogdes « lenha torna- rtem-se absoletos,¢ tarefas como costar lenha, carregar carvio & linpar constantemente 0 fogio praticamente acabaramm. Apesar desses avangos, surpreendentemente, 0 volume ‘nédio de tempo que as mulheres gastam no ttabelho domésti- co no apresentou uma diminnigdo visivel, mesmo ap6s tredugio de equipamentos que poupam traballio como os aspi- adores de pé.e as miquinas de Invar roupas. A quantidade de tempo que as mulheres britinicas que nfo possuem empregos remunerados degicam ao trabalho doméstico continuow prati- ‘camente inalterivel a0 longo dos ltimos 50 anos. Qs utensilios sentados no esto incluidos no grupo dos “desempregados O ceélcula de muitas estatistieas ofciais € feito de acordo com ‘adefinigo de desemyprego utilizada pela Organizacio Internia~ ‘cional do Trabalho. Para a OTT, a medida do desemprego ref re-se aos individuos que nio possuem win emprego, que tém lisponibilidade para comegar a traballiar dentro de duas sema~ hhas e que fentaram encontrar urn einprego no més anterior ‘Muitos economisias aereditam que seja necessério aerescentar ‘duas outras medidas a esse {ndice-padrao de desemprego, Os “tgabalhaclores desestimulados” sZo agueles que gostariam de {er umemprego, mas que perderam as esperangas de eonseguit um e, por isso, desisrrain de procuri-lo. Os “trabalhadores in voluntarios de meio turno" Sio individoos que, mesmo queren- {do trabalhar em tempo integral, nao conseguer arranjar us cemprego desse tipo. AAs esatisicas gerais do desemprego sao também dificul ada pelo fato de abeangerem dois “tipos” diferentes de de sempreze, Odesemprego friecional, as vezes denominado “de emprego temporéria”,« qual se efere a uina entrada dos ind vyiduos no mereado de trabalho # a uma saida desse mercado {que ocorrem naturalmente, em um curto espago de tempo, por rzées como 4 ttoca de empregs, a busca de um cargo apos @ ‘eraduagio, ou um perfode de saide precéria, Mio desemprego testrutural desreve a falta de emprego que é resultado de gran- ides mudangas na economia, e no de circunstineixs que afetem individnos em particulag, © dectinio da inddstria pesada na (GricBretanha, por exemplo, contribuin para um aumento-n0 ni- vel do desemprego estrutural. As tendéncias do desemprego na Gra-Bretanha [As variagdes na distribuigo de que 0 governo define como de~ ‘semprego dentro da Gra-Bretanka estio bem dacumentadas. O desemprego atinge mais os homens do que as mulheres: ex 1998, 0 indice de desemprego entre os homens era de 6,8%, em comparaco com 5,3% entre as mulheres. A probabilidade de ‘9s homens desemipregados terem tido um emprego anterior fot de quase o dobro em relagdo as mulheres, ea de as mulheres {que fazem seu registzo na lista do desemprego terem estado ct casa cuando dos filios ou da familia foi de dex vezes em re Jago aos homens (HMSO. 1999), [Na méia, os indices de deserprego entte as minorias étni- eas sfio maiores do que entre os brancos, As minocias étnicas ‘ambyéin apresentam indices bem mais altos de desemprego por longos periodos do que 0 resto da populagao. No entanto, essas tend2ncias gerais escondem um grande volume de diversidade ‘nos indices de desemptego entre 0s gsupos étnicos minorititios Gocia a Tabela 13.2). O deseripeego entre a populagio branca permanecen em cerca de 6% nos anos de 1997 ¢ 1998, No case los indianos, 0 indice foi de 8% —um dos fatores que leva al- jgumas pessoas a suigerirem que a populagio indiana britinica testa préxima de atingit ums paridade sociveconémica com a populagio branca, Poréi, em contraste com esses niimeros, 0 indice de desemprego entre os afto-caribenhas foi de 199%, €en- {re os paguistaneses e bangladeshianos. 21%. Entre os grupos micas minoritrios, o indice mais alto de desemprego ficou deri comegar ago? -ertaments sesernremco Figura 13.9 Uma xonomia dos estados possiveis:emprego, desemorego e ndo-emprepo |: Po Soat Uramomen seme aya i Bae, 87 2. com os afro-caribenhos que esto na tuixa etiria dos 16 a0s 24 anos (39%) €08 paguistaneses e hangladeshianos a partir dos 45 anos até a idade de se aposentarem (26%) (HMSO, 1999), 3s javens sto especialmente afetados pelo desemprego. Para aqueles que tém entre 18 e 24 anos, o indice de desempre- 20.6 quase 0 dobro do indice total. Em 1998, cerca de 13% dos jovens do sexo masculino ¢ 0% das jovens estavam desernpre- sgados. Esse é um admero, até certo ponto, artficialmente alto, pois inclui diversos estudantes gue trabalham meio tumno ou {que tétn um emprego acasional engoanto estio estudando ou cconeluindo enrsos de teinamtento ‘Uma proporgao considersvel dos jovens, especialmente os membros de grupas minoritérins, esto entre os individuos de sempregados hi muito tempo; ¢ mais ca metade do deseampre: .godos adolescentes do sexo masculino envolve aqueles quc es- {Ho sem trabalho bai seis meses ou mais. As iniciativas do novo _governo so direcionadas gos jovens com idades entre 18 ¢ 24 anos que hi mais de seis meses solicitam auxilio para procurar cemprego, Aqucles que esto desempregados hé muito tempo {ém agora direito a treinamento profissional, assistGncia para procurae emprego ¢ oportunidades de trabalho subsidiado, Hd uma correlagio entre a classe sociale 0s fdices de de semprezo, De acordo com 0 estudo do segmento da populagao {do ESRC envolvendo jovens que nasceram no ano de 1970, ‘aqueles cujo pai pertencia as classes sociais 1 e 2 softeram os I I ansonao 8. ee amt desemarogee menores indices de desemprego. Os individuos eujo pai perten- cia & classe social 5, ou que foram criados por mie solteira, tive~ unos indices mais alos de desernprego, ineluindo uma grande proporgiio de pessoas que munca trabalharam (ESRC, 1997), 3s indices de desemprego também esto relacionados & ‘qualifieagies edueacionais. O Labour Force Survey (Levanta- ‘mento da Borga de Traballo) demonstrou que quinto mais al- to 0 nivel de qualitieagao, menor seré o de desemprego. Na primavera de 1998, o indice de desemprego entre 0s indivi- ‘duos que no tinham qualificacbes foi quatro vezes superior se daqueles que tinhasn melhores qualificagdes educacionais, (HMSO, 1999), A experiéncia do desemprego (0 desemprego pode ser uma experigneia bastante perturbadora ‘para aqueles que estéo acostumads a terem um emprego segu- ro, Obviamente, a conseqdencia mais imediata € a perda da renda, cujos efeitos variam conforme o pats, em fungao dos contrastes no nivel dos auxilios-desemprego, Nos paises em aque hi uma garaatia de acesso aos servigos de satde e a outros beneficins assistenciais, os desempregados podem até softer randes dificuldades financeiras, mas continuam sob a prote~ ‘gio do Estado, Em alguns paises do Ocidente, como os Fstados 334_ Aurion Genes Tabela 18.2 Indices de dasemprego por grupo dino dado, Gr@-Bretanha, 1997-1998 16-24 Et 364 ‘65064 Todos Broncos 13 6 5 3 6 Nagios 2 18 wR 6 9 Inianos 18 7 6 7 8 Paquistanasestbangladoshianos 2 6 8 = a Outros grupes, neue 08 Invios earigam mista 18 0 8 3 Todos 08 grupos stnicos 4 7 5 5 ‘© aecamproga com base “adele ds OF. oro poser Fonte: Socal Tend, 291900, p42 Crown ony, Unidos, o periodo de pagamento do auxiio-lesemprego nor, ¢ 0 sistema de sade nfo € universal, fazendo com que a pressio econémica sobre agueles que ado tm um empres0 se- Como parte da mudana de uma economia manofaturera para ja corespondentemente maior outravoltadab prestagio de servigos, o mercado de trabalho Estudos sobre os efeitos do desemprego em trmos emo- vem sendo submietido a profunsasalteragbes. A difsio da tec- clonais observaram que as pessoas que esto desempresadas — nologia da informagio também estéprovocando transforma scvalmentevivenciam uma sce de fase até se ajastren's wt ges na forma como as organizaghes se estntuam, no po de nova condigao, Apesar de esta se, sem cvida, uma expetien- gto gorencal que é empregalo ena ma cia individual, agueles que enfeenaram a peda ecente doen rego normalmente passim por wma sensagao de hog, qe ‘vom sega de um otis dite das novas oportonidades Quando not uma recompensa por ese otimismo, como f aqentemente acontece, os individuos poste eair em periodos de depresso ede profundo pessimismno em rego asi mes- ros ea sas perspectivas de emprego. Se esse perf de d Semprego se prokongr,o processo de aust acaba se comple- tando com a resignagdo dos individus as realidades de sua si- tuago (Ashton, 1986). [Altos nics de desemprego podem provocaroentraqueci meno das comunidades edo layos sociais. Em um estado so ciol6gicoclissico reslizado na década de 1990, Marie Jahoda t seus colegas investigaram o caso de Mariemhal, uma pe na cidade austrfaca que estava aravessando uma situagdo de ddescmprego em massa apéso fechamento da fabri local (J hoda et al., 1972), Os pesquisadores notaram como uma expe- * riéncia de desemprego de longe duragao acaba desgastand rita das extrulurs sociaise das redes de contatos da com ridade. As pessoas ficaram menos ativas nas questbescvica, seu comvivio socal diminin eat as menos a biblioteca) importante observar que a expetiéncia do desemprex também varia conforme a classe social. Para aquees que esta0 situados no nivel maisbaino da escala de renda, ns conseqién- cas do dosemprego pxtem ser sentdasprincipalmente em ter mos finaneeiros. Como foi sugerido, os inciviuos da classe rédis aeeditam que o desemprego preuica primeiramente Se0 satus social, ¢n20 0 finaneeiro, Uin conferencsta de 45 aos de ida, quando dispensado, pod ji ter adr bens saficentes para sobreviver confortavelmente durante as pri- éme- A inseguranca no emprego © decno de suas fortes radcionais de emprego pro vocoul Um sentimento de ansiedice que se propaga Imeiras fases do desemprego, mas, para cle, pode ser muito di- entre os operanios da preducao; rae apenas no que diz ffeil compreender as dimensbes do desemprego para o futuro | respeto aos seus propries empragos, como também | da sua careira e para seu valor enguanto profisional | em lag as perspectas dos seus iho. | so defegadas ou executadas, Embora novos métodos de trabae ‘ho representem oportunidades instigantes para muitas pessoas, eles também podem gerar uina profunds ambivaléncia para ow tras, que se sentem presas em umn rmundo em descontrole — co ‘mo no caso de Rico ¢ Jeanette, cujos perfis foram tragados no inicio deste capftulo. Mudancus aceleradas podem ser desesta- bilizantes: tabalhadores em diversos tipos de ocupagies s0- rem agora com a inseguranca no emprego, wma sensacio de apreensio quanto a seguranga fuura de seu cargo ¢ table seu papel dentro do ambiente de trabalho. Nas tltimas décadas, 0 fendmeno da inseguranca no empre 20 lornou-sc um topico de discussio essencial dentro da social zi do trabalho, Muitos comentadores fontes da mia sugeri- am que, por cerca de 30 anos, houve umn aumento constante da inseguranga no emprego, ¢ que esta agora alinge avis sem pre ‘cedientes nos paises industrializados. Os jovens deixaram de cou tarcom uma carreim segura cou um tnico empregador,afirmam cles, pois a economia em ripida globalizagdo esti Ievando a um ‘ngmero cada vez maior de fusies entre as empresas ele redhigfo tm seu tamanho, O direcionamento para a eficiéneia ¢ 6 iuero significa que aqueles individuos com poucas habilidades ~ ou ‘com habilidades “erradas” ~sio relegados a empregos que no oferecem seguranga, marginais, vulneréveis as variagBes que ‘ocorrein nos mercaddos globais. Apesar dos beneticios da flenibi- lidade no local de wabalho, a discussao continua; hoje vivemos na cultura do“admita e demita”, na qual nao cabe mais aiden de um “emprego que dure a vida itera’ aumento da inseguranga no emprego Em 1999, a Joseph Rowntree Foundation publicou 0 resulta «dos do Job Insecurity and Work Intensification Survey (WIS) (Levantamento sobre a Insegurangaa no Emprego e a Intensifi- cago do Trabalho), 0 qual aproveitou entevistas detalhadas envolvendo 340 trabathadores brtinicos, desde operiios até xerentes de nivel sénior, O estudo foi projetado para avaliar « ddimensao da inseguranga no emprego e medir seu impacto, tanto no Jocal de trabalho quanto nas Famflins e nas comanida- dles, Os autores do estudo constataram um: auinento da insega raga no trabalho na Gri-Bretanha desde [966, sendo que o pe= iodo mais intenso desse crescimento ocorreu entre os operie rigs da produgdo no final dos anos de 1970 e inicio das 1980, ‘Anda que em meados da década de 1980 tena comegado tna recuperagao econdmica geral, a inseguranca no emiprego cone ‘inwou a crescer O estudo conclui que a inseguranga no empre 20 ating hoje seu ponto mais elevadio desde « Segunda Guier- a Mundial (Burchell et al, 1999). levantamento também examinou os tipos de trabalhado- res que sofroram niveis de inseguranga maiores e menotes com © passar do tempo. Os autores descobriram que, em meados {dos anos de 1990, 0 maior aumento da inseguranga no trabalho Dcorreu entre os trabalhiadores que exercem atividades nai nuais. De 1986 a 1999, os profssionais deixaram de ser 0 gru- po ocupacional mais seguro para se tornarem o menos seguro Sooo 335 (ejaa Tabels 13.3), a0 passo que os trahalhadores manuais so freram niveis de certo modo mais baixos de inseguranca no ‘emprego. Uma das principais fontes de inseguranga parece ter sido a falta de confianca na geréneia. Quando questionados so- bre se a gertncia se preocupava em fazer o melhor pelos em- pregadlos, 44% dos entrevistados responderam que “apenas um pouco” ou “de forma alguma” (Burchell etal, 1999) A maioria dos estudiosos concordam que a inseguranga 10 emprego nio é um fenémeno recente, A discordincia envolve a definigio de suas dimensBes nos dltimos anos e, 0 mais im- Portante, a determinagio dos segmentos da popullago traballa- dora para os quis a inseguranga no emprego representa uma experiéneia mais citica, Alguns crticos afirmtam que estudos ‘como 6 projeto FIWIS nto passim de uma reayo injustfieada A inseguranca no emprego percebidla entre as classes médias. A“inseguranea da classe média": houve um exagero na questo da inseguranga no emprego? No final dos anos de 1970 ¢ 1980, a Gra-Bretanha passou poe uma recesstio evondmica que prejudicou especialmente as in- diistrias manufatureinas tradicionais, Nessa época, cerca de | ‘ilhdo de empregos foram perdidos em setores como os do ago, da construgdo naval eda mineragio de carvdo, Foi apenas ‘nos anos de 1980 ¢ inicio dos de 1990 que, pela primeira vez, os trabalhadores com fune2o profissional e gerencial foram ex- Postos em grande eseala ao problema da inseguranga no em- prego. Tomadas de empresas e dispensas temporirias de taba. Thadores afetarain o setor banetrio e financeiro; a difusdo da cert da informegao custou o emprego de muitos funcionstios publicos, com o enxugamento dos sistemas pelo uso da t logia da compuragio. ‘Se 0s tahalhadores do setor manufitureiza estavam, de cer- tw forma, acostumades a viverem sob a ameagu da dispensa par ‘excesso de pessoal, os colarinhos-brancos estavam menos prepa rados para alteragbes que afetassem suas oeupagies. Essa ansic~ dade entre os profissionais levou algumas pessoas a falarem da “imseguranga da classe méla, termo wlilzado para descrever os Uwabalhadores de colarinho-braneo cuja crenga na estabilidade de Seus empregos se raduia em importantes compromnissos fina Cellos, como hipoteeas de valores eousiderdveis, educaetio pant cular para os fils ou hobbies caros, Como a dispensa por exces. so de pessoal jamais havia passado por suas cabecas, o fantasma Tabela 13.3 _Variagao percentual da inseguranga no emprego, 1986 versus 1987 Protesionais| 28 Fungdes de esercto 0 Gerentes a Protisionaisassociados 9 ant 4 Operdrios 7 caromic Lieve (1986) and She Suvey I icocwry a Yon renatiatn, YS, 168, Fonte= Soc Charoe (0907) 45.5 Schall, 336_ Amon Gu inesperado do desemprego Jevou-os a sentir uma ansiedade © uma inseguranga enormes. A inseguranga no emprego avangou até se tomar um chavo na midia e nos eirculos profissionais ~ cemora algumas pessoas acreditem que se watasse de uma reagho cexagerada, se comparada ao nivel mais evinico de inseguranga que as classes trabalhadoras soriar, Entretanto, outra fontes de dados contradizem as descober- tas do estudo JIWIS, sugerinda que a inseguranca no emprexo seja um “mito” que se apoderou das classes profissionais, Esse “mito”, afirmiam os critics, lo & confirmaio pelas grandes pes- |quisas de opinizo. A proporeio de pessoas efetivamente preceu- padas com a dispensa~ menos de 10% ~ se manteve constante desde a década de 1970, v0 desemprego continua a afetar ape- nas ui em cada cineo britfnicos ao longo da vida, Além disso, media de permanéncia em um emprego, hoje em dia, € um pou- ‘0 inferior a cinco anos ~ uma estatitica que, hé 20 anos, conti- nua praticamente inalterads (Jewell etal, 1996), Os resultados do British Social Anitudes Survey (Levanta ‘mento Britanico sobre as Atimndes Sociais), ma amostra repre= sentativa de dmbite nacional reaizada entre adultos « partie dos 18 anos de idade, constatou que a rotatividade no emprego se- gue duas tendéncias divergentes, Algumas ocupugdes experi= _entam altos indices de rotatividade, porém uma porcio consi-

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