Você está na página 1de 154
COCCCCCCCCEELTIBIP DDD fore) 299909099900 HID Principios de Anidlise Welter Rodin Matematica Professor do Departamento de Matemética, Universidade de Wisconsin Tredugao: ELIANA ROCHA HENRIQUES DE BRITO Profess6ra Adjunta e Docente Livre da UFRJ 'M, Sc. — Universidade de Chieago Aprovada pelo Instituto de Matemdtica Pura e Aplicada do Conselho Nacional de Pesquisas AO LIVRO TECNICO S.A. e EDITORA UNIVERSINA >> YASILIA Rio de Janeiro / 1971 Copyright © 1964, 1953 by McGraw, In. All Rights Riserva, Copyright © 197), by Ao Livro Técnico SA, — Rio de Janeiro, Brasil ‘Titulo do erisinal em ingés: "PRINCIPLES OF MATHEMATICAL ANALYSIS” MPRESSO NO BRASIL / PRINTED IN BRAZIL Tiragrn desta ecigio: 5.000 exemplares (Copa: Ademar A. Pocira AO LIVRO TECNICO S.A. Ay. Pres, Vargas, 962 — 6° andar — ZC-58 — C. P. 3.655 Rio de Janeiro / GB INDICE PREFACIO vu LSTA DOS SIMBOLOS MAIS USADOS * ‘CAPITULO 1. NOMEROS REAIS E COMPLEXOS ’ Introdugio 1 Cones de Dedkind 3 Nimeros (© Carjunto dos Nimeras Renls Aplin 6 Nimeres Complexos 6 Espagos Euelianae 20 Eseries a ‘CAPITULO 2. ELEMENTOS DA TEORIA DOS, CONIUNTOS 2 Conjuntos Fnitee, Enumerdinis © nfo Enumeréeit Ey Espagor Métrces a CConjuntos. Compacts 2 Conjure Perteltor 4“ ‘Conjunto: Coneros 4 Eaarcicor 4“ M4O4 8455 DIIIIIISO (CAPITULO 4. SUCESSOES & SERIES NUMERICAS “” ‘Sucestbes Converpents “ Subsucenées 3 Scenes de Cauchy Py Limite Superiore Lite Infrie 37 ‘Agumas Sucettes Especial # Stras 0 OCCCCOCOET CARAS BID BECCCCCCOCOCOE OEE BBBIIIIIID BI VOOOOE woice ‘Shree de Termes no Negotivos © Nimero « Testes do Rais © da Recto o ‘Sheiae de Ponca 70 ae n Comvrgéncia Absolute n Adigio © Multipiagio do Sis n Reordenagées Brerfcos 0 a? cariruLo 4. conTiNUIOADE a or Limite de ums Fungo e Fongses Continues a5 Continuidade © Compacidade 89 Contnuidede ¢ Coneridede ” Descontinvidades FungSes Mandtonas 95 Limitestnfsitos © Limites mo tnfinito 98 Exerlcos ” CAPITULO 5. DERIVAGAO 102 Derivade de uma Fungo Real, 02 Teoramas de Valor Médio 105 Continue das Derive 107 ogra de L'Hoepital 108 Derivadas de Ordo Superior Teorems de Taylor V Derivagto de Fungies Veterias no xeretces a M4 a cari 6, INTEGRAL DE RIEMANMSTIELIIES me Defiisso.6 Enetncia da Integral ne A Inteprel come Limite de Somas 1 Intearagto © Derivagso 130 INDICE 132 Aovegragho de Forges Vator ry Fungbes de Vargo Umitada ‘outros Teoremas Sabre Intgrasto wae curs Ratifcsvels Exarcicion cariruLo 7. SUCESSOES SERIES DE FUNGOES | Se Discuss do Problema Principat CConvertncia Uniforme Ccomergtncia Unifrme e Continvidade CConvergincin Uniform © ltesregto it 4 iq Convergéncia Uniforme @ Derivacso 158, l pets Ents de Ft ul Toren & Sorc 1“ 4 Exereicios 73 Ph i Ww (i CapiruLo 8. OUTROS TOPICOS DA TEORIA DAS SERIES wl ee j "7 fay ‘Sires de Pttocias \i 183 1 Mi ‘As Fungées Exponencial @ Legerttmica i zu ‘As Fungies Trigonométricas 187 | ‘ (© Corpo Algtbricamente Fechado dos Nimeros Complexcs 190 Shs Fr na if . 200 | Exercicios: \¥ ee eeeeseefFhefehfhH \ i. Cairuo 9, FUNOES De VARs VARAVES 2 Mp oe i 204 | soe Urn in { Teorema da Fungio Invers 26 i! ere 6 Fg Ingle 2 4 Terie dP tn e a Um Teorema de Decomposigic 24 \ xw noice 2 Formas Diferencia 2a Simpleros @ Cadelas za “Teorema de Stoker Exerclcos — CAPITULO 10. TEORIA DE LeBescuE 253 Fung de Conjuntor asa Detinigbo ds Media de Lebesgue Espagos de Medide Fngbes Mensuréeis Fungées Simpler 27 Tonesracso 268 Compacasio em + Intgral de Riemann 27 Integracdo de Forget Compas a FungSes de Classe 2? 200 Exerclcles 27 PREFACIO Je Matemitica, om final do curso, 2 Este Tvro destinnse a estudentes de 0% ut Inicio «© pbrgraduagso em Matemstcn. 1A principal cifernga entre esta a primeira edigéo (publiads hb det anos) cencontrase no exude det SungSex de vir. vacuis, ogora mut mals aprofundeds Foram numeretas as sugentes de Iefoes que determinaram essa alterasso. O Cop. 9 omaga, ager, com alguns concsitor bislos de espasor vetriab: a_sifecencial de ‘uma finsie 4 definids coma uma aplicacia linear: 0 teorema da funglo inverse € figomes de sues importantes conseqlénclas sfo formuledos e demonstrados indepen: destemente do determinants; sio extabelcides propredades das formes forencl fe 0 eoplvlo vermina com uma ysrabo bastante otal do Teorems de Stoker — 9 Por lato, of Caps, 2 6 4 contim multo mis material sBbre espagos evlicance «e espogos mdircos do que enteriomnte. Entreanto, ste acrdscino em genrslicede ‘bo deve importar em malor fculdhde. Os tsoremas equl apresentados no sfo mals Aifcsis no. atual conteato do que na Feta ou no plano. ‘Nos demais capes, so de menor relevicla as ateragber fetes, mes grande porte do texto fo reecrta, « muitos detathes — experemot — malhorados 1 pare nil do Cap. 1, em que foam Invades oF némeros resis por trio de cores no conjnto dor nimerot recon, pe sxagar 8 ume primirs feurs; se tne acmecer, encnirarse6 ume fundamenasto lige pare o resto do Ivabao, eonsiderando 0 Teorems de Dedekind como postulado © porto de paride 10: Cops: 1 27 deve ser ior ordom em que eso presents. OF ets captor fina eniratnt, fo quase inepedentes ire © mero de preblemas foi sumeriado para clren de 200, Agune cles sto soles Imedites, dos resultados bios no testo, quanto outros, cosivirto tm desto 8 hbilidade don rmelores alos. Pare mas ifs, so apresentds ees de lg. \ nee e hs \ A® ho Wee WALTER RUDIN. COCOCCOCCE CE € 42239393900 oo e MAWIIIIIO x 22 CCCCCCCCH EAE EAD IIIIIDIID 99IDIIIDID Be LISTA DOS SIMBOLOS MAIS USADOS Cada simbolo da lista abaino & seguido de breve explicagio do seu significado <,S,>, 2 sinais de desigualdade pertence a € io pertence a sup. supremo ff, fimo + ©,— ©, © infinito Bsinal de soma Rt espago euclidiano a k dimensbes @ vetor nulo x+y produto escalar J+] norma do vetor x C, D sinais de inelusiio {x,} sucessio U, reuniso NM, intersegio (G, 8) intervalo aberto {a, b] intervalo fechado E* complemento de E lim limite ~+ converge para Timm sup. limite superior lim inf. limite inferior Se +) limite a direita ‘le — limite & esquerds ff derivada Fe) diferencial UE, Dy UP, f, a), LP, D, LP, J, ay SCP, 1, SIP, J, 2) somas de Riemann ®, R(a) classes de fungdes Riemann (Gtieltjes)-integréveis A(P) amplitude méxima da subdivisto P Visa, 0), VU) varingSo total E(K) espago de fungdes continuas x LSTA 00S sIMBOLOS MAIS USADOS If |] norma Da, Ky micleos fei).++2 €n} base eandnica 1(X), L(X, ¥) espagos de aplieagdes lineares {A] matria Dy} derivada parcial G!, © classes de fungdes difereneisveis OX ke-simplexo B* k-forma decomponivel ‘A simbolo de multiplicagio exterior d operador diferencial @r transformada de 4 operador bordo 6 anel de conjuntos elementares m medida de Lebesgue medida My M familias de conjuntos mensurdveis Jf parte positiva (negativa) de J Ker fungio caracteristica : 8, £u), &, LG.) classes de fungdes Lebesgue-integréveis q i Nameros Reais ¢ Complexos Capitulo 1 INTRoUCO Uma discussio satisfatéria dos principais conceites da anélise {por exemplo, convergéncia, continuidade, diferencingio e integragto) tem que se basear em uma definieso rigorosa de niimero. Néo pro- cederemos, entretanto, aqui, a uma discussio dos axiomas que re- gem a aritmética dos inteiros; tomaremos como ponto de partida os ntimeros racionais. Admitiremos conhecida a aritmética dos racionais (i.e., nimeros da forma n/m, em que n € m sto int irs, m 7 0) e apenas enuncia- remos suas principais caracterfsticas. A soma, a diferenga, 0 pro- uto © 0 quociente de dois racionsis quaisquer sho racionais (exclufda 9 divisio por zero); as leis comutativas ptaraty, py=ap, as leis associativas, @t+Qtr=p+Gtn, ar= pe) ea lei distributiva @tgr= pte sto vilidas; © relagio <. introduz uma ordem no conjunto dos ra- cionais, I propriedade da relagio <} quaisquer que sejam os ra- cionais p e 9, térmos p= 9 ou p Oe pg'>0 sep >00g>0. fato bem conhecido que os niimeros racionais sto inadequados em muitos casos. Por exemplo, niio existe racional p tal que CCCCOCCOE EA AID ¥9IIDIDIIDIIO © CCCCCCCOC CAAA 23 I93IIIDID90 C 9 Vee oes ey 1 tA Lal; 1414; 14149; «. “tonde pars V2". Mas, a menos que se tenha uma definigao pre- iss do iemacional -V2, impse-se a pergunta: para que cxatamente, “tendo” a sucassto acima O principal objetivo deste capttulo 6 dar a definigio de que no- cessitamos. LL. Exemplo. Comecemos mostrando que a equagio a pee nao 6 satisfeita por ‘nenhum racior que © seja. Podemos, entéo, escrever p ‘mn, em que me n siio iRisins ainds, escolher me n de modo que 180 sejam maiace pa res, Nestas condigées, de (1) resulta @ mm = Ont, © que prova que m? é par. Portanto, seria fmpar) e, ‘ssim, m? & divisivel Por 4. Segue-se que o segundo ixmbeo ein (2) 6 divisvel por 4, portanto,a*& par, do gua eee concn: Por-sontsavinte, a hipdiee da validade de (1) lore a semrke do aue m © n sto ambos pares, contsiiamente & nace seolha. Portanto, (1) 6 impossivel com p racional mal p. Suponhamos, no entanto, m & par (se m fdsse fmpar, m? Mais explicitamente, 6 possfvel detorminar, para eada poem 4, nal pena) gem A tal que p <¢ 6, para cada p em B, ue racio, nal gem B tal que q <.p, Puponhaunos p om A. Logo, p* <2. Consideremos um racional Atal que0 P, € . = P+ OPEMA< PS Op +I < P+ e—P) de modo que q exté em A. gpereee state aon ap assim, demonstrada a primeira 24h at > 2p Entao, O po -2 Soy - “ 1.2. ove : fio. A discuss&o acima teve por objetivo ee Sahn ne ti eg que g conjunto dos ntimeros racionais p ees ete Mf a aa ee ic p< @+a2<4qsep a) se existe um racional p tal que pE Berea a <8 signifies a= B ova < B. a> B signifies 6 < a. (CORTES O€ DEDEKIND ’ Se a > 0*, dizemos que a ¢ positivo; se « > 0°, dizemos que @ rio 6 negative. Andlogamente, se « <0*, a 6 negative, e nfo é positivo se a < 0%. Convém observar que continuaremos, naturalmente, a usar 0 sim= bolo < entre rucionais; assim, éste simbolo teré (provisdriamente) uplo sentido. Pelo contexto, porém, ficaré claro qual o significado ue The devers ser atribuido. 1.10. Teorema, Sqam a, B corte. Enlioa=B ou a p+ q, para todo pG ae todo ¢& B, de modo que s+ ¢ €y. Por conseguinte, Y nio contém todos 08 racionais (1) Suponhamos r Ey, # p tal que sGa. Portanto s+gE7 e +>, de modo que r nfo 0 maior racional em 77. 1.13. Definie&io. Desigaamos por a + 6 © chamamos soma de xe Bo corte 7 do Teor, 1.12. (A observagio feita apés a Def. 1.9 aplica-se também ao sin- bolo +.) 1.14. Teorema. Sejam a, 8, corles. Enido, @ath=Bta; © (+B) +7 = a+ G +7), de modo que os parénteses poder ser omitidos, sem ambigaidade; © at0*=a. Demonstragio: Na definigo de c + 8, consideramos 0 conjunto de todos os racionais da forma p + q(» Ea, qf). Na definigio de B+, consideramos q+ p, em ver do p+. Pola lei comuta- tiva da adigéo de racionais, a + 8 © 8 +a sio cortes idénticos, 0 que prova (a). Analogamente, da lei associativa da adigéo de racionais resul- ta @. Para demonstrar (0), soja rEat0*. Logo r= p+g com pEae gE (isto é ¢ <0), Portanto p+ 9 <'p, de modo que ptqeaerea. A seguir, suponhamos rc. Consideremos s > r, s racional tal que sGa. Seja qu r—s. Logo <0, gE 0% er=sty, de modo que rEa+0*. Assim, 05 cortes a + 0* ¢ a silo idénticos. LIS. Teorema. Seja a um corle ¢ + >0 um racional dado. Existem racionais p, q tais que p © ay, ¢ Ear, NAO é 0 mimero superior minimo dea eqg—p=r. Demonstragdo: Consideromos um racional s Ga. Para n = 0, 1,2, ... sea & = #-t nr. Entio existe um nico inteiro m tal que Sn Ea e Sm Ea. Be ger 40 foro mimero superior minimo de @ consideremos p= Sm = Smt ‘Se sms fOr 0 niimero superior minimo do a, consideremos Pasty = Smt oe 1.16. Teorema. Seja a um corte, Eziste um sinico corte B tal que a+ 8 = 0%. Demonstragio: | Mostremos, primeiro, a unicidade, Se + i = =a-+ Bs = 0", conclui-se do Teor. 1.14 que By = 0 + Br = (a+ 8) + Br = (+ B+ Bim 0+ B= Br. Para demonstrar a existéncia do corte, seja 8 0 conjunto de todos os racionais p tais que —p 6 um nimero superior de a, mas nfo 0 nimero superior mfnimo. ‘Temos que verifiear se éste conjunto 6 satisfaz a8 trés condigdes da Def. 1-4. (© Bvidente. (I) Sep E Beg

—p, de modo que —g 6 um nimero superior de a, mas nfo o mfnimo. Portanto ¢ € 6. (IM) Se pEB, —p é um niimero superior de a, mas niko o zk ‘imo, de modo que existe um racional q tal que —7< —p ¢ 7 Ea Seje Logo —7 < —r < —p, de modo que —r é um miimero superior do ay, mas no 0 minimo. Portanto, eneontramos um racional r > p tal quo rE 8. ‘Tendo provado que 6 é um corte, temos agora que verificar s¢ at Ba or . NUMEROS REAIS © COMPLEXOS ont Suponhamos p a+ 8. Logo p=q+r, com geaer EB. Portanto, + Ga, —r >Gq+r<0e PEO Suponhamos p €0*. Portanto, » <0. Pelo ‘Teor. 1.15, pode- mos determinar racionais q€ a, r € a (@ tal que r ndo seja o mimero superior minimo de a), de modo quer —q= —p. Como—rE 8, tomos pa=q—r=q+(—)Gat6, © que completa a demonstragio. 1.17. Definigio. Designamos por —a 0 corte i do Teor. 1.16. 1.18, Teorema. Quaisguer que sejam 07 cortes a, PB, "%, com BO% we arorey>O% Demonstragio; Poles Defs. 1.9 0 1.13, a+ 6 Sat. Se atbratn nto, B= 0° + B= (—0) +(@+8)=(—a) +47) = 0*,8 20%. Se- Jay 0 conjunto de todos 0s racioais negatives ¢ de todos os racionais F ais que r= pq, em que pEa, gEB, p20,¢>0. Enido y & ‘wm corte, 1.23. Definigio. Designamos por ai e chamamos produto de a © B 0 corte y do Teor. 1.22, 1.24, Definigaio. A cada corte & associamos um corte |at|, que chamamos valor absoluto de a, definido por: { a wazor, “Vea swa 0* para todo ae |a| = O* sdmente se a = 0*. Podemos, agora, completar jYflefinigio de fnultiplicng 1.28. Definigko. Sejam a, 6 cortes. Definimos = (lal [B|) sea< 0%, 620%, a6 =) —(lal IB) ea 20%, B<0F, jal [8] a0", B< or, Note-se que 0 produto ja| |8| jé foi definido (Def. 1.23), pois la} > @*, (8| 20 1.26, Toorema. Quaisquer que atiam os cores cB, -y temos: (@ a8 = Ba ~ © (Br = a8); © a6 +7) = 8 + cry; @ ad = 0% © af =0* simente se & = 0* ou B = 0%; (ff) al* =a; @) Se 0*0*, enldo ay < By. 1.27. Teorema. Se a 0%, para cada corte B existe um tinico corte ple designamos por Bla) tal que ey = ‘Terminamos esta segdo com trés teoremas sobre cortes racionais. 9 n — A a a a“ a ° s i.) e « as POD ITU UO OUR EEE EE EBS IDIIIIIVII YY ~' © NOMEROS REAIS E COMPLEKOS ort 128. Teorema. Quaisquer que seam os racionais P & dy temos: ©@ pita = Or © prat = 0" (pr p de modo que +E B. Como rE Ber E rt, vemos 1* <8. Como p Er © PEa, tomes a p tal que Ea €, Portanto, ¢ EY. Ascim, y 6 um nfimery real. Bi claro que a <7 qualquer que sejaa€ A, Se existisve algum BEB tal que 6 <7, haveria um racional p que satisfaria as condi wes pEy © p EB; mas, op Cy, entéo p Ea para algum aE 4, do que resulta ser 8 < a, em contradigéo com (d). Assim, y <8 qualquer que seja BEB, ¢ a demonstragio caté foita. ‘Vamos, agora, abandonar slgumas das convengdes de notagio uusadas até aqui: as letras p, g, r, ... nfo mais serio resorvadas para racionais ¢ a, 8, 7, ... serdo utiligadas sem restrigoes. 1.33. Definigiio. Seja um conjunto de mimeros reais. Se existe um miimero y tal que 0, real, ¢ cada n> 0, inleiroy exisle um tnien rimero real y.>O tal que y* = 2. ste mimero y 6-designado por ~/z ou por =¥*. Demonsiragdo: claro tque nfo pode existir mais de um y nas condigoes acima, pois de 0 < ys < ys resulta yf < x8. Seja E 0 conjunto de todos os # reais positivos tais que <2. Se t= zi(l +2), entdo 0 ly entéo i >t >, do modo que ( fe te 6 uma cota superior de B. Seja y o sup. de H (que existe pelo Teor. 1.36). Suponhamos y" < x, Consideromos h tal que 0 z, Consideremos k tal que 0 y—k, tomos > HB = yt — uk + Oye — + DIY yt — Hy! — Oye + DOT DPM + Oy t + Ol yok +o vl > Oat ‘Assim, y —k 6 uma cota superior de E, contradizendo 0 fato de ser ¥ 0 sup. de E. Segue-se que y* = 2. 1.38, Representagao Decimal. Concluimos esta sogso ansli- ‘sando a relagto existente entre miimeros resis ¢ expressbes decimais. Seja z > 0 real. Saja ne 0 maior inteiro tal que m <2, Bseo- Thidos mo, m -.-) Mea» Seja ny 0 maior inteiro tal que not Bb tage SE Seja Eo conjunto dos nimeros @ Logo x 6 0 sup. de E. A representagho decimal de é ® ho mT + Rectprocamente, dada a expressio decimal (4), 0 canjunto F dos iimeros da forma (3) 6 Limitado superiormento 0 (4) & 8 representa io decimal do sup. de E. Como nunea trabalharemos com expressdcs decimis, nfo faze- mos aqui uma discussio mais profunda. (© CONJUNTO DOS NOMEROS REAIS AMPLIADO 1.39, Definig&io. © conjunto. dos niimeros reais ampliado 6 constituido dos mimeros reais aos quais foram acrescentadoe dois simbolos + @ <2, com as seguintes propriedades: (@ Se zé real, entio —@ <2< toe rte=ts, @ Se x >0, ento ° relate, (© Se 2 <0, entto eba)=—% Quando se quer fazer uma diatingSo bem explicita entre ndmeros reais de um lado e 08 simbolos -+ © e — = de outro, os primeiros ‘sio chamados finitos. 1.40. Definig&o. Seja Z um conjunto cujos elementos perten- ‘com a0 conjunto dos nimeros reais ampliado. Se n&o é limitado superiormente (Le, se para cada real y existe 2 € E tal que y < 2), dizemos que 0 sup. de Eé + ©. z(-2 z(-a)ete. 6 LNOMEROS REAIS E COMPLEXOS caret ' ‘Andlogamente, dizemos que o af, de um eonjunto E que nto é fimitado inferiormente € — ©. ‘Assim, no conjunto dos niimeros resis amplisdo, todo eonjunto tom sup. e nf, Esta é a principal raz de se introduzir ++ © ¢ — = NOMEROS COMPLEXOS ate LAL. Definig#o. Um mimero complexo é um par de nimeros reais a,b (nesta ordem), Designamos éste mimero complexo por @d. Nesta segio, as letras 2, y, # designario mimeros complexos, as letras a,b, , ...,m%imeros reais, ¢ escreveremos (provisdriamente) w= (1,0); = 0,0). 1.42, Definisiio. Sejaz = (a,b) ¢ y= (6d). Dizemos que z= ¥ 0, © somente se, a=ceb=d. Az ey asociamos dois niimeros complexos, que designamos por z+ y © zy, definidos seguit sty=@+odta, ay = (ac —bd, ad + be). 1.43. Teorema. As operogies de adigdo ¢ multiplicagio acima definidas (Def. 1.42) satisfazem os leis comutativa, associativa ¢ dis- tributioa, Demonstragio: Soja x= (2,0); ¥ =) 2 =f). @rty=@+qb+)=C+adt)=yts; O EtV+E=@tGb+Dt+GN=@tetybtatH =@D+C+edtNa=ztrta; i (ac — ba, ad + be) (ca — db, da + ob) = (Cd) (0, 6) = wes @ (eye = (ae — be, ad + be) (6, ) = (ace — bee — adj. — bef, acf — ba + ade + bee) = (@,b) (ce —af, of + de) = aye); © @tye=@+Gb4+ DEN =p e—Y— dat + bet de) = (ae =¥, af + be) + (ce — dish + de) =uty Om 1.44. Teorenra. Para cada complexo x, femos 2-f n= 2, 7 mas Demonstragio: Conseqiéncia imediata da Def. 1.42. owenos couniexos - @ oO 1.45, Teorema. Se z+ y= 2+ 2, ento y oO Demonstragio: So y x 2, a Del.142.¢ 0 Teor, 1.18 mostram que oO ehurete oO 1.46. Teorema. Para cada eomplezo 2, ezisle um sinico y tal ¢ ect yan : Das to nine pr < Demonstragio: A unicidado resulta do Teor. 1.45. Para provar 8 existéncia, seja 2 = (a, 2) © considerese —2 = (—a,—H). Ses wis (2 LAT, Teorema. Eerevendo 2—y om wee de 2+ (—y), temas > > A @s-s=%; © Cay a (—9) = ~~ (—0 ev), e de modo que no haverd ambigitidade se escrevermos —zy para designar o qualquer das expressies acima, o As demonstragtes so simples. e 1.48. Definigdio, Seja x = (a,b). Escrevemos || = Va} 6 © (Consideramos apenas 0 valor nfo negativo da raiz quadrada, que é e univocsmente definido pelo ‘Teor. 1.37) ¢ chamamos || valor abeo~ © luto de 2. Note-se que o valor absoluto de um nimero complexo 6 um e rdmero real nfo negative. e 149. Teorema. Quaisquer que sejam os complezos 1, y temos © (©) |z| >0 ce 2x n, enquanty |n| = 0; re) © levl = [al Iv v Demonstragéo: (a) 6 evidente. Quanto a (b), soja z= (at) & Ce ¥= Gd). Entio © ley|* = [(e —bd, ad + be)|* = ate? + bad? + ate? + bt © = @ +b) +a) = [zI*1y) © Portanto, a lvl = ViEFIVl = te] Iu. y Deixamos a demonstragSo da \ltima igualdade pars o leitor (Exere. 4). e 1.50, Teorema. Se zy n, enlioz= 2 uy =n, e Demonstragdo: Se zy = n, temos, pelo Teor, 1.49 °C lel lvl = layl = Ow UUEEEEEEECOEESEESRIIIIIIIII III NOMEROS REAIS E COMPLEXOS car Como |2| € [y/ sio resis, concluimos que |z| = 0 ou |y| = 0, isto, z=nouy L5L. Teorema. Se zx n¢ 2y = 22, enldo y= 2. Demonstragio: Temos ay —3) = y=. Pelo Teor. 1.50, ¥ — 1.52, Teorema. Para cada complezo 2 xn, exisle wm tinico complezo y (que designamos por wiz) tal que zy = w Demonstragio: A wnicidade resulta do Teor. 1.51. Soja z= (4,2). =n, isto & y= 2 Para (ies) temos 1.53. Teorema. Se zx n, para cada complezo y existe wm tinico complezo 2 (que designamos por y[2) tal que 22 = Y- 4 Demonsiragio: Se z= (w/a) * v, temos ‘Até aqui mostramos que os niimeros complexos, com as definigdes de adigdo ¢ multiplicagtio dadas (Def. 1.42), satisfazem tbdas as leis usuais da aritmética, 1.54. Teorema. Quaisquer que sejam os miimeros reais ae, amos @ (0) + 0,0) = @+6,0); ® 0) 0) = (ab, 0); © |@0| = lal. Em (@, 0 simbolo [a| tem o significado da Def. 1.24. ‘As demonstrag6es sfo simples. © Teor. 1.54 mostra que os nsimeros complexos da forma (o, 0) tém as mesmas propriedades aritmétieas que os nfimeros retis @. NOMEROS COMPLEXOS » Podemos, portant, identificar (0,0) & a; esta identiingto toma os inimeros Tenis um subeonjunto do eonjunto dos némeres complexos, Em particular, eeroveremos 0 em ven de n e 1 om ves de w. O leitor tend talves notado que desenvolvemos a aritmétien dos rnimeros compleros sem introdusir « misteioss ““/—I". Vamos, agora, mostrar que a nota (0,8) 6 equivalente ria usual a+ b, 1.55. Definigaio. i = (0, 1). 1.56, Teorema, i= —1. Demonstragdo: i = (0, 1) 0, 1) = (—1,0) = —1. 1,57. Teorema. Se a ¢ b sdo reais, entdo (a,b) = a + bi. Demonstragao: a + bi = (a, 0) + (, 0) 0, 1) = 0) + 6,0) = @). 1.58, Teorema. Se ¢ y so nimeros complezos, eno, le+ ul < lel + ul Demonstrogio: Se x+y =0, nada se precisa provar. Supo- nhamos 2+ y #0 .¢ seja Multiplicando por z+ y conelui-se, do Teor. 1.49(), que |A| = 1. Ademais Ax + dy 6 real. Se dz = (a,b) © Ay = (6, @), a Def. 148 mostra que lal < Pel lel < [Ayl = Il. Portanto, [zt+yl = M+ dym=ates [al + lel < la] + lvl. 1.59, Definigio. Se a, b sio resis ¢ = a+ bi, 0 niimoro complexo % = a —bi 6 chamado conjugado de 2. 1.60. Teorema. Se z,y sd0 complezos, entdo @ztynzts; 25 2|* (logo xf & real e ndo negative); @ 2426 real; © para z real, 2 = x. As domonstragdes dostas afirmagées sto simples. Ses) 0 NOMEROS REAIS E COMPLEXOS cart 1.61. Notagio. Se 2... ho msimeros complexos, escrevemos ntatootne De Encerramos esta segdo com umadesigualdade importante, geral- mente conhecida como desigualdade de Schwar 1.62. Teorema. Se as, +.) € bry --.1bx do ntimeros comple- 208, entio [asks ElorE wr Demonstragio: Seja A= Za], B= T[jl*, C= Zab soos mam todas a8 somas desta demonstragio). Se B= 0, entio by = +++ = b,=0 6 & conclusto 6 Sbvia. Suponhamos, portanto, B>O. Pelo Teor. 1.60, temos Cots —Ch) (B,—C) . Fre Ol pene Soh BOE ob +1CPZI = BA —BC|* = B(AB—|C|*). Sendo cada térmo da primeira soma nfo negativo, vemos que B(AB — |C|*) 20. Sendo B > 0, segue-se que AB —|C|?2 0. Hata € a desigualdade que queriamos demonstrat. ESPACOS EUCLIDIANOS 1.63. Definigdes. Para cada inteiro positive k, soja R¥ 0 con- junto de thdas as K-uplas ordenadas x= Cy ty oo Bir que 2...) 74 sfo miimeros reais, chamados coordenadas de x Os elementos de R* sio chamados pontos ou vetores, especialmente quando k >1, Designaremos vetores por letras em negrito, Se Y= Wu --rth) © #0 @ € um mimero real, definiremos (ert yy este + Ms (car, ---y x) xty @ de modo que x+y € Re ax€ Rs. Est assim definida a adigho de vetores, bem como a multiplicagéo de um vetor por um niimer real (um asnalar\, Fasten duas operacdes.satisfazem as leis comutt- EXERCICIOS Al tiva, asso tiva @ distributiva (a demonstragio 6 simples, tendo em vista as leis andlogas para os mimeros reais), © tomam R um eepaco tetorial sébre o corpo dos reais. O elemento zero de R* (as véees cha- mado origem ou weior nula) € 0 ponto 0, cujas coordenadas so td- das 0. Definimos também 0 chamado “produto intemo”” (ou produto esealar) de x e y por xey= Daw 8 norma de x por i= Ga = (Ea) A estrutura assim definida (0 espago vetorial R* com o produto intemo ¢ a norma acima) é chamado espaco euclidiano a i dimensdes. 1.64. Teorema, Se x, y, z€ R* € a & real, entdo @ Ix @) |x| = 0 se, € sdmente se, x = 0; © fox| = lel |x]; @ Ix-y| < Ix! ly; @ Ixtyl < lal + byl O |Ix—a] [xy] t ly — Demonstragéio: (a), (6) e (¢) sio evidentes e (d) é uma conse- qiéncia imediata da desigualdade de Schwarz. Por (d), temos Ik+ y= @ty)-@+y) eexteytyy S dsl? + 2lal [yl + Ly} = (xl + LyDs ‘© que demonstra (¢). Finalmente, (f) decorre de (¢) se substituirmos x porx—yey pory—z. 1.65, Observases. O Teor. 1.64 [(0), @), (9) nos pormitiré (ver Cap. 2) considerar R* como um espago métrico. R* (0 conjunto de todos os niimeros resis) 6 geralmente chamado “zeta” ou “reta real”. Andlogamente, R? é chamado “plano” ou “plano complexo” (ver Defs. 1.41 ¢ 1.63). Nestes dois casos a norma €0 valor absoluto do niimero real ou complexo correspondente. EXERCICIOS 1. Ser 6 raclonal (+ 0) ¢ 6 Sracionsl, prove que r+ 2 € r= so irra onsis.! cceeeees sed © cCceece Bro vIIIAG

Você também pode gostar