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1 edigao, 1 impressio Projeto grafico e editoracao: Trema Assossoria Editorial CIP-BRASIL. CATALOGAGAO Na PUBLICAGAO. SINDICATO NACIONAL BOS EDITORES DE {IVROS RJ 1387 Leitura :histéria ceasing / Ana Cliudis Gruszynsha . [ot o| omniragio Tania Rosin, Regina Zilberman.- ed. - Forte Alegre, RS. Edelbrs, 2016 320 p.: 23m, Inclui bibliozrafia ISBN 978-85-5599 007-5 1. Livros eletura 2. Leitores - Reapio critiza. Literatura istévia¢ critica 1 Gruseynski, Ana Claudia Resing, Tani. il), Zalberman, Resi. TV. Title, 1631184 EDD. s08.59285 Cr 2.08 2016 Edigdo exclusiva elaborada sob encomenda pela Edelbra Editora Ltda, Impresso no Brasil pela Edelbra Grafica Ltda. Dispositivos de leitura no cenario de convergéncia das midias ‘Ana Claudia Gruszynski Propoe-se uma abordagem da leitura na sua relagio com os suportes e suas ‘materialidades tendo em vista o cenario contemporanco de convergéncia midiatica. A convergéneia das midias é um fendmeno dindiico € em curso, que ganha espaco gradualmente a partir dos anos 1970. Com efeito, a diver sidade de abordagens sobre esta nogao revela critérios c interesses varia- dos, que resultam na auséncia de uma definigéo consensual (SALAVERREA: AVILES: MASIP, 2010), Para Jenkins (2009), cla compreende o transito de contetidos em diferentes suportes, a cooperacio de mercados midisticos 0 comportamento de migragio dos piblicos que circulam entre variadas plataformas na demanda por experiéncias de entretenimento e informagao. Note-se que, se a digitalizacao de contetdos ¢ componente fundamen- tal dos processos de convergéncia, o desenvolvimento da internet com seus diferentes recursos nos anos 1970/1980 e a introduce de sua inter- face gréfica - a World Wide Web ~ nos anos 1990, sao elementos-chave Para sua ocorréncia, Destaca-se também. nos anos 2000, a configuraao de ‘uma segunda geragao de comunidades e servigos na rede que passa a ser denominada de Web 2.0 (O'REILLY, 2005), Caracterizada principalmente Por novas modalidades de organiza¢ao € publicagio possibilitadas pelo 170 LEITURA HISTORACERSINO avanco de tecnologias informaticas que amplia as formas de compartilha- mento e interacao entre usuarios conectados, tem significativas reperci 8. A Internet das coisas {Internet of things - lo), por sua ver, & uma tecnologia emergente e atual que visa conectar objetos habilitados a processar informacées, capturar dados ambientais e responder a estimulos extemos, viabilizando o surgimento de outros tipos de dados, servigos ¢ operagdes através da rede. Além disso, a convergéncia das midias envolve redes sociotéenicas cada vez mais complexas que abarcam estratégias ¢ mecanismos de mediacdo imbricados em diferentes esferas. A anilise parte do pressuposio de que a conformacio dos objetos por tadores de textos incide sobre seus usos e apropriagSes (CHARTIER, 1998), proporcionando legibilidade a eles (CHARTIER, 2001). Constituindo-se historicamente, os suportes se transformam, dinamizando relagées que envolvem elementos identitarios dos meios, Estes se referem (1) a carac teristicas que delineiam a identidade dos meios ¢ seus produtos editoriais, (2) atributos singulares que distinguem titulos/veiculos em relasio a ou tros pertencentes a um mesmo universo, dentro de segmentos que podem ser observados/estabelecidos a partir de critérios variveis e passiveis de sobreposigo. © primeiro aspecto evidencia a composigio do sistema de soes soc midia em uma perspectiva mais ampla, o segundo possibilita a observa- 10 de como sao agenciadas as himitades e potencialidades das midias na diversidade e multiplicidade de produtos em circulagao. Trata-se de uma sistematizagdo que auxilla na abordagem proposta, mas que no visa A po- larizagao, Ademais, hd uma rede ¢ imbricamentos dificels de aprender, € buscou-se introduzir eixos que possam operacionalizar estratégias para a sistematizacdo de elementos ligados as praticas de leitura contemporaneas, Dispositivos de leitura O terme dispositivo € utilizado por diferentes campos do conhecimen- to, referindo-se tanto a objetos préprios da informatica, do meio juridi- co, entre outros, como a aproximacoes de ordem filoséfica. Sera adotado ‘19POSTIVOS DE LEITUPA NO CENARIO DE CONVERGENCIA DAS MIDAS © entendimento de Mouillaud (2002), que o define como forma que estru- tura o espaco ¢ tempo, constituindo uma matriz que articula os conte uudos e, tratando de jornais impressos, considera fundamental 0 papel da forma no enquadramento do discurso, que atua como urn elemento de pre- pparacio para os sentidos, A nogtio compreende a associagao entre forma econteitde em uma relagio dinamica, em que texto (verbal, icénico etc.) € dispositive sio geradores um do outro, determinando-se alternadamente © autor afirma que 0s dispositivos articulam-se entre si e pertencem a lugares institucionais. Assim, os textos tém a potencialidade de gerar ¢ alterar os dispositivos, assim como os iltimos incidem sobre a producao reinvengao dos primeiros. O conceito possibilita que nao se fique restrito aos aspectos mais téenicos ligados 4 materialidade. mas que seja possi- vel pensé-los em rede, considerando outras esferas que a eles relaciona- dos contribuem para a produgio de sentidos por meio da leitura. Dispoe- se, deste modo, uma atengéo aos meios ¢ as linguagens, buscando evitar “midiacentrismo”, a énfase nos veiculos e nas tecnologias em detrimento das variadas linguagens ¢ sistemas signicos que se configuram nos meios (SANTAELLA, 2007). Ao se utilizar 0 termo dispositivo, entao, estar-se-a se referindo nio apenas ao suporte, mas indicando que este agencia poten- cialidades e limitagées semidticas ao dar forma a contetidos multimodais. O letramento ~ pratica cultural de carater histérico e social que pos- sibilita que individuos aruem com competéncia em diferentes situagées de interagio que envolvem a escrita e a leitura - esta relaci iamiliaridade com os dispositivos, fazendo com que estes parecam, por vyezes. transparentes, Na medida em que se transita do reconhecimento decodificacao dos cédigos semidticos para a representacio. a mediagio exercida pelos metos pode apagar-se como se estes fossem neutros nesse Proceso. Neste sentido, estudos comunicacionais assumem 0 termo me- diagao para referit-se a influéncia da midia nas priticas comunicatives, considerando os fuxos entre emissor, mensagem e receptor. Jé.o termo ‘midiatizacdo aponta para transformagées estruturais de longo prazo que dizem respeito ao universo de trocas entre a midia e outras esferas sociais e culturais (HJARVARD, 2015). Tratando de experiéncias recentes e em nado 2 uma m 172 LETRA HISTORIA E ENING. ‘curso, sero abordados elementos que participam das praticas, tomando ‘0 jomal como meio exemplar para retletir sobre a relacao entre 0s dispo- sitivos e 0 cendrio de convergéncia, ‘A introdugdo e ampliagio do letramento digital (GARCIA, 2009) passa pelo contato com novos dispositivos. Com o sistema de midia em refor- mulago (BRIGGS; BURKE, 2004), h4 mudancas que envolvem a apropria- ‘ao de linguagens, estilos e caracteristicas de um meio por outro. Assim, novas midias sio introduzidas e passam a coexistir e a interagir com as anteriores. Bolter ¢ Grusin (1998) denominam remediacio (remediation) como 0 processo de renovagio (refashion) dos meios tradicionais efetu- ado pelos noves meios. Entendem que esta € uma earacteristica tipica da midia digital, reiterando que introduzir uma nova midia ndo significa apenas inventar um novo hardware c/ou software, compreende a apro- priagio das outras existentes, uma vez que, com o ingresso de um novo meio, 03 usos dos anteriores io redefinidos, jornal como dispositivo exemplar ‘Tomando o jornal impresso e suas transformagdes como exemple, ob- serva'se que sua constituigéo histérica como dispositive parte de um afastamente inicial da forma dos livros (SOUSA, 2005). Em meio ae am- biente urbano c ao processo de industrializagio, a necessidade de fazer circular um niimero maior de informagbes exigiu a alteragdo de um pro- duto que era entdo wim caderno com quatro paginas. Os primeiros movi- mentos em dirego ao delineamento de uma identidade visual singular ‘compreenderam a insergao do nome da publicagao colocado no topo da primeira pagina (irequentemente composto por termo que evidenciava seu cardter noticioso) e, na maioria das vezes, acompanhado de titulo e ilustragdes, juntamente com a informagao da periodicidade, Segundo ‘Barnhurst (1994), a publicagao de jornais nesse primeiro momento esteve ligada 4 utilizacao do investimento eaistente na indistria de producae li- vreira para reproducao de noticias de ocorréncias piiblicas do modo mais DISPOSITIVOS DE LEITUKA NO CENARIO DE CONVERGENCIR DAS MIOIAS 173 econdmico entio vidvel. Com a qualificagio das técnicas de impressio. ampliou-se 0 tamanho das paginas, 0 titulo no eabegalho da capa, € © texto passou a ser distribuide em varias colunas. O tamanho dos tipos foi teduzido para que mais noticias fossem apresentadas em menos espaco, reduzindo o custo ¢ 0 tempo de impressio dos exemplares. fatores rele- vantes para a 0 éxito comercial dos periddicos. Ao se tomar o jornal como objeto empirico que auxilia na observacao da formaao de carster histérico dos dispositivos, tendo em vista como as alteragdes na materialidade dos artefatos se relaciona com a construgio de horizontes de leitura, optou-se por um produto tradicional da cultura impressa moderna. ainda que © carater noticioso de circulagdo de infor- magbes possa set apontado em momentos anteriores. Sua presenca na vida cotidiana individual ¢ social, bem como seu vinculo tanto com in- teresses ideoldgicos como comerciais proporciona o tensionamento de fatores que perpassam o foco estabelecido. Ainda que 0 foco nao seja a discussie sobre o papel da atividade yornalistica nas sociedades de modo paralelo (BARSOTTI, 2014), aspectos a ele relacionados estao sigmificati- vamente ligados ao que se apresenta ao longo do texto. Sousa (2005) sistematiza em quatro momentos as reformulagaes gra- ficas que foram fundamentais na imprensa. O primeiro compreendeu os séculos XVIII e XIX, quando se deu mais fortemente a distingao da jornal em relagao ao livro. Se ambos dizem respeito 20 universo da midia impres- sa, € nesta primeira fase que se observa mais fortemente a conformagio do jornal como um dispositive singular O periodo caracterizou-se pelos recursos advindos da industrializacao, bem como pela profissionalizagao dda atividade jornalistica Larequi (1994) destaca que, em um primeiro mo- mento, a impresséo era praticamente artesanal, poucos recursos grificos eram utilizados, e a tipografia ~ estilos dos caracteres ~ restringia-se ba- sicamente a um conjunto de tipos todos da mesma altura, A busca por atingir um publico mais amplo e a demanda dos pro- Drietarios dos jornais por tornar lucrativa essa atividade exigiram maior isengio de quem escrevia, deixando de lado o cardter muilas vezes ide~ ologico das publicagées, Deste modo, a perspectiva comercial cresceu 174 LEITURA HISTOR ERIN significativamente ao longo do periodo, quando foram intraduzidos tam- bem os antincios publicitarios nas paginas dos impressos, por isso, sua presenca inffuenciou graficamente a paginacao dos periédicos em fun- cio da modularidade dos espacos a eles reservados. Do ponta de vista da producto grafica, 0 sucesso do aperfeigoamento da Linotipo (1886) agilizou os processos produtives e permitiu uma maior liberdade no desenvolvimento dos layouts. Até entao, o custo elevado € 0 ritmo lento da composi¢do manual limitavam a oito paginas até mesmo jornais didrios de maior porte (MEGCS; PURVIS, 2009). Isso influenciow também na introdugao da diagramacio horizontal. qualificanda a hierar- quizagio dos elementos na pagina No Brasil, os pioneiros Gazeta do Rio de Janeiro ~ editado nas oficinas da Imprensa Regia - e 0 Correio Braziliense ~ produzido em Londres por Hipélito da Costa ~ seguiam, em 1808, um padrio visual similar aos primeiros jornais editados na Europa. Segunde Bahia (1990), somente a partir de 1880 a imprensa brasileira comegou a inserir-se no estigio em- presarial: 0 descompasso nacional em relagio a Europa no que se refere aos aspectos tecnolégicos vai se diluindo com o passar das décadas, de modo que o pais gradualmente aproxima-se do que vai sendo produzido em termes de cultura grifica no émbito internacional. Ao se observar, por exemple, a evolugio significativa do jornalismo ilustrado ao longo do século XIX na Europa. é possivel tecer aproximagies com iniciati- vas nacionais. Jobling € Crowley (1996), em levantamento detalhado de semanarios em cixculagdo em torno de 1900, demonstram © volume € diversidade de periddicos existentes, produzidos entao na Inglaterra © Franca. O sucesso e a sobrevivencia de tais publicagdes, afirmam os au- tores, vincula-se sobretudo ao seu apelo visual e prego. De fato, esse tipo de produto editorial sera responsavel pela democratizacao da cultura visual ao transcender barreiras de classe, contribuindo para a ampliago do letramento no periodo. fotojomalismo, para Sousa (2005), assinala a segunda “revolucdo grifica” que se desencadeia 20 longo dos anos 1920 a 1940. quando ocorre também uma progressiva hierarqnizacao das informagoes. uma renovacdo DISPOSINYDS DE LEITLRA NO CENARIO CE CONVEBCGENCIA 4S MIDAS do grafismo, € a fotografia aos poucos assume um papel de ancoragem gréfica nas piginas das publicagdes. Tais fatores delineiam as bases para a concepgao de jornal moderno sob o ponto de vista do design e compre- endem a disponibilidade de tecnologias produtivas que sdo apropriadas gradualmente pela légica editorial da imprensa no periodo. Segundo Barnhurst (1994), aps a Primeira Guerra Mundial, a imagem fotografica passou a ser valorizada também como portadora de detalhes € capaz de suscitar emogdes. Da pose ao flagrante, 4 fotografia adquiriu outro status no jornal diario que passou pelo aprimoramento dos equipz~ mentos - sobretudo sua portabilidade - e pela incorporacao de fotdgrafos profissionais nos processos editoriais. Na medida em que as fotografias ajudavam a dar credibilidade aos fatos noticiosos por meio da verossimi- Ihanga, foram integradas aos textos, fornecendo parte relevante da infor- magao e nao apenas constando como elementos acessorios ou decorativos A insergao de imagens, por sua ver, provocara o aumento da quantida- de elementos grificos presentes nas paginas dos periédicos exigindo, as- sim, uma organizagio mais qualificada das noticias. Além disso, a amplia- gio do tamanho das fotografias ¢ o posterior diminuigdo da quantidade de contetidos nas capas das publicagdes conduzirio a um padrio de layout de piginas de abertura que é encontrado até hoje. No ambito brasileiro, com alguma diferenga temporal, pode-se verificar um movimento similar. Referéneia do design de jomnais impressos no pais, a experiéncia singu- lar de reformulagio grifica do Jornal do Brasil, que teve inicio em 1956, abarcou mudangas tanto nos aspectos editoriais, mercedologicos, como nos relatives 8 incorporagio de referéncias visuais modernas ao campo do discurso jornalistico do periodo. Sua consolidago deu-se no inicio da década de 1960. assinalando mudangas no ambito interno da empresa Jornalistica, reflexo de um contexto social. econdmico, politico e cultural A terceira fase indicada por Sousa (2005) ¢ a de énfase no design, que ganhou espago nos anos 1960, jé com a presenga da televisio e do sistema de impressio offset. A demanda por produzir layouts mais atrativos en- controu na paginacde modular uma altemativa as énfases verticais ou ho- rizontais utilizadas até entao, abrangendo uma classificacao de contetidos ns 176 LEIFLRAL HISTORIA ENSINO. iferenciada, fotos maiores e propostas tipogrificas que visam a criar uma ‘dentidade propria a cada publicagio. As experiéncias grificas que se ini- clam no periodo sao atravessadas por uma mudanga fundamental, edi- torial e grifica: a divisao do jornal em segBes, que ocorre nos anos 1970. Estas transformacoes apontam para o que se indicou anteriormente na de- finicao de dispositivo: a nocao de matriz. A forma, nesse sentido, abrange estrutura (construcao/constituicao), configuracao (composicao de partes) e aparéncia (elementos perceptiveis pela visada) (CARDOSO, 2011), ‘A tensio entre contetido (para ler) e forma (para ver), fortemente vin- culada aos recursos das tecnologias digitais de diagramacao e de produ- cio grafica, que comecam a se estabelecer no final da década de 1970, ‘marca o quarto momento (SOUSA, 2005). Desencadeia-se um movimento que aponta para o quadro midiatico contemporaneo, no qual a disputa pela atencdo de um leitor-consumidor coloca a visualidade em lugar de amplo destaque. Exemplar dessa fase é a infografia, em que texto e ima- gem se aliam para revelar os mais diversos aspectos de uma noticia. ‘Além disso, os projetos grificos dos jomais passam a ser sistemati- eamente reformulados ¢ apresentados aos leitores como uma oferta de maior Iegibilidade em consideragio as suas demandas (GRUSZYNSKI, +2012). £ interessante observar que, se de um lado, 0 dispositivo propde a0 seu publico uma posigie relativa a0 vefcule que visa criar um horizonte de expectativas compartilhado socialmente, de outro, o mesmo artefato pode gerar uma pluralidade de leituras em fungio das experiéncias indi- ‘viduais de leitores que vém de situagSes culturais e sociais diferenciadas. esse contexto, cabe ainda situar que o tamanho dos jornais impressos centemporaneos compreende trés formats principais: o standard (broad- sheet), utilzade por varias décadas por publicagSes de todo © mundo e as- sociado a ideia de periddico tradicional, rigoroso ¢ sério: 0 tabloide, apro- ximadamente a metade do siandard, © que comecou a ser usado com os jJomnais sensacionslistas, © que per muito tempo conduziu a associago de um carater negativo 20 formato: e o berliner, dimensio intermediaria entre ambos e que nado carrega a conotacio pejorativa do tabloide, Certamente, se estes formatos possuem associacies de ordem cultural, demandam tam DISPOSITIVOS DE LEITURA NO CENARIONE CONVERCENCIA EAS MIDAS. 177 bém diferentes posturas fisicas dos leitores no seu manuseio. visto que a ‘materialidade do suporte colabora na criagdo de habitos e comportamentos ‘que fazem parte do contrato de leitura entre o piblico e os veiculos. Além disso, a presenga de textos, imagens e elementos graficos em simultaneida- ‘de nas paginas de um periédico impresso diferencia-o de outros meios de comunicagio como o radio ea televisdo. Regido por requisitos de visibilidade, legibilidade ¢ inteligibilidade (CHARAUDEAL, 2007), o jomnal demanda layouts em que as noticias pos- sam ser identificadas e apreendidas pelo seu piblico leitor, zcionando os elementos identitarios que foram apresentados anteriormente. As infor= ‘mages sto organizadas segundo exigéncias de clareza ¢ maxima legibili- dade, com vistas a compreensao do que esta sendo tratado. Portanto, além de proporcionar atracio visual, a organizacao dos elementos na pagina atua, sobretudo, no sentido de mformar, ¢ nao apenas de “embelezar”, constituindo horizontes para que a leitura se efetive. Do papel as telas As interagdes sociais relativas as mudancas introduzidas pelas novas mi dias dio inicio ao processo de convergéncia que compreende diferentes esferas, Para Salaverria, Avilés e Masip (2010), este pode ser observado a partir de quatro dimensdes: tecnol6gica, empresarial, profissional edi- torial. Ele incide fortemente sobre os meios ¢ as audiéneias, mobilizando corporagies e consuumidores. Grandes empresas investem na quantidade ena diversidade de contetido a ser distribuido por meio de miiltiplos ca- nis, visando maior retorno comercial, sleangando novos mercados e so- lidificando sua presenga junto de pitblicos heterogéneos (JENKINS, 2009). Retomando o carter exemplar dos jomais, percebe-se que as quatro dimensdes apontadas ja estavam presentes na conformagio e nas transfor- magées do dispositivo nas etapas apresentadas anteriormente, Contudo, as possibilidades de convergéncia midiétiea baseadas no digital ¢ nas redes -vém exigindo que empresas tradicionais de comunicagio se renover ¢ se 178 LEITURA. HISTORIA £ ENSINO. reinventem na oferta de seus titulos, promovendo iniciativas e experiéncias em uma aceleragio intensiva. Sendo assim, a quantidade © multiplicidade de produtos midisticos a disposi¢ao dos leitores faz com que o piblico es- ‘teja cada vez mais disperso em uma infinita gama de conteiidos, produtos € servigos disponiveis na internet. As plataformas de compartilhamento ¢ redes sociais também mobilizam sua atencao e participacio no sentido da produsao c circulagao de informagoes de diferentes tipos e propdsitos, alterando significativamente 0 paradigma da comunicagio de massa con. centrado em poucos emissores que se dirigem a amplos piblicos. Uma vez que a digitalizacao permitin a organizagao reticular dos flu- xos informacionais em arquiteturas hipertextuais, segundo estruturas ndo-sequenciais ¢ multidimensionais, outras logicas que escapara dos modelos de configuracao dos impressos foram surgindo. E possivel pro- Jetar espacos de informagao pelos quais os leitores podem mover-se pot meio da interacdo. Pode-se considerar que existe mobilidade através das paginas dos impressos, interaclo por meio de remissées, recursos grifi- 0s, hierarquizacdo de elementos ete. que spontam percursos de leitura; mas as camadas potencialmente presentes no ambiente digital deman- dam outras estrategias de organizagio informacional. O desenvolvimento da internet ¢ seus recursos, como viste, propiciou © surgimento de modalidades e formatos de comunicagao em rede que ‘vém assumindo configuragées que incorporam possibilidades proprias do ambiente digital e conectado, Contudo, a conexio & rede nio precisa ser constante, uma vez que ha também produtos e servigos que podem estar disponiveis offline, através do download de dados para equipamentos di- Gitais. Este é um fator relevante para que contetidos possam ser acessados de diferentes modos, atendendo a variedade de projetos de leitura. Com © armazenamento de arquivos na nuvem — ou seja, em servidores conec- tados a rede ~ associados & qualificagdo das conexdes a internet (banda Jarga/wireless) e da web 2.0, ampliou-se a possibilidade de agenciar marca~ {Hes ¢ anotagdes nos textos que podem ser compartilhadas em multipla- taformas: € possivel transitar entre diferentes hardwares de acesso, que podem ser mais convenientes conforme 0 espaco, situacao e interesse de DISPOSITIVOS DELEITURANG CENAIIO DE CONVERGENCIA KS MOIAS. 119 leitura Pode-se comecar a ler um texto em um dispositive e sincroniza-lo com outro para continuar a leitura de onde se parou. No que diz respeito aos jornais, sua migracdo para o ciberespago teve inicio na década de 1996. Desde entao, pesquisadores do jornalismo bus- cam compreender caracteristicas ¢ movimentos que abarcaram a publi- cacao online a partir da nogao de geragdes (BARBOSA, 2008; BARBOSA et al., 2013: MACHADO. 2003; MIELNICZUK, 2003; PALACIOS; SCHWINGEL. 2008). Estas podem coexistir em um mesmo periodo temporal, eviden- ciando a logica da remediagao. A primeira geracao é identificada com a reprodugio dos impressos no meio online O.uso de links que articulam hipertextos e atualizagbes mais frequentes demarcam a segunda geragao, enquanto que a terceira é repre- sentada pelo uso de recursos interativos e multimidia, quando os recur- sos da internet passam a ser mais explorados (MIELNICZUK, 2003). Nesse percurso, a participagdo dos leitores/usudrios se amplia. Nos primeiros Jomnais online, ainda que os principais elementos formais tenham-se man- tido préximos ao impresso, o artefato que porta o texto néo ¢ mais 0 papel. Portanto, a experiéncia de leitura que proporciona ja ¢ diversa dependente de hardwares ¢ softwares. Temos, portanto, uma alteragao no Ambito do dispositive, A quarla geragio € assinalada principalmente pela presenca de pro- dutos dindmicos ¢ informagoes estruturadas a partir de bancos de dados. Ha uma qualificagao das narrativas, que assumem caracteristicas identifi- cadas com os recursos de rede, afastando-se dos modelos dos jornais im- pressos. Na esfera profissional, o trabalho das redacaes (impresso’online) se reorganiza em modelos integrados e, na esfera tecnologica, passa-se & produgdo multiplataforma, incorporando também smartphones e tablets (BARBOSA, 2008; BAREOSA et al., 2013). Sdo introduzidos sistemas ge- renciadores de contetido que auxiliam nos processos de produc e mec nismos para inclusao da colaboracao dos leitores passam a ser utilizados (SCHWINGEL, 2008). No ambito editorial. pode-se situar a convergéncia de contetdos ¢ 0 potencial aparecimento de uma nova linguagem multimidia. Contudo, na 186 LEITURA: HISTORIA EENSING. produgio de grandes grupos de comunicayao de que fazem parte jornais, radios e/ou televisio, ainda se observa a forte presenga da confiuéncia de conteiidos, em que nao ha propriamente o imbricamento de modalidades semidticas no desenvolvimento de produtos efetivamente convergentes. ‘Muitas vezes, existem textos multimodais elaborados separadamente que sae dispostos de modo conjunto em uma mesma edi¢ao digital, sobretudo em situagdes de produtos de atualizacao continua, com pouco tempo para apuracdo, edicao e producdo. Por essa razao, corte-se o riseo da presenca de contetidos superficiais, redundantes e fragmentados, que podem se restringir a reiterar formulas consagradas nas midias tradicionais. Os veiculos, projetos e/ou reportagens especiais costumam ser luga- res em que a experiéncia multimidia se efetiva em termos convergentes, como resultado de uma temporalidade maior para planejamento ¢ de- senvolvimento, com investimento na diversidade e quantidade de pro- fissionals ¢ recursos infraestruturais envolvidos. A narrativa longform vincula-se a este perfil de producio em que os relatos se dio de modo mais aprofundado e atraente (LONGHI; WINQUES, 2015}, em caminho contririo a oferta voltada 4 atualizagio continua. Este tipo de produgio ganha forca também em funcao dos tablets, Em um outro movimento, Jenkins (2009) — sem se referir diretamente ao tipo de publicacdo que se usou como exemplo ~ desenvolve o conecito de nazrativa transmidia para designar uma forma complexa de contar histérias a partir de enredos apresentados em miltiplas plataformas mi- diaticas. O contetido disposto em diferentes meios como textos distintos permite a compreenséo adicional da histéria pelo piblico, ampliando entendimento do conjunto. 0 autor observa, contudo, que o conhecimen= to de todas as plataformas nao ¢ essencial para a comprcensio ¢ aprecia~ gio da historia, Cada texto € autnomo e permite 0 acesso a uma parte do enredo. que pode ser suficiente para a experiéncia dos leitores. E possivel mencionar ainda uma pratica que vem sendo denominada buzzfeedizagao do jornalismo e se relaciona a um modo narrativo orge- nizado, principalmente em listas numeradas e quiz (testes). O termo faz referéncia ao site de noticias e entretenimento BuzzFeed. que ¢ focado DISPOSITIVDS DE LELTUBA NO CENARIO DE CONVERGENCIA DAS AS na producéo de contetidos com potencialidade de espalhamento rapido pela rede (vitalizacdo), sobretudo através das redes sociais em dispositi- vos moveis (GARDA et al, 2015). Textos verbais, imagens fixas e anima- das (gifs), memes, videos ete. de pequeno tamanho e/ov curta duragao favorecem a propagacio e passam a integrar estratégias dos jornais para colocar em circulacao contetidos e promover 0 acesso a suas edigdes em uum continuum multimidia Fete continuum, em que a citculacio dos leitores entre as plataformas nao é mais entendida como concorrente, mas complementar, assinala uma quinta geracao do ciberjomnalismo, Esti ligada principalmente aos dispositives mSveis, com a presenca de aplicativos propros para leitura (BARBOSA et al. 2013). cuja interagio taetil (PALACIOS; CUNHA, 2012) ¢ a portabilidade sio diferenciais, favorecendo também o conforto de Icitura, E-readers, tablets e smartphones com suas telas touch screen (sensiveis ‘a0 toque) dispensaram o uso de periféricos como mouses ¢ teclados. Com recursos sonoros ¢ de vibragdo, proporcionaram outras informagées sen- soriais nos processos de interagdo com os equipamentos. Responsdveis por proporcionar experiéncias corporaisperceptivas até entao himitadas principalmente por caracteristicas de portabilidade do hardware, estes representaram um elemento facilitador para 0 acesso ubsquo, para a in- troducie de novos gestos € posturas, bem como modalidades de relacao individual e social em toro dos objetos portadores de textos multimo- dais, ou seja, favorecem a alteragdo de priticas de leiturs, ‘A materialidade dos artefatos portadores de texto na cultura digital exi- ge outros desafios de letramento, dependentes do dominio de diferentes camadas que compdem os dispositivos. A primeira camada de interagio é constituida do hardware ~ podem ser desktops ou computadores portiteis (notebooks); dispositivos de bolso como os smartphones: tablets, portateis e rmultifuncionais, para apontar 0s principais. Cada um apresenta earacteris- icas ¢ funcionalidades especificas (affordances) que conferem vantagens ¢ desvantagens conforme o tipo de experiéncia de leitura que se busca. Seo impresso possui uma dimensio fisica que permite sua identificagio como ‘um jornal, isso se perde com as plataformas mencionadas. Por conseguinte, ™ 182 LETURA HISTORIA ENSINO as diferentes dimensies e qualidade das telas nio sio indicativas do que se est acessando - uma publicacio, uma rede social, um jogo etc. apesar de favorecem a apreensio de diferentes tipos de informagaes, Os diferentes hardwares possuem sistemas operacionais (Windows, Android, 108 etc.), que sio intermediarios entre og componentes fisicos dos equipamentos e 0s programas. gerenciando recursos € processos, constituindo assim uma segunda camada. Estes possibilitam (ow nao) a instalagio de browsers (Mozzila, Opera, Chrome tc.) ou outros softwares ~ uma terceira camada - que permitem acessar eontctidos digitais multi- modais. Alguns dispositivos jé trazem instalados aplicativos para acesso a textos verbais e visuais, dudio, video etc., enquanto outros s40 compativeis com programas disponibilizados por empresas desenvolvedoras. A opgio Por um programa de leitura pode variar em fungio do perfil do hardware, bem como pelo tipo de formato de conteiido digital que se quer acessar. A quarta camada ¢ o contetido digital que se quer efetivamente ler/ verlouvir/interagir ¢ esta associada ao uso de linguagens usuais da web na sua conformagéo, que correspenderia ao que se costuma associar ‘como sendo “o conteddo’, segundo possibilidades narrativas abordadas anteriormente. Existem também aplicativos (apps) que sao instalados di- retamente no sistema operacional e estdo muitas vezes integrados a ini- ciativas de narrativas convergentes, agregando em si o que se apresentou como terceira € quarta camadas. Para a interagao com textos digitais e em rede, portanto, é necessério um letramento digital, pois sao varias as camadas a percorrer para se chegar & publicacao que se quer ler, a0 contetido que se quer acessar. Esquemas mentais previamente construidos mediante a insergio em uma cultura letrada tradicional séo acionados e redimensionados; outras expe- riéncias simbolicas podem set favorecidas, outras podem perder-se dian- te da multiplicidade e fragmentagao dos dados e recursos que desenham © sistema de midia contemporineo. Os produtos editoriais tém potencial para incorporar elementos ¢ ca- Tacteristicas que se instauram por meio da digitalizagio e da conexiio em rede, como vimos. Entre estes esto hipertextualidade, que proporciona a DISPOSITIVDS DE LEITURA NO CENARIO DE CONVERGENCIA DAS MIDIAS- 183 leitura nao-linear ao estar fundada em blocos nformativos (nds ou lexias) € hiperligacoes (links ou conexdes); @ multimidialidade, que envelve a convergéncia de formatos/midias para que estes estejam disponiveis em uma mesma plataforma, atuando preferencialmente de forma coordenada © nao apenas justaposta; e a interatividade, que pode se dar de modo res- tito, ligada fundamentalmente is opcdes de navegacao, ou propiciar di- ferentes niveis de relagio do leitor com os contetides ~ escolha do que se quer ler, estabelecimento da ordem do percurso etc. A nogao de memoria ganha outras dimensées por meio da constituigio de bibliotecas (bancos de dados) que podem es 'vos ou na internet, armazenadas nos dispo: podendo ser também compartilhadas. Os sistemas de busca passam a set um recurso bastante uitil para os leitores, que podem localizar mais facil- idos especificos em textos ou em bancos que os armazenam, mente cont: A personalizagdo/customizaséo permite que o leitor configure recursos de hardware ou software de acordo com suas necessidades e/ou preferén- cias, enquanto que a ubiquidade deriva da presenga cada vez maior da internet no cotidiano que, combinada com a mobilidade possibilitada por dispositivos portateis, amplia as modalidades de relagio dos leitores com as publicagdes. As alternativas de atualizacdo esto presentes e sao mais geis, uma vez que arquivos digitais podem ser alterados mais facilmente do que artefatos fisicos (CANAVILHAS, 2014) Consideragoes finais Tendo em vista as geragdes apresentadas, pode-se perceber que o que é denominado contemporaneamente como jornal assume contornos varia- dos nas plataformas em que esté disponivel. Para 0s veiculos que cons- truiram sua identidade e credibilidade no meio impresso (nao se enfo- caram aqui aqueles nativos digitais), o nome do jomal é uma marca que tem valor ideol6gico ¢ econ6mico. Além disso, seu reconhecimento como dispositivo afasta-se do vinculo com um formato fisico e complexifica-se na articulagio entre es dimensOes tecnolégica, empresarial, prof ional e BL LEMURS. HasTORIA E ENSIGO editorial Com conceito de dispositivo adotado, colocou-se em evidencia elementos que conformam a materialidade da meio de modo a gerar opa- cidade, estranihamento em relacao a aspectos naturalizados. Os contetidos publicados podem versar sobre mesmas ocorréncias temas, estar organizados em editorias similares, contudo cada vez mais so produzides tendo em vista affordances, possibilidade de comunicagio ¢ interacao que um meio proporeiona (HJARVARD, 2015). Conforme os processos de convergéncia avangam, nao hi mais uma oposicao entre meios novos ¢ tradicionais, mas uma continuidade mani- festa na publicacio multiplataforma. Integrada também as redes sociais € outras modalidades de compartilhamento, a publicagio de noticias € outros géneros textuais ganha outros contextos de circulagio como, por ‘exemplo, em uma linha do Facebook. Assim, a experiéncia de hierarqui- zagio de elementos nas paginas do impresso convive com o fluxo conti- nuo de coberturas realizadas por celulares e publicadas via streaming em plataformas digitais, A leitura de um jornal nio esté mais reservada & configuragio do im- presso, visto que tem um potencial de ampliagao de experiéncias de leitu- 1a conforme interesses, situagies, prilicas rotinciras, temporalidades et. que levam o pablico a interagir com um veiculo. Informagies de uansito e tempo, por exemplo, sdo servigos que um periddico pode oferecer princi- palmente por meio de aplicativos para smartphones, associados a recursos de geolocalizagio (GPS ~ Global Positioning System). Deste modo, edigdes online vespertinas estdo sendo langadas por veiculos em funcao da identi- ficagao de pertis de leitores que se utilizam de cablets ao final do dia para acessar noticias que tenham maior profundidade (PALACIOS et al, 2014) Tratou-se de varios aspectos que podem ser observados também em re- lagao produtos editoriais como livros (GRUSZYNSKI, 2015) e revistas. ain dda que com suas particularidades. E importante frisar que os processos de convergéncia passam por audiéncias que assumem cada vez mais papel de protagonistas, inclusive na produgao de conteiido, selecio, edicao e publica- gao de modo independente dos veiculos tradicionais de comunicagao. Pla- taformas de compartilhamento, sistemas de autopublicacdo, crowdfunding DISPOSITIVOS DE LEITURA NO CENARO DE CONVERGENCA DAS MOIS etc. séo alguns exemplos de ordens distintas que ilustraim estratégias que desestabilizam posigdes consagradas no ambito da comunicacao de massa, evidenciando a complexidade das transformagées em curso que incidem sobre as priticas de leitura. Ha também questies técnicas € legais que demandam equacionamento ¢ que séo fortemente dependentes de defini- ‘Goes das principais empresas de Tecnologia e Informacio (TI) de carter globalizado. Refletir sobre os dispositivos de leitura é buscar conexdes sig- nificativas lidando com os desafios de perder-se nesta rede. Referéncias BARBOSA, S. Modelo JDBD e o ciberjornalismo de quarta geracdo. Dispo- hivel em: . Acesso em: § nov. 2015, BARBOSA, S. et al. A atuacio jornalistica em plataformas méveis. Estudo sobre produtos autéctones e a mudanca no estatuto do jornalista. 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