DERRIDA Circonfissão Parte 1
Enviado por
Ana Luíza Drummond
33%
(3)
33% acharam este documento útil (3 votos)
363 visualizações
40 páginas
Dados do documento
clique para ver informações do documento
Descrição:
Jacques Derrida Circonfissão Parte 1/3
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Formatos disponíveis
PDF ou leia online no Scribd
Compartilhar este documento
Compartilhar ou incorporar documento
Opções de compartilhamento
Compartilhe no Facebook, uma nova janela será aberta
Facebook
Compartilhe no Twitter, uma nova janela será aberta
Twitter
Compartilhe no LinkedIn, uma nova janela será aberta
LinkedIn
Compartilhe com e-mail, uma nova janela será aberta
E-mail
Copiar link
Copiar link
Você considera este documento útil?
33%
33% acharam este documento útil, Marcar esse documento como útil
67%
67% acharam que esse documento não foi útil, Marcar esse documento como não foi útil
Este conteúdo é inapropriado?
Denunciar este documento
Descrição:
Jacques Derrida Circonfissão Parte 1/3
Direitos autorais:
© All Rights Reserved
Formatos disponíveis
Baixe
no formato PDF ou leia online no Scribd
Sinalizar o conteúdo como inadequado
Fazer o download agora mesmo
Salvar
Salvar DERRIDA Circonfissão Parte 1 para ler mais tarde
33%
(3)
33% acharam este documento útil (3 votos)
363 visualizações
40 páginas
DERRIDA Circonfissão Parte 1
Enviado por
Ana Luíza Drummond
Descrição:
Jacques Derrida Circonfissão Parte 1/3
Direitos autorais:
© All Rights Reserved
Formatos disponíveis
Baixe
no formato PDF ou leia online no Scribd
Sinalizar o conteúdo como inadequado
Salvar
Salvar DERRIDA Circonfissão Parte 1 para ler mais tarde
33%
33% acharam este documento útil, Marcar esse documento como útil
67%
67% acharam que esse documento não foi útil, Marcar esse documento como não foi útil
Incorporar
Compartilhar
Imprimir
Fazer o download agora mesmo
Pular para a página
Você está na página 1
de 40
Pesquisar no documento
Tr Geuvo de seseuigh peel. Piero Eyer l) IL (TE Aue yc? ORIGINAL DA PASTA PROF: Ne DE ct LM ees wolf Derein A Geoffrey Bennington e Jacques Derrida ‘Amamaria Skinner Revisfo Teoica: ‘Marcio Goncalves oranda comico eed Commies Caio Mério Ribeiro de Meira Doloraioeomunicin cae de Cail) Jorge Zahar Editor So de Janeiro‘Tae origina: Jacques Derrida ‘Trndugio aor dh prime cio anos ‘publica em 1991 por ition Sui de Pai, rang, ‘a colegfo Les Conternporins Copyright © 199, Batons 6 Set ‘Copyright © 196 a eit para o Bras ore Zater tor Lda, mu Mézio 3 saben 2003-144 Rio de Janel, RJ ets 021) 240.4226 tas (021} 282-5123 ‘Teds dre reserva, ‘A reprodus nio-aunirade desta publi no todo (vm pare, conn vclgto do Cpyeigh (Le 5:98) ‘Copa: Cara 84 CUP-Beml Catalogasto oe fonts Sinleao Nacional dos Bors de Lis, Rl Bennington, Geotrey ‘BAIT; Tanues Deda por Geofiey Rennington Jacques atid redogie, Afamara Skier revi totic, ‘tisio Gonglves, Caio Maio Ribeiro de Meira. — Rio Sani: Jonge Zac Bl 196 ‘Trap de:Jeques Dera Incl biBograia ISBN 5-7110:369.0 |, Damtida, Jooques, 1990.2 Fllaois fees, |. Desrda Jeoques 1950-1 Tilo. cpp 14 96.1558 OU 4s) Este livto supde um contrato. E 0 contrato, ele proprio estabelocido ou estabilizado a partir de uma aposta amigavel (desalio, sobrelango ou au ‘mento da aposta), delermminou cerias regras de composicSo. GB. dedicou- se a descrever, de acordo com as normas pedagégicase légicas que const- dera, se ndo a totalidade do pensamento de j.D,, pelo menos o sistema geral deste pensamento. Sabendo que deveria haver textn de [.D. no livro, ‘chou bore dispensar qualquer citagdo e imitarse a uma exposigSo argu ‘mentada que se esforcaria por sera mais clara possivel. idéia diretrie da ‘exposigio vem da informatica: GB, gostaria de sistematizaro pensamento de}.D. a ponto de fazer dele um programa interativo que, apesar de sua dificuldade, seria, em principio, acesaivel « qualquer tipo de usustio. ‘Como .o que esté em ogono trabalho de).D.*é mostrar em que um sistema esses deve permanecer essencialmente aberto, este empreendimento es- tava de antemio votudo a0 fracasso,¢ 0 interesse que cle pode ter eonsiste em fazer a prove, em provar esse fracasso, Para demonstrar anecessidade inelutavel do fracass0, nosso contrato quis que J.D,, tendo lide o texto de GBB, escrevesse por sua vez algum coisa que fugisse 2 ristematizacio aovim piopasta, que a surpreendesse. f evidenie que G.B. no tinha 0 ‘ireito, para tentar resenhar esse novo texto, de refazer posteriormente set, ‘trabalho, o qual — ele se dé conta posteriormente, surpreso — foi feito ‘unicamente para provocar eacolher esta surpresa, “Alita das abreviagies utilizades em Durrdabese encontre-se nc inicio da Biblicgraie (9251).Sumario BRARBBREEHOfechamento ..... Ojudeu ..., Acstrigfo . = 205 Oser eo outro + 208 Améquina 24 Envio .. 27 Circonfissio por Jacques Derrida ‘Alas (A fei do género) ‘Curriculum vitae . Bibliograbia .... Geoffrey Bennington Derridabase Jacques Derrida Circonfissao Cingilenta # nove perfodos e pertrass escitos em uma espécie de margem interior, entre olvo de Geoffrey Bennington ¢ uma aba em preparack Gareito 1989 — abril 1990)Como tempo Seria preciso, portanto, mostrar em gue aspectos Derrida & um “contea porineo”. Di-seia, por exemplo, que desde os ancs 60 cle publicou uma vintena de Siros que liveramn uma repercussdo segura, maior ainda no estrangeiro do que na Franca, que se perdeu a conta dos coldquics e publicagbes consa- sgrados a0 seu trabalho no mundo inteiro (0 que sem dhivida é uma das raz6es pelns quais, sendo inglés, encontro-me nesta situagao estranha de ter de apresentérlo a vocés), que ele continua a escrever em umn ritmo um once intimidante para seus letores,quese es longe de dimensionareste fPensamento de riqueza e complexidade iguais as dos grandes nomes da teadicio filosstica. "Assim, prescrevemo-nos duas tarefas distintas mas complementares: ‘por um lado, a de justificar de alguma maneira a contemporaneidade de Derrida descravende essa repercussao para mostrar sua atualidade, nao aceitando de modo afgum reduzi-la a um fendmeno de moda; # por putro lado, a de inserever esse pensamerto em uma fradicfo ou uma filiagéo para dizer em que Derrida é novo, cingir uma originalidade com relagéo a seus predecessores, frente aos quais ele se demarcaria dessa ow daquola maneira, Teriamos, pols, uma descrigo com duas ddimensbes solidarias: sincrénica, no que concerne ao lugar de Derrida 'na galéxia dos contempordneos, franceses pelo menos (que lugar ocupa ‘com relagio a Deleuze, Foucault, Lacan, Levinas, Lyotard; para citar somente os mais conhecidos)?); diacrénica, no que concerne & hist6ria, ee 1 © vocdbulo crt, dscutinthe asim 9 ry, come sede iniclo a min agra- dasse aumentardhe a aposta,€ @ expresso “aumentat @ aposa", «lance tie poquer nao cabe sendo 8 minha mie, como sea ele me apepase para aranjarthe encrenca sobre o que falar cr quer dizer, como se me cbstnasse até sangrar em lembrarthe, pois eleo sabe, cur conftemur Deo scie*¥ o que nos ervandado pelo cru, fazendo-o desse modo em minha lingua, a outa, a que desde sempre corre atas de mim, girando er circulo em tozne de rim, cirunfe- ‘nea que me lambe com sua chama e que tent por meu tuo eantomat, havendo amado sempre apenas oimpossivel,o cu em que nio creo, ea palawra deixa afr em si, pelo canal do ouvid, ainda uma vela, a, a profsio de f6 ou 2 confksio, a crenga, a credultiade, coma se 2 ele me apegasse para aranjar siecussto opondo um esaitoingenvo, cxédulo, que por alguma transiusdo med ta voce acrenca tanto doFitor quanto a minha, desde ete sonho em mim desde sempre de outa lingua, uma lingua toda crua, arn nore também algo Hluido, ta Ses nque.s6 leva em conta o contemporaneo na medida em que este contribul para a “nossa mocernidade” (em que Derrida deixa para ts Hegel, ‘Heidegger, Husserl, Freud, Marx, Nietzsche?). Se tomssemos Derrida de preferéncia como filésofo, cumpriviamos essas duas tarefas tentando reconstruir ¢ sistema de seu pensamento: para orientarmo-nos de tem. [pos.em tempos, fembrarfamos dos nomes préprios dos pensadores con- sagrados (fingindo crer que 0 leitor, estudinso, esté a par de suas-posi- ses, jd tendo lido volumes como este sobre todos os outros, € ‘ssinalarfamos, em poucas palavras, de que modo o pensamento de Derrida se afasta deles. Pouca a pouco estar configurado 6 que é pro prio de Derrida ¢ de nenhum autro, sua originalidade, seu idioma ou ‘sua assinatura, o que, com um pouco de sort, seria dito de forma clara © concisa come conclusko para que o leitor pudesse, mais tarde, ter Derrida na conta daquele que depois de Nietasche e/on Heidegger mas diferentemente de Foucault ¢/o Lacan, demonstra (ou pelo menos, pretende) que... a ser preenchido por um enunciailo de forma apoditi. a, provavelmente “Nao existe 0 fora-texto”. lum pouco © que vamos fazer Mas isso nio pode set, a principio, suficiente no caso de Derrida, supondo-se que o seja em outros casos, Primeiramente porque a quasetotolidade do que Derrida escreveu con siste em “leituras” (em um sentido a ser esclarecido) dos textos fles6fi- 0s eliterdrios da tradigéo, de preferéncia a um sistema de teses que lhe sejam proprias. Pode-se imaginar Derrida muito modesto, ocupada in- telramente em ler e reler seus antecessores com uma atencto minuciosa, decidido a passar o tempo que seja necessério sabre o minima detalhe, a menor virgula, guardifo da letra dos velhos textos, no levando ee sangue e, ugo cagnarem, pale coftado ests no mau caminho, do se morre de véspera,jamaissaberds, a superabundncia de uma enchente cuje passagem frna tum cique belo com a ulna que ela ters Serpe ao fundo de si meses empare- dacl, a cueldace sobretudo, ainda o sangue, cwor confteor, 0 que ted ido 0 ‘sigue para mim, pergunto-me se Caoff o sabe, como saberia ele que naquela rmanha, um 29 de novembre de 1988, advelo a fase, de mais dstante do que jamais sabere\ dee, uma Gnies fase porém, Fase incipiente, a palava plural de tum deseo para a qual todos os outros desde sempre pareciam, a confluéncta, _mesma, precipiar-se, uma ordem suspensa em tts palavas, encontar a ve, 0 que um enfermeita poderia mutrurar seringa3 mao, a pontaerpuida para cima, antes de coletar 0 sangue, quando por exemmplo en minha infinca, e lembro quel laboratéio em uma rus de Argel, 0 med © 0 afaxn de um plioso aparigamento de mim apoderavam-se 0 mesino tempo, pegavamn-me cegy em seus bragos no instante preciso em que pela ponta da seringa garantie uma 2 Fotografia no autombvel () Ruz Sento Agostino en Argel “compute aulrapasser ca segundo, com um caro aot, 4 descr de prefertacasobweimprimindo ontecipadamenteo egatvo deme tea etgraia trad com une miso de ‘retard’, « memtra de quem me sebrevive para asisir a meu esaparecimento terre ou reps para fine” (Cisconfssto 7), A corre de ur eutomvel é made ou ogra, sempre brda do acient, de ponte a ponta da obra de LD. (por exerplo:La carte postal, p21, 31, 9, 67,127,176, 189, 1215; Ulysse Gramophone, i fine Mémoires d'aveugle, 7.1).adiante nada que jé nao tenha encontrado escrito por um outro, nosso ‘quase contemporineo — e é verdade, Mas pode-se também imagind-lo exatamente a0 contrério, a imodéstia mesma, forgando esses miesmos vvelhos textos a dizerem algo completamente diferente do que eles sem- [pre pareciam ter dito, erunciando a todo momento teses e hipsteses a respeito da totalidade daquilo que chama “2 metaifsica ocidental”, certo de ler sabide diagnosticar a verdad escondida, impensada por todos os ‘outros, eseapando, cle, sozinho, 0 mais contemporineo de nossos con- temporineos, de uma cegueira filosofica milenay isso nao é falso (DLA, 81). Derrida 6 0 objeto da adulacio ¢ da deniincia dos dois Jados dessa invenglo, ao mesmo tempo, dos dois lados do Atléntico, ao mesmo teupo. Nosso compromisso néo & tomar partido segundo essas possibi Tidades, mas mostrer sua insufleiéncia; no 6 dizer “Ele éeste ou aquele, 6 preciso escolher”, nem “Ele é umn pouco os dois, € preciso amé-lo e codié-lo pelas duas razSes stmultaneamente’, nem mestno “Ele nko nem um nem outso, mas outra coisa” (epesar de todas essas frases se- rem legitimas também), mas alguma coisa como “Somente Derrida pode nos dar meios para compreender esta situacao mesma”. “Contemporineo, contempornneus, cut tenipus, com o tempo. Derrida ppensa com o tempo, nfo, de modo elgum, representando 0 espirito do tempo (“p6s-modemno”, “pés-filos6fico”, se diz), mas pensando o tem ppo de forma a deslocar nossa contemporaneidade. Infeliz daquele que ‘se proclama seu proprio contemporéneo. Derrida nfo o faz: eto imagi- naria, de preferéncia, com Platfo e alguns outros, em Heliépolis, no Egito, Observagio* Desculpas programadas: impossivel, certamente, escrever tim livro desse _ghnero sobre Derrids. Nio falo das dificuldades — reais — de letura ou de compreensio que seus textes parece contrapor numa primeira abor- dagem, dificuldades que competema este livro, por sua destinaglo, supos- tamente diminuir, Este género de livro s6 vive dessas dificuldades ¢ este ‘no 6 uma exces regra, Em gern] aceitamos sem mé-f6 o papel pedags- ‘gico que nos é atribuido aqui: procuramos compreender eexplicitaro mais ‘daramente poseivel o-pensamento-de-Derrida, até o momento em que 05 ‘ermos “compreender”, “explicitar” e“pensamento” (eatémesmo "Derri- da”) no slo mais suficientes. [Nao se trata, pois, dessas dificuldades afinal de contas banais. Mas de ‘uma dificuldade por assim dizer estrutural que nada tem a ver com 3 competincia desse ou daqueleleitor de Derrida (eu, no caso). Bsta dificul- dade vem do fato de que todas as quests para as quais ete génerodeliv70 ‘deve habitualmente pressupor respostas, a respeito por exemplo da prati- cada citagdo (LL 82 9g 51, 102) das relagbes entre comentétio e interpreta ‘glo (VF, 32, 59; GR, 229; TA, 29-30), da identificagto e delimitacko de um ‘corpus ou de uma obra (GR, 147-8; 231-2), do respeito (ED, 178; GL, 302a;FS, 472) que se deve A singularidade (BD, 37,253 sg; P5,560) ouo evento (UG 20; CP, 234-5) de uma obra no set idioma (GL, 165; SI, 25), sua assinatura + Remurque no original. Para a tradugio deste term, utilizaremos, também, “remarcagio”, como se verd a seguir. (NRT) passager invise, sempre invishe,parao escoamentn continu do sargue, ab- Salut, asolvido ro sentido de que nada parecia interporse entre a nascent © 2 embotadura, 0 dispostivo bastante complicado da sernga send Inroduido ress fugar apenas para abrir passagem e desaparecer como insrumento, as continuo neste auto sentiio em que, sem a agora brutal intervencBo do outro ‘que, decidindointetromper 0 foxo ura vez queaseringa, sempre crea, retirade do corpo, dobrava de nova fortemente meu brago para cmd e pressionava 0 fgodio na parte interna do cottnel, o sangue ainda fora capaz de inundar, no ‘mais indefnida mas catiauamente até me esgotay aspianda deste modo em sua regio 0 que cham: 0 glorioso apsriguamenty + Joeques Derrida i evocar 20 Tengo da texto as diversas acepgies dos termos cu, er, ive, eobe as quals: “ex, “cesciment, “ra, “mortante™ (de um curso @'Sgu}, “oid, “chocarte” ee (NAT) “ + >for que nos confesamos & Deus, ura vax que ele sabe tudo de née". Tulo do apt #2 Iwo ¥1 das Confesbes de santo Agostnko na tradugio de Sebest Amauld ‘Thy (1649) Apesor de meu apego por essa aducto bling (Camier, 1925) ma qual, fit muito tempo, descobrira as proves as ligrmas de Agostinho, tare doravante & ‘radugho de bititeca agpantin por €. ThGhorel e G. Boubsou, Desciée de Brows, 1952. [Poa eta edigio braseie,bateano-nos na radio de Federico Ozaram Pessoo de Barros, Edkoura 31995, ieveduzindo paqueras mosifcagSes. (NE resmo que sempre tive medo de deixar revelar-se no scanner, na andlise vr radiloga, ecografia, endocrinoloia, hematologla —, vela crural, ex~ pulsiva meu sangue para for, ¢ eu 0 achava belo, uma vez coletado naquele Fraseo sob urna etqueta a qual eu duvidava pudese preven a confssio ou 0 cdesvio de propriedade quanto ao cruor — sem me delxar mais nada a fazer, 2 ‘A partir do invisivel de dentro, ali onde no pude ver nem querer aquilo 18(Gl, 96 5g M, 274-5; SY, passim, sua data (SCHL pascim) e seu contexto (M, 876 sg. U, 117 3g,), sem simplesmente fazer disso exemplos ox casos (CP, 453, ED, 255 5g.; GR, 44; PAR 256g, 5%, 74; VEP, 91-2; 124-5; 370 5 )— todas esas questbes (pare no dizer nada da propria questio (ED, 117-9; ES, passin) jd nes 640 propostas pelos textos que devemos ler, nda como prele ‘minares ou marginalsao trabalho do pensamento, mas como este trabalho mesmo no que ele tem de mais insistente e temivel. Nossos pequens problemas de protocolo de leitura no podem portanto permanecer limi- tados ao expaco de um prefécio: eles so todo o problema Estej,em que seriamos tentados a raconhecer a assinatura gute buscamos respeiay, é certamente também interrogado por Derrida, como aquilo que precede qualquer questionamento, torniando-o possivel (GI, 92; 97b; 187-8; PS, 7; 522; 625). A observasio que queriamos fazer antes de comecarjé vern 8 serde alguma maneira uma citagio ¢ uma antecipacio de nosses proble- ‘mas mais intratdveis, Esta estrutura parece-se com isso que Derrida cha- ‘mou de re-marcagio, exatamente (D, 283 sg.) Além do queela pode tor de intimidate, até mesmo de paralisante paranés (PAR, 274) além mesmo do cidime e do ressentimento admirativo que ela nfo pode deixar de“inspirar (Gl, 152; UG 21-4), esta estrutura da re-marcagio imple-nos a tarefa de compreender por que sem tudo isso, sem esse jf-ai que nos obriga a uma certa passividade diante do dado, da dom, doi texto dooutro que nos diz: “Vem” e que se tem agora de ler, nenhwuma leitura poderia abrirse endo se teria nenhurna chance de comecar a compreender. Que este comeco j ja tuma citacEo ou uma repetiofo geral (disso que Derrida escreveu e disto ue tentaremos desenvalver neste livro) implica desde logo, no limite, ‘do 0 que se podie esperar explicitar nas paginas que seguem. Que todo o Ty dent de minha vida exibindo-s sazinho for, exprimindose sob meus oths, absclvido sem um gesto, ousaria dizer de escitura caso comparasie a cancta 4 Luma sernga, ponta aspirant ern lugar desta acma assaz rja com a qual é preciso inscreve,incisay,escoher, calcula, pegartnta antes ce Star o Inszitve, ded. thar 0 teclado sobre a tela, 20 passo que aqui, uma vex encontrada a veia cea, ‘mais nenhur vabalho, nenhum responsablidade,rscoalgum de mau gosto ou de violencia, o sangue sazinho se entrega, © dentro se entrega e de si pode isp, sou eu porém mais rads tenho com iso, nem com ninguém, diagnost- quem 0 pics, voces teriam razao iso serd sempre verdsde, depols 0 glrioso Apaziguamento ao mencs, 0 menos chamo assim, deve-se ao flo de o volume de sangue, ncrivel para a crianca que continuo a ser esta rote, expor para fra, Portanto para sua morte, 0 que de mais vivo ter em mim havido, vela sobre a {qual me pergunto se Geoffiey Bennington pode té-a encontado e 6 coma se Geof, muito prdxime, pronunciem Djel, porque o ana e do fundo de minha Se 6 | | nto pseu ads om afin Binion eR Onangis durante a prepara destas imagens — edeste Koro, “pretexio disferendo para neleinscreuer minke pnipria assinature atrés, em sew dorso” (GB, Deridabace, p. 218)livro esteja assim condenado a ser de alguma maneira uma ctagio nos evoua adotar como regra néo citar nunca diretamente os textos de Derri- dda (a0 passo que ele cita sempre tio abundantemente os autores que Ié) © de ontentarmornos com remissées tio precisas quanto posstvel acs textos -publicados: pois se este livro quer sera repeticaofiel de um trabalho sem ‘gual (Gem exemplo, sem precedente (VEF, 213-8), € preciso que nfo cata ‘nos perigas da repetigio literal, da qual se sabe, a partir de Borges, que esta (e)produz algo totalmente diferente do original (ED, 431; ef, para ociime também, OA, 133-4). Quer se queira ou no, aqui nos encentramos nes dominios diabélicos do simulacro em que o paradoxo faz a let: para dizer a mesma coisa que Derrida, somos obrigados a fazer a reconstruc (20 [Passo que gostatiamos dedizer a desconstrucio), estamos sujeitos a aridez analitca (ao passo.que gostariamos decomunicara amplitude eo engenho de uma escritura),e expomo-nos 20 risco necessério de nos enganarmos. (a0 passo que gostariamos de estar segurose de ser exatos). ste double bind PAR 16258.;PS 690; SI 48-9; 54; UG 405g.) ¢justamente a lei da repeticio: ‘0 quese repete deve ser 0 mesmo (s6 existe o mesmo se isso se repete, 55 ‘existe vepetigio do mesmo), mas Ao pode em nenhum caso ser idéntico (D, 141, 145; ED, 429-36; SI, 74). O mesmo acontece com 0 trabalho de ‘Derrida que, pode-se dizer sem prejuizo, repete-se. Esse trabalho, admnird- ‘vel por sua diversidade sua consisténcia, seus poderes de dispersioe de reunifo, sua formagto (P5, 9), rifo aceita divisio em estilos ou periods: ‘mesmo aidéia bastante propagada segundo qual haveria primeiramente ‘textos filos6ficos e, depois de Glas (1974), uma tendéncta mais “‘literdria” ‘menos “séria”, € duvidosa quanto a sua verdade empitica,e sem pertinén- da para nossa compreensfo, De uma ponta a outra do que no se pode admirag sem meri 2 ele eu insinuasse 0 principio de wa resposta a esta improvavel pergunta sobre o que é para mim o sangue desde sempre, desde que ‘ao buscar uma frase, usco-me numa frase, sim, eu, e desde um peviodo circun- remoto a0 cabo do qual eu diga eu e tenha a forma entim, minha lingua, urna outra, disso em torno de que gre, de uma perfrase a outa, sobre a qua si iss0 aconteceu porém jamais, segundo o estranho contarno do evento de nada, 0 contarfvel our nfo que a mim vem sem ter tido lugar, chamro-o eaundsso, vejam o sangue mas também 0 que advém, cauterizacio, caagulacto cu nfo, eavkamente conter a efusio da Grounciso, a una, a minha, a tnica, antes ‘Gromavega¢io ou cirunferéncia, embora a inesquectel circuncisio mé tenha wansportado aonde tve de i, circonfssho se quero dizer e fazer alguma colsa uns eos wr vere «que gka em totno de si mesma, de uma -onfidncia sem “hind” éhinologa)e sem *virtude”(aretologal, sem chegar a 2 {econ om an pousbitade demeando dscranda ces shea, eran, 8 ‘verdadeiramente chamar sem preconceito uma “obra”, essa repetigao, de ritmos variados, ante reser cries nera rep ios (OA. 387), rok ‘pernos on dispensa uma apresente¢io linear de wm "itinerSrio intelectus) qualquts eos leva a indicar noseascefeiéncias na ordem alfaétion dos Fics, cm lugar da ordem cronologice de sua publicagto. (& também pporue.o texto que se vai lr € versdo linear — uma versio entre otras essiveis — do um iro sem ordem de itor prescrita, escrito em Hipe Texto, que sairé, posteriormante,em disquete) Semseentregar&facilidade do chavo, segundo o qual um gzande pensar obstinase durante toda sua vida em pensar set to, sua coisa, em seguir sex caminho, sem oatar gue er cr ber impensado por grande pensador (8 25,20) pode-e dizer que sto se repeteem Derrida, numa série de eventos a cada Jez singulares, e que é nesta repetisho meema, nesta repeticfo do mesmo, (que hi novo: ou, melhor, uma vez que falar do novo supée talvezjé Srnito, que hi invengo do outro (FS 61). Nessa abertura do outro (na diregao do outro, para o outo, chamado pelo outro), sem a qual o mesmo ‘nao existiia, h chance de acontecer alguma coisa, Ocorve que.o que torna posse trabalho «prior impossiveléjustaznente o que o toma possivel pelo mesmo motivo. Deixar 8 sorte da sorte deste encontro. Ocomeso E necessério comegar em algum lugar, mas ngo existe um comego absalur tamente justfiado (GR, 238 M, 67). Nifo se pode, devido a ranies esser- ais que deveremos explicag etomar a um ponto de parida a part do nl 1a pertera, tomando 9 puso de uma frase cantornante, 2 puto do partrafo gue jamais Se Grcompleta, tanto tempo quanto o sangue,o-que cham asm € assim chamo, continue a advir em sua vela, se a mim permito amar pela veia* desta palavra, no & pelo acaso nem pela mina’ que basa explora cunhande a escrtua a maqulra, rem Polo sangue, mas por so que a0 longo dessa palavra de vcia permite Ou {com que adventa a cance de tas eventos, sabre os quais nenhum programa, renhura méauinalgica ou tetual ir jamaisze fecha, em verdace desde sempre [6 operou por forca U2 no prevalecer sabre o cru do que advérn, nem mesma sobre oteologicalt™* elaborado por Geof, que permanece petinho de Deus, pols tudo sabe da “logic” do que consegul hd pouco ¢ do que conseguire no port pensar ou escreve sobre qualquer asunto que sea, de mado que pode com do rey{eal todo o resto podetia se construir comforme uma ordem das razdes [0S 12) nem segundo uma evolugto individual ou histrica (POS 65-6) ito, podemos dar uma justticativaestratégica para esea medida Endo sobre bases ceras (visto que jé &— sempre — tio tarde (cf ES 161; UG 19), € necessério pensar que em algum lugar as coisas foram mal lida, podem ser pensados, sea como oriundas do exterior, acidenie vg
Você também pode gostar
46771214 CAMPOS Haroldo Metalinguagem e Outras Metas
46771214 CAMPOS Haroldo Metalinguagem e Outras Metas
Tatiana Vieira de Lima
Breve análise das cenas que T. S. Eliot considera malsucedidas em Hamlet
Breve análise das cenas que T. S. Eliot considera malsucedidas em Hamlet
Ana Luíza Drummond
Zunái - UMA LEITURA INSOLENTE DE “EM MEMÓRIA DE PAULINA”.pdf
Zunái - UMA LEITURA INSOLENTE DE “EM MEMÓRIA DE PAULINA”.pdf
Ana Luíza Drummond
Morada Do Estudante Contrato
Morada Do Estudante Contrato
Ana Luíza Drummond
Jean Luc Nancy, O Intruso
Jean Luc Nancy, O Intruso
Ana Luíza Drummond
[HAMLET] Bradley, E; C. O Período Trágico de Shakespeare -- Hamlet
[HAMLET] Bradley, E; C. O Período Trágico de Shakespeare -- Hamlet
Ana Luíza Drummond
[Antígona] STEINER, George Antígonas (Cap.1)
[Antígona] STEINER, George Antígonas (Cap.1)
Ana Luíza Drummond
[Filoctetes] VERNANT, Jean-Pierre Esboços Da Vontade Na Tragédia Grega
[Filoctetes] VERNANT, Jean-Pierre Esboços Da Vontade Na Tragédia Grega
Ana Luíza Drummond
Freud fantasia?
Freud fantasia?
Ana Luíza Drummond
Viva la resolución!
Viva la resolución!
Ana Luíza Drummond
Viva la resolución!
Viva la resolución!
Ana Luíza Drummond
Tese - Crimes do supereu - Da insensatez da lei às suas ficções - Maria Elisa Fonseca Goduardo Campos
Tese - Crimes do supereu - Da insensatez da lei às suas ficções - Maria Elisa Fonseca Goduardo Campos
sansansao
Ivan Teixeira Formalismo Russo Revista Cult
Ivan Teixeira Formalismo Russo Revista Cult
Daniela Beccaccia Versiani
Histórias de fantasmas para adultos.pdf
Histórias de fantasmas para adultos.pdf
Ana Luíza Drummond
Kathrin Front Eiras Cultura
Kathrin Front Eiras Cultura
Mayna de Ávila
A Brisa Pós-moderna em Respiração Artificial
A Brisa Pós-moderna em Respiração Artificial
Ana Luíza Drummond
A Brisa Pós-moderna Em Respiração Artificial - Revista Miguilim
A Brisa Pós-moderna Em Respiração Artificial - Revista Miguilim
Ana Luíza Drummond
O Cogito Revisitado
O Cogito Revisitado
Ana Luíza Drummond
Uma leitura insolente de 'Em memória de Paulina'
Uma leitura insolente de 'Em memória de Paulina'
Ana Luíza Drummond
Salário base SEE-MG
Salário base SEE-MG
Ana Luíza Drummond
Regula Men To
Regula Men To
Ana Luíza Drummond
Roteiro Poesia (1)
Roteiro Poesia (1)
Ana Luíza Drummond
Salário base SEE-MG
Salário base SEE-MG
Ana Luíza Drummond
Zunái - Revista de Poesia e Debates
Zunái - Revista de Poesia e Debates
Ana Luíza Drummond
Cyro Siqueira - Um Carnaval de Assuntos Leves
Cyro Siqueira - Um Carnaval de Assuntos Leves
Ana Luíza Drummond
Affonso Romano de Sant'Anna - Ser e não ser negro
Affonso Romano de Sant'Anna - Ser e não ser negro
Ana Luíza Drummond
código ABNT para criar capas para trabalhos escolares(parte 2)
código ABNT para criar capas para trabalhos escolares(parte 2)
jnLopes
Noturno de Belo Horizonte
Noturno de Belo Horizonte
Ana Luíza Drummond
Agamben - A potência do pensamento
Agamben - A potência do pensamento
Soraya Vasconcelos