Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A primeira é a Lei da Ficha Limpa que foi fruto de ampla mobilização popular e torna
inelegíveis os condenados em órgãos colegiados da Justiça. Segundo o site do G1:
“Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de quatro estados já vetaram desde segunda-feira
(26) as candidaturas de 12 políticos (três a deputado federal e nove a deputado estadual)
para as eleições de outubro com base na Lei da Ficha Limpa. Em todos os casos os políticos
impugnados poderão recorrer das decisões”.
O cumprimento desta Lei pode contribuir para a moralização da política e para evitar a
situação de impunidade que torna a política um refúgio para pessoas que não se pautam
pelo respeito à coisa pública.
A segunda Lei é aquela que estabelece um percentual mínimo de 30% para cada sexo nas
listas de candidaturas para os cargos nas eleições proporcionais. Originalmente a Lei de
Cotas falava em reservar 30% das vagas para o sexo com menor participação, o que não
implicava o preenchimento da reserva estabelecida. Para mudar esta situação a Lei foi
modificada em 2009 e agora diz que os partidos precisam preencher os 30%, com o
objetivo de garantir maior igualdade de oportunidade dos eleitores na hora de escolher as
candidaturas a deputados/as federais e estaduais.
Portanto, não falta mulher candidata. Para que a disputa fique equilibrada e os eleitores
tenham maior igualdade de oportunidade de escolha, em termos de gênero, a solução é
restringir o número de homens, pois, o que não é possível e nem justo é o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) ignorar a mudança da Lei e fazer uma interpretação contrária ao caminho
que favorece ao tradicionalismo machista na política. Os partidos podem mudar suas listas
até o dia 04 de agosto de 2010. O que se espera é que os 30% sejam respeitados.
1
Professor titular da Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE/IBGE. Tel: (21) 2142 4696 ou 2142
4689 E-mail: jed_alves@yahoo.com.br.
Segundo o site Último Segundo, o ministro Henrique Neves, do Tribunal Superior Eleitoral
disse que caberá à Justiça Eleitoral interpretar a lei nos casos concretos que chegarem a
julgamento. Ele acredita que a medida mais drástica que poderia ser adotada é o
indeferimento do registro de todos os candidatos do partido ou coligação que não
apresentar a porcentagem mínima de registro do sexo minoritário.
Assim, está nas mãos do TSE garantir a efetividade destas duas importantes Leis que
podem contribuir para a melhoria da qualidade da política nacional, pois o Brasil precisa de
um Poder Legislativo mais “limpo” e mais democrático em termos de representatividade de
gênero.