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Frocesso Judicial Eletronico: |itps//pic2g, iba jus.be/pje/Painel/paine!_usnario/documentoHTML. RECURSO INOMINADO. CONDIGOES DE ADMISSIBILIDADF. ATENDIDAS. DIREITO DO CONSUMIDOR. COMPANHIA DE ELETRICIDADE, COBRANGA INDEVIDA. REGISTRO DO NOME DA AUTORA NOS ORGAOS DE CADASTROS RESTRITIVOS (SPC/SERASA), DANO IN RE IPSA. RESPONSABILIDADE CIVIL RECONHECIDA. DANOS MORAIS CONFIGURADOS E ARBITRADOS EM R$ 6.000,00 (SEIS MIL REAIS) ATENDENDO AOS PRINCIPIOS DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENCA MANTIDA PELOS SEUS PROPRIOS FUNDAMENTOS, + ACORDAD Improv. RELATORIO— Dispensado 0 relatorio nos termos do artigo 38 da Lei n.° 9.099/95, passo a fazer um breve relato dos fatos. Trata-se de recurso inominado promovido pela’ parte demandada COMPANHIA DE ELETRICIDADE DA BAHIA em face da sentenga qhe julgou Procedente o pedido constante do feito para determinar que a ré cancele a cobranga do suposto débito, determinar, ria hipotese de assim N80 0 ter feito, a exclustio do nome da autora nos registros do SPC.e do SERASA e condenar a mesma ao pagamento a parte autora da quantia de R$ 6'000,00 (seis mil reais), a titulo de indenizagao por danos morais, em razdo da negativacao do home da recorrida nos orgdos de protegao 20 crédito . . Contrarrazées nao foram apresentadas Preparados e sorteados coube-me a fungao de Relatar. " voto tes . 220042017 14:24 Processo Judicial Eletrénico: ‘hutps://pje2g.jba jus br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML. Conhego do recurso, eis que atendidas as condigdes de admissibilidade e preparo regularmente realizado, A relagiio travada entre as partes é de natureza consumerista, e portanto, aplica-se as regras do CDC, Lei n° 8.078/90. . Ademais, nos termos do art 6°, VIII do CDC, pertinente é a inversdo do dnus probatério, porquanto presente a verossimilhanga da alegacao contida na pega inicial ¢ a hipossuficiéncia técnica da autora Desta forma, caberia a parte Ré comprovar, através da juntada de documentos claros ¢ elucidativos, que houvera regularidade ¢ legatidade no que tangé aos valores cobrados & autora da demanda. A ecorrente, no entanto, nao logrou éxito em demonstrar a licitude de suas ages, Neste diapasdo, infere-se que a empresa ré em questo agiu de forma negliyente, que configurou-se pela auséncia de demonstragio e realizagdo de qualquer discriminagao adequada do consumo aferido na carta de cobranga enviada para a autora, cobrando da consumidora valor nao devido Faz-se, desta forma, concluir, que no caso em exame, a parte Autora tem o direito de pleitear e obter, contra’a empresa, a compensagao pecuniaria pelos danos causados aos seus direitos subjetivos. Pois ao contrario do que exige a lei civil quando reclama a’necessidade da prova da culpa, na felagao entre consumidores esta prova é plenamente descartadd, ‘sendo suficiente a existéncia do dano efetivo ofendido. mt Dessa forma, constatado 0 fato que gerou o dano, proveniente da relagao de consumo, e a lesto & parte mais fraca, caberé ao responsavel a sua repardgio, nao’ havend& necessidade do consumidor apresentar prova da culpa : Nesse sentido, a redagaio do art. 14 do CDC é clara’ ‘Att 14. O fomecedor de servigos responde, independentemente da existéncia de culpa, pela reparagto dos danos eausados aos consumidores por defeitos relativos a prestayao dos servigos, bem como por informagdes insuficientes ou inadequadas sobre sua + fruigto ¢ riseos fal artigo’ visa, como as demais normas previstas no cédigo consumerista, proteger, de, forma privilegiada, a parte mais fraca da relagdo de consumo, visando evitar, claramente, abusbs. dos comerciantes ¢ fabricantes, ou prestadores de servigés, estes visivelmente mais fortes em relagao vt aqueles Desta forma, 0 fornecedor responde independentemente de culpa por qualquer dano causado ao consumidor, pois que, pela teoria do risco, este deve assumir o dano em raz&o da atividade que tealiza, Vejamos o ensinamento de Cavalieri : Uma das teorias que procuram justificar « responsabilidade objetiva ¢ a teoria do riseo do negécio. Para esta teoria, toda pessoa que exerve alguma atividade eria uni riseo de ddano para terveiros. E deve ser obrigado a repari-lo, ainda que sua conduta seja isenta de culpa Assim sendo, verifica-se que a Lei n° 8.078/90 estabeloceu a responsabilidade objetiva dos produtores e fornecedores da cadeia produtiva, nfo levando em consideragao a existéncia da culpa frente aos danos provenientes de acidentes de consumo ou vicios na qualidade ou quantidaxle dos mesmos ou na prestago dos servigos . Por fim, o doutrinador Nelson Nery ensina: de 4 22/04/2017 14:24 Frocesso Judicial Eletronico: ‘itps//pje2g. iba jus br/pje/Painel/painel_usuario/documentoH TML, ‘A norma-estabelece @ responsabilidade objetiva como sendo o sistema geral da responsabilidade do CDC. Assim, fhda indenizagio derivada de relagio de consumo, Sujelta-se 90 reginfe da ‘responsabilidude objetiva, salvo quando 0 Cédigo expressamente disponha em contririo. Hi responsabilidade objetiva do fomecedor pelos danos eausados ao consumidor, independentemente da investigaga de culpa Como consequéncia dos danos morais suportados, correta.a decisdo que condenou a recorrente ao pagamento dé indenizagéo por danos morais, haja vista que,restou evidenciado que a mesma nao agiu coretamente ao negativar o nome da parte autora por um consumo exorbitante, nao devidamente inspecionado, entendendo assim, pelo cabimento de indenizagao pelos danos morais Tais transtornos ¢ aborrecimentos so merecedores de compensag&o pecuniaria a titulo de danos morais, haja vista que os mesmos acarretam abalo psicblogico para o consumidor, e.assim sendo, a lesdio-é passivel de ser indenizada por danos-morais, nfo podendo ser considerados meros aborrecimentos, notadamente porque o servico interrompido possui natureza essencial A respeito da prova do dano, ressalte-se que 0 dever de indenizar por danos morais decorre do

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