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APRESENTACAO Cees numa excelente fonte de embasamento mecessario aos exames de habilitacao obrigatorios para Mestre-Amador, Arrais-Amador e Veleiro, “Navegar é Facil” é, antes de mais nada, uma espontanea demonstracao de centusiasmo pelas coisas do mar. A objetividade, a clareza didatica, a simplicidade e suas intimeras ilustracGes por si sé justificam o titulo do trabalho, valio- sa contribuicao ao desenvolvimento da mentalidade maritima de NOss0 povo. Fornecendo amplos subsidios indispensaveis aos curriculos em vigor para as diversas categorias amadoras e auténtica fonte de respostas as eventuais dtividas, a presente publicagao traza vocacao marinheira do autor comprovada pelos intimeros cursos (ensinamentos) ministrados na Fundacdo de Estudos do Mar (FEMAR) e a experiéncia naval acumulada ao longo dos anos nas diversas comiss6es exercidas com eficiéncia e dedicagao como Oficial da Marinha de Guerra do Brasil. Talvez a melhor férmula para iniciar um estudo sério de navegacio para amadores seja a leitura deste livro, feito com ex- cepcional carinho e destinado a ajudar a tantos entusiastas que buscam o mar em suas horas de lazer. Paulo de Bonoso Duarte Pinto Vice-Almirante Diretor de Portos e Costas Rio de Janeiro, 1 de outubro de 1977 Almirante de Esquadsa (Comandante de Operagdes Navais e Diretor Geral de Navegagaio Rio de Janeiro, 1 de janeiro de 1982 Nesta nova edicgao do Navegar é Fécil mantivemos a apresentagao da 1* edig&o como nossa singela homenagem a um | amigo inesquecivel ea um lider militar-naval verdadeizo que, em || sua epoca, deu repetidos exemplos ce amor a Marinha eao Brasil. PREFACIO mais de vinte anos, ao langarmos a 1 edigio do Navegar é Facil diziamos: “a navegacito amadora, acom- panhando o desenvolvimento brasileiro, vem crescendo enormemen- te.” Essa nossa afirmacao permanece valida passadas mais de duas décadas. © Brasil apesar dos percalcos e dificuldades havidas nesse longo perfodo de tempo, soube se superar e continuar cres- cendo, Da mesma forma cresceu a navegacao amadora, hoje uma pujante realidade com um aprecidvel e constante aumento de sua frota e de seus adeptos e formidvel multiplicacao de marinas, clubes, fabricantes, servicas de apoio e atividades afins. Nesta nova, 10" edicao, revisamos todo 0 livro a fim de atualiza-lo em relacdo as novas Legislaciio de Seguranca do Trafe- go Aquavidrio, do seu Regulamento (R - Lesta) e das Normas da ‘Autoridade Maritima (NORMAMS) - com énfase na 03, que regu- lamenta as atividades de esporte e recreio. Acrescentamos um Banco de Questdes que, juntamente com 0s questiondrios de verificagio de aprendizado ao final de cada capitulo, e suas respostas padrao, permitirao aos leitores fazer uma melhor auto avaliagao de seu aprendizado efetivo, Com tudo, isso, cremos, ter conseguido manter o “Navegar € Facil", vazado na simplicidade, objetividade e praticidade, justificando a perma- néncia de seu titulo, apesar das novas expansées havidas. Mantivemos a estrutura anterior oferecendo nas duas primeiras partes do livro, os assuntos que um Veleiro, um Arrais- Amador « um Mestre devem saber e, em uma terceira parte alguns conhecimentos suplementares que julgamos de efetivo interesse para o navegante. “Nao temos a pretensio de que 0 “Navegar é Fécil” seja completo e sem falhas porém cremos que, com novas criticas e suges- toes que pedimos que continuem a ser feitas possamos aperfeicoa- Io cada vez mais.” Foram essas nossas palavras hé mais de vinte anos, que reiteramos agora. Ao finalizarmos este novo prefacio, desejamos agrade- cer a Diretoria de Portos e Costas do Ministério da Marinha o re- conhecimento de nosso livro como bisico para estudo de candi- datos a habilitacao as categorias amadoras de Arrais, Mestre e Motonautas, bem como, a Fundagiio de Estudos do Mar, pelo seu apoio e amizade sempre presentes nestas mais de duas décadas. Queremos ainda continuar compartilhando com nos- sos leitores, quer os antigos, quer os novos, a nossa imensa satis facao, alegria e felicidade por termos hoje a convicgao de que va- leram todos os esforcos e tempo dispendido, nestes mais de vinte anos com o “Navegar é Facil”, permitindo que nesta longa singradura ele cumprisse exitosamente com todos os propésitos determinados desde nossa idéia inicial. Capitdo-de-Mar-e-Guerra (RRpf) Rio de Janeiro, 8 de abril de 1999 Adendo ao Prefacio Ha menos de 2 anos, apresentamos a 10° Edigio do Navegar é Facil e j4, neste inicio de novo século, langamos a 11° Edigdo, funcio das alteragées decorrentes na NORMAM 03 ori- ginadas pelas sugestdes do 1° Seminario de Seguranca da Na- vegacao Amadora. Basicamente todas as alteracoes, acréscimos e/ou modificagées estéo concentradas no Capitulo 13, permane- cendo os demais com sua estrutura e apresentagao como nas edi- Ses anteriores. firanda de Bdefo: Capitao-de-Mar-e-Guerra (RRyf) Rio de Janeiro, 01 de janeiro de 2001 wl SUMARIO APRESENTACAO Preracio ... Parte 1 Car. 1—Connecimentos INicials © Conhecimentos Iniciai © O Que é um Barco? # Terminologia Basica em um Barco -DirecBes « Estrutuca da Embarcacao - Principais Definicies # Dimensées Lineares de um Barco... : © Dados nao Lineares da Embarcaca * Movimentos da Embarcagiio no Mar * Rudimentos de Estabilidade ¢ Questionario Cap. 2—Mares, * Marés - O Que Sao? * Teoria das Ma * Efeitos Terra-Sol * Efeitos Terra-Lu * Efeitos Combinados # Terminologia das Marés © Tipos de Maré * Tabuas de Maré: * Métodos Expeditos de Previsao de Marés . * Correntes de Maré - Estimas de Velocidade e Diregio * Questionario he ae Car. 3—-Ancoras & AMARRAS.. « Ancoras... * Como Blas Trabalham # Quais as Caracteristicas de uma Boa Ancora * O Efeito das Forcas da Natureza ... Peso das Ancoras.... * Nomenclatura das Ancoras © Tipos de Ancoras + Amarras .. © Quartelada de Amarra . +A Amarra Mista ... * A Amarra de Corrente * Uso do “Elo Patente” e do Tornel.... * Questionério ona Car. 4 FUNDEAR & SUSPENDER ... © Fundear ............ * Suspender ¢ Fundeadouro *O Uso de Uma S * Questionario gunda Ancora Cap. 5— ATRACAR E DESATRACAR ... # Atracar e Desatracar... © Espias e Seu Uso .... # Leme e Seus Efeitos... : # Situagdes de Manobra de Embarcacoes © Questiondrio .. Cap. 6~Carra NAUTICA «. * O Que é uma Carta Nautica ... Escala da Carta .. * A Orientacao das Cartas * Edigdo das Cartas Néuticas . # Informaces Oferecidas pelas Cartas Néuticas © Questionario .. Cap. 7 - Pusticacdes NAuricas.. * Publicacées Nauticas * Roteiro..... * Catélogo de Cartas e Publicacoes # Carta 12000... * Lista de Auxilios-Radio * Almanaque Nautico... « Tébuas e Tabelas de Auxilio & Navegacio.... *RIPEAM... « Avisos aos ‘Navegantes * Apenno 1 - Quadro de Areas de Responsabilidade de Aviso aos Navegantes Car. $—Carta 12000... © O que a Carta 12.000... * Indice da Carta 12,000 © Questionério... * Apenvo - Secao IK - Pedras, Cascos Sogobrados e Obs Car. 9— BALIZAMENTO .. * Pequeno Histérico .. * Balizamento - Definicao .. + Tipos de Sinai : * Métodos de Caracterizacgao dos Sinais - Mu oe 4 i 94 * Observacdes Sobre Balizamento ... * Apresentacao dos Sinais * Descri¢&io dos Sinais Cardinais * Balizamento, um Exemplo * Questiondrio ..... Cap. 10- RireaM. + Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar... + Generalidad: Aplicag& Responsabilidade Bom Senso .. Definigbes Gerais .. Visibilidade + Regras de Govemo e Navegacio « Condueao de Embarcagdes no Visual Uma da Outra Conducao de Embarcacoes em Visibilidade Restrita Luzes e Marcas .. Sinais Sonoros e Luuminosos Sinais para Chamar a Atencao .. Sinais de Perigo. Navegacao Noturna Uso do VHF como Complementacao de § * Questionario . ais Sonoros ... Cap. 11 - Navecacao rm Acuas Inreniones.. © O Que sio Aguas Interiores a... + Regras Especiais para Luzes e Manobra e Velocidade nas Aguas Interiores Brasileiras Regras Especiais para Luzes e Marcas nas Agua’ Interiores Brasileira Regras Especiais para Balizamento e Lacustre. ¢ Questiondrio.... Cap. 12-O gue to R-Lesta * Artigos mais Tnporlanless para o Navegador Nautico . © Questionario.... Cap. 13 - NorMas DA AUTORIDADE MARITIMA .. ¢ Extrato da Normam - 03 * Assuntos Diversos © Questionério... # Aoexoo 1 - Normas da Autoridade Maritima . * Apenvo 2 - Aviso de Saida....... * AvENpo 3 - Dotagio de Equipamentos Obrigatorios - Tabelas Resumo... * Apenpo 4 - Sobrevivéncia em Balsas Salva-Vidas « Apgnvo 5 - Procedimentos e Lista de Verificacao para Vistoria * ApeNpo 6- Termo de Responsabilidade.... Cap. 14 - INsrecAo NAVAL. * Fiscalizacao ... » Apreensio da Embarcagao... * Apreensao da Carteira de Habilitacao * Uso Indevido de Radiotelefone Maritimo * Operacao Negligente de uma Embarcacao * Poluicao por Embarcagbes de Esporte e Recreio ... * Preservacao da Sinalizacdo Nautica # Uso da Bandeira Nacional 4 # Docainentagio, Mlarcagio 6 Material Obsigattinie * Infragdes . * Questionario Cap. 15 = INstRUMENTOS DO NAVEGANTE «. * Escolha dos Instrumentos... * Agulha .. * Prumo de Mao. * Ecobatimetro « Termémetro . « Barémetro... * Relégio «Instruimentos de Plotar. * Binéculos Lantern © Questiondrio Cap. 16— PRIMEIROS SOCORROS .. © 0 Que é 0 “PRIMEIRO SOCORRO” ... © Princfpios Gerais dos “Primrizos SocoRRos” * Casos Mais Comuns © Respiragao Artificial * Hipotermia e Congelamento.. « Equipamento Necessério para os Primeiros Socorr * Caixa de Primeiros Socorros * Questionario . Cap. 17 — InctND10 - PREVENGAO ¢ Compate * Incéndios - Prevencao e Combate © O Fogo * Regras Basicas de Combate a Incéndio a * Classificagao dos Incéndios - Principais Agentes Extintor S * Agentes Extintores - Funcées ¢ Usos .. ~ * Precaugées Contra Incéndio: * Causas Principais de Incéndio: * Questiondrio -Redugaio dos Riscos Cap. 18 — Homem Ao Mar.. ¢“Homem ao Mar” + Ages a Serem Desenvolvidas de Pronto © O Que Voeé Deve Saber se Cair a0 Mar... * Aproximando-se da Vitima * Recolhimento da Vitima . * Recordando e Repetindo © Questionario..... xt Cap. 19 — SEGURANCA No Mar - FUNDAMENTOS # Seguranga no Mar - Uma Definicao. » Fundamentos da Seguranca no Mar * Questionsrio.... Car. 20- Banco pe Quesrors. RESPOSTAS AOS QUESTIONARIOS - ParTE 1.. Respostas Do Banco ve Quesrors.. Parte 2... Car. 1— Navecagao— ConneciMENtos INIctArs # Navegacao: Definigao e Divisio... * A Terra ~sua Forma e seus Movimentos * Polos e Circulos da Terra, Primeiro Meridiano * Latitude e Longitude ... Direcao (Rumo, Proa e Marcacao) * Unidades Usadas em Navegacao * Linhas Ortodrémica e Loxodrémica © Questionario..... aint Car. 2— Cartas NAuticas # Cartas Néuticas - Novos Conhecimentos... * Divisio das Cartas Nauticas © Projecdo de Mercator # Lendo uma Carta © Questiondrio . Cap. 3— Ponto, DistANciA £ DirecGes Nas Cartas NAUTICAS .. Ponto na Carta .. © Distancia na Carta .. ® Direcao em uma Carta Mercator... Cap. 4— Acutua MAGNETICA ... * Magnetismo Terrestre * Agulha Magnética.. * Declinagao Magnética (Decl. Mag.) XI 347 348 * Desvio da Agulha (Dag) * Curva de Desvios da Agulha * Linhas Isogénicas. # A Agulha “Fluxgate” * Questionario 351 Car. 5 — Conversoes pr Direcoss .... * Conversdes de Diregoe: *Rumo © Marcacao . + Exemplo de Conversées « Regra WAVE Car, 6 ~ FerraMENTAS DO NAVEGADOR 361 361 « Novas “Ferramentas”’. * Instrumentos de Medida de Direc * Instrumentos de Medida de Distancia Pereorrida e Determinagio de Velocidade * Instrumentos de Medida de Distancia a um Objet © QUeStIONATIO ws enninnnnmnetnnnnnnnnnteee Cap. 7~A PosicAo No Mak & sua OprENCAO * Posicaio no Mar... * Posicao Estimada . # Navegacao Costeira * Processos de Obtencao de Posigao . * Processos Pratico: Cap. 8 — NAVEGACAO DE SEGURANGA, * O Que é Navegacao de Seguranca? * Seguindo Alinhamentos . * Usando a Mareacao de Perigo . * Usando a Distancia de Perigo .. * Usando o Angulo Vertical de Perigo. « Angulo Horizontal de aig = + Uso de Sondagers..... os © Questiondrio xa Car. 9 = VENTO .. ++ 388 © 0 Que é 0 Vento?.... 389 culo do Vento Real .. 390 * Questiondrio .. 398 Cap. 10 - Correntes Maritimas © Correntes Maritimas.. * Determinacao da Corrente * Abatimento * Determinacao do Abatimento e sua Correcao © Questionario 0 Cap. 11 ~ FerraMenras ErtrOnicas Do NaVEGANTE * Instrumento Determinador de Diregao - Radiogoniémetro ...... = . 403 « Instrumento Determinador de Profundidade Ecobatimetro ....ssecccccsccesscsessseeessccesssssssnsstsneaneneatsonsaninannnssnsatineattnianaecanseceaseeeesenegececegeentsees 412 + Instrumento Determinador de Marcacao e Distancia - Radar... - AZ * Posicionamento por Satélites - GPS * Questionario...... Car. 12 - Navecacao em Conpigdes ADVERSAS.. * Navegando em Mau Tempo ... * Aproximando-se de Barras ou Eni « Navegando em Canal Restrito .. « Alagando, Encalhando ou Emborcando ... * Navegando em Nevoeiro ou em Ma Visibilidade * Questiondrio Car. 13 - Prostemas pe NAvEGAgio © O Que é Navegar? .. # Rumos ¢ Marcagées... * Problemas Iniciais * Trabalho na Carta - Problemas * Problemas Usando 0 GPS. # Solucdo dos Problemas Apresentados * Modelos - Simulagao de Carta... Resrostas aos Questionanios - Parte 2 xv Parte 3 - ANEXOS * Anexol Sinais de Perigo.. 475 + 476, © Anexo II NogGes de Sobrevivéncia no Mar... * Anexo IIT Radiocomunica¢ées... * Anexo lV, Codigo Morse e Alfabeto Fonético Internacional ............ * Anexo V Bandeiras do Cédigo Internacional de Sinais e seus Significados .. © ANExo VI A Arte do Marinheiro... * Anexo VII ‘A Navegacao ¢ o Meio Ambiente... 497 © Anexo VIIT Tabela de Distancia a Objeto de Altura Conhecida ... 499 *AnexoIX Distancia Pelo Angulo Vertical sn... * ANExo X Alguns “Conselhos Praticos” Parte Os capitulos que constituem esta primeira parte do “Navegar é Fécil” cobrem os assuntos necessérios & habilitacio de Arrais-Amador, Veleiro e Motonauta. Arrats-AMADOR ~ € a pessoa maior de 18 anos habilitada a conduzir embarcacoes a vela e a motor de esporte e recreio nos limites da navegacdo interior como esta- belecido pela Capitania dos Portos em cada local. Veweiro ~ 6 a pessoa maior de 8 anos habilitada a conduzir embarcacées de esporte e recreio exclusivamente a vela nos mesmos limites previstos para o “Arrais- Amador”, Moronaura ~éa pessoa obrigaté; mente maior de 18 anos habilitada a conduzir “jet-sky” nos limites da navegacao interior. CONHECIMENTOS INICIAIS - CAP I » Me. © Conhecimentos Iniciais © O Que é um Barco? ° Terminologia Basica em um Barco Direcoes * Estrutura da Embarcacéo Principais Definicées * Dimensées Lineares de um Barco * Dados nao Lineares da Embareacao * Movimentos da Embareagdo no Mar » Rudimentos de Estabilidade * Questiondrio CONHECIMENTOS INICIAIS Vocé est chegando a um “mundo diferente”: 0 mundo maritimo. Neste incomparavel espaco que, quanto mais o conhecemos mais nos deixa fascinados, existe uma linguagem prépria que precisamos aprender e saber usar Embora vocé nao necessite ter sua fala “extremamente salgada” é importante que conhegae use os termos certos para designar partes, objetos e atividades em um barco eem toro dele. O QUE £ UM BARCO? Barco e embarcagdo sio nomes praticamente idénticos, que podemos definir como: | ‘Toda construgio feita de madeira, ferro, aco, fibra de vidro, aluminio ou da combinacao desses e outros materiais que flutua, sendo especificamente destinada a transportar pela aguia, pessoas ‘ou coisas, Navio, naw enave designam, em geral, embarcacées de porte maior que 20m (ou 65 ft). Ebastante comum ainda ouvirmos falar de“bote”, “chalana”, “dingue”, “inflavel” ete que, apesar de também pertencerem a familia das embarcagoes, sao embarcagées mitidas, quase sempre a servico das maiores e que no tem mais do que 5m (15 ft) e obedecem a sua regulamentagio prépria e maissimples. TERMINOLOGIA BASICA EM UM BARCO DIREGOES Como mencionamosanteriormente, precisamos conhecer e usar diversos termos que so indispensaveis no “mundo maritimo” e que tomam 0 entendimento entre os homens do mar, extremamenteclaro. Geraldo Luiz Miranda de Barros TWUPA BORESTE (flyprdge) (ado direito ) oe 7 PRON NN ELIE. Ge -ay SRL LL al ng pope eae CLEA t t Comprimento na linha d'égua ‘Comprimonto total (LOA) BoMBoRDO (lado esquerdo ) A Vante (AV) uma expressio extremamente facil de se entender porém, seu oposto nao é“atrés” e sim, A RE, Se um objeto estiver mais para a proa do que outro diz-se que ele esta por Anre-s-Vawre (AAV) dele; se esta mais para a popa, diz-se que esta por Anre-4-Ré (AAR). © Pros -€a extremidade anterior do navio no sentido de sua marcha normal. A proaéa origem de contagem das marcagdes relations. Corresponde aos QO relativos. Por—extremidade posterior donavio. Para efeitos de marcagées relativas corresponde a180°relativos. Borpos—sio as duas partes simétricas em que o easco (corpo principal da embarcagio) €dividido por um plano vertical que contéma linha proa-popa. Denominamos de Boreste (BE) a parte direita de quem olhaa proa e de Bomporpo (BB) a parte A esquerda © Meus-Nau(MIN)- parte docasco compreendidaentrea proae popa. Emseu significado original o termo Mria-Nau (MIN) referia-sea parte do casco préxima do plano longitudinal vertical isto 6, eqitidistante dos bordos do barco’.. ¢ Mrto-Navio—diz-se de uma regiao perpendicular ao plano longitudinal donavioe que divide o navio em duas partes: a parte de proa ea parte de popa. * Ainda hojessedizassimem Portugal, 4 Navegar é Racil- Parte I- Cap I ATENCAO i | Proa, popa, meia-nau e meio-navio nao definem uma parte | determinada do cascoe sim, uma regiao cujo tamanho é indefinido variando debarco para barco. « Bocuecuas— partes curvas do costado de um e de outro bordo, junto a roda de proa. Para efeito de marcagGes relativas a bochecha de BE esta aos 045° da proa ea de BB aos 315° dela. © Amura~0 mesmo que bochecha. Amura é também uma direcao qualquer entre a proa eo través. © Través - € a diregao perpendicular ao plano longitudinal (linha proa-popa) aproximadamente a meio-navio. Para efeito de mareacoes relativas 0 través de BE esté aos 090° relativos e o de BB aos 270° relativos. * Ainezas— partes do costado de um e de outro bordo entre o través € a popa. Para efeito de marcacOes relativas a alheta de BE esté aos 135° da proa ea de BB aos 225° dela. Manrcacoes Rezarivas As marcacées relativas sao me- didas como angulos a partir da proa da nar embarcagao na direcdo dos pon-teiros de um relégio de 02360 em torno do barco. As direcdessao sempre mostra-das (owinformadas) com trés digitos usando zeros se necessirio: 50° dizer zero-cinco- zero (050°) relativos. wm Tho Quando temos um objeto aos 000° costuma-se dizer Peta PRoa ou aos zero-zero-zero relaticos. Semelhantemente, quando temos um objeto aos 180’ dizemos que ele esta Pex Pors ou aos uno-vito-zero*relativos.. Quando temos um objeto pelo Traveés temos que definir obrigatoriamente o bordo. Ex.: “farol pelo través de BE” (ou “farol aos zero-nove-zero” relatives. ° Onumeral um (1) aoser falado deve ser pronunciado UNO. Geraldo Luiz Miranda de Barros Quando temos um objeto entreo través de um dos bordos ea alheta respectiva diz-se que o objeto esta por ante-a-vante da alheta (de BE ou de BB). Quando entre a alhetaea popao objeto estaré por ante-a-ré da alheta (BE ou BB). Hojeem dia, ecada vez mais, vem sendo usadono meio amador © Covico pe Horas baseado na face de um rel6gio 12 convencional (nao | digital, Assim um objeto aos 315° relativos estaria aproximadamente as “dez horas” (bochecha de BB) eo farol da figura anterior aproximada- mente as “cinco horas” (alheta de BE). ESTRUTURA DA EMBARCACAO PRINCIPAIS DEFINICOES * Casco—60 corpo donavio sem a mastreagio, aparelhos, acess6rios, casario ou qualquer outro arranjo. O casco nao possui uma forma geométrica definida sendoa principal caracteristica de sua forma ter um plano de simetria (plano diametral ou plano longitudinal) que se imagina passar pelo eixo da quilha. Da formaadequada docasco dependemas qualidades néuticas deumbarco: —resistncia minima a propulsao; ~mobilidade;e ~estabilidadede plataforma. © Qui#a—éa peca disposta em todo o comprimento do casco no plano de simetria. Ea “espinha dorsal” da embarcacio. © CAavERNAS— sao as “costelas” que permitem dar forma ao casco. Acaverna principal é chamada de caverna mestrae é geralmente localizada na boca maxima da embarcacao. Oconjunto das cavernas forma o cavername. Navegar é Ricil- Parte I- Cap T » Loncarinas — pecas colocadas de proa a popa na parte interna das cavernas E ligando-as entre si.) + Vaus — vigas colocadas de BE a BB em cada caverna, servindo para sustentar os chapeamentos dos conveses e também para atracar entre si as balizas das cavernas.! Os vaus sao ligados entre si por meio das sicordas. # Cosrano ~ 6 0 invélucto do casco acima da linha d‘agua. # Carea ~ é 0 invélucro do casco abaixo da linha d’dgua® Bico de proa Forro exterior Longarinas Roda de proa Covernas Costado NAO ESQUECA tudo abaixo da linha d/égua = Obras Vivas tudo acima da linha d’4gua = Obras Mortas ¢ Bico pe Proa — parte extrema da proa de um barco. * Borpa — 60 limite superior do costado que pode terminar na altura do convés, af recebendo a balaustrada ou, elevando-se um pouco mais, constituindo a borda-falsa. ¢ Borna-Faisa - 6 0 parapeito do navio no convés a fim de proteger as pessoas e o material evitando que caiam no mar. 2Também chamadas de longitudinais, {Os vaus tomam onome do pavimento que sustentam, Lina d’agua é uma faixa pintada com tinta especial no casco dos barcos de proa a popa Genaly Luke Myrande de Barros © Pame1 Dé Pora— ou simplesmente painel é a parte do costado do barco na popa entre as alhetas. A parte superior do painel é a grinalda, ea parte curva do costado do batco na popa logo abaixo do painel é a almetda © Cinta ~ 6 a intersecao do convés resistente (principal) com 0 costado. « SuprresreuTuea — construcao feita sobre o convés principal, estendo-se ou nao de um a outro bordo e cuja cobertura é, em geral, ainda um convés. Convss do passadizo Pose AR Tombaditho Castelo Boro AV ‘Convss principal Suporestrutura control Superestruturas cléssicas em in navio mercante INFORMACAO © em Janchas que dispdem de dois locais de comando o in- ferior seria 0 passadico e 0 superior o tijupd comumente chamado de flybridge. 2 nos veleiros o espaco entre a superestrutura da cabine e 0 painel é o poco notmalmente chamado de cockpit. * Rona ve Pxoa ~ ou simplesmente roda, peca robusta que, em prolongamento da quitha, na direcdo vertical forma 0 extremo do barco a vante. © Capasre~ peca semelhante a roda de proa constituindo 0 extremo do navio a x6. # Anrzrakasé — sao as separagdes verticais que subdividem em compartimentos © espaco interno do easco em cada pavimento. santeparas concorrem tamém para mantera forma eaumentara resistencia do casco. Mastro Estai de vonte Leme Nawegar é Ficil - Parte I- Cap INFORMACAO Em um veleiro, além da nomendiatura vista até aqui, ainda ha a especifica deste tipo de barco e que dizem respeito a sua armacao. Ex.: estai AV e a AR, retranca, ovens etc. A balaustrada em um veleiro recebe normalmente em toda sua volta uma rede que é chamada de “guarda-mancebo” . No bico de proa ela é geralmente projetada, for- mando o “pillpito de proa” e seu contorno a ré é semelhantemente chamado de piilpito a ré. DIMENSOES LINEARES DE UM BARCO As principais medidas lineares de uma embarcacio sao: comprimento, boca, pontal e contorno. © Comprimenro ~ existem varias maneiras de se medir 0 comprimento de uma embarcacao, cada uma delas destinada, normalmente, a um fim especifico. E entendido que, quando nada mais seja especificado, o comprimento se refere ao comprimento total, distancia horizontal medida entre as perpendiculares a um plano horizontal que contém a linha proa-popa da embarcagao, e que passam 9 Geraldo Luiz Miranda de Barros pelos pontos extremos da embarcacdo na parte de vante e na parte de ré, ndo se consi- derando nem a plataforma AR nem a prancha AV. O comprimento total é também, comumente, denominado de Comprimento Ropa A Rova. # Comprimenro DE Arquea¢ao — é, para fins amadores, o comprimento entre a face interna da proa no encontro com o convés principal (ou seu prolongamento) e a face interna da popa no encontzo com o convés principal (ou seu prolongamento). # Bocs ~ 6 a maior largura de uma embarcacao. (Normalmente ocorre na Secdo Mestra.) © Poyra - € a distancia vertical medida do convés até um plano horizontal que passa pela quilha da embarcagio. O pontal é a soma da borda livre e do calado do barco. PROA === 54-4 convts PRINCIPAL A conve: LINHA AGUA PLANO DA QUILHA COMPRIMENTO DE ARQUEAGAO. COMPRIMENTO TOTAL OU RODA A RODA © Carao — é a distancia vertical entre a superficie da agua (linha de agua) e a parte mais baixa da embarcacao no ponto considerado. Toda embarcacao tem sempre dois calados: um, 0 calado méximo, ou seja, a plena carga ; 0 outro, 0 calado minimo, ou seja, 0 calado leve ou com a embarcacao descartegada inteiramente. E importante que se conheca sempre os calados da embarcagao. Borpa Livre—é a distancia vertical medida entre o plano do convés ea superficie das éguas, normalmente, na parte de maior largura da embarcac4o. Com o deslocamento maximo a borda livre atinge seu limite minimo. A borda livre mais o calado é igual ao pontal. © ConTorno - 6 a medida tomada, normaimente na parte mais larga da em- 10 Navegaré Hicil- Parte I- Cap I barcacdo, de borda a borda, passando pela quilha. Quando houver bolina fixa devemos tomar essa medida, como se nao houvesse tal dispositivo. eoca PonTaL tseGio conToRNo DADOS NAO LINEARES DA EMBARCACAO © DestocaMENTO — ou seja, 0 que a embarcagao desloca em peso de agua quando flutuando em 4guas tranqiilas. Toda embarcacao tem um deslocamento maximo quando com 6leo, égua, tripulantes etc. a bordo; e um deslocamento minimo, quando inteiramente descarregada. © deslocamento é expresso normalmente em toneladas de 1000kg. © Tonexacem pe Porre Bruro - nada mais é que a diferenga entre o deslo- camento maximo e o deslocamento minimo. A fpb € também conhecida como tonelagem deadweight (tdw). * Prso MAximo DE Carca (PMC) ~ a tonelagem de porte bruto (tpb), diminuida do peso do combustivel, de Agua, géneros etc., nos dard 0 PMC da embarcacao (em funcao do qual € calculada a lotacao maxima). * Axqueacao ~ € um valor numérico adimensional calculado em funcao de diversos parametros de construcao naval. Embarcacées com valor de arqueagéo superior ou igual a 20 necessitam ter um “Certificado de Arqueacao” (expedido pela Diretoria de Portos e Costas). As embarcacoes com valor de arqueacao inferior a 20 necessitam apenas “Notas de Arqueacdo” expedidas pelas préprias Capitanias dos Portos. n Geralbo Luiz Miranda de Barros INFORMACAO O cAlculo do n°. de pessoas ou do peso a bordo pode ser calculado a grosso modo como: = n°. (de pessoas) oun’, x 68 = peso maximo (em Ke) | fo | | (Obs: 0 peso médio considerado por pessoa é de 68 kg, | MOVIMENTOS DA EMBARCACAO NO MAR Convém desde logo aprendermos também que as embarcagdes em fungao do estado do mar, apresentam movimentos rotativos e movimentos lineares que, iso- Jadamente, sao conhecidos como: * Movmentos Rorativos 1. Balango (Roll) ~ movimento de oscilacao de um bordo para outro. Dependendo do estado do mar 0 balango pode atingir valores elevados (p. ex. 40°). Um balanco rapido demonstra boa estabilidade. O balanco lento, ao contrério, indica estabilidade defi- ciente e pode vir a ser extremamente perigoso em mares agitados. 2. Caturro (Pitch) ou Arfagem —- movimento de oscilacao vertical no sentido proa-popa. Normalmente nao atinge valores muito grandes, ficando por volta de mais ou menos 10°. Quando a embarcagao neste movimento. “fara” uma onda, sofre consideravel esforgo em sua estru-tura, podendo sofrer varias avarias. Navegar é Facil Parte I 3. Cabeceio (Yaw) - movimento de osci- lacdo horizontal no sentido de proa-popa. Tam- bém nao atinge valores muito grandes (mais ou menos 5°) e é 0 menos perigoso e 0 menos desconfortavel dos movimentos rotativos. 1. Deslizamento Lateral (sony) — rapido movimento lateral com o mar de través. O deslizamento lateral associado a um forte balanco pode conduzir a um emborcamento. 2. Deslizamento para vante (surge) — rapido movimento para vante (no sentido proa-popa) quando “descendo” uma onda. 3. Queda livre (heave) ~ rapido movimento para baixo quando caindo no “cavado de uma onda” OBSERVACAO ~ Os movimentos rotativos e lineares apresentados esto sempre associados entre si, e dependem fundamen- talmente do estado do mar. TMPORTANTE E importante ainda conhecermos tudo sobre nossa embarcagdo: sua autonomia e raio de acao que s4o fungdes do consumo de combustivel e este, por sua vez, da velocidade desenvolvida; a capacidade total dos tanques de combustivel e de Agua; a instalacéo elétrica, fusiveis e seus valores; possi- | bilidades de esgoto da embarcacio; recursos de salvamento | existentes, sua utilizagao e sua localizacao; a capacidade das cAmaras frigorificas ou das geladeiras, enfim, sabermos tudo sobre nossa embarcacio em seus minimos detalhes. 2B ae Goralbo Lutz Miranda de Barros RUDIMENTOS DE ESTABILIDADE # A Esrapiupape de uma embarcacéo ¢ a capacidade que ela possui para manter- se corretamente frimada na agua. Diz-se que uma embareacao estd corretamente trimada quando seu calado a vante e seu calado a ré so iguais e além disso ela no tem inclinagéo (banda) para nenhum dos bordos. cl SS es TRMADA ABICADA, DERRABADA, Existem diversos fatores que podem afetar a estabilidade de uma embarcacao fazer com que ela emborque. Entretanto, tais fatores podem ser controlados. Uma embarcagio bem projetada, se for operada de forma adequada, dificilmente sogobrara mesmo que as condig6es sejam bem adversas. © CENTRO DE GRAVIDADE O centro de gravidade (G) € 0 ponto onde o peso total da embarcacao atua verticalmente para baixo. Como regra geral um centro de gravidade (G) mais baixo significa uma embarcagio mais estiivel. O centro de gravidade (G) varia sua posigao em funcao da distribuicao dos pesos de bordo. Por exemplo, uma carga pesada colocada sobre o convés produzira um centro de gravidade (G) mais alto e conseqiientemente uma menor estabilidade. Uma embarcagao com um centro de gravidade (G) elevado tera perigo de emborcamento maior uma vez que, se 0 bareo, por um motivo qualquer (balango, mé distribuicéo de pesos etc,) se inclinar, a fora de gravidade (G) atuara ver- ticalmente, como sempre, aumentando a inclinacao e portanto, a possibilidade de emborcamento. 4 Navegar é Fiteil - Parte I~ Cap 1 « Eero pe Superricie Livre Quando uma embarcacao se inclina e seus tanques esto cheios, seus contetidos obviamente nao se deslocam. Entretanto, a medida que os liquidos sao consumidos ha 0 aparecimento do efeito de “superficie livre” que pode comprometera estabilidade, Para reduzirmos de muito o efeito de “superficie livre” procuramos dividir os espacos de tanques e porées de carga de diversas maneiras. E bastante freqiiente em embarcacées de recreio ou de pesca, termos embarque de agua no convés criando o “efeito de superficie livre”e comprometendo pois a estabilidade. Para evitarmos isso devemos manter os embornais (saidas de agua) safos, evitando assim a retengao de 4gua embarcada e garan- tindo a manutencdo de nossa estabilidade. @ Bora Livre Para lograrmos uma boa estabilidade é fundamental termos uma borda livre adequada. Como jé sabemos, a borda livre é a distancia entre a linha de flutuagao e 0 convés prin- cipal do barco. Se a borda da embarcacao submerge quando © barco se inclina, © perigo de socobrar (emborcar) € muito grande. © Reserva De FLuruspripape Reserva de flutuaiidades Borde livre Se excedermos a lotacdo maxima ou 0 peso maximo de carga, a reserva de flutuabilidade diminuird. Além de estarmos comprometendo as qualidades néuticas da embarcacao, estaremos compromentendo \ seriamente sua seguranca. Calado méximo # Esrorcos Esreuturais Privcrais ‘Todo barco é solicitado em cada ponto pelo excesso de peso ou, pelo excesso de empuxo e pode haver em uma grande extensdo, no sentido do comprimento, um desequilibrio entre o peso do navio e o empuxo da Agua deslocada. Tais esforcos de 15 Geraldo Luiz Miranda be Barros flexdo no sentido do comprimento tendem a estabelecer, no casco, deformacées chamadas de alquebramento e de tosamento (ou contra-alquebramento). # No alquebramento, as chapas de fundo, ficam comprimidas e as chapas do convés ficam tracionadas. Esforgos sobre o ensco numa erista de onda, caracterizant tem alquebramento * No tosamento, as chapas de fundo, ficam tensionadas e as chapas do convés ficam comprimidas. Esforcos sobre o casco num cavado de onda, cavacterizam um tosamento NAO ESQUECA Um barco sobrecarregado* tera muito pouca borda livre e, portanto, sua @ borda tenderé a ser “molhada” mesmo com pequenas inclinacoes. A sobrecarga ROA LIVE €a principal causa de socobramento de BUROA FOR Bee vee Sane, pequenas embarcagdes. 16 Pee aw 10. il. 12. 13. 14. 16. 18. af. QUESTIONARIO Defina barco ou embarcacao. | OBSERVAGAO: O PLANO DE NAVEG PRESENTADO AO FINAL DA PA Quais sao os bordos de um barco? O que 6 meio-navio? O que 6 amura? TE As partes do costado entre um través e a popa sao chamadas de A marcacao relativa é a medida a partir da linha de visada com 0 objeto wr é Récil - Parte I~ Cap 1 Do Livro. do barco até a Um objeto as “nove horas” estaré em que valor de marcagéo relativa? Um objeto na Mrel = 180° esta da embarcacio. Quais as principais qualidades nduticas de um barco? Como chamamos a principal caverna de um barco? As cavernas sao ligadas entre si por que pecas? Qual a diferenca entre borda livre e borda falsa? Qual a diferenca entre os termos tijupd e passadico? Quais as principais medidas lineares de um barco? A diferenca entre 0 calado méximo de uma embarcacao e seu calado minimo & chamada de Cite os movimentos relativos de um barco. Cite 0s movimentos lineares de um barco. Um centro de gravidade alto indica uma boa estabilidade. Certo ou errado? Uma embarcacao com seus tanques parcialmente cheios apresentam que efeito em relacdo a estabilidade? Qual a diferenca existente entre os termos fosamento e alquebramento? RESPOSTAS AO FINAL DA 1°, PARTE DESTE LIVRO. 7 Marés - Cap 2 * Marés - O Que Sao? * Teoria das Marés * Efeitos Terra-Sol * Efeitos Terra-Lua * Efeitos Combinados « Terminologia das Marés « Tipos das Marés « Tébuas das Marés # Métodos Expeditos de Previsio de Marés # Correntes de Maré Estimas de Velocidade e Diregao © Questionario o? Marts - 0 QuES Existem dois termos que séo muitas vezes usados incorretamente quando falamos dle marés: 0 termo Maré e a expressao corrente de maré. Assim comecaremos este capitulo esclarecendo o que cada um significa » Maré—€0 movimento vertical do nivel oceanico como resultado das mudangas de atragao gravitacional entre a Terra, a Lua e o Sol. Corrente pr Maré — uma corrente de agua é um movimento horizontal do liquido devido a uma causa qualquer. Corrente de Maré & o deslocamento horizontal da 4gua de um ponto para outro resultante da diferenca de alturas de maré nesses pontos Assim dizermos que “a maré estd correndo forte hoje” nao esta correto pois que, as marés podem ser altas ou baixas porém, elas néo correm! O correto entao é, por exemplo, dizermos: @ corrente de maré esta forte hoje. NAO ESQUECA Marg - é um movimento vertical Corrente — é um movimento horizontal As Makés ocorrem em todos os mares e oceanos porém somente sdo observadas junto ao litoral quando seus efeitos sao facilmente visiveis em praias, baias e canais e até mesmo em tios’ TEORIA DAS MARES A teoria das starts envolvem a interagdo de forcas gravitacionais e centrifugas. Se por um lado hé a forca de gravidade da Terra, h4 por outro, as forcas de atracao da Lua e do Sol. Tais forcas, como um todo, estao balanceadas, porém isso nao ocorre nas maioria dos pontos sobre a superficie da terrestre. O efeito do ndo balanceamento é gue causa o fendmeno das marés. * A pororoca, no Amapa é 0 melhor exemplo. O efeito da maré na foz do rio Amazonas tem reflexos horas mais tarde em Obidos, dezenas de milhas distante. Geraldo Lniz Miranda de Barras Os efeitos do Sol e da Lua seréo melhor compreendidos se apresentados separadamente embora eles atuem sempre simultaneamente. EFEITOS TERRA-SOL Como a Terra gira em uma érbita eliptica em torno do Sol ela é afetada por uma forca centrifuga que tenta puxé-la para 0 espaco exterior’. A Terra é mantida em sua orbita pela forca de atracao do Sol. Tais forcas, como mencionamos, estdo balanceadas de uma forma geral porém, tal equilibrio nao perfeito em todos os pontos da Terra. As marés resuiltam das diferencas existentes entre as forgas centrffugas e as forgas de atracdo. Da mesnia forma que na interneao Terra-Sol, tais foreas cexistem entire a Terra ea Lua A forca centrifuga é a mesma em qualquer lugar do planeta, sempre tendendo a afasté-lo do Sol em uma diregao paralela a uma linha que une o centro do Sol ao centro da Terra. A forca de atracao do Sol entretanto, nao atua igualmente em qualquer lugar paralelamente a linha centro da Terra — centro do Sol. Ao contrario, as forcas de atragao atuam sobre cada ponto terrestre em diregao ao centro do Sol. Portanto, as forgas de atragio sero mais fortes nos pontos em que a Terra estiver mais perto do Sol como resultado de uma distancia menor. EFEITOS TERRA-LUA E muito comum imaginarmos a Lua girando em torno da Terra, quando na verdade, os dois corpos estao girando em torno de um ponto comum situado dentro da Terra. “Estamos tratando da forca centrifuga relacionada com o movimento de translacio endo do movimento de rotagao da Terra em torno do seu eixo. 20 Nawegar 8 Fiteil - Parte I~ Cap IT Tanto a Terra quanto a Lua portanto, tendem a se afastar deste ponto comum devido a forca centrifuga, porém as forcas de atragao muitua atuam contrabalancando esta tendéncia ea Terra e a Lua permanecem, a grosso modo, afastadas de uma certa distancia. Entretanto, as forcas de atracao da Lua afetam as 4guas da Terra da mesma maneira que as forcas de atracéo do Sol. EFEITOS COMBINADOS Embora a massa da Lua seja somente uma pequena fracao da massa do Sol, ela est4 muito mais perto da Terra razao pela qual sua forca de atracdo € quase duas vezes mais poderosa. Como resultado a maré observada usualmente, é fungao da Lua embora sua acao seja modificada pela posicdo relativa do Sol. O ritmo da maré portanto, esta geralmente sincronizado com a rotacao aparente da Lua em torno da Terra. Como 0 “dia lunar” dura 24 horas e 50 minutos, as duas dguas altas e as duas dguas baixas de cada dia ocorrem cerca de 50 minutos mais tarde que a maré correspondente do dia anterior. Ao longo de um més qualquer, haveré ocasides em que a Terra, a Lua e 0 Sol estardo em conjuncéo,ou seja, alinhadas. A Lua é dita nova quando o alinhamento é Sol - Lua - Terra e, cheia quando o alinhamento 6 Sol - Terra - Lua como mostrado na figura abaixo. Lue cheta Quarto cresconte Quarto minguante, ra “\ Mors 6e Sinaia } Moré de quedratura Mare de Sizigia Sol Na Lua nova e na Lua cheia as forgas de atragio do Sol e da Lua se alinham dando origem as maiores ariagées ce maré: estas marés que acorrem duas vezes por més sto chamadas de marés de sizigia. Nos quartos crescente e miguante as forcas de atragio ficant desalinhadas e 0 efeito resultante sobre as marés € minimo Estas marés so chamadas de marés de quadratura 21 Geralbo Luiz Miranda de Barras Em ambos os casos 0 efeito de alinhamento desses corpos produz a maxima resultante de atracao sobre as marés, ocasiGes em que temos pois, as maximas variacées. Tais ocasides sao chamadas de maés De sizicla, MARES DE CONJUNCAO OU MARES DE “AGUAS vivas”. Por outro lado, quando a Lua est no primeiro quarto (quarto crescente) ou no terceiro quarto (quarto minguante), a defasagem de alinhamento dos corpos é de cerca de 90°, 0 que produz a resultante minima de atragéo sobre as marés. Nessas ocasiées elas sao chamadas de MaKés DE QUADRATURA OU MARES DE “AGUAS MORTAS”. Uma variacao mensal diferente é o resultado de nao estar a Terra no centro da 6rbita lunar e a Grbita nao ser circular e sim eliptica. Portanto, quando a Lua esta mais proxima da Terra (perigeu) a influéncia lunar é maxima e as marés tem suas maiores variagdes. Quando a Lua esta mais longe da Terra (apogeu) contrariamente, a influéncia lunar é minima e as marés tém variagdes menores. As variacdes de maré em qualquer ponto da superficie terrestre ocorrem nao somente de més para més, como de ano para ano. As variacées anuais, produzidas nas variagdes didrias, so causadas pelas alteragdes na forca de atragio do Sol, como por exemplo, quando ele aumenta a sua distancia da Terra (afélio) ou a diminui (periélio). Polo Norte Sinplificadamente as dguas altas ocor- zen nos lads opostos de Terra ao mesmo tempo. Enquanto a forca de atragdo lunar puxn para Sel sunt lado, a forca centrifuga orbital da Terra, puxa para outro Um dia (Zan) Como a Las ora esti ao norte, ova esti ao sul do plano do equador terrestre, isso causa cariacdes 10 ciclo ditrio da maré ern qualquer ponto' ° Similar, mas muito menor s4o os efeitos resultantes da mudanca de posicao do sol em relacéo a0 equador. 2 (07215 = seoWOXIDG sop DipEw = SHIN ‘DIB; ep so:DUIDE:M sop DIPPW ~ SMHW) nds (804200 0p winjog - UN) spoqinpu 801409 $0 OpSNP1 OP IOAN (SMW) iS © sesoworiog sop mIP—N, ‘Dy08 Bp epopipinjord '8P Ox1ogo 9p epopipunjorg TORI @pOpIPURFOIG p10W op oINNy # i ‘puns up ofoisa ap opeueyd 9 opouiad assy -,uered senBp, se anb uid “fe20] ered [eo0] ap oavuea ‘oponiad arag wn aysixa ‘es1aA-ao1A no ‘a;UapuErsep ered syuapuaose oy WaUIAOU nas Wiasa}.aAul senSe sep sayue — guvpy Va OI0ISy © “voyneu eyie9 ep oeS2asUOD v eavd OpEope (XIN) OVInpaY ap j2aiN 0 a Une vp aDysedns & aqua [eoHs2A eprpaut v 9 ayUeYsUT OPeUTUUIDIap UN WO — RIV]! Fa VANLIY « BS12A-2D1A no ajum 83s wvurvxivg va rvuasd v aqua vduaiayIp v9 — AVY va sanuriaWy © ‘aquezea ap axe euin 10d opeSueaye oxteq steur [aAju ~ UW-VxIVE © seny sep a}uapuaosep OJUSUTTAOUE ~ TINYZ¥A 30 IVY © ‘aquayoUd ap arcu CUM sod opeSuesye OpeAgfo STeUT [aATU — NIV “senBp sep ouopuadse O}LOLUJAOU — UNION AU RIV @ ‘spi OJUNSSE 0 UO sepeuonryar soosuyap seums]e sounejuasarde wiaauod ‘souLmassoid ap say PeuOy oy ? SJUVW SVC VIDOTONINGAL pile - 1 ayeng - pay 9 aban Geraldo Luiz Miranda de Barras * Nive ve Revucao - (NR - Datum da carta) - plano de referéncia ao qual todas as profundidades cartografadas estao relacionadas. E definido segundo a Organizacao Hidrogréfica Internacional, como “am plano téo baixo que a maré, em condicdes normais, no fique abaixo dele”, ow seja, a mais baixa maré astronémica (LAT). O Nivel de Reducao 6 0 mais importante nivel de referencia para o navegador. OBSERVACAO O Nivel de Reducao (NR) é, suficientemente baixo para que as baixa-mares nao sejam menores que ele. As alturas da marés sao normalmente positivas porém, a altura da maré pode aparecer com um ntimero negativo pequeno se a baixa- mar ficar abaixo do datum da carta (NR)°. ‘ Pxorunpinave Na Carta ~ as profundidades registradas nas cartas nduticas sao todas referidas ao Nével de Redugao © Prorunpinave ATual ~ é a profundidade registrada na carta mais a altura da maré para o instante considerado. Nao confundir profundidade de um local com a altura da maré e vice-versa... A profundidade observada nos da a informagao do Nfvel do Mar naquele instante. * Nive. Mépro (NM ov MSL) - é um plano médio entre a preamar média e a baixa-mar média. O Nivel Médio ndo tem maior interesse para a navegacio, apesar de aparecer sempre no cabegalho da tébua de cada porto ou barra. IMPORTANTE aan 1 Eeeiros va Maré Sone Vios Livres ~ as enchentes e as vazantes modificam, € claro, os vdos livres abaixo de estruturas fixas, tais como pontes ou cabos de forca aéreos. Tais vaos livres aparecem nas cartas e no Roteiro da Costa como alturas medidas de um datum que ndo é 0 mesmo plano usado para profundidades e previsao das marés. Em algumas cartas, o plano de referéncia é 0 datum vertical e em outras é a linha da costa (datum de Aguas altas, ou HW datum). © LAT = lowest astronomical tide. "Tal fato é indicado pelo uso do sinal (-) antecedendo a altura das marés mostradas nas Tasuas pas Mares. By} Navegar é Facil Parte ~ Capt VARIAGAO DO NIVEL DO MAR E DISCREPANCIAS NAS HORAS DE PREAMARES E BAIXA-MARES Fatores meteorolégicos, principaimente o vento, podem causar a elevacao ou abaixamento do nivel do mar e © atraso ou o adiantamento dos instantes de ocorréncia das preamares e das baixa-mares. Nestas condic6es, as prea- mares e as baixa-mares poderdo ser mais altas ou mais baixas que as alturas previstas nas tabuas. Tais fenémenos sao fre- qiientes nos portos ao sul de Cabo Frio (RJ), sendo acon- selhvel a consulta aos roteiros Costa Leste e Costa Sul. Obs. extrafdo das “Tabuas das Marés para 1997” DHN - MM TIPOS DE MARES Uma maré que a cada dia tem duas preamares aproximadamente iguais em altura e duas baixa-mares também aproximadamente iguais é chamada de maré SeMr- piurwa. Este € 0 tipo mais comum de maré ao longo do litoral do Brasil. Em determinadas situagdes ocorrem duas preamares ¢ duas baixa-mares com valores bastante desiguais entre os mesmos tipos de 4guas. Quando isso ocorre a maré échamada de mista. Nestes locais a baixa-mar mais acentuada entre as duas é chamada de mais baixa baixa-mar. A média das mais baixas baixa-mares" é o nivel usado como ‘Nivel de Reducao (NR) ou Datum da Carta (CD). Semelhantemente, a mais significativa das mais altas preamares é denominada mais alta preamar. Anteriormente apresentamos a figura 33, Observemos nela o ponto C. Ele est dentro da protuberancia que simula efeitos da maré. Entretanto, 12 horas mais tarde 0 ponto D aparece fora da protuberancia. Isso significa que s6 teremos uma preamar e uma baixa-mar em cada dia lunar, ou seja, a cada 24 horas e 50 minutos. Esté € a MARE DIURNA. Meré semi diuroa Marés_mista Marés diurne on ) Lier i A parte sombreada mostra um periodo de 24 horas. Pela figura vemos que o comportamento das marés varia muito de lugar pare lugar. tuma maré 1 squerda estd representada wma maré semt-diuerna; no centro, ta a direita, wma maré diurna ® Abreviadamente MLLW (mean lower low water). Geraldo Luiz Miranda de Barras TABUAS DE MARES A fonte basica de informacao sobre o instante de uma preamar ou de uma baixa- mar e suas alturas acima (ou abaixo) do Nivel de Redugdo é a “Tanuas pe Mats", publicacao editada anualmente pela DHN (Diretoria de Hidrografia e Navegac3o) do Ministério da Matinha.” Os instantes de ocorréncia das preamares e baixa- mares esto indicadas em hora legal referida ao fuso hordrio internacional. As "TAbuas pe Mares” possibilitam ao navegante fazer a previsio das marés com horas e alturas das baixa-mares e das preamares dos principais portos e barras de nossa costa, bem como, para portos secundarios, através de tabela de correces tomando por base um porto principal. PORTO DE ANGRA DOS REIS (ESTADO DO RIO DE YANEIKO) - 1997 Lavtude 23° 00.8 5 Longitude 044" 18°87 Faso 03:0 horas baw 36 Componentes Nivel Medio 0.68 m arta 1636 Janeiro T Fevereiro age a aA} WORE = ce be waar Sf Oy ele SY Sou ST See OF SO Gee asl a ge Peas gg So ay RE) ke 2 e we st) MB aE ay) ob Mg Ba SiMe BS Se Hee RU RIS. GS 8S Gn BS Mts Sas] | x le UR ite a Como poddemos verificar pelo extrato acina, « “Ténuas De Mares” fornece ent seqiiéncin preamares e baixa-mares 0 que permite que tenhamos sempre o valor da Asspurrupe Ds MaKe As “TAsuas pe Marés” contém ainda as previsGes das marés para alguns portos estrangeiros é permitem através do uso de tabelas nelas existentes a determinacgao da altura da maré em um instante dado. ® Alguns jomais apresentam informacdes sobre marés locais, rotint 6 Nacegar é Facil - Parte 1- Cap It METODOS EXPEDITOS DE PREVISAO DE MARES Para os locais onde nao se tenha informacao de preamar e baixa-mar a “TAnuas be Marés" apresenta o método do Estabelecimento do Porto que é definido como: média dos intervalos de tempo decorridos entre a passagem da Lua pelo meridiano do local e a ocorréncia da preamar em dias de sizigias. Nao abordaremos tal método neste livro porém, as instrucées contidas na “TAsuas pz Marts” sao suficientes para o seu célculo, havendo entretanto, para desenvolvé-lo, a necessidade de se recorrer ao “ALMANAQUE Ndurico” (DH-5)"" e as informacées sobre a maré, existentes nas cartas nduticas brasileiras, em que aparecem diversas siglas cujos significados s4o abaixo mostrados: * nwré&c - estabelecimento do porto. © muws — preamar média de sizigia « Maw ~ preamar média de quadratura. * uwn — baixa-mar média de quadratura. * uws — baixa-mar média de sizigia. © NMou MsL~altura do nivel médio acima do nivel de reducao da carta em questo. TH Marts & CorreNTES Nivel de redugdo e Plano de referencia WE —eIT _Tida/ Levels and charted Data 20. cute oh a =e, 1 ee ae cay oceot wns aie ua ‘Se aiden isan = | tis ae Faw | J oe ) igh of an | OBHeres capt sna | = Protundien hares LW tring! Une Publicagdo da DHN - MM. Geraldo Luniz Miranda de Barros Outro método expedito para calcularmos a altura da maré 6a chamada “regra dos duodécimos”, valida desde que a curva da maré para um determinado porto, seja aproximadamente simétrica. Esta regra esta baseada no fato que a maré nao sobe nem desce em uma razao constante ao longo de sua duracao. | “Recra pos Duopécimos” | Horas perois Da BAIXA-MAR Proroxcdo Da | OU ANTES DA PREAMAR ‘VaRIACAO DA Mart. [ 1/12 2/12 3/12 3/12 2/12 1/12 Domes Exemplo: a amplitude da maré para o porto X é de 4,8m e a duracao entre uma preamar ¢ a baixa-mar subsequente é de cerca de 6 (seis) horas. Ao final de 4 horas e meia, apés a preamar, quanto ela tera esvaziado? Assim temos: Horas lEaceeanvacorat Encuente/Vazanre | ENcHENTE/VAZANTE | -Variacao ‘Hordria Torat 1 1/12 04 04 | 2 2/12 08 Le | | 3 3/12 12 | 24 \ 4 3/12 12 | 3,6 | 5 2/12 | 08 44 6 V/12 0A 48 Resposta: observando o quadro acima vemos que a maré desceu cerca de 4,0 metros, ou seja, temos apenas 0,8 m acima do valor da baixa-mar, quatro horas e meia depois do inicio da vazante. Lembramos que este método sé deve ser usado quando a curva da maré for aproximadamente simétrica. Nawegar é Ricil - Parte 1- Cap It PRECAUCAO As alturas das marés s4o afetadas pelos fatores me- teorolégicos, em especial pela pressiio barométrica e pelo venta, que podem causar elevacao ou abaixamento do nivel do mar. Nestas condic6es as preamares ¢ as baixa-mares poderdo ser mais altas ou mais baixas do que as alturas previstas nas “Tésuas pas Maris”. Assim é conveniente tomarmos a precaucao de con- servar uma margem de seguranca em relagao ao minimo de lamina de agua abaixo de nossa quilha, margem de segu- ranca essa varidvel em funcdo da embarcacéo e da natureza do fundo (um encalhe em areia é, certamente, menos peri- 080 que um encalhe sobre pedras). Esta margem de segu- tanga é conhecida na terminologia naval como “pé de piloto” e varia, normalmente de 30 a 50 centimetros. CORRENTES DE MARES | ESTIMAS DE VELOCIDADE E DIRECAO As correntes superficiais usual- menie causadas pela acéo do vento sobre a superficie do mar no devem ser confundidas como movimento ho- rizontal das aguas causadas por forcas astronémicas, essas sim, as chamadas. correntes de maré. A observacao de béias, balizas, barcos fundeados etc., dao uma boa indicacao da direcdo e velocidade das correntes de maré, que poderao ser liteis em diversas situagoes e, em espe- cial, quando de atracoes. "© Na Parte 2 do livro, voltaremos a falar de Correntes, com maiores informacées. 29 Geraldo Luiz Miranda de Barros QUESTIONARIO 1. Qual a altura minima da maré que um barco com um calado de 2,1m e observando uma margem de seguranca de 0,5m necessita para cruzar a barra de um porto cuja profundidade média é 1,0m e cuja amplitude da maré é de 2,5m? 2. Observando o extrato da tabua de marés do porto de angra dos Reis, apresentado anteriormente, responda: a) qual a hora da menor baixa-mar no domingo dia 02/02/97? b) qual a maior amplitude da maré neste dia? 3. Se vocé estd fundeado na regio de Angra dos Reis em um local que a carta indica 3,0m de profundidade e seu barco tem 1,5m de calado, qual seré a profundidade minima abaixo da quilha no dia 03/02/97? A que horas isso ocorrera? 4. No dia 1 de jan de 1997 aproximadamente as 15 horas vocé passou com seu barco calando 1,2m, por um canal na regio de Angra que tem como profundidade na car- ta 1,0m. Qual a profundidade minima de agua encontrada abaixo de sua quilha? 5. Qual a diferenga entre maré ¢ corrente de maré? 6. Navegando longe da costa, vocé pode observar a”Corrente de maré”? 7. O que causa a maré e suas variagies? 8. Qual a situagio em que temos Lua cheia? 9. Por que nomes se conhece as maiores marés, em um determinado local? 10. As variagdes de maré séo constantes ou varidveis, em um mesmo local? 11. O que é amplitude da maré? 12. O que é altura da maré? 13. O que é “nivel de reducao”? 14. As profundidades nas Cartas Néuticas sao referidas a que? 30 Navepar é Facil - Parte 1- Cap It 15. Que fatores sao determinantes para a elevagao ou o abaixamento do nivel do mar? 16. O que caracteriza uma maré semi-diurna? E 17. O que caracteriza uma maré diurna? 18. Qual a amplitude da maré no posto de Angra dos Reis dia 18 de fev de 1997? 19. Pela regra dos duodécimos geral seria o valor da altura da maré em Angra dos Reis, 2 horas depois da preamar das 1213 do dia 16/02/97? 20. O que significa em uma carta nautica a informacao amuwn? 21. Osvaos livres nas cartas nduticas sao apresentados sempre em funcao do HW Datum’. Certo ou Errado? 22. Ovalor da altura da maré mais a profundidade mostrada pela carta ¢ iguala profun- didade observada. Certo ou errado? 23. Associacao de Idéias: Coloque no trago & esquerda da 1°. coluna, 0 ntimero mais adequado, tirado da coluna da direita, para que haja um correto relacionamento entre as duas. - maré 1 - valores minimos da maré - corrente de maré 2 - diferenga entre max. e min. - sigizia 3 - baixa-mar de quadratura = quadratura 4 - HW Datum - amplitude 5 - Estabelecimento do Porto - MLWS 6 - movimento horizontal das aguas = vo livre 7 - regra dos duodécimos - Almanaque Nautico 8 - instantes preamar e baixamar = altura da maré 9 - movimento vertical das aguas - Tébuas das marés 10 - maxima preamar 24. Qual o astro que mais influencia na formacao das marés? 25. Que fatores meteorolégicos influenciam na altura das marés? RESPOSTAS AO FINAL DA 1*, PARTE DESTE LIVRO. 31 ANCORAS E AMARRAS - CAP 3 Ancoras © Como Elas Trabalham Quais as Caracteristicas de uma Boa Ancora * O Efeito das Forcas da Natureza Peso das Ancoras « Nomenclatura das Ancoras © Tipos de Ancoras Amarras © Quartelada de Amarra * A Amarra Mista A Amarra de Corrente * Uso do “Elo Patente” e do Tornel © Questionario ANCORAS ‘As ancoras, comumente chamadas de “ferros” sao pecas de ago de forma especial E © com um peso adequado ao deslocamento das embarcacdes ¢ que desempenham o importante papel de mantélas firmes em um fundeadouro longe de pedras, arre- bentac6es ou outros perigos. COMO ELAS TRABALHAM As ancoras se “enterram” no leito do mar para segurar um barco em determi nada posiga0. Quando uma ancora penetra na superficie do leito do mar, a succéo criada pela qualidade do fundo, mais 0 peso da propria ancora e o material acima dela (a amarra) criam uma resisténcia. Quando o barco “porta” (puxa) pela amarra a ancora tende a se enterrar mais criando pois uma resistencia ainda maior. Esta resistencia que passaremos a chamar de “poder de unhar” (capacidade de segurar) em uma ancora moderna € formidavel ficando entre 102 200 vezes 0 seu peso em fundos de areia Isso significa que uma Ancora de apenas 2,5 kg (6 libras) poderé suportar um esforco em torno de 500 kg (1000 libras). Entretanto, nao devemos selecionar uma ancora apenas pelo seu tedrico “poder de unhar” uma vez que, na pritica da navegacio, as condicdes de fundo sao extre- mamente varidveis. Genalio Luiz Miranda de Barros QUAIS AS CARACTERISTICAS DE UMA BOA ANCORA Uma Ancora, idealmente, deve possuir as seguintes caracteristicas: * poder ser largada rapidamente e reposicionada se 0 vento e a corrente se modificarem; # segurar bem em todos os tipos de fundo: areia, lodo, cascalho, pedras, corais etc. « resistir a elevados esforgos em qualquer parte de sua estrutura; © poder ser solta do fundo com facilidade e sem avarias; © poder ser guardada adequadamente sobre o convés, em um paiol ou mesmo em um escovem. Desde logo, deixaremos claro que nenhuma das Ancoras existentes no mercado retinem todas estas carac- teristicas. Como tudo na vida, 0s tipos oferecidos no mercado possum vantagens e desvantagens que examinaremos mais adianie. Quando falamos de caracterfsticas de uma ancora nos ocorre logo responder a uma pergunta: “que tamanho de ancora precisamos?” Quanto maior, melhor, é a resposta certa, desde que respeitando uma certa proporcionalidade entre tamanho (peso) ¢ deslocamento do barco. Uma Ancora maior teré mais condigdes para resistir aos esforgos a que serd submetida sem se avariar. Teré mais area de “patas” € mais peso para se enterrar mais, ou seja, maior facilidade em “unhar”. Pensamos ser um erro escolher uma ancora menor para que seja mais leve e possa ser icada e guardada mais facilmente. Assim procedendo estaremos assumindo 0 risco de termos uma 4ncora que nao trabalhe bem quando mais precisarmos dela. Embora ancoras leves e pequenas possam ter 6timo desempenho em con- dicdes normais de fundo e de fundeio, elas possivelmente nao “unkarao” em fundos duros ou se entortarao quando submetidas a esforgos provenientes do giro do barco. Assim, achamos que, independentemente do tipo de barco, ancoras tipo "patas” com menos de 10 kg (20 Ibs) e ancoras tipo “arado” com menos de 17,5 kg, (35 Ibs) nao devem ser usadas. if 34 mwegar é Facil Parte T- Cap TIT ‘Além do que mencionamos até aqui, a Ancora necessita terum “poder de unhar” o leito do mar de forma eficaz a fim de poder suportar 0s esforcos derivados da agio das forcas da natureza sobre 0 barco. | O EFEITO DAS FORCAS DA NATUREZA O maior dos efeitos é 0 do vento que produz uma forca média de 150 kg sobre um barco de 12 m (40’) quando com uma intensidade de cerca de 15 nds. Mesmo que sem vento, se tivermos uma corrente de aproximadamente 5 nés, 0 esforco sobre 0 mesmo barco serd também de 150 kg. Temos ainda a considerar as ondas. Elas tendem a ser ciclicas 0 que resulta em picos de esforco™ relativamente fortes. Isso significa que sempre que tivermos: * barcos com muita “vela”, ou seja, muitas superestruturas, como é 0 caso de lanchas com “flying bridges” e de veleiros em geral devido a presenga de mastro(s), e/ou; # barcos que costumam fundear em locais ventosos. Havera necessidade de termos ducoras maiores que o normal a fim de evitarmos garrar, =D Vento de 15'exerce forga de 120 kgs Mesino barco, vento 0" exerce torea A forca do vento sobre um objeto varia a grosso modo com o quadrado de sua velocidade (ex.: a forca de um vento de 20 nés é 4 vezes maior que a forca de um vento de 10 nds) ¥ Tais picos podem ser atenuados usando-se amarras com alguma elasticidade que funcionarao como amortecedores. 35 Geralbo Luiz Miranda de Barras A partir dat, existem diversas teorias de como a forca de um sistema de ncoras varia com o tamanho do barco. Enquanto uns mencionam 0 comprimento do barco, outros usam a boca como a dimensiao critica. Entretanto, testes realizados nos EUA mostraram que a orca cresce ua razio do quadrado do comprimento do barco. 1ss0 significa que 0 tamanho da ancora necessita crescer muito mais rapidamente que 0 comprimento do barco possa sugerir. A “AMERICAN Boat AND Yacut Couneit” (ABYC) sugere que as ancoras sejam escolhidas em funcao da seguinte tabela: Esrorco eM Lisras Sosre 0 Sistema DE FUNDEIO eal Boca Vevoc. Vento eM Nos Roos sRooa (Varma | Lancua | 15 | 30 | 42 60 10° 4 4 40 160 320 640 15° 6 e 60 250 500 1000 ey 8! 90 | 360 | 720 | 1440 25' 8 x 125 490 | 980 1960 30" 9 aw =| 175-700 | 1400 | 2800 ox 10° 13" 225 900 1800 | 3600 40° a 14 300 1200 2400 4800 50’ 13” 16 400 1600 3200 6400 | 60" 15’ 18” 500 2000 4000 8000 Obs.: nao ha “fator de seguranga “considerado pelo que 0 sistema de fundeio deve ter valores maiores que o da tabela. “Como nao podemos ter a bordo diversas ancoras a serem escolhidas em funcao da intensidade do vento, a solucao é termos uma que segure a embarcacao com ventos de até 42 nds" (forca 9 — escala Beaufort) diz Peter Bruce, inventor e fabricante da an- cora que leva seu nome. Apesar de tais informacdes, convém mencionarmos que o “poder de unthar” varia em todos os oceanos uma vez que ele depende do tipo de fundo e estes sao de enorme variedade, tais como: areia, lama, argila, lodo, pedras, cascalhos, seixos, rocha, coral, conchas e ervas marinhas, induindo ai, as algas. PESO DAS ANCORAS Como nao existe uma maneira perfeita para calcularmos 0 peso correto de um “ferro” para uma determinada embarcacao, preferimos sugerir para as embarcacées de esporte e recreio as seguintes relacoes: 36 Nawegar é Réeil - Parte I- Cap iit © ancora leve—1 libra-peso por pé de comprimento da embarcacéo; e © ancora pesada — 2 libras-peso por pé de comprimento da embarcacao. Podemos ainda orientarmo-nos pela tabela abaixo em fungao do deslocamento da embarcacao (em tons): Deslocamento “Ferro” B Maximo (tons) _ (kg) 3 15 5 25 10 45 20 55 30 65 40 75 50 90 NOMENCLATURA DAS ANCORAS Usaremos uma ancora Alimirantado (ou Fisherman's Anchor), a mais tradicional, para apresentarmos suas partes. Os termos usados sao os mesmos para quase todas as ‘outras ancoras. 37 Geralbo Luiz Miranda de Barres TIPOS DE ANCORAS A mais tradicional como dissemos é a do tipo almirantado que, por possuir cepo temboa facilidade de “unhar”. Entretanto ¢ este tipo que também tema maior desvantagem pois, facilmente, a amarra se enrosca no cepo, ou no braco nao enterrado quando do “rabear” da embarcagio em tomo do “ferro” por ocasido de mudanga do vento ou da maré. FATEIXA OU "BUSCA-VIDA* (ANCOROTE) ANCORA DE MAR = OU DE MAU TEMPO OU DROGUE es TIPO ‘COGUMELO” TIPO "DANFORTH" Ancora CQR ou Arapo Segura bem em areia fofa e lama; mais leve que a do tipo “Almirantado” para um mesmo “poder de unhar’. Tem sido a favorita de navegadores ocednicos devido ao seu bom desempenho em qualquer tipo de fundo. Como desvantagens, alguma dificul- dade de estivagem (guarda); partes méveis podem se avariar; dificuldade de unhar em fundos duros. Nacegar € Facil - Parte 1 - Cap It Ancora DANFORTH Tem duas patas e o cepo colocado em sua cruz. Tem bom “poder de unhar” em areia e lodo; menos pesada que a “almirantado” de mesmo “poder de unhar"; facil de ser guardada. E atualmente a mais usada em embarcacées amadoras. Existem diversos outros tipos no mercado que apresentam ligeiras variagGes de projeto e adotam geralmente o nome de seus fabricantes porém, basicamente, s40 ancoras Danforth. Nao deve ser usada em fund de pedra Ancora BRucE Tipo de ancora desenvolvido parao sistema de fundeio de plataformas de perfuracao. Vem tendo dtima aceitacao no mercado de embarcacoes amadoras por set muito mais leve que todas as outras de igual “poder de unhar”; nao tem partes. méveis; facil de ser arrancada FaterxA DoprAVEL Boa para ser usada em fundo de pedra e atil para ser usada como ancorote. f recomendada para barcos pequenos, dingues, inflaveis etc. Fécil armazenamento. Ancora Roxp De uma inter “pats’y 6 needa em embareaghes de longa perinantneia espe cialmente para manter a embarcagio um pouco afastada do cais. ANCORA COGUMELO Usada com embarcacées mitidas, principalmente inflaveis, para fundeios tem- pordrios. Normalmente recebe uma cobertura de vinil. Limitado poder de tensao. ANCOROTE £ uma verséo menor de qualquer das ancoras mencionadas para fundeios temporérios ou como auxiliares da Ancora principal. Ancora Fiuruante, “Drocur”ou Ancora DE Mat Tempo. A Ancora flutuante, também chama- da de mal tempo ou “drogue” sera apre- sentada e examinado 0 seu uso, quando tratarmos da navegagao em mal tempo. 39. Geralio Luiz Miranda de Barros LEMBRE-SE Ancoras sao equipamentos de seguranca. E melhor pagar um pouco mais por uma boa ancora do que gastar menos e ter uma Ancora que poder falhar quando vocé mais pre- cisar dela. Se tiver que errar, erre sempre para mais, ou seja, na divi- da, use sempre uma ancora mais pesada. Armazene sua ancora de forma que vocé possa largé-la répida e facilmente sempre que necessirio. * Inspecione seu sistema de fundeio freqientemente inclu- sive as Ancoras, anetes e patas. AMARRAS A ligacdo da dncora com a embarcagio se faz pela amarra. A amarra ideal devera: * ser suficientemente forte para suportar 0 barco seguramente no fundeio; « ter alguma elasticidade para reduzir 0 esforgo sobre um cunho ou outra peca no convés da embarcacao; * ser razoayelmente leve para nao afetar o desempenho do barco ou ser de dificil manuseio; * tensionar horizontalmente a haste da ancora para assegurar a ela, 0 m4ximo “poder de unhar”; * ser compativel com o sistema de igamento existente (molinete ou cabrestante); « ser de estivagem (armazenamento) facil; © ser resistente a abrasdo para suportar fundos asperos como 0 coral. Na verdade nao ha nenhuma amarra que preencha todos os aspectos destacados. Cada amarra 6 um compromisso de qualidades que necessitam ser escolhidas em funcao do tipo do barco e dos provaveis locais de fundeio. Barcos que navegam em aguas interiores tem necessidades diferentes daqueles que fre- qiientam aguas costeiras e mar aberto. 40 Nawegar é Feil = Parte I~ Cap 11 QUARTELADA (DE AMaARRA) A amarra é constituida de quartéis. Um quartel tem um comprimento de aproximadamente 25 metros de amarra”. A quartelada, comprimento total da amarra aga, é chamada de filame e pode ser definida como a relacio entre a profundidade do local mais a borda livre e 0 niimero de quartéis pagos (postos para fora do barco). ‘A maioria dos textos sobre o assunto concordam que a relagiio 8:1 é a melhor para 0 "poder de uthar” projetado e sempre seré melhor usarmos amarra de mais do que de menos. amarra_paga (LI Comprimento da amarra = distancia (0) O coniprimento da amarra (L), da pron do barco até o fundo (D) — ponto 1 — é de importincia crttica para wm fundeio seguro. Em (2) O comprimento de amarra é 0 dobro da distincia D porém 0 éngulo de esforco fende a fazer com que « ancora se solte. Em (4) com L igual a quatro vezes u distancia D, « ancora poderd enterrar, porém, ainda ht unt esforgo vertical sobre a corrente da amarra grande, Em (8) com L agora igual a oito vwezes a isténcia D o printeiro pedaco de corrente que compide a amarra repousa inteiramente sobre o fundo e qualquer esforgo sobre ele auxitiard a Ancora a se entertar mais profundamente Ao determinarmos 0 comprimento de amarra's (ou filame) a ser paga devemos ter atengao para dois pontos importantes: © qual a altura da proa até a superficie da Agua; © qual a amplitude da maré no local. Imaginemos que fundeamos em 3 metros de 4gua e pagamos 18 metros de amarra, ou seja, uma relacdo bastante razodvel de 6:1 (18+3). Porém se nossa proa esta 1,5 acima da superficie a relagdo cai imediatamente para 4:1 (18+4.5). Seis horas depois a maré subiu outro 1,5 me temos agora uma relagio de 3:1 (18+6), ou seja, exatamente a metade da relacio teérica inicial e muito pouca amarra para um fundear seguro. © Uma amarra de embarcacéo amadora possui geralmente 8 (oito) quartéis, ou seja 200 m. A cada 25 m devemos marcar 2 amarra para facilitar 0 conhecimento do filame pago para fundeio. '® Quando falarmos sobre fundeadouros vamos ver a questao de espaco para o giro da embarcacio. 4 Geralbo Luiz Miranda de Barros A AMARRA MISTA Uma solugdo de compromisso para termos, em embarcages amadoras, uma amarra proxima da ideal 6 aquela que conduz ao uso de um pe- queno comprimento de corrente (2 a 10 m) co- nectada a ancora e, a outra extremidade, a um Jongo comprimento de cabo de nylon como nos mostra a figura ao lado, Esta combinacio satisfaz aproximadamente a todos os requisitos ante- riormente apresentados, exceto que nao é resistente a abrasdo em todo o seu comprimento e uum Tongo filame necesita ser usado para manter a haste da ancora horizontalizada. O nylon é comumente usado devido a sua natural elasticidade que funcionara como 6timo amortecedor reduzindo os extremos de esforcos quer sobre a ancora quer sobre 0 barco. Use 8:1 de filame para um bem fundeio RZ sev, Use « relagto 8:1 para um “unthar” melhor. Nao se esquegn de zerificar o espaco de giro O pedaco de corrente ainda tem como fungao vital evitar que a amarra de nylon roce em fundos (muitos deles Asperos) e se desgaste prematuramente, comprometendo inclusive, seriamente, a seguranga da embarcacio. A AMARRA DE “CORRENTE” Embarcacdes maiores dispondo de molinetes ou de cabrestantes costumam usar toda a amarra de “corrente”. Isso reduz a necessidade de grandes filames uma vez. que 0 proprio peso da amarra fara com que ela permaneca no fundo ainda que sob severas condigoes de tempo, ocasiao em que mais quartéis deveriam ser pagos. As principais desvantagens da amarra de “corrente” é que ela nao tem nenhuma elasticidade além de serem mais caras e mais pesadas exigindo um aparelho de suspender (molinete ou a2 Navregiar ¢ Rail - Parte I~ Cap I cabrestante) 0 que poder representar um acréscimo de peso na proa da ordem de uns 200 kg, o que poderd afetar negativamente o desempenho de um barco.” Em aguas interiores, costeiras ¢ em cruzeiros pe- quenos em que o desempenho é importante, sugerimos usar a amarra mista com um minimo de 10 m de corrente de ferro galvanizado. J em cruzeiros oceanicos onde pode haver um pouco menos velocidade de avanco a amarra de “corrente” com pelo menos oito (8) quartéis nos parece a melhor solugao. Aomarra (CorRENTE) Amarra (Mista) t t * face ao seu maior peso ofere- | * ouso de um comprimento de ce maior forca horizontal sobre 6a 10 mde “corrente” melhora seu poder de unhar. aforca horizontal sobre anco- rae evita o desgaste prematuro 0 peso da amarra produz uma da amarra (cabo). catenaria (curva) que prové um amortecimento do esforcgo so- * 6timo efeito de amortecimen- | bre o barco em Aguas agitadas. to provocado pela elasticidade do cabo de nylon. | © a quantidade de amarra paga ndo deve ser nunca inferior a3 | © a quantidade de amarra paga __vezes a profundidade maxima | deve ser de no minimo 8 vezes da dgua mais distancia proa su- | a profundidade maxima da agua | perfcie da agua, mais a distancia proa superficie da agua, L | Obs.:a quantidade de amatra deverd ser reduzida em casos de pequenos espacos de giro. ® Modernos e leves barcos de cruzeiro possivelmente nao desejarao sofrer reduces em suas velocidades de avango e aumentar 0 caturro por causa de tal peso. Geralto Luiz Miranda de Barnes: USO DO “ELO PATENTE” E DO TORNEL Nas embarca- cOes antigas emprega- vam-se manilhas com cavirdes de segao oval para a ligacao dos quartéis de uma amar- ra, Tal ligacao tinha a desvantagem de“mor- der” (prender) ao pas- sar na coroa dos ca- brestantes nao sé por sua propria forma co- mo também por serem maiores que 0s elos da amarra. Atualmente os quartéis de amarra sao ligados por elos desmontdveis tendo a forma e as dimensées de um elo com malhete comum. Existem dois tipos de tais elos comumente chamados “elos patentes”: RANTLHAO (LIGAGAO DA ANCORA) SB * oelo Kenter padrao constituido de 2 partes de elo iguais, um malhete e um pino que se ajustam como Kw swore Tmostrado na figura. Elo Kenter © o elo C padrao constituido também de duas partes com 0 mesmo principio de construgao que o elo Kenter. ¢ 4 Elo C Tanto o elo Kentter quanto 0 elo C so chamados de “elos patentes” e tem como ja dissemos, a funcio de unir quartéis em uma amarra. a6 Nuawegar é Facil ~ Parte 1 - Cap tit 3 rete O tornel & uma peca formada por um olhal, um parafuso com olhal, uma porca cilindrica © um contrapino. O tornel permite que a amarra gire em relacdo a ancora. Deve-se usar sempre um tornel em cada amarra em posicao tal que ele fique sempre fora do cabrestante. Na amarra o olhal maior deve ficar voltado para ré e 0 outro olhal para o lado da Ancora. O tornel sera talingado (ligado) a ancora pela manilha da ancora ou manilhao2 IMPORTANTE | O ferro, © tornel e a amarra devem ser totalmente | inspecionados, no mfnimo, uma vez por ano, principalmente i nos quartéis que foram usados com maior freqiténcia. N&io esquecer que um elo em mal estado condena todo o quartel e que a amarra nos fundeios é quem suporta os maiores esforcos para agiientar uma embarcacao. QUESTIONARIO 1, Por que terminologia marinheira as ancoras séo conhecidas? 2, Uma Ancora penetrara melhor ou pior, a superficie do leito do mar em fungao da do ; 3. A capacidade de uma ancora se “enterrar” mais ou menos € 0 seu de 4. Cite uma caracteristica importante de uma ancora. 5. Uma ancora deverd guardar uma certa entre 0 seu peso eo. do barco. } 6. O que acontecera se usarmos uma ancora que nao trabalhe bem? RESPOSTAS AO HNAL DA TF » A parte curva da manilha fica no’elo da amatra e 0 cavirdo no anete do ferro. 45 FUNDEAR E SUSPENDER - CaP 4 « Fundear » Suspender * Fundeadouro * O Uso de Uma Segunda Ancora © Questiondrio FUNDEAR E SUSPENDER FUNDEAR Por acasiao de fundear devemos tomar certos cuidados: « aescolha do local verificando a carta nautica e a maré dominante (enchente ou vazante); * aproximarmo-nos do local de fundeio em marcha reduzida e aproados ao vento, ou a corrente se esta for mais forte; * chegarmos ao local de fundeio com as “maquinas paradas” ou os “panos aba- fados” e a embarcacio com pouco seguimento ou quase parada; largar o ferro, deixando-se corer uma quantidade de amarra de, no minimo, trés vezes a profundidade do local, ao mesmo tempo em que damos “maquinas atras devagar” o necessario para ajudarmos o ferro a unhar. Nao devemos deixar a amarra correr livre, com a embarcacdo parada, para evitar que ela embole sobre o ferro, perdendo assim o seu efeito. As embarcac6es, exclusivamente a vela, devem largar 0 ferro quando ainda com seguimento a vante, para o mesmo fim; * ter certeza de que 0 “ferro” unhou, sem o que a embarcacao ficaré a garr DS méquinas atrds devagar para ajudor a unhar o ferro. * se necessario, recolha 0 “ferro” e a “amarra” e tente novo fundeio; « para evitarmos perder o ferro devemos nos habituar a fixar nele um cabo fino Geraldo Luiz Miranda de Barros chamado aringue que ¢ agiientado na superficie por um objeto flutuante denominado béia de aringue; HABITUE-SE A USAR A BOIA DE ARINQUE BOI DE ARINQUE *PEDAGO" DE CORRENTE * logo que a embarcacao se estabilizar no fundeadouro, fazer marcagées de pontos de terra para determinarmos nossa posicao na carta. Escolher tanto quanto possivel pontos que possam ser vistos tanto de dia quanto de noite, possibilitando assim que a qualquer hora possamos verificar se a embarcacdo esta “garrando’ no fundeadouro ou nao. SUSPENDER Quando vamos suspender, normalmente a embarcacao estar sempre aproada a direcéo em que se encontra 0 “ferro”. Procuramos manobrar com a embarcacao de maneira a colocarmos 0 “ferro a pique” (amarra na vertical), Em seguida “arrancamos” © ferro do fundo e igamo-lo para bordo. Devemos ter cuidado ao manobrarmos a embarcagdo evitando que a amarra passe a “dizer para ré” (fique nao na vertical e sim enviesada na diregao da popa). E preciso também ter cuidado na ocasiao em que 0 ferro “arranca” do fundo, porque a partir desse momento, se o motor estiver parado ou as velas estiverem “abafadas”, a embarcacao fica & deriva ou a “matroca”, isto é, ao sabor do vento e da corrente existentes. Deve-se pois, a partir desse momento, “manobrar com 0 motor” ou “cacar os panos”, como conveniente, para iniciarmos 0 movimento desejado da embarcacao. FUNDEADOURO ‘Ao escolhermos um local de fundeio, deveremos ter em mente que um bom fundeadouro deve: 48, Navegar 6 Ficil- Parte I~ Cap 1V «ser abrigado de ventos, correntes e ondas; * ter uma profundidade adequada a nossa embarcagao. (Cuidado para nao encalhar na baixa-mat); * ter um fundo sem grande declividade, pois em caso contrario facilmente a embarcagao “garrara”; * ter um fundo de boa “tenga” (poder de prender o “ferro”), Os melhores fundos s4o os de areia, lama, cascalho ou uma combinagao deles; * ter espaco suficiente que permita a nossa embarcacao girar sem perigo,emum raio que sera funcao da quantidade de amarra largada e do comprimento da embarcacio; gL # se necessario irmos 4 terra, ser um local proximo ao local de desembarque. FUNDEADOURO. |= quantidade de amarra largada ‘¢ = comprimento da embarcacao 1 = réio de giro quando fundeada Ao escolhermos um local de fundeio devemos evitar o fundo de pedra, para evitarmos perder o ferro ou a propria amarra, devido a um provavel “entocamento” nas pedras Se a permanéncia no fundeadouro é pequena, largamos, como j4 vimos, um comprimento de amarra igual no minimo a trés vezes a profundidade (se aamarra for toda de corrente). Fundeio incorreto~ pouca omarra (cobo ou corrente) Fundeio incorreto — powen aniarra (cabo ou corrente) Geralo Luiz Miranta de Barros Mas se a demora for maior, ou sé a nossa amarra 6 mista devemos largar cin- co vezes a profundidade. Se é previsto mal tem- po, podemos ainda aumen- tar por medida de seguranca, a quantidade de amarra, para oifo vezes a profun- ‘Amarra - corrente — paio menos 3 x profundidede mere mint” ~ Six protundidose didade do local. Previsdo de mau tempo - aumentar para 8 x profundidade Fundeio correto O USO DE UMA SEGUNDA ANCORA Muitas vezes, é necessario largarmos uma segunda ancora para reduzirmos 0 gito ou 0 cabeceio do barco, provocado por uma corrente de maré ou por um vento forte, especialmente em um fundeadouro apertado. Infelizmente, nem todos os barcos, devido principalmente a configuracées diferentes de casco, permanecem orientados para uma mesma direcao sob condigées idénticas. Alguns se alinham mais ao vento e outros & maré. Uma maneira para usarmos duas ancoras é baixar ambas pela proa com a mais pesada delas na ditegao da mais forte corrente de maré e a outra em direcdo oposta. Tal método 6 adequado somente em locais de correntes de maré fortes e pouco ou nenhum vento. Se ocorrer ventos cruzados ambos os “ferros” poderao garrar. aie ecieeaneDae 1 50 Navegar é Facil - Parte I~ Cap 1V Outra maneira, é posicionarmos as duas ancoras bem pela proa, com um angulo nao muito aberto entre elas. Este método € usado, quando fortes ventos sao esperados © 0 barco sofre mais a influéncia do vento, que a da corrente de maré. Método adequado para locais de fortes ventos. OBSERVACAO © fundeio pela proa e pela popa (dois fertos), nao é | recomendado para embarcacées de pequeno porte, devido a forte tensao induzida sobre ela por um vento forte cruzado, ou por uma também, forte corrente de maré transversal ao seu posicionamento. Geraldo Luiz Mirae de Barres 52. NAO ESQUECA i pains ] A esséncia de um fundear bem sucedido € 0 barco | ficar em um local sem “garrar”. Em um ancoradouro tranqiiilo e conhecido, seu | vaparelho de fundeio” (ferro, amarra, cabrestante etc.) sua “técnica de fundeio” possivelmente nunca serao testadas. Entretanto, cruzando mares estranhos, abrigando- | seem locais pouco adequados, suibmetidos a ventos e cor- rentes nao conhecidos, certamente que af sim, tanto sua aparelhagem quanto sua técnica seréo muito bem testados. QUESTIONARIO Pretendemos fundear para passar a noite em uma enseada onde as condicdes do fundo do mar nao so conhecidas. A rea € muito usada por pequenos barcos a motor. Que precaugoes deveriamos tomar ao fundearmos? Tendo fundeado em uma posigao escolhida, como vocé pode verificar se a ancora est garrando? Pretendemos fundear em uma profundidade maxima de 8m. O vento esta fraco e temos pouca corrente de maré. Nossa ancora tem uma amarra mista com 6m de corrente e muitos metros de cabo de nylon. Qual o comprimento minimo de amarra (filame) que deve ser largada? Liste os pontos mais importantes para a escolha de um fundeadouro. Qual o tipo de Ancora que provavelmente se firmara melhor em um fundo de pedras? Se a Ancora nao “unhar” a embarcacSo poderé ficar Para marcarmos a posigao do ferto devemos usar uma de 8. 5. 10. 11. 12. 13, 14. Navegar é Facil - Parte 1 - Cay Iv ‘Ao suspendermos para arrancar o ferro, devemos ficar com a amarra a © que significa ficar “& matroca”? a) ter o motor ligado nao engrenado; b) icar os panos ¢ ligar 0 motor; ©) correr com o vento de popa; ou d) derivar em fungio do vento e correntes maritimas. Um bom fundo é 0 fundo de boa Com uma amarra mista devemos sempre usar um minimo de igual a a profundidade. Ao usarmos duas ancoras a mais deve ser lancada na direcao da mais forte de Se o barco sofre uma influéncia do vento, maior que a corrente de maré, usamos ancoras pela com um Angulo entre elas. O fundeio pela e pela nao é para embareagées de porte. Oaparelho de ea de fundeio devem ser sempre praticados RESPOSTAS AO FINAL DA 1*. PARTE DESTE LIVRO. | 53 ATRACAR E DESATRACAR - Cap 5 * Atracar e Desatracar * Espias e Seu Uso * Leme e Seus Efeitos ‘ SituagGes de Manobra de Embarcagées * Questionario ATRACAR E DESATRACAR As possibilidades de manobrar uma embarcacdo em um cais, quer para atracd- la quer para desatraca-la, ou simplesmente movimenté-la, sao quase infinitas em niimero. As caracteristicas da embarcacdo, 0 vento, a corrente, 0 tipo do leme, ontimero de propulsores e seu passo sdo as considerac6es fundameniais. Voce deverd pensar na manobra com antecedéncia e detalhadamente mantendo durante todo o tempo 5 embarcacao sob controle De uma maneira geral, para atracar, levamos a embareacao com pouco seguimento, e fazendo um Angulo de cerca de 45°, em relagao ao cais, de maneira a passar um cabo de proa logo que pudermos, carregando-se o leme para o bordo oposto ao cais para fazer a popa vir a este. A embarcacao deve ser mantida atracada ao cais, passando-se um cabo “dizendo” para vante ¢ outro “dizendo” para ré. Havendo corrente, facilmente verificada pela posicao de outras embarcacdes que filam a ela, deve-se aproveita-la, isto 6, atracar contra a corrente. Isso traz vantagem, pois a corrente agiré sobre a popa, aproximando-a e facilitando a atracacao. Para provermos a defesa da embarencio contra chaqwes no eats, devemos colocar defensas, presas aa costado ow enis Para desatracarmos, devemos inicialmente largar os cabos a ré e manobrando com os cabos avante procurar abrir a popa, Se necessario, usaremos ainda o motor dando atrds e manobraremos o leme como conveniente para obter tal efeito. Logo que a popa estiver safa do cais, largamos os cabos de vante e dando atrés afastamos a embarcacao, dando adiante logo que julgarmos conveniente, manobrando o leme de maneira a colocarmos nossa proa na direcao desejada Para facilitar a desatracacdo podemos largar o ferro, antes de atracar, quando a embarcagio ainda esta afastada do cais. Para desatracarmos, vamos folgando os cabos de atracacao e recolhendo a amarra, até que a embarcacio fique safa do cais, quando ento largamos 0s cabos e apés “arrancarmos” o ferro e colocé-lo a bordo manobramos como necessario para movimentarmos a embarcacao na direcao desejada. Geralto Luiz Mirena de Barras Podemos ainda desatracar usando uma corrente favordvel. Se ela estiver pela proa, folgamos os cabos a vante, mantendo os de ré apertados. A proa se afasta do cais @ a popa permanece junto a ele. Logo apés folgamos os cabos a ré; a popa também se afastara, permitindo uma desatracagio sem maiores dificuldades. Se a corrente estiver pela popa, adotamos 0 procedimento inverso, 0 que nos levaré também a uma facil desatracacio. ESPIAS E SEU USO Os cabos que permitem a uma embarcacao “amarrat” a um cais so chamados de espias. De acordo com seu posicionamento em relagio 4 embarcagao as espias sao denominadas de Jancantes, espringues ou traveses. Assim a espia que “diz” para vante ou para ré em relacdo ao seu posicionamento na embarcagao é um lancante de proa ou de popa, conforme o caso. A espia que “diz” para a direcao de meio navio, quer a vante, quera ré, é um espringue e aquelas que sio perpendiculares ao cais constituem os fraveses. L-Langante de proa ~ Serce para evitar que a embarcagao caia a ré 2-Espringue de proa — Serve para evitar que a embarcago caia a vente. 3-Través — Serve part evitar que a em- barcagio abra do cuts. Pode ser usade na prod, na popa o1t a meio nevi, 4-Espringue de popa ~ Serve para im- pedir que a enbarcacto cnia a ré 5-Langante de popa ~ Serve para impedir que a embareagio caia a ante. ESPIAS E SEU USO Sempre durante as atracacdes, ou muitas vezes jd atracados, necessitamos manobrar nossas embarcagdes ao longo do cais. Para tanto, basta manobrarmos convenientemente com as espias, fazendo com que a embarcagao caia a vante ou a ré. ATENCAO Sempre que usarmos um través nas amarracdes devemos observé-lo com freqiiéncia pois, por ser a espia mais curta e perpendicular ao cais é a que mais sofre com a variacéo das marés, podendo mesmo partir quando demasiadamente tesada. Nawegar é Bécil- Parte I~ Cap V Espras EM UM Mesmo Capeco Ao atracar quando duas espias forem para um mesmo cabeco a espia de baixo podera ser retirada sem dificuldade desde que, ao colocé-la, tenhamos feito sua alca passar por dentro da alca da outra espia, como mostra a figura ao lado. LEME E SEUS EFEITOS O leme tem por finalidade dar diregéo a uma embarcacao e manté-la a caminho, no rumo determinado. E por meio do leme que se faz o navio guinar. Ele é disposto na popa e s6 tem agao quando a embarcagao est4 em movimento (ressalvados os casos de correnteza), uma vez que o seu efeito é resultante da forca das aguas, em movimento, sobre sua porta. O Jeme 6 comandado por um timdo, por uma roda de leme ou por uma cana de leme. Ao girarmos 0 timdo ou a roda do leme para um bordo a proa da embarcacéo ird para esse bordo. Jé com a cana do leme, ao empurré-la para boreste (BE), por exemplo, a proa ira para bombordo (BB) e vice-versa. Mods Molaquetos ‘c ‘Cana do tome Porta Cadaste (Extremo da oe perie 008 DE Lem Et (do tem malaguetes) LEME COMUM Teoricamente, 0 efeito maximo do leme é obtido com 45° de inclinagio da porta em telaco a quilha da embarcagao, porém, na pratica, verifica-se que 0 seu efeito maximo nao vai além de 35°, para cada bordo, Na marcha atrds 0 efeito do leme é contrdrio ao da marcha adiante, porém muito menor. Geraldo Luiz Miranda de Barros Em uma embarcacao de um $6 hélice o efeito do leme variara com a sua posigéo em relagao a quilha e ao sentido de rotacao do hélice. Considerando uma embarcacao de um sé hélice, com rotacdo para a direita e nao levando em consideracao a forma do casco, nem o tipo de leme e do hélice apresentamos 0 quadro abaixo: TENDENCIA DA PROA NAS MANOBRAS. Navio 6 Hélice Navio © Héiice ‘Naviocom | Novo com Ge ‘em Marcha AV fem Marcha AR segumenioe | sogumerione Parindedo | Com | Patindodo | Com | vonteehéiice| | ré ehétce: Repowro | seguimento | Repouso | seguimento | donde atrds [dando aciante} Gee Pora 88 Para BE Para BE Pora BE Fora BE | Pode irpara lentamente | Ientamente | lentomente | tentamente | lentamente | BB ou para BE ae Triclaimente A ra Por BE muito} PoraBe | parasBeem| Para BE BB | ropidamente | PO" 88 | "lentamente | rapidamente | segulca p/ BE | lentamente ropidamente Para BE Pora BE Pora BE Pora BE oa tentamente | PE | ientamente | ientamente | PSF | lentamente Agto do Muto | Pouco mator fs Grande Gronde | petite | sommasace | Pequeno Medio Ref: Arte Naval - Maurilio M. Fonseca ~ 3*, ed. ~ 1982 ~ pag. 608 SITUACOES DE MANOBRA DE EMBARCACOES Apresentamos aqui algumas acdes de manobra de embarcacées, escolhidas entre aquelas que apresentam-se com maior freqiiéncia. £ oportuno lembrarmos que 0 tipo de casco, de leme, sentido de rotacéo e numero de propulsores podem alterar as manobras apresentadas, vilidas apenas como regras gerais e mostradas a titulo de simples exemplificacao. 5B RECOMENDACAO Cada embarcacio tera seu comportamento préprio. Assim 6 importante que cada um faca suas experiéncias com sta embarcacao a fim de conhec¢-la bem, organizando suas acoes evolutivas em um quadro préprio, semelhante ao apresentado. Navegar ¢ Facil - Parte I~ Cap V ATRACACAO COM VENTO OU ie CORRENTE PERPENDICULAR AO Cals APROXIMACAO POR BARLAVENTO sivo —— YENTO Aproximar-se paralelo ao eais, quase parando. O aVeaeee vento ou corrente aproximard a embarcacao ao cais. Passar logo que possivel espias pela proa e pela popa ATRACACAO COM VENTO OU ee CorRENTE PERPENDICULAR AO Cais oe APROXIMACAO POR SOTAVENTO BAe Aproximar-se do cais com um angulo aproximado de &M~ VENTO OU 455 ages Eetictua Gaembarcacin § | a Corrente 42”-Assim que a bochecha da embarcacao tocar o cais, passar uum espringue de ptoa. Dar leme para 0 bordo contrario ao cais. Maquina adiante devagar. A popa encostara. ArrACACAO Com VENTO ov CorRENTE PARALELA Ao Cais vento oy Procure atracar sempre contra a correnteza ou vento. Aproxime- |] se do cais com um Angulo de cerca de 30%, com a maquina adiante devagar. Assim que possfvel passar um lancante de proa e parar a maquina. O vento ou a corrente ajudard a encostat a popa. iva INVERSAO DE PRoA No Cais Retiramos toda a amarragao, exceto 0 langante de ‘ 4 proa. Leme na diregao do cais, damos maquina adiante devagar. A meio caminho, trocamos o lancante de proa de cabeco, invertemos a mquina, mantendo o leme du- cals rante todo o tempo carregado para 0 mesmo bordo. Larcar Do Cals SEM VENTO NEM CORRENTE Leme a meio, maquinas adiante devagar, de- fensas protegendo 0 costado. Ao iniciar 0 desloca- one mento va dando leme no sentido contrario ao cais 7 lentamente até ficar coma popasafa. Podemos tam- |< _- < tf Pi ERRADO_-— bém largar todas as espias exceto o espringue de popa, ir entrando com essa espia, leme contrario ao cais € maquinas adiante devagar. Geralo Luiz Miranda de Barros LARGAR DE UMA GAVETA Entrar com 0 espringue de proa, maquinas adi- ante devagar, leme na direcao do cais. Tao logo a popa fique safa coloque o leme a meio e inverta a maquina, soltando a espia. Larcar Do Cars com VENTO ou CCorRENTE PELA PROA Largar todas as espias exceto o espringue de popa, manter o leme contrario ao cais. Depois que a proa abrir 0 ¥ENTo OU _suficiente, folgar o espringue, até que a popa se afaste do CORRENTE cais, Largar 0 espringue de popa, dar maquinas adiante devagar. Larcar Do Cars com VENTO OU CORRENTE DE Popa. Largar todas as espias exceto o espringue de proa. Leme na direcdo do cais, ir entrando 0 es- A VENTO ov pringue de proa. Quando a popa estiver safa, leme CORRENTE a meio e maquinas atrds devagar. Girar EM UM CANAL Irentrando lentamente coma amarra emano- brar com a maquina e com o leme como adequado a0 giro desejado. Moupanc¢a DE PosicAo No Cats 2 aie Largar todas as espias, exceto um lancante de proa para auxiliar a manobra. Maquina adiante devagar, leme na diregao ®a]/ CAIs do cais, até atingir a nova direcao. Inverter a maquina e o leme, mudar a espia de posicao para que se mantenha como lancante. je Mupanca ve PosicAo No Cats Largar todas as espias, exceto um espringue de proa para auxiliar a manobra. Com o leme na direcao do cais dé maquina atrés. Ap6s 0 ponto de giro inverter o leme. Mude a espia de posicao para que se mantenha como espringue. 10. 11. 12. Navegar é Bivil- arte 1- Cap ¥ QUESTIONARIO Sempre que for possivel devemos atracar a Ouso de. presas ao costado, bem como outras presas ao cais evitam avarias no casco das embarcac6es. Para facilitar uma desatracacao futura é comum largarmos o antes de quando a embarcagao ainda est4 do cais. E Os cabos que permitem “amarrar” um barco ao cais sio chamados de ° uma espia que serve para evitar que a embarcagio caia a ré. © que torna 0 uso de traveses desaconselhavel? Quando usamos duas espias em um mesmo a espia de baixo de- verd ter sua alca passada por dentro da da outra espia. A caracteristica que nao altera as condicdes de manobra de uma embareagio é: a) tipo de leme; b) condicdes do vento; c) temperatura da 4gua; d) mamero de propulsores. efeito maximo do leme na pratica é obtido com uma inclinagéo da porta em rela- cdo a quilha de: a) 60" b) 90° 35" d) 45° Em uma embarcacao de um s6 hélice, o efeito do leme variaré com a sua posigéo em relagao a ecomo de do hélice. Se empurrarmos a cana do leme de uma embarcacao para BE a porta do leme iré para ea embarcacéo guinara para Se girarmos a roda do leme para BB a porta do leme ird para ea embarcacao guinaré para RESPOSTAS AO FINAL DA 1*, PARTE DESTE LIVRO. 61 Carta NAUTICA - CaP 6 © O Que é uma Carta Nautica « Escala da Carta * A Orientacao das Cartas « Edicao das Cartas Néuticas « Informac6es Oferecidas pelas Cartas Nauticas © Questionério O QUE £ UMA Carta NAUuTICcA? A carta ndutica nada mais é do que a representacio em uma drea plana de um trecho da superficie da Terra. Tal representacao, obviamente, sera em uma escala conveniente e por ser ndutica, apresentara a parte de dguas e de litoral, com muito maiores informacées do que um mapa que se ocupa quase que unicamente, da parte terrestre da superficie de nosso planeta ‘A carta nautica além de possibilitar a visualizacao de nossa posi¢ao e do rumo em que navegamos, da também informagoes sobre perigos, profundidades e auxilios que permitem um navegar mais seguro da embarcacao. Bj ESCALA DA CARTA Aescala da carta a ser usada depende de que detalhamento 0 navegador necesita. Uma pequena escala de carta pode ser suficiente para uma navegacao ao longo da costa porém, ela ndo dard as informacoes detalhadas a respeito de perigos em aguas interiores, fundeadouros, ou entradas de portos. ‘ais informacées, entretanto, estarao disponiveis em uma carta de maior escala. Aeescala € uma informacao mostrada logo abaixo do titulo da carta dando o ntimero de unidades medidas em terra que sao representadas por uma unidade da carta ou, em outras palavras, a escala da carta significa a relacdo entre o representado e o real. Ex.: carta 1500 — escala 1 : 300.000; carta 81 — escala: 1 : 330.000. PROFUNDIDADES em METRO! BRASIL COSTA LESTE Do CABO bE SAO TOME| Ao RIO DE JANEIRO Gerallo Luiz Miranda de Barns A ORIENTACAO DAS CARTAS Com raras excegGes, quase todas ligadas a cartas fluviais e lacustres, o norte (N) estd sempre na direcao da parte superior e o sul (S) na direcio da parte inferior da carta; conseqiientemente 0 leste (E) esta a direita e o oeste (W) a esquerda. IMPORTANTE As categorias amadoras de Arrais e de Veleiro, que s6 | podem navegar em aguas interiores e/ou dguas abertas nas proximidades da barra dos portos, em limites fixados pelo Capitao dos Portos em cada local, s6 usarao cartas de grande escala, ou seja, ricas em detalhes, particularmente aqueles de balizamento uma vez, que a navegacao que fazem 6, fundamentalmente, uma navegagdo pratica reconhe-cendo pontos e determinando seus rumos através de tal reconhecimento. EDICAO DAS CARTAS NAUTICAS No Brasil todas as cartas oficiais so produzidas pela Diretoria de Hidrografia e Navegacto (DHN) do Ministério da Marinha. Atualmente existem algumas empresas que, autorizadas pela pi, editam cartas geralmente de pequenos trechos, dedicadas & navegacao de esporte e recreio. Apesar de muito titeis, principalmente como orientacao ao navegante, tais cartas nao sofrem atualizacdo pelo que, néo devem ser usadas como cartas de navegaco, propriamente ditas. Corregao pas Cartas Nauricas® — a fim de garantir 0 maximo de seguranga & navegacao as cartas precisam ser corrigidas sempre que necessdrio de forma a ter todas suas informacGes permanentemente atualizadas (béias, fardis, novos perigos, posi- cionamento de plataformas de petréleo etc.). Isso é feito através dos “Avisos aos Navecantes” editados periodicamente pela DN e distribuidos, gratuitamente, as Capitanias de Portos, Clubes Nauticos, Marinas, Agentes de Vendas ete. 21Sea corregio ou corresdesa uma cariaé (so) muito grande(s) uma nova edicio da carta Sento feita. 64 Naweger 6 Facil - Parte I~ Cap VI INFORMACOES OFERECIDAS PELAS CARTAS NAUTICAS Através de uma simbologia propria, uma série de informagdes de extrema utilidade para o navegante so fomecidas pelas cartas néuticas, Entre tais informagoes destacamos Tiruo pa Carta & NUMERo pe ORDEM Indicam o pais, a parte do litoral € 0 trecho que a carta cobre. Por exemplo: carta 81 — Brasil-Costa Sul — Do Rio de Janeiro a Santos. PROFUNDIDADES E ALTITUDES S40 expressas em metros. As profundidades reduzidas aproximadamente ao nivel da baixa-mar média de sizigia, ou seja, nas condicdes de minimo de Agua no local. As altitudes em metros acima do nivel médio. Notas Sosre Precaucoes Geralmente em letras vermelhas e que devem sempre ser lidas com atencdo pelo navegante. ObBSERVAGAO SOBRE CONTINUACAO DA CaRTA Quando existente, escrito a carmim junto as laterais e margens. Ex.: na carta 1500 encontramos: carta adjacente 1600. Ourras Cartas pe Mator Precisao Existenres NO TRECHO Os limites de tais cartas e seus ntimeros sao sempre tracados a carmim, ostentando o ntimero da carta a que se refere tracado. Rosas pos VENTOS Dispostas em um ou mais lugares das cartas néuticas, acham-se tracadas uma ou duas rosas. Quando existe wma s6, ela tem sua direcdo N-S na diregio dos pélos N eS verdadeiros da Terra e portanto, quando usada fornecera indicacdes verdadeiras Quando existe duas (0 que é mais comum) a rosa externa oferece inilicagdes verdadeiras €a rosa interna, indicagées magnéticas. Decunacdo Macneética? No interior da Rosa dos Ventos esta escrito o valor da declinagéo magnética do local, para um determinado ano, bem como, 0 respective aumenio anual. * Toda a simbologia e abreviaturas usadas nas cartas nduticas brasileiras esto contidasma CARTA 12000 (ENT) publicacio editada pela DHN c apresentada em capitulo proprio deste livro © Na parte 2 deste livro o assunto declinacio magnética voltara a ser abordado. Geraldo Luiz Miranda de Barres 40 “9 13s Ef Page ri) wg mune ee ‘ : by Tin omoren ) HI 9 topeognuapr jeurs has 9 auaurenuquo? ‘ZEPIgLE We ovssKUD Woo joswJopys uN WI9QUIE) 9 [Z| © ‘suoyymm soup oF ap aouvoyo wan way atoyradns ep Bue ur Q’¢ ap vaso & sopeasasqo wn vied apepriqista ap steuuou saospuos wy forpaur jaaru op eure UI [g ap apnyyTe eum wa} ayy e ‘opousvoua ‘oouysg ‘ooung sopeuraye sofadwuey sowOd eprznpes 9 ovdeUUOFUT eISy onunuoD ZEPI STE OW WS?#/Is 4d VW" dT sossarduut sozozqp sajumn$as so vsvy vyyt Ep Tore] op ovdejuasardor ep opey ov (oxTaUe{ ap Ony ov gUIO], OBS ap OgeD) NOIT HAND LU SoMeN}UOSUD ‘ofduraxa 10d “WISsy ‘eoHNBU-e}IeD PU SepesIpUT OF}S9 sear sLID}EIED sens WOD “svz11Nq 2 sv10g ‘stOADf OIpYA a SIOLDT OVOVOIAVN ¥ SOImXAy TA dita ~ j euteg - ory 9.400020. Geraldo Luiz Mirada de Barros IMPORTANTE A utilizacao de uma carta ndutica deveré sempre ser acompanhada das seguintes publicacGes: | * Carta 12000 (INT 1) — “Simbotos, Abreviaturas e Termos” usados nas cartas nduticas brasileiras (no capitulo 8 deste livro apresentamos com mais detalhes tal publicacio); | * Avisos aos Navegantes (folhetos) — é através deles que correcdes permanentes ou tempordrias as cartas nduticas sao informadas); © Lista de Earbis; * Lista de Auxtlios-Rédio; © Tébuas das Marés; e | ° Cartas de Correntes de Maré (quando existentes). eas As cartas nduticas ainda nos dao uma série de outras informacées titeis, tais como: qualidade do fundo, setores de visibilidade de fardis, linhas isobatimétricas (de igual profundidade), linhas de paralelo (latitude), linhas de meridiano (longitude) etc. Além dessas informacdes encontramos ainda nas cartas néuticas representacdes de todos os pontos notaveis do fitoral representado, tais como: igrejas visiveis do mar, construgées notaveis — prédios, antenas de radio e televisao etc., morros e suas alturas, alinhamentos, cascos sogobrados, pedras, bancos, alto-fundos etc. IMPORTANTE Quando a cor é de um azul forte isso indica que estamos em uma dea cuja profundidade sera sempre inferior | al0m. Quando a cor da area de mar da carta mostra um | azul mais claro isso indica que estamos em uma drea de | profundidade menor que 20 m e maior que 10 m. A cor do restante da area de mar representada sera sempre branca, enquanto a parte terrestre é creme.™ ™ A cor creme agora éinternacionalmente adotada para arepresentacao da poredo terrestre das cartas, Entretanto, as cartas néuticas rasileiras estao em fase de transigao e anteriormente elas usavam a cor verde paraa representacao de terra 68. Navegar é Faeil - Parte I Cap Vt © Ldosie Ble taro IMPORTANTE Tenha sempre suas cartas nduticas aivalizedas, | observando o “Avisos aos Navegantes” e fazendo nelas as correcdes indicadas. Uma carta néutica atualizada é, também, securanea. QUESTIONARIO 1. Que carta dard ao navegante uma maior precisao de informagoes? a) 1:20.000 b) 1: 100.000 c) 1: 23.400 d) 1: 800 2. As corregdes das cartas néuticas sao feitas através de que tipo de informacées? 3. A declinacao magnética de um local é encontrada em que parte de uma carta nautica? [ RESPOSTAS AO FINAL DA 1*. PARTE DES" Pusiicacdes NAuticas - Cap 7 METEOROLOGIA PARA NAVEGANTES * Publicagdes Néuticas * Roteiro * Catalogo de Cartas e Publicagoes * Carta 12000 * Tabua das Marés » Lista de Faréis * Lista de Auxilios-Radio * Almanaque Nautico * Tébuas e Tabelas de Auxilio A Navegacdo * RIPEAM * Avisos aos Navegantes © ApENDo 1 - Quadro de Areas de Responsabilidade de Aviso aos Navegantes Pusiicacoes NAUuTICAS JA vimos que as cartas nuticas nos dio uma série de informacées titeis que, entretanto, nem sempre sao suficientes para que possamos ter todas as respostas desejadas para resolucao das intimeras situagdes que se nos deparam. Tais informacées, que por sua extensao, detalhes etc. néo podem ser apresentadas nas cartas nduticas, bem como outras que existem para facilitar e possibilitar os trabalhos de navegacéo, proporcionar maiores conhecimentos sobre determinado assunto etc,, figuram em uma série de publicacées editadas em sua quase totalidade pela Diretoria de Hidrografia e Navegacao do Ministério da Marinha. (DHN- MM) Neste capitulo apresentaremos as publicagdes nduticas que, a nosso juizo, s4o de interesse maior para o navegador de pequenas embarcacoes. ROTEIRO O Roteiro do Brasil tem como pro- pésito complementar as cartas nduticas brasileiras — nunca descrevé-las - dando aos navegantes subsidios que lhes permi- tam melhor avaliar as informacGes das cartas, ao navegar ao longo da costa ou dos canais e nas aterragens, assim como. ROTEIRO reconhecer os regulamentos, recursos e facilidades dos portos e terminais. Na navegacao ao longo da costa Coe procura-se mostrar 0 aspecto geral do litoral, com informagées sobre pontos been eo geograficos caracteristicos, estruturas iso- re mae ane ladas e auxilios & navegacao que per- mitam identificd-los para determinar a eee posicao do navio, perigos existentes nas rotas usuais, ventos, correntes ocednicas, areas e atividades de restricao 4 navegagio ¢ rotas mais usuais ou aconselhadas, sempre que possivel, entre dois portos Na aterragem, a descricao é feita na seqiiéncia em que os pontos geograficos caracteristicos se tornam visiveis e os perigos existem, até o ponto de fundeio ou Geraldo Luiz Miranda de Barras embarque de Pratico, para os navegantes que se aproximam procedentes das diregdes mais freqitentes. Quando hd mais de um canal navegavel, eles sao abordados na ordem decrescente de suas importancias, seguindo-se as informac6es sobre os perigos existentes nas suas proximidades. Na descrigao dos pontos caracteristicos e dos perigos, sea totalidade dos detalhes importantes para o navegante pode ser vista na carta, o ponto ou o perigo é mencionado resumidamente, 0 necessario para sua identificagao na carta; se ha mais informacoes disponiveis do que as mostradas na carta, elas sio dadas no Roteiro. Sobre os portos e terminais procura-se informar aos navegantes o que eles precisam saber da chegada, visando aos aspectos de seguranca da navegacao, trafego e permanéncia, operagao e legislacao portuérias, reabastecimento e facilidades diversas. O Roteiro do Brasil esta dividido em quatro volumes: * Costa Norte (DH1- I) - Da Baia do Oiapoque ao Cabo Calcanhar. Rios Amazonas, Jari e Trombetas. Rio Para; * Costa Leste (DH1 - II) - Do Cabo do Calcanhar ao Cabo Frio. Ihas Oceanicas; * Costa Sul (DH1 - II) ~ Do Cabo Frio ao Arroio Chui. Lagoas dos Patos e Mirim,; e © Rio Paraguai (DHI - IV) — Da Itha Ita Piré ao Porto de Caceres. Cada Volume é dividido em capitulos. Os capitulos I ¢ II so comuns a todos os volumes. O capitulo I dé informacoes gerais titeis aos navegantes sobre carta e cartografia, sinalizacao ndutica, navegacao, avisos aos navegantes, servicos radio, praticagem, sinais visuais, busca e salvamento, servicos de alfandega e satide e regulamentos. O capitulo I contém informagées gerais sobre o Brasil, incluindo dados geograficos, meteoroldgicos e oceanograficos e relacbes dos principais portos, terminais e servicos portudrios. Os capitulos seguintes dos volumes 1, II e II abrangem trechos significativos da costa, descritos do Norte para o Sul. Sao subdivididos em secdes, correspondentes, tanto quanto possfvel, a trechos entre dois portos ou a bafas onde estejam localizados portos importantes. O capitulo I do Roteiro Rio Paraguai abrange trechos significativos do rio, descritos no sentido de sua desembocadura no rio Parané para montante. IMPORTANTE Ler 0 Roteiro do Brasil antes de uma aterragem a um ] local nao conhecido é importante, para sua seguranga. Nao deixe de ter a bordo 0 volume da drea a ser navegada. Navegar é Récil~ Parte I~ Cap VII © Folheto Quinzenal de Avisos aos Navegantes publica em sua parte VI as correcdes permanentes ou atualizagdes que devem constar de imediato no Roteiro. Estas correcGes devem ser lancadas no texto, a tinta ou coladas e registradas no quadro Registro de Correcées, de acordo com as instruc6es nele contidas. O Suplemento Anual do Roteiro distribui folhas novas com as alteragdes ocorridas apés 0 tiltimo Suplemento, inclusive as folhas distribuidas pelos Folhetos Quinzenais. Flas podem ser de dois tipos: folha substituta ou folha a ser inserida. COLABORACAO DO NAVEGANTE | A Diretoria de Hidrografia e Navegacao (DHN) solicita aos navegantes que, no interesse da seguranca da navegacao, comuniquem a esta Diretoria qualquer omissa0 ou inexatidao encontrada no Roteiro, assim como as diver- géncias existentes entre suas informagoes ¢ as das cartas nduticas ou as de qualquer outra fonte. IMPORTANTE Habitue-se a ler a introdugiio do “Roteiro do Bra Ela contém diversas informacdes que vocé precisa conhecer! CATALOGO DE CARTAS E PUBLICACOES A Publicacéo esta dividida em trés partes em um dnico volume: * RelagGes das Cartas Publicadas pela Diretoria de Hidrografia e Navega- cao (DHN); « indices com Informagées mais detalhadas sobre cada carta; * Listagem de Publicagées e Impressos para usos diversos. Geraldo Luiz Mirania de Barras INFORMAGOES IMPORTANTES AOS NAVEGANTES | Atualizagho — A partir de 31 de janeiro de 1989 a Di- retoria de Hidrografia e Navegacdo encerrou as atividades de correcito de documentos nduticos passando a fornecé-los acompanhados dos respectivos textos de Avisos aos Nave- gantes Permanentes que os alteram. Esses textos constaréo de cépias de listagem de computador, ficando a cargo do usuario a intvoducao das correcdes correspondentes. A Convencao Internacional para Salvaguarda da Vida Humana no Mar, 1974 (so.as 1974) determina: “Todos os navios deverao dispor de Cartas, Roteiros, Lista de Fardis, Tabuas das Marés, Avisos aos Navegantes e todas as outras publicages nduticas necessérias, adequadas ¢ atualizadas para a viagem pretendida.” CORREGOES DE CARTAS Todas as pequenas e importantes correcdes que afetem a Seguranca da Navegacdo, e que possam ser introduzidas nas cartas 4 mao ou por colagem de trechos, s40 publicadas quinzenalmente em “Avisos aos Navegantes” que sao fornecidos pelos diversos Servicos de distribuicao.® Para as corregdes devem ser usadas as convencées constantes da Carta n° 1200 Simbolos e Abreviaturas”. CARTA 12000 Face a sua importancia apresentamos um extrato da Carta 12000 no capitulo 8 deste livro. Habitue-se a consultar a Carta 12000, Isso é importante para a sua segurancal % Em principio gratuitamente. ™ Ver capitulo 8 deste livro. 74 Navegar é Bicil - Parte I- Gap Vit TABUA DAS MARES A Tébua das Marés, publicagao que, a nosso ver, deve ser encontrada em qualquer embarcacdo, jé foi convenientemente apresentada de forma detalhada no capitulo 2, deste livro quando tratamos do assunto Marés. LISTA DE FAROIS A Lista de Faréis 6 a publicagao que contém todos os detalhes sobre luzes, fardis, | aerofardis, béias de luz e sinais de cerracdo que interessam ao navegante. A publicacao apresenta em capitulo inicial uma completa orientagio para seu | correto manuseio. Consulte-o! IMPORTANTE - OBSERVACAO SOBRE ALCANCE DE FAROIS Em coluna propria 0 aleance Iuminoso e geogr dos fardis € ‘aco em fuingdo de determinados padrées de visibilidade e considerando-se que os olhos do | observador (desarmados) estejam elevados cinco (5) | metros sobre o nivel do mar. Como dificilmente em embarcacées amadoras nos | encontraremos em situacées de 5 metros acima do nivel do mar os fardis somente poderio ser vistos a distancias bem menores. © aleance geogrifico & calculado de forma aproximada pela formula: D = 2V H +h onde: D = alcance geografico em milhas néuticas H = altitude do objeto em metros h = altura do observador em metros Na pagina seguinte apresentamos a Tabela de | Aleance Geografico extraida da Lista de Fardis. 6 Geraldo Luiz Miranda de Barres Tabela de Aleance Geografico ‘Altura dos olhon do observador em metros (8) a ee YT ‘Aloance om mlthas niuticas = 1,927 (+7) 33 39 43 47 SI SS 38 Gl Oy 12-77 B24, 33 38 62 66 z 0 84 91 96 101 105 61 66 79 74 8 94 99° 104 10.9 113 67 72 78 a1 Wap 1098 110 11s 129 12 77 82-88 Ws 11.1 U6 120 123 ng 94 102 108 113 118 122 0 140 116 120 126 107 nz 0,1 10.9 113 120 123 129 tos tit 17 a3 127-13 105 113 120 125 129 133 i011 ine 122 128 93 137 14.2 18 126 192 1397 tat aS 121 129138 14 143 49 125133 199 144 149 13.3 133,141 147 133 157 tet 155 160 16.5 169 163 tea 172 176 9.0 94 98 102 106 11a 12a 129 11g 1 128133 tao us 1s 124 5 163 129 133 1377 41 Lae 168 at 4s 243 149 149 153 153 136 1536 190 159 163, 162 166, 163 189 tea 17. 10.178 113.07 73 179 7a ta 2000 21 179 178 179 183 23 a 33 176 11 186 190 2 45 oo aie 281 bs i 25.8 257 70 1955 2000204 20, 259 263 75 |tse 194 20,0 203 21,0 204 205,268 a0 |19.2 200 20.6 21,1 21,5 22,0 22,3 A 28 a5 |97 2058 21,1 21.6 221 22.5 229 a6 200 90 }202 2100 2116 2211 226 23.0 234 281 283 95 [207 215 239 28.6 29.0 too’ fata 220 i 295 uo [2241 22,9 238.241 24,5 24, 30,0 304 120 I23/0 2318 244 25.0 2514 25. 309 313 130 [23,9 24,7 25.3 253 263 26.7 big 322 tao [24,7 25,5 26.1°26.7 27.1 27.5 32,6 33.0 450 [25.5 263 269 275 27.9 28.3 33s 338 160 342 46 170 35,0 353 40 38,7 36 190 368 368 200 ar ane 220/305 31,5 319 324 329 33,3 384 388 39,1 40,0 408 413 pao [sia 32'6 332 33.7 342 ae Sua 420 428 260 |33,0 33.8 34.4 3419 38.4 35,8 225 3 440 pao |34.2 35,0 33,6 36.1 36.6 37.0 300 |38,3 36,1 36.7 37.2. 37.7 38,1 4 42,8 43.2 43.6 320 |36.¢ 37.2 37.8 38.3 33.8 39.2 39,639.9 40.3 25 439 449 447 340 343 38,9 3944 39,8 40,3 40,6 41,0 41,3 41,6 42.2 446 45.0 45.4 45.7 360 393 39,9 404 409 413 417 42,0 423 42.7 432 6 46.0 46.4 46 ae [3913 403 409 a1. 41.9 42,3 42,7 43,0 49,3 43.7 442. 1647.0 478 478 ‘00 _faoys 413 at 453 43,6 440 4433 44,6 45.2 4716 4,0 43,6 407 76 Nawegar é Facil - Parte 1- Gap Vit LISTA DE AUXILIOS RADIO Tem por finalidade manter o navegante a par de todas as informacOes importantes sobre os servicos de radio de auxilio 4 navegacao maritima existentes na costa do Brasil e sobre outros servicos-radio titeis ao navegante que estiver no Oceano Allantico do Sul. A Lista de Auxilio-Radio 6 organizada em diversos capitulos que além da Introducao - onde discorre sobre sua correcao e atualizacdo, sobre caracteristicas das estagdes radio, sobre Hora Média em Greenwich e abreviaturas que adota - aborda: Radiogoniometria; Sinais Horérios; Servicos Radiometeorolégicos; Avisos aos Navegantes; Radar - Farol (Racon); Comunicacées de Perigo e de Seguranca; € Apoio Costeiro. LEMBRE-SE Se vocé dispuser de, pelo menos, um radio receptor e/ou um radiogoniémetro a bordg a Lista de Auxilios Radio passa a ter importancia dentre as publicacdes que deveremos possuir em nossa embarcacao. ALMANAQUE NAUTICO © Almanaque Nautico ¢ uma publicacao indispensdvel ao navegador astro- némico, porém itil também na navegacao costeira pois que, através dele podemos calcular a hora do nascer e por do sol, bem como elementos da Lua que permitirao 0 cAlculo do “estabelecimento do porto”.” O Almanaque Nautico contém instrugées bastante detalhadas para seu uso que devem ser cuidadosamente lidas por seus usuarios. > Ver cap. 2- Marés, deste livro. Geraldo Luiz Miranda de Barros TABUAS E TABELAS DE AUXILIO A NAVEGACAO Existem algumas publicacdes que nada mais sio do que coletneas de Tabuas ¢ Tabelas que facilitam e/ou possibilitam os trabalhos de navegacio. A utilizacao de tais publicacdes, ou nao, é uma questao quase que pessoal de cada navegador. Todas essas publicagdes possuem as orientagdes necessarias a uma correta utilizagao, dispensando maiores comentatios. RIPEAM O RIPEAM — RecuraMento INTERNACIONAL PARA EviraR ABALROAMENTO NO Mar, face a sua evidente importancia, foi apresentado, detalhadamente, em capitulo prdprio. AVISOS AOS NAVEGANTES Os Avisos aos Navegantes divulgados pela DHN informam as alteragdes ocorridas nas reas maritimas, fluviais e lacustres, do Brasil e de paises estrangeiros, abrangidas pelas cartas nduticas e publicagdes editadas pela DHN, que afetam a seguranca da navegacao, e outras ocorréncias de ambito geral que devam ser do conhecimento do navegante. De acordo com as caracteristicas das alteracdes a serem divulgadas, os Avisos aos Navegantes sao classificados como: « Avisos-Rapio ~ os que informam alteragdes de cardter temporério que devam chegar ao conhecimento do navegante com urgéncia, sendo divulgados via radio; * Avisos TemPordrios ~ os que introduzem alteracdes tempordrias nas cartas néuticas, sem carater de urgéncia. # Avisos PreLimivaRes — 0s que anunciam antecipadamente alteracoes de qualquer natureza que afetam as cartas néuticas e que serao objeto de Aviso Permanente. © Avisos PrxniaNeNzEs ~ 05 que introduzem alterac6es nas cartas nduticas. « Avisos Permanenres EsPrciats ~ 0s que, embora nao alterem as carias néuticas, se destinam a divulgar informac6es gerais importantes para os navegantes.* 2 Sao divulgados em sua totalidade somente no Folheto n° de Avisos aos Navegantes, sendo vélidos para 0 ano inteiro. 8 Nawegar é Réeil~ Parte I~ Cap VIE Os Avisos Temporérios (I), Preliminares (P) e Permanentes s4o numerados em ordem seqiiencial tinica e anual, sendo precedidos de letra referente 4 regido ou interesse abrangido pela informacao, como descrito mais adiante” O Folheto Quinzenal de Avisos aos Navegantes é editado pela DHN, em por- tugués, com um anexo em inglés, e contém os Avisos-Radio em vigor, os Avisos Temporérios, Preliminares e Permanentes da quinzena, e os Temporétios e Preliminares anteriormente publicados que continuam em vigor. As normas sobre utilizacdo destes Avisos constam no proprio Folheto Quinzenal ¢ na publicacko DH-1, Roteiro, anteriormente mencionada. CrassiricacAo pos Avisos-RApIO Brasil, entre os paralelos de 07° 00’ N e 35° 50’ S e 0 meridiano de 20° 00'W, acrescida de uma faixa de 700 milhas para o norte, leste e sul da area, e divulgam alteracoes importantes para a navegacao de longo curso. Incluem as alteragGes ocorridas nas prin- cipais rotas maritimas e na sinalizagao nautica de aterragem, operacoes de salvamento « Avisos ve Arca — os que abrangem a area maritima delimitada pela costa do 7 e reboque, naufragios, descobertas de perigos a navegacio, interrupgao de auxilios- radio, estabelecimento de plataformas e interdicao das areas. INFORMACAO A regio abrangida pelos Avisos de Area correspon- de a Area V do Sistema Global de Avisos aos Navegantes, estabelecido pela Organizacao Hidrografica Internacional (OHD), cuja responsabilidade pela coordenacao e divul- gagéo dos Avisos aos Navegantes é do Brasil. Os Avisos de Area sao sempre precedidos da expressao navarra seguida do algarismo identificador do pais de origem, no caso do Brasil 0 nimero V, e do seu ndimero anual de ordem no pais. * Avisos Cosreios ~ 0s que abrangem as areas costeiras e dao informag6es que interessam & navegacao de cabotagem e de pequenas embarcacées. ® Os Avisos Permanentes Especiais (APE), embora também sejam numerados em ordem seqiiencial tini- cae anual, recebem essa numeracao a parte da citada no parégrafo anterior, ou seja, possuem uma nu- meracéo prépria, precedida da abreviatura “APE”. Geraldo Luiz Miranda de Barros * Avisos Locars — os que dao as alteracées havidas no interior dos portos, seus canais de acesso e em vias onde, normalmente, os navios somente navegam com auxilio de um pratico. IpentiFicagao pos Avisos-RADIO. Os Avisos-Radio sao identificados por uma letra representativa da regiao e por um néimero indicativo de sua ordem seqiiencial no ano. As letras representativas da regiao abrangida pelo Aviso séo as seguintes: N-- Costa Norte, da baia do Oiapoque ao cabo Calcanhar; E — Costa Leste, do cabo do Calcanhar ao cabo Frio; $ — Costa Sul do cabo Frio ao arroio Chuf. P - Lagoas dos Patos; A — Bacia Amazénica; T — Outros pafses, vavareas II, IV, VI e VII (ver quadro de areas); G - Informacées de regides que abranjam mais de uma drea ou que sejam de interesse geral, nao especifico de regides. Anumeracao, em ordem seqiiencial anual, é dividida em trés grandes faixas, da seguinte forma: Avisos de Area (wavarea) — de 0001 a 3999 Avisos Costeiros = de 4001 a 6999 Avisos Locais — de 7001 em diante Drvutcacdo bos Avisos-RADIO Todos os Avisos-Radio sao divulgados em radiotelegrafia (CW) pelas Estacoes Costeiras de acordo com a seguinte divisao, por tipos de Aviso e areas abrangidas: Avisos be Area — transmitidos por todas as estacdes; Avisos Cosremos 5 Locars: * para toda a costa brasileira, transmitidos pela Estacao Radio da Marinha do Rio de janeiro (PWZ-33); ® A Estagéo Radio da Marinha do Rio de Janeiro (PWZ-33) também transmite por radioteletipo (RATT). 80 ee | Nawewar é Hicil- Parte I~ Cap VIE * para o trecho da costa entre a bafa do Oiapoque e 0 rio Parafba e para os tios da bacia Amaz6nica, transmitidos pela Estacao Belém Radio (PPL); © para trecho da costa entre o rio Paraiba e o porto de Ihéus, transmitidos pela Estacdo Olinda Radio (PPO); e © para o trecho da costa entre o porto de Santos e 0 arroio Chuf, transmi- tidos pela Estagao Juncao Radio (PPJ). IMPORTANTE Os Avisos-Rédio sio sempre precedidos do sinal de segu- ranga (TTT) em 500 kHz e transmitidos em linguagem clara, nao codificada, obedecendo a um mesmo estilo descritivo. IMPORTANTE Quando surge a necessidade de divulgar um Aviso- Radio em caréter urgente, a DHN providencia a sua imediata transmissao a Estagao Radio da Marinha do Rio de Janeiro e as Estacdes Costeiras da Embratel para posteriores trans- miss6es pelas mesmas, com a maior urgéncia possivel. Os Avisos-Rédio, quando se tornam Avisos Tempo- rarios, Preliminares ou Permanentes, somente sao cancelados emanas apés suas publicagées em Folheto Quinzenal de Semanalmente, as quartas-feiras, uma relagao deno- minada “Resumo Semanal”, contendo Avisos de Area e Costeiros irradiados na semana indicada, é remetida para os Servicos Hidrogréficos responsaveis pela coordenagao das | dreas do Sistema Global de Avisos aos Navegantes e para as Capitanias dos Portos, onde ficam a disposi¢ao dos navegantes. 81 Geralto Luiz Miranda de Barres Avisos-RApIo DA BActa AMAZONICA Os Avisos de interesse para a navegacao dos rios Amazonas, Pard e seus afluentes também sao transmitidas por estagdes de radiofusao e televisao locais como consta na Lista de Auxilio-Radio. Avisos-RApio po Rio Paracuat Os avisos de interesse para a navegacdo do tio Paraguai e seus afluentes apre- sentam caracteristicas diferentes na sua forma de elaboracao e de transmissao conforme explica a Lista de Auxilios-Rédio. Avisos-RApIo PARA PEsCADORES As Estacdes da Rede Nacional de Pesca (Reape) transmitem em rédiotelefonia, para as embarcacdes pesqueiras, os Avisos-Rdio divulgados pela DHN.’ IMPORTANTE A Diretoria de Hidrografia e Navegagao - DHN solicita dos navegantes que colaborem com ela enviando in- formacées que permitam manter suas publicacGes e avisos atualizados proporcionando assim o maximo de Seguranca no Mar. Seu endereco é: Rua Bardo de Jaceguay, s/n Ponta da Armacdo, Niterdi, RJ CEP. 24040-000 O questionario refente a este capitulo é apresentado junto com 0 referente ao capitulo 8. "Com a modificagéo governamental que extinguiu a SUDEPE este servigo hioje € prestado por Empresas de Pesca Organizadas. 82, Aderiiol ADENDOI ANTES Quapro pe Areas pe ResPoNsasiuipape pr Aviso Aos NAVEG: § & & 2091 19 t LOST vianyigaz vAon = 0091 AD A o09T <02T CarTA 12000 - Car 8 JONI I CARTA 12000 SIMBOLOS, ABREVIATURAS E TERMOS SYMBOLS, ABBREVIATIONS AND TERMS USED ON CHARTS - 2" Edition - 1995, © O que éa Carta 12.000 * indice da Carta 12.000 * Questiondrio * ADENDO - Segio IK - Pedras, Cascos Socobrados e Obstrugées O Que £ A Carta 12.000 ? A carta 12.000 (INT 1) é uma publicacao ndutica baseada nas “Especificagdes de Cartas” da Organizacao Hidrografica Internacional (OHI), que entraram em vigor em 1982. O sistema de numeragiio desta edicao substitui o padrao anterior da OHI, usando letras para cada seco antecedidas por “I” a fim de evitar confusao durante 0 perfodo de transicao entre o sistema anterior e o atual. A carta 12.000 (INT 1) contem todos os stmbolos, abreviaturas e termos utilizados tanto nas cartas internacionais quanto nas nacionais. ‘As cartas nduticas brasileiras ainda mostrarao, durante o perfodo de transic&o, alguns simbolos na cor preta, 0s quais serao alterados para roxo no futuro. Informacées referentes as cartas nauticas seu uso, correcdes e distribuigdes encontram-se nas publicac6es brasileiras, “Listas de Fardis’, “Lista de Auxilio-Radio”, “Roteiro”, “TAbuas de Marés” etc i INDICE DA CARTA 12.000 (INT 1) IntRopUCAO e Disposicao Esquemitica .. (GENERALIDADES 1A N&imero da Carta, Titulo e Informacées Marginais IB PosigGes, Distancia, Marcagoes e Rosa dos Ventos .. TorocRaria IC Acidentes Naturais . ID Edificac6es ... IE Pontos de Referéncia . IF Portos.... IG Termos Topogr: Hiprocraria TH Marés e Correntes Il Profundidades ... IJ Natureza do Fund IK Rochas, Cascos Socobrados e Obstrucdes * Apresentado em adendo a este capitulo. Geraldo Luiz Miranda de Barras IL Instalagdes “Offshore” IM Rotas e Derrotas IN Areas e Limites IO Termos Hidrograticos..... AuxiLios A NaveGacAo & Servicos IP Luzes. IQ Boias ¢ Balizas IR Sinais de Cerracao IS Sistemas de Posicionamento Eletrénico - IT Servigos de Apoio TU Recursos portuérios para pequenas embarcagoes inices Atrapéticos IV indice de Abreviaturas .. IW Abreviaturas Internacionais IX indice... Nas paginas seguintes reproduzimos a secao IK — Pedras, Cascos Soco- brados ¢ Obstrucdes da Carta 12.000 (INT1) que mostram os simbolos relativos a tais perigos. Habitue-se a reconhecé-los | Isto é de alta importancia para a sua Securanca No Mar. NAO ESQUECA A carta 12,000 (INT1) — Simotos, Anreviaruras & Termos usados nas cartas nduticas, brasileiras € uma pu- blicagao de consulta. Vocé deve ter sempre a bordo um exemplar atualizado e consulté-lo sempre que necessario. 86 o 10. 11. 12. 13. 14. 15. Nawegar é Eicil- Parte 1- Gap ViIT QUESTIONARIO Qual a publicacdo que contém informagées titeis, a0 navegante, sobre demanda de portos e fundeadouros, balizamento etc.? Se vocé costuma navegar entre o Rio e Sao Sebastiao é aconselhavel ter a bordo uma publicacdo que Ihe dé descricao da costa e outras informacoes titeis. Que publicagéo vocé escolheria? Vocé precisa selecionar cartas de determinado trecho do litoral, bem como, escolher algumas determinadas publicag6es. A que publicacdo da DHN vocé recorreria? Que documento internacional determina que todos os navios deverao dispor de Car- tas, Lista de Fardis e demais publicagGes nduticas? As cartas néuticas sao corrigidas através de que documentos? Qual a freqiiéncia de expedicao deles? Se vocé deseja saber a que horas teré inicio uma baixa-mar, vocé recorre a que pu- Dlicacao? Vocé esta a 9m de altura em relacao ao nivel do mar. A que distancia poderé ver um. farol que tem 36m de altura? Como se chama tal distancia? Que publicagéo me da as caracteristicas de um farol? Tenho um radiogoniémetro e desejo usd-lo. Que publicacao ndutica serd interessante consultar? No calculo do estabelecimento do porto, necessitamos saber informacées sobre a Lua, Que publicagéo devemos usar? Asregras de governo e navegacio sao expostas, detalhadamente, em que publicagao néutica? Pretendo usar o sextante para fazer medidas de angulos de objetos de alturas conhe- cidas. Que tabela devo usar? Como sio classificados os “Avisos aos Navegantes”? Os Avisos-Radio so sempre precedidos de um sinal, Que sinal é esse? O que é a carta 12000 («wr 1)? Em que parte dela encontraremos informacoes sobre perigos isolados tais como pedras, obstrugGes e cascos afundados? RESPOSTAS AO FINAL DA 1", PARTE DESTE LIVR 87 Geralto Luiz Miranda de Barros ADENDOI IK Pepras, Cascos Socosravos Rocks, Wrecks, Opstructio! E OBSTRUCOES Generalidades General r Desi eee a ‘Varido por dispontive mectnico ou aerauine 2 o dor Swept by wire dmg or diver Ls Citsos inbalos beslovoe? Rochas ‘Supplementary national symbole Rocks Piano de eferincla de anes Tvl de redveo de sondagena Planet Reference or Heights —° Plane of Reference for Depihe —* @® O10 | nec pearnay ee ‘desl do le Ge refrrca ae ow Gow @ en ee eee S| BR sre +10 | rte me 4 ce eee an beat x 10 " r Pot tit oniay diate at Gow «we |e Soeccramn crates & ob ne ie de rd, ans bok quan a the lt of ahr dete . s Tedte mocha tres pigs Brmnge: | {Se suo pfdlade decor. Ca) sa Puree mired are si a ‘Pedra (Rocha) submersa perigoss & navegs- +) {0} Crh(2) 08” 18 (fo: protunditede conhecide Dangerous underwater rock of known depth 4a Looalizeda no interior da dren de protundidedes| ‘comespondentas | inside the corresponding depth areo 7 wate) 2 Pe) | Locateade tore de trea de orotundiieden v4.2 |} correepersont ‘autside the comesponding depth area 88 IK Pepras, Cascos Socosrapos Adeniet Rocks, WRECKS, § OpsTRUGOES OBsTRUCTIONS T 15 2 2 a a Recife de coral (sempre cobarto) age ey Ae Wd a Coal cot which covers 2 ty | v7 O: |athe™ 1a © ame | S22 20 Cascos sogobrados Nivel de redugio de condagens Plano of Referance for Depths Ga ‘ato sinblcs basin Stoptemansary reson’ maa: © — CCanco semore fora é'dgua am cartas de grande croalt Wreck, hull always dry, on large-scale charce wrecks | az > | on *% (Casco que cobre « descabre em canes 36 orande oxcale Wreck, cavers and uncovers, om large-scale share Casco sorobrado, com profundidade conhecida fom cartae de grande excels Submerged wreck, eth known. on rgescale hares 23 Casco sogabrado, com profundeiate deeco- hecida em carts de grande excale Submerged wreck, dapth unknown, on large sale charts 24 et = eae pe 4222 ae on 25 Most Casco sopobrado com mast (e) viel (le) somente na beize mer Wreck showing mast or masts above chart dotum only Pa mestoe — | 4222 28 Casco sogobrado cujs menor profundidede 6 ‘conhecide somente por sondagane Wreck. least depth known by sounding only 4224 one 27 Casco sopobr varide por thedor Wack, east depth known, swept by wire deaa or diver 4223 89 Geraldo Luiz Miranda de Barres IK Pepras, Cascos Socosrapos E Onstrucors Rocks, Wrecks, Ossrructions r 28 ‘Casco wopabrado pergova B naveusyio e (erofundidade deeconhocida) Dangerous wreck, depth unknown (Casco sopobvado nfo pargoso a navegaeio ~ {profundidade deeconhocide) ‘on-dangerous wreck. depth unknovm Caxco sogobrado manor profundidada desco- Bu ‘heoida mes superior a mostrada na carts, Weck, least depth unknown, but considered to have ® safe clearance to the death shown a1 ‘Area do restos de casco sopobrede ou fundo ‘typ, no pecgoso & navegayie, mas que dove ter evteda pers fundelo, rasta, tc, Remains of » wreck oF other foul area, non= dangerous to navigation but to be avoided by vessels anchoring. trwing ete ane Oe (Nivel de reducéo de sondagens ‘Aiges © erves merinhas | | Kelp, Sea- Wood, Obetmucto (profundidade deecanhocida) ‘Obstruction, depth unknown a a2 Obetrugio (menor profundidede connect) Obstruction, last depth known ‘Obrtugio (menor profundlade conheca) varida por draga ou merguihedor Obstruction, lost depth known, swept by wire eg or diver Teese ou tones submerses Totalmonte, Oobam = 7TtT “Toco ou tronca rubmerso (com posipfo exats) T Submerged le.tare, aneg, weller stump (wth ‘exact postion) ‘Stumes of posts or plas, wholly submerged CCarcado de peices (com estecas) Fishing stakes Coroade do peixes Fish trop, fish weirs, uony nets 90, Adenidor Rocks, Wrecks, IK Pepras, Cascos Socosrapos OxstRucrions £ OsstRucoEs (see Note) Shaina oar Upldade de aquaculture (cartas de grande exosla ros simbolos brasileiro: Supplementary National Symbols Rocha nde perigoss iprotundidede desconheckda)| Non-dangerous rock, depth unknewm Fundo ave ‘Foul ground a1 BALIZAMENTO - CAP 9 = | — * Pequeno Hist6rico * Balizamento - Definigao * Tipos de Sinais * Métodos de Caracterizagao dos Sinais * Observac6es Sobre Balizamento * Apresentacao dos Sinais * Descrico dos Sinais Cardinais * Balizamento, um Exemplo * Questiondrio PEQUENO HiIsTORICO Até 1976 existiam no mundo mais de trinta sistemas de balizamentos diferentes, sistemas esses, inclusive, extremamente semelhantes em formas e cores, porém com regras completamente contradit6rias. Isso trazia ao navegante um certo grau de confuséo especialmente a noite. De repente, um navegante podia se ver frente a frente com uma luz cujo significado nao tinha para ele uma imediata compreensio. Tais riscos de confusao podiam tomar-se particularmente perigosos se a luz que nao tivesse sido reconhecida marcasse um novo perigo, tal qual, o que pode advir de um casco socobrado ainda nao assinalado na carta maritima. Um fato como este poderia levar o navegante a hesitar sobre a manobra a adotar fazendo com que tomasse uma decisdo incorreta que talvez viesse a ser catastréfica. Os varios estudos desenvolvidos no passado, no sentido de adocao de regras gerais mundiais, por um motivo ou outro, nao foram implementados até que, em 1971, uma série de naufragios desastrosos na regiao do “passo de Calais” acelerou novamente 5 estudos, que em 1980 chegaram a bom termo com a adogéo de um Sistema de Balizamento Maritimo que ficou conhecido como Sistema de Balizamento da [ALA (International Association of Lighthouse Authorities). Esse sistema de regras tinicas permitiu apenas que 0s Servicos de Sinalizacao Nautica dos varios paises adotassem, segundo uma divisao regional, o vermelho a bombordo (sistema IALA A) ou o vermelho a boreste (sistema IALA B) que € o sistema brasileiro, como veremos adiante. De acordo com 0 constante na Convencao de Paris de 1982, o Brasil fez a implementagao do sistema IALA B e, hoje, ele é adotado em todos os nossos portos, ou onde mais houver um balizamento, excecao feita ao balizamento de rios que seguem regras proprias como adiante mostraremos. BALIZAMENTO. DEFINICAO Pode ser definido como o conjunto de regras aplicadas a todos os sinais fixos ¢ flutuantes (com excecdo de far6is, fardis de setores, sinais de alinhamento, barcas faréis e béias-gigantes) que tém como propésito indicar: * 0s limites laterais dos canais navegaveis; * os perigos naturais e outras obstrugées, entre as quais os cascos socobrados; * outras zonas ou acidentes maritimos importantes para o navegante; * 08 novos perigos. Geraldo Luiz Miranda de Barros TIPOS DE SINAIS O sistema de balizamento compreende cinco tipos de sinais que podem inclusive ser usados em combinagao. Sao eles: * Os sinais laterais cujo emprego esta associado a um “sentido convencional de balizamento’. Eles geralmente sao utilizados para os canais bem definidos. Esses sinais indicam os lados de Boresre e Bomsoro do caminho a seguir. Quando um canal se divide, um sinal lateral pode ser utilizado para indicar 0 caminho que convém ser preferencialmente seguido. Na regio B, regido do Brasil inclusive (Ver 0 quadro de regides mostrados neste capitulo), o vermelho indica boreste e 0 verde bombordo, dai se dizer que: Quem VEM DO MAR ENTRA EM UM CANAL DANDO BORESTE PARA O SINAL VERMELHO E BOMBORDO PARA O SINAL VERDE. Obviamente que ao se sair para o mar os sinais vermelhos deverao ficar por bombordo ¢ os sinais verdes por boreste. Obs.: a palavra Evcarnano (E) 6 usada em substituicao a palavra Vermenxo quando nos referimos a BaLizaMEN7o afim de evitarmos dtividas nas abreviacdes entre vermelho e verde. © Os sinais cardinais, cujo emprego (como no uso de uma agulha) serve para indicar ao navegante onde (em que direcao) a embarcagéo pode encontrar 4guas seguras. * Os sinais de perigo isolado indicando os perigos isolados, de tamanho limitado, que devem ser entendidos como aqueles em torno dos quais as éguas sao seguras. * Os sinais de dguas seguras indicando que em torno de tais sinais as guas so seguras (como por exemplo um sinal de meio de canal). © Os sinais especiais que, sem terem como principal propésito 0 auxilio a navegacdo, indicam uma drea ou caracteristica especial mencionada nos documentos nduticos e que séo normalmente de importancia para 0 navegante. Os sinais especiais séo sempre amarelos e, inclusive, quando luminosos, exibem também luz amarela. METODOS DE CARACTERIZACAO DOS SINAIS Os sinais sao caracterizados: Durante 0 Dia (simultaneamente ou nao) * pela forma; * pela cor; * pelo tope. Durante A Noire « pelas cores das luzes; * pelo ritmo de apresentacao das luzes. 4 Navegar 6 Facil - Parte I~ Cap IX OBSERVACOES SOBRE BALIZAMENTO * Bora - é todo dispositivo flutuante exibindo luz ou nao (béia luminosa ou cega). © Bauiza - € uma haste de ferro, ou de cimento armado, desprovida de luz, encimada por um tope que permitira sua caracterizago segundo a forma que apresentar (disco, esfera, retangulo, triangulo etc.). OBSERVACOES ——————————— © Os fardis e faroletes que balizam portos e respectivos canais de acesso ou que demarcam perigosisolados obedecem A mesma convencdo quanto a pintura e caracteristica de luz, © As béias cegas ou de luz podem ser equipadas com refletor radar. * Os ntimeros ou letras usados em sinais laterais de- vem seguir 0 “sentido convencional de balizamento”. ¢ Quando os sinais laterais nao tiverem a forma ci- | lindrica ou cénica recomendada para sua identificagao visual, devem sempre que possivel usar uma marca de tope adequada com essa finalidade. * Sinais especiais diferentes dos previstos podem ser Ey estabelecidos por uma Administracéo responsavel para aten- der circunstancias excepcionais. Esses sinais néo poderao con- flitar com os sinais de navegacao e devem ser difundidos nos documentos nduticos apropriados, ea IALA, notificada tao cedo quanto possivel. * O termo “novo perigo” € usado para descrever no- vos perigos descobertos porém ainda nao indicados nos documentos nauticos. O“novo perigo” poderé naturalmente se referir a uma obstrucao natural tal como um banco de areia ou pedras ou a obstrugdo provocada pelo homem, como, por exemplo, um casco socobrado. © E expressamente proibida a colocacao de béias e balizas por qualquer pessoa ou associacao sem o prévio con- sentimento da Diretoria de Hidrografia e Navegacao do Ministério da Marinha. * Umsinal de “novo perigo” ainda nao registrado nos documentos nduticos poder ser lancado com um sinal duplo —exatamente de acordo com o estipulado pelas regras— até que a informacdo tenha sido suficientemente difundida. Um sinal de “novo perigo” quando operado como sistema de resposta radar (RACON) mostrar a letra DELTA. © As béias de balizamento niio podem ser usadas para nenhuma outra finalidade sob nenhum pretexto. Reciio “B" BAuzaMe) mo CeGo & Luinoso - SinAIs LATERAIS ‘BOMBORDO. Port hand or vee Format line, pr ou have Shope. elnar, lor os se Top be hove) cinco verde Tepmar amy angie gen ender - = ey us funda i ss i far ch ‘cor verde Soom gee ins aunt nem Ip 2+ 1) pny. eget #2 3) a tah bor einen Msn te vedere fos me rs 9 aoe copavcy (2+ 1 Be pede. belt ot pe ond, erro ram ewer. Whe ited he ny ai [even iah uh, ony thy taco compcte owe shea 1) pt pars BORESTE Storboord hand Seer ea plo obo Tape ba hawt cana erie som obs pre ce Teper (Tom): wale ed con, pao wowed a L, =. 2 | ane re | ese coe oo quale enc e+ 1 nyse seep 1+) she Sioa be 4 | rama dep borate pr quam enka et prot Gordo Wicom Ibe woke bn enerece com tinker rm coe pee tener pow Nas poled CANAL PREFERENCIAL A BORESTE Preferred channel to starboard hand "@OMBORDO MODIFICADO! edie Pore or vee em ae fo lage harzone! ecarnate elo goon wih one bead To horeana be Sepe: cana pir os Tepe fe hover) sliero ee Tamar fay anle ven eyinde al 4 d| | as tenon i rae ws Sorgen — Se a Salis ate ook Vea coe paella wmerreee | wale tontede, reahende, ste stoge, Gearon, ole | telat ware com wm pe ons crpaan + 1) pe pid. | Wien estore! duce so the pralred ston ve been bd. © | main pot ho! lr! mak my be nad. When ed he By sc (oon i wh Conca ge fat ft) bw pd 96 "CANAL PREFERENCIAL A BOMBORDO ‘Preferred channel fo port Rond (GORESTE MODIFICADO| (Mdifed Starred Team Ufa) sete ro ar, Bort wed a. doi, tetto 1 os von eat eon ot er memnate esa wae de Bee Oi +) yim) | She weiter od oe end uncon 8 kato #0 cna! pain! fr 2 bomboie, 2 wa fowl de borne, medical, pa mr sae. Gordo omnes. © ba] ‘su la ancaratn com sm gua de onowetcompaven2 +1) po paride Whar e crarral de, ond thw pale chon Ifo 0M herd | ‘meld serbord hand tera mo oy be utd. When ihc he D0} | Sd gh wi copii gig iahog (+ pw or Navegar é Facil - Parte I~ Cap IX . APRESENTACAO DOS SINAIS Sinais LATERAIS Definicao do “sentido convencional de balizamento” — 0 “sentido convencional de balizamento” que deve ser indicado nos documentos nduticos apropriados é: © o sentido geral que o navio vindo do alto-mar segue quando se aproxima de um porto, de um rio, de um estudrio ou de uma outra via de 4gua; ou © em condigées que justifiquem o sentido definido pelas autoridades, com- petentes, apés consulta aos paises vizinhos. Convém que, em principio, o sentido siga ‘© contorno dos continentes no sentido de rotagao das agulhas de um relégio. Para evitarmos dividas quanto ao “sentido convencional de balizamento” né entrada de canais, apresentamos como exemplo 0 esquema do canal de So Srrasriio (SP) que apresenta duas entradas: a NoRTE € a sut. ENCARNADA, ENTRADA NORTE ‘TERMINAL PETROBRAS PONTA DOS CANOS: ENCARNADA, ENTRADA SUL PONTA DA SELA, E DESCRICAO DOS SINAIS CARDINAIS * Os quatro quadrantes (Norte, Sul, Leste ¢ Oeste) sao limitados pelas direcdes verdadeiras NW-NE, NE-SE, SE-SW, SW-NW, tomadas a partir do ponto de referéncia. * O ponto de referéncia indica o ponto a ser defendido ou indicado pelo sinal. * Um sinal cardinal recebe o nome do quadrante no qual ele se encontra. * Onome de um sinal cardinal indica 0 quadrante em que o navegante deve se manter; o referido quadrante tem centro no ponto de referencia. Eles podem ser usados, por exemplo: ~ Para indicar que as Aguas mais profundas esto no quadrante designado pelo sinal; — Para indicar 0 quadrante seguro em que o sinal deve ser deixado para ultrapassar um perigo; — Para chamar atencao para um ponto notavel e num canal tal como uma mu- danca de direcéo, uma juncdo, uma bifurcacao ou o fim de um baixio. 7 Stats Carpinals dongle bes verdad NW. NE, NESE SEW, SW =A, ord o par do pani de ‘Or quoroquodves (Nove, Su, an © Osi) so | ales CO pens ae retrtnci ceo pare a ta deledi ovnead pola sa Um al crsial rete © nome do guasronts nal ese enone (hed or Sil enn ind © quarto gi ment Sr tes ehh etn cone ai eaac, ts pedem se wads, por uempie: 4 Francis gun att mo plfiados eto ne aude desgnase ele a fer tices ehete spi omg © sel ve tr dened fre etna um pen fem charer enc pum para alive nm cove fl camo ve muting de raha, ue jn, wna teres, 6 em yn aa he for quan (Mor, Eo Suh ond We ove Bounded bye wv Betings NW — NE HE — Sf, -— SS. HW oer em sh ort fie ‘he pot of ern ates te pot a Be defended wold by emer 4A crsinl mort romed ae he quan Wich 8 ee ‘he nome oF © ere mer rect er # db ted the mardi of he ak Thay may be ued er sae To aca hot he deepest watt ie or on the ned eo he rk 1 Toate he stead on whch 1 pans 2 donge Tow oreien 10.0 foie in © chomel uch a 9 bens. o uncon o bison. te ad of a hel SINAL CARDINAL NORTE, ‘Neeh certnal mark Teper we back cones one above he oer pols pd Fermete per 00 chowio Spe iro er ue feuande evr ah nn te Sour che npn Ol oF OL SINAL CARDINAL LESTE at cordinal mar ‘op: dos cares pees msbre 0 ove Lae o base Tepes: tro eck eres, ere ove th othr, bone bows (cor pret ca a ft ings aon! omarela {elrBack wih 2 agie Boas horse alow br SINAL CARDINAL SUL ‘South coin mark Tepe: ot cone prt, um ate © oo, com ct vies pore blz Teper we Back cones oe above he ia: pins downers or ema ee re Colt low cbove tock Ferner! pl ov done ‘Supe: lr w wor reads Newer pontoon ods Jae Fimo MO) + Lo. 1048 4) + Lok 1 piv Qe (a) UR TOn se kA) = Us SINAL CARDINAL OBSTE, Wert serdinal mark Tope: dos cas pain um sobre 8 cute, pate @ pons Toprer: te Slack cone, one above he oer, pe pois Gt etl or re fe age cote rte Color yew wih o snl brood horse! ek band Fermete pl ov rons ‘Shape plo sear us (qonde hover Lie en ie ‘Cor tres Foti ia! Wa) 14 ou 15 Py V i 9) 1 or Gi St Perro IsoLapo, Acuas Securas, BaLizAMento Esrsciat & Novos Pericos PERIGO ISOLADO ‘olated danger Teorer: ta Hock pron abre he ober lou bk win ae of mor end Retail abo ee pean Se plo orton | died ff | tataa | wes 1 a lpabaun awe or tonsa corte ‘ene foe yen! By | FEE esos ZL re by es | Inca pigs oledn. © sol de perp lad & oqele como abe, 24 fondade uo ov sere um parigo que Inch dues Sova am edo tie velo, Qvends mina, obsia exe Ive bones com des lompeee por pain, Ineeare lalaed dnger. Anat donger mark 2 2 merk erected, ot tmecred oner shove on feted doge whlch hx evi wee leur Wan lihted the bay ash wit ght wih to Hehe ae pid ‘BALIZAMENTO ESPECIAL ‘Special buoyage op 8 howe frmsia de area Tomer onsale yellow "x" shape es crereh stow yolow Former pcan, sm confit com autos sai Shape optional. bu ra config wih nawpeona mors - % a ee | 2 2 t+ Fie a ees | suicoenee | som | SELES scm inner eet mee Geist ne Na ky are a ea | Shon qe nto the rimorlnania desinedt © sien 2 nevagecto at ut incom oe ia cu cece spac! menconasa om decumaice rovieseeproprodon Earle: bios eceanopics: snl de separa do ‘élgo, onde oo de avlnogteconencion! 8 cae! semen crt re de denen ive de erin ier) cob ou Wvlgte wrbmerna fee te oven repos ples ote rama en ee Mors no primer are 6 omit awigaion bt which deat © wes es of fate vlad 16 in appropriate docu fo asap: ‘Scean Cota Auizten Sem (SOAS) fle speroion, where waa of Sci: weeping ri tery nes ond ae onc foes, ‘AGUAS SEGURAS Safewater, Plo ov chowtaestom lope ence Shope phar plye porwr saercal rare id: @: tote i ae endo nor Pee > srs. Eee ee toe toy a BoB: oct ao a, ‘ST soa) C—O aes tie da bor Ses Ugh bor 4 3 Inde duce navegivas etre do sna cuem wt d ia de cnr, ‘nna ease so coral Ta nal pode vonbem vr wid como sera pore um corto ov lol incor ume proximexto de ara, Guerde (Gina, o be ele ut banca atca ov ae ceva eu de Hips longo code 10 eogurden ov am hyo Mare etsndo 0 lara “A" ‘ole note mars seve fo deat het thre navigable wate lund the mor tens include conve og urks ard mkcronel rons, Such © more ‘porta be aad on anctrat to erro 2 oe! axe 0 nceate © Tanall Won lied the buoy eit ste lh, naghone wih one cccaboion per pero o lg sh ear 10 send or Mare "A NOVOS PERIGOS New dangers tee "ove fariga” & indo para detaver cburugaer reciente devaberas« ade roo incades om crn» docuranosnovien Os novo aris Inver cbntures come bocce de ote, oho 0 arias eareg (2 Ste do homer lo came sae ocean. Stocked noer sara 1. Ox ronan sgn dvr ss bina de eid om ox Besnis nommos $0 [beng carcrracospecaensa grave noegoe, no mio Um dot thos una pra Solo deve se ipado por wn snl oda 12 Qisiever sna Lumina cem 0 rplnte do asian never parigos deve Hr 2 cocoa lumina de ompejsrpidon ou mut odo [2 Cuniger snl vido pore apeagto dive sr nico 20 au por om doe os opacon. |. Un neve pie pode we defend gor wm snl de ocn cdiicade “0” trasrnde un campriaria de wre mh nuts ela de Yodo ls, Oma wads ore cuticato pede tat trode qvorde ve higar vw nove pei gu ale nce seve nc exiting wlcertomente dela. The tom hw Danger snd to Seiden covered hazed at Irceted m pute documera. "New ges” inde retry ecg heron sch 0 tered Ero ros ornate erga ch ot wre Moning of New Danger 1. 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Navegar é Facil - Parte 1- Cap IX QUESTIONARIO O sinal lateral encarnado para quem entra no porto, deve ser deixado por As béias boreste de um canal emitem a noite luzes O balizamento que indica aguas seguras possui as cores, e A noite, a luz emitida pelo balizamento de canal preferencial a boreste é de cor No balizamento de uma hidrovia observou-se um sinal “X” em uma placa a margem do rio, que significa: a) seguir pelo meio do canal; b) seguir junto A margem; ©) trocar de margem; d) bifurcagao do canal. O balizamento de perigo isolado tem as cores e Qual a marca de tope de um sinal de perigo isolado? A béia lateral bombordo emite a noite uma luz Como se chama o dispositivo de resposta radar existente em determinadas béias? Um sinal cardinal norte emite a noite que luzes? (Cor e ritmo.) a) branca com 6 lampejos curtos e um longo; b) branca com 3 lampejos; ©) branca com lampejos curtos ininterruptos; d) branca com 9 lampejos. Um balizamento especial apresenta no seu tope uma bola amarela. Certo ou errado? Uma luz branca com dois lampejos seguidos de uma pausa indica um Uma luz branca com um lampejo curto seguido de um longo e uma pausa indica Uma béia encarnada com larga faixa verde indica canal preferencial a . A béia lateral Bombordo é de cor e tem como tope um. RESPOSTAS AO FINAL DA 1*, PARTE DESTE LIVRO. 103 RIPEAM - Cap 10 « Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar + Generalidades » Aplicacao *Responsabilidade » Bom Senso * Definicdes Gerais Visibilidade + Regras de Governo e Navegacao » Conducao de Embarcac6es no Visual Uma da Outra * Condugao de Embarcag6es em Visibilidade Restrita « Luzes e Marcas * Sinais Sonoros e Luminosos * Sinais para Chamar a Atengao « Sinais de Perigo »Navegacao Noturna + Uso do VHF como Complementagio de Sinais Sonoros * Questionario REGULAMENTO INTERNACIONAL PARA Evitar ABALROAMENTOS NO Mar Quando dirigimos um automével em ruas de uma cidade ou em uma estrada, precisamos saber e seguir uma série de regras e sinalizacdes a fim de evitarmos acidentes, que além dos posstveis danos materiais poderao nos custar a prépria vida ea de outros entes querides, ou nos transformar em eventuais assassinos. Embora as embarcacées sejam livres de se movimentar em qualquer direcéo e nao tenham as limitag6es de andar, como os automdveis, em faixas espectficas, existem algumas semelhancas que permitem que estabelecamos analogias entre a estrada e o mar: +0 Comandante de uma embarcacao, semelhantemente ao motorista, necessita estar alertado para a existéncia de determinadas regras; «0 Comandante de uma embarcacao, semelhantemente ao motorista, necessita ter um quase que “intuitive” conhecimento das regras basicas desde que: a melhor hora para sabé-las ¢ a pior para estudé-las 6 quando estamos na eminéncia de uma colisto; +o Comandante de uma embarcacao, semelhantemente ao motorista, necessita compreender e se conscientizar que 0 tinico propésito da existéncia das regras é evitar abalroamentos, a principal causa de acidentes no mar. * 0 Comandante de uma embarcagao, finalmente, e como 0 motorista, necessita reconhecer que 0 “bom senso” necessita sempre acompanhar a aplicacao das regras RIPEAM” | © Recutamento IvreRNacionat para Evitar ABALROAMENTOs NO Mar, também conhecido como RIPEAM, _ € o conjunto de regras que, tendo a forca de lei, prescreve como deveremos conduzir as embarcacdes na presenca de | outras, bem como, informé-las de nossas intencdes ou acdes, por sinais de apito, por luzes ou por marcas diurnas, de maneiza que possamos desenvolver manobras corretas € seguras, afastando assim o perigo do abalroamento (colisao). * 0 “RIPEAM" nascido em 1972 foi adotado em 1977 eemendado pela Organizagio Maritima Internacional em, 1981, 1987 e 1989. E conhecido internacionalmente por seu apelido “Rules of the Road” c Geraldo Luiz Miranda de Barros GENERALIDADES APLICACGAO O RIPEAM se aplica a todas as embarcagdes em mar aberto e em todas as 4guas, a este ligadas, RESPONSABILIDADE Nada contido no RIPEAM dispensaré qualquer embarcagio ou seu proprietario, seu Comandante ou sua tripulacao das conseqiténcias de qualquer negligéncia no cumprimento destas regras ou em qualquer precaucao reclamada ordinariamente pela pratica marinheira ou pelas circunstancias especiais do caso BOM SENSO Ao interpretar e cumprir as regras contidas no RIPEAM, deverao ser levados na devida conta todos os perigos 4 navegacao e de colisdo e todas as circunstancias especiais, inclusive as limitagdes das embareacdes envolvidas, os quais poderao tornar um afasta- mento destas regras necessario para evitar perigo imediato. DEFINICOES GERAIS + Emnarcacdo ~ a palavra designa qualquer engenho ou aparelho, inclusive vei- culos sem calado (hovermarines, hovercrafts, hidroflios etc.) e hidroavides, usados ou capazes de serem usados como meio de transporte sobre a agua. + Enparcacko pe Propuisio Mecanica — designa qualquer embarcacdo movi- mentada por meio de maquinas ou motores. + Emparcacéo a Veta — designa qualquer embarcagio sob propulsio exclusiva a vela. « Emparcacao ENGajapa Na Pesca ~ designa qualquer embarcacio pescando com redes, linhas, redes de arrasto ou qualquer outro equipamento de pesca que res- trinja sua manobrabilidade. « Hiproaviso ~ qualquer aeronave projetada para manobra sobre a 4gua. 106 Nawegar 6 Facil - Parte r~ Cay X « Entparcacdo sem Governo — designa uma embareacio que, por alguma circuns- tancia excepcional, se encontra incapaz de manobrar como determinado por estas Regras e, portanto, esta incapacitada de se manter fora da rota de outra embarcagao. Emparcacio com Capacipape pe Manoara Restrira — designa uma embarcacao que, devido a natureza de seus servicos, se encontra restrita em sua capacidade de manobrar como determinado por estas Regras e, portanto, esta incapacitada de se manter fora da rota de outra embarcacao. + Empacacio Resrerra Devina ao seu Catapo- designa a embarcacao de propulsao mecanica que, devido ao seu calado em relacdo 8 profundidade disponivel, esté com severas restricdes quanto a sua capacidade de se desviar do rumo que esta seguindo. « Emparcacdo em Movimento — se aplica a todas as embarcacoes que nao se encontram fundeadas, amarradas a terra ou encalhadas. « Emparcagoes No Visual ~ quando uma embarcacao pode ser observada pela outra visualmente. SAO EMBARCAGOES COM CAPACIDADE DE MANOBRA RESTRITA. + ENGajapas Na Pesca. » ENGAJADAS EM SERVICO DE: « colocacdo, manutengao ou retiradas de sinais de navegacao; * cabos ou tubulacées submarinas; « dragagem e trabalhos submarinos; « levantamento hidrografico ou oceanografico; * reabastecimento no mar; « transferéncia no mar de pessoas, provisOes ou carga; « Iancamento ou recolhimento de aeronaves; * operagoes de varredura de minas; e + reboque # Devipo Ao CALADO EM FUNCAO DA PROFUNDIDADE DisPONIVEL. VISIBILIDADE Visibilidade é dita como Resrarms quando ela prejudicada por: *Névoa —_« TrMPEsTADe De AREIA Nevapa —« Cruyas Pesapas *Nevorro — e Outras Causas SEMELHANTES 107 Geralbo Luiz Miranda de Barros REGRAS DE GOVERNO E DE NAVEGACAO ApLicacao ~ as presentes regras se aplicam em qualquer condicao de visibilidade. vigtAncia ~ toda embarcacao deverd manter permanente e apropriada vigilincia visual e auditiva e usar adequadamente as circunstancias ¢ condigées existentes e os meios disponiveis a fim de obter inteira apreciacao da situacao e de eventuais riscos de colisoes. Vetocioave — toda embarcacdo dever navegar permanentemente a uma veloci- dade segura, 0 que significa: ter a embarcacao a possibilidade de adotar uma opgao apropriada e eficaz para evitar uma colisao, inclusive poder ser parada a uma distancia segura se necessario for. A VELOCIDADE DE SEGURANCA E FUNCA + do grau de visibilidade; + da densidade do tréfego local; + da capacidade de manobra e distancia de parada da embarcacao; +A noite, da presenca de luzes; + do estado do mar, do vento e das correntes; » da proximidade de perigos a navegacao; # do calado da embarcacao em relacao a profundidade local; « quando com radar, de suas possibilidades e limitagoes. RISCO DE COLISAO Haverd Risco pz Cousio sempre que: | = a marcacao for constante e «a distancia estiver diminuindo. [__ sr cAso DE DovIDA CoNsIDERE HAVER Riso DE CoUsho. | Nawegar é Rell Parte 1- Cap X MANOBRAS PARA EVITAR COLISAO Manobra franca e positiva, o que, normalmente, significa dizer: altere o rumo de maneira ampla. Varie a velocidade para mais ou menos de maneira sensivel. * Manobre com bastante antecedéncia. Nunca espere o ultimo momento, « Se necessério, pare suas maquinas, ou mesmo, inverta-as para cortar seu seguimento. CANAIS ESTREITOS + Procure se manter tao préximo quanto possivel e seguro da margem a seu boreste. + Embareagées de menos de 20 metros ou a vela nao devero atrapalhara passagem de outra embarcacao de maior porte e portanto com possiveis restrigoes de manobra em funcao do calado e da profundidade do local. + Embarcagoes engajadas na pesca nao deverao atrapalhar a passagem de qualquer outra embarcagao. * Cuidado para quando cruzar um canal ou via de acesso, nao | atrapalhar outras embarcacoes. * Quando for ultrapassar use o apito e espere a resposta da outra embarcacao. * Manobre com cuidado e seguranca. « Em curvas use o sinal apropriado de apito. Tenha atencdo e cuidados redobrados. |» S6 fundeie em canais estreitos se assim as circunstancias exigirem. ESQUEMAS DE SEPARACAO DE TRAFEGO. Sempre relacionados com aproximacao (entrada e saida) de portos de grande movimento. Quando existentes constam das cartas nauticas com os detalhes necessarios. 109 Geraloo Luiz Miranda de Barras SERVICO DE TRAFEGO DE NAVIO - VTS® ‘Um Servico de Trafego de Navio — (VTS) - poder ser estabelecido em portos selecionados a fim de controlar fortes congestionamentos. Normalmente o VTS providencia recomendages aos grandes navios e pode, as vezes, controlar seus movimentos. INFORMAGAO Embora os barcos de esporte e recreio nao estejam (usualmente) sujeitos as regras VTS, vocé poderd conhecer as restricbes determinadas ao movimento dos grandes navios na area em que estiver operando e planejar sua derrota de forma [_conveniente. CONDUCAO DE EMBARCACOES NO VISUAL UMA DA OUTRA ‘As regras a seguir apresentadas se aplicam a embarcacOes no visual uma da outra, ou seja, quando uma pode Vex a outra. Antes de passarmos a apresentagio das regras, devemos mostrar dois fermos que so muito utilizados para diferenciar uma embarcagao que se “encontra” com outra: « Mawosrapora ~ € aquela embarcacao que néo tem preferéncia de passagem, ou seja, € a embarcacao que tem que tomar uma acao necessdria a ficar fora do caminho da outra; © Prerereciapa ~ € aquela embarcacao que tem o direito de passagem, ou seja é aquela que em um “encontro” pode prosseguir sem necessidade de tomar nenhuma aco. REGRAS GERAIS DE PREFERENCIA (Diteito de Passagem)* Exceto para certas embarcacées especificas — tais | como, em canais restritos, ou em um esquema de separacao de trafego ou no caso de embarcagoes alcancadoras — todos os barcos podem ser “classificados” em uma espécie de | “ordem de prioridade” entre eles como podemos ver pelos quadros que se seguem. 8 VTS (Vessel Traffic Service) — estabelecido pelo RIPEAM em sua regra 10. + Qualquer embarcagdo listada sera manobradora se em relacao a uma embarcagao listada por cima de- la e sera preferenciada em relagao as embarcagbes listadas abaixo dela (ver quadro). 10 Nawegar é Beil Parte 1- Cap X EMBARCAGGES A PROPULSAO MECANICA MANTEM-SE FORA DO. CAMINHO DE EMBARCACOES: sem governo capacidade de manobra restrita engajada na pesca vela EMBARCAGOES A VELA MANTEM-SE FORA DO CAMINHO DE EMBARCAGOES: sem governo capacidade de manobra restrita | engajada na pesca YL = Se Se EMBARCACOES ENGAJADAS NA PESCA MANTEM-SE FORA DO CAMINHO DE EMBARCACOES: sem governo capacidade de manobra restrita embarcagio vocé deve 0 mais cedo possivel, tomar uma acao clara e substancial para manter-se bem afastado (manobradora) + Se vocé tem o direito de passagem sua acio inicial é manter seu rumo e sua velocidade (preferenciada). © Se parecer que a embarcacio manobradora ndo tomou, ou tomou tna acdo insuficiente para manter-se fora do seu caminho, entao voc? poderi tomar sua propria acio para | evitar ou tentar evitar uma couisio. | » Isso nao desobriga sob nenhuma circunstancia que a em- barcagéo manobradora fique fora do seu caminho. * Se vocé tem que dar o direito de passagem para outra | 11 Geraldo Luiz Miranda de Barras * SE VOCE NAO E UMA EMBARCAGAO SEM GOVERNO OU COM CAPACI | DADEDEMANOBRA RESTRITA DEVERA NAO ATRAPALHAR A PASSAGEM SEGURA DE UMA EMBARCACAO RESTRITA DEVIDO AO SEU CALADO. | CONDICOES ESPECIAIS. RODA A RODA Ambos.guinam pora BE Quando duas embarcagées a propulsio mecanica navegam em rumos que se cruzam em situagao que envolve risco de colis4o, a embarcacéo que avistar a outra por boreste deverd se manter fora do caminho dessa e, tanto quanto possivel, evitaré cruzar sua proa. ULTRAPASSAGEM UMA EMBARCACAO RESTRITA DEVIDO AO SEU CALADO DEVERA NAVEGAR COM CUIDADO REDOBRADO, LEVANDO EM CONTA SUAS_| SiTuacoes DE NAVEGACAO Barcos a Motor Duas embarcacoes se aproxi- mando em rumos diretamente opostos ‘ou quase diretamente opostos, em con- digdes que envolvem risco de coliséo, cada uma deverd guinar para boreste, de forma que a passagem se dé por bom- bordo uma da outra. Sempre que houver dtivida sobre aexisténcia de tal situagao a embarcacao em dtvida devera considera-la como existente. Quem v8 por BE ‘manodro Toda embarcacho que esteja ultrapassando outra deverd manter-se fora do caminho dessa outra. Considera-se como ultrapas- sagem toda embarcacéo que se aproxi- mar de outra vinda de uma direcao de mais de 22° para ré do través dessa altima. ‘A embarcagao P denomina-se al- cangada ea embarcacao M, alcancadora. Navegar é Facil- Parte 1- Cap X SITUACOES DE NAVEGACAO BARCOS A VELA Quando cada uma das embarcagoes tiver 0 vento soprando de bordo difer- ente, a embarcacito que recebe 0 vento por bonbordo deverd se manter fora do caminho da outra. (Obs. a regra acima pode ser dita como: se a sua embarcacdo est com retranca a BE quem manobra é vocé. Quando ambas as embarcacées tiverem o vento soprando do mesmo bordo, a embarcacio que estiver a bar- lavento deveré se manter fora do cami- nho da que estiver a sotavento. Obs.: a logica desta regra é que a sotavento o barco poderé ter 0 vento “ploqueado” o que restringiré sua ha- bilidade para manobrar. Quando uma embarcagio como vento a bombordo avistar outra em- barcacéo a barlavento e nao puder de- terminar com seguranca se a outra em- barcacao recebe 0 vento por bombordo ow por boreste ela deverd se manterfora do caminho dessa embarcacio. 113 Geraldo Luiz Miranda de Barros INFORMACAO + Barlavento - bordo de “onde vem’ o vento. + Sotavento — bordo por “onde sai’ o vento. Em barcos a vela dizemos: * Orcar ~ fazer a proa se aproximar da linha do vento. « Arribar — fazer a proa se afastar da linha do vento. + Um barco est velejando com ammuras a bombordo quando sua retranca esté para boreste e amuras a boreste quando a retranca esta para bombordo. + Navegamos @ bolina quando o vento vem pela amtura; @ um largo quando ele sopra pelo través e pela popa quando ele entra pela popa. | CONDUCAO DE EMBARCACOES EM VISIBILIDADE RESTRITA ¢ NAVEGUE COM UMA VELOCIDADE PRUDENTE. # TENHA AS MAQUINAS PRONTAS A MANOBRAR IMEDIATAMEN « REDOBRE A VIGILANCIA VISUAL/AUDITIVA. « OPERANDO RADAR CALCULE SEMPRE QUE DETECTAR OUTRA EMBARCACAO SE HA RISCO DE COLISAQ. « EM CASO DE NECESSIDADE QUEBRE O SEGUIMENTO PARANDO SUA EMBARCACAO. « NAVEGUE COM EXTREMA CAUTELA ATE QUE PASSE © PERIGO DE COLISAO. « Evie: — GUINAR PARA BB SE OUTRA EMBARCACAO ESTA NO SETOR DE ANTE- AcVANTE DO TRAVES, EXCETO SE ELA FOR A ALCANCADA EM UMA ULTRAPASSAGEM. — GUINAR EM DIRECAO A OUTRA EMBARCACAO QUE SE ENCONTRA NO SETOR DE TRAVES PARA RE, 14

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