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nossos cuidados e nossa responsabilidade. © adulto diante dela ‘esté seguro de que deve “cr « teligéneia, a atividade socialment perfeita, deve ser absolutamente ps éncia rigorosa. Ela & um perfeito pa fe que 08 pais assumam todo 0 peso econémico de sua vida, ybsolutamente deles. f o filhol Ainda que m ‘A Universidade, continua contudo deper do do seu pai e de seus professores como quando era ci Fara o que o pai quiser e estudara como querem seus mestres. ‘Permanecerd um extra-social mesmo quando formado, tendo ‘por seus dese} pelos adultos e igual para todos. ‘um regato sobre os prados. Esta a mulher... é ainda mais depe: ‘As normas deste modo de viver de. Ninguém pode ser chamado bom se no dependent homem pela sociedade. Ao jovem “pense em estudar, nfo te ocupes diferentes daquelas que te foram im; tos civie”, ‘© mundo social sbre-se somente depois desta espécie preperacéo ditadorial. 46 ia, i ior idficuldade de libertar a crianga ¢ ilumi- Inlio ext em encontrar uma educagéo reali- fom vencer os preconceitos que, o adulto "Por {aso, diziam que se devia reconhecer, Ws on, preconceitos relativos a crianca, ipreconceitos que 0 adulto construit e -se até o nosso século. ronceitos os preconceitos Touvaveis objetivos, de ‘nga pequena néo pode ser admitida trabalho, mas deve ser abandonada telectual, podendo somente brincar ‘OF preconceitos 6 uma questio social inhar a renovacéo de sua edu- oo ® ‘mo pafquico entre © consciente © 0 subconsciente encon- tra no homem uma scomodacéo; advém, como diz Freud, ‘uma fuga: 0 subconsciente prevalece, isto é, sugere: Isto que quero fazer é para defender a crianga, 6 um dover que a completa; é um bem necessério, © pelo contrério deve corajosamente adic, porque assim vou “educer, e tre- balhar para construir eua bondade”. E tendo este alivio, eis que 05 sentimentos naturais de admiracéo e de amor sio sepultados. Tsto se verifica em todos, porque o fendmeno esta na cago. necessério preparar um caminho positivo e deli- mitado para este objetivo. Se temos em vista diretamente somento os preconceitos relatives a crianca, entdo uma reforma do adulto andaré par e passo, porque derrubaré descoberta pelos impedimentos estrat todas as cutras questdes sociais tornar estando ao lado delas com’ a cons- iéncia ofuscada, egem inconscientemente; néo usam aqui f@ reflexio, a inteligéncia, que em outros campos as con- duzem ® um progresso. Existe verdadeiramente um ponto ego, como 0 do fundo da retina. A crianca, esta desco- i incompreendida, julgada ‘um acidente matrimonial que abre um ios € de deveres, nfo desperta em si . Uns apsiamse nos outros e a sociedade inteira forma um subconsciente coletivo, onde todos acem de poe ae deprimindo a crianca, agindo para seu Ica os reseed Contes perenne sepia datas vamente entre a solidariedade, ou seja, 0 fato estabelecido es € sacrificios que devem cumprir para c bem futuro da crianca. Estas pessoas sugestionadas preparam a consciéncia para uma tal acomodacao, que a crianca é sepultada no subcons- pora estes tudo o que fugestio, ¢ este estado de estabelecido através da ‘se perpetua de geracio em (0 bem, mas aquele bem é um forca de uma sugestio que © forca, deve a tudo suportar, Ha entéo um ona alma do adulto que a aria, em princi sem pena, nfo sem remorso, Mas depois 48 OMBIHS © OMBIHS social domina a crianga. Todos sentem o OMBIHS so invés de ver a sublime crianca, o pequenino Quando os homens adultos chegarem por si mesmos & conclusio de que todos séo filhos de Deus e que Cristo vive em cada um de nés, sendo seu modelo necessariamente imitado, a0 ponto de uma identificacio com ele dizendo: Wéo sou mais eu quem vive, 6 0 Cristo que vive em mim fardo excesses As criangas. Jesus Menino é separado do Pobre recém-nascido que esti sepultado pelo OMBIHS, Nele, todos véem somente © pecado original que é neces- Essa pequena histéria, baseada nos segredos psicoldgi- cos da natureza humana, ilustra 0 fato primordial de uma erescente © total opresséo & crianca. Sobre ela, ainda que isolada na familia, agravase 0 preconceito da_sociedade inteira organizada pelos adultos. E durante a evolugio @ ‘98 movimentos sociais para o direito do homem a crianca seré esquecida, A histéria das injusticas contra ela néo esté ainda escrita oficialmente e por isso nio 6 aprendida nas disci- plinas histéricas das escolas em nenhum grau. Os préprios estudantes de Historia, que tim titulos e especializagées, nesta matéria, no estio mais interessados em falar nisso. A hiistéria refere-se somente eo homem adulto, pois so- mente ele vive diante da consciéncia. Desta forma os que se especializam na legislagéo aprendem infinidades de leis dos tempos passados ¢ dos tempos presentes, no se impor- tando de no encontrarem leis promulgadas para os direitos das criangas, Assim, @ civilizacdo passa por cima de uma questi que nunca foi um problema social. ‘Todavia, a erianca é Ievada em conta quando pode tornar-se til aos interesses do sdulto, Mas, até mesmo neste caso, continua a sero homem cujo destino cai no ponto ceo da consciéncia, Tomemos um exemplo mais evi- dente: No tempo da revoluso francesa proclamou-se pela primeira vez os direitos do homem e através disto todos os homens adquiriram o direito de serem instruidos, de saber ler © escrever, roubendo assim um privilézio acessi- 50 , mas exigia um esforco ‘0 contrério, unicament a ° II — AS NEBULOSAS tee eniital cearacteristicas do adulto como o homem. Muitos animais, © HOMEM E OS ANIMAIS feomo 08 cabritos, os cavalos, os bovinos, sustentam-se quase fwubitamente de pé e durante o aleitamento correm em dire- Jo para manté-lo préximo. ‘A crianga, eo contrério, permanece inerte pot longo NNiio fala, enquanto todas as outras espécies rapi- ‘adquirem 0 latido ou o miado, enfim, reproduzem Tgreditariedade os sons da lingua fixa, limitada © pro- ‘espécie. Todos os cies, de todas as partes do mundo todas as races ladram, todos os gatos miam, assim Yodds @s aves tém o seu proprio gorgeio, um canto © uma inguagem propria que est dentro das ca da eopécio, Tonga inércia e incapacidade da crianga 6 verdadei- fexclusiva do homem. Na idade na qual um bovino i de teproduzir, se bem que tenha um corpo bem ‘que 0 homem e mais ou menos os mesmos érgios ‘este estd sinda em um estado infantil e bastante da longa infés ‘que a teoria da evolugéo ainda Yporer-se-ia concordar logicamente que o ho- unio evoluido por longos esforgos de adaptacéo Tpomente por obra desses esforcos, porque fwemelhanga entre 0 corpo do homem © finio © a face de uns restos humanos semethantes e proximos ao de um iutticulagées © 0 esqueleto em geral tém ites. Aquele que pensa que o homem ibém trepar nas érvores néo faz mais gomum desenvolvido fantasticamente de Tarzan, Mas uma coisa per- supor um homem pr que se agarra nas inte a evolucéo, ihece observando 0 somente observand ‘oisa de novo aconteceu durante os ros que een que condu: 240 do homem, da m tio std nos eventusis. cou na donga cnuda dem mas sim naquele amor maternal une ve sre 4 meso tempo em go mente transformagées. a can “ A crianga de 1a fungao especial que nio ‘em relacio a0 adulto, ix —-um representante de féssil de periodo Jurassico. (IN-T.) 54 a ° possi “por nascimento” todos os atributos destinados a engrandecer-se e fortificarse para atingir © estado adulto, pois para as outras espécies, 0 homem nio poderia adaptar-se diversos, nem evoluir em sua forma fa hereditariedade. Nao herda evidentemente os caracteres, mas as potencialidades e formalidades. B entéo apés 0 nas- cimento que os caracteres proprios da raca, da qual a crian- ‘6a pertence, se constroem. "Tomemos como exemplo a linguagem. ® certo que qualidade de todo nova de desem esta em relacéo a inteligéncia e A necessidade de trans- mitir os pensamentos para uma cooperagio social. Mas néo ‘qualquer parte do mundo em que se ache, mesmo que inolado de outros cies. A linguagem vem pouco a pouco, f© se desenvolverd precisamente durante a época inerte & inconsciente da primeira infancia. & aos dois anos ou dois © qual descobriu em suas interessantes experién- 55 A linguagem, pois, desenvolvese ex novo da prépria crianca, Ela se desenvolve nat Poder hereditério, mas a desenvol mesmo, absorvendo-a do ambiente te que os recentes estudos de psicologia relatives a obser- vagies exatas sobre 0 desenvolvimento da linguagem das criangas. As criangas absorvem de cer tempo, de um momento Para putro (ou melhor dizendo, no espaco de dois anos e ‘trés meses mais ou menos), mostram um fendmeno quase de explosio de uma linguagem j4 totalmente formada. Logo, houve um: desenvol interno durante © longo periods incapaz de exprimir-se. Ele estava de seu inconsciente toda a lingua ‘0s pequeninos falaram o sinscrito, que é de uma difi quae insuperavel para os estudiosos de hoje, A lingua Tamil, no Sul da India, por exemplo, é difi- cilima para nés, com aqueles sons ¢ aquelas acentuacées quase imperceptiveis que mudam o sentido do discurso s0- mente elevando ou abaixando um pouco © tom de voz, mas 9s pequeninos de dois anos nas vilas e nos desertos hindus falam o Tamil. uma das grandes dificuldades para é recordar 0 masculine e © nio ha nenhuma regra e como jomes podem ser masculinos no 56 « ® ingular e femininos no plural e vice-versa. Portanto, é SM mponivel ao etrengeiro deluar de cometet ero ‘ns ignorantes eriangas das estradas no se atrapalham riemae quando pereabem ob eros dos esrangsitos ‘pessoas instruidas, estudiosas jo convencidas de que existem unicamente nebulosas, as quis ttm o poder de ‘minado momento, quando seu organismo passa a exercer suas fungées. Estas so suposigdes, mas resta 0 fato que havendo Quando depois se manifestam eles so caracteres cons truidos para formar parte da individuslidade. A MENTE ABSORVENTE 58 a3 2 de um érgio num organismo, Existe, isto sim, nov pequeninor construtiva mio funcionasse, entio poderia resultar num sur do-mudo que tem todos os érgios do ouvido e da palavra perfeitamente normais. # claro que na “criago” pefquica do homem deve haver algo secreto. Se nés aprendemos tudo através da atengio, da mente para dar uma idéia da diferenca desta mentalidade, porque ela se presta a um estudo de observacio direto e de- talhado. ‘Na mente inconsciente no se encontram as diversas difi- ® © filme em um lugar escuro, expondo-o a seus reativos qu que fazem através dos oceanos e desertos para chegar ao seu destino, &, entretanto, dificilimo aprender enada aparece nela da imagem possuida. B necessério colocar dos; uma necessidade de implorar para viver”. Esses homens cerescidos com as impresses de seus tabus, ainda que tornan- do-se doutores em filosofia, no puderam cancelé-los. A crian- a constréi-se verdadeiramente, reproduzindo em como em uma forma de mimetist dos homens que a circundam. E simplesmente um homem, mas transforma-se em um homem de sua raga. Com essa descrigao tocamos um segredo psiquico de im- portdncia vital para a humanidade: o segredo da adaptacdo. A ADAPTACAO como esti convencionada pela teoria da ia por produzir os “caracteres da les, em todos os niveis do mar, ao lado das 6 algo préprio do adulto. © adulto nao feliz somente quando est imerso nesses caracteres que esto fixaiios nele. jira, ou que vive entre tum ‘grande e penoso es- forgo. Os exploradores so i préprio centro de vida sfo os % adaptados 56 em seu pré- prio centro, nas condigées estabelecidas pelo seu grupo racial, io pelo gelo, como 03 etiopes sentem atracio pela selva, e como quem vive & beira- -mar é fascinado pelo oceano ¢ 03 povos do deserto gozam a poesia das dunas éridas e infinitas. Sofre um grande esforco, aquele que nio esté adaptado 3s novas condicoes de vide. Os missiondrios consideram suas vidas como sacrificio. o ‘mem conseguiu com suas descobertas; entretanto nés encon- ‘tramos neste ambiente 0 prazer, ou melhor dizendo, 0 confor- fo de nossa vida. ‘© mecenismo é simples e claro: a crianca encarna em aparéncia de um ser vazio e inerte. je, imeira década do nosso século, fomecou-se a estudar ftiio chegando & con de vida so o mais importantes, pois neles ocorrem os de- festornando-as conscientes de ide em periodo bem distintos. Cada perfodo propriedades que so criadas pelas constru- cerlangas tém grandes poderes que nés ainda nfo sa- uti tum dos mais ameacadores perigos a educagio eo de sufocéla ou ob erros dos preconceitos comuns, 63. 0 CONTATO COM 0 MUNDO Isso tudo resulta em um fato 164 deveria ser introduzida em contato com extema dos homens; deveria part piblica, ser testemunha dos costumes que caracterizam as pessoas de sua raca, afirmagio, de tentar uma revol ‘208 nossos preconceitos moders Fepouso a que as criancas atualmente sio submetidas, cres- ce assustadoramente o nitimero de criancas dificeis, de cri- ances retraidas, sem caréter, timidas, com uma linguagem prios da taca, participou sempre da vida mie leva a criencinha 0s bracos © a toda parte, A camponesa vai a0 trabalho crianga; a mulher que vai ao mercado, que vai a igreja, que ‘conversa com es comadres, tem sempre a crianca agarrada asi 64 que ninguém uma “revolucioné- uma mestra da crianga, néo a convida » é simplesmente para cla um meio de mae nao se preocupa sea crianca observa ou la, como para todos, a crianca é um ser vazio, ‘tho observadas pel foyer & atengio da mae. em uma multidao primitiva, ido de vilarejo, onde se encon- espécies de objetos, de frutas, am entre si sobre os préprios Podemos observer entio que © pequeno latante, 0 ido oposto ao dela. A maioria dos ami: « encontra diz algumas palavras de cumprimen rarse dela ¢ levé-la cempre sinda que a crianga naturalmente aumente de peso. ‘Um missiondrio francés, que havia estudado eapecialmen- te os costumes dos povos de Bantu, na Africa Central, mara- vithowse com o fato de que as maes ndo ttm em mente a idéia de separar-se de seus filhos considerando-se quase como um 86 corpo. A crianga é parte da mie, Tendo ai solene coroacio real, aquele missionério viu a r. com a crianca ao braco e receber a honra soberana tendo seu filho junto a si. Ficou maravilhado com 0 fato de que @s mu- Theres de Bantu pudessem amamentar por tanto tempo, que geralmente era de dois anos inteiros, isto & durante toda a Epoca que interessa atualmente aos nossos psicélogos mo- demos, 'Néo queremos considerar revoluctondrios esses testernu- hos naturais. Nés que observamos com admiracio, estamos dispostos a atribuir o mérito desses costumes, o cardter tran- alillo dessas crianges que néo sfo dificeis e no apresentam ‘como 08 r0ssos. O segredo esta contido em duas palavras: leite e amor. ‘A natureza, a sébia natureza, deve ser a base sobre a qual pode-se construir uma supernatureza ainda mais perfeits. B certo que o progresso deve superar a natureza e tomar di- ‘yersas formas, porém no pode proceder atabalhoadamente. Essas breves citagdes abrem um caminbo prético para a afirmacio genérica que comeca a invadir nosso mundo cien- tifico: “a educacSo deve comecar ao nascer”. CONCLUSAO © homem nao é nem um corpo vegetativo que vive uni- camente de alimento |, © nem ao menos esté destina- sensuais, © homem é a. tele ser izéncia, que est destinado a uma conquisté-la e uti- construindo um nove mundo maravithoso, que supera 3 da natureza, & ele quem cria a \¢do. Seu trabalho membros fisicos. Desde 0 seu aparecimento na tert: ras lascades por suas mfos, favorecendo fins que se taram © se estenderam ao infinito. Ete tornou-se 0 dominador de todas 2s coisas viventes, de todas as substancias ¢ energios ‘espalhadas no universo, Parece pois “natural eo homem” que 66 : e ‘erianga comece por absorver o ambiente completando com 0 feu trabalho, com as experiéncias gracativas sobre o ambien- fo que a circunda, o seu desenvolvimento infantil. £ com ob- #orglio Inconsciente © depois com atividades sobre as coisas foxternas que ela nutre e desenvolve sua qualidade humana Bin constrdi-se, forma sues caracteristcas, alimentando seu spirit, Be 0 desenvolvimento se limitasse ao fisico, a crianga feria condenada « uina expécie de fome, jemais sacieda pe- tw nte © caitia nos males profundos da “cdesnutrica Nada de humano poderia desenvolver-te_nor ue descobriram que as anomal incia moderna, reveladas wos sho provenientes de duss coi “desnutrigio mental” e “falta de atividade inteligente © es pontinea”. Sio devides a uma repressio das energias Gestinadas a desenvotver a alma do homem; a uma dem icantes que 0 direito de encontrar entre Esta expresso vaga deve ser concentrada assim: “B ne- cessirio construir uma nova educagao que comeca ao nascer. 2B preciso reconstruir a educacao baseando-se nas leis da natu- Teza endo em preconceitos que prejudicam o homem". A educacio de hoje no se baseia nem mesmo na ciéncia dos homens porque, atualmente esta se desenvolvendo um fomente no que a higiene acredi iio, especialmente a artificial, mle que acha conveniente no ter mais leite ¢ o isolamento fa crianca em um bergério, confiada uma mulher desconbe- ida e privada do emor materno. A crianga 6 também conde- fhada a dormir na escuridéo estificial, procurendo defend Juz do dia. Quando esta sai pare o mundo externo, é levada fm um carrinko coberto de modo que ndo veja nade € quando Vita a cabeca tem disnte de si somente a pajem, que 6 uma ‘npécie de ira, comumente vetha, pois supSe-se que os Welhos tira stais experiéncias para cuidar das criangas, O « 67 so medidas qua samente regulados © grad te para acompanhar seu dos membros, sugeridos todavia foi a natureza que os para a vida, reclamados nas chegaram ao mundo. em periga de perder o seu carter e 0 poder de adaptacéo & orientacdo no mundo com; # necessério que a fundos js guiados pelas leis césmicas pa hhumano. Quando os preconceites forem domi mento, aparecerd entio no mund: seus poderes maravithosos ae aparecerd entio a crianca que est hhumanidade capar de compreender © de controlar a presente ANALPABETISMO MUNDIAL ismo ressurge hoje com novo vigor se esgota miais como no isticas ou no desenho de ‘Apés @ segunda grande guerra, estudou-se os problemas num plano que superava os limites nacio interesse dos povos ocidentais, com a consciéncia clara de que tedos os povos do mundo jé estdo coligados. Alguns econte- como a independéncia da India e de ou- de todos, coloca o problema do analfabetism ‘analfabetos, enquanto jé se difun- inentes os produtos e 03 instrumentos da , constitui um contraste estridente entre resentou-se hé um século e meio Europa e da América, Disseram elas en- emover gradualmente o analfabetismo , dando a todos o conhecimento chamado pelos de 3 R: “Reading, Writing, Reckoning”: ler, escrever 7, mas sobretudo ler e escrever. Grandes obsidculos se opuseram logo a estas tentativas pois nfo haviam experiéncia precendentes que pudessem ser- Vir de orientagio, Incorreu-se em muitos erros. Os paises ori- entais, pode-ee dizer que efo afortunados, pois mesmo havendo erros puderam ser evitados! A experiéncia feita 6 para eles de grande valor. O caminh le-se avangar a grandes passos em diregao ao fim "Na Europa, 08 eros derivados da inexperiéncia em reali- jucasdo infant 8 de uma forma de escravidio ainda nao havida na da humanidade, ‘Poucos conhecem que o primeiro impulso para realizar ‘este colossal esforgo social veio de uma revolugao que dew inicio a novos tempos na Europa, pois assinalou os principios das grandes descobertas cientificas e 0 avangado uso das ma- ao Francesa de 1789 apresentou um estrantio re as selvagens violénciss de uma inssurreicio popular, o proprio povo exigiu que entre os direitos do homer estivesse o de possuir inguagem mais elevada, isto é, a lin- guagem escrita. Era um pedido estranho e sem precedentes. Nao havia nada a fazer contra a zeacto do poder opressivo que empobrecia 0 povo. © povo nio queria somente pao e trabalho como fez depois, segundo os enisinamentos de Marx, nem se limitava fa exigir uma mudanga nas hierarquias sociais e no governo politico, mas reivindicava 0 direito humano do ser instruido ara poder user também esta arte. IT da Deciaragao dos Di- reilos do Homem ¢ do Cidadéo, sancionada em 1791: “A hwre Comunicagdo dos pensamentos e das opinides € um dos reitos mais preciosos do homem’": cada cidadio pode, portan- to, falar, eserever e publicar livremente, Foi por certo uma das poucas vezes que co invés de uma diminuigao de traba- ho, © povo pediu. para fazer uma nova aquisigao com um ‘esforgo que cada individuo deveria eumprir por si s5, 8 custa de penosa fadiga. (0 pedido nascia de aigo bem maior que o desejo de rom- per as cadeias da tirania. De fato, foram necessérios trés anos para estabelecer os principios de uma nova vida social e para ‘bater a monarquia; mas foi necessério um século para esten- Ger 80 povo 0 conhecimento da Tinguagem escrita. Se bem que o grito de guerra fosse "liberdade”, esta con- quista ndo foi feita através da liberdade, pois se fez necesséria 70 pratica de colossal tarefa nao foi atin- jo de uma monarquia que havia desfrutado EE ito Império Francés. Napoleao, pal BEE Tortstoceu o povo 0, peroshen fy, yelhos condigses fossem restabelec povo para uma nove vida. ° entio a plebe da Franca transformada, por sew yuma onda que quebra os aguilhées seculeres. : @ elevacio do nivel intelec- itos do homem, io, @ educago obrigatéria faz tages das Natdes. Uma vez ‘aos povos da Europa, esse jou nfo s6 a Franca, mas todo apés as terriveis dé A educacio obrigatéria foi est dos europeus, pasando depoi enta e dificil tarefa de eliminar 0 analfabetismo. Todas as nagbes civis daquele tempo a assumiram. ‘A educagao das massas abre um novo capitulo na hist5- ria humana que continua a dsenvolver-se e a expandir-se. uma tarefa que requeria um tr Guo e a tarefa era confiada as criangas. Nos primeiros anos do século XIX, a crianga entrou na Histéria como elemento ativo do progresso da cio, mas ‘a0 mesmo tempo ela aparece como uma vitima. A crianca nfio da mesma forma que o adulto, @ ‘ das prisdes ea escravatura de ser forcada a aprender o alfa- beto e a arte de escrever: qual da qual alo potis jules nec grandes conquistes so tura. Os grandes monumentos egipcios, a expansdo maritima de Roma, tiveram como necessidade primordial o sacrificio ‘de homens, forcados com agoites a0 duro e monétono traba- Tho de transportar blocos de pedra e de mover os remos. bm para esta nova conquista de um grau mais alto de in Léncia, para adquirir o uso universal do ler e escrever, a hu- thanidade teve necessidade de escravos © os escravos foram ipio do século XX, foi iniciado um movimento condigées das criangas condenadas a “estudos por mais que se tivesse feito nesse sentidg, \da hoje lorige de ser considerada na pleni- tude de seus direitos naturais de homer. Nio se esti sinda suficientemente persuadido de que a fa a crianca deverd set melhor semen respeitada e ajudads, porque a humanidade permaneceré im- perfeita como 0 é agora se persistirem os diferentes ni mento e as conseqiientes desarmonias que no the yentos de nossos dias demonstra que é urgente ivar as energias humanas. onde atualmente a educagio obrigstéria faz sua primeira’ apari¢éo, podem ser muito importantes as expo- riéncias precedentes, podendo estas partiren de um alto nivel, Nio 6 preciso mais considerar a crianga como um meio de [progresso, como um escravo que sobre suas costas deve acu- mular 0 peso do progresso da civilizacio. A educacao deve comegar ajudando o desenvolvimento da propria crianga e, Portanto, como incremento a potencialidade do povo. ‘As necessidades da crianga, as ajudas necessériss para sua vida, devem ser as preocupagses fundamentais da educa- broza. ‘Muitos pensam que 0 gio por sua vida psiquica sigz © trabalho mental, Ao contrério! Quando se I ragdo como base es energias naturais ou, em outras palavrasy uendo'o plano da educagao segue psicologia especial do senvolvimento humano, aleangar-se-4 ndo s6 um vasto e répi 2 do progress na cultura mas se realizaré também uma inten- sificagie dos valores pessoais. Os progressos da nossa civilizacdo apdiam-se em bases cientificas. A educegio, pontanto, deve também ser colocada cobre essas bases. Aprender a ler ¢ escrever,é 0 inicio da educacio obri- gstéria, o fundamento no qual se baseia e é considerado como um dos muitos objetivos da instrugéo, B necessério, portanto, que seja distinto de todo o resto da cultura, A posse da arte de escrever nao é uma pura habilidade mas representa a posse de uma forma superior de linguagem que se acrescenta & lin- guagem natural, completando-se e integrendo-se com ela. ‘A Tinguagem falada se desenvove naturalmente em cada hhomem, pois sex ela o homem serie um infeliz, um extra-so- © homem dos animais. & um dom natural dado somente a el uma expressdo de sus inteligéncia. De que adiantaria possuir inteliggncia se o ser humano no fosse capaz de compreender transmitir seus pensamentos? Sem linguagem, como poderia essotiar-se a outros homens para alcancar um propésito co- ‘mum, para executar um trabalho? A linguagem falada se desenvolve naturalmente em cada dos que estio perto e esta 6 a razio pela qual os homens, desde a mais remota antigilidade, procuram outros para ‘transmitir mais longe seus pensamentos ¢ para fixar suas re- cordagées. Si do que qualquer outra para o progresso da ci la pode unir o pensamento de toda a humanidade através do desenvolvimento este sucessivo das geracies. A alfabeto con- fdera no somente este desenvolvimento externo, mas a pro- eza do homem, porque completa a linguagem natu- indo uma outra forma de expressdo: Se 0 homem é superior aos outros animasis que néo pos- ym uma linguagem articulada, entiio, 0 homem que pode screver é superior aos outros homens que podem somen- We falar. Somente aquele que escreve possui a linguagem ne- ila & cultura dos nossos tempos portanto, a 3 escrita néo pode ser considerada somente como uma matéria de estudo e uma parte da cultura, pois 6 ela uma caracteristica do homem civilizado, (© progresso da civilizagdo de nossos dias nao pode florir centre homens que possuam somente a linguagem falada, sendo yortanto © analfabetismo o maior obsticulo ao pt Recentemente, por acaso, tive conhecimento de uma noti- tos e Chiang-Kai-Shek e dos outro movimento, nascido de um jovem as criangas aos seis anos la poderia comecar logo ler e escrever, cultura de um modo ficil e interessante ¢ as cria tam com entusiasmo no campo dos estudos. A diferenca é fundamental. 'As escolas verdadeiramente racionais © modernas, ca- pazes de obter uma elevacie do povo, devem poder contar com suas novas criancas, aquelas que ja possuam as duss linguagens, as criancas do homem superior adaptadas para viver em nossos temp formas de governos, nem melhores condicdes econdmicas e nem mesmo liberdade, conquistou na China uma grende po- pularidade e prestigio. Ble 6 evidentemente um grande benfeitor para 0 povo chings, que sente necessidade de tomar parte no progresso megam sempre a ensinar a ler & :0 humano, sendo i es que o objetivo 20 homem civilizado. As duas Tinguagem sio o ponto de parti- da e depois vem a cultura dar as criangas (08 meios para tornar esses conhecimentos duradouros, Ler e fas chaves que podem abrir as imensas reservas idas fixadas ¢ acurnuladas nos la em tim segundo tempo. Com este propésito, indicarei minha experiéncia, obtida através do estudo da crianga, que pode ser muito til Aqueles {que se esforgam na eliminacao do anelfabetismo: a linguagem escrita pode sor adquirida por criancas de quatro anos, mais fecilmente do que por aquelas de seis anos, para as quais co- mega geralmente a educacéo obrigatérie', Enquanto as crian- a8 de seis anos, com grande aflicio e esforco contra @ natu. reza, devem empregar pelo menos dois anos para aprender, fas criangas de quatro anos aprendem a segunda linguagem fem poucos meses, Essas criangas aprendem néo s6 sem esforgo ¢ aflicéo mas também com um grande entusiasmo, O fendmeno qi por mais 40 anos me tocou e fez surgir em mim 0 | tf anos e meio aos cinco anos. (N-T.) , duas coisas devem ser dis- tama arte, e o conhecimento, 4 75 @ excrita, porque ligou diretamente a linguagem escrita com @ falada fazendo daquela um complemento desta, falada 6 composta de poucos sons essen- clelmente distintos, de quantidade limitada, porque depen- dem da possibilidade das combinagSes dos movimentos dos ores ‘tm, por sua vez, um limite, que é 0 mesmo para toda a humanidade, Em algumas linguas s40 usados so- mente 24 cu 26 sons essenciais, em outras, mais; mus os sons sio sempre limitados, Ilimitadas, ow qua des destes sons, cu seja, as palavras. Nao hé limites para que haja um enriquecimento de palavras numa lingua, ndo hé di- cionério que possa conter todas as palavras que podemos for- mar unindo letras e silabas segunda as leis mateméticas das combinacées e permutagies. A Tinguagem escrita alfabstica consiste em dar a repre- sentagio, com sinais graficos, de cada som que compée uma palavra. © resultado ¢ que estes sinais so pouco numerasos, isto 6, tio pouco como sio os sons. Esta representacio é per- feitamente obtida nas Tinguas fonéticas. Mais ou menos per- feitamente toda linguagem escrita ¢ baseada neste simples ptincipio, © fato de que nem todas as escritas alfebétices cor- Tespondem foneticamente & linguagem falada é uma dificul- dade resultante do alfabeto nio ter sido apticado completa: ido 0 seu significado, mas essa desenvolvimento continuamente se aperfeicoando. Esta é a razio pela qual a aprendizagem da eserita deve- ria comegar ce uma anélise dos sons da pulavra, pois este ¢ 0 caminho que deve ser seguido, ‘A escrita nao deveria iniciar-se com os livros usados.na escola atual que comecam representando silabas © palavras impressas: as cartilhas. Para 0 uso correto do alfabeto na aprendizagem da escri- ta, deveriam ser dados somente os simples sinais do alfabeto, colocando-cs em relagio direta com 0s sons que sio por eles representados. Dessa maneira as combinagées das palavras es- ctitas poderiam derivar diretamente da linguagem falada que j4 est desenvolvida na mente, Isto é tdo simples que pode levar a escrever como por megia porque os sinais alfabéticos séo geralmente simples, de facil execuctio, pouco numercsos «, portento, de serem recordados. ico leva & conclusio de que so este pro- cedimento fosse aplicado, a escrita deveria surgit espontanea- 76 * © mente, representando imediatamente toda a linguagem fateda ue cada um possui Agindo desta © problema de eprender a escrevet seria resolvido sem ide, Poder-sevia nfo s6 aprender a fescrever em poucos meses, mas a escrita poderia também do- senvolver-se espontaneamente completaido-se gradu a medida que a mente vai se concentrando nesse exerci © modo de alcancar rior, atingindo a habilidade de escrever, que é resultante da anilise de palavra que todos possuem e da atividade da pro- ppria mente interesseda nesta migica conquista, Se ao contrério, a aprendizagem pattir de livros, isto é, ie de ser, dos livros que apresentern palavras es- riamente que se deve aprender, as dificuldades , resultando uma linguagem separada, uma Jinguagem escrita escolhida de fora, originada do deciftar sila- bas e palavres que nao tém nenhum interesse. £ como se forse feita uma tentativa de construir externa mente uma outra linguagem comecando pelos sons, pelos bal- bucios sem sentido como aqueles da ctianca durante o pris ro ano de idade, seguindo um proceso igual ao. usado nnatureza ao construir a linguagem articulada num ser sem inte- ligéncia e sem hi le motora, como & 0 homem ao nascer. Se, ao contré © processo torna-se uma simples traducio da propria lingua- ‘gem em singis gréficos, Entao 4 sempre ligedo a palavra que tem um significadc para s mente que © processo da escrita acontece por uma atra- ‘io natural, £ dupla, port do uma forma estavel fiobre 0 tesouro que foi acumulado naturalmente através do vido © dos érggos vocais. Mas, enquanto a linguagem fatada 4 um sopro que se desvanece no espaco, a linguagem escrita torna-se slgo permanente, que permanece fixo diante des olhos @ que pode ser manejado e estudado. # por esta sua direta cela¢do com os sons das palavras ‘que 0 alfabeto representa ume des maiores invencdes da hu- ‘man ‘Mais que qualquer outra invengéo, o alfabeto influenciou {© progress humano porque modificou o préprio homem, dan- do-thes novos poderes superiores & sua natureza, dando a ele 1agem que se possui, e fixada 198 € a mo agen em conjunto 7 ‘8 posse de duas linguagens, ume natural e outra supernatural. Com esta iiltima o homem pode transmitir seus pensamentos pata pessoas distantes, pod para seus descendentes, pode enriquecer-se, através do tempo e do espago, dos produ. tos intelectuais de toda a humanidade. “B surpreendente — dis ger — que a histori escrits no é objeto de est a universidade, nem na escola secundéria, nem na priméria enenhum museu importante achou necessério oferecer 20 pi bblico uma exposico demonstrativa do desenvolvimento da ” (D. Diringer, L’Alfabeto) Concentradios nos progressos externos, os homens no pres- taram muita atencao a esse magico instrumento, A escrita nao 6 0 alfabeto. A escrita é uma série de ten- tativas para transmitir 0 pensamento de um modo permanente. A sua histéria remonta hé milhares de anos. O homem no princicio tentou representar os objetos de seu pensa- mento por meio de desenhos, depois si 1u as idéias em Sinais ¢ s6 recentemente encontrou uma solucao simples no alfabeto. Néo so as idéias que devem ser representadas por meio de figuras, mas sim, a linguagem nos seus sons componentes, Porque somente a linguagem pode representar genuinamente iéias e 0 conteddo dos pensamentos m: fabeto permite fazer isto porque tradu, gem falada, No ensinar a escrever, @ funcao do alfabeto nfo é leva- da em consideragéo. Ele & somente apresentado como uma anilise da linguagem falada, Fica submerso na escrita, sem objetivo e sem interesse. Constitui por isso um drido principio de estudos. O seu objetivo e a sua vantagem ficam escondides por longo temp na mente da cris inguagem escrita é ensinada nas Iin- it fonéticas, do mesmo modo como se ensi- naria a escrita chinesa, que no tem uma relaco direta com 98 sons das palavras © que nao possui a maravilhosa e pratica simplicidade do alfabeto. A nossa experiéncia, que se iniciou com criancas entre trés ¢ seis anos de idade, nos fins de 1906 em Rom: é plo. de ensinar a escrever li grificos do alfabeto com a lingua falada, sem 0 uso de livros, 738 = © resultado maravithoso e inesperado foi que a excrita surga “caplnvarente,comerando com plavat interes, a¢ Gusis brotavam sem cessar da mente de crianga que com suas maozinhas cobriam do palavras a louse, o chao e as paredes, em incansével e exaltante traoalho criativo. Esse fendmeno impressionante acontecia com eriangas entre quatro ¢ quatro ‘anos e meio de idade. 5 a Eu estou certa de qua esta velha experiéncia poderé tomar-se (itil hoje para combater © analfabetismo, utilizan- do 08 recursos da natureza. ‘Afinal, € um progresso pratico colocar a escrita no seu real ¢ simples aspecto, ligando-a diretamente com a Kingua- gem falada, B um processo prético que pode ser eplicado tanto a crianca quanto a adultos. Entio, 2 escrita torna-se uma forma de auto-expressio e desperta um interesse e uma ativi- dade que sio exaltados pelo entusiasmo de uma cong) evidente e de um novo poder que se vai edquirindo. A depois de uma primeira fase que se estabelece no {ndividuo, ‘omnes um taisra que permite penetrar no oeano da cultura abrindo mais ou menor lagemente, mas ebrindo a todos um nove mundo, Os livros de leitura e as cartithas deve por isso ser abolides durante o primeiro perfodo no qual a escrita é adquirida como uma nova forma de auto-expressio. 0 alfabeto funciona, ento, como uma chave que é girsda in- ternamente. ‘A cultura em si é algo separado da escrita. Pode-se bem imaginar um homem de grande experiéncia e valor moral que permaneceu analfabeto antes da invencio do alfabeto, mas, nos nossos dias, é inconcebivel um individuo iletrado, mesmo que tenha um grande valor moral, que seja um participante da cultura propria de seu tempo. Os dois diferentes aspectos, sob podemos consi- outra coisa do O escrever tom, Ser letrado, instruido ou culto 6 penetrar na literatura, Tigada com o mundo externo, com os livros que fixam as ima- gens e of pensamentos através da leitura, 79 A nossa experi (poca na qual a pode “ex cia de uma conquista jé feitay jas de quatro anos ‘como conseaiién- sportante, anos de idade ividade © inte- iso da vida” A fratificactio ite e da preparacho do solo, ‘mas depende também da estagao do ano na qual iremos plan- ites fases: uma na qual so dos éregos da. 1g08 exercicios, © um: da fase, intelectual, na qual a linguegem desenvolve a sua construcao expressiva, © fato importante é que 0 aifabeto e a conseqiente habs lidede de essrever “ajudam” o desenvolvimento da lingua nna crianga e tendo uma real ajuda ao seu desenvolv “ © natural, que chega no tempo certo, 6 absorvida com vital avidez. Os simbolos alfabéticos que so dados as criancas, como 1n6s damos, em forma de objetos separados, que se pode mane- que compéem @ palavra, dando também a esses sons uma forma visivel que permanece sempre diante dos olhos. Javras que uma crianga conhece e também ai nunciadas por outros. Este exercicio intelectual tao facil repre- senta por isso uma ajuda para determinar, aperfeicoar e esta belecer a lingusgem falada. ‘A base destes exercicios é evidentemente a andlise da ramente interior que permite fazer uma anélise das partes componentes da linguagem, Isto a erianga no faria, nem po- deste modo descobre sua prépria linguagem. Cada fa para construir uma palavra é baseada sobre luma pesquisa e uma descoberta: a descoberta dos sons que formam a palavra que ela quer reproduzir. Estes exercicios podem também interessar 0 adulto anal- fbeto e, de fato, foi provedo que é assim. O alfabeto pode ‘ter para todos a chave que conduz exploracdo da propria Tinguagem, suscitando um novo interesse. O interesse surge, ‘lio #6 motivado por essa andlise que faz superar a dificuldade de ortografia na linguagem escrita, mas também porque os finais elfabéticos sto bem poucos e embora pouco numerosos podem exprimir toda a tinguagem em qualquer forma e em Yoda ocasido. Se um adulto, por exemplo, sabe de cor uma ests nun proce, ent todas an elavres dee poten on rece pociem ser construides. & fantéstico pensar que todos os dias as paginas dos inumeréveis jornais, séo todas com todos ov dias as péginas dos inumerdveis jornais, sio todas - combinagées do alfabeto, que as conversas que se escutam na 81 te-se clevado espirtualmente por este pensam ‘ser para ele uma Tevelagac oe ra ie no periodo do desenvolvimen- las uma chama viva que arde em que passeavam indo as palavras: pois aquilo que ele havia rae logo a analisava'em seus 08 execicion com 0 alfabeto mével mavimentam i mente a linguagem e provocam uma stiv ie aa Pro stividade propriam E necessério notar, todavia, que em todos esses exercicios construir palavras longas e dificeis sem nunca haver escrito, sem nunca a font . wunca haver segurado © exercicio de compor a palavra é somente umé 3 1 1a prepa: racio para escrever, nnesse exercicio s40 uni fen cialmente es duas Tale 4 * como eu defino: “a linguagem eserita liberta dos meca- nnismos.” wer realmente, isto 6, com a mio que traga com a pena as letras do alfabeto, 6 somente um mecanismo da edu: fagio sendo, portanto, separado do trabalho intelectual, pois to pode escrever com uma maquina ou com letras impressas. ‘A mio é uma espécie de méquina vivente, cujos movimentos dovem ser preparados de mcdo que ela possa servir a inteli Hincia © essa preparacio se faz por meio de exerci dos que estabelecem a coordenacio motora nece ‘A intelidéncia & 0 érdio executivo: 6 uma outra distin ‘gio que exige na prética diferentes processos de preparacio. ‘Quando se comeca, como se faz nas escolas comuns a aprender a escrever oscrevencdo, encontrar \dades ‘que, ve nio forem insuperdveis, sero certa i ‘mental. Seria como se o homer de idéias, desejoso de felar, nao tivesse gio os mecanismos para a articulagao ‘Um processo idéntico 6 adotado para smudo provocando 0s movimentos articulados com 0 esforgos de falar. ‘© mesmo acontece quando se insiste em preparar a mio para escrever, fazendo-a escrev per ft ponta do lébis quebrada constituirs tous resultados muito imperfeitos colocario em prova heréica ‘a sun vontade, i Para as criangas a caneta, na escola elementar, parece ‘umm instrumento de tortura e 0 escrever, um. trabalho forgado | imposto por coercio e continuos castigos. Para isto também a mao deve ter preparacdo, isto é, deve "aprender a escrita antes de escrever, por meio de ssantes que so uma espécie de gindstica ‘usada para dar agilidade 20s misculos do ‘externo cujos movimentos podem ser ‘ediscagio porque esses sao vist que acontece com 0 mecanismo slavra que requer segredo e imperceptiveis movimentos ‘escondidos, tais como a lingua e as cordas vocais. coordenagées, mas estas, a demora na utilizagao d fluente movimento nece: cioso desenhar das tempo, a mio leve e fi criangas da rabathos ma- nuais que preparem suas ‘Movendo os objetos nos exer: as eriancas Preparam a mao e todas a8 ac’ ‘amente para @ pelo desenko. de seis anos, pois estas ja passaram e periodo sen- sitivo (a idade do jogo, @ idade de condigao é sinda pior porque, aprendendo ; struir qualquer coisa que o habito do trax balho jé fixou em sua mio. Justamente por esta dificuldade é importante preparar ‘a mio do adulto analfabeto com qualquer exercicio manual @ especialmente com o deseno, desenho este nao livre, mas conduzido com preciséo por jet meio que guie a mio e permita obter resultados visiveis de desenhos decorativos e bem feitos. ‘Terfamos assim uma espécie de gindstica preparatoria dos mecanismos da méo que se pode comparar, em sua fic nalidade, & outra preparacio intelectual da escrita feita com alfabetério mével. A mente e a mao vio sendo preparadas da linguagem escrita, execu: ® 198 olhos. Ver nfo ajuda 2 mio a escrever. & somente a ge quando se executa uma escrita copiando-a que reproduzern em dimensdes mével e ensinamos nossos al movendo 0 dedo sobre cada screver espontanegmente, sncas escrevem do mesmo modo, porque todas tocaram as mesmas letras. 10 executar as minimas particularidades ‘modelos, em vez ‘a preparagao de cal 85 dex ¢ exatidio que haveria de requerer de outra forme, um ‘Assim aconteceu durante a famosa “explo- de quatro anos. 9 * fem casa, um dos meninos trouxe um pedaso de papel amasss- tee veers thas para levé-les para casa. Essa experiéncia mostra-nos que a aprendizagem da leitu- do ensinamento, leitura thes dé satisfacdo e divertimento, do mesmo 10 08 contos de fades ¢ as histérias com #8 quais os adultos procuram entreté-las. ‘As criancas se interessam pelos livros quando saber ler. Isto & tio dbvio que parece supérfluo dizer, [Nas escolas comuns, a leitura comeca diretamente do livros, as criangas devem aprender a ler, “lendo”. tram na propria linguagem materna palavras cartas e longas © écie. Basta entio somente fazer uma ané- ‘ar para cada um 0s sinais alfabéticos cor- respondentes, Isso é assim, por mais que possa parecer uma ‘agueles que ainda nao conhe- gam essa verdadel A leit deve ser usada para superar dificuldades como as acima descritas. Bla é 0 ingresso da linguagem escrita no campo da cultu- ra, Nia é como a escrita um meio de auto-expressio. Seu ob- reconstruir através dos sinais alfabéticos, as itura também necessita de uma preparacé possivel descrever com particularida- ‘para essa preparacio, quero novamen- ‘tbe onde [procura entender o sentido da palavra lida, colocando 0 a7 cartiozinho 20 lado do objeto que nele esta indicado. Num pericdo sucessivo so e ‘nos cartéozinhos frases curtas que indicam uma ago p: ituras podem ser das de tal medo que Se possa introduzir 0 estudo gramatical cla lingua- gem. A crianga de dois anos nao possui guagem materna, Porque nao bastam palavras para dar o sentido. E também necesséria a ordem fem que as colocamos pare tornar claro o significado do que queremos expre: Da mesma forma como a anélise das p fungoes de cada parte da oragio e da ordem que cada uma deve ocu- par para tornar claro 0 periodo, A gramética assume dese modo uma forma “construtiva”” ajudada por uma anélise, ndo sendo como se costuma fazer discurso nas suas ‘As pequenas antes, sobretudo, porg fdades motoras, ndo 85 época da vida, que a erianga set ajudada a corrigir os defeitos gramaticais de sua “aque sio di ‘estojam trabathando em nosso método. Por exemplo: 0 fato niio existir uma progresséo sucessiva entre 08 exercicios, por feitos em conjunto e podendo ser repetides muitss vezes ja tinham sido feitos. Os que seriam considerados cfcios considerados mais faceis, alterando-se uns aos outros, ha mesma menhé. Pode acontecer que uma crianca de cinco porque nao se lis tra no progresso do conheciment as palavras devem suportar para a‘ laridades de um discurso exp vor que fala das acées, nao é se esto concluindo e ergue ficeis de aprender) jé existem na linguagem e 6 necesséri somente descobrir que so irregulares, completamente diferente de quando se estuda © gramé- ino e misterioso da criagéo, ipreender que as leituras gramaticais, com sua ¢ clareza possam ser usadas também pel juma atragéo na uniformidade monétona da ostam- Fequer a dificuldade de conhecer ao n mo tempo dois elfabetos diferentes: aquele com 0 qual se escreve © aque- | Tinguagem ajuda imulantes satisfac se possui, enquant esta imperfeicao de professores 2 fadiga de ensinar para o préprio professor Numa recente experiéncia feita na Inglaterra depois da segunda grande guerra, uma professora escocesa disse: “Eu me sentia emberagada, com a§ muitas co material supria a minha insuli INTRODUCAO nando unia verdadeir: one dos ocupados e ale Core ore A cultura em si mesma’ no deve ser confundida, como icipio, com aprender a ler e a escreve I — AS REVELACOES DE ORDEM NATURAL NAS CRIANCAS E SEUS OBSTACULOS Il — PRECONCEITOS SOBRE A CRIANCA NA CIENCIA E NA EDUCACAO Este, portanto, 6 um argumento diferente daquele que Ill — As “NEBULOSAS” tratar somente.da atuali- ANALFABETISMO MUNDIAL Isto demonstra que a cultura ¢ absorvida pela cri de experiéncias individuais, com as repetigées de ter para os quais sempre contribui a at ‘més, érgios que cooperam para o desenvolvimento da i géncia,

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