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TEORIA SENTADA

III
A minha idade assim verde, sentada.
Tocando para baixo as razes da eternidade.
Um grande nmero de meses sem muitas sadas,
soando
estreitos sinos, mudando em cores mergulhadas.
A minha idade espera, enquanto abre
os seus candeeiros. Idade
de uma voracidade masculina.
Cega.
Parada.
Algumas mos fixam-se sua volta.
Idade que ainda canta com a boca
dobrada. As semanas caminham para diante
com um esprito dentro.
Mergulham na sua solido, e aparecem
batendo contra a luz.
uma idade com sangue prendendo
as folhas. Terrvel. Mexendo
no lugar do silncio.
Idade sem amor bloqueada pelo xtase
do tempo. Fria.
Com a cor imensa de um smbolo.
Eu trabalho nas luzes antigas, em frente
das ondas da noite. Bato a pedra
dentro do meu corao. Penso, ameaado pela morte.
E uma raiz seca, canta-se
no calor. uma idade cor da salsa.
Amarga. Imagino
dentro de mim. Trabalho de encontro noite.
Procuro uma imagem dura.
Estou sentado, e falo da ironia de onde
uma rosa se levanta pelo ar.
A idade uma vileza espalhada
no lxico. Em sua densidade quebram-se
os dedos. Est sentada.
Os poentes ciclistas passam sem barulho.
Passam animais de prpura.
Passam pedregulhos de treva.
para a frente que as guas escorregam.
Idade que a candura da vida sufoca,
idade agachada, atenta sua cincia. Que imita por um lado
as naes celestes. Que imita
por um lado a terra
quente.
Trabalhando, nua, diante da noite.

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