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CONTABILIDADE GERENCIAL
EXPOSITOR: LEONARDO PINTO
APRESENTAÇÃO
Esta singela apostila foi elaborada com as melhores referências bibliográficas no assunto de
contabilidade gerencial. No final da apostila consta a relação da referência bibliográfica
para aqueles que queiram se aprofundar nesta área.
Bom estudo!
“Quanto mais o homem vence e se apura no saber, mais se humilha e se convence, que tem
muito que aprender.” Mário Barreto França.
2
I. CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
1. INTRODUÇÃO
A contabilidade tributária é o ramo contábil pelo qual apura-se resultados para a aplicação
das alíquotas pertinentes para a apuração dos tributos.
Define a CTN o tributo em seus artigos 3º a 5º: “Tributo é toda a prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção
por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente
vinculada.”
Tributos é a arrecadação proveniente de fatos geradores pelo qual quem auferir estará
sujeito. Exemplo: Imposto de Renda Pessoa Física. Só está sujeito a contribuir quem com
este imposto a pessoa física que alcançar a renda mínima mensal de R$1.056 mensais.
Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Só está sujeito a este tributo a entidade que auferir
lucro. Como também só estará sujeito ao pagamento do IPVA quem possuir veículo. E
assim temos diversos casos de tributos, onde existe o efeito e a causa.
3. CONCEITOS DE LUCROS
Existem 3 tipos de lucros.
3
3.2 Lucro Fiscal
É aquele apurado pelo livro LALUR após as exclusões e adições pertinentes pela legislação
fiscal. O Lucro Fiscal só é usado para empresas com apuração de resultados pelo Lucro
Real.
4.1.1 ADIÇÃO
Adição é toda despesa pertinente na Demonstração de Resultados, o qual não é aceita pelo
FISCO como redutora da base de cálculo para a aplicação da alíquota do Imposto de Renda,
fazendo com que a base fique maior para a aplicação da alíquota, logo pagando-se mais
IRPJ. Exemplos de adição: Despesas c/ Multas de Trânsito. Esta despesa não é aceita para a
redução da base de cálculo do Imposto de Renda pois o FISCO considera que esta não faz
parte das operações “normais” da empresa e sim é uma despesa por infração das leis de
trânsito.
4.1.2 EXCLUSÃO
Exclusão é toda receita pertinente na Demonstração de Resultados, o qual não pode integrar
ao lucro para a aplicação da alíquota do Imposto de Renda, fazendo com que a base de
cálculo fique menor para a aplicação da alíquota do Imposto de Renda, logo pagando-se
menos IRPJ. Exemplos de exclusão: Receitas de dividendos. Presume-se que a empresa que
gerou lucros pagou o Imposto de Renda antes de distribuí-los e por isto não pode ser aceito
como uma receita na empresa investidora.
4.1.3 LALUR
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O Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) é onde são escrituradas as exclusões e as
adições, bem como a compensação de créditos fiscais. Na parte A do LALUR são
controladas as adições e exclusões e na parte B do LALUR são controladas a compensação
de créditos fiscais. O FISCO permite que prejuízos anteriores sejam compensados ou
reduzidos da base redutora para o pagamento do Imposto de Renda. Este percentual é de até
30% da base de cálculo tributável.
5
- Valor do capital social incluindo a correção monetária. 0,21
- Valor do Patrimônio Líquido do último balanço patrimonial. 0,15
- Soma do ativo circulante, Realizável a Longo Prazo e 0,12
Permanente, existe no último Balanço Patrimonial.
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tributária de forma criminosa, onde o profissional premeditadamente altera documentos
contábeis sendo evidenciada então uma fraude.
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EXERCÍCIO II:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO R$ PASSIVO R$
PERMANENTE 233.000
• IMOBILIZADO
Móveis e Utensílios 65.000
Veículos 35.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 517.000
Imóveis 117.000 Capital Social 500.000
(-) Depreciação Acumulada (44.000) Reserva de Lucros 17.000
• INVESTIMENTOS
Imóveis 35.000
Companhia Argentina 25.000
PEDE-SE:
A contabilização dos fatos, elaboração da DRE de acordo com o artigo 187 da lei 6404/76,
incluindo o IRPJ e o respectivo adicional, CSSLL, PIS e COFINS. Elaboração do BP
comparativo e da DOAR. E ainda, destinar 5%do lucro líquido para a reserva legal e 10%
para a Reserva Estatutária.
Em seguida, apurar as diferentes formas de tributação: Lucro Real e Lucro Estimado.
OBS.: O Estoque inicial é composto por 5.000 unidades e o método de controle é o PEPS
8
2. Recebimento de R$ 60.000 do Contas a Receber em conta corrente.
3. Compra de 1.000 unidades de mercadorias por R$61 cada à prazo. Houve incidência de
ICMS. Pagou frete de R$200.
5. Venda à vista de 1.600 unidades de mercadoria por R$192 cada. Houve incidência de
ICMS.
7. Compra de 1.100 unidades de mercadorias por R$54 cada à prazo. Houve incidência de
ICMS. Pagou frete de R$220
8. Venda de 1.600 unidades de mercadoria por R$212 cada. 50% à vista e 50% à prazo.
Houve incidência de ICMS. Pagou frete de R$100
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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
DE ACORDO COM O ARTIGO 187
10
II. CONTABILIDADE DE CUSTOS
1. INTRODUÇÃO
A contabilidade de custos é o ramo da ciência contábil pelo qual apropria os custos e
despesas incorridos na empresa. É a disciplina base da contabilidade gerencial. Uma de
suas funções é elaborar relatórios gerenciais com conformidade
2. NOMECLATURAS
Custo Fixo é aquele que não se altera de acordo com a produção. A empresa vendendo ou
não terá que arcar com este custo. O custo fixo não é rateado! Exemplo: Aluguel, folha de
pagamento... Vale ressalvar que a folha de pagamento aqui descrita como sendo não rateada
é a mão-de-obra aplicada para a manutenção da entidade como salários adminstrativos.
Custo Variável é aquele que altera-se de acordo com a produção. A cada unidade a mais
vendida ou fabricada é acrescida de uma parcela de custos variáveis. Exemplo: Despesa c/
Energia Elétrica (quanto mais se produz maior é a sua parcela), Comissões de Vendedores
(quanto mais se vende maior é o seu valor)...
Custo é todo gasto financeiro aplicado no processo produtivo. É comum fazer parte deste
grupo os custos de todas as mercadorias que compõe o produto final do produto, bem como
as despesas ligadas diretamente para a produção. Exemplo: Salário c/ Pessoal da Fábrica,
Despesas c/ Frete sobre a compra de Mercadorias, Despesas Alfandegárias...
Custo Direto é aquele que é facilmente identificado ao produto sendo alocado diretamente
a ele. Não há necessidade de rateio. Exemplo: Matéria-Prima, Mão-de-Obra Direta.
Custo Indireto é aquele que não é identificado com o produto, porém há necessidade de
rateio. Exemplo: Despesas c/ Energia Elétrica (sabe-se o valor total, mas não se sabe o
quanto cada produto fabricado consumiu)
Mão-de-Obra Direta (MOD) é aquela que incide diretamente sobre a produção. É de fácil
“visibilidade” pois todo o gasto com a produção está diretamente relacionado a produção de
um produto. Este gasto é alocado diretamente ao produto e não é rateado. Exemplo: O gasto
com Salários de Produção Para o Produto W. Estes gastos são alocados diretamente ao
produto W.
Mão-de-Obra Indireta (MOI) é aquela que incide sobre a produção, porém não há relação
direta com algum produto. Este valor é rateado a todos os produtos visto que não há relação
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direta com o produto X ou B... Exemplo: Gastos c/ Segurança. A segurança é comum a
todos, por isso deverá ser rateada e não alocada diretamente a um certo produto.
Direcionador de Custos é aquele que direciona os custos aos produtos. Exemplo: Como
ratear os custos de energia elétrica aos produtos? Através do direcionador de custos que
pode ser MOD. Vale recordar que só os custos indiretos são retaedos.
Objeto de Custos é aquele que recebe os custos direcionado pelo Direcionador de Custos.
Exemplo: O produto Y recebe uma parcela do gasto com energia elétrica. O objeto de custo
é produto Y.
Gastos Ativados são aqueles que geram desembolso para a empresa, mas em contra partida
não altera o patrimônio da empresa, somente a liquidez. Não são considerados como
despesas pois é somente uma aplicação em um bem, geralmente de produção. Exemplo:
Investimento em máquinas para a produção. Este desembolso representa um gasto ativado,
pois trocou-se um ativo de maior liquidez (caixa) por um ativo imobilizado (máquinas).
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EXERCÍCIO III:
PEDE-SE:
A empresa Colômbia compra mercadorias para revenda direto no fornecedor em São Paulo.
Elabore o rateio dos custos indiretos aos produtos de acordo com os custos diretos.
EXERCÍCIO IV:
PEDE-SE:
Marque a relação dos custos e das despesas abaixo indicando se Fixo ou Variável, Direto
ou Indireto e ainda se CP-Custo de Produção, DA-Despesas Administrativas, DV-Despesas
de Vendas ou DF-Despesas Financeiras.
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Matéria-Prima Consumida
Despesas c/ Entrega
Despesas c/ Publicidade
Despesas c/ Brindes
EXERCÍCO V:
A Industria Paraguai S/A fabrica 2 tipos de produtos, a saber: Televisão e Rádio. Durante o
mês de Março ela fabricou 4.000 Televisões e 17.000 Rádios. Os custos e despesas da
entidade são os seguintes:
Aluguel R$5.000
Salários Administrativos R$22.000
Salários da Produção R$18.000
Despesas c/ Entregas R$1.200
Depreciação das Máquinas R$800
Energia Elétrica R$4.400
Honorários da Diretoria R$8.200
Comissão c/ Vendedores R$3.400
Seguro da Fábrica R$1.100
Despesas Gerais R$2.200
Despesas c/ Juros R$460
Matéria–Prima Consumida Para a Fabricação das Televisões R$14.550
Matéria-Prima Consumida Para a Fabricação dos Rádios R$3.195
OBS.:
- 20% da Energia Elétrica fazem parte da Admistração e 80% fazem parte da
Produção.
- 70% da depreciação das máquinas pertence ao produto Televisão e os 30% restante
pertence ao produto Rádio.
- O critério utilizado para o rateio dos custos indiretos de fabricação é de acordo com
a Matéria-Prima consumida para cada produto.
PEDE-SE:
Calcular o custo unitário da Televisão e do Rádio.
PRODUTOS
A B Total
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Mão-de-Obra Direta Aplicada $1.000 $1.000 $2.000
PEDE-SE:
Faça o rateio dos custos indiretos de acordo com o direcionador de custos abaixo:
A) Com base em horas-máquina
B) Com base na Mão-de-Obra Direta (MOD)
C) Com base na Matéria-Prima Aplicada
D) Com base no Custo Direto Total
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CMV = Estoque Inicial + Compras - Estoque Final
1. INTRODUÇÃO
Na indústria a alocação dos custos aos produtos é contabilizada de uma maneira diferente
da empresa comercial. Isto porque na indústria são diversas contas que compõe o a
estrutura da empresa, pois ela compra a matéria-prima e em seguida coloca em produção,
enquanto na empresa comercial ela somente revende as mercadorias já elaboradas.
Matéria-Prima é o insumo fabril para a elaboração do produto final. Imagine uma fábrica
de chocolate. Quais são as matérias-primas pertinentes a produção de seu produto final?
Chocolate, leite, açúcar, creme de leite...
Produtos em Elaboração são aqueles que ainda estão em fase de andamento na indústria.
Imaginando ainda a fábrica de chocolate os produtos em elaboração desta empresa são as
matérias-primas entregues para a produção do produto final.
Produtos Acabados são aqueles prontos para a venda. Certamente este já passou pela fase
de matéria-prima em seguida foi elaborado e por fim se tornou produto acabado.
2. CONTABILIZAÇÃO NA INDÚSTRIA
Praticamente a estrutura contábil na indústria é executada da seguinte maneira:
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Crédito: Produto Acabado ou Estoque Para revenda
CASO PRÁTICO I:
A Indústria Equador S/A faz as seguintes operações:
Estes lançamentos só fazem sentido quando a empresa fabrica um único produto. No caso
de a indústria fabricar mais de um produto tem-se a necessidade de elaborar um plano de
contas mais abrangente contendo o nome dos produtos fabricados. Veja o exemplo:
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CASO PRÁTICO II:
A indústria Cuba S/A fabrica o charuto super luxo e o cigarro simples. Dentre o processo
produtivo ocorre os seguintes fatos:
6. A empresa vende à prazo 500 unidades do Charuto por R$ 1,90 cada e 7.000 unidades
do Cigarro por R$0,30 cada.
Custo do Produto
Vendas Fabricado Clientes
3.050 (6) 900 (7) 3.050 (6)
350 (8)
MEMÓRIA DE CÁLCULOS:
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Vendas R$3.050
Charutos 500 X 1,90 = R$950
Cigarros 7.000 X 0,30 = R$2.100
Desta maneira fica clara a maior rentabilidade do produto cigarro. No capítulo 5, falaremos
sobre a rentabilidade dos produtos.
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Os casos práticos I e II evidenciam somente o rateio dos custos diretos. Ocorre no entanto
que durante o processo produtivo ocorrem ainda os custos indiretos de fabricação, como
energia elétrica, mão-de-obra-direta (MOD)..., bem como os custos fixos como aluguel,
folha de pagamento... Os custos indiretos de fabricação serão rateados aos produtos, logo
farão parte dos Custo dos Produtos Fabricados e os custos fixos não são rateados e sim
colocados diretamente nas contas de resultado. Vejamos outro exemplo:
R$
Comissão com Vendas 12.000
Matéria-Prima Consumida 130.000
Salários Administrativos 16.000
Energia Elétrica 8.000
Despesas com Entrega 1.300
Despesas com Aluguel 1.600
Salários da Produção 14.000
Despesas Gerais 2.100
Depreciação das Máquinas de Produção 500
Depreciação dos Móveis e Utensílios 200
Despesas Financeiras 600
Receitas Financeiras 100
Despesas com Telefone 800
Despesas com Publicidade 4.200
1º PASSO
Separar os Custos de Produção, Despesas Administrativas, Despesas com Vendas e
Despesas Financeiras.
Custo de Produção
Matéria-Prima Consumida 130.000
Energia Elétrica 8.000
MOD ou Salários da Produção 14.000
Depreciação das Máquinas de Produção 500
Sub Total 152.500
Despesas Administrativas
Salários Administrativos 16.000
Despesas Gerais 1.600
Depreciação dos Móveis dos Escritórios 500
Despesas com Aluguel 1.600
Despesas com Telefone 800
Sub Total 20.500
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Despesas com Entrega 1.300
Despesas com Publicidade 4.200
Comissão com Vendas 12.000
Sub Total 17.500
Despesas Financeiras
Despesas Financeiras (600)
Receitas Financeiras 100
Sub Total 500
2º PASSO
Apropriação dos Custos Diretos.
Como já comentado os custos diretos possuem ligação direta com os produtos. Estes por
sua vez não são rateados e sim alocados diretamente aos produtos. A matéria-prima
consumida no valor total de R$130.000 é um insumo direto para a produção dos produtos,
bem como a Mão-de-Obra Direta (MOD) e os seus valores foram extraídos do balancete de
verificação. De acordo com a planilha de produção conseguimos os seguintes dados:
PRODUTOS: MP MOD
Caneta R$ 70.000 R$8.000
Lapiseira R$ 45.000 R$4.000
Borracha R$ 15.000 R$2.000
R$ 130.000 R$14.000
3º PASSO
Apropriar os Custos Indiretos de Fabricação (CIF).
Os Custos Indiretos de Fabricação serão rateados de acordo com o direcionador de custos.
Ou seja, temos um total de R$8.500 de custos indiretos, sendo Energia Elétrica, MOD e
Depreciação das Máquinas. Porém estes R$8.500 serão alocados aos produtos com base no
direcionador, que pode ser MOD, a MP ou até mesmo a quantidade de produtos fabricadas.
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Depreciação das Máquinas de Produção 500
Total 8.500
Para elaborar o rateio dos custos indiretos de R$8.500 utilizaremos a MOD como o
direcionador dos custos.
R$8.500
________ = R$0,607142
R$14.000
Cada produto receberá aproximadamente R$0,61 dos CIF’s de acordo com a sua matéria-
prima utilizada, visto que o direcionador de custos é a matéria-prima consumida ou
utilizada. Temos então:
PRODUTOS:
Caneta R$ 8.000 X R$0,607142 = R$4.857,14
Lapiseira R$ 4.000 X R$0,607142 = R$2.428,57
Borracha R$ 2.000 X R$0,607142 = R$1.214,29
Total de MOD R$ 8.500
Este rateio evidencia que o produto Caneta receberá R$4.857,14, a Lapiseira receberá
R$2.428,57 e a Borracha receberá R$1.214,29 dos CIF’s. Totalizando R$8.500 que
faltavam ser apropriados aos produtos.
Após a distribuição dos custos e das despesas para o seu devido lugar, podemos elaborar
uma planilha de análise compreendendo então os produtos mais ou menos rentáveis, bem
como o seu valor de custo unitário. Veja a tabela:
P R O D U T O S
Caneta Lapiseira Borracha TOTAL
Custos Diretos:
Matéria-Prima R$70.000 R$45.000 R$15.000 R$130.000
Mão-de-Obra Direta R$8.000 R$4.000 R$2.000 R$14.000
Custos Indiretos:
Mediante Rateio R$4.857,14 R$2.428,57 R$1.214,29 R$8.500
CUSTO R$82.857,14 R$51.428,57 R$18.214,29 R$152.500
TOTAL
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BORRACHAS R$17.596,15 (custo total) ÷ 390.000 (quantidade) = R$0,04
Custos Fixos:
Despesas Administrativas R$20.500
Despesas com Vendas R$17.500
Despesas Financeiras R$500
TOTAL R$38.500
*Estes valores são aproximados poisa calculadora não permite o uso de muitas casas
decimais.
Perdas normais, são aquelas ocorridas no processo de fabricação. Estas são alocadas
diretamente no custo do produto. Exemplo: 300 Kg de matéria-prima foram requisitadas
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para o processo produtivo. Quando encerrou o processo produtivo verificou-se que apenas
290 Kg foram realmente utilizados para a fabricação dos materias, logo, 10 Kg são
conhecidos como perdas normais.
8.1.1 SUBPRODUTOS
São derivados do produto principal e possuem mercado de venda relativamente estáveis.
segundo Eliseu Martins "não são considerados como produtos propriamente ditos, pois
originam-se de desperdícios de um processo produtivo".
Quando eles forem efetivamente vendidos tem-se somente uma troca de ativos. Entra
dinheiro no caixa e sai o registro da conta subprodutos. Este lançamento evidencia que os
subprodutos foram avaliados para revenda em R$1.000. Somente na venda será feito o
ajuste, para mais ou menos.
8.2 SUCATAS
Também deriva-se do produto principal, porém para as sucatas não são criadas contas na
contabilidade. Quando vendidas a receita arrecadada é considerada como "Outras receitas
Operacionais" e não é abatida do custo dos produtos como os subprodutos.
24
Como comentado a sua venda é considerada como "Outras Receitas não Operacionais".
Vejamos um lançamento:
EXERCÍCIO VII:
Durante o processo produtivo a Indústria México S/A avaliou em R$32.000 os sub
produtos derivados do processo industrial para a fabricação de seu produto final. Faça a
contabilização sabendo que a indústria só vendeu este sub produto 2 meses depois por
R$40.000.
EXERCÍCIO VIII:
A Indústria México S/A vendeu sucatas derivadas do processo produtivo por R$3.000. Faça
a contabilização.
Com base nos dados abaixo, indique o custo das mercadorias vendidas com base no método
PEPS.
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Devoluções de Compras R$ 18.500,00
Fretes sobre Compras R$ 5.500,00
Vendas de Mercadorias R$350.000,00
Estoque Inicial R$ 85.000,00
Custo das Mercadorias Vendidas R$217.000,00
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EXERCÍCIO X (Prova 3 - Exame de Suficiência – Técnico):
Considerando os dados abaixo, calcule o custo unitário de produção e o custo da matéria-
prima na produção total do mês:
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ICMS sobre Vendas R$ 46.200,00
Vendas R$ 385.000,00
Compra de Material de Limpeza R$ 9.550,00
Outros Impostos Incidentes sobre Vendas R$ 14.052,00
A) R$ 700.000,00
B) R$ 510.000,00
C) R$ 400.000,00
D) R$ 380.000,00
Custeio por Absorção é um método de custeio que busca adicionar ao custo de produção os
custos realmente incorridos, ou seja, tem por objetivo a apropriação de todos os custos e
despesas de produção e tão somente, aos bens elaborados. Todos os gastos relativos à
fabricação são distribuídos para todos os produtos que forem elaborados.
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Essa adição deve ser feita com todos os gastos que se relacionam com a produção, tanto os
diretos quanto os indiretos.
É um método que derivou-se da aplicação dos princípios de contabilidade geralmente
aceitos. Não torna-se, necessariamente, um princípio contábil, mas uma metodologia
embasada neles, nascida com a própria contabilidade de custos.
Esse tipo de custeio é, ainda hoje, adotado pelas Auditorias Externas, tendo-o como básico,
visto ser o mesmo consagrado pela Lei 6.404/76. Diversos autores o consideram como
sendo falho e impreciso.
9.1.1 OBJETIVO
O objetivo desse custeio é fazer o rateio de todos os custos entre todos os produtos, não
observando-se para tanto se é direto ou indireto, variável, semi-variável ou fixo.
Deve-se obedecer um esquema de apropriação dos custos nesta modalidade de custeio,
como sendo um facilitador na apuração dos mesmo. São eles:
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9.2.1 CLASSIFICAÇÃO
Custos Diretos são todos os custos que se identificam naturalmente ao objeto de custeio,
de modo mais econômico e lógico. Além disso são apropriados diretamente aos produtos
fabricados.
Custos Indiretos por outro lado, todo o item de custo que precisa de um parâmetro para ser
identificado e debitado ao produto ou objeto do custeio é considerado um custo indireto.
São debitados indiretamente por meio de taxas de rateio ou critérios de alocação. Assim,
pode-se generalizar, identificando o custo indireto como aquele item que precisa de critério
de rateio para sua identificação ao produto ou objeto cujo custeio é desejado.
Entretanto, não se pode falar em custo indireto nas empresas que são objeto de fabricação
de apenas um produto.
Custos Variáveis são aqueles cujos valores se alteram em função do volume de produção
da empresa. Exemplo: matéria-prima consumida. Se não houver quantidade produzida,
custo variável será nulo. Os custos variáveis aumentam à medida em que aumenta a
produção.
Custos Semi-Variáveis são custos que variam com o nível de produção mas que
entretanto, tem uma parcela que existe mesmo que não haja produção. É o caso, por
exemplo, da conta de energia elétrica da fábrica, a qual a concessionária cobra uma taxa
mínima mesmo que nada seja gasto no período, embora o valor total da conta dependa do
número de quilowatts consumidos e, portanto, do volume de produção da empresa.
Vale ressaltar que, no Custeio Variável, os custos fixos são considerados despesas do
período, sendo lançados diretamente no Resultado. Sendo assim, só serão alocados aos
produtos os custos variáveis.
INTRODUÇÃO
Segundo Horgren “Orçamento é a expressão quantitativa de um plano de ação futuro da
administração para um determinado período.”
Orçamento é a projeção financeira da entidade e a aplicação de suas idéias em prática.
Onde aplicar o que foi arrecadado? Como aumentar a receita de vendas? É viável lançar um
produto? Qual a estimativa de vendas deste produto?
1. VANTAGENS DO ORÇAMENTO
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Certamente as empresas que elaboram orçamentos conseguem obter melhores resultados do
que as empresas que não elaboram orçamentos. Quem planeja antecipadamente onde
investir e o que irá fazer com os recursos arrecadados proveniente das vendas leva uma
vantagem competitiva em relação as demais empresas.
CASO PRÁTICO I:
1º PASSO
Estimar as Receitas. Baseado nos objetivos e metas da empresa o orçamento deve
primeiramente estimar as receitas com as vendas de produtos. A empresa decide lançar um
produto e por isto deve estimar a sua receita bruta, ou ainda, a empresa decide continuar
com um produto tradicional deve-se também estimar a sua receita bruta de vendas.
2º PASSO
Estimar a Produção e os custos. Baseado nas receitas deve-se estimar o custo da produção
se for empresa industrial, ou estimar os custos das mercadorias se for empresa comercial.
3º PASSO
Estimar as outras despesas. Até agora orçamos as vendas e os seus respectivos custos
diretos. Porém, a empresa possui os seus custos fixos e alguns custos semi-variáveis que
oscilam com a produção. Outro fator relevante na elaboração das estimativas de outras
despesas é a despesa com juros.
4º PASSO
Apurar o respectivo lucro que a empresa irá gerar. Mediante as receitas, custos e
despesas, obtém-se o lucro, e a partir disto a empresa providencia os investimentos
necessários para o crescimento e expansão das vendas. Começa então a aplicação do
planejamento estratégico das operações de empresa. Algumas empresas mais tradicionais
esperam o lucro para então investir nas operações do planejamento operacional, outras no
entanto, não restringe-se somente ao lucro para operacionalizar o seu planejamento
operacional. Estas empresas conhecidas como “arrojadas” colocam em prática os seus
planejamentos com ou sem lucro. Se houver lucro ótimo, a própria empresa financia os seus
projetos, porém, se não houver lucro, esta empresa captará recursos no mercado financeiro
ou de capitais para financiar os seus projetos.
31
4. ACOMPANHAMENTO DE ORÇAMENTOS
INTRODUÇÃO
A contabilidade gerencial é o ramo da ciência contábil pelo qual evidencia as opções de
investimento, rentabilidade dos produtos, estudos de ponto de equilíbrio... Enfim, ela busca
respostas gerenciais através de cálculos para a tomada de decisões.
1. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
Margem de contribuição é o valor de venda de um produto menos o custo de compra ou
fabricação. Exemplo: Se a empresa compra um produto Y por $8 e vende por $20, a
Margem de Contribuição deste produto é de $12 ($8 - $20). Ou ainda, $8 divididos por $20
= 0,40 menos 1 = 0,60, ou se preferir 60%. Estes cálculos evidenciam que para cada
produto vendido obtém-se 60% de recursos livres para o pagamento das despesas fixas.
FÓRMULA:
Preço de Compra
Margem de Contribuição = ________________ = Y (menos 1)
Preço de Venda
Quando a empresa fabrica ou vende apenas um produto como exposto acima, o cálculo é
bastante simples. Porém, quando há mais de um produto e ainda com margens de
contribuições diferentes deve-se fazer um mix de receita.
2. PONTO DE EQUILÍBRIO
Ponto de Equilíbrio é o ponto pelo qual a receita total se iguala a zero. Ou seja, é o quanto a
empresa vender no período para pagar todas as suas despesas e custos fixos.
FÓRMULA:
Custos Fixos
Ponto de Equilíbrio = ______________________
Margem de Contribuição
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Ou seja, para que a empresa pague todos os seus custos fixos ela deve obter uma receita
bruta de $30.000.
3. MIX DE RECEITA
É quando a empresa possui mais de um produto para a revenda, e ainda com margens de
contribuições diferentes. Exemplo: Produto A compra por$4 e vende por$8. Produto B
compra por$6 e vende por $8. Enquanto o produto A apresenta uma margem de 0,5 o
produto B apresenta uma margem de 0,25. Como expressar o ponto de equilíbrio
considerando um custo fixo de R$10.000, visto que esta empresa apresenta 2 produtos com
margens de contribuições diferentes?
Vendas:
Produto A (1.000 X R$8) = R$8.000
Produto B (2.000 X R$8) = R$16.000 R$ 24.000
Custos Variáveis:
Produto A (1.000 X R$6) = R$6.000
Produto B (2.000 X R$4) = R$8.000 (R$ 14.000)
= Lucro Operacional R$ 0
Logo, a empresa deverá vender 1.000 unidades do Produto A e 2.000 unidades do produto
B para atingir o ponto de equilíbrio com margens de contribuições diferentes.
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faturamento total da empresa para que ela seja capaz de remunerar o capital empregado
pelos sócios. Vejamos um exemplo:
CASO PRÁTICO I:
Dois investidores decidem comprar um comércio por R$140.000 Eles só arriscam a
comprar o negócio se o retorno for de 5% sobre o investimento total. De acordo com os
dados enviados pela contabilidade o custo fixo do comércio é de R$32.000 e a margem de
contribuição de cada produto é de 55%. A receita bruta média é de R$ 69.000 Você
aconselha os investidores a comprar o comércio?
Para que a empresa pague todas as suas dívidas ela deverá obter uma receita bruta de
R$58.181,81. Se a receita bruta média é de R$69.000 está empresa apresenta lucro.
FÓRMULA:
Margem de Contribuição
0,55
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Quando uma empresa vende uma mercadoria ela paga além do ICMS o PIS, COFINS e se
ela auferir lucro ela paga 15% de IRPJ e se este for superior a R$20.000 mensais ela paga o
adicional de 10% descontados os próprios R$20.000.
Como
CLIENTES
Examinar o público alvo para o consumo dos produtos. Categorizar as classes de consumo.
Exemplo 1: Chocolate Simples. Para este produto estima-se um público de baixa renda.
Exemplo 2: Chocolates Suíços. Para este produto estima-se um público com alto poder
aquisitivo. De acordo com o público alvo você comprara os concorrentes. Quem oferece no
mercado Chocolates Simples e qual o seu preço de venda? E quem oferece os Chocolates
Suíços e qual o seu preço de venda?
CONCORRENTES
Os concorrentes são as forças externas que afetam diretamente o seu preço de venda. Se por
um lado o seu produto não possui concorrentes e você pode vendê-lo por um preço bastante
alto, por outro, se a demanda de seu produto for grande você só irá vendê-lo por um preço
de mercado, reduzindo bastante a sua margem de contribuição. Atualmente os clientes não
estão em busca de fidelização e sim as empresas.
CUSTOS
Além da análise dos clientes e dos concorrentes a empresa deve analisar a sua estrutura de
custos. Se o Chocolate Simples está sendo vendido a R$0,30 a empresa concorrente deverá
ser capaz de estimar o seu custo para a elaboração do produto e ainda, não somente os
custos diretos, mas como os fixos.
Baseado nos clientes (público alvo) e em seus concorrentes (preço de mercado) e ainda nos
seus custos a empresa começa a elaborar o seu preço de venda.
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA:
COUGAN, Samuel. Custos e Preços – Formação e Análise. Rio de Janeiro: Pioneira, 2000.
FIPECAFI. Manual de Contabilidade das Sociedades Por Ações. São Paulo: Atlas,1999.
GOMES, Josir Simeone. Contabilidade Para MBA’s. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
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MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 8. Ed. São Paulo: Atlas, 2001.
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