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Informética na Educacso: Teoria & Pritica ORGANIZACAO E SISTEMAS Jorge de Albuquerque Vieira” Resumo: Preiendemos nasla artigo acvaserter e dsou 0 eonaato de Organizapio segundo uma pers pecive silémica, Acredings que ll anioque fila @ esclamcn o stu ua aulo-arganizaSo esa Aplicagéaa em vinas Armas, ja que a mesma tem aca dasenvolvda em icenae na Ambto de Uma Toor Geral de Sistemas segunce une abrangénaia arrologica Palavrae-Chave: Sisara - Organiesgio - Complesidave - Auts-ceganizaisie- Semistee ct Ite our goal 0 noduow and dlecuss the content of Organization n a systemic approach. We Ua auch a view heirs and cial te ste) of auioergarization anit sppleaiions in saveral ‘eds, since this concent has been developed i Hrectins nthe domain of a General Systerrs Theory as 3 Ontologica! approacn. Keyeworda: System » Organization - Complexity -Audo-orjanizalion - Semiotics 1. Introdugo: Ontotogia e Sistemas objetivo deste artigo 6 aprosentar uma viséa sistémica da realidade, apoiacia em uma Tooria Geral de Sistemas em suas raizes mais ontologicas, enfatizando o conceito de organizarao. Para uma efetiva discussao da auto-argenizagto, parece-nas bvio que devemos primeira tentar concsitvar o terms que origina esse con- aio, Nao 6 nossa pretensio explorar a construgao oléssica de BERTALANFFY (1986) nom as proposins surgidas 3 partir da Cibennélica de WIENER © ROSEMBLUETH (1970). Assim, por exemple. nao en‘atizarames aspectos reiativos aos conceitos de retroalimentacao ou ainda honrecstase, Nosso Interesse 4 congragar 25 contribuigdes de desenve'vimentos mais recentes na érea de sistemas, come por exempia a termodinamica dos sistemas abertas lange do equilibrio (PRIGOGINE, 1984} ov as recentes dascobertas na area dos siste- ‘mas dinémicas nao lineares em processos de caus determinista, cu ainda as ideias de principio da organizacdo a partir do rafdo (ATLAN, 1992}, Nas itimas décadas muitas idéias e conceites tém sito propostos, apontando para um cliniax que catacteriza 0 reconhacimente @ a necessidade do estudo da complexidade, com uma consegtiente teoria sistémica da mesma. Estaramos seguindo a proposta de BUNGE (1979) seguno a qual a Teoria Geral de Sistemas ¢ uma boa candidata ao que poderfamos chamar de Orloiogia Cientifiea, uma praposta que permitiia uma maior eficiéncia no tratamento das ciéncias a partir de suas raizes ontolégicas. Nesta intadugao estaremos relemnbranda, ‘08 conceltes de Ontoingia, seus dominios e chjetrvas e coms a Tearia Geral de Sistemas pode aspirara esse pagal. Segundo a Filosofia cléssica {VITA, 1964:24) a Ontologia pode ser definida como “outra name da Metafisica’, 0 estuda do ser enquanla ser, com independénicia de suas detarminagdes particulates, Embora a gor haja derencas entre as dues reas, é nesse sentido que esteremos adotande aqui uma ce‘ta identifica: do entre uma “Teoria da Realidade’ (Metafisics) com uma “Teorla do Ser ou dos Objetos” (Ortologia). Mais ainda, tods ciancia seré uma Ontologia Regional ne medida ern que trabalha com tigos de objelos especiticos, Estaremos seguinda zinda aprox’madamente 3 propesta de MARIO BUNGE (1977:5) como senda a Ontoiogia (ou Metatisica) uma Cosmoiogia Gerat ou Ciéncis Geral: comoa cidncia concernente a totalidade da reafidade - 0 que néo é 0 mesmo que a realidade como um todo’. Nesse sentido, ainda segundo BUNGE, a Cntologia‘Metatisica estuda os vagus genéricos de todo modo de set e vira-ser. assim como as caracterist- 88 pecullares da malor parte dos existentes. Segundo PEIRCE (1892-23:5), "seu objative @ estudiar as carac~ torfslicas mais gerais da cealidada e dos objetos reais’ Quais seriam assim os temas comuns as discusses antoldg'cas? SAa vitics: substéncla, forrna, pro- priedade, coisa, estado, possibilidade, probabiidade e acaso, muddanga, evanlo ® provesso, espaya, temipa, * Professcr, Dautor em Comisicagao @ Semiétea (PUCSF}, Peslegsar no Programa de Estudes PéeGredusclas em Com usicagso = Seiniies da PUGSP 20 Museu Necionel 6a UFRJ, ctgaet@puen V.31N"4, Setembro, 2000 ” Intwamte nneavecte: Tea 8 Prdtea oeurncs SP. evolugo... para ser mais oxato, uma cologae ve vont que normalmente séo pressupostos pelas cléncias « Cientistae, mas aue continua pertencenco Filosofia ¢, muitas vezes, nunca Sendo discutidos ou devida- mente avaiiados por muitos cientistas. Isso significa: 8) A maioria dos cionlistas usa © aplica esses conceilos sem ter, nunea, procurado entender exata- mente o que eles conti +) As grandes inovagties em ciBnela exigem um axercleio Mloséficn do natureza proominentemente onto\égica (sempre implicando em um consediente exercicio cnosiolsgico} 4 ciéncia pode ser en téo concebida coma um sistema aperto com predom ini do conceitusl, cujo meio ambionte é basi- camentea Ontcioga Por outro ‘ado, a ciSncia 6 um tipo au forma da conhecimento, cbtide a partir do conhesimente geral apoiado em um carjunte de hindteses de natureza filoséfica, Para uma boa discusséo quanto & i380, ver mais uma vez BUNGE (1975:319-230). Dessas hindteses, podemos ver que aecessitamos ao menos de uma gnosiolgica o algumas ontolagicas. BUNGE relaciona as seguinles hipdteses flosoficas: 1) Realismo: A realidade do mundo extemo. 2) Pluralismo: A realidade tem uma estruture de varios niveis, 3) Deterministno ontoldgico: Leis. Uma verséo smpla. N30 deve ser contundido com o determinismc epistemoldgico. A Unica eoisa que esta hipstese nege 6 a total austncia da fei, mas aumite Wis estocasticas, objetividade do acaso, etc. 4) Delerminisma Epistemalégico em uma forma flex‘vel, uma cognoscibilidade limitada, 5) Formalismo: A Autonomia da Légica e da Matematica, Porexempio, muitos cientistas acotarn uma postura gnosiotégica que pode ser expressa coma objetvisrmo realista crtico, compativel com o item (2), uma apeao gnasiotécica habitual naqueles que se dedicam as cien- clas faciiais. Mas adinitr ume realidade implica na necessidade de hipsteses onlaldgicas sobre a mesma, Um conjunto de ‘ais hipéteses, ainda coerente com a proposta do autor citade, e hoje em dia cada vez mais adotado, pode ser: a) Areslidade 6 sistémica, b) A realidace & comploxa; ) A resilidade 6 jegatiforme. Paraca-nos que a boa attvidace cientifica ¢ facilitada se as cientistas s80 capazes de percebere distal ty a nalureza da ciéncia ¢ de tals hindteses. Sabernos que muiles jimitam-se, 2 longo de toda ura vida profiasional, a executer a chamada ciénela norma! (no sentida de THOMAS KHUN, 1978:48), coerentes como paracigma vigerte, sem necessitar de um exorcicio onioldgico. Mas todas os inovadores, todos os que acom- Panham a emergéncia de uma nova ciéncia, todos esses necessitam do exercicio fiosdfioo que 56 pode Ser suprido pele Gnosiviogia e pela Onloiogia, antes mesmo ca pritice enistemolégioa. Nesse contexto, quai a vantagem mals imeiiata co astuco da Ontalegla? © a ma‘or definicdo, ciareza, de conceitos fundamentais como espaco, tempo, matéria e substancia, process, elc., e, mais do que tudo, a ossibiidade de comparagao entre objetos de cléncias especiticas (cntbioglas regionals, VITA, 1964.26; BUNGE, 19711) nas tentativas inter ¢ trans-disciplinaros, Essa necassidade é flagrante nas ciéncias de compiexidade, ‘qua lidam com sistemas complexes em composieaa, funcionalidade, etc, Come entender um complexe siste- ma psicossocial contenda, além de pessoas, antidados fundamentais para o sistema mas que transcendiem os Individuos? Sistemas culturals, por exemplo, néc podem se" teduzides aos sistemas hurengs que os contém. A compiexidade exige que possamos entender e modeler a Interacdo entre coisas ¢ processos de neturezas: ‘multas vezes bem diversas, so pena de nao caglagao do que ha do fundamental nesses sislemes, Ea Ontciogia ave pode fewiltar ise, com seu anfoque em buses do geral e do completo. Por exemilo, se um sistema humano necessita ser estudado, a8 onlologias regionais, as ciéncias, padem ser convidadas fara tal geranda um conjunto da dascrigies e/ou representagdes com uma certa autonomia. Assim, um ser humane pode ser descrto e rapresantado pela Fisice. pela Quimica, pela Biologia. pela Psicologia, pela Soc- clogia... uma visdo dada pola Bioquimice tera uma autonomia diversa daquela dada pela Biofisica, ou ainda pela Socicbiclagia.... ou seja, mesmo a tentativa de esludos conjugande planos diversos da realidade, cont! 2 V.3N" 1, Setembro, 2000 PGIE-UFRGS Informatica na Educacio: Teoria & Prética (gu08 ou nao, ainda epresentam imagens ou representagdes, ov ainda explicacdes, diversas e praficamente autdnomas. Mas 0 que nos interessa conhecer é 0 ser humano, alémm de suas facetas ou perspaciivas, em suas, {otalidade e plenitude. Da mesma forma, se um astrofisicn quer estudar 0 Sol, pace constniir imagens e representagdes do mesmo, por exemplo, em praticamente todo 9 espactro elatromagnétice, Na faixa de radio (radiagtes quilométricas, decaméticas, centimétricas, milmétricas), no infravermethe distarte, no préximo, na “janata” do visivel, na transi¢ao alfa do hicrogénio, no uitraviotota, nos ralos X 6 gamma... cada uma dessas estralégias ‘observacionais fomecerd uma imagem, uma representagso, um leor de explicagae que terduma caracteristica propria. No entanto, o que guetemos conhecer 6 0 Sof, o abjete que permanece ports de todos esses signos Este € tipisamente um problema ontoldgice. © canhecimento em Crioiogia pode gjudar cientistas a olanojar, entre cutras coisas, adequatas observagSes e medidas segundo novas perspectives, visanoo semore aumer- taro reperiério das representagdes co sistema coetentes com a tealidade. Aiém dos aspectos metadoligicos, 1utamos também pela methoria daqueles epistemoldgico. Nosses teorlas 40 apotadas em conceitos ‘undamentais, alguns tomados como primitives @ gerando um nucleo de ostulacios. O estudo e discussao desses conceitos podem gerar a reformulagéo de partes da tears, a ehucidageo de conceitos compiaxos pertinentes aos niveis mais etevados desses sistemas conoaltiais. Sabomos, por exempla, que 2 revolugSo einsteniana nao consistiv om meramonle dilataro aicanige da fisica newtoniana, mas, fo um trabalho sobre 05 conceites basicos de espaco, tempo e matéria, uma ativicade nitdamente ontolégica £ comum nossos estudantes de Fisica afingirem a graduagée e mesmo pis-araduagdo sem conocer, por exemplo, cuais teorias quanto ae tempo 18m embasado as laorias tisicas. Nao nos basia dizer 8 acetar que o tempo 6 “uma variavel t ou aceiter @ reversibiidade temporal sem uma discusséc Rloséfica acequace em Termodingmica e em tudo squlla que depende desta. Como suigorido anterioamente, uina das vanlagers da prética ontologica 6 que, ao lidermos com tragos ruito gerais de coisas, podemos utizar'os mesmos para fazer comparagdes e conextes inter e ransdisciplinares. ‘CO cominio da Ontologia é aqueie que é pasion e fundamental pare 0 estuco de qualquer objote o agragados de objatas. £ mais uma vez estaromos seguinda a proposta de MARIO BUNGE (1979). se ha urna possivel tears Giettifica que possa vit a desemoenhar 0 papel de ume Cntologia cientiice, esse teoma (na verdade- uma proto- teoria) 6 9 Teoria Geral de Sistemas, quande as nogées de coisa & de aijeto passam a ser adotadas como. sendo reiativas a sisternas. E sempre inmoorlante frisar que esta teoria eslé ainca em fase de desenvolvimento = nasce basicamente a partir das descobertas da Termodinamica fenomenolégica, na segunda metade do séculp passacio, quando o problems da Entropia ressuscita © pioblera da compiexidade e o rompimento ce uma postura voitada para o tenta da hatmonia (para uma boa discuss20 cuenta ae tema da complexidada versus 0 da simplicidade, ver PRIGOGINE, 1984; para uma discussao quanto a uma anslise fematica ver HOLTON, 1979), Contribuigdes das engenharias mecAnica, elétrica e eletrSnica comegaram neste sécuto, 5 partir do problema da equilibragem de maquings € paslerormente com a questac da estabilzagao de redes letricas & sistemas elelrénicos, assim como 0 desenvolimente de servomacenismos, Esse atvidade tecnolégica gerou ferramentas matemélicas oe grande ferliidade em apiicagoes, propiciando o surg mento de Teoria da ieforma- go am SHANNON 6 WEAVER e da Ciberética de WIENER e ROSEMBLUETH assim como da Teoria dos: Automata de VON NEUMMAN. Por autro lado, na area da Mecanica Celeste, 05 problemas da nao iinearidace € nfo infegrablidade em sistemas clissicos ja eram de conhecimeala de HENRI POINCARE, no infco do século @ logo depois surgem as contribuigdes do bidlogo LUDWIG VON BERTALANFFY, o primeiro grande: esforgo de uma construedo sistémica e do tratamento da corepiexidade. Desenvowimentos tedticos envoivendo a conceite de sistema prossequem: escolas surgiram, privilegi- ando algumas visGes clantifcas s fioséfcas, coma a escola russa (um bom reprosentante & AVANIR UYEMOV}, a toheca (JIR! ZEMAN ¢ LISOR KUBAT), 2 da logica ne Fol6nia (LESNIEWSKY}, € ainda as propostas de flésofos come KENNETH DENBIGH, na Inglaterra, do ociloga WERNER MENDE na Alemianha, etc. E esse aspecio que quaremos enfatizar: em vez de ficarmas restritos ds contriauigdes mais “cldssicas”, estaremos trabaihando com estas, mais recentes, no referenciai de BUNGE, na medida, é claro, em que isso for possivet. ‘Nos tiltimos anos, uma area férti tam sido desonvolvida envoivando sistomias complexos @ Semidtica: a Biosenndtica. onde a interagée maior com a Semictica ¢ dada oelo trabaino de autores como THURE VON UEXKULC, MYRDENE ANDERSON, THOMAS SEBEOK, ets Pedemos sgora frisar um aspacto importante de nessa proposta: « vise que pretendemos apresontar 6 eplicdvel a qualquer tipo de sistema, o que inciul aquoles lipices das Ciencias, aqueles tipicos da Filosofia & V.31N"4, Setembro, 2000 3 Informética na Educagio: Teoria 8 Pritica PGIE-UERGS a aqueles com que lidamos no dominio das Artes. Uma Ontologia que permita, alémn de consinugdes inter & ‘transdisoiptinares, 0 estudo de sistemas que até bem pouca tempo foram tretados como ineompativels ou incoerentes, coma pertencentes a éréas de conhecimento mesmo antaginicas, a partir da featura bor demais, atificial entre ciéncias exatas 2 ciéncias humanas, nor exemp'o. O que nrapomos € quad conceit de sistecra, om sua fundamentaga ontoligica, possa vira lidar com sistemas de alta complexidade, onde Arte, Flosofia & Ciencia mesclam-se, como en: muilos sistemas cultucais. Adotarems assim coma inka de trabalho a discusstio de definigdas do termo Sistema e a pattir dai a ciscusséo do que alguns autores chamam Parémetros Sistémicos. Tais parémetros fernam um conjunto de ‘congeitos gerais 0 suficiente para a descrigso ¢ embasamento de represontagses de qualquer co'sa, safista- zendo 0 ideal ontolégico perseguido. O que teremos entdo 6 uma feamenta cue, além de descrever bem qualquer entidade, iré permitr o visiumbre, a percepéo, de possivais Wages ou processos assaciados aos sistemas, caracteristicas estas que ficariam mais ocuttas sem o anfoque sistémico, 2. Sistemas: definicdes e pardmetros sistémicos 2.1 Sistemas: dofinicdes Como dito anteriormente, para tider com as quesiBes aus envolvem uma visto sist8mica, podenmoe ‘rabalher cam uma Ontoiogje Sistémica, como a propesta por WARIO BUNGE (1977 e +979). Adetaremos essa visio como panta de partda em nossas discusses, o qua no implica, necassaramente, aadagia de todos os Pontos de vista do autor. Adinitiremos assim que a realidade & formada por sistemas abertos, tal que a conedtividade entre seus ‘sUbsistemas, com 6 conseqiiente transporte de informago, gera a condigao em que cada subsistema é medi do ow vor a madiar cutros, comportande-se come signc, de acordo com a proposia de PEIRCE, Dessa forma, tems a possibilidade de conciliar a visdio sistémica com a semitica peirceana, oque nos parece uma. dilatacdo ontolégica fértl para 0 estudo da compiexidade. Vamos primeiro definir sistema segundo a escola russa (AVENIR UYEMOV, 1975:98). (my S= J [RiP ou seja, um agregaco (m) de coisas (qualquer que Seja sua netureza) sera um sistema S quando por definigéo, existe um conjunto de relagdee R entre os elementos de agregado de tal forma que ventiam a partlhar propr- edades P. A vantager dessa definicdo € ue nos permite uma leitura direta ca nagdo de sistema a partit de um de seus parimetros mais simples, a ideia de composigéa, como expressa pela notagso (m), 0 agregado que: formara 0 sistema, De forma compativel cont a formulagao de BUNGE, essa dafinicae nes permite racosinar ‘em termes de Teoria dos Conjuntos. Um outro asnecte positive da definicéo de UY EMOV e que no comparece nas dsinigées normalmente enconlradas na literatura, ¢0 fale expliciiade por P, a owas propriedades partiha- das, 0 que permite conectar 2 visio do Atomismo com a do Holismo, geranco « Sisternismo (BLIGE. 1978:39- 43), Ou sgja. a transigdo de um agregade de elementos ou mesmo de sisternas para um sistema de nivel mais atto 6 obtida a partir da emergéncia de propriedaces que desaparacem se 0 novo sistema for decomposto ou reduzido 903 sous componertes desassociedos, OU seja, esse adoghia ontoldgioa opGe-se A iddia do reducionisme au a cronga de que le's naturals vigontes om nivois atevadas de comploxidade possam sor reduzidas a leis dos niveis infenores, © que acarretaria nese rearesséo que as ieis da Fisica terminassem por ser as Unicas basicas e todas as demais serida devivadas, Pels defirigio de UYEMOV, no & pose!vel "baixar ce nivel” sem perder algo, no caso as propredadas partinadas em um certe nivel sistérmico, 0 que € coerente: com uma tese holista, a cue diz que “o todo é sempre maior que a reuniao das pares" Lembremes que na referencia citada, 0 autor a t& como “uma multld de elementos (m) na qual rolagao (R)é ofetuiada com a propriedada (P} previamente fixada’. Essa leltura é correla quando pansamos am ‘Teleoiogia (finalismo, os sistemas evoluem “para algo") ou ne caso de sistemas feitos pelos seres humanos, sistemas por nés projetadas, quando sabemos a pifor que propredades ov abjatives desejemos atcancar. Mas, se retirarmos 0 "previamonte fixada’ a falarmos samente das propriedadas partithadas, tcremos uma nogac de sistema nao teieclogica e que satistaz. aos sistemas naturals de forma plena. Para uma boa discussae quant, 20 sentide de "propriedadies colabvas ou perilhadas’ e # orilica aa reducionisma, ver BUNGE (1970-41-43), ‘Uma limitagdio ds definigo aqui consierada re‘ere-se ao fato de que sistemas, ern escala universal, do sempre abertos ern algum nivel. o que implica que sejam envolvides par aigum outo sistema, ave ert 14 V.3 N° 4, Setembro, 2000 ee PGIEVERGS Informstica na Educacdo: Teoria & Prétice ‘Teoria de Sistemas é 0 chamada Ambiente. Na defnigdio de UYEMOV, esse sistema envoltério nda é expiicitado. Eé nesse contexte que apresentaremios uma segunda definigaa, agora devida a BUNGE (1979:5), que apre- senta @ vantagem de explicitar essa entidade: *Seja T um Conjunto nfo vazio. Entio a tiple ordenada = 6 (ou rapresenta} um sistema em T 84 somente se 6 6 € sfo subcorjuntos mutuamente disjuntas dé T (isto €,G NE #2), ¢& éum cconjunto ne vazio de relagbes acbre a uriao de & @ E." ‘Seguindo o desenvolvimento postenor fata pelo autor, vernos que “C representa uma “coisa” qualquer, attermo aqui empregado em seu sentida ontolégico, “E” outra coisa, sende que a candigio de disjungao garan- te que 28 duas ndo epresentern parlihe em suas composigGes mas 0 conjunto “S" de relagdes age no interior de °C” e ne fronteira, conectendo °C” aE”. °C" 6 0 substratum do sistema 8 “E” o seu sistema ambiente, As dias “coisas” se sistomes, tm identidades diversas mas re‘acionam-se. 2.2 Os parametros sistémicos: basicos ou fundamentais e evolutivos ‘Chamamnos parmetras slatémicos aque'ss varaclerfsicas que ocorrem em fodos os sistemas, inde- pendentemente da natureza particular de cada um, ou seja, tragos que encontrariamos tanto em uma galaxia quanto ern uma sinforia, por exerpic, Essa generalidace tem um forts apelo ontotigioo, dai a Teorie Geral de Sistemas ter sido proposta como uma tentativa ce Ontologia Cientifica (BUNGE, 1978). O terme parameto nao parece 0 melhor, tendo am vista seus significados em contexlos bem definidos, como o da Matemabea (quan ‘tdade que entra na equacéo de uma curva & se pode fazer variar sem alterar a natureza dessa curva; todo: elemento cuja variagfo de valor attera a solugéo de um prodlema som alterar-the a natureza). Mas come tom sido usade na literatura (por exemple, UYEMOY, 1975), vamos manté-lo equ: tambern. Os pardmettos sistémioos oodem ser dividides em duas classos: + Bésicos ou Fundamentals: aqueles que todo e qualquer sistema possui, indapendente de processes evolutives. + Evolutvos: aqueles que suryem aa longo da evolucao, com o passer do tempo, podendo estar presentes em um sistema 6 nfo om outro. ou alada, podande nao estar presentas em um determi nado sistema mas podendo vir a emergic ne mesmo em algum tempo futuro. 2.2.1, Parémetros basicos ou fundamentals: trés: Permanéncia, Ambiente & Autonomia. Perrranéncia, Eo que parece ser o mais fun¢amentatde todas. Vem da pergunta ontolagica e cesmolégica: 0 que sa0 as coisas e por que so no tempo? Pode ainde ser expresso com a ajuda de um enunciado na forma de urn principio: “Tadas 2s cotsas tendem a permanecer”. No sentido acima, as coisas ou objetos, @ partir do momento em que tornarm-se existentes, “tentam” durar, tentam permanecer. O equivalente em Biologia seria a termo, vagamene emprogado por vezes, “sobre- vivencia’s diz-s0 que 08 Sores vivos possuem umn “snip de Sobrevivencia’. Quando pensames em sistemas menos complexos e anteriores a vida, como 0 caso dos abjetas fisicas, astrondmicos, encontramos os mes- mos durando ne ternpo, embora 2 ciéncia atval nao chame aise de sobrevivéncia, a nda ser metsforcanente, Mas pola viscusszo cosmoligica feita, gademos coneluit que, no ambito de nosso conhecimanto cientlice atual, @ permanéncia des sistemas @ uma solugio encontraca pelo Universe nara, por sua vez, permanccar: segundo 0 “Big-Bang’, a expansaa do Universe implica em uma transtormaggo termodinamica, com dissipacao de energia na forma da expansag e com produgée de entropia. E como se 0 Universe dimensionasse ‘canais” para que essa transtormago seja viabilizada a partir do ‘evel, para o global: "Possibly the elruciae building rocesses we can observe jovely rerrechanisris fr the energy eissipaton inthe targo. This means thal energy flows organize their own path tough raatler by sttucture bulling” {MENDE, 1981:199) Ou seja, coisas emergem ne Universo para satisfazer a lermodindmica global do mesmo, origem das coisas. Tambémn podemos conclur que, pata que coisas venham a emergit para entéo “tentar’ permanecer no V.3.N° 4, Setembro, 2000 18 {nformética na Educacdo: Teoria & Pritica PGIE-UFRGS ee a tempo, come canal de viabilizagao dessa tormodinamica, condigées prévias devem ser dadas pele Universo para que um certa tipo de sistema surja, e ndo cutro. Chamaremos essas condip5es de Condicdes de Pemma- nénoia. E visivel também que ha um meio prévic ao sistema cnde esses condigdes stuem, localmente. Esse também é um sistema, que envolverd € enveive o sistem em cuestao. Esse sistema envoltério € 0 chamado Ambiente. Ambiente: Trata-se de um sistema que envolve um determinado sistema, Para que sejam efetivados os mecanis- mos de produgao de sistamas pela termodinérnica universal, ¢ necesséria que os sistemas apjam abertas, au soja, toquem matéria, energia o informagao com outros; 0 mais imediato deeses costuma ser o seu ambionte. E através dessa interacéio que um sistema ¢ gerenciado pela evolucao universal. E no sistema ambiente que ‘encontramos todo o necessdrio para trocas entre sistemas, desde energia a’é cultura, connecimenta, afetividade, toleréncia, elc., "esteques” necessarios para efetivar os processos de permanéncia. Sistemas fectados tracam ‘energia e informagao, mas nao a matéria. Sistemas isolados nada trocem, sendo praticamente uma impossibi- dade ontolagica. © que é observade é que tados cs sistemas parecem ser aberts em siqum nivel; sistemas que tendem ao isolamento perdem contato com o ambiente tendem & morte - casos aspeciats extremos surgem em biologie e medicina na forma dos chamacos “estaccs de vida laterte’ (per example, a tuberculose ‘em um organismo saudével pode tender a uma forma quistica, latente, “esperando” a coasifie em que o arga- nismo fique debilitado @ fornega assim um ambiente adequade 2 sua proliieragao). Ou seja, 0 conceite de sistama aberta é corrente com aquole de ambfonta. Came resulliada da interagao onlre o sistomia @ 0 s6u ambiente, trocas energéticas o enlrdpicas levam 0 sistema a intemalizar informagces, desde diversidade matenal e energética (os nivels de energia de um atomo; reserves de vitarninas au gordures em sistemas vivos, ete.) até diversidade signica (conhecimento, compeléncia, talento, etc. )de varios tipos, Na medida em que a intemalizagao ocorre, uma especie de “estoque’ & gerade no sistema, Ea chamadia Autono- mia, Autonomia: Os “estoques” mencionados acumulam-se no sistema ao lango do tampo, ou 69ja, tam uma caracteris- \ica discursiva, se olharmos Os processes evolutives come formas ce semiase (a a¢ao do signo, no sentido de CHARLES S. PEIRGE). Os esteques, além de garantie algums forma de permanéncia ou sobrevivencia sistémica, acabam oor ter um cardterhisisrico, gerando o que podemos chiamar “fungae memoria" do sistema (BUNGE, 1977:247). Uma tung meméria conecte o sistema presenta ao seu passado, possibiltanda posst- FF) veis fuiuros. Em sistemas de baixa complexidade, a meméria 6 simples (como 0 caso do fenémeno da historesc em sistemas fisices ou o que é descrite por uma “fungo de transferéncia” em um citcuito elétrico, por exemplo} mas erm sistamas compiexas cla pode surgit exatamente com o significado a que estamos habituados, come ‘na memoria de um ser hurano, um complexo processo cerebral = celular, A meméria mais marcants em Biologia é sem divide aquela do vddigo genético. Em resumo, sistemas "necessitarn” sobreviver, soba imposigao da termodinamica universal; para isso, “exploram’ sets melas ambiente, “trapalnando* os"estoques" adequados 8 essa permanéncia. Podemos dizer que ha assim uma certa hisrarquia entre os 3 parémetros basicos: primero, a permanéncia; ela € efetive através do meic ambiente, com a conseqitente elaboragao de autonornia, incluinco ai a memona ou ¢ haito, 2.2.2. Parametros evolutivos ‘So assim chamados os parémelros que exprimem temporalidade nos sistemas. Podemos colocé-los lam uma hierarquia também, Gesde aquele que esta associado ao nascimento de um sisterma alé aquele que ‘demonstra méxima complexidade. S60: Composigdo, Consctividade, Estrutura, Integraltdade, Funcionaldads [J 2 Organizagao: ha ainda aquele paramelro que surge desue as condigSes de permanéncia e acompanna toca 2 evolucdo do sistema: o partmetralivie da Complexidiade. Composigao: ‘Saja 2 definigko de UYEMOV para sistemas: (m)S = , [Rin)] P, que @ lida: "Seja um agregado ou conjunto de coisas (m). Tel agregade au corjunto sera um sistema quando, por definig8io, existir um conjunto R de refagdes envolvendo os elementos do agregado de mado que possamn partlhar alguma propredade >” 16 VP, Sotemndr0, 2000 Pa PGIE-UFRGS Informatics na Educagao: Teoria & Pritica © pardmetro Compasigao # uma caracter‘stica ¢o agregado (m). Em termas, consiste naquilo de que & Formac o sistema, Asociados & composigae, podemos disoemir os seguintes aspactos: + Quaniidace: o mimero de elementos que compdem 0 agrogado. Pode sor paquane (uma forma de baixa comptexidade) ov grande (uma fatma de alta complexidade). Sistemas com granda numero do olomanios ou subsistemas sorio ditos sinergéticos. + Quslidads: Consiste na naturaza dos elementos, Sistemas fornadas por iim tinios tipe de elemento terao uma forma da baixa complexidace: tormados por elementos de varios tigos, terao uma forma de atta complexidade. + Diversidade: é exatamiente o quanto os elementas se diversificam em classes de tipos. A diversida- do tambéin pode ser baixa ou alla, com as consequentas formas de comploxidads. + Informagao: Informagdo € diferenga. Do ponto de vista realista, o mero Fata da realidade possuir diversidade ja the dé um caréter informacionel. Os sistemas mais complexes terrrinam por selecio- har informacao, ou soja, tormam-se sonsiveis as diferengas que percebem do meio ambiente © que mais ajudam as suas permanéncias. Nasse sentido, é como diz GREGORY BATESON (1981:16: “Iaformacan éaciferenca que faz clerenga’ Sistemas possiindo diversidade sdoinormacionals. ka + Entropis: se existe informagao, existe Informago média e, em sistemas naturais, i680 costuma implicar em uma modida de entopia. Alta enlropa ovorrerd quando os tious que promovem a diver- sidade ocorrerem em quantidades aproxmadamente iguais (uma forma de homogeneldade); baixa ‘entropla ocore quando os tipos ocsrrerem em quantidades heterogéneas. Ex: estrelas so compostas por particules, atores e campos’ sistemas vivos por células, que 380 subsistemas contenco suas composigées, a que inchii a gene, etc. Teorias 8&0 oomposias por concellos & sislemas de conceitos, come problemas, hipileses, leis, dados, evidéncias, testes, etc. Roneetividade: Parametro que exprime a cepacidade que os elementos do aaregado tém em estaalecer reiagées ou conexdes. A Heralura apresenta, come sindnimos de relapses, termes como: conexées, enlaces, vinculos, “unks', etc. BUNGE (1979-6) define conexdes (pars 0 caso dos sistemas concretos) como relacoes fisioas, eficientes de tal forma que um elemento {agents} possa efetivamente agir sobre outra (padiente), com a Hoss biidace de mudanga de historia dos ervolvidos. © tarmo relacdo ¢ mais garal, definido matematicamerte na| Teoria cos Conjuntos, sendo sua netureze formal e portanto admitindo o preenchiments ce varios niveis de signiicagdo, Em nossa taxto, falaromos de rolagées au nonexdes como sindrimas, Lembrar que a conectvidade pode ter um caréter seletivo, ou seia, sistemas complexos podem agrager cartos elementos © negar ou excluit ‘outros, na medida em que isso importe para a sua permanéncia Para DENBIGH (4975:87) as conexoes poder serde 3 tipes: as Aol (aquetas que permiteme trans porte efetivo ce aigum tips ce informagao): as indiferentes {aquelas que compariam-se de forma indiferente ao transporte de algum tipo de informagéo) as opostas ou contrévias (aquelas que bloqueiam 0 transporte de aigum tipe de informagao). Noter que, em sistemas complexos, ume mesma Conaxso pode executar os 18s, papéts, de acarde com a informagao envalvida, Asconexdes também podiem ser estabelecidas em graus variados de intensidade. Um sistema onde as conexées siic fortes o suficiente para mant8-4o no tempo seri dito cooso. essa forma temos um aspecto da conectividade que responds por una forma de estabilidade ¢ permanéncia sistamicas, ue seré chamada Caes6o. A coesio esta proxima, em semidtica, aa conceita de sintaxe, uma propriedade construida sobre o conjunto R de reiagdes, A sintaxe € 0 conjunto de regras que subjaz as relagbes. ix talvez a forma mais bésica do conectividade 9 coasdo surgida no Universe 0 ligada diratamente & ‘sva permanéncia seia a tempo, a partir des varios “e'xos” da tempo. A gravitagaa também faz esse papel desde ¢ inicio da expanso univers, Nas teorias, @ conectividade é :égica, por melo de eniidadas togicas. Estroture: Mais uma caracteristica associada ao conjunto R. Em Teoria Geral de Sistemas, astrutura é, simples rmente, o numero de relagbes estabelecdas no sisiome ate m aetermineco stants se tempo, Ou sa), 32 a) VGN" 4, Setembro, 2000 a a Informatica na Educagio: Tearie & Pratica PGIE-UERGS ge fologrofarmas 9 sistema nesse instante € contarmcs as relagGes vigentas, Independents de seu grau de intensidade ou coesao, leremes a estrulura, E comum, na literatura @ no chamado senso comum attibuir & ‘esinifura propriedades e carecteristicas oe forma, além oa cardinalidace. Muitas vezes o term também & confundide com organizagéo. Intagralidada: Quando as relagdes siio ostabolecidas antre os slementos que va compor o sistema, em principle toda e qualquer relacéo pode ser efetivada. Isso significa que, se fivermos N elementos, cada Um deles poderd sez conectado a N-1 outros; essa operagao sendo felte para todos eles ira gorar um ntimoro N(N-1) de cone- xGes, Nesse caso, se ur elemento a é conecto a outro elemento 2, teremas um tipo de retacdo afte. Em alguns casos, teremos comutatividade, ou seja, aRb = bRe. Mas 6 comum occrrer GLe as relagtes sejam diferentes, princioalmento om sistemas complexes. De modo que a produto N(N-+}nem poderta ser dividido pordois, para eliminar repetigdes. E se N & mula grance, ou N>>1, esse produto pode ser “astronomico” © qua é observado na natureza 6 que a conectividade age ds modo a nac conectar todos os elementos entre si, segundo 0 céleuio cima, O que ocorre é que subconjuntos de elementos soffer alta conectividade, formando “ihas’ diversas, e essas entdo S80 conectas entre si, tal que, com esse artfcio, onimore Ge cone x85 Cai € 0 sistema nao fica coasa demas, no sentido de muito rigido. ‘sso porque a permanéncia exige que o sistema seja coeso 0 suficiente para sobreviver 2 crises, mas flexivei o suffciante para adaptar-se a elas na madida do possive. Ou sea, nem a rgidez total nem a Nexibitdads amorta sao desejaveis. EY Essa estratdgia de gerar has altarrente conectadas no interior do sistema significa que este permit a emereéncia de subsistemas. A Integralidade é exatamente o parametro que exprime essa configuracéc por mola de subsistemas, Para DENBIGH (1975:87), a integralidade jé € grau de organizagéo. Temos assim que, se uma forma da organizagao, logo uma forma elevada de compiexidade, se manitestar, &a pari da formacéo de sistemas dentro do sistema, subsistemas poranto. Ex: Os sistemas vivos sé 0 methor exerplo quanto & integratidade: ¢ visivel sua composi¢ao em subsistemas com propriedsdes vartihadas bem demarcadas, coma 0 figado o a fungi hepalica, o coragdo e ma fungao cardiaca, etc. Sistemas mais complexas ainda, como os psicossacia’s, s80 também exemplos Fieos, como familias, grupos socials, empresas, ote. Funcionalidade: ‘Subsistemas sao sistemas, valendo assim para eles a definigdo j4 vista. Desse modo, eies apresentam as propnedades P partihadas; como temos a possibilidade de muilos subsistemias diversos (ume forma de ‘compiaxidade} padsmos ter muites propriedaces partilhadas e por vazes novas, emergentes: por exemplo, um figado 6 um subsistema ne integralidade de nosse corao, formado com uma composigae homagdnoa de cslu- Jas hepatieas, todas elas partiinando a propriedade que & chamada em fisiologia de “fungao hepabca’. Em tormos, a intepralidade permite a emerpéncia dessas propriedades, ou fungdes, ¢ essa capacidade ¢ a chara da funcionalidaae. Ex vero item anterion. Omanizacae: Finalmente, se um sistema, a partir de uma determinada composi¢ao, dasenvalve sua conectiidade, tornando-se pragressivamente esinfuredo, com integraiidade 9 funcionslidade, ele é dito aryanizado. A organi zacdo € uma forma elaborada de compiexidade, sendo que no momento é a mais elevads que conhecamos. O termo ver da grego arganon, que significa instrument ¢ remete a funcionalidade ou papel que cabe @ uma parte no ode. Na literature € comum a confuse ene este parimeto 0 9 de esinalura, Este illima verm do ‘verbo iatino struere, que significa construit (MATURANA, 1975:189). Varnes que a organizagao fala das rola- ‘ges que cefinom 0 sistema como um todo, enquanto que a estruturs se refare a reiacées taralizadas. Por canseqiiéncia, esta ultima esté proxima de concerto de Coesdo, enquanto quo a primeira refere-sa.a Cooréncia sistémrica, Coesioe estrutura aproximam-se, ens Linguistica, da idgia de Stataxe, Coaréncia ¢ organizagdo apro- ximam-so da Semantica, E a coeréncia sistérica que dé sentida as partes, constiuinde © substratum de toda signicacdo, logo da dimensao seméntica, 18 VAN‘ 4, Setembro, 2000 BP roves Iornstce na Coven: Tera 6 Erie Complexidade: ‘© que podemes abservar é um crescendo na dificuidade de definir com rigor légico 08 parametros sist8mics. Ease ofiouldade é malor quando chegamos no nivel da organizagdo: a praposta melhor que temos € @ de DENBIGH (1975:87}, com a idéia de integrai¢ade como grau (quantitative) de organizag3o. Quando ‘falames em complexidade, 2 dificuldade € muito malar. Vimos que em todo process de emergéncia sistémica, desde as condigSes de permanéncia qué irdo pertnilir o sistema a partir de uma composigo basica até a organizagao, a complexidade esta sempre presente. Ela néo se prende a nenhum parémetie e comparece com vérias faces, E comum na hteratura que autores tentem associar a complexidade com uma s6 dessas facotas. AS- temas aiguns que cizem que @ compioxidade 6a entropia, ou anda o.caos... tas camplexidade pode sor © enkropivo, 0 cadtico, mas também o organizado, 0 organizado com qualidade, o estsica, o axiolagico...e & e582 enlidade diatana, mas ternvelmente presente em nossa reaiidade, cus nos cerca cada vez mais ¢ para a qual nfo temos ainds nenhuma ferraments tebrica efetiva pera compreendéta e talvez um di etaboréta Uma possiveljuca em lear com ela sea 2 propasta ce BUNGE (1963) tevlamas dues formas de FJ complexidade, a sita ontotégica, que se refere A complaxidade que existe realmente nas coisas; « a semitica,| que consiste na compiaxidade de nossas representagdes das coisas. Eo que alguns autores tentam cefinir, no contexto das ciémcias da computacgo, como sendo 0 “comprimento da iista de instrugées de um algorima necessério na rasolugio de um problema”. Sabemos que, na pragramagéo de compulacores, um mesmo problema com uma difculdade intrinseca pode ser resolvido, em tarmos de sua progremagdo, por arogramas diversos em comprimento e eficacia l6gica, o que depende do programador. A linha que tenta defnit complexi- dade dosta mannira esta tgnoranko a complaxidace entoigica @ confundinds uma postura cbjetivista com aquolas subjetivistas ou idealistas. 3. Organizagii e auto-organizagiio. 3:1. A definigao de organizag3o Na medida em que fidamos com. os parametras sist8rricas epresentsdos, notamas que ofes formar uma espécie de hierarcuia em crescente complexidade, o que se reflete taribem ne dificuldeds cada vez maior em defiri-Ios com uma forma logica precisa. Em autores como BUNGE (1979), por exemplo, notamas que as dofinigies s8o canstruidas até 0 conceito de estutura, mas j4 as nogbes de funcionafidade, intagraiidads e ‘organizacac, nao. Oparémeiro integratidade ¢ na verdade concebido por DENBIGH {1981:148; 1975:87} enor esse autor considerado camo grau de organizagao. A i¢éia & que a intagralidade pode sor escrita: w=t(n.e.4) ou sea, @ integralidade seria uma fungao da quantidade m de subsistemas que compée 0 sistema, das cone xbes ofotivas ¢ entre oes @ do uma colocao de pesos x, que indicam quantitatvamente a importancia relative tanto des sudsistemas quanto das conexées. Em aiguns casos mais simples, seria possivel escraver: p= nea) tal que-a integraidade seria 0 produto do nimero da subsistemas e das canexdas, esse produto maltiskcando: uma nova fungao 86 dependente das “importincias” dessas entidaties, O autor, na referéncia citéda, propo esa funcsio matematica como uma posaibilidade de quantifier 0 grass de arganizagao ce nichos ecolagicns. Uma das conclusées chegadas pele aulor & que ele pardmetro teria um carder Ge 30 conservaga0, ou Sela, 4 integralidade no Universo se-ia sempre crescenta. Mas de ponto de vista pratico, é inegavel a eflculdade em projetar tal tipo de fungSo, prine'palmanta para sistemas de alta comptexidace. Por outro lado, podemos Usé-e pars eciantar uma tentative de definigéic de Organizagao: um sistema sera dito organizado quande for composite por subsisieinas conactados por rstacdes efetives ino sentico de DENBIGH, 1975:87} com graus variados de imporléncia tanto nos subsistemas quanta nas conexBes, gersndo uma lotaii¢ede doteda de proprieaades iradutivais eos subs stamas ou elementos, V.31N"4, Setembro, 2000 2 Teoria & Price poesornas Nossa preacupagdo em tentar uma definicée de organizagso deve-se a0 fate da existencie de muita ‘ambigilidade quanto ao termo, como encontrado na literatura, Hé inclusive a ocorréncia do uso do terra order 1c lugar do mesmo, assiin como & muito usado 0 tetmo dasordem para indicar 0 que, ao menos no caso de sistemas compiaxos a partir dos vivos, seria desorganizacéo. E fécll observarna Iteretura como, por exemplo, a entropia & considerada ima medida ou grandaza representaliva da desordem em um sistema, quando na verdade ela aproxima-se mais da “homogensidade do substratc’ de um sistema (UYEMOY. 1975:97). Pela formula ce SHANNON para @ entropia ca mensagem, assim como na expresso da entrovia na Mecanica Esiaiistica de BOLTZMANN, o que temos & uma Média construida pela teoria cas probabiidades, tal que & fungéa tende a um maximo quando os signos ou estadas fisicos tendem 4 eaulprobebilidace, serco essa fet vamente uma condigao de homogeneidace. € claro que dependence da complexidace do sistema estudado, podemos ter uma compiexidade ex- prassa por uma condigao de aleotoriedade, de “desordam’, assim como paddemos ter uma maior compiexidade expressa gor uma condligSo de organizagao, que nao deve ser confundida com ordem, A complexidace, coma Parametro livre, comparece em todos 08 estagios evolutivas dos sistemas, tal que talvez possames conceber organizagdo como uma ordem de aito nivel (DENBIGH, 1975:86). O conceit co ordem so aproxima mais de uma forma de congruéncia com pequencs desvies em relacao a um padrao gecmétnico: jé 0 de organizacso envolve integratidade, o que da um carster ce organicidage co sistema. Cltando ainda DENBIGH (1975:23) parece no haver divide de que uma oélula viva seja mais organizade que um cristal ou um metal, eribora os Ullimos sejam inegavelmente mais orcenados; ca mesma forma, ha ume oferenca nesses paramatros quandc ‘comparamos um pagel ce parede com um quadio de Rembrandt Quando iemos trabaihos de autores tao importantes quanto ILYA PRIGOGINE ou alnda HEINZ VON FOERSTER, caros a compreensio do concelta de auto-arganizagao, vemos cue eles Tiesmos trabaltiam com fermos como ordem quando aa vordade falam de organizagao. 3.2 Organizagdo e informagao - 0 canceite de gramaticalidade Encontramos também alguma ambiaidade quanto aos tenmos informagao e organizagao ra literatura Como jé obsorvamos, é pratica na Fisica associar entrapia & desordem; da meame forma, os autores ralacio~ nam a nogéo de entropia de uma mensagem a sua dasordem, ao seu nivel de ruico, ets. A primeira coisa a lembraré quanto a definicAo de informacao e entropia na Teoria Matematica da Comunicagao de SHANNON E WEAVER. A informagéo pode ser definida coma (GOLDMAN, 1968:3,24; COOMBS, 1970:309). ix) = log pox ‘0u seja, a informagao depende nesse caso da probabilidade de ocorréncia pix) de um evento x, 0 que toma ‘essa definig&o bem ajustada ao esludo de processes estocasticus e, no case de linguagens naturais, quando ‘esses altos seo tambemn aaroximadamente ergécicos. Essa delinicao @ edequaca pera uma informacso associada a um signa. A definiggo de entrapia surge quando SHANNON define uma fnformacéa média associ- ada a uma mensagem enguanio sisterne de signos: SOY = F plx) log py) 1 ou seja, uma grandeza de conjunto. de ensemble, néo de individus, que tende a um maximo em condicao de ‘equ pprobabilidede, ou sele, homogenekdace na disiribuigao de probabilidades p(x). © primeiro ponto que entatizamos @ como na literatura a entropia, granceza coleliva, ¢ tomada como informagao, grandeze 68 indi- viduio. Ou seja, muitos auteres usam o tetmo informacao, enunciando a formula para $(X), sam dizar que trata~ 89 de uma informagéo média. E sempre impartante também lembrar que a fung&o S(X) tem extramos matema- ficamente determinadas: ela tem um minimo ‘gual a zero quando uma des provatilidades ca distrtouigao vale "1", 0. que obriga as demais a valerem zero; 8 im méxirso quando todas as probabilidades 86 iguais, @ situa ‘$80 de equiprobabiidade, cuando endo ela vale log 1, onde ‘n® 8 ondmare de signias do alfabeto empregado. nna construcdo a mensagem. Sendo a entropia uma cuantidade que varia entre 0 ¢ log n, n> O, e'a nao pode ser negative. & 6 comum encontrar na litorafura a palavra ‘negaantropia’, qua sugere exatamente uma entropia negative, senda assim muilas vezes interpretada. A organizagae seria gerada a parlir de umianegaenvopia. Mas o estabelecimento da 29 F°» NP, Setembro, 2000 ee PGIE-UFRES lnformtica na Eduencao: Teoria & Pratica organizagao 6 um problema de ume termadinamica de sistema’ abertes. Ou seja, a chamada segunda lel da Termodinamica diz que, pata um sistema isolado © abandonado a si mesmo, a entropia sempre cresce & quando para ve orescer fend atingido um vator maximo, que é indice de equi (brio termadinémica. Em sistemas abertos, temios uma entropia intema ao sistema, 8, e aquela extema, da ambiente, S,. A segunda fei ira se aplicar & soma dS + dS, > 9, onde o signe “s” relere-se a variagao, na caso temporal. E se a variacao € decrescente, oodeinos ter o caso - dS, + dS, > 0, tal quo localizadamente temos uma queda na entrapia do sistema @ ursa grande procucdo de entropia extema, satistazendo & sequnda Lei. Em resume, no contexto da formulagao de Shannon, o terme “negaentropia” ¢ mals edequace & varlagdo decrescente da entropia do que a uma enbopia negative. Para uma discussie tice da questao, ver MORIN (1877.71), Recosecende aqui ¢ enorme mérilo de um trabalhe come “Entre © Cristat e a Fumaga", de ATLAN (1892:45}, nele encontramos um concsito de auto-organizacdo assim expresso: “De menetra mais qerat, podemos conceber a evolucio de sistemas organizedes, au 0 fenémeno de auto-organizagdo, coma ure proceso de auento de complexidade, simulteneamecte estrutural e fun~ (canal resurtante de uma sucessée de desorsanizayGes resgatadas, accrmparhadas, em iocas as oca- si6es, paic sestabeiecimento num nivel de varledade maior ¢ de redundancia mais baixa. isso pode ser ‘expresso, de mansiza beelante sliglas, coin & Buda de definigao oxala da reduncéncia no &mbito ds ‘eoria ca informagao’. E a seguirc autor apresenta essa definicao de reciundéncia usando a entropla (coma SHANNON o fé2) mas chamande-a informagio, cu soja, sem dizer que se trata de uma média para assim falar de “redundancia mais baixa’. Dessa forma, sua conceitvacao de auto-organizagéo é ainda interessante, mas nao ter a exati- ic proposta, Fla, no-entanto, é ecerente com a nocd de estrutura dissipativa de PRIGOGINE (7876, 1980, 1964), jd que bara este autor & auto-organizagao emerge de um processe nao linear, na termodinamica dos sistemas abertos efastados do equilforlo, quando uma “crise” ou camo ale canomins, flufuagdo, sofre um crescimento exponential, tome-se uma fluluagdo gigante e invade toda o sistoma, tal que surge um angi fecha dodo tho Estrutura «9 Fungdo 7 Flutuagio Ts aa Lasnete, on aints ulco no sentido do ATLAN, @ ums tenis de opanizagio pox reasrulurapdo © imensionamento da funcionalidade. Essa presenga da funcionalidade introduz no conceitoa idéia de propr- edace parithasa, que [a vimas. Para esse vitimo autor, podemos falar de um Prinojpio da Organizegéo a partir do Ruido; PRIGOGINE fala da Ordem a partir das FiitwagSes, e quando os precessos nda lineares de aute- organizagao repousam erm um cardter de caus determinista, encontrames tativem A rota nara ¢ cacs, dane- tando os processes de dasorganizagéo @ pot conseqiiéncia de desordem au einda A rota para a order, quo Julgariamos melhor se ascrita A rofa para a organizagao (que 6 exatamente o proposto por esses aulores & mais einda RENE THOM em sua Teona das Catéstrofes, 10 contexto de uma Topaiogie e dos problemas gnosiolégices nic isso coloca). As duas rotes caracterizam a termodindmica dos sistemas abertos, como bem comeniado por MORIN (1977). Mas queremos enfatizar exaiamente a necessidade de preciso cilaca por ATLAN em sua obra. ‘Sempre ¢ interessante frisar o que significa a Recundéncta utlizada por ATLAN em sua conceltuagéo. O senso comum haaituou-se, principaimente apds SHANNON e 0 problema da otimizagsi de algontmos em Cigncias Computasionais, @ considerar redundancta como amb guidade, imprecise e mesma como desoerdl- Go, algo que néo é necessano, Claro que isso é valido no contexto da otmizagsc, da angernarta e da acono- mis, elo, Dei 8 preocupagao em ATLAN de faiar em aumento de variedace € deoréscimo da redundaacia, Redundancia come repeticao, como forma de hemogenaidade. Mas lembramos que 2 redundancia pode ser mera repetigao, como nos sistemas excessivamente rcenades ou quando um Signo repete-se em longas seqiiéncias em um texto, mas pode ser também um dos, jspecias da organizagda, uma forma de repetigao associada a divorsidads, par meio da emergéncia de subsistermas divarsos, logo da integralidade. Este illima parametro esta associado ao de organizacao. © do ponto de vista semidtico, a redundéncia, construida come 0 complemento da entropia relative Squeta que seria maxima, & una macita de vigor gramaticat. é essa orandeza que exprime quantitalivamente esse vigor, a partir do cancelte de faixa de infiuéneies infersimbslicas (GOLDMAN, 1968:290), ou seja, 0 greu de dependéncia gerado por um signo sobre aqueies que o seguem em cadeia, em um fexto ou série temporal, que é urna faixa V.3NT1, Setembro, 2000 snfomsca na cacagho: Tora & Peon rors umes Pe. fine oresute da grams, do connie de lage igerias eke os elamerias do afebato Redundnca Portante aparece associada a Intagralidade, logo 4 Organizagao, e da mesma forma associada 4 Gramatica cu, thes mos sxtamorte uma forea de gramacaoce ‘Se partirmos da detini¢ao de UYEMOV para sistema, como visto anteriormente, temas: (myS = . Rimi] P ‘onde (m) 6 um conjunto de coisas ¢ R(m)} um conjunto de relagdes ou uma rolagao no sentido da Teoria dos Conjuntos. orapiciando o surgimento de proprisdades partihadas pelos elementos do conjunto. Seja agora, segundo MARCUS (1978:561), um atfabeto finite de signos, Ae saja R um conjunto de relaghes denotativo ce ma sintaxe, tal que 0 par ordenado G= seja uma gramética. E visivel que R(m) é equivelente a G, em sua processuaiidade. Ou seja, uma gramatica implica om signos que se rolacionom de certas maneiras mas nao de outras. Mas quando isso ocorr, sistamas @ subsistemas de signos suryem, compondo um conjunto M de mensagens. Podemos agora definir um nove par ordenado, u G\M> ou seja, uma gramatica © as mensagens que origina formam uma Linguager. Mais uma vez, se olharmos 0 papel de P ne definigao de sistemas, temos (S$ [GIP ~b tal que inguagons sdo sistemas signicos e, se admitirmos uma cntologia como a de CHARLES S. PEIRCE, todos os sistemas sao formas de sistemas signicos. ‘Tal tipo de consideragso nos diz que: organizagSo e auto-organizagao, como observadas em todos os sistemas, notadamente os complexos, 840 entdades gramaticais ov simplesmente Jegaliiormes. Satistazem 8 Jeis de uma realidade, om uma visdo objativista realista, que om uma adequaca Cntalogia podem ser const deredas como formas de regras gramaticais, E importante fasar que ent’e 0s tearicos mais atuais da Semiotica (SANTAELLA, 1992:144; MERRECL, 1995) existe 8 percepode de que as formas de auto-orgenizacso, como osquisacas por ATLAN. PRIGOGINE, THOM, etc, esldo etbevidas ne conceito de Semivse, a agae do Signo, quand sistemas signicos evoluem no temo. Cama examplo, hesta-nos cltar PRIGOGINE: “Lamentamas que ro possames devotar espage sufsiente ao trabaino de C. S. Peitce....A Metatisice do Peirce foi censidarade coma mais um exempla de ‘losofis alenads da realidade. has, de fato, 0 ‘rabatho de Pelee aperece hoje como um passe pioneiro em drecao da compreensio do plvraisro envolvito nas leis fiscas" (PRIGOCINE, 1984'302-203), “E fed evitar a camparagao entre as iritagSes estatisticas croduzidas neta ascoctagtio de uma dind- rica caética oom limisres discre‘as @ o conjunto de ‘Tegras grarratcais” quetaz a diference antre ume sogutneia esoria de meneira aleatire aslo macaco de Borel e um vertiadsira texto.” (PRIGOSINE. 1990: 112}. Um exempio da que PRIGOGINE parece refer-se come “regras gramaticais’ e que expicitamos aci- ma segundo o cencnite de sistema, acorre no estudo dos sisternas dindmicos néc tineares. Uma das maneiras mais “rteis que teros de estudar Um sistemna & por meio de suas proariecades. Um sistema aberla apresenta mangas em suas proptedades eo iongo do tempo. Se fxarmos um determined instante de temgo e obser- varmos as intansidades dessas propriedades (de preferéncia. de forma mensurdvel). teramos o estado em que © sistema ests (BUNGE, 1979:20), Pocemos entdo construir um espaco matematicamiente, cartesiano, cada ‘um dos ¢ixos escalonado segundo uma ces propriedades, Med das destas soraa coordenades nese espace eniimero de propriedades trabalhades dara sua dimensdo, Ease é 0 chariada espace de estados, que fornoce: uma goometrizagao da histévia do sistema. Cada corjunto de cnardenaias para um certo instante fomecera um ponte nese esoaco, um panto estado. Uma sucessdo de pentos formara uma trajaléria, a histévia. Essa é uma ferramenta otima para descobric e evidenciar atraiores € no caso de prcessos de cags determinista, airatores estranhos. O atrator & uma regiéo cu subespaco do espage de esiados para onde convergam assintoticamente es drbitas histéricas do sistema. 22 V.3.N"1, Setembro, 2000 PGIE-UFRGS Informética na Edueagtio: Teoris & Pritioa Imaginerros uma situagao onde 56 podemos medir uma propriedade de sistema. Como ober a ima- gem de tim possivel atrator? Uma notavel proposta de PACKARD {1980:7%4) € construir o espace de estacos a pattir da Gnice série de medidasna tempo, a série temporn! x,e da mesma série defasaca no tempo, x,,. POF exemplo, sek = 1, podemos ter um sspago bidimensionallformado por x, © x, ; para um espago (nd:monsional, acrescentariamos o eixo x, .. Demonstra-se que, s2 houver um atrator em questao “visiver" em dimensionalidades. maiores, ele surgiré como um ‘reflexo” fopolag ivamente equivalente no espago defasedo, pels prapriedade matematica de difsamortisma. ‘Quando constuimos, por exemple, espago bidimensionalx, X x ,. onde”X’ denota produto cartesiano, vemos que as coordenadas serio dadas por pares orcenados " , eft, Se a série € conside- rada coma um sistema signioo tnidimensional, um texto, vemos que &s ponios-estado assim geomelrizadas raferem-se aos arranjos tomados dois a dois, possiveis na série, ou seja, raspeitando as rastrigdes naturais da evoiucde dos estados do sistema. Temos a geomatria de uma recundancia de segunda ordem. Se ké diferente de 1, Umdafasamanto vai ocorrer entra os terms, tal que toramros uma cadsia de astados ou signs, na forma abcdet... onde, Sek =3,x,> 4 @ X,~ 0, tal que o par ordenaco < a, d > contém a sequencia bc. Ou seja, do onto ce vista da linguistice matematica, esse par € 0 contexto de be. Observamos assim que 0 conoeito de espag06 de estados na Teoria Geral de Sistemas cantém um conjunto de caracter’sticas notadamente grama~ ticais, semisticas (VIEIRA, 7992:153}, o.que é valido para qualquer proceso, ndo nacassariamants 86 de ca0s determinsta, Pesquisas com esse tipe de espaco $40 potenciaimente fértels para o estudio da auto-aryaniza- a0 4, Consideragées finais Os conceitos de organizacdo © auto-organizagao tim um carater ontologice, compareconde ne estudo de todos os boos de sistemas, notadamente aauples complexos e hipercompiexos. A elaboracaa dos mesmos: transcende, portanto, o dominio de Ontoiagias Regionals, coma as céncios, exiginda uma incursso 7a Ontologia em sua acepeo mais compiela. Uma proposta na tentativa de construir tal Ontologia er um contexto cientifico: € apresentada por BUNGE (1879) © pornos acul adotada, ac lado de conceitos e inovagtes feitas por outros pensadores. Os conceitos sistémicos, princinaimente a classe dos chamados parimettes sistémicos vem sendo ‘usados na titeratura por meio de lermos por vezes ambiguos ou lagicamente improcisos. Da mesma forma, conceitos como ode entropia, aléir de mal expressos (no caso, come desorder) so confuncivos com alguns, dog sistémicns, coma a complexidade. & entropia indies uma forma de compiaxidace, mas nfo ¢ ainda esta entdade, Lidamos hoje em dia com dificuldades em definira compiexidacle com o rigor légico necesséne. © estudo da organizagso 2 auto-organizsgée exige ¢ desenvolvimento ds chamada Teoria Gerat do Sistemas em um ambito mais amplo, ontolégicg, ou seja, de forma mais fundamental ainde do que aquela divisaca pelo seu primeira proponents, LUDWIG VON BERTALANFFY E necesediro trisar qtie ta pronosta encontra-se na verdade em estagio proto-tedrico, consistingo hoe em dia em um aglamerado de teorias de vvéros niveis, parcialmente coerente mas aince nao tolalinente - a taoria ainda nao apresenta seus subsistemas: ‘0m conectvidede @ consdo necessértas para sua plena e fértil coeréncia, Mas parece-nos ums allude, tanto: tedrica quanto metodolégica, de grande potoncial a tontaliva de elaboragao da mesnia. Nes utimas aécadas obsarvamos um grande desenvolvimento das idéias de CHARLES SANDERS: PEIRCE em sua Semidtica, como uma forma exoandida de Légica 6 consequentemente como uma nava propesta ontoldgica. Embora ainda senco um rico e potencial terreno de pesquisa, reconhecemes que ha uma Profunda conexi entre tal forms de Semidtica e a Teoria Geral de Sistemas. No caso particular des estudos sobre Aulo-organizaréo, lemibramos que 0 conceile peirceano de Semicse slucida em muite os processes auutt-arganizacas observados na maiaria dos sistemas complexos ¢ hipercemplexos, qualquer que saa a natu roza dos mosmos. Alualmente lais estudes 8m encanirado grande énfase na Biclogia, como na elaberagio da Biosemistice, envolvendo areas como a zocsemidtca, flosemidtica, endosemistica, etc., da mesma forma comparecando no condrio das chamacas Ciénaias Cognitivas, nas suas linhas mastras, o Cognitivisme @ 6 Conexicnismo. Acreditamos assim que um estudo integrando a Seriotica, a Teoria Geral de Sistemas © a (Ontoiogla citesica pade vir s esciaracer os conceitos de cuto-argenizagaa.e complaxidade, que térr-se tornade “0 cares ao conario de pesquisa contemporaneo. ViBINT 1, Setembro, 2000 —eeeeeeeere eer rerveren reer tenet nen 2B Infermivca nu Eucagbe: Teoria & Prtca vo. vens $9 5. Referéncias bibtlogréticas, ATLAN, Hens, Entro o Cristal @ 9 Fumaga. Rio de Jansire: Jorge Zahar Etter Lida, 1992, BATESON, Gregory. Mind and Nature, New Yerk: Bantam Books, 1980. BERTALANFFY, Ludwig von, General Systems Theory. New York: Braviller, 1986. BUNGE, Mano. The Myth of Simplicity. Englewood Cis: Prenti-Hal, 1983. _. La investigacion Cientifiea. Barcelona Avel Ed, 1976. oO ____ Treatise on Basic Phitasophy - Vol. 3 - Amsterdam: D. Reidel Publ, Co., 187. ___. Treatise on Besic Phitosophy « Vol. 4 Amsterdam: D. Reidel Publ Co,, 1973 COOMBS, Clyde, DAWES, Robyn; TVERSKY, Amos. Mathomatical Psycology. 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