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Cano do exlio

(Gonalves Dias)

Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabi;
As aves, que aqui gorjeiam,
No gorjeiam como l.

Nosso cu tem mais estrelas,


Nossas vrzeas tm mais flores,
Nossos bosques tm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, noite,


Mais prazer eu encontro l;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabi.

Minha terra tem primores,


Que tais no encontro eu c;
Em cismar - sozinho, noite -
Mais prazer eu encontro l;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabi.

No permita Deus que eu morra,


Sem que eu volte para l;
Sem que disfrute os primores
Que no encontro por c;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabi.

Questes
1. Qual das estrofes do poema lembrada no Hino Nacional Brasileiro por uma citao parcial?

2. A distncia e a saudade provocam a distoro da imagem da terra natal, cuja natureza


minuciosamente, comparada com a terra do exlio.
a) A oposio e a distncia so marcadas por dois advrbios insistentemente repetidos ao
longo do poema. Quais so eles e o que cada um representa?
b) Entre os diversos elementos da natureza, dois se destacam e se tornam smbolos da ptria e
da distante. Quais so eles?

3. Os crticos literrios atribuem a extraordinria beleza da cano simplicidade dos recursos


expressivos utilizados. Analisemos alguns deles:
a) Mtrica: versos redondilhos que do ao poema um ritmo bem marcado e de gosto popular.
Faa a metrificao dos dois primeiros versos.
b) Rimas: alternncia de versos rimados (pares) com versos brancos (mpares). Quais so as
trs palavras que se repetem em posio de rima, ao longo de quase todo o poema?
c) Paralelismo: um tero da cano compe-se de versos repetidos. Dois desses versos
funcionam como refro. Quais so eles?

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