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sediciosos CRIME, DIREITO E SOCIEDADE Freitas FLORILEGIO A profecia que se auto-realiza idade pela condugao da vida soi condenado a 10 an desde entio’, disse Brown Fotha de S. Paulo, 5.abr08, p. 15. Se fosse triciclo, era morte ___CRIMINOLOGIA O medo e 0 método A idéia de taball do Rio de | Para falar de momria remeter a Marc Bloch ¢ VERA MALAGUTI BATISTA o medo na cidade Fano papel esse Sua outea ligao @ de que a historia & movimento, uma cigncia "em marcha” pro Ccurando desvendar além dos fatos da super 60 homer, wana é que esti a sua caca”® ‘0 humana atraves da ima “especie storm: Dats univer teabalha aqui com o paradigma de Todorov, que fala da América "como lugar de um tencontro que nio se realizau", j4 que 0 no reconhecimento da aleridade no momento do enconto fz com que se perpetuassem através dda nassa cura historia os processos de assim lagao ou escravizagao. Para Silviano Santia 0, 0 que aconteceu foi que o meio de comu- nicagio escolhido e imposto pelos portugue- ses a0s indios foi 0 gestual, no havia lin- uas, “apagam-se initeis as vozes" e implan: ta-ce a “realidade brutal da coloni2agio"™ como representagao do abismo, na trontera do incesto @ do ho- Imictdio, Gisslio Cerqueira 0 v8 cravado na ‘estética pela wagédia grega. Tragédia, de tra 405, canto do bode, intreduzindo para sem- Bginario na presente, O medo do cn0s &e Thado a cada ameag das forgas populares. pordnea de panico na ci Tender as ruptures ¢ ‘cess. Quero compreenider no camps ‘os discursos, monsagens e represent ico legitimo da violencia simbélicat. © im- portante aqui nao é 0 que os discursos, men sagen e representacOes proclamam, mas pi cipalmente 0 que escondlem, Interessa também compreender a disso de imagens do terror na produgio de pol cas violentas de controle social. O nosso. adia pés-moderno, o espeticulo de sangue, ao vivo ea cores, so na verdade um conjun- to de alegorias do pader, imagens de more e terror que ja vieram com a bagagem da inquisigio moderna ibérica e que “vinearam ‘oprocesso de ideologizagio egarantiram uma ‘organizagio social rigida € hierarquizada; nesta organizacio as classes subalternas, mais {que compreender, a nivel da razio, fora seguem sendo} levadas a ver @ a se lugar na estrutura social”? sas alegarias, esses discuss, ssas im: jens compdem um a a ocupagao des espagos pr ses subalternas (pelos pobres de {do pretos, ou pretos de tio pobres) produ fantasias de ppinico do "caos social”. Aparece a cidade camo jardim, metafora fundadora das “uto- pias urbanas retrogradas", a necessitar de limpeza de pragas, de ervas daninhas, Con- | edo, nosso objeto. Soci subjetividade, criminologia. Dissecar 0 c dia, em que os aeranjos est tram pelos olhos"™, se introjetam, iano, n0 ue para a mem aprende em grupo o element ccotidianeidade. N: sem se apropria impondo a ela 3 de, E por sto que am. Agnes Heller rmaioria da huranidade, a ida unidade vital de Ena ass lagdo das coisas que se ‘oho- da lana, ho- vida ‘da realidad a seu rm marca da sua perso a condugao da vi iva ¢ € objeto do historiador, fansformar a prépria ordenagdo da ide uma aga io do hi restringir 0 obj sado, nao 6 “apont que ae tar submerso"™ smentagdo e do es 45 estudes do cot fontes para tecer taro excepcional, mas des Vio era inatingivel pore Ihagamento da ee slo ene a produgao estticae a cies sda plas marcas da [Apesar da sua formagio nat baseia sua conceps3o de em ciet psiquico e da subjelividade. Se por um lado Freud invocava um darwinismo evolucior imo como superpos camadas de dilerentes temporalidades, por 1 s¢ revelaria, no paradigm da i XIX, Q psiquismo igando-a tra as interpretacoes natur cas da psicologia e da psicopatologia, As sim, @ memaéria estaria na consirugso his térico-temporal do. psiquismo, Em 1891, Freud afirma que © psiquismo seria um aparelho de linguagem, paradigra para a analise da subjetividade. No acesso fo munda das reminiscéncias propiciado pela fala estaria 0 ceme da cura do psiquismo. ndo 0 cientificismo médico, Freud pode enunciar a visio de que toda doenga festé no campo da subjetividade, sendo a fala fo meio de acesso a0 sofrimento dos doentes. Como no método indicirio de Ginzburg, © camninho da interpretagio passa pelo famento de signos, do pate pressupost dda cena, di de deialhes" ws 10 analitico de composigao da historia cuja matéria-prima seria © desejo, € neste nivel atada nogao de verdlade, Na vr 30 enxergaria 0 Odiscurso da ci. J inconsciente, mas da olivia ¢ 0 devaneio ‘sa que esta ao registro da reaidade materia Para ioman, a psicanilise desenvolveu uma maneira propria de inteepretaco que Freud denominou deciramento. Ese conceit se transformou, na obra de Freud, passando da teniativa de tornar consciente 0 icons. ciente pa de calocar em pala ras “a nao era da order da 0 que a guage”. Assim, em vez de trabalhar com igniicantos nrdenados, 2 psicanslise taba- im signos, E neste campo que 0 mento do eu, que interes. Ins “na profun- passado". Diz histoica, alm de linhas. Uma & venical, ou diacrdnica, com mats das obras desvelam seu sentido. 1 qual ele estabelece a relagio dle um texto fu um sistema dle pensamento com expres guager co ses anteriares ne. mesmo ramo de atividay Sobre as intra, politica, ee.) A outra ecu ‘u sincrdinica: com ela, 0 relagio do contetido do Jn as Qultas Co¥sas vie surg ramos ou aspectos de uma cul tecido depende dla fiemeza e cor formagio do habitus, € no que hhegemonia das Se Carl Schorske associa essa aproxiena- fe afetagiesestésieas, em uma rule que’ fodugio © consumo cu ‘ ‘camo um deen a tom Lukses, Adon Gramses, etc.) na Pi ipa da si ra? Trabalhando cos, descrgies! os, dos figur sociedade riamento, 2 osas dos aranjos,dosafe- im, do cotidiano desta 120 Império ¢ a Replica Roberto Schwarz reaiza na critica da obra de Machado de Assis aanalise dos indiativos de uma “forma perversa de progvesso", nas disparidades entre 2 5 escravista as idéias d Na obra de Schwarz, os romances de Macha- do desvendam o sentid dade da produce esc lencia e na dhs Vidio © 0 ascal de favor. O eriam as relagoes sminao abitio pe reasserg pleno sec que nada necessidade © Alfredo Bost Assise © movi E com este olhar que aparecem as escalas hierérquicas, de baixo para cima, “olhos policiais". Falando da percepgao do social médio em Machado, Bosi afirma que “o que se poderd inferir do romance & que este so cial médio trazia em si germes de violencia ‘que poderiam, ne levar a more 0 Individuo que ndo se conformasse integra. mente com 0 seu padr30". Este seria o nena Secreto que Schwarz chamara de sentido Alémm do othar, Sosi chama atengSo para ‘tom que “rege a melodia ficcional iluminagao geral que my espectiicas, ou a cor dos fios pata tecer a histéra, 0 siner6nico, o tecelao historiador ido que depende da “firmeza & cor dos fos". Sao estas marcas que, na con- fluéncia das crises de paradigma, buscamos fe davam asc ios brancos se negavam a en. 30 do comentirio, suas pou 9 © metaforica mente as poucas linhas dedicadas aquelas mulheres na histria bras ‘A operagio de desmamar podia fazer se em meia linha, mas as listimas das amas, as despedidas, a bichas de ourD fque a mae dev a cada uma delas, como ‘um presente final, tudo sso exigia uma 1 dina se ermal fou bonitas, Eram mansas, zelosas do ‘offcio, amigas dos pequenos, e logo CCavalinhos de pau, ba ros de bonecos,barrtinas daquelas mu rendia poucas I fancia ocup. (0 que importa 3 rellexdo 6 sabre 0 qe aconteceu com os filhos das maes-pretas © babe que entregavam seus leites, seus cor- foram e seguem sendo um estorvo, no mun: do escravo ena mundo assalarindo, Povoa- ram a roda dos expostos, vagam pela cidade realizando pequenos ganhos,trabalhando em soldadas", nas varas de as, nas bocas de fumo, SAMs e Funabens da vida. Vdo cum prindo assim sua profecia de ali io oligirquico. 10 a0 No outro degrau da ida hierarquia so- se depara com a proclamagao da Repiblica fem “Tabuleta Nova", Este outro contraponto, traz 8 tona as afligces dessa “familia burgue- «2 ampliada" (Bos), em sua escalada social ibéma dci- icaemay dda visio machadiana dessa Rep nada muda Nada se mudbara; 0 regimen, sim, era ‘ossivel, mastambémn se muda de oupa em traca de pele. Comercio € preciso, Os bancos si0 indispensiveis. No sibado, au quando muito na segunda- sensacai em “Tae 7 & de med. E um medo cal 3 hipotética desor ica"), se vin tor “a dinheito que gasiel” ou corer 0 rico de se ficar Império, venham quebrar-me as dracas?” Teme pintar "Conteitaia da Repi blica’ ¢ tudo mudar de novo, € 0 invest mento feito, perder de novo © capital empa- tado? Ele, Custidio, que sempre proc tespeito de todos". Nao querendo chamar a atengio de nenhum das dovs regimes, “e con: sequentemente que pusesse em perigo 0s seus astéis de Santa Clara, menos ainda a vi do proprietério e dos empregados”. "Eza urn simples fabricantee vendedor de doces, es mado, aireguesado, respeitado, e princip. mente respeitacor da ordem pablica Bosi diz do esta em ver por dento o que o naturals: mo veria de fora"; @-cinismo e a hipocrisia hece no medo do co 1a com a avareza”. Po sia fluminense se prepara pi Ia “nova ordem". Fluminenses, mais wm esforgo se queteis ser republicanos! é Notas 1-Ch Mae Blech, Invodugio eu FLORILEGIO Fuzilamento ou fogueira? “Evangel a como Garotinho, Rosinba conta que ficou impressionada com a foto do sequestrador Sandro do Nascimento, publicada pelo Clobo, na terga-feira, e encontrou explicagio meta tran ‘ender ica para o claro que ele zes, Sandro parecia vestr uma capa e turva, (uo) ~ Nao sou xita, Mas acredito’em Deus eno diabo. E, pela foto, esté claro que ele estava endemoniado’ ~ disse a primeira dama, Declaracao de Rosinha Matheus, O Globo, 15,jun.00, p. 18, Exorcismo criminolégico ou 0 peril do c Declaracao do governador do Esta Garotinho, O Globo, 13.jun. Delirio catartico © Globo, 18. 00, p26, Rol dos culpaveis eiros cadastrados nas boates, |, O Globo, 9.00.99, p. 12, Coluna Ricardo Boed - - _dustigaA Origem da advocacia © primeico advogade foi @ primeiro homem que, ‘Comi inluéncia da razao @ da defendeu os seus semelhantes conta 2 | vialéncia e 2 Fraude, ui Barbosa cera a afirmagio da lula a que se 9 evolu vidual co- iidade sentagies das partes em juizo, os hindus, 05 © homem, no seu pri ‘semitas, atecas, caldeus, persas e egipcios.

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