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Natação 0 a 2anos

Na evolução do ser humano em sua vida afetiva, intelectual e motora, coincide


com trocas de tamanho, de composições dos tecidos, de aparecimento e
desaparecimento de traços fisiológicos e mudanças de comportamentos.
Segundo Damasceno (1994 p.3), “O desenvolvimento da personalidade da
criança, que compreende as mudanças ocorridas no organismo durante o processo de
crescimento e desenvolvimento, tem merecido uma atenção cada vez maior.” Os
domínios desses conhecimentos podem auxiliar na identificação das capacidades e
limitações de cada faixa etária e aspectos da personalidade: domínio motor, afetivo,
cognitivo e social, assim ajudando a estabelecer programas de aprendizagem e a
definir metodologias de ensino adequadas. Durante sua evolução, a criança apresenta
necessidade de adquirir de forma constante e renovada, através de sucessivas
incursões práticas, o maior volume possível de habilidades motoras que garantam um
desenvolvimento equilibrado e integral.
De acordo com Corrêa (1999 p.30), “Ao nascer, o bebê parece desamparado e
muitos dos seus atos dão impressão de não ter objetivo. Em breve seus movimentos
estarão configurados em numerosas habilidades.” À medida que o tempo passa, a
criança tomará consciência de si mesmo, dos seus sentimentos e das pessoas que o
cercam. Com o passar do tempo, seus horizontes irão de expandir de maneira notável.
Em cada estágio o comportamento da criança muda e ela se entrega a novas
aventuras. Ao descobrir que é capaz de realizar uma coisa nova, ela emprega sua
habilidade recém adquirida de forma tão exagerada, que chega a incomodar os adultos.
Por volta dos dois anos estará apta a falar e, como um ser social, não tardará a
se envolver nos mais diferentes tipos de atividades grupais. A principal tarefa para as
crianças dessa idade é a descoberta do mundo físico e de si mesma com um objetivo.
A criança representa o mundo pelas ações e baseia seus julgamentos nas sensações e
percepções.
Para Corrêa (1999 p.33), “Existe considerável discordância sobre a natureza das
emoções e o desenvolvimento emocional dos bebês.” As diferenças individuais de
personalidade entre os bebês resultam em parte de seu temperamento, da ordem de
nascimento, da faixa etária e o seu desenvolvimento. De 0 a 6 meses o
desenvolvimento mental da criança é bastante crescente. Nos primeiros meses ele
agarra tudo que for colocado na sua mão, descobri a luz, emite os primeiros sons,
descobre suas mãos, segura objetos leva-os à boca, explora tudo ao seu redor, aperta,
bate e etc...
O desenvolvimento físico é muito rápido e com o decorrer dos meses, o bebê
consegue virar as costas, levantar a cabeça, quando deitado de bruços, se apoia nos
cotovelos e tenta levantar. O autor se refere também ao desenvolvimento sócio-afetivo
da criança que é muito espontâneo, começa apenas reconhecendo a voz da mãe, e
chorando por dor, fome ou desconforto, e com o passar dos meses, começa a esboçar
algumas emoções no rosto, para de chorar quando ganha, corresponde ao sorriso e
carinho das pessoas, da risada espontânea, solta gargalhadas, já mostra
aborrecimento quando insatisfeito.
De 6 a 12 meses, O autor ressalta ainda que o desenvolvimento mental tenta
vocalizar as primeiras vogais e consoantes, começa a revelar sua personalidade, imita
expressões faciais e tonalidades de voz, mostra preferência por uma das mãos, atira
objetos propositalmente no chão, compreende uma ordem. O desenvolvimento físico
mostra bastante evolução nessa faixa etária, a criança já engatinha, senta-se sozinha,
faz movimentos para andar, se apoiando, ensaia os primeiros passos sozinhos e fica
em pé amparado.
No desenvolvimento sócio-afetivo a criança já consegue mostrar personalidade,
ela gosta e se alegra com a companhia dos outros, faz graça e se diverte, fica
encabulado na presença de estranhos, segura copos para beber, e muitas vezes, tenta
usar a colher. De 12 meses a 2 anos, o desenvolvimento mental: faz gestos para pedir
o que quer, responde frases, insiste em fazer tudo sozinha, pronuncia 4 a 6 palavras.
Mexe em tudo, compreende proibições, nomeia objetos do dia-a-dia, forma pequenas
frases, e é capaz de repetir novas palavras.
O desenvolvimento físico: já consegue andar sozinho, mesmo desequilibrado,
some degraus, anda e corre sozinho mesmo desajeitado, controla a evacuação, chuta
bola, sobe escada, controla parcialmente a bexiga e completa a dentição. No
desenvolvimento sócio-afetivo: fica alegre com objetos do seu agrado, fica zangado
caso os tirem dele, presta atenção à música, demonstra afeto com contato com
bonecos, manifesta ciúmes, não divide brinquedos e torna-se mais vaidoso.

Benefícios do movimento feito na água segundo Célia Regina Fernandes Corrêa:


(O – 2 ANOS)

A baixa gravidade - na água até a altura do pescoço nosso corpo pesa apenas
10% do peso que tem fora da água.
A resistência da água – A resistência da água é muito maior do que a do ar
fortalecendo a musculatura.
O coração funciona com maior eficiência – Quando nosso corpo está submerso até o
pescoço e em repouso, o coração bombeia 32% mais sangue
Condicionamento da capacidade respiratória – A pressão da imersão também aumenta
o trabalho respiratório em 60%, melhorando a capacidade respiratória do corpo.

Organização de procedimentos de ensino

A escolha do procedimento de ensino a ser utilizado é fator importante no


aprendizado.
Participação ativa: As crianças aprendem através de atividades adequadas ao seu nível
de desenvolvimento.
A prática pedagógica deve se basear no exemplo e na vivência, quando
colocamos a criança em situações que levem a vivência, dentro de seu pequeno grupo
social. O olho quer ver, o ouvido quer ouvir, o pé quer andar e a mão, agarrar.
As propostas sugeridas, através de jogos e brincadeiras, desenvolvem a
socialização e estimulam o processo de aprendizagem. Devo ressaltar que o elogio
desperta atitudes de autoconfiança e entusiasmo.
Recursos

Uma piscina de sete metros por quatro metros de profundidade variada, onde a parte
mais rasa dê a criança de seis anos de pé, o mais fundo dê um adulto de pé com a
água na altura do peito (1,3 metros).
Esta piscina deve ser coberta e cercada, para evitar correntes de vento na área da
piscina.
A temperatura da água deve ser em torno dos trina graus, a piscina que possuir
aquecimento, e é coberta necessita de se manter a uma temperatura constante. O local
deve ser limpo e arejado. Na borda da piscina só deve haver objetos que possam ser
pegos pelos bebês.
O mais importante é a qualidade da água e a limpeza da borda recomendável.
A aula: - Determinar o tempo da aula: o tempo ideal para aula do bebê varia de acordo
com as condições ambientais oferecidas, que pode ser de no mínimo quinze minutos e
de, no máximo de trinta minutos.

Bebês ( 6 meses a um ano)

- Escolha um objetivo principal para ser trabalhado: Divida a aula em três partes sendo
duas de 5 minutos e uma de 10 minutos que deve ser a parte principal da aula.
Na primeira parte: recepcione o bebê com muito carinho, comece a aula sempre com
estímulos conhecidos pelos bebês, reforce todos os estímulos já vivenciados.
Na segunda parte: trabalhe novos estímulos. No caso do beber não receber bem este
estímulo novo não insista e volte a tentar na próxima aula.
Na terceira e última parte: reserve este tempo para estímulos que não são muito
agradáveis ao bebê.
Passagem da aula individual para a coletiva segundo Yseult Depelseneer

Na proximidade de dois anos, o professor deve começar a dar aulas pertos das
aulas em grupo, para que ela se acostume com a presença de amigos e com a divisão
do espaço e dos brinquedos.
A passagem para à aula em grupo só deve ser efetivada após longo período de
observação e de testagens da criança em grupo, acompanhada e , pelo professor
obsersavada a distância.
Ao observar total entrosamento da criança com o grupo e com o outro professor
a criança provavelmente, após completar o segundo ano de vida, poderá participar de
aula em pequenos grupos (três ou quatro no máximo).

Os interesses de uma aprendizagem precoce da natação:

A natação é a atividade física mais completa que existe: é a harmonia,


flexibilidade, a potência, o ritmo, a coordenação, é o mais perfeito complexo de
movimentos em série.
A natação constitui também um excelente método pedagógico que permite
melhor conhecer a criança muito cedo, e, portanto, ajudá-la, se necessário, a resolver
problemas particulares em seu meio familiar ou social. Os conhecimentos atuais a
respeito da memória profunda da vida fetal permitem afirmar que incidentes durante a
gravidez ou no nascimento produzem traumatismos diversos, origem de futuros
complexos. O ensino precoce da natação ajuda nesses traumatismos podendo até
apagá-los definitivamente.
Os objetivos:

Aprender a nadar bem cedo, de forma autônoma é uma prevenção vital na vida
diária. A primeira etapa de ensino consiste em condicionar uma aquisição durável de
sobrivivência: cair na água completamente vestido; subir novamente à superfície;
manter-se na posição dorsal-respiratória por três minutos no mínimo, ou então,
percorrer determinada distância e encontrar um ponto de apoio. Dessa maneira pode-
se favorecer o seu desenvolvimento sensorial, psicomotor, desenvolver seu equilíbrio,
confiança em si, além de melhorar sua saúde, condições físicas é para melhorar o
relaxamento.

Observações importantes:

As primeiras aulas servem para conhecer a criança, para analisar e observar


suas reações psicológicas ao contato da água. Como o bebe não pode traduzir
verbalmente suas sensações, é através do ritmo cardíaco que se pode estabelecer um
contato entre ele e o professor. As variações das pulsações é fator primordial e
constante de segurança para a evolução da aprendizagem. A partir do momento em
que a criança se torna autônoma e se permite movimentos cada vez mais precisos e
eficazes, ela é capaz de nadar e brincar durante maior tempo.
REFERÊNCIAS

CORRÊA, Célia Regina Fernandes. Atividades aquáticas para bebês. Rio de


Janeiro: Sprint, 1999.

DAMASCENO, Leona. Natação para bebês: dos conceitos fundamentais à


prática sistematizada.

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