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VLSIAZY OYSICA =z VIQO'TOIISd Id SOGA.LSA SIXS LADVId NVAL légicas de JEAN nome mundial, las hha quase quaren- peragbes. I6gicas, de nimero, dee: if O DESENVOLVIMENTO MENTAL DA CRIANCA © desenvolvimento psiquico, que comega quando nascemos ¢ termina ha idade adult, € compardvel a0 crescimento onginico: como este, orienta- ibracio progressiva, uma passagem cot jo para um estado de equilibrio super fijcil se opor a instabilidade e incocréncia relatives snatizagio de raciocinio do adulto. No campo da. jotou-se, muilas vezes, quanto o equilibrio dos sentimentos imbém as relagdes socials obedecem entre a vida do corpo e a do A forma final de equilibrio pelo crescimento orginico € tética que aquela para a qual tende 0 desenvolvimento da mente, € sobretudo mais instivel, de tal modo que, concluida evolugao ascendente, comeca, logo em seguida, automaticamente uma evolugéo regressiva que conduz.a velhice. Certas funcoes psiquicas que depende estado dos Grgios, seguem uma curva andloga. A a 9 comegoda decadéncia, mas, sim, autoriza um progresso es] je contadtéro com o equi interior. , portant, em termos de equlfoio que vamos descrever a evolu- prédio que, medida que se acrescenta algo, ficaré do, cujas fases lade € uma mobil processo de equilibracio, Devem-se opor, desde logo, as estruturas. varidveis — definindo as formas ou estados sucessivos de equillbrio — a AUNT TErIG funcionamento constante que assegura a passagem de qualquer estado para o nivel seguinte. ‘Comparando-se a crianga ao adulto, ora se € surpreendido pela identi- dade de reagées ~ fala-se entio de uma "pequena personalidade* para designar a crianga que sabe bem o que quer ¢ age, como nés, em fungéo de ‘um interesse definido ~ ora se descobre um mundo de diferengas — nas incadeiras, por exemplo, ou no modo de ra 1, dizendo-se entéo que "a ctianca nfo é um pequeno adulto". As duas impresses so verdadciras. Do ponio de vista funciona, ito &, considerando as motivagoes gerais da conduta ¢ do pensat 0 fim do crescimento nfo determina de modo slgum ilquenada ss tireagson ples demas da cond. pa ov desde porucesr dentalse dolce telat que marcam o aparecimento dessas °, O estigio dos rellexos, ou como também das primeiras tendé das primeiras emogées. 28. O estigio dos prit ‘ras percepgdes organizadas, como também dos primeiros sentimentos iados. 3°. O cstfgio da intcligéncia senso-motora ou prética (anterior wuagem), das regul cexteriores da afetividade. Estes tes pri tincia (até por volta de um ano € desenvolvimento da linguagem edo pensamento). 4 O estégio da 8 interindividuais espontneos € das relagdes adulto (de dois a sete anos, ou segunda parte da imeira infincia"). 5°. © estigio das operagdes intelectuais coneretas smego da l6gica)¢ dos sentimentos morais esociais de cooperagio (desete 4 onze-doze anos). 6. O estégio das operacdes da , pelas estruturas que 0 iulo-se a evolugo mental Adulto, 86 executa alguma ago exterior ou mesmo inteiramente interior ‘Pode-se dizer que toda necessidade ter incorporar as coisas ¢ pessoas mando mada por um motivo € este se traduz sempre sob a forma de |) Mividade pr6pria do sujeito, isto é, “assinalar" o mundo exterior ds estru- ssidade (ama necessidade elementar ou um interesse, uma pergunta lurnsjé construidas, ¢ 2, a reajustar estas iltimas em Fungo das transforma- como jé bem mostrou Claparéde, ui smodé-tas" aos objetos externos. Nesse ponto de orginica tende a assimilar progressivamente omeio ‘ou mental) se modificou, trata te, realizando esta incorporacdo gragas as estruturas ou érgios psi jo, de um reajustamento da conduta em fu - que aio de agio se toma cada vez mais amplo. A percepgio & ‘novimentos elementares (preensio etc.) referem-se, primeiramente, 205 desencadearé a necessidade de manipul para fins préticos itecipar as transformagoes préximas. O pensamento reforga, em seguida, estas duas capacidades. Esta evolugao culmina " finda desde que haja satisfacio das cligencia ldgica, sob a forma de operagdes concretas ¢ finalmente necesidaes, isto ogo que «equa ~ ene o fat nove, que desencd- le dedugio abstrata, tornando o sujeito senhor dos acontecimentos mais a necessidade, © a nossa organizacio mental, tal como se apresentava Jonginguos no espago e ao tempo, Em cada um desses niveis, 0 espfcito mente ~ 6 restabelecido, iiosempenha a mesma funcio, isto 6 incorporar 0 universo a si prOprio; a Comer ou don nca¥ ou conseguir suas finalidades, responder @ .¢f0, no entanto, vai variar desde as formas de incorpo- Perguntas ou resolver problemas, ser bem-sucedido na imitagdo, estabelecer : unt lago afetivo, sustentar seu ponto de vista, so outras Ora, assimilando assim os objetos, a aco ¢ 0 pensamento so compe- Jidos a se acomodarem a estes, isto 6, a se reajustarem por ocasito de cada ‘io exterior. Pode-se chamar "adaptagdo” ao equilfbrio destas assimi- ¢ acomodagécs. Esta é a forma geral de equil folvimento mental aparecers, entio, em sua organizagio progressiva ‘uma adaptagéo sempre mais precisa a realidade, Sio as etapas desta cio que vamos agora estudar concretamente. Spa ada pelas trans- , ecada nova conduta como também para tender anterior a esta perturbagak isle neste movimento continuo perpétuo de rejustmento ou de equilib. E por isto que; nas fasts de cnstagio pode considerar as estrturas menutaissucessivas que produzem 1. RECEM-NASCIDO E 0 LACTENTE vimento como formas de equilibri, onde cada uma consi © periodo que vai do nascimento até a aquisicio 4: snareado por extraordinério desenvolvimento mental. Mui ia desse perfodo; esto porque ele na0€ acompanhado que permitam seg ios, como mais tarde. Mas, na verdade, 6 0 curso da evolugao pst Cu sio mais amplas e mais sistemsticas. Os dos movimentos, de todo o-universo prético que cerea a crianga. Ora, esta ica dependem, portan to, a cada momento do conjunto \¢éo senso-motora" do mundo exterior imediato realiza, em dezoito i 6 queestas tendem meses ou dois anos, toda uma revolugio copémica em miniat té-los em sentido de melhor equilftorio, 19 ponte de partida deste desenvolvimento, o recém- _ Antes de examinarmos o desenvolvimento em detalhes, devemos para si ou, mais precisamente, para 0 seu corpo, no final, isto &, quando precisara forma geral das necessidadese inte=resses: a todasas idades. .cam a Tinguagem e 0 pensamento, ele se coloca, praticamente, como * ® wea D y ti n » n tum elemento ou win corpo entre os outros, em um universo que constr pouco a pouco, e que sente depois como exterior a si prpro. ‘Vamos descreverpasso a passo a8 elapas desta revolucio cope sob duplo aspecto: o da inteligéncia e 0 da vida ate primeiro destes dois pontos de vista podem-se, como jé Buir trés estigios entre o nascimento e o fim deste perio dda organizacio das percepses e habitos ¢ 0 di propriamente dita, No recéan-nascido, a vida mental se reduz ao exereicio de aparelhos jue ndo prova nada quanto & sua substa dissociagéo do eu ¢ do universo exterior). Entre és ¢ sels por volta de quatro meses © meio), o lactente comega a que ve, € esta capacidade de preensio, depois de manipulagéo, Os conjuntos motores (habitos) novos € os conjuntos perceptivos, no , formam apenas um sistema; a esse respeito, pode-se falar de "esque- motores". Mas como se constroem estes conjuntos? Um ciclo sempre, no ponto de partida, iclo cujo exercicio, em lugar spora novos elementos, constituindo com eles totalidades izadas mais amplas, por diferenciagées progressivas. A seguir, basta i injom um resultado im, eles do lugar, sobretudo, a ums fente nio se contents de sugar jo mama, sugando também no vazio, seus dedos (quando 0s encontra) © qualquer objeto apresentado fortuitamente. Coordena es movimentos dos ‘bragos com a sucgio, a levar, sistematicamente—as vezes desde o segundo ‘més ~, seu polegar a boca. Em sun Sucgio, a ponto que se poderia ex} por volta de dezoito meses). Nes strumento, € coorenado a um objetivo previsto; 0 objetivo, para descobri-ta como meio, Um ato de inteligencia mais joo consistitd em aproximaro objetivo, puxandoa cobertura ou osuporte al esti colocado (por volta do fim do primeiro ano). Vérios outros este segundo estigio, asi como também os ge io de um ruido, ou de seguir um objeto em m perceptivo, constatamos que, logo que a crianga comega a sortir (quinta semana em diante), reconhece certas pessoas em oposigao a outras etc, (mas guardemo-nos de the atribui, por isto, a nogio 18 Ste 1/po aparece como um elemento entre as outros, ¢ a0 qual se ope a vida \da neste corpo. processos fundamentais caracterizam esta revolugio intelec- rwalizada durante os dois primeiros anos de existéncia: sio as constru- dda causalidade e do tempo, todas 'spriticas ou de ago pura endo ainda jas para ver". Todos puderam rento de criangas de doze meses, esquema préti (os quadros sensoriais. £, a ser repetida e generalizads para situagdes novas compardvel a uma de conceito senso-motor. E assim que, em presenga de um nove objeto, ver-se-4 0 bebé incorporé-lo sucessivamente esquemas de aio (a tratasse de compreendé-lo através do uso. Sabe-se que, por volta de cinco a seis anos, as criangas ainda definem 0s conceitos comecando pelas ,. Reconhece certos quadros sensor -cé-los quando presentes ni , de forma nen ist jos ex qualquer parte quando estao fora Jo campo percep ‘cconhece em particular as pessoas e sabe que, gritando, faré 1 sua mie, logo que ela desaparcce. Mas isto nfo prova que ele 1m corpo existente no espago, quando nao a vé mais. De snte, quando comega a pegar 0 que vé, nfo apresenta, de jum comportamento no sentido de buscar os objetos dese- ue estio cobertos com um Iengo, embora cle tenba seguido com 1s tudo © que foi feito. Em seguida, procuraré o objeto escondi- 5 sem se dar conta dos deslocamentos sucessivos, como se cada sse ligado a uma situacdo de conjunto € nao constituisse 9 independente, $6 por volta do fim do primeiro ano € que rocurados depois que saem do campo da percepgio, € pode reconhecer um comeco de extei Resumindo, a auséi construgdo de objetos palavras "é para": uma mesa "é para escrever em cima” etc. Hi, entio, af tarde a \cio senso-motora comparsvel Aquela que serd mi ortanto, que estes diversos esquemas de agdo se assimilem entre 6, se coordenem de maneira que uns determinem fim A agio total, enquan- No ponto de partida 1a diferenciagao entre 0 2s impresses vivides © percebides ndo séo pessoal sentida como um "eu", nem a objetos iplesmente dados em um blo ciado, ou como que expostos sobre um mesmo plano, que no & nem interno nem extero, mas meio caminko entre esses dois polos. Estes s6 se opordo "um 20 outro pouco a pouco. Ora, por causa desta indissociagéo pri tudo que épercebido é centralizado sobre a propri ‘est no centro da realidade, porque € inconsciente de lo dos objetos. No comego hi dominios sensoriais (espago bucal, jo tem no comego as mesinas profundidades que construiré eguida, No fim do segundo ano, 20 contrério, etd conctuido um espago 1 que compreende todos os outros, caracterizando as relagSes dos objetos esi ¢ os contendo na sua totalidade, inclusive 0 proprio corpo. Ora, que 0s progressos da inteligencia tora levem & construgio de um universo objetivo, onde o prépri 2 Jo.as emogdes primérias. lade das emogGes com 0 ros medos, por exem- ‘jsim como esta espécies de retlexos afetivos qu claboracio do espaco ¢ devida essencialmente & coordenacio de movimen- I acontecimento fortuito ea atitude anterior ‘Ao segundo estégio (percepgdes € bébitos), assim como a0 comego da igéncia senso-motora, corresponde uma série de sentimentos cer 5 afetos. perceptivos que fica muito ico € uma ago qualquer que o atraiu, que, puxando os corddes que pendem do alto de seu bergo, 0 io de todas os brinquedos suspensos na cobertura, mente 0 puxar os cordécs ¢ 0 efeito geral desta jo. Ble se serviré logo deste esquema causal para agir distincia sobre Iquer coisa: ele puxard o cordio para continuar um balango que observa, 4 dois metros de seu bergo, para fazer durar um assovio ouvido do fundo de seu quarto ete, Esta espécie de causalidade mégica ou "mégico-fenomenista® 0 egocentrismo causal primitive, No eurso do segundo ano, 20 a crianga reconhece as relagSes de causalidade dos objetos entre ido ¢espaciatizando, deste modo, as causas. compreender que € um narcisismo sem Narciso, ‘éncia pessoal propriamente dita. ‘Ao contrério, com o desenvolvimento da inteligencia ¢ com a conse- ‘em um "universo”,ndo importando quio préticoe pouco “reflexivo" este seja. A cvolugio da afetividade durante os dois primeiros anos ‘um quadro que, no conjunto, corresponde, exatamente, Aqui através do estudo das fungdes mot smo se seguiré no curso de todo o da infincia e adolescéncia. Tal also e superficial. Na realidade, o elemento que ¢ preciso sempre 1, na anélise da vide mental, € "conduta” propriamente dita, conce- mo procuramios expor rapidamente na nossa introducdo ~como um estabelecimento ou fortalecimento do equilibrio. Ora, toda conduta supe jo que pode ser atribuido ao de atividades € de causali- Sendo assim, € claro que ao primeiro estigio de técni corresponderio 0s impulsos instintivos clementares, ligados & alimentagao, 2 I a te yi es E isto acontece, em especial, com esses objetos, imprevistos e interessantes, que so a8 pessoas. Os Mos elementares de alegria e tristeza, de sucessos fracassos etc, experimentados em fungéo M4 mesma mancira, a crianga reagiré primeiramente as relag6es sociais nsamento em formacéo com um egocentrismo inconsciente que niga 0 do bebé. Ela s6 se adaptard, progressivamente, obedecendo as Is Ue cquilibrio andlogas as do bebé, mas transpostas em fungio destas /o que se observa, durante toda a primeira incia, uma repeticéo parcial, em planas novos, da evolugéo jé realizada construcio intelectual do objeto, assim como 0 narcisismo correspondia 4 inditerenciagéo entre o mundo exterior ¢ 0 eu. Esta "escol refere-se, primeiramente, & pessoa da mic, depois (em nk Positive) a pessoa do pai c dos proximos. Tal € o comego das simpatias e Is que se Véo desenvolver tio amplamente no curso do periodo , com defasagem de um plano inferior aos planos superiores, sio mente reveladoras dos mecanismos fntimos da evolugdo mental. ILA PRIMEIRA INFANCIA: DE DOIS A SETE ANOS em, as condutzs so profundamente ‘modificadas no aspecto afetivo eno intelectual. Além de todas as ages reais (ou materiais que € capaz de efetuar, como no curso do periodo precedente, foma-se, gracas a linguagem, capaz de reconsttuir suas ages passadas sob forma de narrativas, ¢ de antecipar suas ages futuras pela epresentagio verbal. Dai resultam trés conseqiéncias essenciais para uma possivel troca entre os individuos, ou A. A socializagdo da agéo A troca ¢ 4 comunicagio entre os indivfduos sfo a consequéncia mais, Vidente do aparecimento da linguagem. Sem divida, estas relagdes interin- ividuais existem em germe desde a segunda metade do primeiro ano, gragas Amitacéo, cujos progressos estio em intima conexio com odesenvolvimen- sienso-motor, Sabe-se que o lactente aprende pou a reproduz os movimentos novos mais complexos (os mod 0 0s que interessam as partes nfo visiveis do préprio corpo, como io © a cabega), A imitagéo de sons tem uma evolugéo sem lo 0s sons sio associados.a ages determinadas, a imitacio prolonga-se aquisigéo da linguagem (palavras-frases elementares, depois, substan- ivos ¢ verbos difercnciados ¢, finalmente, frases propriamente dites). En- uagem se estabelece sob forma definida, as relagées interindi- ‘duaisselimitam imitagao de gestos corporais exteriores, ea uma relagio ‘emotora que era até entio, pode dafem dian i no plano intuitivo das imagens e das "experincias mentais Do ponto de vista afetivo, segue-se unna s desenvolvimento de sentimentos interindividuais (simpatias © antipaiag, le inferior organizando-se de maneira malt ddo que no curso dos primeisos estigios. ‘Vamos primeiramente examinar essas trés modificagbes gerais da conduta (soci afetivas. Me izacio, pensamento ¢ intwig&o), € depois suas repercussies , para se-compreender em detalhes preciso it ida sobre sua continuidade rele que € posta em comum e, deve-se ae condutas anteriores. No momento da aparigéo da Tinguagem, a na medida em que pode ser comunicada. _ acha as voltas, nfo apenas com o universo fisico como antes, mas com lds m que consistem as fungées elementares da linguagem? E mundos novos ¢ inlimamente soliérios: 0 mundo social ¢ 0 das rej sentagOes inteiores. Lembremo-nos de que, a respeito dos objetos matin ou compos, 0 lactente comeca por uma atitude egocéntrica — na q 24 1rexemplo, os grandes se submetem as mesmas regras e ajustam seus duais aos dos outros, enquanto que os pequenos jogam cada um ‘em se ocuparem das regras do companheiro, af uma terceira categoria de fatos: a crianga nao fala somente as \s, fala-se asi propria, scm cessar, em monélogos Variados que acompa- lade. Comparadas a0 que serio mais tarde, a \iagem interior continua no adulto ou no adolescente, estes soliléquios rentes, pelo fato de que sio pronunciados em voz alta e pela \ieristica de auxiliares da ago imediata, Estes verdadeiros mondlogos, (0 08 coletivos, constituem mais de um tergo da linguagem espontinca criangas de t€s e quatro anos, diminuindo por volta dos sete anos. [Em suma, o exame da Tinguagem espontinea entre criangas, como 0 ‘vomportamento dos pequenos nos jogos coletivos, mosira que as prime ondutas sociais permanecem ainda a meio caminho da verdadeira sacio. Em lugar de sair de seu prGprio ponto de vista pera coordené-1o ‘pos outros, oindividuo permanece inconscientemente centralizado em josmo; este egocentrismo face ao grupo social reproduz e prolonga 0 que 108 no lactente face 20 universo fisico. Nos dois casos, hé uma indife- relagées sociais fundamentais. Trés grandes categorias de fatos podem, assim, ser postos em evidéncia, Em pri existem 0s fatos de subordinagioe {grandes e fortes, como fontes de atividades imprevistas-e misteriosas. Mas eres revelam scus pensament i805, sendo, como mostrou Bovet, 0 respeito do pequeno toma accitiveis e obrigatérios para as criangas. Mas, sio inconscicnte, intelectual € fe pelo adulto, Em segundo lugar, com outras criangas. Essas papel formular a propria agio e narragio das ‘es transformam as condutas a meméria esté ligada & narra lo sesubmete a0 adulto ¢ 0 coloca muito acima de si, crianca vai itas vezes,& sua escala, como certos crentes ingénuos & respeito lade, chegando mais a um meio-termo entre 0 ponto de vista Jor ¢ 0 seu proprio, do que a uma coordenagio bem diferenciada, gens de que falamos acima), e pereeber 0 ponto de vista dos outros? Ihor, uma aprendizagem da socializagio € necesséria para alcangar a cooperacio real? E neste ponto que se toma til a andlise das fungdes da linguagem espontines, Com efeito, € fécil constatar como as conversagécs entre criangas sao rudimentares ¢ ligadas & agio material propriamente dita. Aproximadamente até sete anos, as criangas nfo sabem discutir entre elas € fam @ apresentar suas afirmagécs contrérias. Quando se procura dar .$5es, umas As outras, conseguem com dificuldade se colocar do ponto devista daquela que ignora do que se trata, falando como que para si mesmas. E sobretudo acontece-thes, trabalhando em um mesmo quarto ou em uma ‘mesma mesa, de falar cada uma por si, acreditando que se escutam e se ‘compreendem umas as outras, Esta espécie de *mondlogo coletivo" consiste mais em miitua excitagio ago do que em troca de pensamentos reais. Notemos, enfim, que as caracteristicas desta linguagem entre criangas sio ‘encontradas nas brincadeiras coletivas ou de regra; em partidas de bolas de B.A génese do pensamento ‘inn fungao destas modificagbes gerais da acio, assiste-se durante 3 ‘uma transformagio da inteligéncia que, de apenas senso- 26 38, esolvendo-0s, compensando-0s, ou seja, o. Em suma: o jogo simbélico nfo forgo de submisséo do sujeito ao real, mas, a0 contrério, uma estas dio lugar, gragas a cla, a atos de pensamento que néo pertencem exclusivamente ao eu que os concebe, mas, sim, a um plano de comunicagio aque hes n 4 importincia. A linguagem & um veiculo de conceitos e nogdes que pertence a todos e reforga o pensamento individual com um vasto a de pensamento coletivo. Neste, a crianga mergulha logo que mangja a palavra, ‘Mas acontece com 0 pensamento 0 que acontece coma conduta glob: Em vez de se adaptar logo as realidades novas que descobre e que consti ouco a pouco, o sujeito deve comecar por uma incorporagao laboriosa dos ‘dados ao seu eu e & sua atividade; esta assimilacdo egacts tanto o infcio do pensamento da crianga como o da 50 mais exato, € preciso dizer que, durante as idades de dois a scte anos, ‘ncontran-se todas as transigées entre duas formas extremas de pensamento, represenladas em cada uma das etapas percorridas durante este periodo, sendo que a segunda domina pouco a pouco a primeira. A pr formas € a do pensamento por incorporagao ou assimilagéo puras, cujo egocentrismo exclui, por conseqiéncia, toda objetividade. A segunda destas formas €a do pensamento adaptado aos outros ¢ ao real, que prepara, assim, © pensantento légico. Entre os dois se encontra a grande maioria dos ensamento infantil que oscila entre estas direg6es contririas, © pensamento egocéntrico puro aparece nesta espécie de jogo, que se pode chamar de jogo simbélico. Sabe-se que 0 jogo constitui a forma de ivi de quase toda tendéncia, ou pelo menos um exercicio jenci a a0 lado da aprendizagem propriamente lo sobre este, 0 reforga, Obscrva-se entéo, bem antes da 'm, um jogo de fung6es seuso-motoras que € um jogo de puro io, sem intervencio do pensamento nem da Vida social, pois s6 at movimentos ¢ percepgdes. No nivel da vida coletiva (de sete a doze anos), tuir nas criangas jogos cara ‘obrigagdes comuns, isto é, ou simbolo. Ora, o simbolo é um signo —como a palavra ou signo | ~ mas 6 um signo individual elsborado sem o recurso dos outros Jezes compreendido pelo individuo, j& que a imagem se refere a tados intimos ¢ pessoais. E, portanto, neste duplo sentido que constitu o pélo egocéntrico do pensamento. Pode-se dizer, 10, que ele € 0 pensamento egocéntrico em estado quase puro, $6 spassado pela fantasia e pelo sonho. : No outro extremo, encontra-se a forma de pensamento mais adaptada | quea crianga conhece, ¢ que se pode chamar de pensamento: certo sentido, a experincia ¢ a coordenagéo senso-mo ar as perguntas que faz, abundantes Entre estas perguntas, as mais tivas tendem simplesmente a saber : i jados e como se chamam as coisas pouco conhecidas: "o que €?* Mas jo ts anos, e muitas vezes antes, aparece uma forma bésica de pergunta | dessa palavra? No adulto pode ter d individual quase puro ‘por que voce vai por este cami ‘os: € 0 jogo simbélico ou jogo de }¢imitago. Os exemplos sio abundantes: jogo de boneca, brincar E técil dar-se conta de que estes jogos simbélicos constituem idade real do pensamento, embora essencialmente egocéntrica, ou x, duplamente egocéntrica, Sua fungio consiste em satisfazer 0 eu por meio de uma transformagao do real em fungio dos desejos: brinca de boneca refaz sua prépria vida, corrigindo-a a sua mancira, indo, no entanto, um € outro 20 mesmo "Por que é que esté rolando?”, pergunta, por exemplo, um menino de 105 8 pessoa que toma conta dele. Refere-se a uma bola de gude que, ago levemente inclinado, dirige-s A pessoa situada na parte mais como resposta dir-se-6: "Porque inclinado", o que é'uma explicagio 2» 28 hte causal; mas a erianga, no satisfeta, pergunta novamente: "Ela sabe que voce est embaixo?* Seguramente, nfo se deve tomar ao pé da letra esta reagdo: a crianga no empresta a bola de gude uma conscigncia humana, sta, como veremos, uma espécie de "animismo” infantil, néo *preté-lo como um antropomorfismo tio grosseiro. Toda cio mecéinica nia satisfaz crianga, porque ela entende uim mi «¢, sobretudo, para se moverem ou dirigirem para fins q ientado para um fim e, em conseqdencia, Jos. Assim 6 que as nuvens saber que se deslocam, pois levam a a causa e 0 fim do movimento da muhecer, ¢ € por isto que este exemplo hora de dormir). Mais tarde, s6 0 movimento esponténco seré dotado Por exemplo, as nuvens no sabem mais "porque o vento as 80 vento néo sabe as cosas "porque nfo € uma pessoa” como ibe que sopra, porque € ele quem sopra”, Os astros so especial- igentes: a lua nos segue em nossos passeios ¢ reaparece quando lve ndo comportam precisamente "porqués", jé que surdo-mudo, estudado por W. James, pensava, Assim, € que 0 mesmo menino de seis anos, cuja reagio ite ¢ desenvolveu sbamos de descrever, espanta-se que haja em Genebra dois perguntarse ela nfo tinha relagio comsua prépria que néo hé dois Cervin em Zermatt: “Por que existem rrada pouco antes. Quanto as criangas normais, elas so quase io dia pergunta: "Por que o lago de Genebra néo vai alé rem acompanhadas por ela; este egocentrismo as ndo como interpretar estas perguntas estranhas, resolve~ ‘mos propé-las a outras criangas da mesma rerguntando-lhes 0 que teriam respor a para cles nfo apresentou Salve para os grandes passcios (0s pequenos passeios e para as criancas, ‘bra nfo chega até Berna porque cada cidade deve ter o seu ‘héacaso na natureza, porque tudo € "feito para" , Segundo um plano sibio e estabelecido, no qual o ser humano é 0 centro. £, portanto, a "razio de ser” das coisas, que procura 0 “porque”, isto & uma razio causal e Finalistica, ¢ € exatamente porque & i ‘umna razdo para tudo que a crianga fracassa nos fendmenos fortuitos fxz perguntas sobre e 08 "porqués” infantis td0 obscuros para a cia adulta e que explica as dificuldades que sentimos para responder as, € que uma grande parte destas perguntas se relaciona a fendme- inn ‘uma assimilagio das coisas & que tal animismo provém de jc, como o finalismo exeminado acima. Mas, da mesiia 2 que o egocentrismo senso-motor do lactente resulta de uma indife- cio entre 0 eu eo mundo exterior, € nfo de uma hipertrofia narcisica iéncia do eu, do mesmo modo 0 animismo ¢ 0 finalismo exprimem ai sociagio entre © mundo interior € 0 subjetivo € 0 (~ um prinado da realidad psquce interna. pense ra a crianga ~}4 que esta anima os corpos inertes © materializa a 6 uma voz, vor essa que esté na boca ou “uma pequena voz € esta voz é "do vento" (termos antigos anima, psique, indas encher is tarde, so concebidos como vindo de nés, mas ws que estio na cabega quando se esti acordado e que saem para ‘solocar sobre a cama ou no quarto, logo que se domme. Quando alguém se io no soho, € porque esté duplo; a pessoa esténa cama olhando mbém "no sonho", como duplicata imaterial ou imagem. Na eolago de Gi ago. Em outra como a crianga faz suas perguntas egocéntrico de seu pensamento, neste 30 3 Voltando ao pensament samento proprio deste periodo ‘ sob pers Perfodo do desenvolviment smo do tubo na mesma ordem ABC. A intuigio é, ‘tubo no sentido de volta? Os mais jovens movimento de semi-rotaglo, Trata-se agora de compreender que a ida a volta, ABC. Mas eles néo entendem, e,além frente esperam que apareca depois diregéo, um ultrapassando 0 outro. Em qualquer idade, @ depressa". Mas, se 0 primeiro percorre no entos sob a forma de imagens nentais” que prolongam, assim, os esi ‘lo propriamente racional, Partames de ito fichas azuis quemas senso-motores sem coor ores sem coordena sentido inverso, ow ainda, se seguem um em frente do outro duas pi cs concéntricas, a crianga nfo compreende mais essa desigualdade pidez, mesmo se as diferengas dadas entre 05 caminhos percorridos si furandes, A intuigho de rapidez reduz-se, entéo, 2 da ultrapassagem 1 eno chega & relagio do tempo e do espago transpostes. Em que consistem, entio, estas intuigGes elementares da correspon- spacial ou Gtica da ordem dircta ABC ou ultrapassagem? Elas sio squemas perceptivas ov esquemas de ago, esquemas senso-moto- ‘mas transpostos ov interiorizados como representagées. Sio \de, a meio caminho entre a experiéncia 10 se constituindo ainda em operagoesig \das ¢ combinadas entre si Es {xemplo concreto, Apresents-se aos suet as Com pequens intervalos, e pede-se-Ihes par 18 que poderio tirar de um monte a disposigaa, iosem média, as criangas construitdo uma fileir tho que a das azuis, mas sem adesonitepelocspagp come is Blobais da colegio focalizada, sem se Porvolia de ino a seis anos por ot vermelha em frente a cada ficha az Looe (ermo a termo, fete tose esquemas perceptivos ca atos habit naverdade, ¢irreverstv se da esquerda para a dite seria preciso toda uma .gein para se conseguir bom resultado da direita para a nc vice-versa, para os érabes). O mesmo acontece com as percep- {ue seguem o curso das coisas € com os atos da intclig@ncia senso-mo- Fa uin fim e nfo voltam atras (a nao serem fichas". Colocando-se, n pacote sem tocar na outta, a equiva, fa. Em suma, bi equivaléacia A igualdade ndo se conserva mentos sob forma de experiéncias meniais, estes permanecem e pouco reversiveis, A intuigdo priméria é apenas um esquema Lransposto comoatodo pensamento, herdando-Ihe, naturalmen- 35 No nivel de desenvolvimento que consideramos agora, ast fetivas essenciais sio o desenvolvimento dos sentiments in Js (afeigdes, simpatias e antipatiss) ligados & socializaga igo de sentimentos morais 3, € as regularizagbes de intercsses ¢ valores samento intuitivo em geral. ‘Comecemos por este terceiro aspecto, que € 9 mais clementar. O esse 60 prolongamento das necessidades. Ba relagio entre um objeto © 's necessidade, pois um objeto torna-se interessante na medida em que iteresse € a orientagio {c, as caracteristicas. Mas estas constituem uma aquisigdo positiva, bastando prolongar esta agio interiorizada, no sentido da mobilidade reversivel, para transformé-Ia em "operacio", A intuigio articulada avanga nesta ditegio. Enguanto que a intuigio primfria € apenas uma agio global, a intuigSo articulada a vltrapassa na dupla \iregio de uma antecipagao das conseqiiéncias desta ago ¢ de uma reconstitui- ‘gio dos estados anteriores. Sem divida, ela permanece ainda irreversivel. Basta alterar uma correspondéncia ética para que a crianga no possa arranjar 0s clementos na sua ordem primitiva no pensamento. F suficente dar meia-volta Jai; esta regulagio prenuncia as operages. A intuigio dade do sujeito, ¢ esta relagao de suscetivel de atingir un nivel de equifbriomais esivel e ‘mais m6vel ao mesmo tempo do que a ago senso-motora sozinha,rsidindo af grande progresso do pensamento préprio deste estigio sobre ainteligencia que lor-esse"), Assim sendo, 0 interesse comega com a cular, papel essen: D. A vida afetiva mages da acio provenientes do i apenas para a inteligéncis sm profundamente na vi ppara seus inferesses © quando os conbiecimentos propostos jpondem as suas necessidades. Mas, por outro lado, interesse implica inguagem comrente designa por "interesses" que se diferenciam, precisamente, no decurso lades sempre mais comple- a agéo. Ora, spendem de um outro sistema de ligdes, que comanda as regulagGes das energias interiores sem delas diretamente e que tende a assegurar ou restabelecer o equilfbrio do lctando sem cessar a atividade pela incorporagio de novas forgas, jo elementos exteriors. E assim que, durante a primeira infancia, do desenho, das imagens, dos estas realidades adquirem valor 1S condutas relacionadas tanto a objetos como a pessoas, intervém, porque se implicam um ao outro. Existem apenas 7 va ganendem bem que a primeira desas mentias € destinad vidamente, uma recompensa, enquanto que a segunda € apenas res exagero, No entanto, a primeira parece "menos ruin, porque gue ela tem boas notase, sabretudo, porque, a afimacéo sende ceressinll s pris mae podcria terse enganado, A segunda "mente", a ‘ontriio,€pior,e merece castigo mais exemplat,p : - n Porque "nunca acontece Conan cast sei Wo grande”, Estas reagdes, que parecem to gerss Particular 4 pouco em estudo realizado na portantes. Mosiram o quanto os. regra recebids,gracas ao respeito é da letra e no em sua essa ngas falam, mas aijo podemos saber se se esculam, Acontece que 1sse dediquem ao mesmo trabalho, mas néo sabemos se realmente existe 1a, Observando os maiores, em seguida, fica-se surpreendido por n dupl sso: conicentragéo individual, quando o sujeito trabalba iho, € colaboragio efetiva quando bé vida comum. Ora, estes dois ‘os da atividade que se iniciam por volta de sete anos so, na verdade, ares e resultam das mesmas causas. Sio de tal modo solidérios dizer se € porque a crianga se tornou capaz de certa reflexio que consegue coordenar suas agdes com as dos outros, socializagio que faz com que 0 pensamento seja ndo, entio, neces ca 10. Bem particul na-se capaz.de cooperar,P ‘com o dos outros, dissoci Ill. A INFANCIA DE SETE A DOZE ANOS A idade média de sete a dade da crianga, propriamente desenvolvimento mental. Em cada esp a necessidade de conexio entre as idéias ¢ de ji an to a0 comportamento colctivo das criangas, constata-se depois: oe anor native jes sociais como, por exemplo, no _ yudanga nas up, 20 fo ividual, observ ae 10s com regra, Sabe se uma brincadeira coletiva, comoa das rican ee Ten ude, supde um grande evariado mero de regras, sobre modo de jogar foimas de organieagdesnovas, que completam ax construgSes esbognday a -cedente, ¢gurando-lhes um. il fbric is ices Na no fan te, partindo da agéo global tanto individual como soci icagio, de geragio em geracZo com urna forca de conservago surpreen- I. Na primeira intincia, os jogadores de quatro a seis anos procuram jinr os exemplos dos mais velhos e observam mesmo algumas regras) mas yun sconce um parte dela e durante o jogo io se importa com a8 sas do vizinho, quando este € da mesma idade. Na verdade, cada qual jose ‘sem coordenagGo nenhum, Quando se pergunta aos pequenos a Seguida, 0s aspectos intelectus A. Os progressos da conduta e da socializagao Quando se visitam as diversas classes ses em um colégio "ative" iberdade de trabalhar tanto em grupos com de falar durante trabalho, fca-sesurpreso coma diferenga ente os meiog quem ganhou no fim da partida, ficam bastante surpreendidos, pois todo mundo ganha e ganhar significa terse divertido bastante Jogadores a partrde sete anos apresentam win duplo prog ainda de cor tod: © termo "ganbar" assume sentido co 6 ser depois de uma competicao com regras. E claro que o teconhecimento da de um jogedor sobre os outros, assim como o dircito de gude como recompensa, sipdem discusses, bem tivas. Em estreita conexdo com os progressos § jste-se a trans- formagées de acZo individual, em que causa ¢ ofeitos se confundem. O essencial € que a vez das condutas imp renga imediata e do egoc ‘ou de oito anos, pensa antes de agit, comegank que 64 reflexo, Mas uma rellexho 6 api 6, uma discussio que se tem consigo interlocutores ou opositores re se entio, por um lado, dizer que a reflexio é discussao interiorizada (como o pensamento qu interior, portanto interiorizada), de acordo com a Lei gers, segundo a qual se acabam por das em fungio de outros, ou, por lo, que a discussio soc eflexio exteriorizada. Na rea essencial destas constatagées é que, sob est di de sete anos comesa a se liberar de seu egocentrismo tomando-se, entdo, capaz de novas coondenagées, que serio da ‘ncia, tanto para a inte! Pontos de vista sio tanto aqueles que correspondem como aqueles correspondentes. a percepgdes ow int ‘mesmo individuo, Para a afetividade, © mesmo sistema de coordenagées is moral de cooperagio ¢ de autonomia iva de heteronomia caracteristica das 8. Ora, este novo sistema de valores representa, no campo afetivo, 0 i 3s instrumentos mentais que vao idos pela lade, no plano afetivo. Como i outra, jf que rsh do egocentrisma primitive. as egocéntricas de causalidade e de representagio do ‘mundo, ou seja, aquelas moldadas na propria atividade, comecam a declinar Soba influéncia dos fatores que acabamos de ver, aparecem novas formas de explicagio, procedentes, em certo sentido, das anteriores, embora corrigin- do-as. E surpreendente constalar que, entre as p algumas semethantes Aquelas adotadas pelos gregos, exata do perfodo precedente. No caso da ori astros (pergunta estranha de se fazer a uma crianga, embora acont las proprias a fagai muitas vezes, espontanesmente), estes tipos primitives Ge causalidade levam a dizer, por exemplo, que "o sol nasceu porque nds nascemos", e que "ele cresce porque nds crescemos" deste egocentrismo grosseito, a mento dos astros, nfo os considera mais como uma construcio humana ou ja formagéo parece mais fa sairam das nuvens, so ites que se desenvolveram (e "as luas" se 'ssos olhos!). As préprias nuvens provém da desenvolvem claramente aos fumaga ou do ar, As pedras sio formadas de terra, ¢ esta da dgua ete, Finalmente, quando estes corpos nfo tem mais uma crescimento a semelbanga dos seres vivos, estas filiagSes aparccem para a crianga no mais come 4 “natureza” ou physis das coisas fosse, para estes fil6sofos, uma espécie de Crescimento, co seu "hilozoismo" nao estivesse longe do animismo infantil Em que consistem estes primeiros tipos de explicagio? Devemos admitirque, nas. © anitnismo dé lugar a uma espécie de causalidade, fundada no prin ide, como se este célebre principio Kégico B dominasse a razio, como certos filésofos nos quiseram fazer acreditar? Certamente, hi nesses desenvolvimentos a prova de que a assimilagio egocentrica (prinefpio do animismo, finalismo e arificalismo) estéem to €, cm estruturagéo da ral lagio racional bem mais complexa dade pels prépria razao, sendo esta a que uma identificagao pura e simples. ‘Mas se, em vez de seguir as criangas nas stas perguntas a respcito ides afastadas ou impossiveis de mi bremo-nos de que os gregos inventaram o atomismo, logo depois de terem especulado sobre a transmutagio das subs Observemos, sobretudo, que o primeiro dos atomistas Toi sem dévida Pitégoras, que acreditava na composicio dos corpos na base de ntimeros materiais, ou pontos descontf- ‘nuos da substincia. Com muito poucas excegdes (que, no entanto, existem), a erianga néo gee iferindo dos filésofos gregos na medida em que tema, Mas, quando a experiencia se presta, cla recorre a um atomismo explicito ¢ até bastante racional. ‘A experiéncia mais simples a esse respeito consiste em apresentar & cerianga dois copos de agua de formas semelhantes dimensdes iguais, cheios tugs quartos. Em um deles jogamos dois pedagos de acicar, pergun- ntes, sea égua vai subir, Uma vez imerso 0 agicar, constata-se onovo, nivel e pesam-se 08 dois copos, de modo a realgar que a 4gua contendo 0 nto, enquanto 0 acécar se a coisa na fg se 0 nivel da 6g se igualar com o do outro copo, ou se permanecers \gdes da crianga e, depois, constatara permanéncia do peso e volume (do nivel) da 4gua agucarada. As reacdes observadas nas diferentes idades foram extremamente claras; a ordem de sucessio foi tio em geral, qualquer conservacio do acacar dissolvido, ¢ a fortiori do peso ¢ do volume a ele ligados. Para eles, o fato de o acicar derreter implica sua total exterminagio e, portanto, na sua desaparigdo da realidade, Segundo os 44 mesmos sujeitos, permanece 0 gosto de 4gua com agticar, mas vai desapare- cer em algumas horas ou dias, como um odor, ou, mais exatamente, como ‘uma sombra atrasada, destinada ao nada. Por volta de sete anos, a0 contrio, © agGcar derretido permanece na Sgua, isto €, existe uma conservagao da substincia. Mas, sob que forma? Para certos suj gua ou se liquefaz em um xarope que se mistura a 6g1 por transmutagfo de que falamos acima. acontece outra coisa. Vé-se, diz a crianga, "pedacinh ccinhos" se tomam cada ve na égua sob forma de "bi agucarado", acrescent forma de uma "meta ‘compreender que exis eis, "E isto que dé o gosto © atomismo, entéo, nasceu sob a da pocira* ou do p6, como disse um fildsof0 nem peso nem volume, e que a crianga espera o desapares do primeiro ea uma etapa seguinte, cuj crianga faz o mesmo raciocinio, no tocante a substincia, mas acrescenta tum progresso essencial. Cada uma das bolinhas teré seu peso ¢, somando » vai-se encontrar 0 peso dos dois pedagos jo, embora seja capazes de uma expli- conservacdo do peso, falham para © volume € esperam que o nivel da égua Finalmente, por volta de onze a doze ani iericeno colocade sobre uma chapa quente. Para os menores, a substincia aumenta; aos sete anos, conserva-se sem escer, mas incha e 0 peso muda; de nove a dez anos, 0 peso se conserva, © por volta de doze anos, como a farinha € composta degriosinvisiveis, de volume constante, estes gros seafastam simplesmen- {te-uns dos outros separados pelo ar quente. Este atomismo € digno de nota, nfo tanto pela representagio dos ‘grdmulos, sugerida pela experiéncia do p6 ou da farinha, mas em fungéo do processo dedutivo de composigdo que revela. © todo € explicado pela composigho das partes, ¢ esta supde, entSo, operagdes reais de scgmentacio 45 constatar, so sucessivamente as da substincla, peso ¢ Volume. Ora, 6 facil -enconté-las em outras experiéncias. Por exemplo, de massa para modelar, de mesmo tamanho € peso, Uma € logo del ou cortada em pedagos, Antes Ue Kale anes, a crianga da matéria em jogo, acreditando aiid mavarlagho dasoutras es; por volta de nove aos, reconliece a eonservagho do peso, de onzexdoze jo de objetos em dois opus de figua), Sobretudo, & {cil mostrar que, desde 0s sole desenvolvimento do, deformagio dos cam icagA0 aul por compo- doumjogo de: Mas, antes, assinalemos ainda as grandes conquistas do pensamento assim transformado: as de tempo (c com ele o de velocidade e espago),além dda causalidade e noges de conser m de chegada, pois nao compreendem a dois: 8. eles no tein "depois" do outro. Como se forma, entio, o tempo? Por coordenagées de ‘operacées andlogas Aquclas que acabamn de ser estudadas: os acontecimentos serio colocados em ordem de sucessio de um lado, ¢ siniultancidade das duragées concebidas como intervalos entte estes acontecimentos, ficando 08, dois sistemas, entio, coerentes, jé que ligados entre si. Quanto a velocidade, os pequenos tém, ‘correts de que um mével ultrapassa outro porque que ndo haja 1 (escondendo os méveis sob tineis, de difere irculares ¢ concéa- tricas) 1A nocio racional de ‘que a intuigdo de velocidade seja de, 0 contrério, concebida como uma relagio entre tempo e espago percorrido, se elabora em conexao com o tempo, por volta de oito anos mais ou menos. Resta a construgio do espaco, cuja importdncia € imensa, tanto para a ‘compreensio das leis do desenvolvimento, quanto para as aplicagdes peda- g6gicas, reservadas a este género de estudos. Infelizmente, se conhecemos desta nogio, sob a forma de esquema ros anos, o estado das pesquisa relativas & geometria espontinea da crianga esté longe de estar tio avangado quanto para as nogées precedentes. Tudo que pode ser dito € que as idéias mentais de ordem, continuidade, distincia, comprimento, medida ete., na a ¢m primeiro lugar o menor elemento de todos, depois © menor dos que restaram, conseguindo, desta maneira, construir a série total sem tentativas nem erros(¢ também intercalar novos elementos). Torna : AB; © BC, donde AC. Ora, ve onstrugdo supde @ operagéo inversa (a revers! ira série completa f ‘de grande interesse (coordcnagio ds relagoes 2 de sete anos, em relago aos bolas do mesmo tam para se obter a dos , portanto, jogGes de peso de conservagao coordenagiio derelagse: A=B; B=C, donde A=C. Aqui, de novo, estes sistemas de conjunto estio Jigados a construgio das nogoes. Aparecem desde sete anos para os compri- mentos ¢ quantidades simples, mas ¢ preciso esperar os nove anos para as {gualdades de peso e 0s doze para as de volume. Eis um exempl peso. Déo-se & crianga barras A=BzC... da mesma forma, dimensfo ¢ peso, ido-Ihe depois pedagos de chumbo, pedra ete., de formas diferen- tes, mas com o mesmo peso das barras. A crianga compara o chumbo & barra A, epara seu espanto, constata dois pesos iguais na balanga, Admite, de outro Jado, a igualdade de pesos entre as barras Ae B, Pergunta-sc-lhe, entio, se B pesaré tanto quanto 0 pedago de chumbo ou nao. Até oito anos e meio ou de anteméo esta igualdade, sendo preciso esperar 1 idade da coordenagio de todas as relagdes de peso para que sc torne capaz desta comparagéo reversivel. ‘Um exemplo, especialmente sugestivo, de composigio das relagées simétricas € 0 do "irméo". Um menino de quatro ou cinco anos (vamos 30 Estévao tem um irmio, c motivo apresentado, em ger Estévo ndo tem irmao." VE. lectual que caract Jo. A crianga, nio sabendo de seu préprio ponto de vista para se considerar do ponto de vista do outro, ‘comega por negar a simetria da relagio fraternal por falta de reciprocidade G reversibilidade simétrica). Do mesmo modo, compreende-se como a coordenagao Kigica ou operatéria deste géncto de relagdes estéligada & coorde- nagio social dos individuas e & coordi vvividos, sueessivamente, pelo mesmo individuo. Abordlemos agora este sistema essencial de o 4 claboragio das nogdes gerais ou "classes", const ‘eagio. O principio é, simplesmente, o encaixamento das partes no todo inversamente, 0 destacamento das partes em relagio a0 todo. Ainda cconvém nio confundir as totalidades intuitivas ou simples colegées de objets, ccomas totalidades operatras ou classes propriamenteligicas. Uma experiéncia {cil de ser reproducida mostra o quanto construciodestasGitimas € mais ardia do que pode parecer e quanto est de novo ligada a reversibilidade do pensa- ertacom umas vine contas marrons € pergunta-se, simplesmente, depois de se 10 dado (por manipulagio), se hd nesta caixa mais, conlas marrons. A grande maioria das eriancas, antes dos sete anos, 86 consegue responder: "Existem mais marrons" pois, na medida «em que dissociam o todo ("todas de madeira") em duas partes, no conseguem mais comparar uina destas partes com o todo assim destrufde mentalmente, limitando-se a comparé-la com a outra parte! Ao contririo, por volta de sete anos, esta dificuldade, devida a intuigGo percept ‘comparivel a uma de suas parts, cada uma delasestando, daf por diane, em fungio do préprio todo (uma parte = ao todo menos as outras partes, através da ‘operagio inversa). Pode-se, finalmente, perguntar como se constroem o préprio néimero © a5 operagdes aritméticas. Sabe-se que, durante a primeira inti 6s primeiros ntimeros sf0 acessiveis a0 sujeito, porque sao nim vos correspondentes a figuras perceptivas. A série indefinida dos «, sobretudo, as operagies de soma (€ seu inverso: a subtragio) e de io (com seu inverso: 3, 86 S80 acessives, ‘em média, depois dos sete anos. O motivo é simples: na verdade, o nimero € um composto de certas operacdes precedente ¢ supe, em conseqiiéncia, st le, este egocentrismo inte- aparigho contempors- ier porque as I-C), permane- nam operat6rias e, irdo momentoem que as operages de seriagio 6 somente 2 crianga € capaz de manejar, de fichas e de encaixamento das pai neste momento que a correspon pdesses 0 pensanient ago de slstenns de operagoes, que obedecem as Composigio’ dus opemgoes de um conjunto passagem da decorrer da segunda in cooperasao no plano social (ver A), que subordina o eu as leis de reciproci- dade. tade € os sentimentos morais -m compreender as transformagSes profundas que se processam ide da segunda infdncia. Na medida ‘em que a cooperagio entre 0s individuos coordena os pontos de vista em uma reciprocidade que assegura tanto a autonomia como a coeséo, ¢ na medida ‘em que, parle © agrupamento das operagées intelectuais situa o8 diversos pontos de vista intutivos em um conjunto reversivel, desprovide de ccontradigées, a afetividade, entre os sete ¢ os doze anos, caracteriza-se pela aparigio de novos sentimentos morais e, sobretudo, por uma organizagao da vontade, que leva a uma metbor integracio do eu e a uma regulagio da vida Estas observaces afet Ji vimos acima (II-D) como os primeiros sentimentos morais se nga em relagao a scus pais, ou a0 lece a formagio de uma moral de 0 novo sentimento, que intervém em fungio da (0 métuo se origina do respeito unilateral, do qual cot limite, Acontece que um individuo sinta 0 outro como superior em determni- global segue-se cedo ou tarde. De maneira geral, existe respeito métuo em toda amizade fundada na estima, em toda colabo- ragdo que exclua a autoridade ete. Ora, o respeito métuo conduz a formas novas de sentimentos mora distintas da obedi€ncia exterior inicial. Podem-se citar, em primeiro luga le mais de sete anos submetem-se, ‘coordenada, a um conjunto de regras comuns. Comose Ihes apresentamestas 33 diferentes! Os pequenos, dominados pelos mais velhos ~se bem que, na prit verdadeiras regras sio praticadas pelo filho de Guilherme Tell ou pelos filhos de Adio e Ev amas rogas (YeMlowelé ue pono pode chegar snitidan pelos Mis Vallis): A reagéo dos vodesse tornar *verdadeisa” we todos a adotarem, i ulderado como mais orlaite, do respeito métuo, nlFe 8 companheiros € as relagdes entre erlnnigak & 416 modificar, as vezes, as rel ‘Nos pequenos, # obediéncia passa a frente da iangas a propésito de hist6rias que se thes contam (concer fo severas nas suas idéias sobre iga muitas vvezes involuntéria ou talvez imagindria, da qual a crianga € vitima, que esta comeca a di a justiga da submissio. A seguir, € essencialmente a pritica da cooperagio entre as criancas ¢ do respeito mtuo que desenvolve ica. E facil, de novo, em ocasides de jogos col nto de igualdade ede j ‘entre companheiros da mesma idade, Sem divida, estamos te de um dos sentimentos morais mais fortes na crian Pode-se dizer, entéo, que o respeito mttuo, que se diferencia gradual- conduz, a uma organizagio nova dos valores vista considerar esta moral de cooperacio como forma deequilibrio superior 2 moral da simples submissio. Folamos, a propésito desta dltima, em vos". Ao contrério, a organizagio dos valores que caracteriza a segunda infincia € compardvel a propria légica; € uma logica de Valores ou agbes entre 0s individuos, do mesmo modo quea légi espécie da moral do pensamento. A honestidade, o sentido de justiga ¢ a reciprocidade, em geral, constituem sistema racional de valores pessoais, podendo-se, sem exagero, comparar este sistema aos “agrupamentos” das relagdes ou nogdes que esto na origem da légica, com a Gnica diferenga de que aqui sfo valores grupados segundo uma *escala" e no mais relagées objetivas. Mas, se a moral, enquanto coordenagéo dos valores, é compardvel a um "agrupamento” légico, € preciso entio admitir que 05 sentimentos inte~ rindividuais dio lugar a virias espécies de operagSes, Parcee, & primeira vista, que a vida afetiva € de ordem puramente int ue Sua esponta- neidade exclui tudo que lembra uma operagdo da intcligéncia, Mas, na 55 realidade, esta tese romfntica $6 € verdadeira na primeira infincia, durante 4 qual a impulsividade impede toda orientagéo constante do pensamento & dos sentimentos, A medida que estes se organizam, obsetVasse, 20 contrSrio, constiturem-se regulagées, cuje forma de equiibrio fil a Yontade. Esta vontade é uma fungao de aparicao tardia, se samente ligado ao funcionamento dos set or isto que esperamos este FreqUentemente, cont ‘elementares do desenvolvimento, El simples manifestagio de en de muita vontade. ‘modo, a propria energi regulacio da ence) cerlas tendénci Iiteresse para a que dealean- = compreender dizia W. James, dor. Basta que a crianga se interesse por um trabalho para achar as forgas necessérias para empreendé-lo, enquanto que odesinteresse cessa o emprego desta energi valores, mutéveis a cada instante, de acordo com a atividade em curso, dirige o sistema das energias internas, ‘gragas a uma regulagio quase autométi . Mas, € apenas uma regulago, por assim dizer, intuitiva, j4 que 6, em parte, irreversivel € sujeita a freqientes destox 5 de eq) ‘A vontade, a0 con- ‘trério, 6, simplesmente, uma regulagio tornada reversivel, sendo neste ponto que ela € comparavel a uma operagao. Quando 0 dever € mo- mentaneamente mais fraco que um desejo definido, ela restabelece os valores segundo sua hicrarguia anterior e postula sua conservacio , fazendo, assim, primar a tendéncie de menor forga, reforgan- do. age, entdo, exatamente, como operacio I6gica, no caso em que a deduc&o (= tendéncia superior, mas fraca) esté as voltas com a aparéncia perceptiva (= tes. B, portanto, natural que a vontade se desenvolva durante o mesmo perfodo que as operagGes intelectuais, enquanto que os valores morais, se organizam em sistemas autGnomos comparaveis 20s agrupamentos légicos. IV. A ADOLESCENCIA As reflexes precedentes poderiam levar a crer que 0 desenvolvi- ‘mento mental termina por volta de onze anos ov doze anos, ¢ que @ adolescéncia é simplesmente uma crise passageira, devida & puberdade, que separa a inféncia da idade adulta. Evidentemente, a maturacdo do instinto sexual € marcada por desequilibrios momenténeos, que dio um colorido afetivo muito caracteristico a todo este diltimo perfado da evo- lugio psfquica. Mas, estes fatos bem conhecidos, que certa literatura psicoldgice banalizou, estio longe de esgotar a anilise da adolescéncia ¢ além do mais desempenbariam apenas papel bem secundario, se 0 pensa~ mento e a afetividade proprias do adolescente nio Ihe permitissem exa- gerar-lhes a importincia. Sio, portanto, estruturas gerais destas formas finais de pensamento e vida afetiva que devemos descrever aqui, ¢ nio |gumas perturbagées especiais, De outro lado, se hé um desequitibrio provisério, nao se deve esquecer que todas as passagens de um estigio a 37 outro sio suscetiveis de provocar tas oscilagdes temporsri apesar das aparéncias, as conquistas pr pensamento e a afetividade um equi segunda inféincia. Os adolescentes 18 Examinemos os fatos agrupando-os, para seri itens: 0 pensamento com suas novas operagies ‘comportamento social. breves, em dois lade, incluindo 0 A. Opensamento e suas operagdes Comparado a uma erianga, o adotescente 6 lo de que estes sao informuléveis ow mulados, ¢ de que apenas o observador exterior conscgue compreendé-los, Ja quea crianga nio os "reflete*. Ov, melhor, pensa concretamente sobre cada Problema 4 medida que a realidade os propde, € nao liga suas solugées por melo de teorias gerais, das quais se destacaria 0 principio. Ao contrério, o vezes quiméricas. O que mais espanta, obretudo, é sua fa ‘corias abstratas. Existem alguns que escrevem, quecriam ica ou outra coisa. Outros nio escrevem, sporém, fala pouco de suas produgSes pesso: las de maneira intima e secreta. Mas todos tm teor ‘Que transformam o mundo, em um ponto ou noutro, Ora, a obtengéo desta nova forma de pensamento, por idéias gerais ¢ construgées abstratas, efetua-se, na verdade, de modo bastante continuo ¢ menos brusco do que parece, a partir do pensamento concreto pr na realidade por volta de doze anos que é preciso situar -pois da qual oimpulso se orientaré, poucoa pouco, na diregfo da reflexio livre edestacada do eal. Porvolta de onze a doze anos fetua-se uma transformacio fundamental no pensamento da crianga, que ‘marca o término das operages construidas durante a segunda infincia; € a passagem do pensamento concretopara o "formal", ou, como se dizem termo bérbaro, mas claro, "hipotético-dedutivo", Al€ esta idade, as operagies io, unicamente, concretas, isto 6, s6 se referem a propria realidade c, em particular, aos 58 objetos tangiveis, suscetiveis de serem manipulados e suometidos a expe- riéncias efetivas. Qu nto da erianca se afasta do rea, é simples- les pela representagGo mais ou menos viva, esta se acompanhando de crenga ¢ equivalendo 20 real. Por outro lado, se se pede aos sujeitos para raciocinarem sobre hip6teses simples, sobre um enuneiado puramente verbal dos problemas, logo perdem pé e recaem na intuigdo pré-I6gica dos pequenos. Por exemplo, todas as criangas de nove a dez anos seriar as cores melhor ainda que os tamanbos, mas fracassam fotalmente em resolver uma Por escrito, como esta: "Edit tem (0s cabelos mais escuros que ith € mais clara que Suzana, Qual das tes tem os cabelos mais escuros?" Respondem em geral que, Edith ¢ Lili sendo ‘morenas, Edith e Suzana sendo claras, Lili €a mais morena, Suzana, mais dara, © Edith, meio clara, meio morens. $6 alcangam portanto, no plano verbal, uma iaglo por pares nfo coordenades, do mesmo modo que as de cinco ou seis s nas seriagdes concretas.E por este motivo, em especial, que sentem ma ificuldade em resolver na escola problemas de aritmética, embora estes dependam de operagées bem conhecidas. Se manipulassem os objetos, racioci. sem obstéculos; mas os mesmos raciocinios sob forma de enunciados Verbais, ito é no plano da linguagem, tomaam-se muito mais difieeis, jé que ligados a simples hipéteses sem realidade efetiva, Ora, aps 0s 11 ou 12 isto €, as operagies 16 rela para o das idéias, expressas em linguagem qualquer ( das palavras ou dos simbolos mateméticos etc), mas Sem 0a , da ex} nem mesmo da crenga. Quando tem cabelos mais escuros que ; abstato, tés personagens ficticios, que para o iteses. E sobre estas "hipotético-dedutivo", isto z s6es de puras hipSteses de uma observagio real, Suas conclusées sio vélidas, mesmo inde. pendentemente da realidade de fato, sendo por isto que esta forma de dificuldade e um trabalho mental muito maiores 48 condigdes de construgio do jo somente de apli ‘oumelhor, de executar, em pensamento, agdes possiveis sobre estes. de “relletir® estas operagées independentemente dos objetos € or simples proposig6es. Esta "teflexio” € segundo grau; o pensamento concreto € a representagio de uma ago Possivel, ¢ o formal € a representagao de uma representagio de ages Possiveis. Nao nos devemos espantar, entio, tema das opers- ¢6cs concretas deva term: im, ia formal marca, le este use € abuse, no comeco, do poder imprevisto que Ihe é novidades essenciais que op6e a adolescéncia & Mas, segundo depois durante a pri para incorporé-lo. Depois, do mesmo modo que o egocentrismo senso-motor ¢ reduzid Progressivamente, pels organizacao dos esquemas de acdo e o egocent do pensamento da primeita inffincia termina com o equilfbrio das operagées conerctas, também na adoleseéncia 0 pouco a pouco, uma corregio na reconciliagio 4 realidade. O equilibrio é atingido quando a reflexo compreende que sua fungio no € contradizer, mas, se adiantare intempretar a experiencia. Este cquiltrio, entio, ultrapassa amplamente o do pensamento concreto, pois, 60 alm do mundo real, engloba as construgées indefinidas da dedugdo racional ‘€ da Vida interior, B. A afetividade da personalidade no mundo social dos adultos Em paralelo exato com a claboragdo das operagées formais e com 0 témino das construgdes do pensamento, a vida afetiva do adolescente afirma-se através da dupla conquista da personalidade e de sua insergo na sociedade adulta, Mas, 0 que € a personalidade ¢ por que sua elaboragéo final se processa adolescncia? Os psicslogos tn por hibito distinguir o cu ea ‘personalidade, ¢ até mesmo, em certo sentido, colocé-los em oposigio. O eu & ‘um dado, se néo imediato, 0 menos, relativamente primitive. E como se fosse centro, prépra, caracterizando-se, precisamente, por seu egocen tuismo, inconsciente ou consciente. A personalidade, a0 contréro, resulta da submissio, ou melhor, da auto-submissio do eu a uma disciplina qualquer. Diz-se, por exemplo, de um homem, que éle tem uma personalidade forte 180 ‘quando reduz tudo. seu ego‘sino e fica incapaz de se domainar, mas, ‘encarma um ideal ou defende uma causa empregando toda sua energia e vontade, Chegouse até a fizer da personal ligada a0 "papel" (persona = més E, realmente, a personalidade implica cooperagio; a autonomia da pessoa ‘opde-se aomesmo tempo & anomia, ou auséncia deregras (0eu)¢ heteronomia, ou submisséo as regras impostas do exterior. Neste sentido, a pessoa ¢ solidéria ‘com as relag6es sociais que mantém e produz. A personalidade comeca no fim da infincia (8 a 12 anos) com a do autGnoma das regras, dos vs sbordinagioa um sis {que integra 0 eu de modo sui generis, Exi tanto, um sistem: ‘no duplo sentido de particulara um determinado individuo e dei coordenacio auténoma. Ora, este sistema pessoal s6 pode, pr. ‘construit no nivel mental do adolescente, pois supe 0 pensamei as construgdes retlexivas que acabamos de falar (em A). Existe pers de, pode-se dizer, a partir do momento em que se forma um "programa de " (Lebensplan), funcionando este, ao mesmo tempo, como fonte d a para a vontade e como instrumento de cooperacéo. Mas este supée a intervencao do pensamento ¢ da reflexao livres, ¢€ por isto ‘que 6 se elabora quando certas condigées intelectuais, como o pensamento formal ou hipotético-dedutivo, slo pre a pessoa e do eu, a8 oscilagées 5 ‘especial, o egocentrismo da adolescén« possiveis em todos os joqual vimos oaspect ga pequena traz.tudo gragas a sua mais velhos, iferente dels, pela vida nova que 0 agila. spassi-los ¢ espanté-los, transformando 0 mundo. este 0 motivo ando-se a pesquisa discrete classe de 15 anos, encontrou entre os meninos ros marcchais de Franca ou presidentes da Rep4bi srandeshomensde todas as esp6vies alguns vendo suas speitos de paranGia, A leitura dos disrios intimos de adolescentes mostra esta mesma mistura constante de devotamento 2 Humanidade ¢ intenso egofsino. Quer se te se incompreendidos e ansiosos persuadidos do fracasso, icamente) 0 prOprio valor da vida, ou de espiritos 0 Fendmeno € 0 mesmo, tanto na sua parte fe @ seus pais as diversas perfeigoes da isciéncia e a perfeigio moral. 8 reais do adulto que a crianca divindade, tais como a onipotét descobrindo, pouco a pouco, as a sublima seus sentimentos filias, transferindo-os para os scres sobrenalurais {que the apresenta a educagao 0 formadora. O sentimento religioso do adolescente, |Imente intenso (e negativo As vezes também) colore= ccente faz como que um pacto com seu Deus ¢ se engaja para servi-lo recompensa, mas contando desempenhar, por istomesino, um papel decisivo na cauisa que se prope defender. Em geral, o adolescente pretende inserr-se na sociedade dos adultos por meio de projetos, de programas de vida, de sistemas muitas vezes te6ricos, de planos de reformas politcas ou sociais. Em suma, através do pensamento, podendo-se quase dizer através da imaginagio, j6 que esta € porque a existéncia que prepara é, precisa- \ividuais definidos do que de social do adolescente, pode-se encontrar af como nos de interiorizagio (@ fase negativa de Ch. Baler) euma fase positiva. Durante primeira, oadolescente parece, muitas vezes, completamente anti-social. Nada € mais falso, no entanto, pois cle medita continuamente sobre a sociedade, mas a sociedade que Ihe interessa 6 aquela que quer reformar, tendo desprezo ou desinteresse pela sociedade real, condenando-a. Além disso, a sociabilidade do adolescen muitas vezes desde 0 inicio, com o contato dos jovens entre si, sendo mesmo 6 Quanto a outros campos uma fase lta das reformas. Depois, aparecem as sociedad mals mentos de juventude, nos quais se desdobrin 08 ensai positivos e os grandes entusiasmios cOletiVO%: ‘A verdadeira adaptagio/h soeledide valse fiver automaticamente, le reformaior, Wansformar-se em realizador. Da (0 pensamento formal com a ‘onstant, desde que empreendido {4 cura todos 0s devaneios. Nao € preciso iiclak € con o8 descquilfbrios dos metbores dos especializados ndo sio sempre suficien- imas crises de adaptaczo, de reorganizagio assim como suas paixOes e megalomanias, so preparativos is para a criagio pessoal. O exemplo do genio mostra que hé sempre continuidade entre a formagio da personalidade depois dos onze ou doze anos € a obra ulterior do homem. ‘Assim 60 desenvolvimento mental. Como conclusio, pode-se consta- tara unidade profunda dos processos que, da construgio do universo prético, cia senso-motora do lactente, chega a reconstrugio do mundo pelo pensamento hipotético-dedutivo do adolescente, passando pelo cconhecimento do universo conereto devido ao sistema de operagdes da u-se como estas construgdes sucessivas consistem em descentralizagio do ponto de vista, imediato ¢ egocéntrico, para situé-1o em coordenacio mais ampla de relagdes € nogées, de mancira que cada novo agrupamento terminal integre a atividade prépr indo-a a uma real 64 dade mais global. Paralelamente 9 esta elaboragio intelectual, viu-se a ide libertar-se pouco a pouco do eu para se submeter, gragas 3 de € & coordenacio dos valores, as leis da cooperagio, Bem entendido, & sempre a ate resulta,a cada

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