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— MARGENS MESTICAGEM, HIBRIDISMO & OUTRAS MISTURAS D A CULTURA BENJAMIN ABDALA JUNIOR ORGANIZADOR HIBRIDISMO E TRADUCAO CULTURAL EM BHABHA Lynn Mario T. Menezes de Souza | | 4 umD1smo B TeADUGRO CULTURAL I ‘Uma sociedade que softeu a experiéncia de ter sido colonizada é geralmente uma sociedade que viveu plenamente sob o signo da ironia. Isso porque os seus ‘membros ~ especialmente, mas nio apenas, as suas elites — viveram num contexto conde pelo menos dois conjuntos desiguais de valores e verdades coexistiam: 0 co into de valores da cultura colonizadora eo canjunto de valores da cultura colo- ida. A experigncia d texto, para um membro da elite loc colonizada, por exemplo, consisia na percepsio constante de que, em relay outros colonizados, ele/ela estava numa pasigao superior e hegeménica de domi 10, enquanto si amente, em relagio aos colonizadores, eleela estava rama posigao inferior. Nessa justaposigdo de pelo menos dois conjuntos de valo- tes contraditérias e conlitantes, cada co Hibridismo e representacio Em seus trab por autores coloni Forster, Conrad e Ki ado ox colonizador.O enfoque de Bl ander o que estava realmente em jogo nesse Jinguagens usadas p: jeito perceppio de que as dns esto i como elemento c rejeita obi que tal endéncia ¢ frato de uma posigio nio-citi- LW anion avezes pe soUEA 1 entre ohistoricismo eo io, onde o tempo & visto como um processo decausa econseqti progtessivo, conectando eventos mu ropresentiveis de forma direta e nto med Em termas de linguagem, na repres visto como unititio e dado (isto icitas na lacm rarente estabilidade e previ veremas adiante, Bhabha recupera precisamente esse espago intersti ficagio, oespago entze pensar e explicar o hibridismo,) Parada) 1 crenga de uma realidade preexistente, fora d: gem e do texto, o significado enquanto referente extratextual €vi independente dos meios da produsio da idade do significado. (Como esquecido, relagio entre um texto ea realidade é vista como e arealidade ¢ vista como dada e pré-constituida. Dessa forma, 0 texto ~a lade & tida como a 6 representada, Pressupbe-se lo a essa origem/esséncia do referente que a imagem possa que seu grau de fidelidade ou autenticidade possa ser estabelecido. E nesse sentido que Bhabha aponta a anilise de imagens como recartheciny uma ve2 que a representagio ou imagem é vista cama teflexo ou expressio de fo (0 referent) previa 984, p. 100). aba suspende! ito da apreensio dizeta, nio-me I da percepgio jcolégica) ea sua autonom ente carregados (desnecessiio relaglo a outros discursos, tidos como ideoloic: IBRIDESO B TRADUGKO CUITURAL EN BHABHA 1 para re ‘tnocentrica,resultando em imagens do colonizade ra- tum outro modo de tepresentagio comum na lise ideolbgica goes ¢ Lutas de el defensores di Para Bhabha, embora a anilise ideal ica aparentemente rejeite a existéncia ndental no-mediada, 20 defender: imejando fixar € es no de tima Realidade, wma Histéria ou wma Ideo- ro gue representa uma volta hierarquia violenta de sujeito e objeto apor tada por Derrida (1972, p.54), fixando o sujeita numa posigio de intel hierarquicamente pi atéria, ou seja, sim “processo ‘uma produgé es de representagio ~ (1984, p. 98), ficado, portan los, através do qual ¥ s pod ficado € construido eo | jcado € canstruide nu a outros discursos ideol6gica e 0 6,08 discursos dos colonizados se constroem na contexto dos 1808 dos colonizadores e vice-versa), que, por sua vez, constituem as co oes de existencia do texto ~ de sia escritun stta produgio qu letmos da representagio do colonizado, q izado ou pelo colonizador ~éh Conceitos como sujeitou 1s nnIDISKo BTEADUEAO Cul rengasi a que esse sujelto transcendental nfo pode conceber & como ele mesmo é construido ideolégica e discursivamente, Portanto, pata Bhablia, a questdo da representagio do colonizad turas coloniais ¢ ps is precisa ser vista no contexto de um Titeratura como pritica ou processo discursivo e nfo meram: poder-se-iaevitara mera stb agem por outra,. G40 para os conflitos inerentes ao préprio processo de significagio e o acirramen- to desses conflitos em al ta por Bhablia como uma bu ns, pela anterioridade. io, que pressupée a existéncia de ficar um comego, um pon de origem a partir do qu pode ser visto como se fosse um processo li E no contexto dessa sua critica do realismo e do busca apontar e revelar o espago intersticil entre o si ‘como umn espaso produtivo; para Bhabha, é nesse espagt 2, pensar 0 hibri (oexistente entre o ent Enquantoa it6rico e ideolbgico dentro do 4) entre @ portanto lugar do intérprete ea necessidade do de um conceito de signo que na «di conta das. Ln a4ARI0T. MEMES DE SOUZA 1 bakhtiniano (Bakbtin, 1973) prevé que aconexio entre o significante eo significado seja ita indiretamente, mediada por intérpretes ou ustitios da tuados socialmente em determinadas contextos ideal6gicos, st6ricos e sociais, addos por todas as varidveisexistentes nesse contextos (classe socal, sexo, faixa tata, origem geogrica etc.) (ver Figura 2).Como tal pre necessitio dai signo bakhtiniano é sem- prodiito de condisées determinadas de produgio e fruto do tral terptetagao, Tal conceito de contexto e de condigbes s6ci rpretagio & chamado por Bhabha de ldcus de Figura {20 signo saussuriano: abstrato descontextualizado ntender o lens io dos prontos,h ‘esse Idcus atravessado sulturais que consti- a de “terceiro espace” ~ que falas isso porque, difere nneos e fechados, 0 conceito de lécus de por toda a gama hetero 120 tiaupsbio E-TRADUGAO CHMTUIRAL ANG AMAIA Hibridismo e identidade: cisao, mimica e fetiche Como dissemos, além do enfoque sobre a representagio ¢ projeto critico de Bhabha postula a passagem do psiquico ao politico, girando tem torno do proceso da construgio da identidade como algo conflitante e am- biguo. Para Bhablia, € esse processo quie fornece, na situagio colon ses discursivas, ou sej, {eoriapsicopolitica de Fanon (1986), Bhabha (1986) define o diseurso colonial como a forma mais subdesenvolvida de discurso, uma vez que é artieulada em torno de formas estereotipadas de alteridade inscritas Seguindo Fano is do pracessa de gat, exist sig- & preciso existir part um: Outro. C desejo langado no tal, ra fora, em non (1986) chama de “sor em um dia acupar -gundo lugar, nesse espace rel duplicidade, surge © desejo ambigno da vi cist (spliting): ao mesmo tempo que 0 coloi colonizador, ete nao quet abrir mio de ocupar s lonizado: isso porque o sabor da vinganca do cal de se ver como um cotonizado ocupando agora o colonizador; esa cisto ea ambighidade que a nna motifora pele escura, mascara b En colonizador nem o Outro coloni ‘que constitui a figura da alteridade col corpo do negro” (1986, p. 45). Nesse sentido, no processo ridade do branco constitui beance: Em terceiro uma ide jddade © pela {que provoca um processo de ado sonha em ocupar 0 lugar do weamente seu lugar de co- ado surge a pattir do desejo ar de seu antigo carrasco, © trades por Fanon idas por Bhabha: “Nao é 0 iador entre os dais tara. 0 processo de ide idade preexistente e pressuposta; pelo con ‘dugo de uma imagemr de identidade acompanhda yn MARIO, MNt2AS Be Sota ma rerstciale relacional entre ipagivel entre a miscara ea pele, na busea por uma imagen Oconceito de imagem para Bhabha, como a economia do supleme 'goso”; isso porque a imagem em si, como ponto de ident ficaglo, esti inscrita numa ambivaléncia que consiste no fato de que enguanto tanto espacialmente (torna pres algo que esté ausente) quanto temporalmente (representa algo que supostamente vveio antes e, port é sempre uma repetigio). Bhabha descreve 0 acesso a imagem da identidade, nesses termos: 56 & possivel através dane através do princl de um sentido de ori ia busca pela ica que possa parecer a imagem, ela no o papel daalteridade eda relacdo (exis- ntes da identidade, colonizado e o colonizador Ohibridismo implicito no aspecto re ‘zagdo aparece claramente em seu co se apropriar es 130 do colonizador, «com relagio ao lugar do Outro eé sono parandico catemorizante de perder seu lugar para 0 i i 12 ‘nnnupiso & TADUGAO CULTURAL EM identidade desse sujeito, Bhabh ‘esse processo com exemplos da India do séeulo XIX. Dominada pel ‘iltimos, perante a constante ameaga da revolta dos natives, sentiram a necessida- de premente de construir uma imagem de si mesmos como possuidores de uma cultura superior;a imagem-miscara produzida pelos ingleses para si mesmos nesse processo ¢ lembrada na histéria na forma da paraferndlia de pompa eciteunstin- ‘ia do Raj imperial eculminow na decretagio da rainha Vitéria da Inglaterra como nperattiz da India; considerando que, 20 mesmo tempo que isso aconte: India, na Buropa.a Inglaterra se vangloriava de ser uma nagio ema cultura mo- ico europeu e seguidora das ideais das filo: XVIIL Portanto, essa mesma nagio mo- na india sob uma imagem (1994) iastra ingleses, estes despotic, da identificagzo colon tentativa desen ca Inglaterra produzindo wma n ada de convencer a si prépri al ep 10 mesmo tempo em que an te do sujeito, essa mesma aseadas nos valores no processo relacional e dialéigica da experiéncia Jodo hibridismo colonial, caso da marcando a identidade do calonieado: Para Bhabha, nesse processo da construgao da identidade, 0 retor icidade, do lugar do Outro, surge ‘lve © corpo do sujeito, a0 mesmo tempo testando sta existéncia (alocando-the uma identidade) eameacando desmembrs lo (consteuindo essa identidade parcial e dial6gica em fungao de um Outvo). As n Cermos psfquicos,o hibridismo no bojo da identidade leva ao fato de que identidade “nunca existe a priori, nunca €uum produto acabado; sempre & ape © processo problemitico de acesso de uma imagem de totalidade” (1994), 5 discriminatérias do discurso caloy (@supremacia absoluta da le alteridade e de hibridismo, Essa recusa proctira tt idade eo hibridismo no proceso da construgio da ide ‘puro” e monol6gico; contraditoriam tans aca T, MENEZES DE SOUZA 13 1s brechas ou diferes escenciais para a construso da identidade do ~€ leva Bhabha (1994) a analisar o discurso colo co, partindo do conceito de fetiche neamente, por um lado, como uma dade da castragao e da percepeio , Por outro, como uma “normalizagio” (superasie) dessa siedade que ela yera. Essa ansiedade, gerada pela percepgio de ide (que Freud represe 1a do falo materno) qu do acrianga se percebe como ente separadoe diferente da mae, leva ao surgimento ma fixagdo num objeto ~ 0 fetiche ~a fim de substituir e compensar a falta tude. Desse modo, o fetiche representa o jogo simultaneo e hi irmagio da plenitude e a ansiedade gerada pela sta falta, pela com relagio ao discurso coloni exemplos de Freud (“todos ashe plas correspondentes do jguns homens » 1o~ qualquer que s do ponto de vista psics © fetiche, para Bhabl reativagto da fantasia da diferenga sexu diferenga e a comoa fi os, 0 jogo simultaneo e cont No diseutso colon’ diseri aponta a relev conceito de fetiche para entender o funcionamento do esterestipo. O estereétipo 4 {rio rejeta adiferenga do Outro, reduzindo-o. win cor de caracteristicas: “todos os indi fentos e irraciona Como o fetiche,o esterebtipo,além deserw fo alsa da realidad étambém uma for cle nega o jogo da diferenca present tidade e, com iss, tag no processo telaci ide da alteridade e da que rejet da construgio da iden- do que ‘Assim, 0 estere6tipo acaba send fis vezes as mesmas historias di remete a alg qu en ors pacilidsde,epor san 124 tmaniosto &-TRADUGAO CUETURAL EM fatiche (que ex; ingistia que le gera tanto para os seus propagadores quan- to para as suas vitimas) advém do fato de que a recusa da diferenga do Out ‘qualquer recusa, pressupée o reconhecimento anterior da existéncia daqui- lo que € recusado; ¢ assim o esterebtipo fe sitio ~ € sempre ameacado pelo hibridismo, feétipo reage como a mimica, reforgando-se, ctiando “uma c de outros esteredtipas n que as mesmas hist6r cada vez mais, sio percebidas coma sendo \cem 0 nartador de sua prépria sy terrorizantes (Iembram o narrador da ficcionalidade eda te ). A compulsio desse desenicadeamento e a necessidade de 1 esteredtipos podem ser mais bem entend ‘mos da fixagio do esterestipo como masca ‘macia do colonizador) que precisa ser (a nio-supre- Iquer custo. 3s fissuras, quico e © politico; veremos que essa mesma visio se aplica Best Hibridismo e cultura E em seu enfoque sobre a cultura que as con Jo ea identidade se j ideragdes tedricas de sua sbordagem ac termo“tradugio cul abba enquatto coloniais, marcadas por histér sentido da experiencia da eser sgratérias das metr6poles pa acostumadas a se ver e a ser vistas como monoliticas, estaveis e 1eas. Para Bhabha (1995) prajeto pés-coloni igo do discurso da diferenga cultural, procs 1a busca por uma rect ais do que simplesmet tro- ora Bhabaa moots que qualquer ela roe de rads [YN B4ARIOT. MENEZES DE SOUZA ns car 0s contetidos e simbalos diferengas;o projeto prevé a releitura da diferensa cultur do conceito de cultura ‘© conceito tradicional, ocidental, de cultura enqu: lidade de contest dos canénicos no serve a esse projeto; a cultura precisa ser vista como a “produ- G40 desigual e incompleta de significasio e valores, muita vezes resultantes de \comensuraveis, produzidas no ato de sobrevivéneia cult no projeto pés-col no algo estitico, subst lo, produtivo, ser vista como algo hi “uma estrats- in étanto transnaciovalquanto porque carrega as matcas d jas de deslocamentas de origens. B rradutéria porque exige tna tes osculturaistradicionais— como literatu etc. que Essa teoria da processo de mente ling 19, por exempl, on fs para inglés’, motive 0 fato quer reridade Rs IMO B-TRADUGKO CULTURAL BAHAR ficagao dos simbolos em signos seta c tanto “agoni stica’, mas servira para mostrar que os mitos dos particularismos ¢ especificidades culturais — que geraram as conceitos tra is € unifcantes de “povo” ¢ Bhabha, a vantagem desse fo de que as culturas sio constra, verbo, aberta, em sas origens. Como dissemos, essa percepglo e essa valorizaso do hibridismo cultural re- 4querem o reconhecimento do antagonism que subjaz a seu dinamismo e heterogeneidade ws diferentes experiéncias eco ribem pata a constante no: ra. € esse aspecto que torna o go ing) do conceito de ¢ ~com sua justaposigao d ino, dstante do conceito esti de hibridismo nas cigne 20 romper com o discurso homogenei ido se torna tint ate -enquanto-signo at (inbetween moment) quando a regrs da diferenga © biel ‘Agora, se 0 concel dda tradugio cult presentagio quanto (como] reprodugiio) nega o essen YN ARIOT. MENEZES DE SOUZA ber do hibridismo nao é poder tracar dois momentos oi surge um tereiro; 20 invés dso, o hibridismo para. posigbes. Bsseterceiro espaga desloca os a partir dos quais im €0“terceiroespago" que histo iva (recived Como exemplo disso, Bhabha (2000a,p.139) aponta ocaso das minorias asi cas, descendentes de imigrantesna Inglaterra, que ele chamade cosmnopalitanos, ra britinica, tendo que icos, em seu drama catidiano ser participar desse ato tradutério. lo a partir das Ia construgio de cos que no pertencem a nenhuma cultara espect partir da experiéncia dessa “travessia” por entre os espagos nia essa que éexemplo da produttividade do hibri. lo esse processo ressigniticat6rio 0 ou adaptagto;t de um processo pelo qual as culturas devem revisar seus préprios sistemas de referénci yas e seus valores, a partir de eabandonando suas regs ha- adas de transformaglo. A ambivaléncia e o antagonisme acom: tural porque negociar com aéiferenga do sedimentados eristalizados de nadequagio das estruturas de sen lencia radical de sister cago esentidos: demonstra tambén 8 IBEIDISHO E-TRADUGAO CULTURAL EN BHABEA ins) pelas quais experimentamos as nossas rais como ge fossem de certa forma “natura (20008, p. 141). autenticidades mas possi da representacio costumeira do at esse processo, os agentes tram su ia 0s valores de supren ceulturais: a cultura parcial da qual emergirarn pi ‘construir visbes de comunidade e versoes de memériahistorica que que ocupam; o externo do interno: a Hibridismo e semiologia pos-colonial Uma das critiease haha é que sua nero formalismo e ef essascritcas se basefam em dois \guagem por nature é rranspa 1 percebe nenhit 860s pro- cequivacos: pr rente, objetivae clara ma motivasio ou conexto ng algum tempo pensadores como Bakhtin e ido combater a nogio da falsa t (1973), por exemple, denuncion m, que provoca a esto nas palavras e que © processo de si qualquer contexte soci sistema abstrat portanto, ideolégicas, e mostrou como a significagio se di sempre de forma context ideoldgica. Nesse processo dialégico, a diferenga e a alteridade seuss sabre ise procura desfazer a ilusto da transparén icagdo e da constituigio do sujei fo sem interpretacio,e que tanto a souza no -) esse movimento da interpretagio o s como se ele estivesse jd sempre 130, colocando. arse 0 que € produzido naelagio no ideolégica - de apagamento de ierpretacio, hi transposigio de formas materi jas ~ como se a linguagem ¢ @ histéria nio tivess ude ~ para serem interpretadas por detern evidéncias, colocando homem, isd existéncia.(..) Assn considera fo da relagso necessirisentee lingua ido aparece-nos come em outras,construindo: ideolog’ 25 condigbes Isso nos traz 20 segundo equivoco, de qu conexio entre a opacidade da linguagem de Bhat seu contexto de enunciagio. Come apan € 0 discurso coloni yuma motivasso ou a, seus propésitos teéricos ¢ objeto de 6 apenas tuma busea por uma se Bhabha rejei pontada a Derrida (eindiretamentea ele mesmo) de um supost \dicado, supostamente, por sua valorizagio da indeter senda que tal ambighidade 40 © da ambi- apenas excessos 130 todaa nguagem, mostrando que toda ose factuats a algo ~ ou seja, toda vez tes ce tempo e quese atribui uma v espago — ‘¢lo, “desunivers cas, culturais e ideol icat” (1995, p, 52) pds-coloni adamico de nom: de transforn ea indeterminagio zados para fazer frente a visi ser apontados ¢ ygem-mundo que 0 con de todas: dentro das fronteiras de um tinico dialeto, de porém, 0 cadinho para essa mesela 1981, p. 358). nal éprecisamente a percepsio de seja, sua 180 por outra conse tn nat 7 tensa DE SOUZA 1a gua pode ser forrmulada ap. omada come a norma 2s partir do ponto de vista de u idem, p.359) ngs, A pactir dessa estratégia de h 1 hibridismo nos discursos co pode-se lero esforso de is € pés-coloniais como ‘como vimos, essa ressignificagao se dar através da ingua a partir de outta, O hibridismo 0 inguagem, porém, s6 € visivel a partir de seu locus de enunci romada como norma, ngagens dominantes 2 € das linguagens do su. 1" Essa estratégia, po- é werte as posigbes historieas ¢ lé a es consideradas como norma) a p: -m de ser uma est gia mostrs do dominante quanto as do subalterno. mragens Pa espaco intersticial “Nao se esquega do espace fora frase” &recusar a ditaduica do em brar de contexto, ligdes de prodi significagao que constituem o momento da emiciagao e, portanto, que contribuers ridismo & 0 “terceto espago”, ow se se", entre 0 enu 1992, p. 455). Lem (08 desejos substantivas ps ade; portanto, € nesse mesino espago que a dife- no se fazern vi vomogeneidade e pela est renga ea alteridade do revisto das aparentes cortezasinseri- le; essa heterogencick tinea e pacifica de virios grupos, inguas etc. na qual cada um se insere lade; cada um se vé como auténtico, presenga plena, 132 pRiDMo B-TRADUCAO CUETURAL EC HHABHA idependente dos outros, existindo num espaco vazio ¢ homogéneo ~ situagdo que eficiando apenas o mais forte entre ees. O sincretismo, por 1 vez, postula a superagio da diferenga pela qual as contrétios se unem nium ter- ‘aheterogencidade em homogeneidade. proposta por Bhabha ¢ colocada sucintamente nos sexuintes te ade de contestagao cultural, a capacidade de se mexer nos fandamentos dos conhecimentos ...) depende nto apenas da recusa ou subs 80 de conceitos. andlise da diferenga cultural procura conftontar 9 espago de priticas culturaie alterna portant, no procura merarn hegeménico por outro marginalizado, tagonistico” autoridade tesubstituira for- partir de sua busea por modo de conhecimenta no qu ental, que 0s Vitios enfogues da produgio teé: identidade, a tradugao cultural - todos nidos pelo justamente porque se represen Bibliografia BHIABEA, HK Repres he Hetity ir Ln aeatio ewe28s Souza 3 HALL. S. DU GAY, P. (01g). Que of ). Vers the Cr ew ar Pres, Serpent's Til, 2000, ‘Sussex, Harvester ress 1984 ALL,S. DU GAY, ORLANDI, &P RAJCHMAN, J. (Org). The He RUTHERFORD, I Wiseh

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