Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia. Professor Ponciano de Carvalho. Filosofia do Direito. Ponto de Aula |. Tema: Epistemologia, Juridica: © Problema do. Conhecimento no direito - um Ponto de partida para um discurso filoséfico acerca do fenémeno juri “0 bom senso é a coisa mais bem distibulda do mundo: cada um pensa estar to bem provide dele, que ‘mesmo aqueles mais difcels de se satistazerem com qualquer outra coisa néo castumam desejar mais bom-senso do que tém. Assim, néo & verassimil que todos se enganem; mas, pelo contrério, isso demonstra que o poder de bem julgar e de distitguir 0 verdadeiro do falso, que 6 propriamente o que se’ denomina bom senso ou razéo, & por natureza igual em todos os homens; @ portanto, a ‘diversidede de ‘nossas opiniées ndo decorre de uns serem mais razodveis que 0 outro; mas somente porque conduzimos 1nossos pensamentos por diversas vias, © ndo consideramos as mesmas coisas, Pois,n80 basta ter 0 espinto bom, mas o principal & aplicé-lo bem. As malores almas $80 capezes dos maiores vicios, assim como das maiores virtudes; © aqueles que s6 caminham multo lentamente, podem avangar muito mais, se bem seguirem 0 caminho certo, do que aqueles que correm @ deles se afastem" (DESCARTES, René. Discurso do Método. Sé0 Paulo: Martins Fontes, 1996) “Tomarei, como ponto de partide, um texto de Nietzsche datado de. 1873, @ s6 publicado postumarriente. Diz 0 texto: ‘Em algum ponto perdido deste universe, cuj,clardo se estende a inimoros sistemas soles, ‘houve, ume vez, um astro sabre o qual animais inteligentes inventarsim 0 conhecimento. Fol 0 instente da maior mentira ¢ da suprema arrogéncia da histéria universal”, (FOUCAULT, Michel. A'verdade @ as formas juridicas. In Cademos da PUC-Rio. Cademo 16. 4* edigao, 2° impresséo. Série Letras e Artes, 1991, p10) sy “.trés polavras retificadoras do legislador @ bibliotecas inteiras se transformam em papel sem valor” (KIRSCHMANN, apud FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio. A cléneia do dirolto. 2.00. $0 Paulo: Atlas, 2006, p.16). “Quando 0 jurist, sitvado no circuto das cisncias do espinito © da cultura, entro as quols se canta a Jurispridéncia, olha derredor, tei de constatar, anguistiado o com inveja, que @ malaria delas pode contar ‘extra muros com um interesse, uma compreensfo e uma confianca muito maiores do que precisamente a ‘va ciéncla’. (ENGISCH, Kar. Introdugdo ao pensamento jiridice. Tradugfo de J. Beptista Machado, 7. ed, Lisboa: Fundegéo Calouste Gulbenkian, 1996, . 11) - ito 1) 0 direito ¢ uma Ciéncia? (Um discurso aporético na Filosofia do Di Moderno). 2)_ Breve Histérico acerca da Teoria'do'Conhecimento na modernidade para compreensdo do problema do conhecimento no direito.2 2.1. Teoria do Conhecimento em Kant (0 acordar de um’ sono dogmético). Critica via Nietzsche, Foucault e Heidegger. 3) Epistemologia e gireito. 3.1. Epistemologia Juridica’ como Teoria do Conhecimento Juridico. 3.2. Epistemologia como algo que tem que ver com o Direito, 3.3. A forga do enfoque racionalista dogmatico ~:carater prescritivo do Direito e Gescritivo da Ciéncia do Direito. A pretensdo. positivista de autonomia da Ciéncia do Direito - a pureza, 4) O Problema da Ciéncia do Direito. 4.1. O carater problematico da ciéncia do direito — a determinagdo de um objeto préprio dentre uma constelag4o de-problemas. 4.2, "MA consciéncia dos juristas” (Machado.Neto) preconceito positivista e retomada do caminho filoséfico.. Um adendo 4 fala machadiana: Enfraquecimento epistemolégico dos nossos dias. posto na cultura do concurso pubblico, i 4.3. 0 fendmeno de positivagao do direito na modemnidade — a norma juridica e ‘© surgimento da idéia de Ciéncia do Direito (Prenuncio do Ponto de Aula Il). 4.4, As concepgées epistemologico-juridicas, 8) Em Busca de um Conceito de Ci 5.1. Ciéncia: Um termo equivoco. 5.2. Ciéncia — conhecimento causal e nao casual. A importancia do método. 5.3. Ciéncia como linguagem competente (semidtica). 5.4, Ciéncia como convencimento @ aceitago de novos paradigmas (Thomas S. Khun). asst