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Numero unico Fevereiro de 1908 reeso lithograp! n'f EDITORA Dire broprictarie Estevam de. Carvalho Prego #0 réia Caspr it R..de Gruz dos Poyses, 84,3." E. Lisao: CHRONICA Esté claro, que na actual situa- gio, niio podiamos deixar de falar dos ultimos acontecimentos que se deram em Lisboa, aconteci- ‘mentos de tal ordem importantes, que sobresaltaram bastante po- pulagio pacata, costumada 20 ram-réo- diario dos seus afazeres. Para nds, 6 ponto assente, que © verdadeiro culpado d’essa tra- gedia que se desenrolow no Ter- reiro do Paco, foi s6.0 dictador, © a prova de que foi elle, extd na fuga vergonhosa: ee ‘ou tres dias depois do regecidio. O homem que'mezes antes, di- zia a um jornalista extrangeiro, que «quando ‘yeio' uo. mundo, j4 sabia que tiuha de morrer, por, ¢ incognitamente, sor lo quie a Juistiga, a vers uistiga, que 6.0 Povo, fi- j or suas maos, pa- jo. mal que the f- + examen por qe di mente na Baixa, que. se Hint sued comm tr ds eaie nt Wendo 16° itidsidlo \assi nial polide, para’ opie, 0 ronchinsté rc ordem de parar n'estivex= tag inca minutos antes da par= tida do comboio! _Querem mais claro? Jé se hayia ou nao medo © aw do povo! L prova de que o dictador tem medo, 6 que mesmo em Hespanha ¢omo umicriminoso,- eee ictador i a a oe : anda guardado e receoso de que ‘as Tuas por onde tenha de passar sejam estreitas. « ‘Num telegramma recente diz se que 0 sr. Jofio Franco vai a camino de Genova acompanhato por dois inspectores da poticia! Que triste situagio a que che- gon este homem que blasonava nflo ter medo de morrer! Consia & ultima hora que Joao Franco” se dirige @~Allemanha; pois mesmo. em Genova tambem nilo se encontra seguro visio ndo gosar alli de grandes eympathias, segundo. Ihe. fez. saber a propria soapspsliiada a ag ap lo. ‘motivo de te was ee pessoal di fe pricdades, Ena Allemanha ter’ sya thias? Viverd alli des so ao cas mios ee in que 6 fidvo nase 4 ita da espada, nem é com leis {8 mem com. represses St S ae de 18 de feve- ie insegue domara sua von” eiro, MB Vicdets Spor ielio nanx ye seja, se The pizarmos o rabo volta ‘o-dente ¢ arranha, Pois 6 povo é um gato muito igilly e a8 Eapilor aeenea ek manso, mas... pizaram-he 0 ra- bo... arranhou. . De que serviram as buseas do- miciliarias? ‘De que serviram as prisdes ve- xatorias de cidadaos livres e que estavam ao abrigo de todas as suspeitas, ndo 86 pela sua con- ducta politiea eomo pelo sen ca- acter impoluto? Nao serviram de nada! Esqueceram-se de revistaro ga- Dito do Buiga.. . Se tal fizessetn 08 marinheiros nfo seria perdondos, nfo volve- | viam 4 sua patria, ds suas mulho- e6,.a05. seu filhos, & suas fami- TE quantas Ingrimas no teré dex toda essa gente?! ‘Bu sei te “Tantas, tantas. prio Oceano se j ‘as lagrimas ver tos olhos ! Abt, .. valentes marinheiros.. 10 eu desejaria apertar-vos to- abrago: E. Tngorty J que temon voto ¢ feiedo © mar de rosas, 6 largar dla que 80 faz que talvex o ruc pequuetio, rar que ae opi ino publica est com Palin oh ole Ruilo fax resideneia?. .. —Ainda nito se sabe, como elle que para a fiente era o ca- a Jissim vae andandonté... iG onde?!. . he Bacontee: Sfitiadatech Porque abandonon o Xuko a politica? Porque ieve medo que a po- litiea Ihe desse cabo das eostas. © & “a Foie, @ sem deixar saudades. Na sua mala de viagem A pressa cenfardada Jevou com as peugas © os lengos de assoar 0 messianismo que todos vimos e a apregoada redempgio deste paiz de paco- vios. Naprecipitagio da sahida, para qué Ihe wito demos 0 seuproprio ‘od de fuga, nfo poude abragar amigos hem esperar6 appare _pnentordos’ perseguidos. Eslamdb,conventidos dene para taes resdlugdes, operon no seu espirito 0 sentimenta modestia do que 6 do metlo| co- varde. Esté visto. Pois quom poderd _suppdr que sempre heroe Jato Franco, valente & sombra da bru- | lidade da municipal, destemido com a defeza dos assassinos da policia, teria alguma ver na medo de alguem. Elle, 0 valente, © audacioso! | Pode It ser! Se em ereanga jf. mostrava o sew heroismo matando gatos inoffensivos « mécada des prevenida?! ‘Medo, o Franco! Isso sim! Sa- fou-ke, mas por prudencia. Nada que cirutella ¢ ealdos de gallinka até aos francos é salutar. E agora que 0 hoiensinho nfo Gixco"minntos n’uma terra, que foge de um hotel para um comboio, de uma cidade para uma aldeia, faltando-the apenas para _ a odissén ser completa, saltar de “Aim automovel para.una earroga @o lixo—verdade seja que local aproprido— chegamos a amen- tal-o mais que nito seja pelo dis pendio que deverd tex com as Ia- vandeiras, sen snl ao posttre Sec Teg ot ie, iro conse-| facts te Sree pus, que-sabemos ser com elle impossivel a proximidade no mes- mo vagon, ow a) visinhanca no mesmo hotel! Ochomem-estd podre! ‘Triste fim de um despota. O-estupdr & suppuragio. Vae-te, demonio, que elle te carregue para bem longe, onde nfo/fagas perea mem daanno. [/, Adeus, Xuflo, a Avista. se “desgragadamente. nos tornarmos ayers Vado retro... Ev. Dizem qiieo Xudo mandow pe- dir a 8. Jorge, a armadura do seu homem de forro, afim de poder via jar mais 4 vontade, sem ter que Feeear ciladas, nem rugs estreitas ‘0 Santo rekpontden que sim, @ offereceulhe tambem a atarracha. Acccitaré ?! ort O Messias de volta Segindo lémos 0 nosso esti- mayel confrade O Mundo, 0 cele bre Aiétador, ou por outra 0 unleo hhomiem que podsria salvar a patria, me- atm correspondente do Petit ‘sien, que Livesse feito declaragdes a0 sentido deal eliitivamente 8 politica, além d'isto pediu lieenga por 90 diag, sei vencimento, como audito® do eontencioso fiseal. Tal resoluelo pareve provar nilo ser verdadeira, a feliz nova espalhada que estayainos livre de tal eren- tura para sempre, pelo contrario, Togo qué termine a tal licenea te- remos novamente de volta 0 Mes sits com um novo programma. suisso @ immedjatamente come- spaganda de tal tt, 0 Lerrend, que publicanos, devéras arrependido Se foda a sia obra, indo atéaos qnar- tos andares da baixa apregoar mo- alia ead, (+6 para ele ji se vé). Mes 6 mnenino para ek vens de carrinho e vaes. .. de earroga.J& todos te conhecemos ¢ aos mais ‘Phalassas cé-daLisbia amada. 0. améliidy, toma 6 memeansolhio;dei- xa-te ficar’por 14, pois voltando Aecerto os teus numeroses amigos, te offereciim algun, bangle ° coctantde ten conio farends pats: ‘do Hienti, wm poneo de... como no celebre jantar doPorto: Ainda, te nio ficaria de emenda? Apre que & ser casmrro de mais. ‘Tavico. O Tomem de quem temos saudades, 0 grande ministro, 0 nosso querido Xua Poi pena que elle nos deixasse! 0! Xudo, querido Xafo a Jao sem tardar Agsignares um deareto ‘Mandando-me enforcar. Bsse dia vena breve, Pois tu Com 0 teu Yalor Av resto da reaeeto Das de presemte. «+ «Timor» TiMIO0. a ne Reunido sensaeional © tio celebre partido reene- rador liberal, visto a xesolucio do seu chefe abandonar a politica ou retirar-se temporariamente para 0 estrangeiro, resolven reunir para apreciar a sa conducta futura contar 9 numero de correligiouatios que ainda iazem parte da sei Como 0 numero deve ser bas lante elevado, a reunitio devia rea- lisar-se no Perreiro do Paco, que 6 campo argo, onde deeerto ca em mais de vinle ou {rinta pess6as que so quando muito as que gonattudm #80 lembrado partido dos Thal ‘Visto ber ae oO srtido| ‘mais nu- iio ficard com os-seguintes or un Ser potico para | casa gente: Martins de Caxvalho (0 Bandalhe), ‘Teixeira de Abreu (advogado dos Mortos),/ Mello © Sousa (6 homem. das postas. . sem serein de bacalhau) ¢ Malheiro Reymiios ‘Mom Westes serd dada'a chefia honoraritaocelebre dictator Joiio Franeo, que do estranged illucidando sobre os prbgressos da politiea em Marrocos ou na Rania, Feettade lho liveros desenhos de foreas, guilhotinas, ete., ete. para mandarem imme~ diatamente executar, paraestarem promptas 4 primeira voz logo que © Xuao for chamado novamente a0 poder, 0 que deverd ser breve. Bate certo. "Payico. aan Palavras de Joto Frarico, ao sr. conde de Tovar que Ihe com- munieou que alguns jornalistas 0 desejavan entrevistar: Nio_posso fazer declaragies de es- pecie alguma, Agora-sé quero esqueei- mento e repouso. Um dia mais tarde falarei. Quand) seré ease din? Tinha- mos 0 maximo empenho em ou- se 0 fizeres desde jf te pedimos para repetires aquella celebre ti- ada, um raio de sol n’uma noute eal- liginosa, que & de a gente endou- decer de iso. 0 og ira FS SSA guar eg asst ~ Levava a ‘om brasa ‘Téa raiz ae ee & fagin, Foi prs. -. ens do set\tio?.. Bases avo tah) " Porse a criada a chamar, intanld apoqucntado 4 toudar? o +fugin, | WS es dg Biglassa || fagir como um peti, Bear con ba: > “Apert logo 0 naia 47H fein, ce Bhai, “Poi pra... /easa.do seu tio! ae. yjomual italiano diz que, «se an, Joiio Franco foge, 6 porque Habre: Ora, mow amigo, pois ainda tem das? Bemsé vé que a Italia ¢ a terra aa Bethaal apertada Segundo ¢onsta por ahi, o sr. Ferreira; por’ aleunha 0 Xiito Franto, tinha arrematado todo 0 Sebo armazenado nio Matadouro, mis o existente!nas golas dos'ct- saéos dos varredores da Camara, afim.de dar nas palhelas, quando desse ds de Villa Diogo, por esse mundo féra. ‘Ora deu-se 0 caso de a0 chegar a Hespanha, parecer-Ihe quea bola ainda estava apertada e foi con- sultar o erindo do hotel, —Nio achas que a hola esté apertada ¢ que nfo'sei como a hei de descalgar2-pergunton 0 Fer- reira. —Queé?l...aperiada??.. 't& Inca... "t& laca. milo... ; agado? excla- aes ‘pondo-se-lhe os el cena direitos qe | da Thalassa oo ‘ ‘hilo 6 sabendo ainda onde ira ‘parar Deperan ando-se comtudo que Apertada em que se ‘en pantie | ambem um par de a ee Berd possivel que vambenadel sr ole ? Goitndo! ‘“Foi-se... = babe faa ch falta; diy roscripto, Nip sole npiGaliopen Mat, Bin Nazareth ow n0 Egypto, Se jor of ia fem durg Seu’ poder omnipotent, Qo’a maldita dietadura Babe » forea movamene’ « eve hs ordens a policin ‘Tanto tempo quanto. quiz. Eramesmo wma delicia Goyernar am tal paz. cs ‘Mag quando, todo lampeiro, Ta dar golpe viyar Odestino traigosira ‘Dewlhe nas ventas p'ra trax ‘Teve entradas de leko Owalente granadciro, Mas foi de nariz a0 chio BE cai no atoleiro ‘Th fagin de Portugal, E no foi 14 muito eedo. fafon-se.... porgue a final juem tem... barriga, tam medo. Daxoontro. © Xuso, desde’ que largou_a pasta, tem chorudo por ella, que eumaeoisn por demais; masa sua maior saidade é-por j4 nao tornar a apanhar a dita... du2 ra... como.a deixou. .. Historia de um Xuao. | Era ainda pequeno jé mostrava © seu bom coragllo, por isso, se entretinha nas horas em que 0 estudo nfo o apoquentava, ma- tando gatos, pois tinha n’esse di- volta Yertimento revoliante, o seu me- thor prazer. Poi crescendo, e apoderando-se delle a ideia que, um dia havia de ser conhecido; € foi nio sci como, nem porque arte, a minis > de ‘xo. (Gra o seu primeiro pulo,)Mas\ [yi no estava satisfeito, e nilo estava \ porque nio podia expandir & von-\ tade toda a sua bondade que 0 agoimpanhava desde ereanga. Que fazer? -pensava elle. tanto pensou que,se-desligou do seu maior amigo # quem tudo dein = sy <5 fas a Sua ie de ser elle ec sé elle-o terra; tornou & uma vox 0 864 6 auxiliou. Lemby dar 0 seu (se; > pul ainda ito eontente, pois mais alto era o pulom io tinha, penson gitayl em que Ihe pudeski 9 eaminho. Que faier Yer 0 sou cornet b ica que era melhor fn alguem para niis'o sie seus automat preparave tay ee C4. B. S Gee oe as mala.co figados, fagindo, temendo a todo 6 instante que Ihe pecam contas a actos. ‘Gore: e-niio pouco até encon- juraco-onde a vergonha mudex para nao mais { oe =e Que penarniio se ter Tembrado Wisso ha mais tempo! ecg © valentéo go. conte € que o esquecam, para -véf'se assim poderd longe dos que tanto 0 estimavam ter um pouco de socego, pois emquanto teve o gosto de ser ministro nem tempo tinhn para deseangar; tantas ¢ tantas cram as felicitagdes 4 sua obra, das quaes a que mais Ihe ficar gravada 6 a mensagem dos ‘Thalassas. | Pobre de ti Xuiosinho Ditias-te Valent, Mas se nfo tens etidadinho E's uma ver um Xudo. Pensa hem; Oh! ‘exilado No que te convem dizer, Pois procedendo sceriado Ainda aleangas, 0 poder. E entio vers em realidade ‘Todo o teu sonho, d’encantar, A forca! Oh! que felicidade ‘Mis quem « hade-exprimentar? Ah! ja sei. O Moxias-primeiro hogé we segtir 6 Valente” © © Nata: gatos tetoeiro Enfim-o Noto, sempre 0 Xuko ‘Tavico -Homenagem™a0s' de lverdade vietimas do dietador, com retratos dos Drs, Antonlo José @°A!- I a Ribeira Brava o Pranga Bor- opanhados d’um brilhante artigo a do dr. Bernardino Ma- gf do mer. fancir. 4 ldo sire, propi par a oo Petes eet atid Care ae _EXILADO... oat SwaeSouzy i . | Tanto quiz fazer, que assim ficou...

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