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Programa de Educação Financeira chega à sala de aula

de cerca de 450 escolas de Ensino Médio da rede pública


Alunos do ensino médio de cerca de 450 escolas da rede pública dos estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Tocantins, Distrito Federal, Ceará e Minas Gerais recebem, a partir do próximo dia 9, as
primeiras aulas do projeto piloto do Programa Educação Financeira nas Escolas, iniciativa conjunta
dos órgãos reguladores do Sistema Financeiro Nacional (Banco Central do Brasil, Comissão de
Valores Mobiliários, Superintendência Nacional de Previdência Complementar e Superintendência de
Seguros Privados), com a participação de diversas entidades privadas e públicas. Outras 450
escolas em que os alunos não terão contato com material didático, serão monitoradas para que seja
feita a avaliação ao final do projeto. Nessa primeira etapa a educação Financeira nas Escolas vai
abranger aproximadamente 900 escolas.

Coordenado pela CVM, em parceria com diversas instituições, como o Ministério da Educação -
MEC, o programa tem como objetivo introduzir a educação financeira como tema transversal em
diferentes disciplinas, como Português, Sociologia e Matemática, entre outras, de modo a ensinar a
jovens e crianças a planejar para o futuro e a tomar decisões de consumo, poupança e investimento
de modo consciente e bem informado, considerando suas repercussões sociais e ambientais. Além
disso, o programa forma disseminadores e estimula a que o jovem seja um protagonista de sua vida
financeira, desenvolvendo atitudes consistentes com os seus objetivos de vida e capacitando-o a
utilizar os instrumentos do sistema financeiro para construir uma trajetória de vida bem sucedida.
Não é objetivo estimular o crescimento de segmento de mercado em particular, nem tampouco
promover estímulos à utilização de produtos financeiros determinados, adotando-se uma abordagem
técnica e imparcial.

O projeto piloto, em 2010, parte da proposta de Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF)
desenvolvida no âmbito do Comitê de Regulação e Fiscalização dos Mercados Financeiro, de
Capitais, de Seguros, de Previdência e Capitalização (Coremec), se insere em um conjunto de
iniciativas que envolvem outras entidades, como o Banco Central do Brasil(BCB), responsável pela
coordenação das ações de educação financeira básica para adultos, a Superintendência de Seguros
Privados (Susep) e Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC), esta que
está coordenando a proposta de governança para a futura ENEF. O projeto vem sendo implantado
por um Grupo de Trabalho (GT) coordenado pela SUSEP, instituído em julho de 2009, para
implementar a proposta da ENEF desenvolvida pelo COREMEC, em GT coordenado pela CVM,
entre 2007 e 2009.

Para desenvolver o Programa de Educação Financeira nas Escolas, essas entidades, em conjunto
com o MEC e diversas instituições do setor privado, como o Instituto Unibanco, a BM&FBOVESPA e
a ANBIMA, contaram com um grupo de apoio pedagógico (GAP), formado por entidades do setor
educacional, como o CONSED, a UNDIME e algumas instituições federais de ensino, e do setor
financeiro. Essa estrutura assegurou as condições adequadas para o estabelecimento de
cooperação entre o governo, a sociedade civil e as entidades representativas do sistema financeiro
(associações, fundações e outras instituições que não tivessem objetivo econômico), provendo
legitimidade à iniciativa, ao mesmo tempo evitando sua utilização em desconformidade com os
objetivos de interesse público que a justificaram.

O papel desse grupo pedagógico foi aprovar o plano de ação para introduzir a Educação Financeira
nas escolas, que representa um capítulo próprio da futura ENEF, cuja minuta foi relatada pela
BM&FBOVESPA, produzindo documento com orientações específicas para a Educação Financeira
nas Escolas, tratando da abordagem adequada, dispondo sobre os conteúdos financeiros, bem
como sua relação com outras áreas do conhecimento no âmbito do ensino básico. Coube ao Instituto
Unibanco atuar na organização dos conteúdos fornecidos pelos participantes do grupo e desenvolver
a proposta pedagógica, para revisão dos demais integrantes do Sistema Financeiro. Numa fase
posterior, iniciada em maio de 2009 e encerrada em março de 2010, o GAP atuou na revisão do
material didático que seria utilizado no projeto piloto no Ensino Médio, o qual foi produzido sob a
orientação pedagógica do mesmo grupo de educadores, a partir dos conteúdos fornecidos pelos
órgãos reguladores.

O material didático distribuído nessas instituições de ensino em que o projeto será aplicado,
impresso pela BM&FBOVESPA a partir do conteúdo aprovado pelos participantes do projeto, é
composto pelo livro e caderno do aluno e o livro do professor, juntamente com material de
sensibilização produzido por entidades parceiras do projeto piloto (FEBRABAN e ANBIMA). O
projeto será apoiado pelo site Vida e Dinheiro (www.vidaedinheiro.gov.br), desenvolvido pela
BM&FBOVESPA durante os trabalhos de construção da proposta de ENEF, de novembro de 2007 a
maio de 2009, por meio do qual os professores terão acesso à capacitação à distância, antes do
início das aulas de educação financeira, e receberão acompanhamento para esclarecimento de
questões financeiras ou pedagógicas, por meio de uma tutoria especializada, em parceria com o
Instituto Unibanco e a FEBRABAN. O material para as escolas de intervenção já foi impresso e
distribuído nas escolas.

O projeto está sendo desenvolvido para medir o grau de impacto nos alunos junto às suas famílias. A
avaliação exige que escolas participem de dois grupos. O primeiro, de tratamento, vai receber
orientação e será avaliado. O segundo, de controle, não terá o conteúdo da educação financeira,
mas será avaliado da mesma forma. Ao final do processo, será medido o resultado alcançado por
cada grupo para se verificar o efeito real da educação financeira nesses grupos de estudantes e
professores. Cada grupo abrange aproximadamente 450 escolas.

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