Situao de trabalho escravo nas fazendas pesquisadas
Discente: Franciely da Silva Macedo
No captulo 2 retratado a situao do trabalho escravo identificada pelos pesquisadores
que acompanham as aes do grupo mvel (GEFM, em dez fazendas localizadas nos estados Par, Mato Grosso, Bahia e Gois. O recrutamento acontecia principalmente por uma rede de relaes pessoais. A maioria soube do servio por um amigo ou conhecido ou pelo gato. Os demais procuraram escritrios de contabilidades ou que funcionavam como agencias de emprego ou se dirigiam diretamente a fazenda. A maioria eram aliciados em sua prpria residncia ou na vizinhana.
Os aliciadores eram os principais responsveis pelas contrataes. Em seis fazendas
pesquisadas os trabalhadores no foram registrados e em trs os trabalhadores possuam carteira assinada. A maior parte dos entrevistados estavam acompanhados por outros trabalhadores conhecidos e/ou parentes na fazenda onde foi resgatado. Segundo os dados da pesquisa de campo indicam que a maioria dos trabalhadores estava fora de casa h 6 meses, e alguns dos trabalhadores saram de casa por um perodo de um a dois anos.
As condies de trabalho nessas fazendas eram totalmente inadequadas e inapropriadas,
j que os trabalhadores eram escravizados pelos patres. No tinham um alojamento em boas condies, os trabalhadores ficavam expostos ao sol e a chuva. Em uma denncia de um dos trabalhadores entrevistados: o barraquinho de lona, no um ambiente prprio pra ficar. A gua, procedente de crregos prximos, era utilizada indiscriminadamente para beber, cozinhar, tomar banho e lavar equipamentos utilizados no servio, alm de ser dividida com animais. Em geral, a alimentao fornecida era de baixa qualidade, produzida em precrias condies de higiene. A carne raramente era oferecida pelos patres. Na maioria das fazendas no possuam banheiros e as que possuam estavam em pssimo estado. A maioria dos trabalhadores dessas fazendas no utilizavam EPIs, e eram submetidos a uma carga horaria de trabalho exaustiva, e no tinham descanso semanal. Sofriam com os maus tratos, humilhaes e as ameaas, viviam com o medo e no recebiam uma remunerao justa, alm disso no tinham liberdade de sair da fazenda, pois os donos tinham medo que os trabalhadores os denunciassem.