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HISTORIA DA FiSICA por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA 2009 Historia ¢ Evoluga requisite parcial @ obtencéo do itulo de (ura em fi Orientador: Adamo Ferreira Gomes Do Monte Banca Examinadora: TGondlo Mout Ricardo kagimura AGRADECIMENTOS Agradego esse trabalho aos meus pais pelo apoio que me deram ao longo da graduagao ¢ aos professores José Luis e Djalmir pelos seus esforgos no exercicio do seu trabalho e aos meus orientadores. INTRODUGAO Esse trabalho de monografia tem como objetivo demonstrar a historia e evolugao da fisica ao longo do tempo abordando a maneira como se aperfeigoaram com maior énfase na éptica ¢ termodinamica O PERIODO HELENICO A fisica antiga ¢ parte integrante da filosofia: ela ¢ filosofia da natureza, a que tem por objeto 0 mundo fisico, ao passo que a filosofia insere nas suas preocupagdes a cidade ¢ 0 individuo. O mundo fisico, a cidade, 0 individuo, so encarados como partes de um todo ordenado: 0 cosmo. Esta fisica busca 0 (ou os) principio(s) que permitem apreender simultaneamente a ordem estabelecida e a sucesso dos seres, no mundo fisico. OS PRE-SOCRATICOS A primeira fisica, a fisica jnica, decalcada nos mitos, é uma outra maneira de interpretar 0 cosmo, a sua génese, as mudangas ou movimentos e as permanéncias que nele surgem; esta fisica é também cosmogonia, a qual segue o esquema de uma teogonia simplificando-o, edulcorando-o, com a tinica preocupagao de lhe conferir uma coeréncia interna. A passagem de uma teogonia (interpretagao mitica do cosmo) a uma cosmogonia faz-se insensivelmente, por sucessivos deslizamentos: nao se pode, por conseguinte falar de «milagre gregon. Assim, nao se devem opor as visdes mitologicas do mundo de Homero ou de Hesiodo a visdo «racionalizada» dos fildsofos jonios. Se estes filésofos (a que Aristételes chama fisiologos ou fisicos) procuram um principio Gnico de todas as coisas numa causa material, a verdade é que para eles a matéria tem um cardter divino e a sua visio do mundo & panteista. O primeiro de todos, Tales de Mileto (nascido por volta de 625), busca o principio material Unico de todas as coisas na agua, pois «o que é quente tem necessidade de umidade para viver e 0 que é morto seca... Ele afirma que «a agua é a origem das coisas» e que ela «traz em si 0 seu principio de movimento», que «ela é animada e viva», que «tudo esté cheio de deuses». » A filosofia atomista é desenvolvida por dois filésofos jonios, Leucipo, nascido por volta de 500, e Demécrito, nascido por volta de 460. Este funda a escola de Abdera. Segundo Aristételes, os atomistas retomam aos Eleatas a idéia do Ser para conceber 0 elemento constitutivo do mundo, o dtomo. O tomo é uma stimula do Ser de Parménides, como ele engendrado e imperecivel, mas reiterado até ao infinito, sob uma grande diversidade de formas geométricas. Na natureza nao existem senao atomos formando o ser e vazio, 0 nao ser. O vazio toma possivel o movimento dos dtomos; este movimento permite entender, pela unido ou separados Atomos, a pluralidade das coisas e o seu devir, a geragdo e a corrupgao dos seres vivos. As coisas diferenciam-se umas das outras pela figura, a ordem e a posigdo dos seus atomos e nao ha qualidades sensiveis que nao procedam de tais organizagdes. Os dtomos e os seus movimentos sao os principios de todas as coisas, ¢ os processos naturais sao apenas mecanicos. Nesta visio do mundo, a alma humana, os deuses, todos eles votados a geragdo e 4 corrupgao, so igualmente compostos de dtomos, mais sutis que os da matéria. PLATAO (428/7-348/9) = A teoria platénica do conhecimento é a herdeira do eleatismo e do pitagorismo, mas, enquanto o eleatismo desemboca na «verificagao da impoténcia da razo humana, Platio pensa que o homem participou das idéias divinas e pode rememor: «O universo € 0 que devém sempre ¢ nunca é», sendo feito de coisas visiveis das quais sé apreendemos a aparéncia; 0 conhecimento que 3 dele temos sé pode ser conjectural. Ao invés, as idéias sao 0 que existe desde toda a eternidade; elas sao inteligiveis. Por causa da sua permanéncia, os seres mateméaticos sao inteligiveis, eles oferecem uma via de acesso ao conhecimento da harmonia do que ¢ inteligivel, mas nao nos permitem chegar aos inteligiveis absolutos que s6 a intuigao pode atingi ARISTOTELES O instrumento da ciéncia. — Aristoteles forjou os instrumentos da ciéncia; esta obra tem uma importancia consideravel no desenvolvimento do pensamento cientifico em geral e mais particularmente da fisica. Na filosofia de Aristételes, a fonte do conhecimento reside nas sensagdes; uma coisa somente é conhecida se os seus atributos forem determinados: a sua matéria e a sua forma (isto é: a sua organizagfio), a sua quantidade, as suas qualidades e também a sua disposig¢ao relativamente a outros objetos... A sensagao s6 pode incidir sobre os individuos, mas a ciéncia, essa, tem por objeto 0 universal (os universais da escoldstica medieval). Aristételes dedicou-se a descrever a passagem das sensagdes a ciéncia. Pela percepgaio das similitudes e das diferencas entre as coisas, é possivel classifica-las em espécies e em géneros; é possivel igualmente separar, nos individuos de uma mesma espécie, atributos necessdrios e acidentais. Se a apreensao do universal é quase espontanea, é, no entanto, a partir da percepedo dos individuos que concebemos o universal. A fisica de Aristoteles — A fisica de Aristoteles é a ciéncia do ser natural, isto é aquele que traz em si um principio de movimento e de repouso. Aristdteles parte da problematica eleata e quer superar a contradi¢&o entre a permanéncia do ser e 0 seu movimento; ele admite com os Eleatas que o ser nao pode vir do nao ser, deduzindo dai que é preciso que o ser no seja uno, mas que seja diversamente: em poténcia e em ato: o ser em ato, realizado, atualizado, nado vem do nao ser mas do ser em poténcia. Assim, dado que o movimento é um fato comumente constatado, convém estabelecer os conceitos que o tomam inteligivel: 0 movimento somente € possivel porque o ser é uno em ato mas miltiplo em poténcia. Para entender 0 movimento, importa distinguir: 1) uma matéri: substrato, que subsiste sob a mudanga, pois de outro modo nao poderia haver sendo uma sucessao descontinua de seres diferentes; 2) uma forma que 0 movimento realiza na matéria e que é verdadeiramente a causa, quer dizer, o principio interno, da mudanga; ¢ 3) a privagao da forma que é 0 ponto de partida do movimento. O movimento é, portanto, «o ato do que esté em poténcia enquanto ele esta em poténcia»; ele ndo pode ser a atualizacdo de uma poténcia, visto nunca poder ser inteiramente um ato. Assim, 0 movimento é um processo que, indo de um comego para um termo, no pode ser separado em partes, a nao ser pelo pensamento. Na medida em que todo o ser natural ou artificial, imdvel, logo realmente em ato, é o termo de um movimento, as diversas causas que 0 assentaram no ser devem ser expressas com conceitos que tornem inteligiveis simultaneamente a permanéncia do ser e 0 seu movimento. Estas causas sdio de quatro espécies: 1) material (por ex.: 0 bronze é causa da estatua), 2) formal (0 arranjo das partes de um objeto, «a relagdo de dois para um da oitava»), 3) motora (<

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