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(Gooch responsive Mart Raber, CRB 10/652) Lenio Luiz Streck HERMENEUTICA JURIDICA E(M) CRISE Uma exploragao hermenéutica da construgao do Direito A rari DO ADYOGADO ators (Leni Le Steck, 1999 Rosane argue Bote Pei rico dagramaso de aldo natognde 7 Volar aro Ceara cape extn oto emer cm an tp ae Legendre ies desta eo reservados por ‘Wrath de ogo a Tone /tax O51) 2253911 smal vadvovenetcombr Internet redo come Impress no eal / Print in Beas anda as used enhetedrrubam sc sorte io rancor erento tudo, quer ite ue ht mos dis comeyo ache! na Sera nda que nto os deacon conta ERAcuo ZEPEDA Asgradecimentos que se iment © presente lvro ¢ resultado de projeto de pesquisa ppuocinado pels UNISINOS- Universidade de Vale do Ric dos Snot, através do Curso de Mestrado em Die toy ligedo 20 Centro de Cieneiss Juridleas Socks ‘Ngzadego tambsem o apoio recebido da Diego da Cen. tro Prot Joss Bemando Ramos Bocir, Ditton: Clovis Gorezevak, Pro-Dirtor Administrative, © Foran Miller Neto, ex Dcctor. Tombem foram importantes 2igune interiosutores, com Albano Marcas Pepe (Ree iify'e os mevs skunos de discipina Hermeneutics Js Side, do Curso de estado em Direito. Um especial agence ao carina pegs dor Das ‘Eimordes Woyse, Dlsiat da UNISINOS, cu partic patio no projets fo de fundamental pontine E para Rosane e Malu, que sabem por que. © autor desenvolve em se lira elementos central para ma heemengutica jorgica que sirva de vetor ede moldure para todo ® debate sobre a mdanca de paradigms no wniversojuridica Here. ‘eatin perde aqui seu sigificado de rotina e de eapa formal que ‘nha reforgor a splicagio conservadora da dogmatic jurdien. Her. Ione passa os remeler a uma ova matris de resold, em {ue se posen desenvolver toda critica a0 direito vigenteetadoesfor Spina contraguo de sm horzonte novo pars penarmos os funda Shentos do conhecimento judi. ‘Quem acompanhou 0 nascimento do paradigma hermenéutco sem muitos pass 0 desenvolvimento da hermenutica css Sich se dedsox empolgar pelo novo traido pela filosofia hermenés tia de Heidegger e pola hermentutcshilosaies de Gadamer de sn Indo, e quem se apeotsndou nas tori contempordneas do signif ado e da linguagem « nas diversas diregdes desenvolvids pelas Siscusaeslingistens eda pragmética, de outro lado, pode svaliat S que o autor conseguie articular no seu lvro, a part da Hlosoia Sta de linguagem, a exploragto da construgio Go direito ‘Nao €simplesmente repetr 0 autor quando se procure ver na sua hermengutis crea 9 nstrumento de ruptura Go abjetvismo Ingenuo em que se funda toda construgso jridica‘na aa vio positivist, partindo da relagSo suetorbjeto na fundamentago do Eonheclmento. A grande novidade da obrs de STRECK not los para Ltr tuad alm dos ntlogias ngénuas gun gee sustentn ‘ogni jure te eee Ie do, assim, umn rrenuncivel carter ideolegco. ‘Somente quando percebemos que tdo se funda na lingusgen, aque direto¢lingwagem, que seu funcionamento desliza sobre pres Stposteslingtices, € que camecamos a prceber os contornge da profundainovagio que fez pas a clncia = losolia do diet ¢ para a hermenésticsjridcs essa obra surpreendente Mas o autor nov leva um passo ndiante com ele nos stua dante do. destio mas criativ no direto, » hermenéstic soft anos leva a uma resolugio da crise da representagso através da Superacio das teorias da conaciéncia. Todo conteddo epstemico do direto até agora era aprorentado através de mallplas sles teria epistemologias juridicas "baseadas nas teorat da repre Senlaglo e-orentadas na fudamentagso, no eaquema da religio ujetoobjeto. 'LENIO STRECK nos remete a um universo em que a hermenéutice se rere mundo price, 9 mando da pré-compreeneto, cn Ques ‘Sempre somes no mundae nos compreendemos como set-no-mundo 4 partir e na estraturaprévia de sentido £ ela que nos carregs © & dia que surgimos engsnntoestrtura que nos precede etods fer Ss consciéncia chege tarde com sia pretensso Ge fandar A lingua. fem toma-re a o mo especulatvo s partir do qual se determina 3 [ingiistcidade de to o nosso comhesimento. ‘Uma ver estabeecda fal mate lings que 0 mesmo tem oa rastenta, na gual noe movemos e de quem mines somos Proprietirios, temos as condighes pars a insaurasio do dilogo. {Todo conhecimentojuridico 6 stuado inovadoramente pelo autor qundzo dessa mat Evnesse contesto que o livro passa a defini sua forma e sua dlinsmicaintoma.E no'quadeo da matiz hermensutco ingen {que ent ford que scr compreendida a condigao esencial do direito ‘a's Flag com a sociedade, So assim a soso para rua crise se {presenta com um potencil de constant revisioesjstamento. ‘Actte do diets crise de kindamento, « STRECK nos mostra isso através da critica do poradigma que nistentou o dieito ate ‘gor, introdusindo o paradigma hermenéuticolingstico em que situa o dirt ea todee os gue com ele trabalhacy, no siersa do Seto e da comprevnso (© dizeito nto trablhe com objeto, no opera com normss ob- {etiendassnto se confronts com poseossconpuladas em cols net Thangje«linguagem como instrutsentalrigido de retdrica,O direito ‘Se ruttenta na pelavesplena, produ sentido, daloga ma Cua Gay dende gut a herfentuiea nos mostow que "Somos um fe © autor néo nos apresentasimplesmente as teoras da com preensio da inerpretagioe fisofes como Heidegger e Cadamer, {ue eta, entre outros, na base de sua dscussto. Ele lta porencon- {fae um caminho para 9 problema da hermenéutca juries que Sircule no discurte contemporineo. Ble sabe da torts da floss {ie conssteem clear expresses inghsticas e manter ima vio Satire o todo de nose compreender, que tambm ¢astacompreensio attocrtien. Mas, para al dma simples questo linguistic, o autor res cobniolugerpropriamenteflosfice = que #4 guested senilo ¢do Siguifado gue se etablee, nab desde um set Sereno ¢ Ascyrso dogmatic, mas asus hitrilade como wm aot to B desse acontecimento que nos fala» hermeneutca exstenci] {quando fala na hist do ser.» partir dein que podermos com: Dreender os limites da interpreta e, a0 anes efapo, Bs cond foes da filosofis hermendutica que nos dias bases pare 3 hhermentutica filoséfica, em que aprendemos a escutar aquilo “que [para slém de ns, para slém do que queremos ¢ fazemos, acontece Porto Alege, janeiro de 1999, ERwitbo Sten, Sumério Aposntgt rr Rlrts Gre Notas nots 1 A Modernidde tra no Bas papel do Delo es romesss 2.0 Batado Demo de Dit a (desfuncinaidade do Dio ‘ox bacon represetados pl paradgn do modo model) de ‘Produ de Dro do paraiga eptersigco da Hono da 5: Aniosrecepe da vege ngs no model interpretative ‘igor to Bsa 31) Resin de pracgrs eopia ce 9 bento comm is doe ists come hortonte de eto du sogmatisjurticn 4 Dogme «esi jrdc: odo «0 nfo do enti comum ro otters do slat (aguante) do imagine dos uate, 5. A fetching do dscurso eo dscuro da ftihizago: dogmas, furs, cue use nerpetce dae BIA fetchzoto do Sacro jd eo btu Sali doe 52 O procs de r)predurio do serio ais «a baa ‘secant praia” ou de como grin ride sind no Spero o paradigms da foo de connie 58. O et npg ea nerd sete ou de esna 3 se tes oni ee tlrpased “ 532. Aslcuns (opis) do Dito 533.06 principio gern do Diet. 1534. As tants de erp hereniticsnormativa etlana c= ecru gs eyes 885. hemmentuticne dogs ide no Bras as diversas ‘heratissnerpretqt de canto wader 1 ” Bea yo a8 {6A flash lingusgem ode como tad como com" Clo” 1K pm feta de Aritlen 0 nanvent da metaisce £216 fing cminho sto sxulo X= connade dati ‘ean es ages 8 Duh dao daca em 7. Hamane-erde-Humbolt "pine" gt ingsinico - a fies {ndneriana do solo XIX» ngnge come neuro Somundo Saute oo (}ouiment da linge. Perce eeu projet emit = ‘Primiiade scan dade cercidade Os camino pars 9 inveto a Flt pl inguger ure singer ono shorn do und, 82.0 broke senaiopapmaice de Chas 3a 9. Aviron ing loi «9 rompimento com a metals 08 de Coming uma ori co gue sneer oa 51 tonatig e's vt ings cao contigo ‘ose par ovompimets com aslia dx enact 92. generat do gio ingisico 95, Nam verdade emp enem verdad ssl’ hemeniea ‘Smo oeablecinens dar congo do mundo 10. interpreta do Dirt nitro da vege giaen {1A sate hementutn Mose: rind cami prea Sond ais res 10128 Semin urn 1012 A hemenuts fests inmpovtin de Heidegger «Gada 1013. & hementuts arisen gadamenana 9 ea stata do Deo 1032 Hemet reece una quai sesmdia 103. Ahermnttesjrdico-fssfonso rompinent herent com 2Sothersincnorenvne ce Sep 1 Hermendate jaca (re caminhando na dso de novos ‘pardipmas oposite TIT Amademade seu legates 112 O labor ogni un nor) forma de viet do abu? 113 Dogten Hermentten A tarfn da ao) erties do Diets. 11.4 Hermentca rd a rlevan do beione de sent froporconsde els Costas prinapoiogin sas Keb pratense) pi wo 1° 158 1 Apresentagiio Lo LU STRECK faz 9 auténtic esa do Disit neste lives aque tenho a honra de apreseiar. Adela, fendmeno uridiconele SPpresenta como forg vive, come ui plano da reaidade social que Pbrieso mesmo se pode der que o rian da linguagem do Aur, Salta e livre, asim se manifesta porque referida 8 esa forge viva, pena de movimento ‘Muito se excreveu, e ainda se esreve, nesta sltima década do sécuo, a propSaito da cise do Diet, apreentada agors, definida. Thome ebobetudeenre non branlaror- ob foo arcu vale Air como cv do Per adc inogivel a exstinia dessa crise. No podemos deixar de apotny ldo, as evidenie Umar de queen pslar ct S200 Direto" nto 6, onginaiamente dele serio de que o produ, ‘Estado. Vivetnos, nests lima dads, sob dliberado procesto de niraqurcimento do atado, patrocinado pelos governs neoliberis {lobaizantes des Presidents Collor e Cardono. O Ename das pro- posta fristradas de reforma constituconal pretendidas pelo prime ove daquclas logradas pelo segundo evidenca » identdade de ‘Valores nos programas de um ede outro, Ors, btida a Iragiizagto Go Estado, todos ot seus prodtos passam a exibir au marcas dessa fraglizagéo.O Distt que imeditamente conhocemos © aplicamos, posto pelo Estado, dele dizemos ser "posto pelo Estado no apenas org seus lextor so escitos pelo Legislative, mas amb porgae shan noma so prods po judi ps Em segundo ugar, compre observar que a rgiizagso do Poder Judicdro Stende a interests bem marealos dos Exccalivos fortes, ue ae nultern de projelos deadabrados de wna aida transporgso, oj dos quadtos do privado para os do public, do individualism possessive, Perso pedermos airmar que se de om lado o capital. ‘ho jaro padece do temor da contestagao socal executives js MoiterosEaitres, Sb Paulo, Abe La dbl seasiacarain yl terreus el “owt menionado a bigeats civ por Lea sec ea tn Ce B no tem pejo de violar as Constitigdes ede violentar a exiggncias eharmonia entre os Poderes A America Latina tem sido prfusa e fenerozs em exemple ‘6 desconfortoprovocado por ess crise coloea 03 estudiosos do Direlt so o deaf do descobrimento de caminhos que conduzem producto de ustice material, mo tinimo a sma reticzagso do Dirt. Ek sex ri te ris ne a, pentane fando pela anaise da inguager,especaimenteda"viragem ings. tin da flosofa até alcanga,intessamente também, a temiica © { hermentatic figs, sue sbem o caminho para uma hetme- soutien juridia rte, no Boyo da qusl se poe ent dinamisme uma ‘auto erica do Dieta. e ‘Visualzada como procesto de produgSo de sentido, ain tagio apresent-seentdo como ponto de porida desde’0 qual nao pens aces ¢ fits, mas também se pote empreender a const {Eo de uma rondo emancipatirin para © Dscito.O Direte,notese etn, ¢ um dscuro constifutive na medida em que designa/atribai Significndos a ftose palavra, como mostra CARLOS CARCOVA ‘Aconcepgio da interprets de outa forma, toma quando a qualfico de aogratica Spenas a umn nova hermenéutics, masa um nove conjunto de pos. SBilldades de produ de justia materi ‘Da inportnca deste oro, Necsstamos de novas thas, vol- tadas reconstrugdo de conceltos, eters prncipos,ndispensé- ‘eis 8 muperagio da crise =o livro de LENIO LUl2 STRECK abre Caminhos que devem,necesatlamente, ser percoredes. "iradents,janeieo de 199 [Enos RonenTo Grav u ose aS Notas introdutérias [As prosentes reflexdes protendem discutir a crise do Dirito, do Estado € da dogmitin juries, un reflencs ra sociedad, Com feito, preparado/engendrado para o enfrentamento des confites Interindividuals,o Direito a dogmatic juridica (que o instrumen- tallza)ndo conseguom atender as especficidades das demandas or Bnadas de uma sociedade complexa e conflituoss (. E. Faria). O paradigma (modelo/modo de produgio de Diteto) iberal-indivi- Sualistienormativisia etd exgotao, O crescimento dos direitos tran Sindividuals e a crescents complexidade social (re)elamam novas posturas dos operadores juridices, Data necessidade de (re)iscutir as préticasdiscursivas/argu- ‘mentatvas dos juristas a partir do questionamento das suas condi shes de produgso, circulagdo e consumo. Isto porque, como diz Veron, “entve a ligbes de Marx, uma é mister nio abandonar: ele nos ensinow que, se se souber olhar bem, todo produto traz 0s tag0s do Sistema produtivo que 9 engendrou. Esses tragos Id est3o, mas m0 ‘ho vstos, por invisivels’. Uma certaandlise pode torn’ los visivels: ‘que conslte em postulat que a natuean de wn produto s6¢iteligtoel nt elas vegas socas de seu engendramento” ‘O enorme fosso existente entre o Direto © a sociedade, que € Inttuido e institute da/dessa crise de paradigm, retrata a inca- ppacidade historia da dogmdtia juridica (discurso oficial do Direito) fm lidar com a realidade socal. Afinal,o establishment jurileo-dog- miticobrasieio produz doutrna ejurisprudéncia para que po de ‘Pas? Para que e para quem o Divelt tem servido? ‘Esse hiato¢ a crise de paradigma do modelo liberal-individua- lista-normativista retrtam'a Incapacidade historca da dogmatica juridica em lidar com os problemas decorrentes de uma sociedad dispar como a nessa. Na Verdade, tais problemas sto deslocados no « palo discurso dogmatico, estabelecendo-se uma espécie de wanspa- réncia discursiva, Pode-se dizer, a partir das ligoes de A. Sercovich, ‘que-o discus dogmatico dominant € transparente porque as Se ‘quéncias discursivas remetem dicetamente realidad’, celta as wntos itn ma 18 condigies depron do sent do dscur, A eat fendmeno podemos ‘Tominaga iscurso ri, € ver, nraes do Se Gano dopnice ae pam w or Yotn coo sro umnrerenea sisi a codes scons gue a engndaycoa Saini condghodet fone oma propre nara Paree, pos, da premio de ge ae prices argumenttvas do jc, dn Bogen forica dav ccoan de Dito a0 ‘Sntubotncadas pelo que se pode denominer de sentido comm teorico dan js ou compo jaridico (Warat Sourdeu) © qual in ‘Srese no contented cre fo mee de Diet de cao ier nde Sida ane ers do modelo Gominante) de Dict (od mado de produgie de Dire) inte inettuide por uma otra crs, ge onominads/usbalhada como crs do poradgra osteoid isd conscinen, sind pre)dominante no mode fazer here ida no interior do camo rico vigorante ne Bras Into porque ts pret ermenéuteointerpretativas vigora- tes hegemonic no campo da operaconlidade elu a dou nae urapradenca sins esto preseediotomia seit ota, “preter lo tas sagem inguin cunt pragma ot lige oer onteporenentnt, nde a eagho paca ser tet ‘jst Dito de ot modo, nace ure bral,» inguagem finde tem um carter seen wna feces ue trp Intro sieo oat enfin ume eapeie de nsrument oy viele tor decasennso “crrte exgeses” dos txt eg ‘Dia necsidade da eorayso de uma een hermendutca Jura tational ainda (otements) seen no pri Iefhote da flofe da comssbnieatnves dom aporesaprosimst “or dase (worn gral do igifengi) © 8a hermenduten Hose om tse nade, pea qual horzonte do sentido € dado pela compreenet (leidepge) ener que poe ser compen” an stern i in ne eat ric) nga ‘Sipe gaa erie sane ses Ns i SS erence eget Sree SOTA se mbt pi lvoe care Seis wa Ee ‘etme esas apa parr o popes ws Stow Stas dre See atone or cone pata eum engi Se norman Sir gee ee tay Es dll ec re cane a ener er aoe Foe tity ere dt fate Ea oh 16 Ten at ido 6 linguagem (Gadamer), onde a linguagem nio € sinplesmente Shes: rote aes erature e onda sepa os Surgir o sentido, por aso, 0 processo de producto do sentido (daquilo que & sentdo/pensado) apreendido pelo sult) do discursojurkica, sua {frculagao e seu consumo, ndo podem ser guardados sob um herme: {ico segredo, como se sun holding fosse uma sbadia do medieve. Isto porque 0 que rege 0 processo de interprelagdo dos textos legals S20 Es suae condigoes de produgSo, as quals, devidamente difusas e ‘SeultaGdas"aparecem’ como se fossem provenientes de um “lugar Virtual’, ou de um “lugar fundamental” Ora, as palavras da let no ‘ho tnivocas;sfo, sim, plurivoces, questo que 6 proprio Kelsen ja dtectara de hi muito. Por sto, €necessario dizer que, pelo processo interpretativo, ndo decorrea descoberta do"univoco" ou do ‘correto™ sentido, mas, sim a pradugto de um sentido originado de um procsso de omprecnaio, onde sneto, a partir de uma sitacio hermendutea, fz tuna fusto de horizontes a portir de sua historiidade. N3o ha interprata- {0 Sem relagio social ‘Procurasse demonstrar,enfim, que a lel € o saber do Direito constituem im nivel de relagbes sitabolicas de poder (Warat). Con Sequentemente, visando a superar # crise de paradigm de dupa face antes delineada,faz-se necessivio um trabalho de interrogacao sobre © discurso juridico,vtlizando a let e-o saber contra eles mesmos, fazendo deles um lugar vazio, onde 0 sujeto necessariamente N30. sue (ou necessite ser) um transgressor, mas, sim, o protagonista que Tegitima a democracia (Warat) Buscendo apresentar um ferramental para a interpretagao do Direito, eleva nolar que o fio condutor destasreflexdes € metodo Fenomenologic, visto, a partir de Heidegger, como “interpretagao ‘ou hermendutica universal & dizer, como revisio critica dos temas ‘entraistranamitidos pela tradigio flosofic através da linguager ‘como destruigio ¢ revalvimento do chao lingtistico da metafis ‘eidental, mediante 0 qual € possivel descobrir um indisfargivel projeto de analiticn da lnguagem, mua imediata proximidade com a [Protis humana, como exist faticdade, onde linguagem ~ © 52m fido, a denotacso no €analisada num sistema fechado de relerén- clas, mas, sim, no plano da historicidade. Enquanto baseado no ‘metodo hermenduticorlingaistico, o texto procura nao se desligar de ‘rstncia concrete, nem da carga pré-ontologica que na existent jt ‘Vem sempre anteipada ran tano ve tin, Elda. A geste mf na ffi. Um stad models seseggons Foto Alogi, Movin, 3s pp 3008101 1. A Modernidade tardia no Brasil 0 papel do Direito e as promessas da modernidade ~ da necessidade de uma critica da razdo cinica no Brasil No momento que o mundo é varrido por uma fustigante onda neoliberal, & inexorével que a questio da funcio do Estado e do Direit ej (re)ecutid, assim como as condicbes de possibilidades da reaizacio da democracia e dos direitos fundamentais em paises recentemente sados de regimes autoritéris,carentes, ainda, de uma Segunda transgio (Guillermo O'Donnell) O (dominante) discireo ‘neoliberal atzavessado/impulsionado pelo fendmeno da democra Gla delogativat adjudicr sonidos em nosso cotidiano,tentando con- Vencer-nos de que a modernidade acabov. Pois &justamente neste Contexto que estas reflexdes se inserem, buscando a construczo de tum discurso que abordecrticamente o papel do Dielto, do discurso jurico ea justificagao do poder oficial por meto do discurso jr 0 em face da problemstica da relagie: Direito-Estado-Dogmatica Juries Pata as elites brasileiras, a modemidade acabou. Tudo isto pa- rece estranho © 20 mesmo tempo paradoxal. A modernidade nos Tegou 0 Fstado, o Direito eas instituigdes. Rompendo com o med vo, © Estado Moderno surge como um avango. Em um prime & Segundo Donel tanto de rps aloes par goveos dete Insgoes democrats eo slo de pverno das prsienes eine cn vane Iminents de regresso ao autour, é dle avangar pare conslidoko ate ected eemer Science eat gemartan, Seine craererysiaaierrncnsuaze te m ecitan tate St aca oat Eeciratss mgr craaiopratc

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