Você está na página 1de 29
2162 MINISTERIO DA ADMINISTRAGAO INTERNA Decreto-Lei n.° 114/94 do 3 de Malo © Cédigo da Estrada de 1954 ¢ o seu regulamento geral eram, ao tempo da sua entrada em vigor, diplo- mas tecnicamente correctos, coerentes, bem redigidos € bem sistematizados. A evolucao do préprio transito trouxe, porém, con- sigo, e sempre em medida crescente, a necessidade de proceder a intmeras alteragdes naqueles textos, ou de 0s completar, conduzindo a uma situagdo em que 0 Cé- digo convivia com uma consideravel legislacdo avulsa € com vasta regulamentacao, nem sempre com ele fa- cilmente compagindveis, tornando insegura ¢ dificil a interpretacdo do normativo vigente. Tornava-se, portanto, necessério proceder a sua re~ forma ¢ para tanto se langou um processo de estudo amplamente participado por todas as entidades, publi- cas ou privadas, que, por estarem ligadas de um modo particular ao transito nas vias piblicas, podiam, como vieram a fazer, dar aos trabalhos preparatérios contri- butos decisivos. Com a aprovacdo do presente Cédigo pretende-se, fundamentalmente, uma actualizacao das regras juri- dicas aplicdveis ao transito nas vias piblicas, sem pro- ceder a uma alterasdo radical, que ndo se mostra nem necesséria, nem conveniente, nem, porventura, possvel, E bem certo que, na perspectiva da seguranga rodo- vidria, a referida evolugdo do transito impde, de um modo geral, maior preciso e rigor nas regras de com- Portamento nas vias puiblicas, a fim de, por esse modo, contrabalancar os maiores perigos que a evolucao das condicdes do transito trazem consigo. Todavia, é importante salientar que, nos seus esteios fundamentais, a regulamentacdo do transit permanece estavel e, por outro lado, no atinente aos aspectos que mais directa ¢ sensivelmente sofreram o embate da acentuada mutagdo das condigées fisicas e técnicas do transito, foi-se procedendo a alteracdo da regulamen- tacdo vigente ‘Além de introduzir as inovacdes necessérias, havia, or isso, sobretudo, que proceder A estratificagdo dessa paulatina evolugdo da regulamentardo do transito, pro- curando conseguir a sua integracdo num quadro siste- matico tanto quanto possivel estavel, harménico ¢ coe- rente ¢ langando, dessa forma, bases sdlidas para a sua evolueao futura. Foi com essa perspectiva que se equacionou e pro- curou resolver a complexa questo das fontes formais das regras de transito. © transito comegou por ser objecto de normas de nivel regulamentar ¢ s6 em 1928 veio a ser objecto de legislagdo, a que, por uso a que nao serd facil reagir, se chamou, entre nds, Cédigo da Estrada. Como, desde que essa opsdo foi assumida, sempre repugnou a in- clusdéo no mesmo diploma de toda a regulamentacao geral do transito, conviveram com o Cédigo, num equi- librio sempre discutivel e bastante instavel, um extenso € complexo regulamento geral do transito e uma plu- ralidade de regulamentos avulsos. ‘Aceitando a separacdo — até para evitar o mal, ainda maior, que consiste num regulamento com forma legislativa —, procurou-se a tinica solugdo plausivel: a DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A N.° 102 ~ 3-5-1994 de verter no Cédigo apenas as regras juridicas funda- ‘mentais que, interessando a generalidade das pessoas, Poucas perspectivas de evolucao futura apresentem ¢ relegar para regulamento as questdes que interessem so- bretudo 4 actividade administrativa, relativas & elabo- ragdo de registos © a emissdo de certos documentos, ou a construcao dos veiculos, bem como aquelas cuja indole pormenorizada ou iminentemente técnica fagam esperar a sua instabilidade futura. ‘Assim: No uso da autorizacao legislativa conferida pelo ar- tigo 1.° da Lei n.° 63/93, de 21 de Agosto, e nos ter- ‘mos das alineas a) e b) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituigao, 0 Governo decreta 0 seguinte: Artigo 1.° E aprovado o Cédigo da Estrada, cujo texto se publica em anexo ao presente decreto-lei e dele € parte integrante, Art. 2.° E revogado 0 Cédigo da Estrada aprovado pelo Decreto-Lei n.° 39 672, de 20 de Maio de 1954, bem como a respectiva legislago complementar que se encontre em oposi¢ao as disposigdes do Cédigo ora aprovado. Art. 3.° Consideram-se efectuadas para as corres- pondentes disposi¢des do Cédigo da Estrada ora apro- vado as remissdes, constantes de lei ou de regulamento, para o Cédigo da Estrada aprovado pelo Decreto-Lei n.° 39 672, de 20 de Maio de 1954. Art. 4.° — 1 — A partir da entrada em vigor do pre- sente diploma, serd assegurada a existéncia de um re- gisto individual dos condutores, organizado em sistema informatico, com contetido fixado por diploma proprio. 2—O registo a que se reporta o numero anterior abrangerd as sentencas judiciais, as sangdes de interdi- go © as sangdes acessdrias de’inibigdo de conduzi sendo cada informacdo parcelar cancelada apés o de- curso de trés anos sobre a data em que terminar a sua execugao. 3 —O registo referido neste artigo englobard a in- formagdo relativa a todas as infracgdes ao Cédigo da Estrada em vigor praticadas ha menos de trés anos. Art. 5.° — 1 — No Ambito da fiscalizagio da con- dugdo sob influéncia do alcool, serao observadas as dis- posigdes seguintes: @) Para efeitos da aplicaco do disposto no Cé- igo da Estrada ora aprovado, a conversio dos valores do teor de dlcool no ar expirado (TAE) em teor do alcool no sangue (TAS) é baseada no principio de que 1 mg de alcool por litro de ar expirado é equivalente a 2,3 g de alcool por litro de sangue; b) Quando seja detectado, por anélise qualitativa, um teor de alcool no sangue superior aos limi: tes legalmente estabelecidos, 0 agente da auto- ridade notificara o presumivel infractor para se submeter a andlise quantitativa, no prazo de duas horas, em local especificado na notif cacao; ©) Se as circunstancias advenientes da imobiliza- do do veiculo originarem a impossibilidade de deslocagao do presumivel infractor, 0 agente da autoridade asseguraré os meios necessdrios a0 cumprimento da notificagao, acompanhando-o ou disponibilizando meio de transporte. 2 —Os encargos advenientes da aplicagdo da ali- nea c) do nimero anterior sao suportados pelo infrac- N.2 102 — 3-5-1994 tor nos termos a definir por despacho do Ministro da ‘Administragao Interna. Art, 6.° — 1 — A competéncia para a execucéo do presente Cédigo, para a sinalizagao das vias e para 0 ordenamento e fiscalizagdo do transito é objecto de di ploma proprio. 2.—Os regulamentos previstos_nos artigos 28.°, $5.9, 121.9, 0. 3e 4, 123.° a 127.° € 130.° do Co- digo da Estrada sio aprovados por decreto regula. mentar. 3 — Os regulamentos previstos nos artigos 6.°, 10.° 57.9, 58.°, 61.°, 80.°, 83.°, 118.°, 120.° € 121.°, n.° 5, do Cédigo da Estrada so aprovados por portaria do Ministro da Administragéo Interna. 4 — Os regulamentos previstos no artigo 9.° do Cé- digo da Estrada so aprovados por portaria conjunta dos Ministros da Administracao Interna ¢ das Obras, Pailicas, Transportes ¢ Comunicasdes. 5 — Os regulamentos previstos no artigo 153.° do Cédigo da Estrada sio aprovados por portaria conjunta dos Ministros da Administragdo Interna ¢ da Industria e Energia. Art, 7.9 Até que entrem em vigor as normas regu- lamentares necessadrias para execucdo do Cédigo da Es- trada ora aprovado serdo aplicaveis as disposigées vi- gentes, na medida em que ndo contrariem 0 que nele se dispoe. Art. 8.° Os artigos 1.° a 3.° do presente diploma entrarao em vigor no dia 1 de Outubro de 1994. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 10 de Fevereiro de 1994. — Anibal Anténio Cavaco Silva — Manuel Dias Loureiro — Eduardo de Almeida Catroga — Luis Francisco Valente de Oliveira — Alvaro José Brithante Laborinho Lucio — Luis Fer- nando Mira Amaral — Joaquim Martins Ferreira do Amaral — Adalberto Paulo da Fonseca Mendo — Luis ‘Manuel Goncalves Marques Mendes. Promulgado em 16 de Margo de 1994. Publique-se. © Presidente da Repiiblica, MARIO SOARES. Referendado em 18 de Margo de 1994. © Primeiro-Ministro, Anibal Antonio Cavaco Silva. CODIGO DA ESTRADA TITULO I Disposigdes gerais CAPITULO I Principios gerais Artigo 1.8 Ambito ¢ aplicagio 1 —0 disposto no presente Codigo é aplicavel a0 trénsito nas vias do dominio piblico do Estado, das Regides Auténomas ¢ das autarquias locais. DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A 2163 2 —O disposto no presente diploma ¢ também apli- cavel nas vias do dominio privado, quando abertas a0 trnsito publico, em tudo 0 que nao estiver especial- mente regulado por acordo celebrado com os respecti- vos proprietarios. Artigo 2.° Liberdade de trtnsito Nas vias a que se refere o artigo anterior ¢ livre a circulag20, com as restrigées constantes do presente Co- digo legislagdo complementar: Antigo 3.° Dever ¢ diligéncia ‘As pessoas devem abster-se de actos que impecam ‘ou embaracem 0 transito ou comprometam a seguranga ou comodidade dos utentes das vias. Artigo 4.° Ordens das autoridades 1 — 0 utente da via deve obedecer as ordens legiti- mas das autoridades competentes para fiscalizar o tran- sito e dos respectivos agentes, desde que devidamente identificados como tais. 2— Quem infringir o disposto no namero anterior sera punido com coima de 15 000$ a 75 0008. Artigo 5.° si 1 — As vias pablicas devem ser convenientemente si- nalizadas nos pontos em que o transito ou 0 estacio- namento estejam vedados ou sujeitos a restrigdes, onde existam obsticulos, curvas encobertas ou passagens de nivel e, bem assim, cruzamentos, entroncamentos ou foutras ‘circunstancias que imponham aos condutores precaugées especiais 2 — Os obstéculos eventuais devem ser sinalizados por aquele que lhes der causa, por forma bem visivel € a uma distancia que permita aos demais utentes da via tomar as precaugdes necessérias para evitar aci- dentes. 3 — Nao podem ser colocados nas vias piblicas ou nas suas proximidades quadros, painéis, antincios, car tazes, focos luminosos, inscrigdes ou outros meios de publicidade que possam confundir-se com os sinais de {ransito ou prejudicar a sua visibilidade ou reconheci- ‘mento ou a visibilidade nas curvas, cruzamentos ou en- troncamentos. 4— Quem infringir © disposto nos n.°* 2 ¢ 3 sera punido com coima de 15 000$ a 75 0008. Artigo 6.° Sinais 1 — 05 sinais de transito so fixados em regulamento onde, de harmonia com as convengées internacionais em vigor, se especificardo a forma, a cor, o desenho € 0 significado dos sinais, as suas dimensdes ¢ os seus sistemas de colocagao. 2164 — As indicagdes escritas dos sinais so expressas em portugués, salvo o que resulte das convengoes in- ternacionais. Artigo 7.° Hierarquia entre preserigdes 1 — As prescrigdes resultantes dos sinais prevalecem sobre as regras gerais de transito. 2 — A hierarquia entre as prescrigdes resultantes da sinalizacéo € a seguinte: 1.° Prescrigdes resultantes de sinalizagao tempo- réria que modifique 0 regime normal de utili- zasdo da via; 2.° Prescrigdes resultantes dos sinais luminosos; 3.° Prescrigdes resultantes dos sinais grAficos ver- ticais; 4.° Prescrigdes resultantes dos sinais gréficos mar- cados no pavimento. 3 — As ordens dos agentes reguladores do transito Prevalecem sobre as prescri¢des resultantes dos sinais € sobre as regras de transito. CAPITULO II Restrigdes & circulagio Artigo 8.° Realizagio de obras ¢ ullizapio das vias piblicas para fins especias 1 — A realizacdo de obras nas vias puiblicas ¢ a sua utilizagdo para a realizacdo de actividades de cardcter desportivo, festivo ou outras que possam afectar 0 trén- sito normal s6 € permitida desde que autorizada pelas entidades competentes. 2 — Quem infringir 0 disposto no ntimero anterior sera punido com coima de 25 000$ a 100 000$. 3 — Os organizadores de manifestacdo desportiva en- voivendo veiculos automéveis em violagao do disposto no n.° 1 sero punidos com coima de 150 000$ a ‘500 0008, actescida de 25 0008 por cada um dos con- dutores participantes ou concorrentes, até ao limite de 250 0008. 4 — Os organizadores de manifestacdo desportiva en- volvendo veiculos de natureza diversa da referida no ‘iimero anterior em violacdo do disposto no n.° 1 se- 40 punidos com coima de 75 0008 a 375 000$, acres- cida de 75008 por cada um dos condutores participan- tes ou concorrentes, até ao limite de 75 0008. Artigo 9.° Saspensio ou condicionamento do trinsito 1 — A suspensdo ou condicionamento do transito s6 poderdo ser ordenados por motivos de seguranga, de ‘emergéncia grave ou de obras ou com o fim de prover & conservacao dos pavimentos, instalagdes e obras de arte e poderdo respeitar apenas a parte da via ou a vei- culos de certa espécie, peso ou dimensdes. 2. — A suspensdo ou condicionamento de transito po- derao, ainda, ser ordenados sempre que exista motivo justificado e desde que fiquem devidamente assegura- das as comunicagdes entre os locais servidos pela via, DIARIO DA REPUBLICA — 1 SERIE-A N° 102 — 3-5-1994 3 — Salvo casos de emergéncia grave ou de obras ur- ‘gentes, 0 condicionamento ou suspensao do transito se- To publicitados com a antecedéncia estabelecida em re- gulamento. Artigo 10.° Profbisto temporiria da clreulacko de certos veiculos 1 — Sempre que ocorram citcunstincias anormais de tréfego, pode proibir-se temporariamente, por regula- mento, a circulacdo de certas espécies de veiculos ou de veiculos que transportem certas mercadorias. 2— A proibigdo referida no nimero anterior ser4 precedida de divulgacao através da comunicagao social ou da distribuigdo de folhetos nas zonas afectadas, afi- xagéo de painéis de informac4o ou outro meio ‘ade- quado. 3 — Quem conduzir veiculos em violacdo da proibi- g40 prevista no n.° 1 seré punido com coima de 25 000$ a 125 000$, sendo os veiculos impedidos de Prosseguir a sua marcha até findar 0 periodo em que T{TULO II Do trénsito de veiculos @ animais CAPITULO I Disposigées comuns SeccAo 1 ogres guris Artigo 11.° Condusto de veleulos ¢ animals | — Todo 0 veiculo ou animal que circule na via pi- blica deve ter um condutor, salvo as excepees previs- tas neste Cédigo. 2 — Quem infringir 0 disposto no nimero anterior seré punido com coima de 5000S a 25 000S. Artigo 12.° Inelo de marche 1 — Os condutores néo podem iniciar ou retomar a ‘marcha sem adoptar as precaugdes necessérias para evi- tar riscos de acidente e, nomeadamente, sem assinalar a sua intengdo com a antecedéncia que as circunstan- cias aconselharem. 2 — Quem infringir 0 disposto no niimero anterior serd punido com coima de 10 000$ a 50 00S. Artigo 13.° Posigto de marcha 1 —O transito de veiculos deve fazer-se pelo lado direito da faixa de rodagem e 0 mais proximo possivel das bermas e passeios, conservando destes uma distan- cia que permita evitar acidentes. N.° 102 — 3-5-1994 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A 2165 2 — Quando necessario, pode ser utilizado o lado e querdo da faixa de rodagem para ultrapassar ou mu- dar de direcgio. 3. — Quem infringir o disposto no n.° I seré punido com coima de 10 0008 a 50 000S. Artigo 14.° Vias diferenciadas de trinsito 1 — Sempre que, no mesmo sentido, sejam possiveis duas ou mais filas de transito, este deve fazer-se pela via mais a direita, podendo, no entanto, utilizar-se uma das outras se nao houver lugar nas filas mais a direita , bem assim, para ultrapassar ou mudar de direccdo. 2-— Dentro das localidades, os condutores devem utilizar a via de trnsito mais conveniente ao seu des- tino, s6 thes sendo permitida a mudanca de via para efectuar manobras de mudanga de direcgdo, ultrapas- sagem, paragem ou estacionamento, tomando as devi- das precaugdes. 3 — Quem infringir 0 disposto nos nimeros anterio- res seré punido com coima de 10 0008 a 50 0008. Artigo 15.° ‘Trinsito em fas paraelas 1 — Quando, na mesma faixa de rodagem, sejam possiveis duas ou mais filas de trénsito no mesmo sen- tido ¢ a densidade do tréfego seja tal que os veiculos cocupem toda a parte destinada ao seu sentido de mar- cha, movendo-se a uma velocidade condicionada pela dos veiculos que os precede, os condutores nao po- dem sair da respectiva via para uma via mais a direita sendo para mudar de direcedo, parar ou estacionar ou imediatamente apés a ultrapassagem de veiculo sem motor. 2 — Quem infringir 0 disposto no mimero anterior seré punido com coima de 20 000$ a 100 0008. Artigo 16.° Prasas, cruzamentos ¢ entroncamentos 1 — Salvo sinalizagdo especial, nas pragas, cruzamen- tos ou entroncamentos 0 transito far-se-4 por forma a dar a esquerda a parte central dos mesmos ou as pla- cas, postos ou dispositivos semelhantes neles existen- tes, desde que se encontrem no eixo da via de que pro- cedem os veiculos. 2 — Quem infringir 0 disposto no niimero anterior seré punido com coima de 10 000$ a 50 0008. Artigo 17.° Bermas € passelos 1 — Os veiculos podem atravessar bermas ¢ passeios desde que 0 acesso aos prédios o exija, salvo as excep- ‘ges previstas em regulamento. 2 — Quem infringir 0 disposto no mimero anterior seré punido com coima de $000$ a 25 000S. Artigo 18.° Disthncia entre os vefeulos 1—0 condutor de um veiculo em marcha deve manter entre o seu veiculo e 0 veiculo que o precede a distancia suficiente para evitar acidentes em caso de stibita paragem ou diminuigéo de velocidade deste. 2—O condutor de um’ veiculo em marcha deve manter distdncia lateral suficiente para evitar aciden- tes entre o seu veiculo ¢ os veiculos que transitam na mesma faixa de rodagem, no mesmo sentido ou em sentidos opostos. 3 — Quem infringir o disposto nos nimeros anterio- res seré punido com coima de 10 000$ a 50 00S. Artigo 19.° Veiculos de transporte colectivo de passageiros 1 — Nas localidades, os condutores devem abrandar a sua marcha ¢, se necessario, parar, sempre que os veiculos de transporte colectivo de passageiros retomem a marcha & saida dos locais de paragem. 2 — Os condutores de veiculos de transporte colec- tivo de passageiros ndo podem, em caso algum, reto- mar a marcha sem tomar as precaugdes necessérias para evitar riscos de acidente e, nomeadamente, sem assi- nalar com a devida antecedéncia a sua intengao, utili zando os sinais indicadores de mudanca de direcgao. 3 — Quem infringir 0 disposto nos numeros anterio- res seré punido com coima de 10 000$ a 50 0008. SECgAO II ‘Sinais dos. condutores, Artigo 20.° ‘Sinaltzasio de manobras 1 — Quando o condutor pretender reduzir a veloci- dade, parar ou efectuar manobra que implique a des- locagao do veiculo em sentido diferente do da marcha, designadamente mudanga de direcco ou de via de tran- sito, ultrapassagem ou inverséo do sentido de marcha, deve anunciar com a necesséria antecedéncia a sua in- tengo aos demais utentes da via, através do corres- pondente sinal. 2—O sinal deve manter-se enquanto se efectua a manobra ¢ cessar logo que ela esteja concluida, 3 — Quem infringir o disposto nos nimeros anterio- res seré punido com coima de 10 000$ a SO 0005. Artigo 21.° 1 —E proibida a utilizagdo de sinais sonoros, ex- cepto: a) Em caso de perigo iminente; ) Fora das localidades, para prevenir um condu- tor da intengao de o ultrapassar e, bem assim, nas curvas, cruzamentos, entroncamentos ¢ lombas de visibilidade reduzida. 2 —Os sinais sonoros devem ser breves 3 — Quem infringir o disposto nos n.°* 1 e 2 serd punido com coima de S000$ a 25 000$. Artigo 22.° Sinais tuminoros 1 — Quando os veiculos transitarem fora das locali- dades com as luzes acesas por insuficiéncia de visibili- dade, os sinais sonoros poderdo ser substituidos por si- nais luminosos, nas seguintes condicdes: a) Em locais bem iluminados, pela utilizagao in- termitente das luzes; b) Nos restantes casos, alternando os maximos com os médios, mas sempre sem provocar en- candeamento, 2 — Dentro das localidades, durante a noite, & obri- gatoria a substituicao dos sinais sonoros pelos sinais luminosos. 3 — Quem infringir 0 disposto no mimero anterior seré punido com coima de $000$ a 25 0005. Artigo 23.° Visibilldede reduzida ou Insuficiente Para os efeitos deste Cédigo € seus regulamentos, entende-se por reduzida ou insuficiente a ‘em qualquer ponto de uma via sempre que nao se aviste a faixa de rodagem em toda a sua largura numa ex- tenso de, pelo menos, 50 m. ScgAo IIL Velocidade Artigo 24.° Principios gerais 1 — O condutor deve regular a velocidade de modo que, atendendo as caracteristicas e estado da via e do veiculo, & carga transportada, as condicdes atmosféri- cas, & intensidade do trdfego e a quaisquer outras cunstancias relevantes, possa, em condigdes de segu- Tanga, executar as manobras cuja necessidade seja de prever e, especialmente, fazer parar 0 veiculo no es- aco livre € visivel A sua frente. 2 — Salvo em caso de perigo iminente, o condutor nao deve diminuir subitamente a velocidade do veiculo sem previamente se certificar de que dai ndo resulta pe- Tigo para 0s outros utentes da via, nomeadamente para 08 condutores dos veiculos que o sigam. 3 — Quem infringir 0 disposto no nimero anterior seré punido com coima de 10 000$ a 50 0008. Antigo 25.° Velocidade moderada 1 — A velocidade deve ser especialmente moderada: @) A aproximacio de passagens assinaladas na faixa de rodagem para a travessia de pedes; DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A 5) A aproximagao de escolas, hospitais, creches ¢ estabelecimentos similares, quando devidamente sinalizados; ©) Nas localidades ou vias marginadas por edifi- cagoes; @) A aproximagao de aglomeragdes de pessoas ou anim: e) Nas descidas de inclinagao acentuada; A) Nas curvas, cruzamentos, entroncamentos ¢ lombas de estrada de visibilidade reduzida; 8) Nas pontes, tiineis e passagens de nivel; A) Nos trogos de via em mau estado de conserva- 40, molhados, enlameados ou que oferecam recarias condigdes de aderéncia ou visibilidade; i) Na presenga de um sinal de perigo. 2 — Quem infringir o disposto no numero anterior serd punido com coima de 10 000$ a 50 0008. Artigo 26.° Marcha lenta 1 — Os condutores nao devem transitar em marcha cuja lentidao cause embarago injustificado aos restan- tes utentes da via, 2 — Quem infringir o disposto no nimero anterior ser punido com coima de 5 000$ a 25 0008 Artigo 27.° Limites gerais de velocidade instantines 1— Sem prejuizo do disposto nos artigos 24.° 2.°, os condutores no podem exceder as seguintes ve- locidades instantaneas (em quilémetros/hora): Cietomorores wo | - 6 Motecicon Simptes so | 120 | 1 | 90 De tlindrada supe | ‘ior a 30 cm om crc late de tn rod ou com reboqve | 30 | 100 | 80 | 70 De clindrada. nip ‘superior a $0 cm’, ae tes odes 0 am reboave | 40 wo | 6 Automévesligeirs | | De passagcirs emis ‘es sem reboque| 50 | 20 | 100 | 90 Com reboque | 30 | 100 | ‘so | 30 De mersadorias: sem reboase| 30 | 0 | 90 | 80 Com revoaue | 30 | ‘30 | am | 4 Automéveis pesados: De passagiros so | » | » | De merendoris ¢ ‘nists so | 0 | 0 | w Tractores aricolas | 30 i | N.2 102 ~ 3-5-1994 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A 2167 2.— Sem prejuizo do disposto no artigo 26.°, nas auto-estradas os condutores ndo podem transitar a ve- locidade instantdnea inferior a 40 km/hora. 3 — Quem conduzir a velocidade que exceda até 30 km/hora, entre 30 km/hora e 50 km/hora ou mais de 50 km/hora os limites de velocidades maximos es- tabelecidos no n.° 1 sera punido com coima de 10 0005 a 50.0008, de 20 000$ a 100 000$ ou de 40 0005 a 200 0005, respectivamente. 4 — Quem conduzir injustificadamente a velocidade inferior ao limite estabelecido no n.° 2 sera punido com coima de 10 0008 a 50 0008. Artigo 28.° Limites especial de velocidade instantinen 1 — Sempre que a intensidade do transito ou as ca- racteristicas deste ou das vias 0 imponham podem ser fixados: 4) Limites minimos de velocidade instanténea ¢, bem assim, limites méximos diferentes dos es- tabelecidos no n.° 1 do artigo anterior para cer- tas vias ou trogos de vias; b) Limites maximos diferentes dos estabelecidos no n,° I do artigo anterior para vigorar em certas vias ou regides e periodos. 2 — Os limites referidos no nimero anterior devem ser sinalizados ou, se temporarios e no sendo possi- vel a sinalizacdo, divulgados pelos meios de comuni- cago social, afixacao de painéis de informagao ou ou- tro meio adequado. 3 — E aplicavel s infracgdes aos limites estabeleci- dos nos termos deste artigo o disposto nos n.*3¢ 4 do artigo anterior. 4 — A circulagdo de veiculos automéveis na via pi- blica podera ser condicionada a incorporagao de dis- positives de limitagao de velocidade, em termos a de- finir por regulamento. ECCAO IV Priordade de pessagom SUBSECGAO 1 Principio geal Artigo 29.° Principlo geral 1 —O condutor sobre o qual recaia 0 dever de ce- der a passagem deve abrandar a marcha, se necessério parar e, em caso de cruzamento de veiculos, recuar, por forma a permitir a passagem de outro condutor sem alteragao da velocidade ou direcgao deste. 2 —O condutor com prioridade de passagem deve observar as cautelas necessarias a seguranca do transito. 3 — Quem infringir 0 disposto neste artigo sera pu- nido com coima de 20 000$ a 100 0008S. SUBSECGAO It Pragas, cruzamentos 0 entroncamentos Artigo 30.° Regra geral 1 — Nas pracas, cruzamentos ¢ entroncamentos 0 condutor deve ceder a passagem aos condutores que se apresentem pela direita. 2 — Quem infringir 0 disposto no nimero anterior sera punido com coima de 20 000$ a 100 0008. Artigo 31.° Priotidade dos condutores de vefculos ‘que transitem em certas Vlas ou r0s0s 1 — Deve sempre ceder a passagem 0 condutor: 4) Que saia de um parque de estacionamento, de uuma zona de abastecimento de combustivel ou de qualquer prédio ou caminho particular; }) Que entre numa auto-estrada ou numa via re- servada ao transito de automéveis, desde que devidamente sinalizada, pelos respectivos ramais de acesso; ©) Que entre numa rotunda com transite giratério, 2—Todo 0 condutor ¢ obrigado a ceder a passa- gem aos veiculos que saiam de uma passagem de nivel. 3 — Quem infringir 0 disposto nos mimeros anterio- res serd punido com coima de 20 0008 a 100 0008, salvo se se tratar do disposto na alinea b) do n.° 1, caso em. que a coima serd de 40 0008 a 200 0008. Artigo 32.° Prloridade dos condutores de certos velculos — Sem prejuizo do disposto no n.° 1 do artigo an- terior, os condutores devem ceder a passagem as colu- nas militares ou militarizadas. 2—As colunas a que se refere o mimero anterior devem adoptar as medidas necessérias para nao emba- ragar 0 trdnsito ¢ para prevenir acidentes. 3 —O condutor de um velocipede, de um veiculo de tracglo animal ou de animais deve ceder a passagem aos condutores de veiculos automéveis ou ciclomoto- es, a ndo ser que estes saiam dos locais referidos na alinea a) do n.° 1 do artigo anterior. 4— Quem infringir 0 disposto nos nimeros anterio- res seré punido com coima de 20 000 a 100 0008. SUBSECGAO IIL Cruzamento de veiculos Artigo 33.° Impossbitidade de cruzamento 1 — Se nao for possivel o cruzamento entre dois vei- culos que transitem em sentidos opostos, deve observar- “se © Seguinte: @) Quando a faixa de rodagem se encontrar par cialmente obstruida, deve ceder a passagem 0 2168 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A N.? 102 ~ 3-5-1994 condutor que tiver de utilizar a parte esquerda SUBSECCAO II da faixa de rodagem para contornar o obstd- culo; Ultrapassagem 6) Quando a faixa de rodagem for demasiada- ° mente esteita ou se encontrar obstruida de am- Artigo 36. bos os lados, deve ceder a passagem 0 condu- Regn gent tor do veiculo que chegou depois a0 troso ou, se se tratar de via de forte inclinagéo, 0 con- dutor do veiculo que desce. 2 — Se for necessério efectuar uma manobra de mar- cha atrés, deve recuar 0 condutor do veiculo que esti- ver mais préximo do local em que o cruzamento seja possivel ou, se as distancias forem idénticas, os con- dutores: 4) De veiculos ligeiros, perante veiculos pesados; b) De veiculos pesados de mercadorias, perante veiculos pesados de passageiros; ©) De qualquer veiculo, perante um conjunto de veiculos: @ Perante veiculos da mesma categoria, aquele que for a subir, salvo se for manifestamente mais facil a manobra para o condutor do vei- culo que desce. 3 — Quem infringir 0 disposto nos nimeros anterio- res seré punido com coima de 10 000$ a 50 0008, Artigo 34.° ‘Velculos de grandes dimensdes I — Sempre que a largura livre da faixa de rodagem, © perfil transversal ou 0 estado de conservacdo da via ndo permitam que o cruzamento se faga com a neces- séria seguranga, os condutores de veiculos ou conjunto de veiculos de largura superior a 2 m ou cujo compri- mento, incluindo a carga, exceda 8 m devem abrandar © parar se necessério a fim de o facilitar. 2 — Quem infringir 0 disposto no mimero anterior seré punido com coima de 5000S a 25 000. SECCAO V De algunas. manobres om especial SUBSECGAO 1 Principio geal Artigo 35.° Principio geral 1 — 0 condutor s6 pode efectuar as manobras de ultrapassagem, mudanca de direc¢o, inversao do sen- tido de marcha e marcha atrés em local e por forma que da sua realizacdo no resulte perigo ou embaraco para 0 transito. 2— Quem infringir o disposto no nimero anterior sera punido com coima de 20 000$ a 100 000s. 1—A ultrapassagem deve fazer-se pela esquerda 2 — Quem infringir 0 disposto no mimero ant serd punido com coima de 20 0008 a 100 000$ Aatigo 37.° Excepgses 1 — Deve fazer-se pela direita a ultrapassagem de veiculos ou animais cujo condutor, assinalando de damente a sua intengio, pretenda mudar de direceao para a esquerda ou, numa via de sentido nico, parar ou estacionar esquerda, desde que, em qualquer caso, tenha deixado livre a parte mais a direita da faixa de rodagem. 2 — Pode fazer-se pela direita a ultrapassagem de veiculos que transitem sobre carris desde que estes ndo utilizem esse lado da faixa de rodagem e: 4@) Nao estejam parados para a entrada ou saida de passageiros; ) Estando parados para a entrada ou saida de passageiros, exista placa de refiigio para pedes. 3 — Quem infringir 0 disposto no n.° 1 seré punido com coima de 20 0008 a 100 0008. Attigo 38.° Realizasto da manobra 1 —0 condutor de veiculos no deve iniciar a ul- trapassagem sem se certificar de que a pode realizar sem perigo de colidir com veiculo que transite no mesmo sentido ou em sentido contrario. 2 —O condutor deve, especialmente, certificar-se de que: @) A faixa de rodagem se encontra livre na exten so ¢ largura necessdrias a realizagio da ma nobra com seguranca; b) Pode retomar a dire les que ai transitam; ©) Nenhum condutor que siga no mesmo sentido € na mesma via ou, se na faixa de rodagem existirem duas ou mais vias afectas ao seu sen- tido de circulagdo, na via imediatamente a sua esquerda iniciou a manobra de ultrapassagem relativamente a ele; 4) O condutor que o antecede na mesma via nao assinalou a intengao de ultrapassar um terceiro veiculo ou de contornar um obstaculo. sem perigo para aque- 3 —O condutor deve retomar a direita logo que con- clua a manobra. 4 — Quem infringir 0 disposto nos niimeros anterio- res seré punido com coima de 20 0008 a 100 0008.

Você também pode gostar