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Suínos

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína - ABIPECS, no País existem cerca de 200 frigoríficos, responsáveis pelo abate de 36
milhões de suínos em 2005. Nos últimos anos, o melhoramento genético proporcionou avanços de produtividade. O ciclo de vida caiu de 179 para 150 dias nas últimas décadas.
Paralelamente, o peso de abate evoluiu de 94 para 110 kg, com uma conversão de ração de 3,6 para 2,9 kg. Com isto, atualmente há um menor teor de gordura na carne, sendo
que o percentual que mede a carne por carcaça nos últimos anos cresceu de 46% para 56%. O Brasil é o quarto maior exportador mundial de carne suína. O avanço das
exportações se deu principalmente em mercados na Europa Oriental, com destaque para a Rússia, gerando uma forte dependência daquele mercado. Em 2005, as exportações de
suíno apresentaram excelente desempenho: 625 mil t equivalente a uma receita cambial de US$ 1,168 bilhão, representando incremento de 22,6% e 50,3%, respectivamente. Em
igual sentido, o consumo interno também apresentou desempenho positivo, tendo alcançado, segundo informações preliminares da Abipecs acréscimo de 5% ao atingir cerca de
2.282 mil t. As perspectivas para o setor para 2006 não são favoráveis, em função do alastramento do mal da febre aftosa no Mato Grosso do Sul, na região Sul do País e em
países vizinhos (como a Argentina). Este problema teve início em dez/05, e, até o momento, ainda não foi totalmente erradicada em território nacional, suscitando de dez/05
para cá embargos à carne suína brasileira. O principal ponto de preocupação, na verdade é em relação ao embrargo russo, que é o principal consumidor da carne suína de
procedência brasileira. No momento, os russos estão comprando apenas os suínos procedentes do RS. Como reflexo dos problemas fitossanitários em território nacional, no
período jan-mai/06, as exportações de suínos brasileiros apresentaram desempenho muito fraco: 174,7 mil toneladas, equivalentes a US$
332 milhões, representando recuos de 25,6% e 25,5%, respectivamente, ante jan-mai/05. Ressaltamos também que, além do problema fitossanitário, outro ponto de cautela, no
curto prazo, é o atual patamar de câmbio que está bastante desfavorável às exportações.

Aves
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de carne de frango (precedido dos EUA e China), com produção, em 2005, de cerca de 9,2 milhões de toneladas, sendo 28%
destinada à exportação e 72% ao consumo interno. A região Sul é a principal produtora do País, com 55,5% do total. O consumo per capita brasileiro é de 34 kg/ano. Enquanto a
produção brasileira apresentou crescimento de 56% entre 2000 e 2005, o consumo per capita apresentou, no mesmo período, incremento bem mais modesto: 14%. Embora a
exportação já estivesse ganhando maior representatividade, até o ano de 1999 o Brasil era o 3º exportador mundial de carne de frango, precedido dos EUA
(1º) e UE (2º), destacando-se tanto no comércio de peças inteiras como no de partes. Em 1999 a receita com exportação gerou divisas de US$ 875,4 milhões com 771 mil
toneladas exportadas e, em 2005, de US$ 3,5 bilhões com 2,8 milhões de toneladas exportadas, representando acréscimos de 12% e 34,6%, respectivamente, o que conferiu ao
Brasil o posto de primeiro lugar no ranking mundial de exportadores. Esta satisfatória evolução está atrelada ao avanço no sistema de integração entre os pequenos produtores e
as grandes indústrias, sendo que a tendência, no médio prazo, é de concentração. Os principais demandantes da carne de frango brasileira são: Oriente Médio, Ásia, UE, Rússia
e África. Quanto às perspectivas, o momento atual é de cautela, por dois motivos principais: atual patamar de câmbio está desfavorável às exportações e o alastramento da gripe
aviária por algumas localidades européias que inibiu a demanda internacional por carne de aves in natura. Também mencionamos como pontos de cautela: o acirramento da
concorrência e o aumento do rigor por parte dos principais clientes no exterior em relação à exigências fitossanitárias. Em jan-mai/06, como reflexo dos aspectos comentados, as
exportações apresentaram fraco
desempenho: foram embarcadas 1.046,1 mil toneladas, o equivalente a US$
1.236,7 milhões, representando recuo de 5,5% e acréscimo de 0,9%, respectivamente, devendo encerrar o ano de 2006 com percentuais próximos a estes.

Bovinos
O Brasil é um dos maiores produtores de carne bovina mundial, com produção em 2005 de 8,8 milhões de toneladas. O consumo per capita nacional é de 36,7 kg/ano. Enquanto
a produção brasileira evoluiu (em 2000: 6,6 milhões de toneladas), o consumo per capita está praticamente estagnado desde aquele ano. As importações, que em 2000 foram de
quase 100 mil toneladas, apresentam recuo desde então, tendo sido de 50 mil toneladas em 2005. O clima, a extensão territorial e a disponibilidade de fatores de produção no
Brasil, geram condições de competitividade na produção e industrialização, inclusive quanto à alta qualidade dos produtos. O fato da maior parte do gado brasileiro ser
alimentado a pasto tem sido, adicionalmente, um fator de valorização da carne bovina no mercado internacional. Embora a exportação já estivesse ganhando maior
representatividade, até o ano 2002 o Brasil era o 3º exportador mundial de carne bovina, precedido pela Austrália (1º) e EUA (2º), destacando-se tanto no comércio de carnes
frescas quanto no de carnes industrializadas. Em 2004, passou a figurar como 1º exportador mundial, seguido da Austrália (2º) e Argentina (3º). Em 2000 a receita com
exportação gerou divisas de US$ 786 milhões com 592 mil ton exportadas e, em 2005 de US$ 3,047 bilhões com 1,369 milhão de ton exportadas, +23,5% e +18,1%,
respectivamente ante 2004. Este excelente desempenho está atrelado ao esforço do governo brasileiro e à melhor organização do setor, nos últimos anos, além da queda da
exportação americana (1,1 milhão de ton em 2003 para 200 mil ton em 2004), função de embargos comerciais dada a incidência da doença "vaca louca" em rebanhos daquele
País. Os principais demandantes da carne bovina brasileira são Rússia, Reino Unido, UE e Egito. Quanto às perspectivas para 2006, apesar do potencial brasileiro, o momento é
de cautela. Em primeiro lugar, salientamos os embargos (entre nov/05 e abr/06) por parte de países importadores, função de focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no
Paraná. Nos primeiros cinco meses de 2006, as exportações brasileiras foram de 537,7 milhão de ton, o equivalente a US$ 1.321 milhão, representando acréscimo de 2% e
16,4%, respectivamente em relação a jan-mai/05, o que foi possível pela melhora de mix.

Pontos positivos:
a exportação apresentou ritmo aquecido no biênio 2004-05, tendo sido favorecida pelos problemas sanitários na Ásia e em algumas localidades da Europa; perspectiva de
aumento do consumo interno de produtos de maior valor agregado, como os congelados; As ocorrências de gripe aviária (na Ásia) e doença da vaca louca (na América do Norte
e UE) tendem a possibilitar acréscimo de procura pela carne suína brasileira; estratégias operacionais das grandes empresas priorizam o enobrecimento do portfólio de produtos;
o rebanho brasileiro está livre da doença "vaca louca". A classificação brasileira passou para "nível 1", que define o rebanho com risco praticamente nulo de contrair a doença.
O Canadá, por exemplo, é classificado como "nível 2"; desenvolvimento de programas fitosanitários para erradicação de doenças até 2009, entre elas a febre aftosa; contínuo
crescimento da exportação nos últimos 5 anos.

Pontos negativos:
União Européia aumentou suas barreiras alfandegárias para cortes de frango; os principais insumos - milho e soja - são commodities cujos preços são extremamente voláteis; o
vírus da gripe aviária se deslocou da Ásia e fez vítimas na Europa.
Recentemente foi encontrado uma forma mais amena do vírus no México; o Brasil não exporta carne suína para importantes mercados consumidores, como a Europa, já que são
alegados problemas sanitários na produção nacional; surgimento de novos focos de febre aftosa em rebanhos bovinos em localidades fora do MS (mais especificamente, no
Paraná), levou vários importadores a estenderem às restrições também à carne suína brasileira, à partir do final de 20/12/05; aparecimento de focos de doença de estomatite em
rebanho suíno em jun/06; Por vezes o setor bovino ainda é alvo de questionamentos sanitários por órgãos internacionais; o setor bovino apresenta mais empresas informais que
formais e a fragmentação faz com que ainda opere com custo de produção elevado; taxa cambial atual ainda é desfavorável às exportações.

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