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scion entre 1982 € 199, os aigos este plume oferecem uma bela Sint as pesquisa do ensino {veal desgnagio ger de Histor ojala ange moderna, rangos Hart em reais em neu em hot Escola de Atos Estudos em {Cid Socas (Par, Gombjinndo 2 erutigio do histoie lor hsoghldade com oma Fellexin mai pla vbee sera da hist seus paradigms sees, ‘autor hose cans de ie vr do pas lua prewntee do presente 10 Ps, tos amigos 208 moderns € Hor mares aon anigos: Dsse va ‘eve Ices felt pode exe ‘no somente um blango dos Uso € sos oe, em dlerentes momentos, {Celi cide ez da referee frccoromans, como também um Mien das coneepeses de tempo fulbeniendias ness” heterogéness Spwopagdes do Tegado arcs, Hi Os untios, 0 pasado e 0 pre fente, combinaneseainds quer Ilonisio aniropoligico « sueer hermentutca pa se tent eseapar de don extents otespreatios faratn as formas com0 oS ‘curpeus pensarim sas rages com PMtmigiklade. Sem conferie 20 urimdni cultural eisai © status the uy conpuno de obras fora do om, mursimente imoeais poe lorem io cradas pelo” génio de Iieyr eromanos, "Hang. alera thm pars oiaco dese exagerst no hwoundamenco da dite ene tes e nim indo de um extreme 20 utr, parse ain, detente, tio lgre req" de um ce Inumanismo acrico ace preps exote na puerta muleulueast Ginwereste que os anigos despertamn ds hoje notte da cular oc kde jtrmente ness [si FUNDACAO UNIVERSIDADE DE BRASILIA Reitor Lauro Moshy Vice-Reitor ‘Timothy Martin Mulholland the EDITORA UNIVERSIDADE DE BRASILIA, Diretor ‘Alexandre Lima CONSELHO EDITORIAL Presidente Elizabeth Cancellt ‘Alexandre Lima Clarimar Almeida Valle Dione Oliveira Moura Henryk Siewierski Jailer Soares Marinho Filho “Marilia Steinberger Ricardo Silveira Bernardes - Suzete Venturelli OS ANTIGOS, O PASSADO. EO PRESENTE Francois Hartog Darn ns ee as Equipe editorial Sewrino Franses’ Supervise editorial jane defenses Acompanhamento editorial ‘Yi Plot Proparaciode originals haath Ani, Wma Ganges Ross Sarai ‘dina Perish Siva Reisio ug Fic raga Raina Dise-Eaitoraghoeletrnice ‘hos Chacon Projet griic capa Coppin 820036 Frangois Harog, Ingres Bt Dirt exusvorpa esta dio: ion Unies de Brsia 88 Q2~Blcn C48 78— Ed, OK Pandit “00-500 Be DE ts (at 2266874 Fas) 255611 ‘dorsum be "Radars resnaoe, Nenu pate dest publiapio ppneescrsvmecadson repro porqualgue meio em "urea poe sero da Er. ich calor clborada pla ‘ittoxca Cental de Uno de Bestia Tho Fanco| ‘Oring, 0 piso eopteete/ Panga Harog rpnindo pox Jive Gui ima ela de Senin Lace, Mares Renae Jone ino Guimares.~ Brash Eda Universe ela 20 Top. (Calego Pere) {obra sem sto sgl) Isunsasasnars7 1, Filegfio da Hi, Guinaees Jou Ovi. Hh aces, ‘Sonia Von, Mateos Tia. WS cpu si04 Sumario Preficio PARTE 1 Os antgos diante deles mesmos Princ gus do histor na Gri Iistorcidade e ists Mito 20 fps 0 caso de Creso ou 0 stridor em aso (0 caso greg: do Aine x0 cxmptionpassnda pel gues? Roma e Grd a excthas de Dionisio de Halicatnano PARTE Il Nés ¢ 0: antiges Fundainentos geegos da dé de Exo ‘© conionto com os antgos Fazer a viagem a Atenas a tcepgio francesa de Joana Joachim Winckelmana Histdeia antiga histia Fontes wwe Sea ay 340 35 53 n 0 3 155 187 205 Prefacio 0 oito testos aqui eunidos sto exercicio de histrin inte~ Iccrual em torso de ts terms que se desdobeam: os antigos, © ppssado © 0 presente, Os antgos sf0 08 pregos; mas também 05 Fomanos’inferrogando-re sobre quem so gregos OU troianos? or trans, enti, «siem seriam” Desencadelamse assim 28 ver tigens da busca de identidade, O pasado © 0 presente? Antes de tudo os deles, os dos antigos, com as estatépas desenvolvidas para articulsos, mas também © nosso passado e 0 nosso presen te, os nossos mals precisamente, pob Bregos e romanos CUP ‘sm tim fagar especial nease vasto pasado, mals de uma vez re Inodelado, chamado cultura ocdeatal, tal como gankou forma © fo transmitido pelo Renascimento E nosso presente se question anda sobre o lugar que os ntigos podem ocupar em nossos programas académicos © nos ‘inones'da cultuen moderna, ariam cles anda parte dle nossa Inagagem ot os terfamos abandonado no meio do eaminho? Seriam ‘niko pesadasearayvalines que pazecem, contudo, vazins quando {i brimon, inapadas em todo caso 208 derlocamentos pelas FO. ‘ovis da informagio? O leitor est4 convidado a seguir algumas pists a partie dessestrés terms, desemaranhando alguns de seus fentrelagamentos, ressaltando certas questdes de que foram por ‘adores, ‘Dats partes escandem o conjunto, Se a primeira apresenta “os anuigos dante deles mesmos’, a segunda, ites “n6s € 08 antigo’ caboga una histria de nostasrelaghes com eles. No de- orrer do liv aparecem virios pares que sitmam © resumen as favestoes, marcando seus tempos fortes: epoptia« histria, ore flo hist6ea,gregos e romanos, antigo ¢ modernos, revolugio ‘ Antguidade, Aleminha e Franga (em suas respectias relagoes on Antguiade) 6, finale, hist ange hist, com fot, em torn fest, sem vida mas Mada © Parte I Os antigos diante deles mesmos ‘nas que comesam, pars né bring historiidade, Desde entlo, 0 Primeiras figuras do historiador na Grécia: historicidade e historia Se a historia, ow melhor, sua eserita, comecou na Mesopotimia com 2 monarquia de Akad (22702083 a.C), pri Ineira a unica o pis sob uma autoridade inteaeautizarescribas para escrever sua histrit" se 0 Livro do Isracl anigo, habitado Iinveisamente pela exgéneia de memésa, se apresenta fundamen {almente como um Krro de histnia? © que dizer entio dos gre- to? Alojados em seus estetosterstéros nas bordas do Oriente, Into Foran eles os kimos a chegar’s eles, justamente, que uma Tong tradi no parou de constitu em “peimeieos a chegar"? [Nao fo a Grecia o higar de todos 0s comesos?& mio é Heréuloto, snos desde a designagio ciceoniana, 0 pai da hist? ‘ims a chogar cles foram, indiscutivelmente, Além disso, apenas reencontrarim a excita eardiamente, ou recentemente (10 ‘decorrer do séeulo VII aC.),adaprandova do allabeto sitiofenicio, or outro lado, € com eles, com Herédoto justamente, que apa rece 0 historiador como figura ‘subjesa’. Sem estar diretamente Iigado a um poser politico, sem estar por este comissionado, erikloto, desde a abertra, desde as peimelras paves, mares, rccorta, revindica a narrativa que comega pela Inscrigio de um nome pripeio: 0 seu, no genio CDe Heréloto de Halicamasso, is 4 bitoni"), como ja hava feito antes dele Hecateu de Mileto € como favia depois deles Tuckides de Atenas; ambos, todavia, tae to Tucidides quanto Heeateu, recorreram 20 nominative, gs ies 19, p22. or ee ma i a ke i, ay er 4 Pare Ls antigos dane does mesos Heréoto, por sua ve, era © autor de seu figos, © era ese lige ‘ave, diante de outros ou conten eles, vinka exabelecer na autor dade. Mas esse novo Igar de saber reviadicado dene inicio, fea 20 mesmo tempo algo a se ineiramente construide.’ Exise nese caso uma distingia rznivel com reli as historiograas| orients, Os gregos foram mais os iaventores do histriador que ‘da histria, sve modo de afirmacio € esse dispositive dle produgi de Jum dlscurso no estar reservados unieamente - bem se sabe ~ histonografa, Ao contest, eram a marca, mais exatamente i> fearurs, dessa époce da histria inelecra greg (culos VIV aC) que wu crescer, entre ars, ilbsofos da narureza © médicos, 0 ‘epotsmo! No caso da historiograi, conto, tal afimagio ad ‘qusi logo uma ceria fragilidade,jé que a histis, logo em seg ha se ransformou em um género © nio eo uma diseipina, Em ‘momento algum uma iastiuigao (escola ou owtrs qualquer) ex catregou-se dela, codificandothe regras de credenciamento 0% contralando seus mods de legiimacZo. Alem domi, igus nova na cena dos saberes, sem no entanto ter sgido do nada, o histo- riador nio tardou a incinarse ante 0 soo, que se tornar, parti do séeulo IVa. C., a referéncia maior por asim dizer, 0 padrio do intelectual: 6 modelo, 0 historador eniticou o sof, terrestinse de figsofo ou, em resposta 20 filgsofo, empenhowse fem mostrar que 2 histéria era Bloc. Por figura do historiador designamse os tragos © 8 gestos Inaugurais, 38 configragSes epistemogias, asim como os rel {os «ue tormaram possive e sustentaram a peimeira naratvn bis ‘inca no esbogo dessa figura que me deteno aqui a Seat ina oe ‘neat aaa er a Caen al 89.999 “Prins gas do serine ma Get 6 Epopéia ou historia edo au a co Hono 6, cab tae, torte Hews, ae forma que pom gene qe 2 fo (tars fadie peer de omar Hero tonto ates Ae tes poplar pls pac ete pene bros Income apts ges eae 6 le prnde tao 1 eyo ts aguls de Meno de Tess, fc gue pus ty se noe pment a ha ta fino pone part 9 conlto, © demcodo, «pan (Gnivoto de aucts-€ stnon, suerte ene ages © umtrnnon o sme de pogo «barre. tguces cme Aes aedemonios. sacs canto combate comes tin momenta meymo lm que se desenadea dapat ane Aho sole soa econ contr ma prune pee. frecomee hadi 4g (temas ta para Mescamou a alee props 0 moro mas era pas Toe rpm pl Muse, ose io do campo. Cones ¢ cam nga ¢ os etn ee © oon send fv nian ap as feng de Za Da meme mane es nc hsradny qe et um once ena (abese Mn tee de deta ler, ncn a are {Me reerovir conse or andes es tno dos bares funnioTloe prego: Contenido, cl tamben, em enlado, Thee anna, rani, sono prc, que pose TMs 2os aes nos do cmpests Eee qe to oho a cngie de wo' = podese dace de Teron cen, vo condi Ge pola dese “Tmo claro deo pos de ented, eco tla ce {hes to dna forsee pan com x ei on hos 5 Get Dr econ oi amuaes "ess Ph oes 6 Pane LO antigs dane dels mesos Da hist6ria a epopéia Se 0 caminho que levou da epopéia & histria tem silo ha algum tempo eihado (ea valoraando-e as continuidades ox, 20 contro, acentuandose a8 rupturas),” nao se poderi, pelo ‘menos por um momento, percorré-lo a contrapelo € tomar tam: bém a Odisséia, sem divida uma epopéia, como uma primeira histéria? Por posigao © por construgia, Indo nao de Homero & Herédoto, mas de Hersdoto a Homero, [Na abertura de seu grande leo, Mimests, Erich Auerbach, ‘exlido em Istanbul, opds 0 este homeico 20 do Antigo Testa mento. Comparande 2 narra do sacrifice Isa com a cena do reconhiecimento de Ulisses pela sua ama Eurielta,o estilo de Homero € earacterzado como de “primeiro plano”, isto é, que ‘mostra "sempre o que esti acontencendlo como um puro presen te", Wdeitando pouco espago para o desenvolvimento historco hhumano™* Ao contrisio das grandes figuras biblics, muito "mals ‘carregadas de passado” © continuamente “moldalas" pela mio de Deus, os heros homéneos, de destinos caramente definidos, “despertam todo dia como se fosse 9 primero”? Do lado de romero, temos material lendieio © personagens em plena super fice, enquanto do outro lado a historicdade € presente que atra vest as vidas © organiza as narsaivas. A pedpria hints aise en contra ow alors ‘Sem recusar essa ipologia “undamental’ ds literatura da ‘Gcidente, pode-se contuica questionila. Para comecae, observe se que Ulises, © mesmo sem divida do primeiso dia, somente volta a ser plenamente ele mesmo aps seu eeencontea con Pe (© mg, tr ye psn fn pp Bae, His {iene Yo (9 Fett Mia Lr pitti a dn a a, ees i inh 35 en ora Se poe ‘ahi ras ho ede Peg 9 ong (0) 2 ure ins de i ees ges do hstoidr naGrca 0 nélope. Durante toda a Oia, ee € designado como ale {Wer contrino de seus companbitos, no quer eaquece nem ircwrno. nem ftaca, nem prinepalmente que € um homem Ioral. E terdade que Tiss the fala de retorno, sas tarbem thr more que espreta. Ja o espaco das narracieas (00 pais de iNinoo), que se fea com o encontro com os ltagos, € um tnundo de Shido, em que se eaquece © se € cxqueci. Mas se Pole sobrerudo recomegar pela seguinte evidence: a Odiscla em depos da ada. Ela €0"epilogo' desta lia, como dia culo Longino. Na ada, Tea sins nio foi tomada e Ales hinda est vivo: estamos antes, na espera. Desde a abertura da Cuiséia, skvamornos depos, na mémoria do acontecmento © fu Iembranga do ho © dos sofimentos padecides," sto €, dz fins aps ese acontecimento mar (maior para os anges, mas limi para os modemmos). Tucdies ia aa primera emprest {ic envergadacondunida cm comum pelos “egos mas tare, ‘s romanos ai reencontatam, com 4 fyga de Enes, 0 Pome de fda de sua historia rot do exo tansformando-se fal Iente em retorno a terra de orgem: ‘onto de pura comparnade, depois dsputado, ou dec didamente negado, a pucrra de Tréia permanece at hoje ese Nontecimem asa, perante 0 qual a Odiséa, que dela narra vinios epidios, ess em posigio de hit’. Demédoco, 0 edo ceno dow feicios, comega a cantar a querela de Ulises € 1) 4 Wr a spon FD em aa ae nt 35, (0 Pia ti ar Sten Ge an Pa al 19% the 3) Sn a ine 1 sn tn ne east op ane Seal peta Sic tceanes ta eons how sia ore ‘Pelmaoms tpatsbaeme vac na see. ets Firsts ape aren aac Ton “as ms i fi etm 2 rine rng o (© ang eo tof a, net eH es, nbn a nr rt ar Ge Cee at i as, a 9 pA « Fae LO nts dante doles css © que fazer com Creso? No que conceene 3 histéria de Greso, diversas estrutéyias foram adotadas. Duel, por exemplo, les 0 epislio como ust pogo, ou Fabulasustativa,exjo significado se aca obviamen- te inserito no contexto das tes fungbes dumeziianas” £ pore © rei repete obstinadamente o meamo erro que secebe tlio, fem trés seqiéacas (com 2 qualidade funcional de és sucessivos ‘astgos) Seu ‘pecado” & a brs, a sobevba. Creso, asim, apare ce como 0 “companheiro ocidental dos lendisios pecadores do Ire da india". De onde velo a hist, dag Dumézi Sun ort em é lida, rig ou nic” Em flo easo,observen, houve uaa reelaboragio no seatido de hstorcits, um processo ni fun- ‘damentalmente diverso,imagino, do que Dumézil primeieo reeo- Inheceu no easo dos anais romanos, ‘Sem comentar especificamente seu sabor oriental, outro estulioso, Timothy Long, referese aos mesmo eapitlos como ‘contos, ‘novelas acabadas’, mas aevescenta que no esté ince ressado nas dstingdes entre coatos, fabulas¢ endas. Sua ani dlescnvolve-se em toeno do estilo de Herédoto, mais preesimen- te do uso de repetgées. No capitulo final, esboca una compara so com a wagédia greg, dando énfaee a dierengas Sem focalzar extensamente-Creso, mas tratande-0 do modo ‘casional, Gregory Nagy propes hé poveo tempo o que se aprox ‘ma de uma interpretagio geral do empreendimente heradetno ‘como um todo.” O que me interessa antes de tudo em sua abor- dagem de Herddoto € 0 fata de se tr aqui um eradito expecialis {a transitando, por assim dizer, da epopeia A histéia, ow do mito {historia Usualmente, a poesia no consti o campo de exert (© © bunt cu oe oad ten ee a es tuner Le tin a tan a se fbi, (9 Pars Hower he ri a Bin, Hie te eo ito lg 80 does ohiserneem 580 a cio principal dos enuditos que se ocupam de historiograia © de Tlertdoto em pasicular, Em conseqienca, sempre que conside- yam a poesia, caminham ao sentido inverso: da historia para a Cpopeis ou da historia para o mito. Em seu Pindar's Homer, ave ‘Ear como substulo explicka the fyie possession of an pe bast, ‘Nagy poe em primeiro plano a nocio de anos (ala autorizads), achowa, pornenorizada e eloqdentemente, © paralelisno entre “apropriagio da epopéia mediante, respectivamente, 04005, Por Pincha, e 8 bistoria, por Herédoto. Oainos & a essénein da poe: lries pindiricn, e-mesmo se 0 medium de Herddoto nao pose, fir forma, ser chamado de anos, €comparivel a0 anos de ue ppocta como Pindaro tanto na fungdo quanto no conteido" "A plavea apddfais (apresentagao publica) ~ cal como wsada por Herédoto — também fol um solo comum a0 aotdds (west eeangio)e 20 iglos(mestre da divcurso), De acordo com Nagy, Se prs 0 voids @ cdigo de sua mensagem era 0 anos, para O Toggios, que se expressava cm prosa, a parte implicita de sua men- fixers, 0 ainor [com seus derivados afnigma (enigma) € inumissomat (eu digo enigmas)), deve ser buseada no registro fhntico ou seja, em ciacdes poéteas e oriculos délfcos, em particular. “A prosa de Herédoto", diz Nagy, “podia combinarse Com a poesia dos orfculos para transmiir a mesma espécie de tmensagem transmitida pela poesalrea de Pindaro" Nfo estou lc todo cen de ter fade plenamente coavencido por sua de- tnonstracao, mas no pretendo discuti essa questf0 agora Porlese mencionar nia abordagem que di atencio a0 g&- nero litcririo, de modo diverso, porém. Refiro-me em primeiro for 4 tradigao oriental das biografias, especialmente das vitae tie res, de Sargio a Ciro, e-em segundo, no Ambito da tradigio rej, is figuras dos Sotes Stbios. & claro que as Histérias no se propria difetamente nem copiaram esses generos ou paces Iltertvos, mas & obra representa possivelsinteigas,Hinhas narra ‘son estilo diferentes, © que € Novo nas Histrias de Hessdoto, Tontudo, € nko terem shia exerias em Touvor de reis, que no a) pg ni 3h . a ae Os ag dla dees meas ceram nem os herdis nem os leltores implicitas de seu Kigos!! © episddio de Creso construise no ritmo de uma composicio circular. Sua histénia & de conquista e comand (ankhs, 16 1.92). ‘Tio logo tornou se rei, Creso teve como Unico propénito uerre- are conquistr. © tradicional padria de Vita (@ orienta) parece modifeado para adequarse a ese objetivo exclusiva, fo impero dle conquists que fax avangae a natatva, Tendo sido 0 primetto Construie um inpério, Creso abre, nas Historias, 0 tempo dos conquistadores. E, mesmo depois de sew fracisso, permancces lum conselheiro nas conquists, repetindo para Ciro o mesmo rr ocinio (inoreeto), com os mesmos maus resultados (de yer que Ciro eneontrou a morte quando subjugava os massages), Antes de encerrar esse breve levantamento, mencionarcy, ‘emboranio se refra a Creso, a anil proposta por laude Calame de outro episédio, de cert maneiza mais complexo: a fundagio ile irene. Como Herddoto contou essa histrit? Por eu, incaga Calame, Herédoto ‘mitificou’ a narativa, dexando totalmente de mencionar quer as histGraslendiias relatadas por Pindaro, quer 2 histeriahistorizante que tomara como ponto de partida ingie- ‘ages politias reas? Deaande de lado as fespostis sugeridas por Clam, you concentrarme no que 0s dts epsédios tem em co imum 6 papel dos oriculos. Em rela a exten, diz Calame, ent se-4 impressio de que desempenhsam um papel estencialmente >narrativo:tendem a “einseris na tadigio da grande poesia pica a descrigio em prosa de eventos © agbes que nfo tieram outro ‘motivo além da Yontade humana ou de crcunsticss materiis" > ‘no confeseem semi & gio art, eons assumiram rs aaudinc das striae uma Fungo coi. Extimos mo ‘incto de pergunuir se sia forma mas vers poi moe destnava, de um ponte de vista naralno, a supe as dee: ‘sd pro em uma ia ue apa ae Een (12 re amar i i ng eke, fas To sess See Ses 7, pS pire se ‘Scene ra «enor por oda p28 09 Gham ma (tb tac ms it tgs 0d Crs 0 ohisrao em ago 8 Assim, desde que se encontra em jogo wma apreciacio do papel da referencia poéeien on épia, a8 andlises tio diferentes de Nagy © Calame converges Endrgeia e ditos oraculares (© material cothido, estado e retrabalhado por Herédoto nesses capitulos€ obviamente 0 abundant € Fico que a questio como 4 asientar em mio 9 esses pedagos de narrativa que Seem virion padrocs e pertencem a dierentes géneros itriros, )) essa multiplidace cortespondem, da parte dos eomentadores Inovdemios, viris anlises, ato menos multiple heterogéneas, Fovalizando a modo come Herédoto armou a seqhéncia de Cres ‘tratou set materia, poderemos encontrar uma sugestio de como ‘le realmente procedew como historador? Primeiro, 0 onipresente ordeulo: por que ele intervém ‘como insteumento privilegiado da evelagio diving? Talvez ate “Como ingermerlirio entre & homens ¢ 0s deuses, um papel mais pliusivel portato mais ervel que as deta, visiels e constan> fes intersengbes dos ‘anteriores’ deuses homéricos, Sem as as IincevengGes (nos limites fxados pelo destino), a narrativa épi {Gu como se sabe, nio poreria svangar: nenhuma batalha ser Alelinitivimente gana, menhuum fim defiativo ocorrer. Mas 0 tempo da epapéia e dos herds agora estava encerrado. ‘Qual era, nessa époea, o modo de epifania dos deuses? “f twemenda a aparéncia des deuses” (enarges, lida, XX, 131), dz era, no temor de que Apolo intervieste contra Aquils em onsexténecs, 0 herd fcaste atemorizado. Quando Ino di 0 vét tnigieo 4 Odiseu, ortenathe imedatamente volhar para 0 Out Indo uma vez desembarcado asavo, ele devolve o amuleto (Odis: sia, 330), Na Mad, 09 deses manifesta sua presenea pri ‘paimente por melo da vox, Na Odisséia, por outro lado, adi ‘inde revelise fis disfargada Atena aparece com Frequénci, mas sob (i, 421; VU, 201, XM, 225)” oo 1 he yey he Hal, San al 4 Pate agar dade dls mes Em todo caso, para expressaressas manifestagbes dvinas, Homero utiliza a palavra enargés (composta de en-argés) em plena luz’, ‘verdadeiramente'" € uma maneira de expressar a epifans. Ou o deus ou a deuss se far vsivel s6 para uma peso, fem que os demais nad vejam, como Atena para Otis, ot © bulho da presenca divins € t20 oftscante pelo menos demasta do brilhante pars olhos hhumanos - que a divindade sequer pode ser vista. Enargés designa o modo de visbiidade do que ao se Pode ver, do que os montis nfo podem ver ou alte (contd, fo deuses na Oita visieam,cvisies em pessoa" (enangeit),< banquetes dos feicios e dos etiopes, onde Poseidon comparece como héspede regular). Mas no mundo dos humanos, “homens comedores de pio", a distinea que separavs moras €imortis Ft tinh aumentado muito, ado abstante os deuses tinda quisessem rmanifestaese aos herdis por quem 2elavam. Naturalmente, ese ‘er também um mundo em que os adivnhos, como mediadores ‘stavam presentes atves, ‘Com a ‘época’ do orieulo de Delfos ~ pelo menos em Herédoto -, 0 dvino ji nao parece tio visivel, ot! menos acessvel visio, de Sorte que as palavas se haviam tornado ou tendiam fornarse o principal e mais efesvo medium. Mais tard, segundo via abort pelos sofas e a retirie, a endrgea iia tornarse um produro do préprio Zégos.” Mas por enquanto 0 divina parece ‘que se manifestava cada vez mais por palavris: sparighese sonbos necessitavam de intérpretes © explicacées, ou seja, de palavens Se nio era o melo excisivo de comuniearse com o mundo supe ‘or € invisive, a consulta oracular parecia se o regular ou “iil sade’, Procedia mediante o cetaelecido promocola de perguntas (1) chin tas Desai psi an esi 08 ‘at nap 38 an pps ce ep ‘a ont i ia a a sp tres ura ey 7: vi a ee Si ish mt ie ty: te 4) fi lw, at cot alo a se livre are atta ea ac dt Sed Se ites resent 2 io lg 0s Orson side ag 6 «reposts tal como os presi, porém a sentengs rac ‘eam signs ne einer “Vtatinptodossuow devses da epopéa, os orcas mo Jernos'nto podim ultrpasar ov limites eados pelo Destino. ‘Sing pete eapar i sore ai destinad, nem smo tm ius Gon'pepromanen morn adinatd ext ephnget at ttoop,sespante i eden eon protestos de Cres 99). Me iSeam una margem, um expope aero 8 dsc © Sn Goce arco, o ong, acobwnagi,arecusa de Se dent, maroc aged No contexo gre, ner prearndoen foro deta lg eae lon deus idee preps no escreiam, co exacts de modo algun ram lowes penton, Sra anes ma questo de calcula © da SGut ts pales ue o oneulo princi proera( 6 depots SONAL) euuindo oe grees sr metbor inter tio (que mio necreamente ne montana cores) Semainein Depois de ter mapeada brevemente os modos pelos quais fos deuses deviam maniestarse, a distaacla que separsya o "tempo los deuses" do “tempo dos homens’, 0 tempo das epifanias [emirgeta) do tempo dos oréeulos, woltemos a Creso. Quando iinceu navegou at as portas do Hades para consulta Tirésas, © Iivinho predisce tudo que tia acomtecer com ele: seu retorno, “Thora pari e, por fi, sua morte Taésias conhecia ou va “num Telance” a fim (ofeutd) e toda © percurso que levava a ele. Da hen forma, Profeu esa expaz de contar a Menelaty qual seria testing final (as ibas dos Bemavencurados) Els vam 0 qe Tora © 0 que seria Conftontado com a8 interogagies de Creso, Slon aio es- ‘vatcm eondigoes de conecer 0 fim (eleuté) ou 0 camino que nduzita a ee, mas sabia que se dba de esperar até o fim para lear uma avaliago gerade wn destino humano. Sabendo que ‘abi, Solon, no Bbsttnte, ocupa uma posigao quase ora: vai sg ae sempre are demas map + fe “Nenhum homem vivo é aforcuna- % Pe Ov antiga dane dees mesos do” (Heréloto, |, 85). permuadie Ciro de que nos negécios hi- manos a estabilidade jamais pode ser alcangada (oudén (..) asphatéos ébbon) [Exatamente como Sélon, Herédoto sabia qui fundamen: talmente inatveis slo as cidades dos homens (toa antbropor), "Toda a historia de Greso, pontuada pelos dios da Pi, desenronse como se forse, pode-se dizer, a projecio do ponto de vista de ‘Apolo. Mas o deus ou o adivino viam wdo de wma ver s6 © Sinopticamente, desde 0 erro original, cometido por Giges, 0 antepassado, até 0 prprio Creso, quinto descendente, agora con fontado com 0 rei Cio, Em toca, 0 historiador (que nesse caso também conheciao final, tal como 0 letor)ndo tina outra opto lem de converter a opis em uma dlggess, uma narraiva con- fins, em que 48 repetidas intervengies da Pit eram o8 fie fondutores do enredo ov, para usar ma imagem diferente, de- sempenhavam o papel de um principio de periodizagio (os ori- culos sueedem-se uns os outros). Dai as fungées do oriculo como tum padsio onganizadoe da narratia, um reserratéso de sentido ‘eum principio de intligiblidade, com a frase familiar "Pols era necessirio que a desgraca tombasse sobre ele”. ‘Creso esta sempre consultando, quer demais, quer—em ua ‘nico cao ertico ~ nfo o bastante, mas de todo modo em exces s0: como bibaro, parece nlo saber exatamente como usar os ‘rgcnlos com propriedade, Fle, por asim dizer, “compra” 0 Oct clo (@ os exladios de Delos), depois de testar os diferentes Santuarios, di'como certo 0 que € dito por Apolo, como se Fosse Imediatamente caro, em primera instanca, sem duplo ou ocalto sentilo. Um consulente greg ‘aormal’pedisa 20 deus para ind ‘ar qual dos dois caminhes possves podela ser 0 melhor, raco- Sdnando no contexto de uma logia binds." ‘Una ver reconhecido o ortculo como fio condor (© eng rador) da narrative, vemos os diferentes 16goi, por assim dizer, Tomarem sta posigfo respectiva a0 longo desse eso, desde 2 pt mein falta de Candaules até 0 eumprimento Geal do oriculo ort ‘Bnal Aosclagio mais forte © a mals ligeiea entre aditia (injust (09 J. at Dan of ata PS 8 to 9 tgs: ode rsa 00 historia en 50 a ‘a € tists Creparagio’,vinganea) sto pontuadas ¢ deamatizadas pelos orieulos. A histéca pode eat ste entendida como 0 inter ‘alo de tempo entre esses cols polos « como algo similar 40 adi Incnto da cblera divina Os orieulor spontam © caminho e 0 Bis oridor insereve sus obs nesee movimento, tomando a medida ‘dese distincis, tomando vise e inteligivel por meio de sua ‘arrata,Assim, toda a historia de Creso pode ser entendlda como ‘om longo exemplo ou ~ outea possiel forma de deserevéla = um frande oriculo istic. Quais os sentlon de semainein nas Historia? ‘Sigifcar em todas a8 acepges da palaea, que dizer ‘expresar’,“transmi- te, interpret” a que se iu ou © que alguém mals vu (em so" ‘hc Semainein canbém signin sot capaz de indieae, por exer plo, as distance da estrada real do mar até Sta, como se dia ‘ive Tcésias © Proten conheciam 0s eaminhos € a8 dstinclas no thar” Nai precsamente, semabiein pertencla 90 vorabulrio da hlviahagto.® Homero e Hesiodo, diz Herédoto, “ensinaram 0s frciot 2 genealogia dos deuses (..) e desereveram sua figura” {idea (..) soménantes, 1, $3). Por tltimo, mas nio mencs ia portant, Herédoto aponta (seménas) 0 homem que peimeico hgwedi O= geegos. Como diz Nagy: "Quando Herédoto indica (Gomainet), marta indiretamente as agbes dos deuses por meio da fnaracio diveta das agies dos homens"; mas a mesmo tempo psinse em seu proprio conhecimento.* Eno, com 2 morte do persaArtaites, chegam 20 fim as His- iris. Ror qe Artacte? Em parte porque, na verdade, ele 0 ra tim fom sojeto,e sim wm homem dednds hat atdstbalos erie, sai tnsano"). Mas acima de tudo porque cle ofendeu 0 herb. ‘Protest, confiscando em benefico préprio a propriedade agenda (omonos) deste. E quem era Protesilau?Areolad 10 Ca- Uilogo das Navs da Mada, ers lembrado como o prime aque Igreo) a ser moet, quando saltou no litoral eoiano. Capearado pelos atenienses que stivam Sestos e preso, Araites recebeu {im sinal de Protesaus "Tiras (..) emot semaine", dz Araicts, (i) on m4 {a — esa eT A 4D Na a “ te Os antiga tds meses e a mim que Protesilm de Flew anuncia que, embora morto € seco, em 0 poder concede pelo céu de vingarse de mim, que ftesei” (1X, 120) Finalmente, Araictese se filo foram exccuta- fos (erueifcidos © apedrejados) exatamente onde Nerves atra- vessatao estrefo, mat na margem curopéla. Sua morte expiatGrl também ¢ claramente uma resposta, longamente retardads, 4 de Protea, O longo ciclo aberto com a guerra troana (ea morte fe Protesiiay) fndou com o castigo de Arctes. Ao recordar © esting de Artaictes eo derradeito tras, Hez6doto é, pea lima vez nas Histories, aquele que semaine, tomando visivel a Tonga ‘duragic’ da eéleradvina (0 siltimo semaine econ claramente 0 primeiro, apontan- do Greso como 0 primeira a ofender os preyos. Quals as elages fenire ambos, © di aberta, herodotian,hstérco' OW "profisio- thal co thtimo, heroico © protesico? Eles parecem duplicarse fmutuamente, ow melhor, produzir um efeito de revesberaci0: reso abre, Aructes encerra, Protea seminel, Herédoto tan bm semaine. F, claro, este limo € 0 arquitero das Histortes. “Assim, 4 multiplcidade de formas ou géacros narrativs, & pluraldade de nivels expheatives ou de relagoes ests, € 0 que © episddio de Creo mostra; ou antes, ele é feito de tal ‘uliplicidade © pluraidad, sua textura e, eventualmente, seu Sento derivam disso. Umepisddio nao monédico, mas polfonico, ‘com ineragbes, ees, mas também incongruéncias © mesmo dis- repincias entre as diferentes linas, fos ou nives, eujo tnico ‘denominador conum é & ineseapivelinstablidade de cdo. Sematnein{bistorein Semainein intsod, svgio eu, © ponte de vista do deus & ‘condi un problema dle quer é aioe Cresponsivel) Assim, an Ins evidearemente em tetitério de Apolo. O oriculo semaine! © 6 paimeia historador apresentamse como aquele que semaine’, ‘que signifies’ o passado, E exatamente como Aristotées retro [Peetvamente defini a arte de Epiménides: ele &"0 que nao apli- {4 taivinhagio ao que esti por acontecer, sim an que ja acon feces ¢ entretanto permancce cbscuro” (Retdried, I4KHa, 21:20), to mgs: caso dees his man ® Mas no caso de Herédoto ~ © aio se tata de uma diferenca imevelante ~ o que funlamentalmente o autorzava a semainein ‘cat o que ele conecia pestoalmeate: seu proprio conhecimen- to. Em relapio a Greso, Henddotoatnibul a sta mesma posto de Sélon, porém de um Sélon que nso apenas sabia que se tem de esperar até 0 fin, mas que de ato conhecia 0 fim, asim como ‘ocomega, Tal como 0 historgrafo moderno, ue, comissionado por um principe, procurnm ver os eventos com os olhos de set ptrio, aeupando, xo menos por algum tempo © em termos nar Fatvos, su posigio'" Heredoto tencionava ter como Apolo ado seu ponto de vista, mas, para fazelo, nha de expressislo Ou ‘converte 1o em palatras ou sentengas, vale dizer, em uma narra ta Stuado post eeentunm, 0 historiador retrocedeu da consuma ‘Goo primeico pronunclamentoorscular. Mas organizou seu ligos ‘ono se fossem as sentengas onsculares seu efetivo ponto ce par ia, com os equivocos interpretatvos eas bifurcagoes de que re ultimo sepense © 0 movimento dramatico da narrativa: ornou Vsivel para 6 leitor (que também conhece 0 fim) a cegucira do Sor que fez as escolhas erracs, uma apés out, Incapaz de fugic to profunde e Tento proceso que leviva, no final das cont, dilsia 3 ise. De certo modo, procedew como 0 historiacdor mo- lero, que organiza sun nagrativa como se estivesse realmente ppartindo do passado para chegar ao presente, utizando com maior ‘menor cautela ou sofstieagio a conveniente explicagio post bo propter boe. ‘Um ‘modemo’ Epiménides, aver, mas Herédoto nunca fol visto de mod algum se apresentou como um adivinko, Se con ervou algo desse ofeio ou conhecimento, utizow-o de manera Aversa, com wma agenda propria, Para falar em linguagem dife- fente, manteve 0 aspecto formal dessa pritiea (atelectual, mas lem disso com ana dimensio soci, empregandoa, porém, dr “Yersimente, pois agi0 de semaincin parece baseada emt Set. proprio conbecimento, (09. pr Pt 8, 1 399. init i te "eer Ser so Pate Ls ants dante des mesnos aps aver assinalado 0 carter escassamente operativo da Ldivisio mjtbosligos nas Histories, concentrevine, a exemplo de ‘numerosos comentidores, no epis6dio de Creso. A importancia esse eplsdio € inegivel sun extensio (91 capitulon) e local ‘0 (bem no comeso da obra) indicam-no amplamente. Nao Obstante, le desconcerta porque parece marcar tim regressio" fom vista das ambigies hitreas do peéloga, Aly o historiador, Spoland-se em seu préprio conherienento, stun em Cres0 0 co ‘eco de sua naratita, designando-o como o respoasivel pelas hostildades entre os piegos € os bisharos. como se 0 mi¢bos, posto de lado por algum tempo, retomasse, obscurecendo of lt Inites recém-fnados pelo narrador,e quise voltasse 2 ocupar © novo spattum bistorici. ‘Tokvia, como se viv, tl aborcagem impede-nos de com- ppreender 0 context intelectual do momento herodotnno. A re petida consulta 20 orieulo pitico desempenha pelo menos us {riplo pape. Assegurs, para expeimiese 3 maneira de Nagy, a "pos sehistérica de um passa épico” Mais precisamente,cisoseadote 2 Gnlase de Calame em suas fungies narativas © cogntivas, 0s ‘rdculos constituem um meio de “reintrocuzic a descrigio em prosa na tadigio da grande poesia épie’. De um ponto de vista {epistemologico, enfim, como péde rer sido formulado 0 projeto Inelccrual de Heréowo? A que questio le buscou dar resposta? ‘Como conseguiu produzie una epopeia quando #8 ao era possé vel filo? O que devera substi os esquemas poeticos da epo- ‘pea? O que poderiasubsttuira visio da Musa? Em um mondo em {que a acto narrativa ado era mals pontuada, como na fad, por epifanias divin, o ordculo oferecia um modo de intervengio dos deuses mais ‘verossimil” Alm disso ~ ede modo aenhum terelevante - tambéa era uma oportunidad pura Se conferesen- Udo 4 um longo peviodo de tempo: entre a falta © 0 castigo, & histéria tomava-se a manifestacio progressiva das delongas da ‘blers divina. E dotando a si mesmo da capacidade de sematnein, ‘© primeira historiador conservava algo (alo 0 eontedido, mas at tes a forma) do antigo saber do adivinho. Assi, pretender estar fem conalgées de apontar Ceeso como o ‘responsive’ significa ser capaz de remontar a0 delito orginal de Creso e, a0 mesmo fempo, deisando de lado as explicagées racionalizintes propos: Mio gas 0a de eso 00 histori em ago 1 tas pelos Hgiot pera, de declrar que “minha hina comet pecsamente com Creo en Sematncin {(stgnificar) cea uma maneira de lidar com © invi- sive, de tabalhar nronets entre 0 que se vu e 9 que ose ‘io que se podia en podia ver A ota mancics es bistorei, {qe mao desta de ser, em mn registro erente, um proceso {Metoctaal dear com twelve Com smsaietn cota Dig {loadin que e puna em primezo plan, apontando para cx lees, lemibrando os signos de sua intervengio nos neyscios thumanos, tomando vse clegel, pela nara 0 late © cm altima andlise, 9 estrucaradivina do que aconteceu (1d gonomend), 09 FH ie) a Ld), sar es O caso grego: ktéma ao exemplum passando pela ‘arqueologia’ ‘dos conecem a formula ciceroniana sobe a histéia, for nnocedora de exemplos ¢ "stra da vila’ (magisra eae). O ors Aloe nada mais fazia af que dae forma em Iatim 2 uma definigio da hhatSria jf conhcida antes dele © que seria exomada e repetida pels historiografiaocidental até época moderna. Basta ler pre Ficio do grego Polibio (século IL aC.) para eonvencerse disso. ‘Ao assumir a trea de compreendler como Roma conguistar3 quae ‘todo mundo habitada em pouco mais de meio século, este lembrara em sew prefeio que a histria era uma arte, ou mesmo wma eigneis, da agio e da cio sobre st mesmo, Pelos exemplos| {ive fomece, com efeito, cla crn Gl ao govemo ¢ um auslo para Shpoctar ae vilsitudes da exiaténcia, Era flosaia moral e poli ‘ch Essa concepgio permaneceria valida, no geral, até o fim do sceulo XVI; mesmo depois continuaria, por vezes, ser invocads, fn menos nos preficios! As poueas piginas que se seguem pre- {enidem apenas indica em que contexto © como os histriadores fregos foram levados « essa formulag, que, se assim se pode lz, no fzia pare da lista de encargos do “pal da histria (para ‘ar de nove Cero), eujo primeieo cutdado for, rvalizando com ss epopéia, lute contra © exquecimento e constraie um fugtr de palavrn ‘propio’ Herddoto,histoeador das guerras médica € das vitirias das fidades ssondmicas ou democriticas, jamais teve, de nenhuma fnancia, um sats comparivel 0 de um classico como o Chungiu, eputadlo como da lava de Confeo. Alm disso, ‘compen em wim period de perturagSes, a Genin da o qua {ro Ineecinal em que o Sibi rfl sobre ca dewordem, forme: ‘endo, mediante feels hisncas precias, os elementos de ‘um progeina poliendleretorn ode 6 Pate 06 aig dant des menos ssa ers precisamente, como indicus aqui mesmo Christian Lamourowx. ma das rizdes de sua seleitura sistemdtiea por Ujang, ‘i (1007-1072). Conirontado também ele com ume sitacio de {desordem, esse funcionéri, simullaneamente historiador ¢ ho: ‘mem de 2cio, havia se preocupado em propor um programa pole {ico que operasse colocando em paraelo © pasado e o presente INa Gréca, o aedo homérico, por meio de seu canto inces santemente retomide, conferia aoe mortos herGicos uma giéria (elds) ioral. Herédoto quis impedie que 2s maecas da atvida- {de dos homens, do que cles haviam dito, construida, realizado, fe apagnesem ao deisirem de ser reatadas.Tueidides, por st ‘yer, 20 decidir “por por eserto”, desde seu inicio, uma guerra ‘de tovas, entendew oferecer set Itéma, o deslocamenta senaivel, O tempo da epopdia elev ‘mente teriminara, Dali em diane nose wstava mais de preservar do esquecimento as ages valorosas, mas de transmitit 208 ho- Imens do Futuro tim instramento de intelgihlidade de seu pet prio presente: a Guerra do Peloponeso, consttuida, como po eal, por seu peimeieo (e também ttime) historiador. Ela nao) cra absolutamente uoninsirumento de previsto do Futuro, mas se pretendlia uma ferramenta part a decfragio dos presentes vin- ‘ouros, pois, coasiderando-se 0 que si0 oF homens por narureza (6 anthropinon), outras erises andlogas nao deisariam de jeromper no foruro? Era a permanénca da narureza humana que, para Tucidides, fandava a exemplasidade desse conflito (iniclado ‘em 431 ¢ ferminado em 404, entrecortado de periodos de tre: ‘ain, cenominado por ele para sempre a Guerra do Peloponeso. 1 diferenca dos logografos, acusados de cederem ao prazer {do ouvinte © de 6 trabalharem em fungio 80 curio momento de ‘sus performances piblicas, ele no vravas sechzir 0 oui, ms apenas ser itil, NZo desejava uma “producto de aparato para tim auditério de momento” Essa histéria do presente s6 teria (Folate mio dite orem 2, Peal Ni maa ‘cao eg: do na a erompm passa pe quis 7 pleno sentido se, fimemente ancorada na esritse ulteapassindo a estrtosinstantes de sua apresentacio 20 publica, mantvess, for assinn dizer, os olhos fxs no Futuro. Como se Tuc ds: ewe a seus contemporineos CCompreende que se pracdo come procedo & porque me dso ‘deue ja aon te vedo depois de vs, ou a6 me dino a vos na ted im que parts com os Bemens do futuro umm come ‘atures humana, Nio espers de mim, portant, belas istiras, tle reso inverfivels on mesmo decidiamente fas Swit eaptatio, em forma de denegagio! Curiosamente, ese tipo tie historia & base de goncalogias Heaiaassocinda idea de pra ‘ee O soit pas de ne eencontaremos dau x pou, iho se fizia de rogado para dizer que os esparciatas adoravar fave thes eeckassem gentalogias; do mesmo modo, Polibio, 20 sceulo it, associaria sempre a histeia genealogica a0 prazer do 10 saber deve fundarse na autdpsia e onganizarse com base hos dacs que esta proporcions. Dos dols meios do conhecinen Ie hiatérieo, © lho eo ouvado, #5 0 primeiro pode conduzir a ina visio dara cities (aqphds etna). Além disso, € preciso Mtclio hems a autOpsia ndo consste nm dado imediato; convém fra mediante todo un procedimento de erica ds testemt thos, a fim de estabelecer os fatos com tanta exatao quanto fossil. O ouvido, em compensaeao, jamais €sexuro, pois © ae fe propaga e tansmite nao fos veriieado (como sobre wma peda Ue togue). Nto se pode, por principio, depositar conilanga na Incmmira, que esquece, deforma ou cede, no momento da expo- Sloto. lei do prazer que regula passagem da boca 20 ouvido, hind Nictas, o chefe da expediqao ateniense & Sicilia, queria hier a cidade de sua situaggo erties, normalmente enviava Inensageirs. Mas temendo, diz Tuidides, ue estes tivessem uma filha de meméria ou que se devaassem levar a dizer nto a realida- te, mas o que a multdio desejava ouvir, eligi wa carta, Assie, tom tela on deformagio, os atenienses poderiam “tomar uma de- 8 Pe Ls ngs dame des mesma fs Tor econo (4 doenga ier a i), mas ov orcireusnio tnhamn sequer esta desculpa, © maya ssl, para dhiethe seu nome proprio, que coroia ts vinculostocias ate 0 Simago, era completamente endogeno: uma docnga da cidade tesma, Essa epidemia, ue vis srtocrata ¢ democrats lang remc une contra os outror uma gues iopiedose, comevou na Gorcira, mas “logo ganhou, por assim dizer © mando greg foteira™ sn queer cil ransornava uo nio 86 eis, mas também as regras mas elementaes do dateccimbio entre hua ‘os, sem as quaisnenfuma sociabiade € postive, eat o sent do sual das pales, Nao restva mais que nates humans 1) in da i 4 Pr 3 ase ‘cn gr: tna a eon psn pela are a cntregue a si mesma." Todo o universo da edade € tudo que fui feito 8 confianga do presente em sua superioridade nfo pas ran de ruins. Bastava que 4 poi houvesse podido perecer tina vez para que doravante ela se soubesse mortal. Tucidides feria de continuar a escrever sabendo disso. A aulopsia era por ‘eres difel de suportar, € 0 senso de historia tintse obscurec- Ao sensivelmente ‘Obra tnien, a Guerra do Peloponeso por certo di tester ‘hho daqoilo que fi provavelmente a mais alta ambigéo intelectual yuma ver concebida pela historiografa. Depols dela continaouse Ah srever historia, exereveu'sea mesmo cada vez mais, porém 0 Iistoriador tomouse mais modesto. Afinal, Atenas nfo pereces, Is fo duramente derroida, Seria esse 0 frdo que 0 século IV Aeeria carcegar. 0 século IY, a onipresenca do passado, a imitagao ‘Ao otimismo do séeulo que espraiva sobre 0 mundo um ‘olhar eurioso ¢ ousado ov sinplesmente seguro de si, sucedew lima cklade veneida,saguieta, nesilgea le um passado de gran- lees «que muitos podiaan ter interesse em idealzar. Se antes de ‘G31 presente dominava, 2pée 404, em Atenas, 0 zelo pelo passae lo prevateceu, Ja'em 411, no momento do golpe de Estado ‘liarqico, Cltofonte propusera que "0s comissri eleitos [uma ttomissdo de trints membros] devessem além disso procurar leis dos ancesras, de quando Clistenes intituin a demoeracia.” Clistenes ainda era o Instauracor da democracia, Em 403, mal Testabelecida esta, um decreto precisou: “Os atenienses serio ijovernados de acorlo com os costumes dos ancestras,ustrio as exon "yi rir 9 iy tn es "oy, ote ro a Pane 0: ats dante des meses leis de Sélon (..)¢ também os regulamentos de Dricon”. Son tenderia desde entdo a dcupar o primeico lopar © 0 princi pie pel Enfims, em um panto politic eset cerea de 360, IsSerates ‘rodamou: ira que sinks cols capa de lst os peg indour lie ‘os das mates presenter sera acto restaelecmenta da deinoch- ‘i de outros, cj les Son, 0 melhor amigo do por, Thou © ‘Clistenes restau, a0 explo tno eresabelecer pow,” Clistenes, dai em diante, ji no seria mais que o restaurador de uma democracia interrompida pelo paréntese dos Pisistritidas, (Cads um pati, assim, 4 procura da inaleancsvel“constituigao dos ancestnis" espécie de constiuigio da unidade nacional, em que Se reuniant os grandes nomes do pasrado © que supostamente lencerrava a soligio para as diculdades do presente es amcagis ido futuro Aparentemente, mio era mals 0 presente que diva sua let a pasado, nas 0 passido a que se apelava para orientar © pre Sente. Um passad 4 reencontrare retire que pasado, po- ‘Fim, se tratava? De um passado em grande parte ad boe, 40 ql, ‘sobre uma trama ji mais ou menos fad, cada oradoe vila eazee pequcnas varigdes em fangio de seu projet police e da stat ‘Go de momento, Reencontrase, pois, mas de outa mancity tirania do presente: um presente em civida que buseavs 0 pa sado uma garantia, modelos de agio, sabendo no fando que ese pasado era definiivamente passado ou mesmo jamais existira No eurso do séeulo IV, embors esforcando-se por levar em conta ‘as notas condies, Atenas nao desistira de reconstier su int perio, dle repetie a histéia, pols, para subsist, regime demo: {rico necesitava do impéro, (0s oradores Jevaram muito longe essa instramentalizagion lo passa. Seu objetivo era a ago presente: a decinio a toma, (0 es ae ot 9.272182 ir Tana a a a ne ore dts fn, 195, 98 (17 Shes tmp, 7.36 418) Mei te or rs atc, ra bs ats ‘can rey d na ao eseplonpssnd pee argue 6 4 politica a seguit, Tuedides proclamaen fazer a histrla do pre- Sete, enderegando-e, a0 menos idealmente, ao fururo. Para os Sracores, 0 recurso 20s exemplos hstrices devia ajudar a tomar fs dedisdes do momento ou do dit sepuite, ou a cricar a5 ‘espera. © passado, convocado assim como modelo, era naturale ‘ncnte um passado em partes selecionadas, Nenhum género ‘Sratéro levou mis longe eas estilimcao do passado que a Otte ‘ho Rinebre. Essa hist atenense de Atenas, conforme 2 ides que os aenlens descjvam fcr dex meses, suave totalmente no resi dd ‘mon, desse nodes em que, segundo Tues, eo ep» avs os logis se compraziam. Do ponto de vista da temporaidade, a oragio finebre, por sa imancira de invocar os herds de outrory, nada male era qe UA watralizacio do tempo, pois sempre desfaldavase 0 mesma ‘aloe. Mediate acelebragio ritual dos mortos na gucera do an, i histéeia da cidade tommava-se uma histéra imével, em que 08 enienses, para sempre fevtos de exceléncia gure, er CON ‘ilados 4 imitar a st proprios, manestando a esséncia 0 qe Fras havin detzado de ser © 40 desiam jamais debsar de ser Mobilizado nos discursos dos onsdores, o passado também se tornavavisiel ou mas visvel gragis& cidade, Decretos hist ‘cos amide eram citados nas assembéas do século IV: decreto de Mieinles, de Temitocles, de Salamina, ete Habicht mostrou qu seralmente se watava de falsifcagoes datas do século 1V® Gon Tinuavaese no mesmo registro de instrumentalzzito de vm pas {lo-exemplar: also" quer dze simplesmente ue se montana mn materia divrsos um texto a que, para toro eva peenasie sc julgow sti dar ma forms ofc. E um indo de que 0 Xt yo documento citado verbatin, axsumin maior importa 09 ue hr ee tes a ci ns cg ps ne a a, sein me yb i eae eRe a Pare 1. anos dates means ‘ae proporcionava um acréscimo de erediiidade. © erertoten- din a consitinse em prov, Tnscrevese no mesmo conteto © pertence a0 mesmo tipo de uso do passado 0 cuidado que 4s eidades tilam entto de afiar em seus muros las de magistrados. Em Atenas inde se Conhecia a lista dos arcontes (ueessz0 anual de magistrados epdaimos). Descobers na sgory, dita, pela forma da excita, dos nos 425. Daf numeroeas questoes,Tatavase de una primet- 1 publicagio ou, quando de uma revisio, de republiagse? Mex ‘mo que nada impeca de pensar que ov proprio arconte haan ‘mantido um tal registro anteriormente, @fato € que nfo pote. ‘mos remontar além do titimo quartcl do século ¥, de quslquer ‘modo, a cidade cuidara, naquele anos, de obter ow ataliar essa lista € publicida." Nio estamos, poraao, dstanes do momenta fem que Atenas iris lanearse * procura de su ‘constiuigio dos fncestri’. De modo ainda mals claro, vese a cidade de Mito Publicar em 335 .C. a lisa de seus sacerdotes epdnimos, o {stefansforos. Constatase, com eelto, que toda a seqlinia dos ‘nome, de 525 a 335, entrou de uma sé vez” Um fenémeno da ‘mesma ordem observe igualmente em Taton, crea de 350, com © eatilogo dos teoros” Si, pols, outros tantos indices de eda des, mais ou menos no mesmo momento, preocupudss eh far Publicamente por eserto sua geneslogia polities tornar ain Imanifestas a antiguidade e 1 continuidade de ram hist. -Presenga do passado e mati apelo a ele, instrumentazagio esse passado pelos oradores al fol o ciclo em que iram ganar grande impulso os relatos sobre 0 passaco (td arkbaa) e, cm particular, as histosas locals, as anqueologias, ndo preisamente fo sentido de Tucidides. Parte desse contexto, esses trabalhos ‘eram também uma maneica de responder As dividas do tempo, (2M Ges gree 9, p37 A Sa, ad ‘Sra, Mao HB 9% p55 mex re inn pata son as psn rb 22. Fst ee abo nce e199, 1 (25, FSi tse tas dr ge srs tos Pes {her ot or repens 3 Mh pS ‘cn regs 6 tna a erp psd pela rq 6 imecendo lerbranase indicates num momento em ge 8 nines ateronarSes eos mortondevidos 3 gucrra do tees tneceaeainpee de pr com meme aoe acres cide no far subentement, ros ar scus muro ogo com 0 ac de sere sa eu ¢wanonmsin cme. Exe Si ee Sa cdr eum moreso ao, sree Gnooianclo de dg de enon alos Pot So eno uso opendoe enguanto a pate © 0 aa mente. Os wor ductunente pits do a er gums‘ eos de deseo penton me Fr ee maginrosateaces now ures om oda a sence ue, eae que ae npn, a ns dsne tment. ara qos au precio de a on sos tease unset, se ple ae eee ces rt preciso, com eet que ve ures I Soe eer ei de prom cm due a peng pence aoe oe atau plo mim da epost do oo ae tanh praleragio do a) Nese Poy ao ee puna ¢ wos do pad pods partie Oe Cunt reser um ma cnr To te do sea V ave epeeces & pone de de ee temo to no em oon de ene Se oe were clinica de Lesbos, © htorador de um Soupcince de Tues, qe temos 0 Ree eet rio ha nent scene eM ce “inka Se Supreender eee projtor Helanco teria si mt esos uo spn oc di aa ree Stmcnte umn dos pana icadores da NSIGHA {ES cele sens ea sre naneonos i Wn ‘as en oeupowse de pond Beeld Arc Me a pune reve sobre Ep, 2 Fel, 8a ear ee pore, sore os cntres Darr creer cern de Hem, nom mesmo ae de 0) nti, oy, ot en, Pat as aes, 198 6 Pane Ls antiga dant des mesnes seus poemas.® Que dizer de tal abundincla, que, de resto, new fscapa no estencil? seas mkplas fisting locas deviam es ponder 2 uma demands, eidades devem ter record 10 prt reiro e melhor especalisa, a menos que tivesse vindo cle ses: mo propor seus servigos. Como pracetieu? Deve ter dividido © reclstabuido regionalmente x materia genealgict tl como esta ppurdera ser reunida e tatada pelos primeiros geneslogistas, como Hecateu. Mas dispunia, além disso, da obra de Heréloto. Bert centendido, completar, modifica, adaprava, em fungio das ine formagées ~ orais ou eserias ~ que cle proprio possuis em seus ‘fcharios’© das que podia reunir ir foco, O importante par histSeia local, compreendemoo, era a continuidade: devise le {as origens 20 tempo presente, sem interupeto, No easo de Ate has, ausente das grandes gencalogia, Helanico parti dos rei miticos, depois ulizou a lista dos arcontes, antes de chega 2s Epocas mais recentes Semelhaate perspectva devia opertt no sencido de uma historzagso do [gor de modo a tornilos ow. tos tants episédios verossimes da histria da cidade. Helinico abr 0 eaminho. Cerca de meados do século, os stenienses por sua vez publiciram historias de Atenas, conhect las pelos lexicdgrafos com o nome de dtbis (antigo nome da ‘vie? Areasmo’). Sucedendo-se rapidamente durante 0 periodo de confrontagio com 4 Macedéni, até o fim da independéncia de ‘Atenas, foram também as limas histérias de Atenas. Como seit, de esperar, cada mitor retomava toda a histéra desele Ceerope, © primero re, até 0 momento em que escrevia. Jacoby com rao Insistiu na dimensio polis dessa eserita da hist: era uma trma a Ita dos partidos.” Os auidéatos nao eram politicos proissio- fais (com excegio de Andrécio,exlada apts ter se chocndo com Dengstencs), mis sua relago com a historia, embora mais astra (05) he nee mt mas cog evs he en {29 Fung ere, gna a res er nee Aa Pe sj gn stl ate 1, 7718 92 pte ‘Settle ee mgs pean ie ae se in isin a ta gs a (Ioan caso egy: d tna 2 esomplnpssindo pels renga o lnc ta ee im ace tn cv pep er tiaras tr con on) ino oe a ren 18 6 Pate Os as dante dels mesnas produzida por conjunturas diferentes, com estates miiplos, € ha qual nio€ fell desemaranhar os tacos dos diversosinteresses 4208 uals 0s historadores, tanto gregon como romanos, proces ‘ram responder. A servgo de Roma e parthando os valores da Srstoeraca zomana (@ que expiea 40 mesma tempo wma adesi0| Sem fahas a ordem comtana ea presenca do tema da decadeacta ‘de uma Roma que, justamente, esquecera os valores de suas ork [nen), Dionisio, como outros ja depois de outros, teve inten: ‘Gio de reelaborar um passado,revisiar urna cultura, em sum, Feinventar uma tradi. Ou pelo menos de carrer esse sco, com {5 meios e também os nites de um retor do secu I, exjo dis ceurso pretend nio dizer a yerdade, mas produaie 0 ‘exiel. A ‘operacio ‘arqueoligia’ eonsstia em retirar © ‘niieo™e aumen- {ar a porgio do verossioal, para tender a0 relato“o mais seme- Thante 4 verdade” que se pudesse eserever, "Roma & uma eidade grega, e desde sempre os fomanos levie am ue ‘vida grea’ Vindos orginalmente dessa Grecia da Gréca ‘que é 4 Arcidia, conclu Dionisio (I, 89, 3), no existe nada mais "puramente’ nem mais ‘antigamente’ rego que Os omanon. Mas fez ele de fato explodie, como por isso 0 feliiara Bellanges, 0 binds gregovbarbaro pela introdgto ile um terceiro termo? Poderiamos pensile, quando anuncia (5, 3), por exemplo, que val prosae ao leitor que Roma havia dado, desde seus eomecos, imaiores provas de excelénca (areté) do que qualquer ovtea eid de ‘grega ou babar, Mas a expressio estava havia muito tempo. fem s80, simples manciracrstalizada de dizer ‘toda a gente ser {que a8 pakivas que a compdem ainda podiam ser escutadas por {quem 25 proaunciava ou recebia? E para designar 0 sanginento {le uma entidade nova, que, se ertamente nao estava do lado dos bisharos, nem por isso se confundlia com o outro term da bindmio? Em outros momentos, principalmente quando os migrantes suoessivos deviam brterse contra ‘hirbaroe’ "cle parece est sin plesmente repetindo 0 uso do bindmio, contentando-se em i: (2 ere om 4 rect ae in 138, 1 ‘he aa gta a oma Gta saa de Dis de Halansso o nso facto os fuss romanos 90 conjunto grego. Porém, a propdsito de rituas sarificas (pelos quais Dionisio se interessi- ‘ide perto, como testemunhos de uma identidade cultura), es: fapadhe a femula "nde gregos” [ulizamos 4 cevada, 20 passo fae “os romanos” [econtem a capelta Este ‘nGs" dante ‘eles’ & Figatio como um lpso. Na ligica dessa perspoctva, a histria de Roma tornae a de ‘ima “barbaric” s0b efelto da “misturs", a parti de uma pura frecidae original, Trtase de wma outa Yersdo do tema da deca “tlenca. Sera mesmo de “espantarse que ela ato tenha sido intel tramente bacbarizada por ter acolhido Spicos, mérsios, samnitas, fireenos, britios e milhares de Gmbrio, igures, dberos celts, Cle" O exemplo de outrascidades coloniais instaldas em meio hyraro mostra efetivamente que Roms, mesmo se "desaprenden iquns dos seus primeiros costumes, resis suepreendentemen- “tebem. is outs, com fet, desaprenderam ean pouco tempo ud su grcdade a0 ponto de mio mais filrem grego, de to ms ‘anim os hibits greys, de no mais rennecerem Os memos lenses nem as Bele tempera dos egos [todas 8 cosas que prtaamente maravandierengaentrea nate (pt) rept Camatureabisaey- em mesmo qualquer out sina disinvo." 0s aquews do Ponto, 20 contriio, “esqueceram” completamente fin grevidade orginal © toonaramese "os mais selvagens dos bir. Iharon’, Ao correrdessas observaces sobre a aculturacio, Dionisio ths informa subitamente que exstia pars ele no apenas uma cul Tura (to belenisin, sas talsém wma pljsis grega, dstinta da Ihatureza dos Isebaros, Como clas se articulam una 8 outa? NAO fe sabe bem. Os romanos, cm todo cso, unham wma e autra por Ieranga, festemunha parcularmente cssas misturas a Kegua latin, te no € nem completamente grea nem verdadeieamente ir: ara, mas wm compasio de ambas (em que domina 0 dialeto a hm 8 Pate Os aig ated mesnas ).* tendo por conseqéncia que os romanos no consigam “pronunciarcorretamente todos os sons ariclador” (1 90 1)! ‘Mas Dionisio nio podia datar a misturs apenas do dia em ‘que a cidade se abriu 20s biebaros 6picos ou Outros, enquasto feoda a teadicio camava que jl de saida Roma fora pasta sob © ‘signo da mistura, Miscura sat, mas entre gregos, podria retor (que Ele no se acecon a nso verdadcitamtente, debeando ts oi Ss algo vagis. Mistira des aborigenes com ox pelasgos do at nos com os reeém-chegados woianos (1,60, 1: 89,2); des albanos hos € cto que provinham de uma mistura de gregos de diversas ‘eigen, as também de um elemento barbara lea l,2, 2). Quan to A tropa de colonos que um belo dia deisow Alba pars funda Roma, € simplesmente expliada que Romulo © Remo a mistars- ‘am com "aqueles que exavam I, uma popula local presente ‘io se sabe bem como (85, 4). Ao mesmo tempo expressira © vga, mareada de modo positivo (erescimento) ou negativo (Garbarizacio) conforme © momenta, a metifora da misturs, no two que dela fez Dionisio, mostra que ele oscilou entre dois moe delos geegos para pens fundagao: x qpoibia © sinecismo.” Primi, © modelo colonial, com expedigio ¢ msalagzo de colonos: Roma €, proprlamente, uma coldnia (apottia). A mar ‘cha por empas para Rom podia mesmo see concebida como uma lent apodttay inaagurada com 4 prmeira migragso cae (I, L 56 terminacla com tina parti de Alhs,descrita por Dion com grande luxo de poemenares. Aas dois jovens, se 6 confi fnio romente uma tropa de colonos (ela mesma composta por “diversas cakegoras), mss também fornecera“dinfeto, armas, Bo, escravos, bestas de carga e tudo o que ers indispensavel a onstrucio dle un dade” ess tars eokOnia nfo fltou nem ‘uma agulha! Dionisio usa e abusa dease model, que se adaptava (ca nn 19 rt A 5 751 eo qe Rh sie ita tice reeatpe os es pst ss pel ‘Shine pep ul es nie ee a ‘the fang: Boni so tte ites tah ees ph par an ne or ray ce eet Anat oa, to. ao, 3 19 eo Asc em mo in aa, 98, Ron hr cas e Dire alas » perfetamente a logics de sua prelates: quanto mals Row = Shltasse de una apostia, mais teria chances de ser grea ‘Nesse pont dabistérs ele precsava anda hvrarse de Remo ‘A reyes, als, nao era que ma colOnia wvesse dow arquegetss Sua mancira de proceder €interestance, pois Iangava mo igual tmente de nogées ou referéneias gregis que permitiam a wm 36 Compo respeitar a tidigio (morte inevtivel de Remo) e enger “Gnurum relato verossimil, desembocando aaquele ato de violén- Gin Quando tropa de colonos sai de Alba, ela € composts, mas tinare assim permaneee, mesmo apés ocorrer a 'misturs” com os fests da populagio local rescente sobee 0 Palatino e em corno tir colina e Saturno. A diisto intervém logo depois: Romulo © emo decidem cindi-la em duas a fi de, pensavam eles, susciar ‘vemulagio (pbilotimda) « apeessar 0 fim dos trabalhos.tafeiz« vente,» pbilovinsa, posta, transorma-se em ssi, cotalmente ineativa. Antes mest que a cidade sla funda, com a intro iodo par philotinta-stasi, somos mergulhados no universo bea) Conhectdo das lutas pelo poder no interior da pois. Roma ands thio € Roma, nas tse parece com a cidade que Plutarco desereve em seus Principios politicos. mesmo vocabulirio politico Seeviu para descrever sat intrigas, ambigbes, corsdas 20 poder {que punham erm jogo os notiveise suas fnegbes (I, 85, 6), até a tocen evil o asastinato, Tudo parte, em suma, da ambialéncia lie pbitorimia, de que podia “sai” um discurso conferindo fncligbilidade © verossimlhanga 2 acontecimentos que, de ou Ito modo, sriam desprovidos dessas qualidades, No fim das con tin, pensase, no chega a ser iprecadente que a5 coisas © huh passado assim! “fesse registro completamente politico superpSesse um ou, pre-paltca se quisermos, cujo unierso de referencia no Sia mais acxade helenatiene suas luas, mas antes Os trabatbos| (os dias, de Hesiod, Com sua eélebre abertura sobre Bris (1 bon ‘tind Querela),dirigida ase irmio Perse, com quem justamens ‘le estava etn ligio: uma, levando a dvalizar com ontrem, é “hoa para os morals; 2 otra faz erescer a guerra eas discord fnestas" Da mesma forma, érts velo 46 instalar abersamente *” ae Ov aig dads means ‘etre os dos rmios, Romulo © Remo, desde o instante da divsio ‘em dois grupos, € logo se tornou uma "md querela" (i, 87, 1-2). ‘Grusamento entre os doe reisros se far sem difieuldade pasar Sede philotimia a éri, ou de ssi a éris. Ao escolherjustamente { palava és, Dionisio acrescenrou uma outea dimensio 20 seu Texto, quase tima outa Intriga da qual ele podia purar 0 fio de Seu proprio relato, O descjo de comandar (pallarkbia, do qual ‘So prem on dois iemios,€ ito akofnénetos; a expresso € inte Tessane, pois ja com os dois registros evorados, Primeio, seu ‘esejo do pocer nto tolera nenbuima parti; cada um quer td Somente para s, Estamos no dominio da éris ‘prépolitea. Mas ‘san vontade taduz tansn uma negagio completa de qualquer forma de comunidade (Roironta), mpede ou destroi todos 08 lagos sociais*" Assim, a érstdsts $6 pode acabar em ma matan- ‘gia qual também mistura oe dos restos: rmios e conctdados Se entecmassacram (aps te tod adelpbod kai politikes llleloktonias, 1, 87,3). Viorioso, mas triste, Roaulo, dorwvante 0 Sic oles, val poder fundar Roma. Porém, asim como no podia afastar completamente das ‘origens de Roma a misturs, Dionisio no pode manter até o fim 0 {so apenas do modelo da fandagio colonial. Tanto mals que ele tcsava de lito itolado c, tamhémm nease ponte, conteadizendo de Forma por demais evidente a tradigio, Nem Cicero, nem Tito Livio, them Vie, nem mesmo Plutaro the serviam de apoio. A acre- ‘tar neste timo, Roma seria mesmo 0 contririo de wma funds: ‘Gio por envio de colonos, ima ver que foram os cdadios de Alba ‘que, recisando-se a receber todo aquele Bando de marginais re ‘ruados pelos dois mics, io hes debsaram outa escolha que: into # de Se instlarem ares © por sua propa conta. ‘0 segundo modelo disponiel era 6 do sinecismo: a nova, ‘idade nao proveia da chegala de colons vidos de una met pole, mas dt reunigo de populagdes i presentes 0 local. Dionisio Inilio por alusio, detsando entender que Roma resultou de (6) rote a, spr te eg pon A ee Denman pee (69. Fen an tome oren ra ee ata) Gs mae ns ‘Sars oi din popnrte Ht so te pa (09 Pa Teen se amt Gr escola do Donn de aleamasso on tum sinecismo, que houve sinecismo nessa histria, mas jae se interroga sobre a compatibilidade ou 2 articulagio dos dois Inodelos. Tatas de uma apoikia ou de um sinecismo? Ou de ‘oma mistara de ambos? Evocar o sinecsmo tina uma vantagem suplementar, na medida em que © mestre na matéra, a sua ree ‘Roca por excelénea, ers Teseu ‘Everdade que Dionisio nao far um paralelo entre 0 nasci- mento de Atenas como ckdade e 4 fundacio de Roma, mas 0 seu Romulo devia ter, para un grego, algo de Tesew (como se sabe, logo Plutarco os asociaria) © Tongufsimo discurso de Romulo no comego de livro Il, suas suepecendentes interrogagies acerea {lo regime que convina estabelcer, sua vrual oferta de ren ‘ia a9 poder tudo iso encontrava tim precedente na conduta do ‘Tnew de lerates, por exemplo, Pondo a disposicio um modelo de conduta plaustete conhecio, 2 figura de Teseu vieha njudar Dionisio a colocar em relato a fundagio e a construe sua intiga {vim ver suprimido Remo e satsfeits as exigencns da train) Pla ormara quase verossinil a interrogagio sobre a politeta: como Teseu, Remulo prope x0 povo reunido a questio do regime a Instaura™ Mas € ocioso dizcr que depois de Polibio, que dela fern o onto central de sua reflexdo sobre 4 potéacia romans, nao se podia rate pretender falar de Roma sem dar éafase asa 0; este era o prego da credbidade. A “constituigio de Rime’ € a maneira pela qual Dionisio saiser essa exigenca e respondew a essa expectatia. Nio sem se contradizer um pouco, pos ads ter afiemada, com Polibio « Cicero, que a constiagio oman nao sain to armada da eabeca de um legislador, por Alivino que fosse, mas era antes uma eviaglo continada © © pro Udo de numeronae experiéaetas (1,9, 4), pc de tepente em cena, 6 dsfraldar dessa consttuicio nova, tempo forte da funda, © tvesmo quase una nova fundacio. or essa inencontrivel constiteigio, Rica claro que Roma era mesmo uma cidade (pis) Polibo, usando categorias da hlosoa politica greg, 40 hava amplamente provado Aolivro Vide Polio {orresponde lvso Ite Dionisio, mas enuanto um deseavale- Tuma reflexto de po estutura, 0 outeo pos em forma de rl (rs. i 36 1. o te Or aig dante dees mens to (Romulo procedew a (..), empreendew (..), eeu (.), rexel ves, ete) © hisforizot (tl inetituigt, tl mectaismo foi tomado {le tmpetstimo 1 Gréia (9). Alem dso, com» mudanga dos tempos, 0 "cariter mito" da consttuigio no estava mais aa oF dem do dia: 0 Senado no mais desempenha 0 papel central aa ‘naquinaria do poder, Ee lembrs © cansclho dos ancios emt toe ‘no do rei homérico todos 08 Fels lng dem conselho consid pela elke dos eldadon, ‘rome testernuniam Homers oar antgns dot poste B cont amente a0 que se passa hoje, 0 peer eel arco mo er Mem abies nem absouto (12,4), iso que se concedeu as nostalgias senators Cidade desde sempre, Roma era além do mas, segundo Dionisio uma cidade plenamente realada, mais bem-sucedida ‘que as mais renomadas eklades gregas clisics, Expat, Atenas ‘uTebas. Nio se contentanco em tomar emprestada tal ow qual {nsiigdo, os romanos souberam, desde or tempor de Ronmul, nerfeigagr 0 modelo, Asim, do patronato, que era uma antiga [riven greg (porém mais prima de favo da escesviao), soube- ‘am fazer uma instruc central: entre 0 patzono (patio) € @ ‘lense (pleben) instauravase toa wna gama de cbsigaches rec procs, que funcionava a longo termo como verdadetra relagio Ae parentesco (lt, 9-10). Criador de concdedin (boménota). 0 pateonato fez de Roma uaa ddade capaz de controlar suas fas licrnas, sm stds essa guerna pelo poder que #5 cidades greg, por seu lado, nea souberam conte cravelmente, Roms que {entanto comesara sob 0 signo da stdsis fravcida, a pioe que exe te, conseguin em seqgida, durante 630 anos ~ até Calo Graco, preci Dionisio substiuie 0 aeassnio pela persuasdo (I, 1, 2). Bis a um feo considerivele uma incontestvel superioridadé de Roma, Com freqiénea, a historiograia moderna, prineipalmente salem, recomaria essa aprecagio. ‘Cidade por longo tempo sem sldels, cla era também ma cidade ‘shera-Divessamente das antgaseidades pres, ansiosis por preservar a “nobrem de seu sangge” efechadas sere s mes: mas pont de no concederem sendo exogpdlonalmente seu Grea: sols de Dini de Hc % licitos de cidadana, Roma fo sempre “peneress” nessa matéri. ise intro o tema, promedido a tm belo fururo nas compara- (es entre oF gregos ¢ os romnos, da "generosiade” romana inte a "avarena”grega” Bis, para Dionisio, uma segunda superio- Fide manifesta de Roma, que fer dessa attude uma politica e, Hina, wana poderosa alavanes do impéso, Mostrar que wm al pro- jeto simplesmente nao teria sentido pars a cidade grog seria Hi Si, que ela se defini, eegundo Ariteles, como una communi ‘dae “teabada © auto-sufiiente™ de sida, desde sua fundagio festa complet. Imsporta aqui, somente, o que Dionisio © muitos historadores depots dele acreditaram e difndiam: Roma encon- frou uma via que a cidades gregas aio souberam tomar. Nov mente Roma se revela uma cidade mais realizada: a mesma polis fue na Grécia mas em sua perfeigSo. Ela é diz Dionisio, a eidade nas acalleora © mais humana de todas, aquela que soube scr, uténtien eprofundamente, una comunidad (koinétate, 199, D, Com as Antiguidades romanas operouse um interessante eslocamento: Roma nao mais era julgada como cidade a parti tin Grécia, mas a0 inverso, 2 cdades gregas € que se media a pivtr de Roma, doravante percebida como a reaizacio da ca the A cidade greg no terminava com a batalha de Queron Noma era o seu futuro! Se Dionisio, 20 demonstra que os om os cram greg, fol levido & helenizae Roma, reciprocament, {iuando “restibeleceu’ a constiuicto de Romulo, entregouse a ins "romanizagio’ da cidade grega. Levando ao exteemo 0 goipe the forca polibiano, chegow a susteatar, com efeto, que Roma ert ia ciate, uma edad eujo sucesso provava a excelencia de st ontiuiga, una clade plenamente acabada, mas ainda © mo- Helo mesmo da poi, (09) 167 bats re ee, et ry, apse es Nar reer a nt et pe bit coe es 3 i Se, lo Hp 02154, pane ence Re: Part i 6 171. es Dna, 0 tert yes bane de Rr ma er os Str 17 no nes eis PLS Fundamentos gregos da idéia de Europa Fundamentos gregos ~ € podeviamos acrescentar ~ frida mentos polémicos da idéia de Europa. Partamos, para sso, de uma ‘observagio de John Stuart Mil: A batalla de Marton, como acantecinento mesmo da Nisei in ‘sls, mais importante quede Hastings. Seo desentace dese dia tee sido dleente, of breloes eos sxdes podem estar anda penlidos 0 bosque Lembrase -calvez com certs iri ~ 4 extrema importines ae Dbuida as guerras médicas no destino do mundo oeidentall Da _mcems forma que os Seabes, em 732, foram contidos em Poitiers fos persas o foram em Marstons, em 490, Mas é preciso recuse ainda mais longe no tempo, pois a primeira desavenca entre a Europa © a Asia produsirese, na realidade, diante das mucalhas de Troia, A Mada, proclama Hegel, most 0s egos sindo em campanha contre oF aiicos, as princi legendas batalas prveeadss pola formiivel opos- fo enie das czas eujo desenlace constr uma vila Alcina hist dG, CGonclusto: hs vis grog, na verdad, salvaram a cuilizagio © ‘oubaram todo vigor do principio asdico!™ A Europa parece, as tim, definiese ceclo, mas mbm de mancira duradoura e polé- (0) Gt ep at ome a be 9 a page fr te less, Pt i, 100 Pare Ml 00s antes mica, coms sclagio Asia: elas exister uma pela outet, uma con: Fram 08 prépros gregos, sem divide, os arquitetos dessa ‘oposigio: em que circunstancas aparece, que usos foram feitos ‘das beeves observagoes. Todo letor de Homero, ‘abe que 2 oposigao entre a Europa e a Asia nio se encontra na iad, sito menos agiela, come fa hava observado Tuetdides, ‘ene gregos e irbaros” Os olanos ni sto menos ‘rego que ‘os aqueus. Tratnse, portanto, de uma interpretagao retrospect {que nio poderia scr anterior & puerra contra 0 pesas. Somente 4 partie dai seria possivel, de filo, projetar Maratona (previamen- te transformada pelos atenienses aesse great event que ela nio Tos) sobre a guera de Teta, Stbe-e que a Goografia de Hecateu de Mileto, 0 sibio contemporineo das gueras medics, compre fendia dois livros: um consagrado & Europa e outro 4 Asia. Qual fra, nesse momento, aleance de wma tl visio do mundo? ‘Se ests clara que 4 ‘Europa fol apreendlida e constituida em confronto com a Asta © continios sendo acolhia€ elaborada da ‘mesma maneita pelos moderos, é menos eviente, eontudo, uma Aproximacio que questione suas origeas ou sua pré-histora. ‘Ap anvncae a vontade de edcar seu futuro santuirio em Delos, ‘Apolo deciars. “Teno a intengio de consiruragut um tempo magne, oreo pars or homens, que, para me consular, cessamtemente fain his meus altars estes inpecsvee tanto os ave haba & ‘Eni Pelopoaes, quamo os da Europa e das has ceeadas de vie fev todos quero dara confecer minha vontade infalvel, pro Find minhas sentengar em um io sant” Europa, nesse eas, designaria apenas uma parte da Grécia cont ‘ental. Do ponto de vets da etimologia do nome, propés-se uma ae 50098) SEAM Sl Ge, hp tw a, i i ‘sn bu a ape doe a, ata es, 1, Tas, 8 {3 Mot ya 2. gr dn pao Fenamentas eps da ia Europa om sproxiagio com eurus (grea grande), enqwanto Asin podesla femeter a0 hitta assur (term boa)? Como terse passado dessa ‘esignacao regional A de todo um continente? "Nao posso expl- ‘or, declara Herédoro, "em que momento a Tera, Seado uma, fecebes tres denominacbes dstints, extraidas de nomes de mu Theres": Asa, Lia e Buropa. “Quanto & Furops’, acrescents, do meamo moda que ninguée sabe se etl cecada de a, nada {oi eslarecdo sobre ax orgens de seu nome (), 4 meno que se ign que o pas reese esse nome da ena Buropa (.) Mas & ‘eto qe ete Bop ers ort da As e que ela nunc esteve ‘este pa qu or peor chamam Europa la Yeso da nila para reise de Crt pes a ica" ono uaa asitcn pode assim dar seu nome 3 Europa? Por que ‘sc passou de uma biparigio & tripargso do mundo, mesmo ses tla cero que, “no sentido do compeimento, a Europa € tio longa ‘quanto a extensio das duas outeas partes" Maneira de dizer que, [elo menos elo ponto de vista clo tamanho, ela equiva as duns ‘tras, como se a tnpardgio mantiesse ainda alguma covsa da Inpartigio anterior? Hesodoto, infezmente, nio volta 20 asstanco ‘eieixa 0 letor com um de seus feqientes “Ise & 0 bastante em Felagio ao assunto"! A Europa polémica Retomemas a essa Europa polémica dos gregos, que iia ser também sma Europs politica, As gueeras medhicasserviram cert (©) Pa Cima Oso died ere), nea & den ‘es Ei ies pote eas an) ie ie (nbn fds eo gn pee er se ‘Sw Eee ot ot ae i ho hp 89. (Moan 0 arp rnc ap a ep ce ‘to iB sii: "abese ie apne tg tee i dn wm te Ndr aigas mente de eitaizador para a oposicio entre gregos ¢ batbaros, ‘Ora, qual seria, em sum, a dilferenca essencal entre uns € outros? (0s gregos rivein em cdades, os bizbaros nto; uns sio ‘lives os tron submetidos a um senor, A que, explica HenSdoto, estes Siltimos sio ineapazes de viver sem seis. Desde a primeira fase (ds Histrlas, ox bebe oemann im par atmo Com os BreHOS Hesioto de Valicamasso expe aqu suis peaquias, para impedir {que o tos dos homens, como tempo, apaguers da meméria€ grandes © manihoras fgas,realvzadas tanto pelos barbiros {Quant pelos greg, cesem de ser contadas em particular, 0 que Foren de que entrisem em ger ns conte Os out f evidente que essa clasifiagio bindra efortemente assimétrica concebida para e pelos aregos era manejivel apenas por les, antes dle se tonmar posteriormente uta expressio usual ~ ‘gre: fos © birbaros’, querendo dizer © mundo todo a8 guesras médicas atribuiramihe um significado preciso, dotando @ fntnimo de um rosto ~@ do persa ~ e coaferieamlhe um tere trio, a Asia que ele reivindicava como sev. Em Os persas, a tre pédin de Esquilo encenada em 472.4, C, a rainha Atossa conta ‘Duss mulheres mio bem exis apresentaram se dante de meus ‘len, uma jd com x nin pers, «outa vests como dink (Go) meamosendo ride sang, habit dots aes stn fins Gréca que he conceber por son, outs ater bith {Coes fhe procury until: uma resignowse, ura es «© pan 0 ago em dls Figurada pela imagem cas cua ems inimigas, a déria € a pers ‘oposigio entre a Europa e a Asia coincide com a do grego © blsbaro, de tal modo que essa vsfo seria projetada sobre a ve ide Tria, fizendo que os toianos aparecemem rezospectirame! te como astcos ¢ hirbaros “Os persis julgam-se proprietiros da Asa ¢ cox pos bi hraros que a habtam,e consceram a Furopa © 0 mundo grexo eames rep a iad Bop 18 is & parte”? Basa frase, que pretend exprimir a visio persa lo fnundo, conclu um relato sobre as orgens da inimizade entre o> freaos e os bithasos, que Herédoto eolocara na boca de ‘sbvos pers, Tudo tina comeado, havia muito tempo, com o eapco dt Srava To pelos Fencios, qe teria respondlido, do lado grego, © de Europa, filha do rei de Tiro (portamo, uma mulher ea sia, ‘Osjgregn retomaram em seguid 8 niiativ,sequestrando Media, Wile do Fei da Calguida, Pins replica, sequestrando Helena. 1s eregos, entio, reagieam com ma expedigio militar ~ sendo “im primieen a terem evade a guerra para a Asia” ~ que destroiia fo poderio de Priamo, Eis todo 0 desenrolar da historia, que nfo ‘essou de oselir entre oF dois pls, da Asi © da Europa "A fgko € de tal forma expliita que as Histdrias terminam om o castigo de Aruictes, Este pers, governador de Sestos, fi trveificado pelos gregcs nc meseno lugar onde terminava a ponte tonstruida por Xerxes entre as margens do estreto, Por que ai Vorue fora ai que 0 Re, ptando na Europa, “sata” de seu dom no asiticn, Por que esse sexo expitri? Por que justamen= {Tc case omen? Artactes ert um “impio", po's se apropriara Iruidlosamente dos bens do santussio de Protesilau.* Ora, quem tt Proteallaa? Um heréi, 0 primelro moro da guerra de Tria, ute no momento mesmo em que desembarcava em arciss Trouanas. A morte de Arties, deste modo, respond exatamet Je h de Protesias: ambos sie moctos do ‘limiar’, ssa resposta, por muito tompo protelad, pe fim simbolicamente x0 ciclo de Iiontamentos entre grogos barbaros, entre Asia ¢ Tropa, ‘Or contornos dessa Europa polémica coincidem e coincici- ‘io coma extensio da Grécia, ou melhor, com a do 10 Hellendtn, (nicndico como identidade greg. Fo! justamente sobre essa di Wisko do mundo que, no séeulo I, IsGcrates estabelecen su iter, ici da historia grega (comesando peas origens) e, portan- o.seu programa poliico, A guerra de Tria ~ esereve no Elogio sn Qi ale sy Se iB ns a sss yc Aeon hr? ‘iw ne ivi tS ys ee aha tee ra pve tno ttt, Pree ret Py oe 1 0 ae ag 104 Pie Nas as ans de Helena ~ 6 Yenusa do fto. de no termos sido transformados fm escrvos don birharos” "Vemos os greos ~ unos, aes a la em tim mesma sentimento ~ organizarem tm exércto co num conta os biebaror, € 4 Puropa enguer pela primeira vez um troléo de vitor contra a Asi? J4se trata, ouso dizer, de Hegel, ‘ou methor, Hegel nao fez mais que taduzeIserates. Esa vitria, tlém ditso, € apresentada por Iséerates como ums reviravolts| (enetabole da Wistria, Mé entéo os basbaros emigravam para a Grécta para se tornarem chefes de eidadesgreqas: como Dinae, 0 ‘ipci, em Argos, ou Cadaros, 0 trreno, em Tebas. A partir df, foi'o movimento inverso que passou a prevalecer 0s BreR0s, por seu lado, comesaram a emigar, conquistando cidades e grandes temitérios dos bisbaros. "Em um primeira momento, aidentieagio da Europa com a GGrécia funcionava perleitamente, acompanhada da linitagio do 1b Hellonibin 3 Gréeia apenas, Mas, dante da paz de Antalcidas {887 AC), que eeafirmon or direitos do Grande Rel sobre toda a sia (até mesmo sobre os gregos da Asia), Iserates tomou-se 0 ‘promotor de uma definicso mais amp, mais dinmicn © mais ofen- iva da Geéela e, por conseguinte, da Europa, ja que esta devin fvidentementeineluir a Macedonia ¢ legiimar uma invasio da ‘sia pela Europa.” A divisto Asia-Eusopa € asim reafiemada, mas também constestada em nome da superioridade dos geegos so- be os bisbaros. “Veja @ quanta € vergonhoso delsae a Asia mals {eli que a Europa ¢ os bisbaros mas rcos que os gregos",repete Isderates a Fipe para convencélo de seu justo direito de seguir para a. Asia e ado deisar os gregos de It sob a autoridade do Rei (Com Alexandre, conquistador da Asi, mas apresentado igualmen- te como o que quis tnir a Asia © # Europa, © joge transportowse par rodo o ectineno, trtarseia menos, doravante, da preserar {io do 10 Hellentsin (come identidade grega restr) queda Tasio do Belomemo (come ideatidade cultural mais ampli), hep de tn, 48 fio xamite ep one eet less Yt fra S| ‘mrt ol a sr Se cts 38. D1 uy ren 8 Fadamens rgd a de Earopa 105 A Europa o clima [A divi de Europa ¢ Asia tombém encontrou apoio nas teorias elimaticas que associavam astronomia, metcorologia © Imedicina, Contrisuindo com cancetos ¢ uma forma de raioc hi, fais teoraspassaram a conferir ao conjuato um contorno mais Centifeo, O tratadohipocritico Sobre as ares, as dguas © 08 lug res €cesse ponto de vist um texto fundamental. Manual le me Gicna, ele deveria permite a0 médico tinerante orientarse © ad ‘gun rapidamente 0 sabcr (relative 30 meio ambiente) necesseio th primeira comtato com wma cidade desconhecida. Na primeira pvt, sto destcidos os efeitos do meio ambiente sobre o estado fe snide de uma populacio dada, detendo-se priortariamente fo efeitos clas extagies ¢ de suas mudancas (mas também na ex posiglo aos ventos © ma qualidade das fguas). Esas variagies cl ‘itis achamke dictamente relacionadas com os humores in emos do organisa, cuja boa mistura produz sade. A segunda parte (inflzmente incompleta) procede a una generlizgso: {ora climates local passt-se 8 esala do ectimeno. A aplieacio tds nogio. de mudanga vak permitieconsiderar o fato de que "a Furopa e a Asia dferem completamente, sobretado, no que diz respeito A morfologi dos povos que habitam os dois coatinen {es Na Asia, com efeito, 2 auséncia de mudaneas climates rad cs vesulrou em uma populacio mole, poueo vr © pouco guer- fins inelinada 20 prazer HA todavia uma contrapartda: tudo alt mas belo © maior, ¢ os produtos da tera sio melhores. Mas por tras dessa Asia, ouvada pela exceléncia de suas produgtes, deve- ‘Se, nn realidad, entender antes de tudo e psinclpalmente a Joni Pais da mediania« da mista, sltuavese “no meio" dos nascentes ‘otval hibernal do Sol, ea como wana primavera constant, 2 Asia, precsese, nto era waiforme; porém as mudangas eram Inais presentes, als tai ¢ mis feentes na Europa. O trata lo, que se detém longamente nos cites, no forneceinflizmente ‘ima deserigdo completa da Europa (quas sio seus limites?), mas Fetoma e generalizt o ertério da mutdanca de estagdes. Esse se plot Aste ropa, mas jgualmente ao priprio interior da Euro- pa, onde expen diversdae dos tposfseos (maior que Ast. 106 Pane Nd a aig 0 clima, entretato, nto podin dar conta de tudo. Se os as Sicos so caracterizados come “Iracos” sso se deve musta de ‘mudangas climatieas bem definidas, mas também ao efeito dos ‘costumes (ndmof). maior parte desses povos € governada por reis, 0 que € 0 mais seguro dos signos de que eles sao barbares (embremonos de Herodoto). De maneirs simétrics, essa inter vengio do ndmor é indispensivel para comprcenler que os gre 40s da JOnia no sia “frcos", jt que ndo se encontram subnet: «los ares, No entanto, Herédota, ntiva de Halicamasso (edad de origem dérica, é verdad), no hesta em reprodze opiniso dos soberanos persas sobre "as boas dsposigacs seve" dos ‘A explcagio pelo clima sera retomads em segua, sobre- tudo, por Aristeles c, mais tarde, por Estrabio; eambéan por ‘ua, até os modernos. O interessante lo & tanto o fto cin da retomada, quanto os deslocamentos cfetuades, As mgs stuadas nas regis fas —obser Asses pat larmente as nagdes euros io cele de cage, ms es al ‘am neignciae halide tenis poctso, mesma edo come ‘aghes rlahumente ves, sto ieapuzes dese nen ape tents para exec a supremaci robe seus Ves. Ao cont, ‘ss magden atta no intclignte ele epitome, asm ‘tm nenhuma coragem: €or liso que wer em lg ec «lo continu. Marga no» das helenos,oeupand uma os ‘io geogrfen intermedia (mere), parca de ancies yma ‘as qualdades dos dois grupos de mages precedents, pos el € ‘omjose ineigents, razio pela qual leva sma extn re sh 1 prego de excuents instulges poles, sendo sé mesmo ‘aparde goveraro mundo inten caso sins uni de cons. tigi Se 0 eco do tratado hipoeritico 6 evidente, not-se um nid alargamento do quadeo interpretativo, Nio & mais, com cleito, lunicimente ania (a Grecia da Asia) que esti em posigaa mela (00 tan (0) rt a 7S farmers regs di Eup 0 na, mas 0 conjunto da “raga” (nos) dos helenos, que é visto ‘Como situado 4 igual distancia da Asia e da Europa. Os gregos porter portinto ser corajosos e ineligentes, viver lives sob 2 procegio de excelente instiuigbes, ado sob sujeigi, © a mes fo exereer 0 comando sobre Outtos, a0 passo que as nagBes et opelas sio incapazes dinvo.Situado entre a Asia © & Europa, 0 tomos dos greg (Artotéles nao diz Grécia) reine a qualidade fie uma e outa, anulando seus defetos respectivos Eserevendo ma epoca de Augusto, Estrabao (am grego dh {sia recor, por sa ver, Amesma grade elimatica, agora aplica- Gavae conjunea de uma Europa, que no podia mais ser ienticada, como antes, unicamente aos limites da Grécia cont hem. A superiordade da Baropa sabre os dois outros contin: tes seria asin ‘centicamente’ fundamentada © explcada,j que lpresentava, associados em se interion, toda a gamma de climas © sbneros de vida £ pela Boropa que devetnos comesar— escreve Extaio — pore tl possul uma gande waedade de formas, porque, naturalmen- {e_1 mas bem douada em bomens © em zgsnes pics de valor, {porque ca fl pars o mundo a gre dondora dos bens qu the ‘ram proprio, lem dso la ¢bubive em sus tala, com ‘heeeo da peqvena parcels inbitada em ao do £40.) Na par Te abil os pases de lina goin a ees montnhoss tferecem naturmente condigtes de wa prccinas, mas com unt ho tdninisiego, mesmo ot ptses mises eos abrigos de mal fetorestomamseeelizadoe(bemeroial, Os repos, or exe plo, em um pas montanhosa © pedregoso, souberam wer bem (dts) gags api que posslam pars eidaemctades, pare ‘exercicia dae ates, em geal, para tudo que se relaciona com a tte device, Ox romanos,(.) mubjugindo wis povos cera ‘mene iced poe cont dos aes one se instalaram, “dena on desprovios de pores 00 geadas ou penosos de barr alguna outa 30 cra Iigagtes que antes ocx tam ecnsnaram selenide eldades. Toda pat ela Furmpasque plana pa de wm cma tempera eis) ‘turalente endl a modo de ia: em um pas el tua concore pmb egunto em vy pas miserivel wd era ve Pane. és ages gure 8 vi conagem Mas os pores podem prestrse servos ‘name: uns olercens 0 soxor de suas armas, oo, © de ‘has cutheltay de seus conhecimentne nico, de ua frmario moral. Ensentemente, podem também sar uns 28 OU" 80 thie ajdem reeprocament; sm dda, ques que posens as enero pela frp menos gue ej ders elon mero. Ora acontece qe também oben aspect, ese continente ‘Couture bom dotado, pots se compe inelrmente de wm tmonaio de panicles © mntanfas, de mod que em todo lua Conner a peliosigis clear aera e ier em eidades, {sim como fer «germ. Como domina © paimeio element, quel que cond paz sta eena sobre 0 conjano. Asso secdeve seescetara aio don powo dinates, pros prelramente, Imaceddnioserominoscm sepsis As, nto pager qui urs par nose pode sr mae ato-iiente (autarrare) que. Europea pos uma reser inesgodel de homens que geream, trbatbam ¢ adminis eax. Ours de sins supeioridades € ‘que produ os melnores fits € os que so indispensiveis ex tenets todos os miners Gelber apenas fur ido exterior 08 perfumes eas pees de grande lor ej pac ov abundinct Ia acrescentn fla de ass vida A Europ aliments gua rents ua enorme quandae de rebaaos, ms poacos animals esvagens Tae wim pono de its ra A Europa, para Estabio, comegava nas colunas de H svangava ate Tana, lest, englobara, 20 norte de steos, o pals ‘los sauromat, O mis interessante € que, observado panorami- Camente, esse espago europeu € apresentado como 0 ferritéxio Ade uma dniea dade, definida como “auto-sufiiente no mals alt dou", Everdade que Estbio nao susteneaexpliciamente que oropa formava uma cidade, mas a nda retomada do conceit de atta, pivd da defingio da cade clissiea por Anstcls, tnuncia, pelo menos implicitamente, essa posibilidade.” Se 0 seu ‘ocabulirio fem tma ressonindia arstotlica, a dissonsncia com, {40 a5, dota so ea, (i) hae i 1 unaense rsd Europn 1 Arindrcles € contudo profunda, i que para este o Peloponeso, ‘eso cercado por Uma Gniea muraha, no podria ser consid Fado como uma polis Quanto mais a Europa! De todo modo, rese espago, onde # variedade podia tomarse complements TRedade, onde 4 pe podia Yencer gue, os onstangmenton ura imperfeighes natura podiam scr corsigidos pela apren- dlizagem ‘de um modo de vida politic’. © némas pod (2 ne: fessario, pelo uso da forea)corgir a phjsis, Estabetecidos em tim pats montanhoso, os gregossouberam realizas, por Sut r- pia iciata, esse trabalho ‘polio’, que aavacvizagio, ci Saree cidadania. Mas no quatro histreo esbogado por Esrahio, {les no passa de ocpantes em canto da Europa ¢s80 meet Expressio de um momento, Aor gregos sucederam-se OF travedOnios, depois om romanos, que, desde esti, ve tornaram be ingtauradores musculoson da chiliagao. Entre & Europa € © ome de Roma estabeleces asin um sntercimbio. Nao € Roma, Minas nic cidade presente em llgrana nessa images ropes th por Estabao do espago europeu? Como se a Buropa ose © teatro de wma pols chanada Rom. Acenraidade de Roma & {Som prodzida segundo Uma logica de pensament geno. Mak son maneira de taduzir em grego a visio romana de tal ‘entelidade era 20 mesmo tempo ima maneira de tair a defi Sho preg do que € uma cidade Loqiea area ATuropae com certeza mais um conceito gre «que romano, Inialnene una maneira de designar uma parte da ‘Grecia continental, ea alquiria um alcance € um peso maiores Como antGaimo dei ropa polemic epoca, em un mee {lo cindido em dots. Mesmy quando a dvisio da Terra com trés ‘Continentes ve tornca cortente, 1 oposicio Burops-Asia perma- fneceu por mio tempoa incsao principal Roma, em toed, em Ceo ato tev oUt horiztnte seno © mundo.” Esa ideolo- fia, 0 império romano conebeu como suas tnicas fronteiras tho cesimeno (otkoumn). pare de 7675 a Cum lobo fig fou em moedssreptbiani, Pompeu, quando de seu triunfo em stant nas ; {1 {fern roe rn fr tetas best 13 0 ae Nie as agas 614, Gy anunciou cer “expanclido 0 impéeio de Koma até os limi tes da Terra’, e Augusto, em suns Fes gestae, proclamou “ter sub tnetido.o mundo ao império de Roma" © mesmo Pompeu var flonavase de ter recebido a Asia como “provincia limitrofe” © de ter feito dela 0 “centro” do inpério: daroindicio de que 0 poder ‘romano jgnorsva a8 atigasdivisdes. A Asia ert uma provincia, & principio provincia limitroe, que foi completamente digerida pelo Império, Apenas of adversiris de Roma, os patos ¢ depots os “ssinidas, teriam pretendido eonfinar os romanos na Europa, ‘evindlcando wn rerorno 36 rontceas do Império de Davo.” ‘0 espace romano era, em termos estritas, o de Roma Geografcamente flando, « Buropa mio era um limite significa vo, ea felagio entre a Urbs e a Europa nio era da ordem da Ietonimia, Por outro lado, pertinentes« fequentes foram a3 va Fiaghes sobre a Cidade € 0 Mundo (UrbsiOrbis), Tratase nesse ‘iso da boa metonimia. Hava a Cidade e havia © Mundo, a Cidade Iransformada em senhora do mundo e, nalmente, a Cidade que, ‘de direto, nio tina outros limites que nZ0 0s do mundo, O ter titrio da primeira ers, por assim dizer. co-extensivo 20 espace ‘do sejundo: Romanae spatium est Urbis et orbis idem, escreve Ovidio dirigindo-se a0 deus Terminus” ‘Se politicamente os romans no fziam grande caso da ve- tha divisto Europa-Asia, culturslmente, mesmo em Koma, reatvtrane para uso proprio. Chegaram a tagar uma frontira ‘no meio da ‘Gréck, dstingindo ua boa’ ou uma ‘verdadeira! Grévia de outea desvads © degenerada, aquela justamente denn: cada por Juvenal no Bm do século: [io poo suport una Roma grep. demas 0 que represent ‘erento propramente aque (da Geis cotipental) nes 14 muito fempo que oo d Sco Orontes, design no Ibn ‘aren a lingua ©08 comumes dea reo, «har de con ‘hlgias, os oradores de Mats, os enborins exis, a ma ‘ajnrecomendazo € pncitar cite mis pronimidades Joc (8) © al, amet de ae, Py 98 Ae 9) Forno tp {0} sii eh. op. {a_i dams rege i de Exo a (0 grogos da Asis jf nfo cram sbsolutamente gregos, mas apenas sldticos, tts como os caracterzava o tratado hipocritico: ‘irimas da molera e entrees a0 prazer. Quanto & Gnécia autéat a, ade Atenas e Esparta de antanho, debsara de existir auito fempo str, Podemos apenas vasulhar suas ruinas. O confronto com os antigos ‘Nos plane boc tempore bomoncull suns. 1 Bau Agquestio & nem mais nem menos, ada histria do Ociden- tee sua eultura: ds antgos ads, e também de sua rela com {© tempo. Dessa longa histéra consdtuida de regstros malkiplos, Confasos, imbrieados podemse, 90 mAsimo, demarcar algunas pists sssinalar pontos de passagem, creunserever alguns momen tos sigaileativos. ‘Se, porem, abandonando por um instante a perspectiva histosiograficy, intetrogarmomnes detamente sobre ns 08 a0 ‘gos, hoje, set que oe aaa tem sentido? Para que baja confton- for indlspensével haver relagio, erpresenga, senio face a face. (Ota a distancia, sea feta de reverénca, de indiflerencs, de esque- tlimcnto ou de sido iso junto, aio se te imposto a poate de omar iknéio qualquer vinculo aetvo, eficaz, atv! ‘Molitre j4 do punta na boca de um de seus personagens «esta sentenga vigorost "Os antigo, senhor, $0 os ankigos, © 6s ‘Somos a gente de agori?” Bem no comego do século XVII, Jacob Penzonis, grande erudio da Universidade de Leide, celebrada menos de un sceulo antes (por Johannes Meursivs) com 0 tislo ie 'Atenas batva’, tragow sm triste quadro da decadenci dos e5- {uvdon elissicos na Europa, HA mito tempo o verso, outront fae tneso, “quem nos bertars dos greans dos romanos” no passa {dcsuma cutiosidade. Hoje, no proprio momento em que o Iugar 8 ‘leg reserva escola se torna ada vez mais restito, a quest20 “agente de agon, supondo-se que formule alguma, seria antes “Mas quem, ‘ses gregos e esses romans?” Ainda & possivel com cles? Suae questoes ainda sho 38 lenos novamente, considera como 16 Pie és ats ‘nossasalgumas de sues quest? A politica grega € a democracin binds t6m algo a dizernos, ou melhor, saberiamos proporines ‘questoes pertinentes a nosso presente? ‘As rinas antgas deceetoatraca: ondas de turstas compe smem-se nos sitios célebres, em nome da iagem cultural e sob os suspicion da triste © onipresente indistria teristics, Todos sabe toe, porém, que as conreqieneiat derte confronto no sto ne- festariamente felizes. A exploracio moderna desse ‘patim6ni (Gt homanidade) faz que essa ronas, mals protegidas que mun ‘cu, estcjam também ameagadas como nena As nas coerem © rinco de aeruinanse,vlimas do proprio sucesso e desse nove age te chamado ‘poluigio’. Depot do sismo de 1980, Pompeia tou 4 ser uma cidade sistrada, batida por milhies de ealgados de niles de tristasc invadia pela vegetagio. A Aerépole hi anos cenconta-se rodeada de andaimes,e-o8 vsitantes no tém mais ‘Que fizer diante dessa siuagio? Reproduzimos agora 0 de bate, aberto pelo menos desde 0 Quattrocento e sem cesae eto- ‘madd, sobre a conseragao ea restmiragio dos monumentos. Eat tum texto pioneiro, Der moderae Denkmaleults, publicado em 1903, A. Rleg escrutina 6 pr6pao conceito ce monumento hist ‘ico, ponto de encontro conflituoso entre 0 que cle denomina valor de antiguidade, valor histérico e valor de rememoragio.' (Que monumento expor? Ou seja, que Antiguidade se deseja isi ar? Como se i vila? Que 'relagio' se pretende estabelecer com la? Que sigaiiea restaurar ‘a0 contexto" Traease do tilimo eon texto antigo, do primerisimo ou do estado da monumento no momento em que os arquedlogos 0 descobriram ou Fedeseohiiran? Devese, 20 contriro, wstaurlo a ponto de re ‘construflo, a fi de tomar 0 monumento ‘acessive? 90 grande priblico c, no limite, fsé-to desaparccer como raina? Or debates Suscitados pela restauragio do Frecteion (concluida em 1987) Fomecem um bom exemplo dist. Ou deve-se, antes, no cons: ‘ulg, mas constuie 20 lado, produzir uma replica, uma e6pia 10 perfeita quanto possivel, de um original dat em dante ‘prob Ra te me mm 8 i Fe fen fa com os anos a 0 plllico? Assim se procedew, por imperativas sazSes de com> sermagio, com as gritas préhistrieas de Lascaux. Esse proced= ‘mento tem sua Iéiea, mas, do pomto de vista da relaglo com Antiguidade, a produgio de tain simolaeros em lugar do mont mento real, e no mesmo sitio que ele, tea algo de estanho. Que ‘laglo com a temporaidade se ac inveside nesses atefates de ‘nove tipo, como que subsraidos 20 tempo? Pois nada impede de trocbos, to loge mosirem sinais de deterioracio. ‘Outra modalade contemporinea de confronto seria antes dds ondem da ctagio, para nao dizer da simples piscadla. E 0 caso {do recurso a nomes extaidos da Antguidade para batizar objetos ‘auc so os prdpriosemblemas ds eiénca e da téenicn modemas ‘nisi europe Ariadne (nas por que Ariadne? Os norte-ameria- thos, por sth vez, aruizame Titan), 0 projeto de nave espacial Hermes ou sonda Ulises, convo s€, pela reativagao desses Ve- thos nontes, que hoje nio so propeiedade verbal de ninguém, se ‘quseste sscta, sem aela ere efetvamente, alguma moderna Initologa. Como seo mis antigo, @ areaico e€ © mais moderno, 0 Faro, vessem quase 2 tocarse. Como se 2 idade adult visse realizaremse os sonhos de ua infncla, Como $e 0 antigo 7} os Ccncontrasse seu cumprimento, sendo su verdade, nessa mane taste do fégos, em seu mas al rigor. Por que o fibricante de automevels Renault estimou comer cialmente judicioso dar 0 nome de Clio a um de seus novos mo- Alco (€ verdad que outro se cham Tivingo)? Entrese aul 0 ‘sto mundo da comuniagio, com seus procedimentos de def high de um ‘conceit’, no sentido que os publietrios dao a est plex, Nao se reconhece niseo, em particular, wm uso puramen te instrumental cla Antiguidad, com vistas a “leas sigs ‘bie- Inara? ssa manipulagio tem * dniea Gnalidade de tornlas lentifeiveis © memorizvels,independentemente do signifi: do exo, abstrino on apenas ras0 de seu contedd. A piscadela pela piscadela. De outro modo, como entender que a Soci Nationale des Chemins de Fer tena batzado seu novo sistema ide reserva, langado com grande estardalhago, de Soerare?® Que (0) eBoy oss ds cr etn ins ‘or on ee is Pane is eas ante velo fazer Séerates nesse hareo, ow melhor, nesse programa Informatico? Esses poucos exemplos alo esgotam a questio de Aamtigos ¢ modemos nos dias de hoje, mas pelo menos indica ima tendéncia, © confronto: vista em perspectiva -Antigos sempre existram! E modernos? O que dizer dos proprios antigos, perante eles mesmior? Como formula « re Solviam 2 questo de seus antigos?Limitarme-! a alguns pons de refeséacia. Os gregos priviesiaram o ‘principio de andiguid- ‘de’ Sio em conheeides 0 velho Nestor em Homero, 0 Conse tho dos Ancitos (Gerousia) em Esparta, 0 "Conselho Notwrno" nas Leis de Plato. Quanto a0s romans, sabese 2 importincia {que atribuiam a0 mos majorum, a es mica Roma de antanho {dve alguns se empenharam en rcencontar restaurt, reinvent, ‘fis da Replica e na Gpoca de August. Epauamto vagivamos em nos pp lla como estrangrs, ‘como vntantes dep orm Les ios qe, porassin di fs reconduzitum 2 moss Css; grag eles aprendemos o que eames, onde habivamos: estes termos Cicero celebrou o trabalho antiquarsta de Varo. (0s gregos opunham os palatot (os antiges, os Yes, os de outro {empo) aos edtero (Forma comparativa de neds), os mais joven ‘Mas esse mesmo comparativo servia também pura designar um rebeliio ov uma revolugio, eo verbo neoterizo signifieava tomar medidas novas, fier uma revolugio. Nio se trata, aditamo-0, de indices de wa valorizacio exeessiva do que era recente “Embora na propria ling se inserevesse uma tendéncla de fundo da eilizacio grega, esti bem claro que houve um penta (9) Powe tc se ip ded end ee se Scien tnt rn eh (0 Soon an canton com es ngs 19 mento de progresso, zotadamente no ambit da refiexio softies Basta evoear Tucidides, no comego da Guerra do Peloponeso, medindo a "grandezs” do preseate © de outrora © concluindo {que as guerras do passido, 8 comegar pela de Tria, tinhamn sido pPequenss em comparagie com a iniciada havia pouco, da qual JRstamente ele decides ornare o hrtorador Mas também écerto ‘que logo ap6s a guerra do Peloponeso, que nesse aspect assinala tima ruptura, oséculo V caracterizousse pela valoraacio do pas ‘do, sob diferentes formas. Asim, o8 politicos ndo cessavam de invocar a “Constquigio dos antepassados", tanto mas desejvel {quanto inaleangivel a8 arkbata (antguldades) atraiam o interes so, c a8 eidacles preocupavamse em inscrever © estrever sus his {rin nas pared « nos los. Os oradores entoavam 0 canto da srandera passa de Atenas Isdeates osjara sua eoria da padeia, {dn grectlade como cultura. Esse embalsamamento dos anceseas ‘asumiri sun fooma candnica em Pltarco e, de maneita gers, 0 Imorimento da segunda sofisiea. © que ni significa, muito pelo Contre, que estas operagoes nao atendessem 2 motvagies do presente, ein uin mundo havis tempo elominado por Roms, em {gue 08 gregos se esforgavam no apenas por tomar hugar, mts para ocupar todo seu expaco. ‘Com avitGra cde Roma eo famoso Graecia eapta de Horicio, fs gregos pasraram a ser vistosceverss como antigos (antigu), ‘jas liges conviria segui, e como modelos culturais a imitat? [As coisas, evidentemente, nao foram Wo simples. Limitaemesei {rts obseriagses, ‘Que consclhos prodigalizoy Cicero 2 seu emo Quinto, em 59, quando 0 pré-consulado deate na Asia acabara de ser pros ado? Sca sorte te houreste desgndo pan govemar fines espanhéls ‘os uleses, ages bisa nclas, te dever de homer ci do teriasdo pensirem seu benvet, devotrse 3 seus ntreses ‘Ci pte dea exbtGoc, Mas quad os hemes subeetidos “mona ons poencemauma raga que lem de cia, pass ror ser © pripea berg da clea (humanita) sem 3 mienoe ‘dh ols thn mptemo dread reeeer de és 0 que dees recebemon (Teo, porta, un dever pacar para com 2 act Form nossonpreceprore, demos no en

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