Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Jihad afegã
Depois de uma longa e cara guerra que durou nove anos, a União Soviética retirou suas
tropas do Afeganistão em 1989. O governo socialista afegão de Mohammed Najibullah
foi rapidamente destituído em favor de partidários dos mujahidin. Com a falta de acordo
dos mujahidin na escolha de uma estrutura governamental, sua anarquia sofreu as
consequências de constantes mudanças no controle de territórios problemáticos,
sucumbindo sob alianças insurgentes e discórdias entre líderes regionais.
Uma dessas organizações seria eventualmente chamada Al-Qaeda, fundada por Osama
bin Laden em 1988. Bin Laden quis estender o conflito para operações não-militares em
outras partes do mundo[carece de fontes?]; Azzam, por outro lado, quis manter-se focado em
campanhas militares[carece de fontes?]. Após o assassinato de Azzan em 1989, a MAK dividiu-
se, com um número significante de membros se juntando à organização do bin Laden.
Seguindo a retirada soviética do Afeganistão, Osama Bin Laden retorna para a Arábia
Saudita. A invasão iraquiana no Kuwait em 1990 pôs em risco o comando da Casa de
Saud pelos sauditas, tanto por dissidentes internos quanto pela iminente possibilidade de
um futuro expansionismo iraquiano. Face à massiva presença militar iraquiana, os
sauditas eram melhor armados, porém defasados em número. Bin Laden ofereceu os
serviços de seus mujahidin ao Rei Fahd para proteger a Arábia Saudita do exército
iraquiano. Mas do ponto de vista estratégico, fossem os iraquianos expulsos do Kuwait,
a Arábia Saudita seria a única ligação terrestre possível para forças internacionais
inibirem uma invasão iraquiana.
Depois de muita deliberação, o rei saudita recusou a oferta de Bin Laden e optou por
deixar os Estados Unidos e as tropas aliadas montarem acampamento em seu país. Bin
Laden considerou a decisão um ultraje. Ele acreditava que a presença de estrangeiros na
terra das duas mesquitas (Meca e Medina) profanaria solo sagrado. Depois de criticar
publicamente o governo saudita por acolher o exército estadunidense, Bin Laden foi
exilado e teve sua cidadania saudita revogada. Logo depois, o movimento que viria a ser
conhecido como Al-Qaeda foi formado.
[editar] Sudão
Em 1991, a Frente Nacional Islâmica do Sudão, um grupo islâmico que tinha ganhado
poder recentemente, convidou a Al-Qaeda à deslocar suas operações para dentro de seu
país. Por vários anos, a Al-Qaeda gerenciou vários negócios (incluindo negócios de
importação/exportação, fazendas, e empresas de construção) no que pode ser
considerado um período de consolidação financeira. O grupo foi responsável pela
construção de uma grande auto-estrada de 1.200 km conectando a capital Cartum ao
Porto do Sudão. Mas também gerenciou alguns campos onde aspirantes foram treinados
ao uso de armas de fogos e explosivos.
Em 1996, Osama bin Laden foi convidado a se retirar do Sudão depois que os Estados
Unidos impingiu um regime de extrema pressão para que ele sua expulsão, citando
possíveis ligações dele com a tentaviva de assassinato ao Presidente Hosni Mubarak do
Egito enquanto sua carreata acontecia em Adis Abeba. Há uma controvérsia sobre se o
Sudão ofereceu entregar bin Laden para os Estados Unidos antes de sua expulsão. O
governo sudanense nunca fez realmente esta oferta, mas estava preparado para entregá-
lo à Arábia Saudita, que se recusou a recebê-lo.
Osama bin Laden deixou finalmente o Sudão em uma operação bem planejada e
executada, acompanhado por cerca de 200 de seus seguidores e suas famílias, que
viajaram diretamente para Jalalabad, Afeganistão, no final de 1996.
Na Bósnia e Herzegovina havia várias etnias diferentes, com uma maioria nominal
muçulmana, mas com números significantes de outras etnias, como a Sérvia, que é
cristã ortodoxa e Croácia, que é católico romana, distribuídas pelo seu território. Ela se
constituía em um grande porém fraco componente militar da antiga Iugoslávia, e a
desintegração iugoslava acabou deixando alguns sérvios e croatas dentro da Bósnia,
suportados pelos seus estados adjacentes emergentes, engajados em um conflito triplo
contra a porção Bósnia dominada.
Vários associados a Osama bin Laden (mais notadamente, o saudita Khalid bin Udah
bin Muhammad al-Harbi, vulgo Abu Sulaiman al-Makki) se juntaram ao conflito na
Bósnia,[8] mas enquanto a Al-Qaeda deve ter inicialmente visto a Bósnia como uma
possível ponte que lhe permitiria a radicalização dos europeus muçulmanos para
operações contra outros estados europeus e os Estados Unidos, a Bósnia deve ter sido
secularizada por gerações e seu interesse em lutar estava amplamente limitado a
assegurar a sobrevivência do estado nascente.
Após a retirada soviética, o Afeganistão esteve efectivamente sem governo por sete
anos, e sofreu com lutas internas constantes entre os antigos aliados, os vários grupos
mujahidin e seus líderes.
Durante toda década de 1990 uma nova força começou a surgir. As origens do Talibã
(literalmente "estudantes") está em crianças afegãs, muitas delas orfãs de guerra e
muitas que haviam sido educadas na rede de escolas islâmicas que expandiu
rapidamente (os madraçais) tanto em Kandahar quanto em campos de refugiados na
fronteira entre Afeganistão e Paquistão.
De acordo com o livro bem referenciado de Ahmad Rashid, Talibã, cinco líderes do
Talibã se formaram em um único madraçal, Darul Uloom Haqqania, Akora Khattak,
perto de Peshawar que está situada no Paquistão, mas que era amplamente frequentada
por refigiados afegãos. Esta instituição refletia a crença Salafi em seus ensinamentos e
muito de seu financiamento veio de doações privadas de árabes ricos, para os quais bin
Laden oferecia continuidade. Quatro outras figuras de liderança (incluindo o líder
Talibã persseguido Mullah Mohammed Omar Mujahed) frequentaram um madraçal que
possuia fundos similares e influenciaram o homólogo em Kandahar, Afeganistão.
Os laços entre os árabes afegãos e o Talibã eram profundos. Muitos dos mujahidin que
mais tarde se juntaram ao Talibã lutaram ao lado do guerrilheiro afegão Mohammad
Nabi no grupamento de Mohammadi Harkat i Inqilabi na mesma época da invasão
russa. Este grupamento também se beneficiou da lealdade de muitos lutadores árabes
afegãos.
Após o Sudão deixar claro, naquele ano, que bin Laden e o seu grupo não era mais bem
vindo, o Afeganistão controlado pelo Talibã (com conexões pré-estabelecidas entre os
grupos, uma maneira similar de encarar os relações mundiais e amplamente isolado da
infuência política e militar dos Estados Unidos) garantia uma localização perfeita para o
quartel general da al Qaeda.
Cerca de duzentos seguidores de bin Laden e suas famílias partiram de Khartoum para
Jalalabad por volta de 1996. Logo em seguida a Al-Qaeda gozou da proteção do Talibã
e uma certa legitimidade por parte de seu Ministério da Defesa, apesar de somente o
Paquistão, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos reconheceram o Talibã como
o legítimo governo do Afeganistão.
Uma rede sempre crescente de apoiadores usufruia desta forma de um refúgio seguro no
Afeganistão controlado pelo Talibã, até o grupo ter sido derrotado por uma combinação
de forças locais e tropas norte-americanas em 2001. Ainda acredita-se que Osama Bin
Laden e outros líderes da Al-Qaeda estejam em áreas onde a população é simpatizante
ao Talibã no Afeganistão, ou ainda em tribos na fronteira com o Paquistão.
Osama bin Laden primeiro se interessou pelo Iraque quando este país invadiu o Kuwait
em 1990 (o que levantou preocupações sobre o secular governo socialista iraquiano
incluir em seu alvo a Arábia Saudita, pátria de bin Laden e do próprio Islã). Em uma
carta enviada ao Rei Fahd da Arábia Saudita, bin Laden ofereceu mandar um exército
de mujahidin para defender a Arábia Saudita.[9]
Bin Laden se referia à Saddam Hussein (e aos Baatistas) como o mal, um adorador do
demônio ou capeta, em seus discursos e gravou e escreveu pronunciamentos, pedindo
ao povo do Iraque que o depusesse.