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TEORIA GERAL DO PROCESSO A unificagao dos estudos dos prineipios gerais, dos fandamentos ¢ dos temas comuns aos varios ramos do Direito Processual (Civil, Penal, Trabalhista te.) encontra nesta obra uma perfeita realizagao, Dai o sucesso ea receptividade de suas sucessivas edigdes e tiragens. CARLOS DE ARAUJO CINTRA ANTO A PELLEGRINI GRINOVER CANDIDO RANGEL DINAMARCO TEORIA. GERAL DO PROCESSO 25* EDICAO Ao Ido dos fundamentos constitucionais e dos prinefpios gerais, os Au- ‘ores oferecem um estudo pormenorizado sobre a jurisdigdo, a ago, a defesa do réu, a classificagiio das agbes, a natureza juridica do processo, as partes, os atos processuais, a prova, os procedimentos etc., sempre de forma a embasar lum estudo mais aprofundado a ser feito, posteriormente, nas especializagdes de cada ramo processual, tendo em vista objetivos cfinalidades mais ou menos comuns, Obra indispensdvel para quem deseja se introduzir nos temas provessuais, ou para quem pretende obter uma visio atualizada e completa do moderna Direito Processual. MALHEIROS. EDITORES TEEN §8-7420-9: til 2885 7ul2093351 Teoria Geral do Processo © Antonio Carlos de Araiijo Cintra ‘Ada Pellegrini Grinover Candido Rangel Dinamarco 9% edigio, 1+ tiragem: 08,1992; 2+ tiragem: 01.1993; 3 tiragem: 07.1993; 10* edicdo, 1994; I1* edigio, 1995, 124 edigdo, 1996; 13* edigio, 1997; 144 edicao, 1998; 15 edigio, 1999; 16% edigGo, 2000; 174 edigao, 2001; 18* edicdo, 2002; 194 edigdo, 2003; 208 edigao, 2004; 21* edigéo, 2005; 22# edicdo, 2006; 23 edigio, 2007; 244 edigdo, 2008, ISBN 978-85-7420-931-9 Dircitos reservados desta edigao por MALHEIROS EDITORES LTDA. Rua Paes de Araiijo, 29, conjunto 171 CEP 04531-940 - Sao Paulo - SP Tel.: (11) 3078-7205 — Fax: (11) 3168-5495 URL: www.malheiroseditores.com.br ‘e-mail: malheiroseditores@terra.com.br Composigéo PC Editorial Lida Capa Nadia Basso Innpresso no Brasil Printed in Brazil 01.2009 PREFACIO DA I* EDICAO Os jovens mestres de direito Ada Pellegrini Grinover, Candido Rangel Dinamarco ¢ Anténio Carlos de Araiijo Cintra acabam de dar, ‘com 0 preparo de seu curso de Teoria Geral do Processo, cumprimen- tando a um dos principais deveres do professor. A Faculdade de Direito de S80 Paulo sempre teve a ventura de contar, para seus alunos, com excelentes compéndios de direito pro- cessual. Desde meados do século passado até o presente foram eles dos melhores que jé se publicaram no Brasil. Muito poucos livros de caréter institucional, no campo do processo, deixam de filiar-se a nos- sa escola. Se prescindirmos dos consagrados cursos de Paula Baptista no século passado ¢ de Lopes da Costa no presente, nenhum manual ade, a seu tempo, ombrear-se com os de Jodo Mendes Jinior, Jotio Monteiro, Manuel Aureliano de Gusmao, Gabriel de Rezende Filho, José Frederico Marques e Moacyr Amaral Santos, A cringdo da nova disciplina de Teorie Geral do Processo veio dar aos novos mestres 0 incentivo que faltou a seus antecessores. A exceléncia dos compéndios existentes atenua, se nao justifica, a falta de muitos, em que se inclui, vexado, 0 subscritor destas linhas. A unificacdo, em uma s6 disciplina, dos estudos de direito pro- cessual civil e penal, foi defendida, na Europa ¢ no Brasil, por dois ddos mais profundos e originais pensadores da matéria: Francesco Car- nelutti e Joaquim Canuto Mendes de Almeida. Debateu-se o primeiro, ao longo de sua fecunda existéncia, pela unificaglo, sem quebra de seu sistema de congruéncia monumental Seo processo tem por escopo a composicao da lide, ¢ preciso caracte- Fiear a lide e sua composigdo no processo penal, Que tarefe ingratal ‘Quais sdo as partes nesse contflito de imteresses? O indiciado de um lado, a vtima, de outro? O indiciado e o Estado? A vitima e o Estado? A lustiga Pablica ¢ 0 indicindo? 4 ‘TEORIA GERAL DO PROCESSO ‘Quais so os interesses em antagonism? O interesse do indicia- {do em sua liberdade e do Estado em seu encarceramento? O interesse da. vitima em obter reparagao civil e moral e o do indiciado em nao tha conceder? O do Estado em proteger a liberdade do cidadao e 0 do criminoso a querer purificar-se pela pena?” ‘Todas as variantes foram exaustivamente estudadas e debatidas, a lembrar a deticiosa fibula do lavrador, Filho © o burro, Os jovens autores deste livto poueo se detiveram ~ ¢ fizeram muito bem — nessas indagagdes. O fato inegavel é que hi inimeras ratérias que so comuns ao processo civil ¢ a0 processo penal Sem falar nas nogGes fundamentas, a que os autores, em exce- Jente introdugdo, deram especial atengdo, ¢ que muito bem se desti- nam a estudantes do segundo ano juridico, cuidaram da natureza, fou tes, eficdcia no tempo € no espago, interpretagao da lei processual. Na segunda parte do livro, tratando da jurisdigao, ds competéacia, dos servigos auxiliares da justiga, do Ministério Piblico e do advogado, nao se afastaram um instante de sua visio unitéria do proceso, O mes: mo se pode dizer da parte final, dedicada ao processo, as formas pro- cessuais, os atos processuais¢ as provas. No capitulo referente as agdes, os jovens mesires mantém-se uni- taristas. Sustentam que a lide se caracteriza, no processo penal, pela pretensio punitiva do Estado em contraposigdo a pretensio do indicia- do a sua liberdade. Em todas as matérias versadas 0 novo compéndio mantém-se em alto nivel cientifico. Os mestres que o elaboraram, que tdo cedo se demonstram dignos dos mais altos postos da carreira universitéria te- +80, estou certo, na consagracdo de seus alunos ¢ no respeito de seus colegas o justo prémio pelo bem empregado esforgo em pro! do ensi= no de sua disciplina ‘Sto Paulo, 1974 Prof. Luis Bulélio de Bueno Vidigal SUMARIO preficio da edigao. 8 reforma constitucional do Poder Judi apresentasio da 22 edigdo 0 (apresentagao da 21*edigso) 3 5 10. UL 12. 3B. PRIMEIRA PARTE ~ INTRODUGAO. Capitulo 1 - SOCIEDADE E TUTELA JURIDICA sociedade e direito conilites¢ insatisfagoes 4a autotutela 8 jurisdiggo a fungo esata pacificadora (jurisdigio) efos alternatives de pacificagée social autetutcla,autocomposiglo earbitragem no direito moderno controle jurisdicional indispensivel (a repra milla poena sine juticio) acesso justiga Capitulo 2~ © PROCESSO E 0 DIREITO PROCESSUAL as fungdes do Estado madera legislagdoe jurisdigao, sieito material ¢ dveto processual 4 instrumentalidade do processo linhas evelusivas| Capitulo 5 ~ DENOMINAGAO, POSICAO ENCICLOPEDICA E DIVISAO DO DIREITO PROCESSUAL, denoninaso Popo eniopica do dito procesual divisio do direito processual ® 25 26 26 30 31 3s cd a “4 46 a 48 2 3 sa 6 TEORIA GERAL DO PROCESO. Capitulo 4 ~ PRINCIPIOS GERAIS DO DIREITO PROCESSUAL 17, conccito 56 18. prinsipio da imparciaiidade do juiz 58 19 principio da igualdade 39 20. prncipios do contraditrio e da ampla defesa 6 21. principio da agdo ~ processos inquisitive e acusatério 8 22. prncipios da disponibitidade e da indisponibilidade 66 23. principio dispostivoe principio da livre investigagao das proves Verdade formal e verdade real 70 24. principio do impulso oficial... n 25. principio da oraidade B 26, principio da persuasto racional do juz 3B 27. a-exigéncia de motivagéo das devises judiciis m4 28, principio da publicidate oon 5 29. principio da lealdade process n 30. prinpios da economia ¢ da instumentalidade das formas nD 31. principio do duplo grau de jutisdigao 80 Copituto 5 DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL 32. processo © Constituigo 84 33, dreito processual constitucional 35 34: tute constitucional do processo. 36 235, acesso 8 justiga (ou garantias da ago c da defesa) 87 36. as garantias do devido processo legal 88 36-A. as gazantias processuais da Convengiio Americana sobre Direltos Humanos (Pacto de Sio José de Costa Rica} ot ‘Capitulo 6 - NORMA PROCESSUAL: OBJETO E NATUREZA 37. norma material ¢ norma instrumental . 94 38. objeto da norma processual 95 39, natureza da norma processual 96 Capitulo 7 FONTES DA NORMA PROCESSUAL 40. fontes de dieito em geral o 98 41, fontes abstratas da norma processual 98 42, fontes concretas da norma processusl 100 Capitulo 6 ~ EFICACIA DA LEI PROCESSUAL NO ESPACO E NO TEMPO 43. dimensbes da norma processual 103 44 efcécia da norma processual no espago 103, 45, efieiia da nonma processual no tempo 7 los SUMARIO Capitulo 9 INTERPRETAGAO,DA LEI PROCESSUAL 107 108 "109 inerpretagfo dale, seus métodos e resultados: 47. interpretagio e integracéo.. 448. inerpretagioe integragdo dale Capito 10~ EVOLUGAO HISTORICA DO DIREITO PROCESSUAL BRASILEIRO 49. eoatinuidade da legislagio I a 50. 0 Regulament0 737 rns co a3 51. insitnigio dss normas SB 52. competéncia para legisla aa ‘53. reforma legisiativa us ‘54, Céigo de Processo Civil nT 55, areforma provessual penal wrcsnvue-rurnn met 56: et mses dos Cg vgetes—a8“mininefornas® do Céigo de Process0 Civil sever ven 51, leis modificativas dos Cédiges vigentes ~ Cdigo de Processo Penal 126 ST-A, modifieagbes no processo irabalhista sesenses WD 58, a Constituigto de 1988 o direito anterior . oe 132 59. evolugio dovtringria éo direto processual no Bras 0 papel de Liebman e a tendéncia instrumentaista modema .... 135 59-A. linhas evolutivas do dreito processual no Brasil. 139 59-B, diteito processual COIeV0 «ono ws Ho 59-C, o regime do cumprimento de sentenga ~_SEGUNDA PARTE - JURISDIGAO Capitulo 11 ~ JURISDIGAO: ‘CONCEITO E PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS 60. conceit de jutisdig50 nn ~ 147 (61. carhier substitutivo . ug scope juridico de atuagao do dieita 14 ~ 2 150 63. outras caracteristicas da jurisdigto (lide, née'a, def 64, jrisdigao, legislagho, administra wn nnn 65. prinfpios increntes 3 jurisdigio 6, dimensées da jurado. — 136 S57. podetes increntes juts ov 157 Copiulo 12 -ESPECIES DE TURISDICAO 8. unidae da juisaigao 158 65, jursdgo penal on Cll 1s 70. elacionamento ents furs penal e cil 139 me ~ 162, ‘7, jutisigio especial ou eomum, 8 ‘TEORIA GERAL DO PROCESSO. 72, jutisdigdo superior ou inferior ~ 73, jutisigto de direito ou de equidade Capitwio 13 - LIMITES DA JURISDICAQ_ 74, generalidades . sot 75. limites internacionais 76. limites internacionais de carter pessoal 77. Timitesinternos Capitulo 14 — JURISDIGAO VOLUNTARIA 178. administragdo piblica de interesss privad a. 179. jutisdipdo voluntiria 80. jurisdipdo contenciosa e jurisciqdo voluntiria Capitulo 15 ~ PODER JUDICIARIO: UNGOES, ESTRUTURA E ORGAOS 81. conceito 82: fungBes do Poder Judicianiee fing jurisdicional 83. drgos da jurisdigio 83-A. érpos no junsdiconais 0 Conselno Nasional de sip 3 ‘ouvidorias de Justiga eas Escolas da Magistatura Capitulo 16 ~A INDEPENDENCIA DO PODER JUDICIARIO ESUAS GARANTIAS 84, aindependéncia do Poder Judicévio 85. as garantias do Poder Judicideio como um todo 86. as garantias das magistrados 87. garamtis de independéncia 88: impedimentos como garantia de imparcalidade Capitulo 1? — ORGANIZACAQ JUDICIARIA: CONCEITO, CONTELIDO, COMPETENCIA LEGISLATIVA 89, conceito 50. compettncialeisltva. 91. conteido da organizagao judiciéia 92, Magistatura 93. duplo grande jurisdigto 94. compsigto dos juizos 95, divistojudiciria 96. épocas para o trabalho forense - 163 165 165 166 167 169 170 173 4 176 7 180 181 182 132 183, 185 186 137 187 189 190 199 19 7. 98, 99, 100, 101 102. 103, 104, los. 106, 107 los. 109, 110, uh 112. 113. 14, Us, 16, ur us. 9. 120, 121 ia, ias. SUMARIO Capit 18 ~ ORGANIZACAO SUDICIARIA: ‘AESTRUTURA JUDICIARIA NACIONAL. a Consttuigdo ea estrutur judicidria nacional Capitulo 19 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICA gos de superposigao ‘Supremo Tribunal Federal: fungbes insttucionas _graus de jurisdigdo do Suprema Tribunal Federal ingresso, composigSo e funcionamento (STF) .. Superior Tribunal de Justga:fungdesinstitucionais © competéncia ingresso, composigto e funcionamento (ST) Capitulo 20 ~ ORGANIZAGAO DAS JUSTICAS ESTADUAIS, FoMES en o 254 143, aibuigdo das easat aos érpios 254 Capitulo 26— COMPETENCIA ABSOLUTA & RELATIVA 144, prorogatéo da competéncis on. 259 14S, causas de prorogasso da competéncia oo 251 146. prrrogasdo da competéncia¢prevengaa..... 263 14G-A. desocamento da competncia.-n-. COI 263 TRE nF oo Fee TERCEIRA PARTE -ACKO F EXCECAO Capitulo 27 - AAO: NATUREZA JURIDICA 147, conceito nn ste se 267 148, teoria imanentsta ‘stnnnnntinnnvnnnnnnn 267 149. a polémica WindscheidMuther 268 150. a agio como dizeto auténomo se 268 151, aagio como direite auténomo ¢ conereto 268 152. a ago como direito aurénomo e abstr. 269 153. a apf0 como diteto aurénomo, em outras terias 270 SUMARIO 154, a doutrina de Liebman... 155. apreciagdo critica das varias teoris. 156. naturezajuridica da ag - . 157. ago penal. sono 158, condigaes da apo . se 159, caréncia de apo. sn 160. ientificag 0 da 2980 oreo Capitulo 28 CLASSIFICACAO DAS AGOES 161. elasificago das goes. ~ 162, elassificagdestradiionais, 163. elassfcagdo da apo penal rite subjetivo, 164, classificagdo das agdestrabalistas: os disidioscoletivos Capitulo 29 - EXCECAO: A DEFESA DO REU 165, bilateralidade da agdo e do processo 166, exces’. se 167, naturezajuriea da excesio . 168, classificago das exeeges * “an am 23 278 276 279 27 283 284 285 286 290 290 291 293 = ‘QUARTA PARTE — PROCESO Capito 30 NATUREZA JURIDICA DO PROCESSO (PROCESSO, RELACAO JURIDICA, PROCEDIMENTO) 169. processo e procedimento 170. tora sobre «nara juriica do proceso TL. processo como contrat. . 172, 6 processo como quase-contato 173, @ processo como relagdo juridica, 174. @ provesso como situagBo juidica 17S, naturezajuriiea do processo sno 176, o processo como procedimento em contraditio 177. legitimagio pelo procedimento e pelo contraditirio 178. relagdojuridica processual erelaydo material 179. sujeitos da relagdo juridica processual .. 180, objeto da relagda process en BI. pressupostos da relagao processual resets Presa) 182. caracterstcas da relagdo processual ~ 183, sutonomia da telagdo processual 184, inicio e fim do proceso. 297 298 299 300 300 “301 302 305 305 306 306 308 309 ~ 310 BIL 311 2 TEORIA GERAL DO PROCESSO Capitulo 31 ~ SUJELTOS DO PROCESSO 217, atos processuais simples ¢ complexos 3S 318, documentagto do a process 185, generaidades. oe _314 186. oj : ais itd 35-Vi TO PROCESSUAL 187. autor ¢ réw ..... sss mance ws 315 Capitulo 35 -VECTOS DO ATO ‘188. litisconsércio... 316 sia da Form wn 365 189 intervengdo de tcreio 37 310 nai a forma 366 190, oadvogsdo.... 317 Zan desta da alse 368 191. Minster Piz 31 Fe aia ie 323 ineintaca ures doa prcessl 30 Capitulo 32 - PROCESSOS DE CONHECIMENTO, DE EXECUGAO 224, convalidagao do ato processual ECAUTELAR, 50.0 “aptulo 36 - PROVA: CONCETTO, DISCRIMINACKO, ONUS 192 elassticagdo dos processes a2 Capiaul VALORAGAO 193, process de conhecmento 2a 194, sentenga meramente declaateria — 305 ito de prov eos en 33 19 ena ede tenon 38 225 co der ua 196, sentenga constitutva...... ne 327 aor ood ne 374 I9G.A. sentenga mandamental e sentenga cnc lat sono 27 221 bee da prov 33 197, inicio a eiciia da semen 38 329, valoragio da pve, : cco 377 198, cob julgeda : SO 3a 199. limites objetvas da cola juga CN 3 bibliog geal enon me 200, limites subjetivs da coisa julgade a 333 201, cumprimento de sentenga e execupdo forgada (prosesso civil)... 338 202, sabre a execugdo petal co 338 1203. provesso cautelar . co 340 203-A. antecipagdo de tutela jutisdicional Mg Capitulo 33 - FORMAS PROCESSUAIS ~ PROCEDIMENTO 204, o sistema da legalidade das formas vse 345 208. as exigéncias quanto a forma . 346 206, 0 lugar dos atos do procedimento .. Ma 207, 0 tempo dos atos do procedimento M7 208. 0 modo do procedimento e dos seus atos 349 208. © modo do procedimento(linguagem): procedimiento escrito, orale M0 ssernsnnsn nannies 349 210. o mote do procediment 382 211, 0 modo do procedimente: 010 334 (Capitulo 34— ATOS PROCESSUAIS: CONCEITO E CLASSIFICACAO 22. fats © tos processus nonnnnennenen 387 213, clasifieagto dos atos processutis vos 358 214, atos processuais do juz (tos judiciais).---- 358 218, atos dos auxiliares da Justiga 360 216. atos processusis das partes 360 A REFORMA CONSTITUCIONAL DO PODER JUDICIARIO (apresenta¢so D4 214 EDI¢so) Esta vigésima-primeira edigdo vem a lume logo apés a vigéncia dda emenda constitucional n. 45, de 8 de dezembro de 2004 (publica da aos 31 do mesmo més), conhecida como Reforma do Poder Judi- cidrio e portadora de expressivas alteragoes no sistema judiciario ¢ processual do pais. Dai a necessidade de também a Teoria geral do Processo passat por ume remodslagio, com vista a sua adaptagdo aos novos preceitos constitucionais vigentes e aos seus reflexos na dind- ‘mica processual. Tais reflexos so bem mais extensos do que daria a entender @ ementa do parecer emitida pela Comissio de Constitui- ‘fo e Justiga sobre 0 projeto que resultou nessa emenda constituc nal, onde consta somente que ela “introduz modificagées na estrutu- 1a do Poder Judiciério”. Seu contetido é na realidade muito mais amplo, pois ela ao mes ‘mo tempo (a) estabelece regras sobre a estrutura funcionamento desse Poder, (b) dispde sobre principios e garantias do processo, (c) altera 5 recursos extraordinario e especial, bem como a competéncia da Supreme Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justia e (é) dita regres operacionais de direito processual, entre as quais algumas p amente técnicas, que melhor estariam na legislagdo infraconstituc nal porque nio merecem a dignidade constitucional. Diante disso, tra~ amos de alterar o que fosse necessirio para compatibilizar 2 Teoria ‘geral com os novos preceitos, ineluindo o exame de normas antes ine- xistentes, suprimindo o que se tomou superado pela emenda const tucional etc Isso foi feito a0 Tongo da obra ¢ agora, neste intidito, € Nossa intengio somente oferecer ao leitor um panorama amplo das Novidades que sobrevieram em 2004. dita on igcante ao Poder Judicidrio em si mesmo, a emenda n. 45 lta ou altera normas sobre sua autonomia financeira e orgamentéria 16 TEORIA GERALDO PROCESSO. (art. 99, §§ 3° a 5%, sobre a carreira da Magistratura (art, 93, ines. 1 © 1D, sobre as frias dos juizes das Justicas estaduais e da federal (as guais nio poderio ser coletivas porque "a atividade jurisdicional sera ininterrupta” (art. 93, ine, x1), sobre impedimentos dos juizes (art 95 inc, v)~e impte a chamada quarentena, pela qual aqucle que dexou a Magistatura ests proibido de “exercer a advocacia no juizo ot tribu- nal do qual se afastou, antes de decorridos ts atos do sastantento do argo por aposentadoria ou exoneracao” (at. 95, inc. v). Com referén. cia aos Estados do Parana, Minas Gerais e Sao Paulo, onde ainds havia Tribunais de Algada, foi também trzida ume relevantissima repra rela. lonada com a estrutura do Poder Judiciirio, que foi a extingao desses Orgios de segundo grau de jurisdigdo (EC n. 45, de 812.04, ant 48) Foi também resolvida a polémica questio do controle extero da Mogistranura, que para wns consttui penhor da dignidade e respeitatil dade desta e, para outros aimposigio de um Cavalo de Tréia mediante 8 intromissao de pessoas ligadas a priticase interesses eseusos Com a solupda intermedia que prevaleceu, o controle da Magistratuta serd sxercido par um érgio misto, 0 Conselho Nacional de lustig, come Posto de nove juizes e seis conseiheiros de outrisorigens (promotores de justiza, advozados, cidadaos indicades pelas Casas do Congresso = Const, art 92, in. mA © EC n. 43, at. 58, § 28), Esté prevsta ainda a tmplantagdo de ouvidorias de Justga, com legitimidade, inclusive, para Fepresentar diretamente perante aquele Conselho fart. 103-B, § 7 ete ~ infra, 0. 83-4} Pelo aspecto da tela constitucional do processo, a emenda de 2004 promete “a razodvel duragio do proceso ¢ os meios que garam, {am a celeridade de sua tramitagio” (art. $8, ine, Lxxvit), reeditando Aisposigao jf contida no Pacto de Sao José da Costa Rica (art 8, n. 1), « também determina que “os tratados e convenpbes intemacionais sobre direitos hamanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turmos, por trés quintos dos votos dos respectivos ‘membros, serio equivalents is emendas constitucionas” (art. 5% § 3°) Foi também determina a insalgio de ages tnerntes pe les Tribus Regions Fedaras, pelos Tribaats Regronay de take toe pelos Trbunais de Justia a qua amb se autora plana de odmanay regia "ai Ge assur pln aceso do Jursdcienado 8 justgaem todas fase do posesa"tat 10h oy e Mian 15,58 Fe Bran, 35, fede Dy O recurso extraordinério deixou de ter uma feigao pura de meca- nismo de controle da constitucionalidade das decisdes, passando a ser A REFORMA CONSTITUCIONAL DO PODER JUDICIARIO ” admitido também em relagao a acérdios que “julgarem vilida lei lo- ‘cal comtestada em face de lei federal” (art. 102, ine. m, letra d). Ficou pportanto aumentada a competéncia recursal do Supremo Tribunal Fe- eral, o mesmo se dando em relago a sua competéncia origindria, que agora abrange também “xs agdes contra 0 Conselho Nacional de Justi= «2 ¢ contra 0 Conselho Nacional do Ministério Publico” (art. 102, ine. 1, lear). E 0 recurso extraordindrio voltou a ser condicionado ao inte~ resse publico geral, mediante 2 imposigao do requisito da “repereussav .geral das questdes constitucionais discutidas no caso, nos termios da lei” (art. 102, § 3%}; esse requisito constitui reedigio da vetusta relevincia la questo federal, exigida pelo Regimento Interno com expressa auto- rlzagdo da Consttuigio da época, mas com a diferenga de que naquele {empo si se exigia a relevincia em matéria infeaconsttucional, ndo em tema de constitucionalidade (Const-67, red. EC a. 1, art 119, § IP, ele RISTF, art. 308, red. ER n. 3, de 12.6.75; RISTF-1980, ar. 325). A competéncia do Supremo Tribunal Federal ficou também au- mentada pelo significative poder, que a emenda n. 45 Ihe concedeu, de editar stimtdas vinculantes e impor sua observancia “aos demais ‘rg80s do Poder Judiciirio ¢ & administeagao publica direta e indireta, nas esferas federal, estadual ¢ municipal” (art, 103-A, caput). Essas stimula terdo por objeto “a validade, a interpretagdo a ‘eficécia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia ‘tual entre érgios judiciérios ou entre esses c a administragdo piblica que acarrete grave inseguranga juridica e relevance multiplicagao de processos sobre questo (art, 103-A, § 19); 0 poder de editie Jas constitui uma nova caracteristica da formula brasileira da separa ‘Go entre 0s Poderes do Estado, uma vez que fica um érgio do Poder Jdiciério, « Supremo Tribunal Federal, autorizado a produir verda- deiras normas juridieas com elevado grau de generalidade e abstra- ‘Ho, & semethanga das leis, infragdo is stimulas vinculantes podera dar ensejo a uma reclamacdo endereyada aquele Tribunal, 0 qual de-

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