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Tecnologia da Informação Aplicada à Inteligência Competitiva: uma Análise da Solução

Autonomy

Deutsch, Leopoldo – Mestrando da Universidade Católica de Brasília


Moresi, Eduardo Amadeu Dutra – Professor – Universidade Católica de Brasília
Nehme, Cláudio Chauke – Professor – Universidade Católica de Brasília

Resumo: Dizer que o conhecimento é vantagem competitiva definitiva na sociedade pós-


industrial significa afirmar que o interesse das organizações será cada vez mais conhecer a si
próprias, seu ambiente competitivo e usar esse conhecimento para serem mais eficazes que a
concorrência. Conhecer o mercado não significa, necessariamente, ter inteligência competitiva.
O conhecimento só se torna inteligência a partir do momento que representa um diferencial em
relação aos outros competidores. A multiplicidade de variáveis a serem acompanhadas torna a
missão do profissional de Inteligência Competitiva quase impraticável, se não dispuser de forte
aparato tecnológico de apoio. Neste contexto, este trabalho apresenta o produto Autonomy,
software com funcionalidades que podem ser empregadas como ferramenta de apoio às
atividades do analista de Inteligência Competitiva. Todo o processo de coleta e tratamento da
informação deve atender aos seguintes requisitos básicos, independentemente de sua
aquisição ser automatizada ou não: confidencialidade; integridade; disponibilidade;
autenticidade; legalidade. Além dos aspectos de monitoração e tratamento da informação
coletada nos segmentos externos da empresa, a ferramenta deve permitir recursos de
tratamento dos diversos repositórios de dados (bancos de dados estruturados, sítios da Intranet
corporativa, drives da rede interna, entre outros), de forma a permitir agilidade na localização de
documentos e informações, auxiliando processos de negócio e tomada de decisão. O Autonomy
é uma ferramenta básica na qual podem se apoiar às iniciativas de Gestão do Conhecimento,
de Inteligência Competitiva e de Gestão de informações. O Autonomy apresenta-se como mais
do que uma ferramenta de busca. Através do entendimento automático das informações, o
Autonomy é a única plataforma que substitui tarefas manuais tradicionais e cria
relacionamentos entre conteúdos, conteúdos e indivíduos, e indivíduos e indivíduos. Conclui-se
que o uso de uma ferramenta, dedicada à atividade de prospecção de informações nos
ambientes internos e externos das organizações, auxilia a atividade dos analistas de
informação, destacando, porém, que essa solução não substitui em nenhum momento o
especialista, que atua dentro de sua experiência e preparação.
“Se você conhece o inimigo e conhece a si
mesmo, não precisa temer o resultado de cem
batalhas. Se você se conhece mas não
conhece o inimigo, para cada vitória ganha
sofrerá também uma derrota. Se você não
conhece nem o inimigo nem a si mesmo,
perderá todas as batalhas...” (Sun Tzu)
1. Introdução
A finalidade das estratégias empresariais é estabelecer quais serão os caminhos, os
cursos, os programas de ação que devem ser seguidos para alcançar os objetivos ou
resultados estabelecidos pela empresa. O conceito básico de estratégia está relacionado à
ligação da empresa com seu ambiente. E, nessa situação, a empresa procura definir e
operacionalizar estratégias que maximizem os resultados da interação estabelecida (OLIVEIRA,
2001).
O ambiente compreende virtualmente tudo que está fora da organização – sua tecnologia
(a base de conhecimento que deve seguir); a natureza de seus produtos, clientes e
concorrentes; sua posição geográfica; o clima econômico, político e até meteorológico em que
deve operar e assim por diante. Entretanto, é importante considerar as seguintes dimensões
dos ambientes organizacionais (MINTZBERG, 2003):
- estabilidade – o ambiente pode variar de estável a dinâmico devido à instabilidade
governamental, mudanças imprevistas na economia, mudanças inesperadas nas
demandas dos clientes ou nas ofertas de concorrentes, etc;
- complexidade – o ambiente pode variar de simples a complexo devido ao conhecimento
tecnológico utilizado em seu processo produtivo, ou seja, a complexidade de sua
tecnologia;
- diversidade de mercado – os mercados podem variar de integrados a diversificados,
onde a diversidade de mercado pode resultar de uma ampla variedade de clientes, de
produtos e serviços e áreas geográficas em que são vendidos;
- hostilidade – o ambiente pode variar de magnânimo a hostil, onde a hostilidade é
influenciada pela concorrência, pelas relações da organização com sindicatos, governo
e outros grupos externos e pela disponibilidade de recursos.
A importância do ambiente para a organização é inquestionável. Os seus executivos têm
que ter habilidade para enfrentá-lo, prevê-lo e compreendê-lo, para lidarem com sua
diversidade, complexidade, instabilidade e hostilidade e poderem responder rapidamente.
Idealmente, as organizações buscam antecipar essas mudanças, obtendo assim maior
vantagem sobre seus concorrentes. Quando o conhecimento de mercado representa um
diferencial em relação aos concorrentes, e esse diferencial é utilizado como vantagem
competitiva, torna-se importante estruturar uma atividade que monitore o ambiente e dissemine
informações confiáveis para a ação empresarial.
No contexto deste trabalho, abordar-se-á a Inteligência Competitiva como sendo essa
atividade, por representar uma ferramenta estratégica que permite à alta gerência melhorar a
competitividade da empresa, identificando as principais forças propulsoras e prevendo os
futuros rumos do mercado. Oferecendo apoio seguro à tomada de decisões estratégicas, a
função de inteligência identifica antecipadamente oportunidades e riscos, acompanha e avalia
os concorrentes, e orienta a implementação eficaz de novos negócios (CARDOSO JÚNIOR,
2005).
Cabe ressaltar que apenas conhecer o mercado não significa, necessariamente, ter a
atividade de Inteligência Competitiva já estruturada ou, caso contrário, não ser importante
estruturá-la. O conhecimento só se torna inteligência a partir do momento que representa um
diferencial em relação aos outros competidores, ou seja, quando são utilizados para ampliação
de domínio de mercado (GARBER, 2001).
Observa-se a ação da concorrência, publicações de órgãos e entidades
reguladoras, o posicionamento de agentes formadores de opinião, o desenrolar da
política e as tendências econômicas. Pequenas alterações nesses parâmetros levam à
construção de novos cenários que influenciam diretamente na maior ou menor
possibilidade de êxito da organização. A multiplicidade de variáveis a serem
acompanhadas torna a tarefa do profissional de Inteligência Competitiva quase
impraticável, se não dispuser de forte aparato tecnológico de apoio.
Portanto, o objetivo deste trabalho é analisar as funcionalidades de uma solução
de tecnologia da informação aplicada à Inteligência Competitiva evidenciando o impacto
nas atividades de analistas de inteligência. Mais precisamente, serão analisadas as
funcionalidades do Autonomy.

2. Inteligência Competitiva
O desenvolvimento da Inteligência Competitiva parte da premissa que ao conhecer
melhor o ambiente, tem-se um incremento no diferencial competitivo em relação às demais
organizações. Desta forma, propicia às organizações uma infra-estrutura para que estejam
preparadas para enfrentar as adversidades do ambiente turbulento a que estão submetidas. A
vigilância constante evidencia potenciais oportunidades e ameaças do mercado e supre as
organizações de informações que devem ser utilizadas de forma inteligente, visando a obtenção
de vantagem competitiva.
De forma geral, vários autores conceituam a atividade de Inteligência Competitiva como
um processo sistemático e ético que compreende a seleção, coleta, interpretação, análise e
disseminação de informação que possui importância estratégica para uma organização
(MILLER, 2002;GOMES, BRAGA, 2004; KAHANER, 1996; HERRING, 1996; TYSON, 2002).
Dentre suas principais metas destacam-se: detectar ameaças competitivas, eliminar ou
minimizar surpresas, acrescentar vantagem competitiva minimizando o tempo de reação e
encontrar novas oportunidades.
A Inteligência Competitiva é um instrumento geralmente utilizado pelas empresas para
eticamente identificar, coletar, sistematizar e interpretar informações relevantes em seu
ambiente concorrencial. Pode ainda ser entendida como um processo organizacional, que
envolve múltiplos participantes e stakeholders, múltiplos níveis e funções de uma organização,
e que atua sobre as diversas perspectivas dos tomadores de decisão.
Diante dessas definições, percebe-se que a Inteligência Competitiva atua como um radar
monitorando constantemente o ambiente externo das organizações em busca de informações
valiosas para sua atividade estratégica. Mais do que monitorar as informações, os sistemas de
Inteligência Competitiva devem estar atentos às necessidades dos tomadores de decisão,
visando agregar valor às informações para que tenham utilidade na Gestão Estratégica das
organizações. Desta forma, possibilita vantagem competitiva às organizações que souberem
utilizar as informações disponíveis.
Devido a estas características, esses processos não podem ser reativos, isto é, captar
informações de eventos já ocorridos. É importante uma atitude pró-ativa, capaz de identificar as
tendências do mercado, suas oportunidades e ameaças.
Nas organizações, as atividades de Inteligência Competitiva são compostas de várias
etapas. Dentre elas, pode-se destacar: a definição dos objetivos e os cenários a serem
monitorados, o mapeamento das informações (identificação das informações e das fontes), o
armazenamento dos dados obtidos, a análise das informações captadas e a distribuição das
conclusões tiradas deste processo.
Na medida do aumento da complexidade do mercado, mais e mais as empresas
necessitam de informações para poder sobreviver. Monitorar a concorrência, perceber novas
tendências, antecipar decisões dos agentes reguladores e avaliar experiências passadas em
relação aos desafios presentes é tarefa somente possível com auxilio de ferramentas
especializadas e dedicadas a essas funcionalidades.

3. Identificação de Necessidades de uma Empresa da Área Bancária


Quanto maior a empresa e quanto maior for a competição no nicho de mercado em que
está inserida, maior será a sua necessidade de acompanhamento deste mercado e,
conseqüentemente, de uma ativa área de Inteligência Competitiva. Verifica-se que a
necessidade de monitoração do ambiente tende a expandir-se para além das possibilidades de
agregação de recursos humanos ou sua especialização em Inteligência Competitiva. Neste
caso, é recomendável a adoção de ferramenta de apoio.
Para as empresas que atuam na área financeira, identificou-se a necessidade de
monitoração/acompanhamento para os seguintes cenários para o macro ambiente:
- tendências da indústria financeira: canais de atendimento; propagando/posicionamento;
relacionamento; desempenho e resultados econômicos; produtos/serviços; atuação em
nichos; áreas de negócio: agronegócio, administração de recursos de terceiros, câmbio e
comércio exterior, mercado de capitais;
- tendências do macroambiente: economia, política e legislação, ciência e tecnologia,
sociedade e demografia;
- setores econômicos de interesse da empresa: análise dos diferentes setores da
economia; quadro sinótico dos setores: pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades;
acompanhamento setorial de siderurgia, petróleo e gás, energia elétrica, papel e celulose,
telecomunicações, petroquímica, alimentos, bebidas, aviação, entre outros;
- órgãos reguladores: forma de atuação recente e tendência de atuação futura dos órgãos
reguladores: BACEN, CVM, Secretaria de Previdência Complementar, entre outros;
- produtos e serviços concorrentes: últimos lançamentos de produtos e serviços no Brasil;
principais características dos principais produtos/serviços para os clientes corporativos e
Institucionais (por Instituição Financeira); lançamento de produtos e serviços inovadores
nos Estados Unidos, Europa e Japão; ranking do mercado financeiro brasileiro nos
principais produtos para clientes corporativos; canais de atendimento; propaganda e
ações de marketing.
Todo o processo de coleta e tratamento da informação deverá atender a um conjunto de
requisitos básicos, independentemente de sua aquisição ser automatizada ou não, sendo:
- confidencialidade - respeitado o sigilo da informação;
- integridade - informação completa;
- disponibilidade - informação acessível;
- autenticidade - fidedignidade da informação;
- legalidade - conformidade com a lei e obtenção respeitando aspectos éticos.
Além dos aspectos de monitoração e tratamento da informação adquirida nos segmentos
externos da organização, a ferramenta a ser implantada deverá permitir recursos de tratamento
dos diversos repositórios de dados (bancos de dados estruturados, sítios da Intranet
corporativa, entre outros), de forma a permitir agilidade na localização de documentos e
informações, auxiliando processos de negócio e tomada de decisão.
Em relação às facilidades de apoio, a ferramenta deve prover soluções de pesquisa em
texto integral (“text mining”), busca federada, solução automatizada para taxonomia,
identificação de perfis, seleção de especialistas e busca de dados em sítios da Internet. Com
isso, a organização pode aprimorar seu processo de Gestão da Informação e acelerar a
implantação de conceitos de Gestão do Conhecimento.

4. O produto Autonomy1
A Autonomy Corporation (AU) é o principal provedor principal de soluções de software
que permite as organizações buscar e entender automaticamente informações que são críticas
ao seu negócio. Sua área de vendas informa que empresas de todos os tamanhos podem
unificar, gerenciar, e utilizar informações armazenadas nos seus sistemas para conferir
vantagens competitivas ao seu grupo funcional, conseguindo assim reduzir os ciclos
econômicos, acelerar a produtividade e aumentar o retorno.
Isto é alcançado pela habilidade do produto Autonomy para automatizar o processo de
síntese e tratamento para qualquer tipo de informação não estruturada, isto é, texto, áudio e
vídeo, sem qualquer intervenção manual.
O produto Autonomy é amplamente reconhecido como o líder de mercado das tecnologias
semelhantes por analistas de entidades como Gartner Group, Forrester Research e Delphi, e
beneficiam mais de 1.000 companhias globais dos setores público e privado, incluindo a Ford,
Reuters, Deutsche Bank, BAE Systems, Sun Microsystems e agências do setor público,
inclusive o Departamento norte-americano da Defesa, NASA e as Casas do Parlamento do
Reino Unido.
O Autonomy é uma ferramenta básica na qual podem se apoiar às iniciativas de Gestão
do Conhecimento, de Inteligência Competitiva e de Gestão de informações. Apresenta uma
abordagem radicalmente diferente no acesso á informação que independe da estrutura,
formato, idioma, localização ou quantidade de documentos e que não se prende a uma
estrutura de navegação, categorias ou metadados, eliminando quase por completo o
processamento manual das informações, que podem estar armazenadas em formatos
estruturados (bancos de dados, planilhas, etc.) ou em formatos não estruturados(texto, html, e-
mail, documentos do Office, Notes, áudio, vídeo, imagens e outros).
Além de criar automaticamente a classificação dos documentos processados, o Autonomy
permite que os usuários façam modificações na taxonomia criada, adaptando-a a sua
organização. Os mesmos documentos, sem duplicação de arquivamento, podem ser vistos em
taxonomias diferentes pelos usuários de diversas áreas.
Todas as funcionalidades do Autonomy podem ser acessadas de duas formas diferentes:

1
Informações retiradas do sítio: www.autonomy.com – acesso em 15/05/2005.
- através do PIB (Portal in a Box) que é uma ferramenta para criação do Portal de
Conhecimento com uma interface que pode ser facilmente customizada;
- por um conjunto de classes a serem embutidas nas aplicações dos próprios usuários
(voltadas para a web).
Os algoritmos de alto desempenho para comparação, utilizados pelo Autonomy, permitem
uma sofisticada análise contextual, extração de conceitos, automatização da classificação,
referência cruzada entre informações e, finalmente, uma nova forma de recuperação de
informações pelo usuário. Todas essas capacidades agregam mais valor à própria informação,
uma vez que o usuário não depende mais de classificações criadas por outras pessoas, de
ambientes de navegação ou até mesmo de formular os critérios de busca.
As funcionalidades e potencialidades são as seguintes:
- Busca Personalizada Individual - Uma vez que cada usuário tem necessidades
específicas de informações, o Autonomy permite que cada um crie e organize suas
funções específicas de busca, de acordo com suas preferências, desafios e
necessidades de uso destas informações;
- Colaboração e Socialização - os recursos do Autonomy identificam usuários com
interesses semelhantes de maneira automática e conseqüentemente, facilitam a
aproximação e a colaboração entre eles, identificando aqueles de interesses
semelhantes;
- Construção do Conhecimento - O Autonomy facilita a obtenção, manuseio, troca,
contextualização e utilização de informações, permitindo o crescimento individual e a
explicitação do conhecimento;
- Criação de Agentes inteligentes de Busca (Spiders) - O Autonomy permite que cada
usuário crie “Agentes Inteligentes” de busca, dedicados a atender necessidades
específicas de informação. Estes Agentes, que podem ser públicos ou privados, são
capazes de pesquisar em um amplo universo de informações (estruturadas e não-
estruturadas) especificadas pela empresa, compreendendo diretórios públicos, bancos
de dados variados, aplicações e sítios da Internet/Intranet;
- Identificação das Necessidades dos Usuários - O Autonomy reconhece seus usuários de
duas maneiras: uma é a partir das demandas e necessidades informadas pelo próprio
usuário e a outra é justamente percebendo, automaticamente, seus gostos e interesses.
De maneira inteligente, o Autonomy consegue captar os hábitos de uso (leitura e escrita
– dentro da aplicação e não fora dela) e de consumo de informações de cada usuário,
traçando um perfil individual, que é utilizado como filtro, viabilizando a coleta, oferta,
entrega e disseminação seletiva de conteúdos relevantes de forma automática e pró-
ativa;
- Mudança de Paradigma no Acesso e na Navegação das Informações - Os recursos
gráficos do Autonomy permitem a visualização de agrupamentos (“clusters”) de
informação por assunto. As dimensões destes agrupamentos permitem a visualização
instantânea de grupos de informações utilizadas e não utilizadas dentro da empresa.
Informações “quentes” e “frias” são visualizadas facilmente e agrupamentos de maior e
menor volume de documentos são identificados;
- Identificação do conhecimento/especialistas - Um dos maiores desafios da Gestão do
Conhecimento e da maioria das grandes empresas é encontrar o conhecimento crítico
quando se precisa dele. Isso porque o maior banco de dados do conhecimento é a
mente humana. O homem é a fonte do conhecimento mais genuíno e encontrar a
pessoa certa na hora certa é vital ao sucesso de qualquer empreendimento;
- Tratamentos Automatizados - O Autonomy é capaz de organizar acervos digitais,
promovendo a categorização, indexação, classificação e taxonomia automática a partir
de informações não estruturadas, sem a necessidade de intervenção humana,
eliminando processos de identificação de palavras-chaves para categorizar ou classificar
documentos úteis;
- Fotografando acervos digitais - A gestão dos acervos digitais é mais um benefício
oferecido pelo Autonomy, apoiando decisões quanto à produção e descarte de
conteúdos, necessidades de conhecimentos não documentados, uso e desuso de
documentos e avaliações de informações na “linha do tempo”, importantes para
avaliação de acervos de notícias e informações de mercado. Algumas ferramentas do
Autonomy mapeiam o universo de informações da empresa, promovendo o
agrupamento de documentos, gerando fotografias dos “silos” e necessidades de
informações;
- Gestão de Acervos Digitais - Além de fotografar os acervos digitais, o Autonomy mostra
o uso de documentos por usuários, revelando audiências de conteúdos e permitindo a
localização de nichos de informação muito ou nunca utilizados, facilitando a alocação de
recursos para a produção de informação, a gestão de ofertas e serviços de informação e
orientando a produção/armazenamento de conteúdos cada vez mais relevantes para os
usuários;
- Agrupando (“Clustering”) Acervos Digitais.- O Autonomy é capaz de agrupar, sem
intervenção humana, grandes volumes de informações não estruturadas, por temas ou
assuntos específicos, por interesses individuais, pelo contexto corporativo,
departamental ou de área de negócio;
- Disseminação Seletiva - Com o Autonomy, é possível entregar e distribuir
automaticamente informações que sejam de interesse, fazendo alertas aos usuários por
e-mail ou celular (WAP), sobre informações relevantes encontradas. O Autonomy tanto
encaminha informações aos usuários, quanto permite que elas sejam puxadas por eles,
implementando os modelos “push” e “pull” de distribuição de informações;
- Apoiando Iniciativas “Just-in-Time Learnig” - O Autonomy também apóia esforços de
treinamento e capacitação em tempo real. Este tipo de tecnologia facilita o acesso à
informação pelos usuários, tutores e mestres dentro de uma empresa. Se as “Learning
Organizations” exigem que no dia a dia devemos assumir os papéis de mestre e de
aprendizes, era de se esperar que surgissem ferramentas de Tecnologia da Informação
que passassem a dar suporte a tal desafio;
- Pesquisas Detalhadas -Eventualmente, pode ser frustrante buscar informações na
Internet. A maioria dos usuários se decepciona com os resultados encontrados e com o
tempo que teriam que gastar para avaliar a qualidade e o contexto das informações
localizadas. Usando ferramentas de busca conhecidas, é comum recebermos como
resultados listas com mais de cinco milhões de referências encontradas. O Autonomy
consegue eliminar o maior problema da maioria dos resultados obtidos, removendo da
lista de referências os resultados que são irrelevantes para a sua empresa;
- Gerando Taxonomia Automaticamente - O Autonomy cria automaticamente uma
taxonomia corporativa ou dividida por departamentos, de acordo com o acervo digital
indicado pela empresa. Sem intervenção humana, o software se encarrega de encontrar
perenemente as informações conseguindo suprir as pastas (taxonomia) com
informações pertinentes;
- Melhorando a Recuperação de Informações - Indexando textos em muitos formatos e de
origens diferentes, o Autonomy consegue recuperar com agilidade qualquer informação,
através de comandos em linguagem natural, eliminando “defeitos” nas consultas por
palavras-chaves, que eram consideradas um mecanismo capaz de oferecer conexão
entre pessoas e informações. Por várias razões, expressões de busca formadas por
palavras-chaves simplesmente não atendem as necessidades atuais de busca da
maioria das pessoas envolvidas em atividades críticas;
- Automatização na Busca de Dados não Estruturados - O Autonomy apresenta-se como
mais do que uma ferramenta de busca. Através do entendimento automático das
informações, o Autonomy é a única plataforma que substitui tarefas manuais tradicionais
e cria relacionamentos entre conteúdos, conteúdos e indivíduos, e indivíduos e
indivíduos.
O Autonomy é baseado em uma única combinação de tecnologias nascidas no Instituto
de Pesquisas da Universidade de Cambridge. Sua força reside em avançadas técnicas
baseadas nas teorias Bayesianas e nos princípios desenvolvidos por Claude Shannon, autor da
Teoria Matemática da Comunicação. Assim, o Autonomy busca identificar os padrões que
naturalmente acontecem nos textos, baseados no uso e na freqüência de palavras ou
condições que correspondem a conceitos específicos.

5. Casos de utilização da Ferramenta Autonomy2


5.1. Agência Postal da Inglaterra.
A Agência Postal da Inglaterra – chamado Correio Real, identificou que seus 194.000
funcionários perdiam tempo considerável na busca de informações na Web, visto que a Intranet
interna não supria todas as necessidades. A divisão de Consultoria do Correio Real imaginou
lançar uma Biblioteca Virtual para substituir o sistema em uso, mais velho e que não
apresentava os resultados esperados.
A nova biblioteca deveria agregaria informação de mais de cem fontes de notícias e
automatizaria o (previamente manual) processo de categorizar informação através de área de
interesse – atendendo a necessidade de informação dos usuários, com a criação de perfis
específicos, disponibilizando dados de acordo com as exigências dos órgãos reguladores para
produtos semelhantes e para notícias gerais.
Assim, os trabalhadores estariam dispensados da tarefa de buscar na Web para buscar a
informação necessária para suas atividades.
Com a implantação do Autonomy, os empregados puderam usar um sistema de
administração de conhecimento mais eficiente que conseguiu entregar a informação pertinente
com mais agilidade e eficiência, dando um ganho dramático de tempo para a empresa em suas
atividades.

5.2. Escritório de Energia – Administração de resíduos radioativos dos EUA


Os Gerentes do Departamento de Energia dos EUA – Administração de resíduos
radioativos, concluíram que seus 2.500 trabalhadores estavam estagnados – presos a um
processo no qual gastavam mais tempo procurando informação necessária para a sua atividade
do que executando suas tarefas. Os trabalhadores tinham a tarefa de pesquisar em mais de 1
milhão de documentos – em ambos formatos: papel e digital, armazenados de forma
descentralizada, para identificação de potenciais locais para, por exemplo, armazenamento de
dejetos radioativos. Para a concessão de licença de armazenamento de resíduos radioativos,
os trabalhadores tinham que pesquisar por registros volumosos para encontrar dados que
confirmassem a plausibilidade dos locais potenciais para armazenamento de resíduos.

2
Casos retirados do sítio: www.autonomy.com – acesso em 15/05/2005.
Freqüentemente as equipes do Departamento deixavam a documentação incompleta ou
não apresentavam segurança quanto aos locais identificados para armazenamento. A analise
incompleta ou pouco cuidadosa de todo o material pertinente poderia afetar a qualidade da
solução e por em risco população e meio ambiente.
O que eles realmente precisaram era um modo de se agrupar os documentos
necessários – começando com o acervo eletrônico, de maneira centralizada. Autonomy
forneceu a capacidade robusta para rapidamente automatizar o processo de agrupamento,
eliminando o trabalho tedioso e demorado para se localizar os relatórios. Desta forma, as
atividades passaram a ser mais seguras, conferindo maior efetividade na ação da organização.

5.3. BAE Systems.


A empresa BAE Systems, que atua nas atividades de desenvolvimento aeroespacial e de
defesa, verificou que, embora o tempo de produção seja crítico, não vinha conseguindo produzir
sistemas de defesa e aviões de maneira oportuna, devendo também conhecer os regulamentos
da industria e do governo. Além disso, seus aviões e outros equipamentos devem ser
projetados de acordo com especificações standards em locais de produção diversos, e da
maneira mais eficiente possível. Para fazer isto acontecer, engenheiros, arquitetos, e outros
trabalhadores precisam saber o que as melhores práticas de BAE estão em uma base regular -
um desafio bastante grande até porque as exigências mudam freqüentemente e métodos novos
e mais eficientes estão aparecendo continuamente.
O sistema ideal para tal ambiente vai proativamente pesquisar as atualizações sem que o
usuário tenha que pedir isto por palavras chaves ineficazes. Tal sistema pesquisaria e adquiriria
a essência de um novo regulamento ou um assunto de sentido variável - e então armazena o
documento em questão em uma base pertinente, para as numerosas áreas interessadas e
afetadas.
Isso foi possível com a utilização do "agente de pesquisa" do Autonomy, o que
economizou tempo para os trabalhadores, minimizou as frustrações pela pesquisa e não
localização dos documentos e/ou informações, e reduziu o risco associado ao descumprimento
de regras e normas, fazendo com que a BAE Systems colhesse os benefícios de um aumento
de eficiência (isto é, aumento da rentabilidade), maior eficiência no time-to-market, e maior
aderência com as exigências dos órgãos reguladores (evitando multas e outras penalidades na
não observância das regras de conformidade).

5.4. Departamento Norte Americano de Defesa.


Uma demanda forte sobre os ativos de conhecimento é a criação de comunidades de
práticas eficientes para o desenvolvimento de um empreendimento. O Departamento Norte
Americano de defesa procurou desenvolver essas comunidades de prática entre seus 5 milhões
de empregados, localizados no mundo inteiro.O Departamento de Defesa buscou um portal que
criaria um banco de dados de práticas automaticamente - e que continuamente fosse atualizado
para refletir as variáveis habilidades dos empregados. Esta necessidade foi reforçada durante a
guerra do Golfo Pérsico, quando os líderes precisaram de acesso rápido a empregados
qualificados que falassem árabe fluente. Um benefício adicional para tal portal de práticas á a
entrega proativa de notícias específicas e outras informações a usuários identificados como
peritos em determinadas áreas. Um sistema de administração de conhecimento coletivo evitaria
para entidades como o Departamento de Defesa milhões em oportunidades perdidas,
duplicação de esforços, e procura ineficiente para dados de demandas que exigem uma
resposta veloz.
A implantação da solução Autonomy permitiu resolver a questão colocada com rapidez,
trazendo a possibilidade da construção de comunidades de prática, conferindo uma gestão
centralizada dos processos e uma distribuição em rede mundial das informações necessária
para a administração do Departamento de Defesa.

6. Conclusão
Com este trabalho, procuramos mostrar a importância da Inteligência Competitiva para
os processos da Gestão Estratégica, sem a qual a manutenção da organização empresarial
esta ameaçada pelos demais concorrentes no mercado.
Além disso, podemos concluir que pela complexidade dos desafios encontrados nos dias
atuais, sem um adequado suporte tecnológico às atividades da Inteligência Competitiva, a
mesma não poderia ser realizada com eficiência, dado que os volumes de informação
existentes na empresa (ambiente tarefa) e no mundo (ambiente geral), são significativos e de
alta complexidade.
Nesta linha, apresentamos a solução Autonomy, software dedicado à atividade de
prospecção de informações nos ambientes internos e externos das organizações, como
ferramenta auxiliar para a atividade dos analistas de informação, destacando porém que essa
solução não substitui em nenhum momento o especialista, atuando dentro de sua experiência e
preparação.
Sugere-se, ainda, como desdobramentos deste trabalho, que seja analisado o impacto
do processo de tomada de decisão estratégica motivada pela prospecção e análise de
informações, na aprendizagem organizacional, buscando-se identificar a possibilidade de um
ciclo virtuoso, no qual a prospecção de informações pela Inteligência Competitiva leva a tomada
de decisão estratégica, implementando na organização um novo processo de aprendizagem,
que por sua vez realimenta todo o processo e promove alterações nos modelos mentais da
organização, colocando a organização como líder no processo de adaptação junto à suas
concorrentes, e em decorrência disso, como líder de mercado.

Referências Bibliográficas
CARDOSO JÚNIOR, W. F. Inteligência empresarial estratégica: método de implantação de
Inteligência Competitiva em Organizações. Tubarão: Ed. Unisul, 2005.
GARBER, R. Inteligência Competitiva de Mercado: como capturar, armazenar, analisar
informações de marketing e tomar decisões num mercado competitivo. São Paulo: Madras,
2001.
MILLER, Jerry P. O milênio da inteligência competitiva. Porto Alegre: Bookman, 2002.
MINTZBERG, H. Criando organizações eficazes. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2003.
OLIVEIRA, D. de P. R. de. Estratégia empresarial e vantagem competitiva: como estabelecer,
implementar e avaliar. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2001.
GOMES, E; BRAGA, F. Inteligência Competitiva: como transformar informação em um negócio
lucrativo. Rio de Janeiro: Campus, 2004.
HERRING, Jan P. Measuring the effectiveness of competitive intelligence. Alexandria: SCIP,
1996.
KAHANER, L. Competitive Intelligence: from black ops to boardrooms: how business gather,
analyze, and use information to succeed in the global marketplace. New York: Simon & Shuster,
1996.
TYSON, K. The complete guide to competitive intelligence. 2 Ed. Chicago: Prentice Hall, 2002.

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