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Sociedade das Cincias Antigas

No fiques em silncio
Isaac da Estrela (? c.1178)

Senhor, no te cales diante de mim.


Se bato tua porta, abre-me;
se te interrogo, responde-me;
se te imploro, atende-me!
Sim, em tua grande bondade,
tu o fars com generosidade,
contanto que, quando falas,
eu no desvie meus ouvidos.
Porque se algum te ouve,
tambm tu o ouves;
se algum acolhe teus conselhos,
tu acolhes seus pedidos.
Fala, pois, Senhor, que teu servo ouve,
responde quele que te fala.
Enquanto navegamos, um e outro,
como outrora Pedro e os Apstolos,
que nem um nem outro adormeam,
porque se tu dormes
para mim, teu servo,
no dormem o mar
nem a recordao do mundo em mim.
E se eu durmo para ti,
a carne no dormir para mim.
Ergue-te, Senhor;
que dentro e fora se faa
grande bonana.
Eu gritarei sempre para ti, Senhor,
no fiques em silncio.

FIM

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