Bezerra Professor: Rosinaldo Silva de Sousa Curso de Jornalismo UNIFAP 23/05/2017
Tortura, mdia e etnocentrismo Sntese
O tortuoso pensamento do senso comum de que os fins justificam os meios o argumento chave para que agencias, entidades e governos de todo mundo pratiquem atos de tortura com a anuncia do povo. Este mesmo senso comum, que aprova tal prtica quando a soberania e segurana nacional est em risco, tende a taxar o mesmo ato como algo perverso e inaceitvel quando os prisioneiros e vtimas so compatriotas. Governos e suas instituies tendem a usar este sentimento ambguo como arma de persuaso de forma ignorar e at justificar a prtica indiscriminada da tortura. A definio de tortura, sob a tica de pases ocidentais, em geral diz que: tortura todo ato pelo qual so infligidos intencionalmente a uma pessoa penas ou sofrimentos fsicos ou mentais, com fins de investigao criminal, como meio de intimidao, como castigo pessoal, como medida preventiva ou qualquer outro fim. Entende-se tambm como tortura a aplicao, sobre uma pessoa, de mtodos tendentes a anular a personalidade da vtima, ou a diminuir sua capacidade fsica ou mental, mesmo que no causem dor fsica ou psquica. Definio ratificada pelo Brasil, no decreto: 98.386 de 1989. Ou seja, pela definio, tortura qualquer ato de violncia intencional, com qualquer finalidade e onde a vtima uma pessoa. Portanto, enquadrar atitudes de violncia no termo tortura, sob este ponto de vista, deveria ser algo fcil. Porm, o que se observa na prtica que este enquadramento ocorre de forma equivocada, lenta ou simplesmente no ocorre. Com relao as mdias atuais, a questo etnocntrica fica evidenciada quando aes de violncia a pessoa humana no so categorizadas como tortura, seja por questes polticas, sociais ou por no querer contrariar o senso comum. Em geral, tais atos, principalmente em pases subdesenvolvidos, somente ganha status de tortura pela mdia quando a vtima estrangeira. BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Decreto n. 98.386 de 09 de novembro de 1989. Promulga a conveno
Interoamericana para prevenir e punir a tortura. Dirio Oficial da Unio Seo 1 13/11/1989, Pg. 20530.