a2
Temas de psicologia
‘ou motivo da entrevista. Nesse sentido, freqiientemente
‘uma entrevista tem éxito quando consegue esclarecer
«qual é o verdadeiro problema que esta por tras daquilo
\\ que é trazido de modo manifesto.
‘Aconselho a leitura do artigo de Reik, “O abuso da
interpretacdo”, e a ter presentes pelo menos duas coisas:
/ toda interpretagao fora de contexto ¢ de timing é uma
agressio, e parte da formagiio do psicélogo consist
bém, em aprender a calar. E, como “regra de ouro
que elas existem), é tanto mais necessério calar-se quan-
to maior for a compulsio para interpretar. /
Informe piicolégico
330 informe psicolégico tem como finalidade conden-
sar ou resumir conclusdes referentes ao objeto de estudo.
Incluimos aqui somente o informe que se refere ao estu-
do da personalidade, que pode ser empregado em diferen-
tes campos da atividade psicol6gica, e em cada um deles
se deverd ter em conta ¢ responder especificamente a0
objetivo com que tal estudo se efetuou. Trata-se, por outro
lado, apenas de um guia endo de formulios apreencher,
No campo da m , por exemplo, um estudo
completo abrange um triplice diagnést
ce informe: 0 diagnéstico médico, 0 psiquiétrico € 0 psi-
colégico. Pode ser 0 caso, por exemplo, de um surto es-
(entra Frieol ica enone emcee mENeTEE 3
jgnéstico psiquiétrico), em uma pessoa
sonalidade obsessiva (diagnéstico psicolégico), enten-
dendo-se que esse exeniplo sé serve como tal para dife-
renciar os trés tipos de informes, que nem sempre ne-
cessariamente ocorrem juntos.
‘A ordem em que se redige um informe no tem nada
ver com a ordem em que foram recolhidos os dados ou
com a ordem em que foram sendo feitas as dedugdes.
1) Dados pessoais: nome, idade, sexo, estado civil,
nacionalidade, domicilio, profissao ou oficio.
2) Procedimentos : entrevistas (nimero
e freqiiéncia, técnica utilizada, “clima’
que se realizaram). Testes (especificar 0
zados), jogo de desempenho de papéis, registros
objetivos (especificar) etc. Questionérios (espe-
cificar). Outros procedimentos.
3) Motivos do estudo: por quem foi solicitado
objetivos. Atitude do entrevistado e referéncia
a suas motivages conscientes.
4) Descrigdo sintética do grupo familiar ¢ de ou-
tros que tiveram ou tém importéncia na vida do
entrevistado. Relagdes do grupo familiar com a
comunidad i
ages. Constituigdo, dinamica e papéis, comu-
icagdo e trocas significativas do grupo fami-
liar. Satide, acidentes e doengas do grupo e de44
seus membros. Mortes, idade e ano
veram lugar, causas. Atitude da fami
mudangas, a doenga € 0 doente. Pos
conflitos atuais, de seu desenvolvimento, aquisi-
Ges, perdas, mudangas, temores, aspiragies, ini-
bigdes e do modo como os enfrenta ou suporta.
Diferenciar aquilo que é afirmado pelo entrevis-
tado e por outras pessoas de seu meio daquilo
que ¢ inferido pelo psicélogo. Diferenciar 0 que
se afirma daquilo que se postula como provavel.
Quando houver algum dado de valor muito espe-
cial, especificar a técnica através da qual se infe-
iu ou detectou esse dado. Incluir uma resenha das
situagGes vitais mais significativas (presentes e
passadas), especialmente aquelas que assumem
ocarater de situagées conflitivas e/ou repetitivas.
6) Descrigdo de padrées de conduta, diferencian-
do os predominantes dos acessérios. Mudangas
observadas.
7) Descrigao de tragos de cardter e de personali-
(se houver), Incluir uma avaliagao do
turidade da personalidade. Constituigao (c
tipologia empregada). Caracteris
nais ¢ intelectuais, incluindo: mani
A entrevisa psicoligica ee
guagem (Iéxica e sintéxica ete.), nivel de concei-
tuacdo, emissio de jufzos, antecipacao e planeja-
mento de situagé¢s, canal preferido na comuni-
agi, nivel ou gran de coordenacaio, diferencas
entre comportamento verbal e motor, capacidade
de observacio, anilise e sintese, grau de atengao
€ concentragio, Relagdes entre o desempenho
intelectual, social, profissional e emocional ¢ ou-
tros itens significativos em cada caso particular.
Considerar as particularidades e alteragdes do de-
senvolvimento psicossexual, mudangas na perso-
nalidade e na conduta
8) No caso de um informe muito detalhado ou mui-
to rigoroso (por exemplo, um informe pericial),
incluir os resultados de cada teste e de cada exa-
tar realizado.
\éstico e caracterizagao psico-
légica do individuo e do seu grupo. Responder
especificamente aos objetivos do estudo (por
exemplo, no caso da selecao de pessoal, orien-
taco vocacional, informe escolar etc.).
10) Incluir uma idade prognéstica do ponto
de vista psicolégico, fundamentando os elemen-
tos sobre os quais se baseia.
11) Orientagdo possivel: indicar se sio necessérios
novos exames e de que tipo. Indicar a forma pos-
sivel de remediar, aliviar ou orientar 0 entrevis-
tado, de acordo com 0 motivo do estudo ou se-
gundo as necessidades da instituigo que soli-
citou o informe.